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Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo

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Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Assistência de Enfermagem 
ao Parto Cesáreo" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É 
proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização 
prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Com certificado 
online 
40 horas 
Atualização em Assistência 
de Enfermagem ao Parto 
Cesáreo 
Rachel Cardoso de Almeida 
 
 
 
 
 
 
Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Assistência de Enfermagem 
ao Parto Cesáreo" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É 
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autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Atualização em Assistência 
de Enfermagem ao Parto 
Cesáreo 
Rachel Cardoso de Almeida 
40 horas 
Com certificado 
online 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 5 
DESAFIOS DA ATENÇÃO OBSTÉTRICA NO BRASIL E AS EVIDÊNCIAS 
CIENTÍFICAS NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL ........................................ 6 
2.1 AVANÇOS E DESAFIOS NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL ............ 7 
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PARTO E A PRÁTICA DAS CESÁREAS ............. 11 
3.1 PRÁTICA ATUAL DE CESARIANAS ................................................................... 12 
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DO PARTO CESÁREO .......................... 14 
4.1 INDICAÇÕES DE CESÁREA ELETIVA................................................................ 14 
4.2 INDICAÇÕES DE CESÁREA INTRAPARTO/EMERGÊNCIA ............................ 16 
4.3 REALIZAÇÃO DE CESARIANAS SEM RECOMENDAÇÕES CIENTÍFICAS
 16 
4.4 PARTO NORMAL X CESARIANA ........................................................................ 17 
ASPECTOS RELACIONADOS AO PROCESSO GESTACIONAL .......................... 19 
5.1 PRÉ-NATAL ............................................................................................................. 19 
5.2 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO, ANAMNESE E ORIENTAÇÕES .............. 20 
5.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ ............................................................................ 21 
5.3.1 Sinais diagnósticos da gestação .......................................................................... 21 
5.4 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL .................................................... 22 
5.5 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES ............... 23 
5.5.1 Exames complementares .................................................................................... 24 
5.6 IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO ............................... 25 
5.6.1 Idade gestacional ................................................................................................ 25 
5.6.2 Data provável do parto ....................................................................................... 26 
5.7 PALPAÇÃO OBSTÉTRICA E MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU) ............ 27 
5.7.1 Palpação obstétrica ............................................................................................. 27 
5.7.2 Medida da altura uterina (AU) ........................................................................... 28 
5.8 AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS ................................... 29 
5.9 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO .............................................................................. 30 
5.10 PRINCIPAIS SUPLEMENTOS PARA AS MULHERES NO CICLO 
GRAVÍDICO-PUERPERAL .......................................................................................... 31 
CONCEITOS E PRÁTICAS DA CESARIANA ............................................................ 32 
6.1 PROCEDIMENTO ............................................................................................... 32 
6.1.1 Condutas pré-operatórias e intraoperatórias ....................................................... 34 
6.1.2 Anestesia na cesariana ........................................................................................ 35 
6.1.3 Pós-cesariana ...................................................................................................... 35 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................................................................. 37 
7.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................ 37 
7.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE, 
PARTURIENTE E PUÉRPERA ..................................................................................... 39 
7.2.1 Histórico ou coleta de dados ............................................................................... 39 
 
 
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 46 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 50 
 
Unidade 1 – Apresentação 
 
 
5 
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material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
01 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
O ciclo vital das mulheres perpassa por várias fases desde o seu nascimento até o envelhecer, 
de modo que cada etapa possui a sua própria característica e merece uma atenção em saúde 
específica e individualizada, considerando a grande diversidade dos sujeitos. Nesse âmbito, 
existem vários conceitos importantes sobre saúde da mulher que devem ser compreendidos, 
desde a criação de políticas públicas voltadas a essa população, até o entendimento de 
questões conceituais e fisiológicas que envolvem o funcionamento orgânico. 
Desse modo, no decorrer desse curso iremos abordar aspectos importantes sobre o 
parto cesáreo, associado a assistência de enfermagem prestada a mulher nesse contexto. 
A organização deste curso está articulada para que ao final, o profissional 
participante do curso seja capaz de: 
 Compreender a construção sócio-histórica das políticas públicas de saúde da mulher, 
assim como as ações especificas voltadas ao contexto obstétrico e neonatal; 
 Discutir sobre surgimento das cesáreas e início da medicalização do parto; 
 Refletir sobre conceitos importantes referentes a prática de cesarianas no Brasil; 
 Compreender os cuidados gerais e de enfermagem voltados a cesariana e o pós-
cesárea. 
Bons estudos!
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
6 
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deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
02 
DESAFIOS DA ATENÇÃO OBSTÉTRICA NO 
BRASIL E AS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS 
NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL 
 
 
 
 
Em outras épocas, o ato de partejar fazia parte apenas do universo feminino, sendo 
vivenciado em ambiente familiar e comunitário. As parteiras, mulheres da comunidade, eram 
figuras conhecidas nesse cenário e estavam presentes nesses ambientes, por motivos de 
similaridade, em razão da exposição da intimidade da mulher nesse momento, além da 
construção sociocultural que envolvia a prática de auxílio durante o parto. 
Nesse momento da história, a figura da medicina só era utilizada em casos de 
possíveis intercorrências obstétricas na qual a parteira não possuía habilidade científica para 
intervir, uma vez que a obstetrícia só veio ganhar espaço nos contextos de parturição 
institucionalizada, anos à frente. 
Até o século XVII o parto era realizado no domicílio das mulheres e a medicina não 
possuía tanta apropriaçãoem relação a realização do parto. Aos poucos, com o surgimento 
do médico cirurgião e do instrumento “fórceps” utilizado para a retirada dos bebês em 
nascimentos difíceis, o parto foi retirado do lar e passou a ser institucionalizado, ou seja, 
realizado em hospitais, sob o comando de médicos. A partir do século XX as parteiras foram 
desapropriadas do seus domínios no campo da parturição e a medicina transforma o parto 
em um evento cheio de intervenções, não mais natural, predominando a assistência 
hospitalar institucional. 
Assim, a figura masculina surge na história do nascimento a partir da introdução da 
obstetrícia como ciência, e dessa transferência do cenário de parto domiciliar para hospitalar, 
o que na época, apontou melhoras nos indicadores de saúde no Brasil, principalmente no que 
se refere a diminuição nas taxa de mortalidade materna e neonatal, tendo em vista que partos 
distócicos puderam receber uma assistência mais especializada. 
Historicamente, até a década de 1970 as políticas públicas de saúde da mulher no 
Brasil, priorizavam a saúde materno infantil voltada apenas para a assistência ao parto, 
Unidade 2 – Desafios da Atenção Obstétrica no Brasil e as Evidências Científicas na Atenção 
Materna e Neonatal 
 
 
7 
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material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
puerpério e gravidez de risco, de modo reducionista na perspectiva de gênero. Somente a 
partir do ano de 1980 essas políticas deixaram de focar apenas no período gravídico da 
mulher e contemplaram a sua saúde de forma integral, em decorrência da criação do 
Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) que mais tarde seria 
aperfeiçoado por outras políticas públicas. 
Nos últimos o Brasil passou por relevantes mudanças nos aspectos demográfico, 
socioeconômico estilo de vida que transformaram a qualidade de vida da população. Essas 
mudanças também alcançaram a área da saúde, tivemos a criação do Sistema Único de 
Saúde, com marcantes transformações nas políticas de saúde e a ampliação da atenção 
primária. 
No contexto histórico da sociedade brasileira diversas ações foram propostas e 
construídas na atenção materna e neonatal traçaremos abaixo algumas medidas que 
diretamente ou indiretamente colaboraram para a o avanço na atenção obstétrica e neonatal 
no nosso país. 
Então, a partir de 1988 com a reforma sanitária e constituição federal a compreensão 
da atenção à saúde ganhou conceitos que consideravam princípios como a universalidade, 
integralidade, equidade, descentralização, regionalização e de participação social no 
surgimento do SUS. Essa nova visão originou novas perspectivas em diversas áreas da saúde, 
dentre elas a atenção obstétrico e neonatal, que buscava uma ser mais humanista, 
compreendendo ações de forma integral a saúde das mulheres e crianças superando um 
modelo mecanicista centrado apenas na doença, sem considerar as singularidades das 
pessoas e uma atenção de qualidade e humanizada. 
Muitos progressos foram realizados na atenção obstétrica a partir das políticas 
públicas criadas, entretanto ainda é prevalente no Brasil a realização de intervenções, que 
são prejudiciais à saúde materna e neonatal, ocasionando a mortalidade materna e neonatal 
e muitas vezes por causas evitáveis. 
Para modificar essa realidade ainda são necessárias mudanças, tais como o 
fortalecimento das ações em rede, da Atenção Básica, implementar as ações das políticas 
públicas indicativas à atenção obstétrica, condutas adequadas na assistência obstétrica e 
neonatal e a realização de ações com a finalidade de empoderar a gestante e seu 
acompanhante. Acreditamos, que essas ações poderão colaborar para transformação da 
realidade obstétrica no Brasil e com isso melhorar os indicadores de saúde neste campo. 
 
 
2.1 AVANÇOS E DESAFIOS NA ATENÇÃO MATERNA E 
NEONATAL 
Um dos primeiros marcos na atenção materna e neonatal aconteceu 1975 com a criação do 
Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil, pelo Ministério da Saúde (MS), esse 
programa buscava a proteção e assistência materno-infantil e englobava os cuidados ao 
período pré-concepcional, pré-natal, parto e puerpério. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
8 
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deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Mas depois de diversas críticas realizadas pelo movimento feminista por ter um ponto 
de vista limitado ao ciclo gravídico-puerperal, nasce então em 1984, o Programa de 
Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), sua criação representou um marco 
histórico, pois apresentava um novo enfoque à saúde da mulher brasileira, ele possuía ações 
educativas, preventivas, diagnóstico e tratamento, assistência em clinicas ginecológicas, pré-
natal, parto, puerpério, climatério, planejamento familiar DST, câncer de colo de útero e de 
mama e outras necessidades apresentadas pelas mulheres na época. 
Assim, ao pensarmos sobre políticas públicas quanto aos direitos reprodutivos, 
observa-se um esforço para interferir e agir na saúde feminina. Para se alcançar esses 
objetivos foram realizadas as implantações de programas e políticas nacionais voltadas a 
saúde da mulher. 
Nesse sentido em 2004, o Ministério da Saúde estabelece a “Política Nacional de 
Atenção à Saúde da Mulher”, visando a concretização dos avanços na área dos direitos 
sexuais e direitos reprodutivos através de metas e avanços da atenção obstétrica. Então, para 
alcançar a ampliação da execução das políticas de saúde foram criadas estratégias de 
pactuações diretas e indiretas, tais como: a Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher, 
o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, o Pacto pela Vida e a 
Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2013). 
Além disso, na década de 1980, ocorreu um movimento mundial em busca da 
humanização do parto e nascimento atraindo a atenção para a necessidade de modificações 
na assistência, na estimulação de novos pensamentos sobre a prática dos profissionais de 
saúde e a valorização do papel primordial da mulher nesse processo, com atenção centradas 
nas suas necessidades e segurança de forma humanizada. 
No Brasil, o marco pela busca por humanização do parto e nascimento acontece em 
1985 com a Conferência sobre Tecnologia Apropriada para o Nascimento e Parto, realizada 
em Fortaleza/CE e organizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pelos 
escritórios regionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa e Américas 
(UFSC, 2017). 
Dessa maneira, foram organizadas orientações, fundamentadas na reavaliação do 
conhecimento sobre as técnicas obstétricas, com a finalidade de restaurar o processo natural 
do nascimento e que a mulher tem papel central na assistência, sem tornar esse momento 
cheio de procedimentos e intervenções desnecessárias (WHO, 1985). 
Entre as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o processo 
natural do nascimento, podemos destacar: 
 Não é necessário indicações para a prática de tricotomia e enema antes do parto; 
 Não se deve realizar a episiotomia (incisão efetuada na região do períneo) de forma 
rotineira; 
 A mulher deve ter o direito a presença de um acompanhante de sua preferência 
durante o trabalho de parto, no parto e puerpério e sua escolha precisa ser estimulada 
e respeitada; 
Unidade 2 – Desafios da Atenção Obstétrica no Brasil e as Evidências Científicas na Atenção 
Materna e Neonatal9 
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 Mesmo que a mulher tenha histórico de cesariana prévia, é importante estimular e 
encorajar o parto normal; 
 A prática da amniotomia de rotina, ou seja, a ruptura de forma intencional e 
artificial das membranas amnióticas durante o parto não possui justificativa; 
 A mulher precisa ser estimulada a se movimentar e escolher a melhor posições para 
ela, sendo de livre escolha, enquanto a posição de litotomia deve ser evitada no 
trabalho de parto e parto. 
 Sempre que possível, o recém-nascido que está saudável, sem nenhum problema, 
deve continuar junto com sua mãe; 
 As mulheres que estão recebendo assistência nas instituições de saúde podem 
resolver o que vestir e com o que se alimentar. 
Assim em 1996, as orientações da OMS geraram o relatório “Maternidade Segura – 
Assistência ao parto normal: um guia prático”, nele práticas para a assistência ao parto foram 
indicadas ou não indicadas considerando evidências científicas (WHO, 1996). 
Enquanto isso no Brasil, a Rede de Humanização do Nascimento (ReHuNa) foi 
criada em 1993. Ela tem como objetivo divulgar a assistência e os cuidados perinatais, 
baseados em evidências científicas, passando também a noticiar largamente as 
recomendações da OMS em eventos, debates e publicando. 
Nesta perspectiva de transformações da atenção obstétrica no Brasil, o Ministério da 
Saúde tem apoiado, estimulado e acompanhado programas e ações, entre os quais separamos 
alguns e vamos exibir a seguir: 
 1984 - Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher: a mulher passa a ser 
compreendida de forma integral e não mais somente no ciclo reprodutivo 
 1999 - Portaria no 985: estabeleceu a criação do Centro de Parto Normal, sendo 
uma unidade de saúde que oferece atendimento humanizado unicamente ao parto 
normal sem distócia. 
 2000 - Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN): visa 
garantir a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento que 
se inicia no pré-natal, passa pela assistência ao parto e vai até o puerpério 
contemplando a gestante e o recém-nascido, no aspecto dos direitos de cidadania. 
 2004 - Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade materna e neonatal: Incide 
na implementação de um grupo de ações articuladas, que busca a qualificação da 
atenção obstétrica e neonatal. 
 2005 - Lei no 11.108: conhecida também como a “Lei do acompanhante”, ela obriga 
as instituições de saúde a aceitarem a presença de um acompanhante de escolha da 
mulher durante todo o processo do parto e puerpério imediato. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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 2007 - Lei no 11.634: a respeito do direito da gestante ao conhecimento e à sua 
vinculação à maternidade em que irá receber a assistência. 
 2008 - Resolução no 36/2008: regulamenta as ações e práticas dos Serviços de 
Atenção Obstétrica e Neonatal. 
 2011 - Portaria no 1.459/2011: estabelece a Rede Cegonha Rede Cegonha, como 
uma estratégia que visa certificar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo 
e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, e garantir às crianças o 
direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. 
Vale destacar que mesmo com todo o movimento para reduzir as intervenções na 
atenção obstétrica, o excesso dessas práticas obstétricas ainda acontece durante o trabalho 
de parto e parto. E que mesmo com todos os avanços obtidos, ainda persistem muitos 
desafios a serem enfrentados no Brasil. 
 
Unidade 3 – Institucionalização do Parto e a Prática das Cesáreas 
 
11 
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03 
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PARTO E A 
PRÁTICA DAS CESÁREAS 
 
 
 
 
O parto é uma experiência especial e significativa, sendo um processo singular para a mulher. 
A experiência do nascer representa, para muitos, um dos momentos mais significativos da 
existência humana. O nascimento é um evento natural, contudo existem especificidades, 
relacionadas a aspectos sociais, culturais, econômicos e biológicos, com isso, ao passar dos 
tempos, o parto sofreu várias modificações que transformaram o olhar desse evento. 
O parto, na antiguidade era visto como um assunto de mulheres, era realizado de 
maneira caseira, com a presença de uma parteira e, na maioria das vezes, da mãe da gestante. 
A parteira nessa época era a representação do que existia de melhor com relação ao 
conhecimento e assistência no parto. E normalmente os médicos só eram solicitados em 
casos de partos realmente complicados. 
Esse cenário começa a mudar com a criação dos fórceps, esse instrumento foi 
desenvolvido extrair o bebê quando o parto era complicado e que poderia levar a mortalidade 
materna e perinatal. Destarte, em meados do século XVI e começo do século XVII a parteira 
foi aos poucos perdendo seu espaço e expropriadas de seus saberes com o surgimento de 
médicos cirurgião atenção ao parto (MALDONADO, 2002). 
O uso do fórceps durante partos complicados por muito tempo salvou muitos recém-
nascidos e mães, em um tempo que a cesariana tinha números elevados de mortalidade, já 
que o fórceps, era uma alternativa à cesariana. Contudo, ao longo dos anos a cesariana foi 
evoluindo e já não apresentava mais tanto risco de óbito materno, passando a ser destacada 
cada vez mais para os nascimentos no Brasil (MALDONADO, 2002). 
O distanciamento da família foi acontecendo conforme o parto era institucionalizado, 
uma vez que os hospitais não eram preparados para assistir de maneira integral a gestante. 
O parto passou a ser um processo repleto de normas de comportamentos que são 
determinados pelo serviço hospitalar. Assim, a maioria delas ficavam internadas em 
enfermarias coletivas, sem privacidade, tornando as mulheres passivas nesse processo. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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É possível observar que o parto foi sendo retirado do lar, passando a ser realizado no 
hospital cada vez mais. Nesse contexto a mulher perde seu papel de protagonista no trabalho 
de parto, tendo seus direitos violados, a falta de privacidade e do seu poder de decisão como 
e onde seria seu parto e quais pessoas poderiam acompanhar esse momento. Além de, 
introduzirem procedimentos e recursos que não eram naturais desse evento. 
 Nessa perspectiva, a mulher foi perdendo sua autonomia, até mesmo, da melhor 
posição de parir, pois passava a ser normas nos hospitais que as mulheres deveriam parir em 
posição de litotomia, privando a mulher de escolher a posição mais confortável para ela e 
acatando a mais confortável ao médico no emprego de seus instrumentos e prática. 
 
 
3.1 PRÁTICA ATUAL DE CESARIANAS 
A cesariana é uma intervenção cirúrgica que tem como finalidade à retirada do bebêpor via 
abdominal e quando há indicação correta a cesariana traz benefícios tanto para mãe como 
para o bebê. Quando realizada da maneira ideal, é um procedimento seguro e eficaz na 
redução da mortalidade materna e perinatal. Contudo sua indicação indiscriminada, sem 
reais motivos, ocasiona riscos adicionais para mães e recém-nascidos. É preciso ter em mente 
que a cesariana é uma cirurgia e como qualquer outra, ela não está livre de complicações, 
tais como: acidentes operatórios, problemas relacionados a hemorragias, complicações 
anestésicas e entre outros problemas. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1985) a comunidade médica 
internacional avalia que a taxa ideal de cesariana seria entre 10% e 15% e que não existia 
justificativa para qualquer região do mundo ter uma taxa maior. No entanto as cesáreas estão 
se tornando cada vez mais frequentes nos países desenvolvidos como também naqueles em 
desenvolvimento. 
 Esse cenário é fácil de ser observado no Brasil, pois podemos considerar que está 
acontecendo uma epidemia de operações cesarianas, com cerca 1,6 milhão de cesarianas 
feitas a cada ano. Nos últimos anos o número de operações cesarianas tem aumentado 
progressivamente, tornando-a a maneira mais comum de nascimento no país, sendo o serviço 
privado o que mais realiza cesarianas no país (BRASIL, 2016). Por isso, é importante 
destacar que, apesar das complicações maternas graves adjuntas a cirurgia cesariana seja 
bem menos frequente, é possível detectar que quanto mais elevado o número desse 
procedimento, torna-se mais significativo o índice de complicações cirúrgicas graves 
decorrente desse procedimento. 
Do mesmo modo, cirurgias cesarianas desnecessárias realizadas em mulheres com 
idade gestacional em torno de 37ª semanas, faz com essa cirurgia passe a ser um fator 
contribuinte para a prematuridade tardia, da ocorrência de desconforto respiratório neonatal 
e internação em unidades de terapia intensiva neonatal. A operação cesariana pode causar, 
além de interferências na morbidade e mortalidade materna e neonatal, interferência no 
vinculo mãe e bebê, prejudicar o aleitamento materno e nos prejuízos futuros para o aspecto 
reprodutivo da mulher. Bem como de prováveis repercussões ao longo dos anos na saúde da 
criança (BRASIL, 2016). 
Unidade 3 – Institucionalização do Parto e a Prática das Cesáreas 
 
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No Brasil uso excessivo da operação cesariana inclui diversos motivos sendo 
possível destacar que a assistência ao parto ainda é organizada de forma centrada no 
desempenho individual do profissional de saúde, cada um desempenhando sua função e que 
a abordagem multidisciplinar e o trabalho em equipe ainda são pouco valorizados. Além 
fato, de que durante o pré-natal as gestantes não são devidamente preparadas e orientadas 
para o processo do parto e do nascimento. 
De tal modo, é importante realçar que outros fatores podem influenciar o aumento da 
taxa de cesarianas como por exemplo: as características demográficas, clínicas e obstétricas 
das mulheres (paridade, cesariana prévia, apresentação fetal, modo de início do trabalho de 
parto entre outras características), a estruturação dos serviços ou mesmo as preferências dos 
profissionais de saúde e das mulheres. 
Por isso, como os aspectos sociodemográfico, obstétrico e de complicações dos 
serviços de saúde podem modificar ao logo dos anos, é bem mais importante garantir que as 
mulheres que possuem indicações de cesariana recebam de modo seguro e adequado a 
assistência, do que a busca por uma taxa ideal. 
Considerando as evidências sobre a realização da cesariana podemos concluir que: 
 A cesariana é um procedimento eficaz para salvar a vida de mães e recém-nascidos, 
mas deve ser indicado por reais necessidades clínicas, com o objetivo de prevenir 
complicações. 
 Um maior número de cesárea maiores não significa redução de mortalidade materna 
e neonatal. 
 O ideal é que uma cesárea só seja realizada quando as evidências apresentadas 
confirmarem a real necessidade para o procedimento. Pois cesárea pode ocasionar 
complicações expressivas como sequelas ou morte. 
 É importante o empenho não apenas garantir que a cesárea seja realizada somente 
quando ocorrer indicações para o procedimento, mas que também seja realiza em 
locais com infraestrutura adequada e de forma segura e capacitado tratar 
complicações pós-operatórias. 
 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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04 
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DO 
PARTO CESÁREO 
 
 
 
 
Quando realizadas por motivos médicos, as cesarianas podem reduzir a mortalidade e 
morbidade materna e perinatal. Todavia não existe evidência de que realizar esse 
procedimento em mulheres ou bebês que não precisem dessa cirurgia traga benefícios. 
Assim, o Ministério da Saúde elaborou em 2016 as Diretrizes de Atenção à Gestante: 
a operação cesariana, com o intuito de realizar as recomendações necessárias para a operação 
cesariana, para orientação de profissionais de saúde e a população em geral sobre as 
melhores práticas e baseadas nas evidências científicas. 
Além de estabelecer, que os gestores estaduais, distrital e municipais do SUS, 
segundo a sua competência e pactuações, devem estruturar a rede assistencial, definindo os 
serviços de referências e estabelecendo os fluxos de atendimento as gestantes. Bem como, 
garantir que a gestante, ou seu responsável legal, sejam esclarecidos sobre os potenciais 
riscos e eventos adversos pertinentes ao procedimento cirúrgico ou uso de medicamentos 
para a cirurgia (BRASIL,2016). 
As recomendações para direcionamento de conduta sobre cesariana no Brasil vão ser 
apresentadas a seguir. 
 
 
4.1 INDICAÇÕES DE CESÁREA ELETIVA 
 Placenta prévia/acreta/vasa: nesse caso, a cesárea deve ser ofertada para a gestante 
que possui placenta prévia centro-total ou centro parcial. É importante avaliar o 
comprometimento de estruturas adjacentes (percreta e increta) para determinar a 
idade a data da cesariana. 
Unidade 3 – Institucionalização do Parto e a Prática das Cesáreas 
 
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 Apresentação pélvica/córmica: Para gestantes com feto em apresentação pélvica 
sem histórico de cesárea anterior, é preciso oferecer a versão cefálica externa (VCE) 
sendo recomendada a partir da 36ª semana. Em caso de insucesso ou de recusa da 
paciente a cesariana deve ser programada, sendo recomendada a partir de 39 semanas 
de idade gestacional. Aconselha-se aguardar o início do trabalho de parto. Se a 
gestante com feto em apresentação pélvica desejar o parto vaginal ela deve ser 
acompanhada por equipe experiente em parto pélvico. E é recomendado que a 
gestante seja alertada sobre os riscos e assine um termo de consentimento. 
 Infecção por HIV: Se gestantes está em de antirretroviral e com supressão da carga 
viral, se não existir a indicação por outro motivo de cesariana a via de parto vaginal 
é aconselhada. Mas caso, a gestante com diagnóstico de HIV sem tratamento 
antirretrovirale/ou carga viral ignorada ou maior que 1.000 cópias virais depois de 
34 semanas de gestação, a cesárea eletiva é indicada na 38º semana de gestação, com 
o objetivo de diminuir o risco de transmissão vertical. 
 Infecção por vírus Herpes simples (HSV): é recomendado programar a cesárea 
para gestantes com infecção ativa por herpes simples, com diagnóstico de infecção 
viral primária no terceiro trimestre ou infecção ativa no momento do parto. 
 Duas ou mais cesáreas anteriores: nessa situação a conduta realizada deve ser 
individualizada. É importante esclarecer sobre riscos e benefícios do parto vaginal e 
da cesárea para a gestante. Destacar também que mulheres com cesarianas prévias 
devem ser esclarecidas de que há um aumento do risco de ruptura uterina com o parto 
vaginal após cesariana prévia, mas que este risco é baixo, quando o número de 
cesárias é pequeno e vai aumentando à medida que cresce o número de cesarianas 
prévias. Por isso, caso a gestante tenha três ou mais cesarianas prévias a cesariana é 
recomendada. 
 Gemelaridade: é indicado programar a cesárea para gestantes com gestação 
gemelar: em que o primeiro feto esteja em apresentação não cefálica; com gestação 
gemelar monoamniótica com a finalidade de evitar possíveis complicações de 
cordão. Já nos casos em que a gestação gemelar não complicada e o primeiro feto 
está cefálico, é possível aguardar a evolução natural do trabalho de parto, contudo é 
preconizado que a decisão pela forma de nascimento seja individualizada avaliando 
as preferências e prioridades da gestante, os riscos e benefícios e as particularidades 
da gestação gemelar em questão. 
 Macrossomia fetal: As gestantes com diagnóstico de diabetes mellitus gestacional, 
pode ocorrer a indicação da cesariana, quando o feto possui a estimativa de peso na 
ultrassonografia maior que 4500g, ou quando não existe o diagnóstico de diabetes 
mellitus gestacional, a cesariana pode ser indicada para fetos com estimativa de peso 
na ultrassonografia maior que 5000g. 
 
 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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4.2 INDICAÇÕES DE CESÁREA INTRAPARTO/EMERGÊNCIA 
 Descolamento prematuro de placenta (DPP):é indicada a cesariana quando 
acontece sangramento anteparto, com suspeita de DPP e com complicações materno-
fetal. 
 Prolapso de cordão: nesse caso de parto não iminente, a via indicada é a cesárea. 
 Falha de progresso no trabalho de parto: considerar e avaliar para o diagnóstico 
todos os aspectos da evolução do trabalho de parto. Caso a vitalidade do feto esteja 
comprometida, orientar a mulher e realizar uma cesariana se o parto vaginal não for 
possível. 
 Infecção por vírus da hepatite B e C: nesses casos a operação cesariana não é 
recomendada como forma de prevenção da transmissão vertical. 
 Obesidade: não é considerada um fator determinante para a indicação de cesariana 
de maneira rotineira. 
 
 
4.3 REALIZAÇÃO DE CESARIANAS SEM RECOMENDAÇÕES 
CIENTÍFICAS 
Muito se fala sobre indicações reais de cesárea e indicações que não contemplam as 
evidências científicas acerca do assunto. Assim, é necessário conhecer as principais 
situações em que possam surgir indicações de cesárea sem a real necessidade, lembrando 
que a mulher tem o direito de escolher sobre a via de nascimento que deseja vivenciar, porém 
essa escolha deve ser livre, esclarecida e informada, sem interferências externas. 
Sobre as situações que não indicam a realização de uma cesariana: 
 Amniorrexe prematura 
 Cesárea anterior (esse caso deve ser individualizado, respeitando o tempo mínimo 
entre uma e outra) 
 Bebê com circular de cordão umbilical 
 Diabetes gestacional 
 Bebê alto (não há como identificar esse aspecto antes do início do trabalho de parto) 
 Macrossomia 
 Ameaça de parto prematuro 
 Gestante adolescente 
Unidade 3 – Institucionalização do Parto e a Prática das Cesáreas 
 
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 Presença de anemia 
 Baixa estatura materna 
 Polidrâmnio ou oligodrâmnio 
 Infecção urinária 
 Presença de grumos no líquido amniótico 
 Gravidez prolongada (alguns casos se referem a gestação que ultrapassa 40 semanas 
completas) 
 Falta de dilatação que é referida antes do início do trabalho de parto 
 Desproporção cefalopélvica sem dilatação de 8 a 10 cm e sem início do trabalho de 
parto 
 Trabalho de parto prematuro 
 Pressão arterial alta ou baixa 
 Grau da placenta (muitas vezes relacionado a senescência placentária) 
 Questões pessoais envolvendo o médico obstetra ou equipe de cirurgia 
 Influências do médico 
 Fratura prévia no cóccix ou na bacia 
 Constipação 
 Presença de hemorroidas 
 Inchaço nas pernas ou no corpo, dentre tantas outras 
 
 
4.4 PARTO NORMAL X CESARIANA 
Ambos são vias de nascimento, e quando indicados corretamente podem evitar possíveis 
desfechos desfavoráveis tanto para a mãe quanto para o bebê. Assim sendo, vale destacar as 
limitações e potencialidades de cada via de nascimento, tendo em vista o bem-estar materno 
e fetal. 
Aspectos da cesárea para a mãe: 
 Para algumas mulheres, o pós-cirúrgico pode apresentar intensificação de queixas de 
dores, assim como pode apresentar dificuldades para andar e cuidar do bebê; 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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 Representa maior risco de hemorragia, infecção e lesão de órgãos; 
 Aumenta o risco de complicações em uma próxima gestação. 
Aspectos da cesárea para o bebê: 
 Risco aumentado de nascimento prematuro e de ficar mais tempo longe da mãe em 
decorrência dos cuidados demandados pela prematuridade; 
 Risco aumentado de desenvolvimento de alergias e problemas respiratórios na idade 
adulta; 
 Maiores riscos de febre, infecção, hemorragia e ineficácia no aleitamento. 
Aspectos do parto normal para a mãe: 
 Recuperação ocorre mais rápida, 
 Há menos riscos de complicações, 
 Tendo em vista o processo fisiológico e natural, o aleitamento materno pode ser 
favorecido; 
 Riscos de complicações em próximas gestações diminuídos, 
 Queixas de dores durante o trabalho de parto 
Aspectos do parto normal para o bebê: 
 Se o nascimento ocorrer dentro do esperado e o bebê estiver bem, ele vai direto para 
o colo da mãe; 
 Considera o tempo das contrações e prontidão do bebê para sair. 
 
Unidade 5 – Aspectos Relacionados ao Processo Gestacional 
 
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05 
ASPECTOS RELACIONADOS AO 
PROCESSO GESTACIONAL 
 
 
 
 
Embora os conceitos abordados até aqui sejam voltados a cesariana, vale destacar as ações 
que envolvem o pré-natal durante a gestação, tendo em vista que muitas condições clínicas 
de risco ou que possam indicar uma possível realização de cesárea, podem ser identificadasdurante essa assistência imprescindível. 
Ademais, as orientações com relação ao parto e nascimento devem ser repassadas 
durante as consultas de pré-natal, tornando um ambiente propício a escuta ativa da gestante 
e sua rede de apoio, retirada de dúvidas, esclarecimento sobre as vias de nascimento, suas 
vantagens, desvantagens e indicações. É através dessas ações que a mulher adquire 
autonomia para escolher o tipo de parto que pretende vivenciar, tudo de forma consciente e 
esclarecida. 
 
 
5.1 PRÉ-NATAL 
A atenção à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde também incorpora como objetivo 
a ampliação, qualificação e humanização do atendimento durante a gravidez e o período 
puerperal, assim, a atenção pré-natal e puerperal são essenciais, sendo de responsabilidade 
do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Uma vez que a realização do pré-natal de qualidade durante a gravidez pode diminuir 
os índices de morbidade e a mortalidade materno-infantil consideravelmente, pois durante o 
pré-natal é possível identificar algum risco gestacional pelo profissional de saúde, o que 
possibilita que seja realizada as orientações necessárias e os encaminhamentos apropriados. 
Apesar disso, essas taxas ainda são significativas e representam um desafio para o sistema 
de saúde. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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Assim, para mudar essa realidade é necessário ampliar a assistência pré-natal 
adequada as gestantes, com ações de detecção e a interferência precoce nas condições de 
risco, além de um trabalho de rede competente ágil, com a qualificação da assistência ao 
parto. Esses são importantes determinantes dos indicadores de saúde relacionados atenção 
materno infantil, pois através deles é possível diminuir as principais origens de mortalidade 
materna e neonatal. 
Nesse sentido, a atenção básica é apresentada como uma importante ferramenta para 
alcançar esses objetivos. Por isso, é necessário cada vez mais ações para ampliação da 
organização dos serviços ofertados pela atenção básica nos municípios, considerando 
questões sobre processos do cuidado, acesso a exames e aos seus resultados em tempo 
aceitável, bem como a qualificação dos profissionais de saúde. Assim como, garantir a 
integração da Atenção Básica (AB) com a rede, visando o cuidado materno-infantil. 
Para isso os estados e municípios precisam conter de uma rede de serviços constituída 
para a atenção obstétrica e neonatal, com estruturas estabelecidas de referência e 
contrarreferência e que deve garantir os seguintes elementos: 
 
 
5.2 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO, ANAMNESE E ORIENTAÇÕES 
A avaliação pré-concepcional é feita através de uma consulta com o casal antes da gravidez, 
seu objetivo é realizar a identificação de condições de risco ou enfermidades que podem 
modificar o processo normal de uma gestação futura. De tal modo, ela compõe uma 
ferramenta importante para diminuir os índices de morbidade e mortalidade materna e 
infantil. 
De acordo, com Brasil (2012) no mínimo metade das gestações não são planejadas, 
ainda que elas possam serem desejadas. Contudo, o que ocorre para a falta de planejamento, 
em muitas ocasiões, é ausência de orientação ou de oportunidades para a obtenção de algum 
método anticoncepcional. Sendo, o grupo de adolescentes afetados com mais frequência. 
Consequentemente é necessário que o em planejamento reprodutivo seja implantado 
na sua totalidade, sendo repassado as informações e orientações sobre os métodos de 
proteção e que ele seja de livre escolha e de acordo com a necessidade de cada pessoa, bem 
como o estímulo à dupla proteção para prevenção da gravidez e do HIV/aids e das demais 
IST. Essas ações podem acontecer nas consultas médicas, de enfermagem e visitas 
domiciliares. Além disso, na realização de atividades educativas em ações de vacinação, nas 
escolas e associações de moradores. 
Devem ser desenvolvidas na avaliação pré-concepcional: 
 Realizar a anamnese e exame físico; 
 Solicitar exames laboratoriais e ginecológico; 
 Investigar o uso de substâncias (medicação, hábito de fumar, álcool e drogas ilícitas); 
Unidade 5 – Aspectos Relacionados ao Processo Gestacional 
 
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 Realizar a história clínica, na busca de fatores que podem causar complicações na 
futura gravidez; 
 Levantar história familiar (doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, hipertensão e 
diabetes); 
 Registrar história obstétrica. 
 
 
5.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
Com o objetivo de ampliação da captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde 
compreendeu o Teste Rápido de Gravidez no protocolo dos exames de rotina do pré-natal e 
pode ser feito na própria atenção básica, com isso a confirmação da gravidez e o início do 
pré-natal será realizado de maneira mais rápida. Portanto, toda mulher da área que é 
compreendida pela unidade de saúde e apresenta história de atraso menstrual superior a 15 
dias precisará ser orientada pelos profissionais de saúde a fazer o Teste Imunológico de 
Gravidez (TIG), sendo solicitado pelo médico ou enfermeiro da unidade (BRASIL, 2012). 
Em casos que a mulher apresenta história de atraso menstrual de mais de 12 semanas, 
o diagnóstico da gravidez pode ser realizado pelo próprio exame clínico e do exame físico, 
sem a necessidade de solicitar o TIG. E considerando as queixas principais da mulher como: 
atraso menstrual, fadiga, mastalgia, ao aumento da frequência urinária e enjoos e/ou vômitos 
matinais. 
 
5.3.1 Sinais diagnósticos da gestação 
 
 
 
 
 
 
Sinais de Presunção (Inespecíficos) 
 Amenorreia; 
 Sintomas clínicos tais como: enjoos, vômitos, tonturas, aumento da salivação, 
modificação no apetite, aumento da frequência urinária e sono excessivo); 
Presunção Provável Certeza 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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 Alterações anatômicas, como: aumento das mamas, mamilos sensíveis, tubérculos 
de Montgomery, presença de colostro no mamilo, coloração violácea vulvar, cianose 
vaginal e cervical, crescimento do volume abdominal. 
Sinais de Probabilidade 
 Amolecimento da cérvice uterina, com futuro aumento do seu volume; 
 As paredes vaginais ficam aumentadas e ocorre o aumento da vascularização; 
 Beta do HCG positivo no soro materno desde o oitavo ou nono dia após a fertilização. 
Sinais de Certeza 
 Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF); 
 Presença dos movimentos fetais a partir da 18 a 20 semanas; 
 Realização da Ultrassonografia e a visualização do saco gestacional, por via 
transvaginal ele pode ser visualizado com apenas 4 a 5 semanas gestacionais. 
E logo depois de confirmar a gravidez, deve-se iniciar o acompanhamento da gestante 
com consultas médicas ou de enfermagem e atenção da equipe de multiprofissional. 
 
 
5.4 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL 
A gestação é um processo fisiológico, mas que envolve mudanças físicas, sociais e 
emocionais devendo ser reconhecido assim pelas gestantes e equipes de saúde. Porém, por 
conta de algunsaspectos de risco, determinadas gestantes podem apresentar maior 
possibilidade de uma evolução complicada desse processo, ou seja, uma “gestante de alto 
risco”. 
Nesse sentido, é necessário realizar a classificação das gestantes com o objetivo de 
diminuir a morbimortalidade materno-infantil e ampliação do acesso com qualidade. 
Entenda que a classificação de risco é um processo permanente e dinâmico para identificar 
pacientes que precisam de tratamento imediato, conforme o potencial de risco, os agravos à 
saúde ou o grau de sofrimento e que deve ocorrer em toda consulta. 
De acordo com Brasil (2012) existem fatores de risco que admitem a realização do 
pré-natal pela equipe de atenção básica e esses fatores são: 
Fatores relacionados aos aspectos individuais e às condições sociodemográficas 
desfavoráveis: 
 Ter menos de 15 e mais que 35 anos; 
Unidade 5 – Aspectos Relacionados ao Processo Gestacional 
 
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 Profissão: esforço físico demasiado, carga horária vasta, rodízio de horário, 
exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; 
 Apresentar situação familiar insegura e não aceitar a gravidez, especialmente em 
adolescente; 
 Situação matrimonial insegura; 
 Baixo nível de escolaridade (menos de cinco anos de estudo regular); 
 Aspectos ambientais desfavorável; 
 Estatura menor do que 1,45m; 
 IMC que demonstre baixo peso, sobrepeso ou obesidade. 
Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: 
 Recém-nascido com dificuldades de crescimento, pré-termo ou com malformação; 
 Macrossomia fetal; 
 Problemas com síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; 
 Intervalo entre um parto e outro menor do que dois anos ou maior do que cinco anos; 
 Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); 
 Cirurgia uterina prévia; 
 Três ou mais cesarianas. 
Fatores relacionados à gravidez atual: 
 Ganho de peso inadequado; 
 Infecção urinária; 
 Anemia. 
 
 
5.5 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES 
O calendário de consultas deve iniciar precocemente, logo no primeiro trimestre e ser 
regular. Essas consultas podem ser realizadas na unidade de saúde ou nas visitas 
domiciliares. Para se garantir o mínimo de assistência é necessário realizar no mínimo seis 
consultas, sendo intercalada entre médico e enfermeiro. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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Por isso, o ministério da saúde adota para o cronograma de consulta as seguintes 
recomendações: 
Até 28ª semana Mensalmente 
Da 28ª até a 36ª semana Quinzenalmente 
Da 36ª até a 41ª semana Semanalmente 
 
 
5.5.1 Exames complementares 
Já na primeira consulta devem ser solicitados exames complementares para que seja 
realizado o cuidado integral da gestante. 
Exames do 1º trimestre: 
 Hemograma; 
 Tipagem sanguínea e fator Rh; 
 Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo); 
 Glicemia em jejum; 
 Teste rápido para sífilis ou VDRL/RPR; 
 Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); 
 Toxoplasmose (IgM e IgG); 
 Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
 Urina tipo I, urocultura e antibiograma; 
 Exame da secreção vaginal (Se houver indicação clínica); 
 Ultrassonografia obstétrica; 
IMPORTANTE LEMBRAR! Não existe “alta” das consultas de pré-natal antes 
do parto. Mas quando o parto não ocorre até a 41ª semana é preciso encaminhar a 
gestante para avaliação do bem-estar fetal. 
Unidade 5 – Aspectos Relacionados ao Processo Gestacional 
 
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 Citopatológico (Se houver indicação clínica); 
 Parasitológico de fezes (Se houver indicação clínica); 
 Eletroforese da hemoglobina (devido ao alto grau de miscigenação da população 
brasileira, todas as gestantes necessitam ser rastreadas para doença falciforme). 
Exames do 2º trimestre: 
 Teste de tolerância para glicose, com 75 g nas gestantes sem diagnóstico prévio de 
DM (24ª a 28ª semana) 
 Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo). 
Exames do 3º trimestre: 
 Glicemia em jejum; 
 Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo) nesse caso o protocolo de Saúde da 
Mulher da atenção básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016), diz que o coombs 
indireto deve ser solicitado a partir da 24ª semana e repetido a cada 4 semanas, se 
negativo; 
 Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); 
 Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
 Hemograma; 
 Urina tipo I, urocultura e antibiograma; 
 Exame de toxoplasmose só repete se o IgG do primeiro exame tenha como resultado: 
não reagente; 
 Teste rápido para sífilis ou VDRL. 
 
 
5.6 IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO 
 
5.6.1 Idade gestacional 
O método para estimar a idade gestacional (IG) deve considerar a data da última menstruação 
(DUM). 
Quando a gestante sabe a data certa da última menstruação (DUM): 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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 Com o auxílio do calendário: o profissional deverá somar o número de dias do espaço 
entre a DUM e a data da consulta, depois dividir o total por sete (resultado em 
semanas); 
Exemplo: a é DUM: 06/02/2021 e a data da Consulta dia: 06/03/2021, somando os 
dias do intervalo da DUM para a consulta, ficamos com 28, agora é só dividir por 7, o 
resultado será 4 ou seja 4 semanas. 
 Ou com o auxílio do gestograma: o profissional deve colocar a seta sobre o dia e o 
mês correspondentes a DUM da gestante e observar o número de semanas apontado 
no dia e mês da consulta atual. 
Quando a gestante não sabe a data da última menstruação (DUM), mas lembra o 
período do mês em que ela ocorreu: 
 Se a gestante relata que esse período foi no início, meio ou fim do mês, o profissional 
deve considerar como DUM os dias 5, 15 e 25, respectivamente. E então, realizar um 
dos métodos descritos anteriormente (usando do calendário ou o gestograma). 
 Quando a gestante não lembra a data e o período da última menstruação: 
 É possível realizar a medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, e da 
informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que comumente ocorrem 
entre 18 e 20 sem. 
 Mas quando não é possível definir clinicamente a idade gestacional é recomendado 
o uso da ultrassonografia obstétrica. 
 
5.6.2 Data provável do parto 
Para calcular a data provável do parto (DPP) é necessário considerar a DUM. Podemos 
realizar essa técnica de duas maneiras: com o disco (gestograma) ou com a Regra de Näegele. 
 Disco (gestograma): para saber a DPP basta colocar a seta sobre o dia e o mês 
correspondentes a DUM da gestante e observar para onde a seta está direcionada, 
indicando a data (dia e mês) com a data provável do parto. 
 Regra de Näegele: nesse caso, para saber a DPPé preciso somar sete dias ao 
primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a 
última menstruação (ou nos casos em que o mês da DUM corresponderem aos meses 
de janeiro a março adicionar nove meses). E em casos que o número de dias for maior 
do que o número de dias do mês, os dias excedentes devem ser passados para o mês 
seguinte, adicionando um ao final do cálculo do mês. 
Exemplos: 
Data da última menstruação (DUM): 16/05/20 
Unidade 5 – Aspectos Relacionados ao Processo Gestacional 
 
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Dia:16 + 7 = 23 
Mês: 5 – 3 = 2 
 
Data provável do parto (DPP): 23/02/21 
Data da última menstruação: 11/02/20 
Dia: 11 + 7 = 18 
Mês: 2 + 9 = 11 
 
Data provável do parto (DPP): 18/11/20 
 
 
5.7 PALPAÇÃO OBSTÉTRICA E MEDIDA DA ALTURA UTERINA 
(AU) 
A palpação obstétrica tem como objetivos a identificação do crescimento fetal, o diagnóstico 
de anormalidades partindo da relação entre a altura uterina e a idade gestacional e a 
identificar da situação e a apresentação fetal. 
Assim, é importante realizar a palpação obstétrica antes da medida da altura uterina. 
Pois ela deve ser iniciada pela delimitação do fundo uterino, do mesmo que de todo o 
contorno da superfície uterina. Dessa forma, o profissional reduz o risco de erro da medida 
da altura uterina, quando realizado esse procedimento. 
 
5.7.1 Palpação obstétrica 
A técnica para palpação abdominal é realizada através das Manobras de Leopold, essa 
técnica é realizada em 4 passos: 
Com o auxílio das demarque o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos 
e distinga a parte fetal que o ocupa; 
Depois vá deslizando as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, buscando 
palpar o dorso e as pequenas partes do feto; 
Então, procure a mobilidade do polo, que se exibe no estreito superior pélvico; 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Por fim, defina a situação fetal, depositando as mãos sobre as fossas ilíacas e 
deslizando em direção à escava pélvica e envolvendo o polo fetal, que se apresenta. Podemos 
encontrar as situações: longitudinal (cefálica e pélvica), transversa (córmica) e oblíquas. 
A ilustração abaixo demonstra os 4 passos da Manobra de Leopold, seguindo a ordem 
da esquerda para a direita. 
 
 
5.7.2 Medida da altura uterina (AU) 
Principal objetivo da medida da altura uterina é acompanhar o crescimento fetal comparando 
a medida da altura uterina com o número de semanas gestacionais. Para isso, foi 
desenvolvido um Padrão de referência a partir dos dados do Centro Latino-Americano de 
Perinatologia (CLAP) que correlaciona as curvas de altura uterina para a idade gestacional, 
nas quais os percentis 10 e 90 marcam os limites da normalidade. 
Como realizar a técnica para medida da altura uterina de acordo com Brasil (2012): 
1. A gestante precisa estar em decúbito dorsal, com o abdome descoberto; 
2. Demarque a borda superior da sínfise púbica e depois o fundo uterino; 
3. Com a palpação, busque corrigir a corriqueira dextroversão uterina; 
4. Depois é preciso fixar a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, na borda superior 
da sínfise púbica com o auxílio de uma das mãos, passando-a entre os dedos 
indicador e médio. 
5. Então com a outra mão vá deslizando a fita métrica entre os dedos indicador e médio 
até obter o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão; 
6. Assim realize a leitura quando a borda cubital da mão chegar no fundo uterino; 
7. Por fim, realize a anotação da medida, em centímetros, na ficha do pré-natal e no 
cartão da gestante. Além de marcar o ponto na curva da altura uterina. 
Unidade 5 – Aspectos Relacionados ao Processo Gestacional 
 
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5.8 AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS 
A ausculta dos batimentos cardíacos fetais - BCF representa uma importante etapa do pré-
natal e tem como objetivo verificar a cada consulta realizada como está a presença, o ritmo, 
a frequência e a normalidade dos BCF. Essa ausculta precisa ser realizada com o sonar, é 
possível realizar a técnica após 12 semanas de gestação, mas caso seja com Pinard, a ausculta 
só será provável após 20 semanas. 
É avaliada como normal a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por 
minuto (BRASIL,2012). Já de acordo com o Protocolo da Atenção Básica: Saúde das 
Mulheres (2016), a frequência cardíaca fetal normal é de 110 a 160 bpm. 
É importante lembrar que logo depois de contração uterina, da movimentação fetal 
ou de estímulos mecânicos sobre o útero, é normal um aumento transitório na frequência 
cardíaca fetal e que isso representa um sinal de boa vitalidade. 
ATENÇAO! Se depois de contração uterina, da movimentação fetal ou de 
estímulos mecânicos sobre o útero ocorrer uma desaceleração ou a não alteração 
da frequência cardíaca fetal, temos, então, um SINAL DE ALERTA, o que 
demanda a avaliação da vitalidade fetal, por isso a gestante deve ser referenciada 
para um nível de maior complexidade ou à maternidade. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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5.9 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO 
Durante a gestação existem recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), 
do Ministério da Saúde, para a vacinação das gestantes. Pois a vacinação durante a gravidez 
tem como objetivo não só proteger a gestante, como também a proteger o feto. 
Esquema de vacinação da gestante 
VACINAS SITUAÇÃO ESQUEMA INDICADO 
Vacina contra 
influenza 
 
Gestantes em qualquer período 
gestacional 
 Dose única 
 
Vacina contra 
hepatite b 
 
Gestantes com esquema 
incompleto: deve-se completar 
o esquema. 
Três doses com intervalo de 30 
dias entre a primeira e a segunda e 
de 180 dias entre a primeira e a 
terceira. 
Gestantes com esquema 
completo: não se deve vaciná-
las 
Dupla adulto – 
dT e dTpa 
Previamente vacinada, com 
pelo menos 3 doses de vacina de 
dT 
1 dose de dTpa, preferencialmente 
≥ da 20ª semana, pode ser 
administrada até o puerpério. 
Quando a vacinação é 
incompleta, tendo recebido 1 
dose de vacina dT 
1 dose de dT e 1 dose de dTpa, a 
partir da 20ª semana de gestação. 
Respeitando o intervalo mínimo de 
30 dias entre elas. 
Quando a vacinação incompleta 
tendo recebido 2 doses de 
vacina de dT 
1 dose de dTpa a partir da 20ª 
semana de gestação, o mais 
precocemente possível. 
Em gestantes não vacinadas 
e/ou histórico vacinal 
desconhecido 
2 doses de dT; e 1 dose de dTpa, a 
partir da 20ª semana de gestação. 
Respeitar intervalo mínimo de 30 
dias entre elas. 
 
 
Unidade 5 – Aspectos Relacionados ao Processo Gestacional 
 
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5.10 PRINCIPAIS SUPLEMENTOS PARA AS MULHERES NO CICLO 
GRAVÍDICO-PUERPERAL 
Ácido Fólico 
É indicado para prevenção de anomalias congênitas do tubo neural, principalmente 
nas mulheres com histórias prévias desse tipo de malformações; Indicado administração 
preventiva de 400 mcg de ácido fólico, solução oral 0,2 mg/mL. A apresentação dessa 
medicação é a solução oral 0,2mg/mL ou em cápsula de 400µg ou 0,4mg. 
Sulfato Ferroso 
É indicado uso para gestantes logo no início do pré-natal parao tratamento e 
profilaxia de anemia. Usado em todo o período da gravidez até o 3º mês pós-parto ou pós-
aborto, na dosagem de 1 comprimido de sulfato ferroso/dia (200mg), que corresponde a 
40mg de ferro elementar. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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06 
CONCEITOS E PRÁTICAS DA CESARIANA 
 
 
 
 
Ao contrário dos partos que ocorrem de forma natural, denominados de “partos normais” ou 
via de nascimento normal, os partos que ocorrem via cirurgia cesariana recebem um 
significado referente a procedimentos cirúrgicos. Desse modo, a cesariana, cesárea ou 
operação cesariana, se refere ao ato cirúrgico realizado em ambiente apropriado e 
especializado, tendo em vista promover incisões abdominais e uterinas para retirada do bebê. 
A cesariana veio como uma forma importante de salvaguardar a vida da mãe e do 
bebê, sobretudo nos partos com distocia (quando há complicações que ocorrem durante o 
trabalho de parto). Para que ela cumpra sua função com qualidade, é de suma importância o 
reconhecimento das suas reais indicações, uma vez que há uma grande incidência do 
procedimento de forma indiscriminada, o que pode levar a altos custos financeiros e 
desencadear em um problema obstétrico e/ou neonatal. 
Assim, se faz necessário conhecer os principais conceitos e técnicas relacionados ao 
procedimento, tendo em vista as informações baseadas em evidências e a prática clínica em 
obstetrícia. 
Mesmo o enfermeiro não sendo o responsável pelo procedimento, ele deve auxiliar 
durante este, assim como sua atuação na Atenção Básica envolve orientações e 
conscientizações da população para que a prática de cesáreas seja restrita aos casos de 
necessidade obstétrica/neonatal e/ou quando mesmo após ser informada e orientada, a 
mulher opta pela operação conhecendo todos os riscos, benefícios e indicações. 
 
 
6.1 PROCEDIMENTO 
Com o passar dos anos e a evolução constante das tecnologias em saúde, a técnica de 
cesariana foi aperfeiçoada e novas condutas foram pensadas no intuito de evitar 
complicações como: sangramentos intensos, infecções e morbimortalidade associada. 
Assim, tendo em vista os constantes estudos clínicos realizados, o procedimento segue a 
Unidade 6 – Conceitos Básicos da Cesariana 
 
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cada dia aprimorando e modificando condutas não adequadas, visando o maior bem estar 
materno fetal. 
Assim, atualmente podemos observar diversas técnicas para realização da operação 
cesariana, sendo algumas mais conhecidas e utilizadas, de modo que cada médico(a) obstetra 
utiliza a técnica que mais se adequa as suas experiências e habilidades preferenciais. 
Para tanto, serão abordadas três técnicas disponíveis, de modo a compreender um 
pouco mais sobre os passos do procedimento em questão (VITALE et al., 2014). O quadro 
a seguir trará as técnicas de Pfannenstiel-Kerr (preferencialmente utilizada) e de Misgav-
Ladach. 
Etapas Técnica de Pfannenstiel-
Kerr 
Técnica de Misgav-Ladach 
Abertura A incisão da pele é realizada 
em uma medida de 2 a 3 cm 
acima da sínfise púbica, onde a 
sua extensão terá em torno de 8 
a 12 cm, de modo curvilíneo, 
de modo que o resultado 
representa o formato de um 
sorriso. Após a incisão inicial, 
ocorre o segmento das 
próximas camadas, 
inicialmente o tecido 
subcutâneo e aponeurose do 
músculo reto abdominal, onde 
agora é realizada incisão 
transversal e para segurar a 
abertura, coloca-se uma pinça 
de Kocher nas bordas e a partir 
disso ocorre uma dissecção do 
músculo reto abdominal, indo 
da região umbilical a sínfise 
púbica. Posteriormente, há a 
separação do músculo reto, que 
dá acesso ao peritônio parietal 
e a fáscia transversa. A incisão 
do peritônio visceral é feita 
junto ao útero utilizando uma 
tesoura de Metzenbaum. Para 
incisão do útero, lança-se mão 
de um bisturi a fim de protuir 
as membranas, e após isso, 
lateralmente é dado segmento a 
incisão, agora, utilizando uma 
tesoura curva. 
Nessa técnica há diferenças 
significativas com relação ao 
formato e tamanhos das 
incisões, a iniciar pela 
incisão da pele que ocorre de 
modo transversal, cerca de 3 
a 4cm acima da sínfise 
púbica e com 15 a 17cm de 
extensão. Para as etapas 
seguintes segue-se o tecido 
subcutâneo sendo afastado 
da linha média e a 
aponeurose e o músculo reto 
abdominal sofrem pequena 
incisão, de modo que para 
afastá-los é realizada uma 
tração craniocaudal. Assim 
também é feito com o 
peritônio parietal, sendo 
esticado na mesma direção 
realizada pela tração 
anterior. A incisão uterina é 
realizada semelhante a 
anterior, com o uso de 
bisturi, porém, a diferença é 
que nessa técnica utiliza-se 
os indicadores para 
aumentar a abertura lateral. 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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Dequitação Nessa técnica a placenta é 
removida de forma manual 
Já nessa a remoção 
placentária é feita por tração 
controlada do cordão 
Histerorrafia Para realização da histerorrafia 
em ambas as técnicas, não há 
exteriorização do útero e a 
incisão é reparada em duas 
camadas contínuas, através do 
cruzamento ou não dos fios. 
A mesma técnica anterior 
Fechamento Nessa técnica há a sutura 
contínua de ambos os 
peritônios (parietal e visceral). 
Os músculos reto abdominais 
unem-se através de 3 ou 4 
pontos separados, já a 
aponeurose com cruzamento 
dos fios e sutura contínua. O 
tecido subcutâneo fecha-se 
através de pontos separados e a 
pele, mediante pontos 
intradérmicos. 
Já nessa técnica, o 
fechamento possui 
diferenças significativas, 
incialmente, não há sutura 
dos peritônios e nem 
aproximação dos músculos 
reto abdominais e com 
relação a fáscia, a sutura é 
contínua, porém não há 
cruzamento dos fios. No que 
se refere ao fechamento da 
pele, as suturas são 
separadas, em torno de 3 
pontos, com aproximação 
dos pontos mediante auxílio 
de uma pinça Allis por um 
tempo de 5 minutos 
aproximadamente. 
Fonte: Martins-Costa, et al., Rotinas em obstetrícia, 2017 
 
6.1.1 Condutas pré-operatórias e intraoperatórias 
As condutas elaboradas para o período pré-operatório visam assim como qualquer 
procedimento cirúrgico,o bem-estar do cliente e restabilização hemodinâmica o mais rápido 
possível. 
Nesse contexto, o foco deve ser sempre o bem-estar materno fetal e para isso, 
algumas medidas devem ser consideradas para o período pré-operatório: 
 Deixar preparado materiais de reanimação fetal caso seja necessário um manejo 
intraparto 
 Jejum pré-cirúrgico deve ser considerado 
 Reserva sanguínea para os casos em que haja a presença de hemorragias 
Unidade 6 – Conceitos Básicos da Cesariana 
 
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 Suporte adequado de berçário e quando disponível, assistência intensiva neonatal 
 Profilaxia de infecções, com a utilização de antibioticoterapia que segue padrões 
protocolados pelo hospital responsável pelo procedimento 
 Inserção de sonda vesical de demora 
 
6.1.2 Anestesia na cesariana 
Existem atualmente diversos tipos de anestesia e estas podem ser empregadas nos mais 
diversos contextos de saúde do Brasil e do mundo, sendo importante considerar a rotina de 
cada serviço. Para tanto, serão desatacados os principais tipos de anestesia utilizados para a 
cesárea, considerando a anestesia regional, raquidiana e peridural, de modo que a anestesia 
geral só é utilizada no casos em que haja contraindicações para as demais. 
Anestesia raquidiana 
É mais escolhida na prática de cesarianas, especialmente em procedimentos mais 
rápidos, possui menor volume de anestésico, maior nível de segurança e quando associada a 
agulhas (menor calibre) e biseis mais confortáveis, reduz a ocorrência de cefaleia no pós-
operatório. 
Anestesia peridural 
Tipo escolhido quando há previsão de tempos intraoperatórios maiores, desde que 
não haja nenhuma contraindicação para tal. 
A utilização de qualquer que seja o anestésico, requer a monitorização materna 
constante e infusão de soluções cristaloides. 
 
6.1.3 Pós-cesariana 
O período pós-cesariana compreende o momento em que a mulher sai do centro cirúrgico e 
percorre pela sala de recuperação pós-anestésica e por fim, para os quartos de enfermaria. 
Sobretudo, é válido destacar que o profissional de enfermagem atua diretamente nesse 
contexto, sendo de suma relevância, que a paciente seja acompanhada principalmente nas 
primeiras horas do pós-cirúrgico. 
Assim como no parto normal, a mulher entra em puerpério imediato assim que o 
procedimento se encerra e esse período tem duração dentro das primeiras 24 horas após o 
parto. As outras fases do puerpério compreendem: 
 Puerpério mediato: inicia a partir do 1° dia e segue até o 10° dia pós-parto 
 Puerpério tardio: vai do 11° ao 45° dia pós-parto 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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 Puerpério remoto: período após o 45° dia pós-parto. 
Inicialmente a puérpera irá possuir limitações na deambulação, tendo em vista que 
ainda está restrita ao leito para completa recuperação do pós-operatório imediato. Quando a 
alimentação, algumas literaturas apontam para um intervalo de 8 horas de pós-cirúrgico, 
sendo observada a rotina do serviço
Unidade 7 – Assistência de Enfermagem 
 
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07 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
A enfermagem possui um grande diferencial que consiste na capacidade de apoiar e 
comunicar-se com a parturiente e familiares, fortalecendo o contato e o vínculo, promovendo 
uma relação interpessoal importante, principalmente durante a parturição, tornando-se 
primordial desde o início. 
Portanto, as atividades realizadas pelo enfermeiro demandam responsabilidades 
múltiplas, além de conhecimentos específicos e de habilidades, possuindo competência para 
identificação de riscos de forma precoce e complicações nas gestantes em trabalho de parto 
ou não, além de desempenhar a assistência de acordo com os preceitos da integralidade e 
equidade, objetivando um atendimento humanizado individual e coletivo. 
Com base na execução de uma assistência aliada a bons resultados em saúde, a 
enfermagem possui aparatos científicos e baseados em evidências, que quando aliados teoria 
e prática, tornam possível um cuidado resolutivo e pautado nas reais necessidades do 
paciente. 
A partir dessa perspectiva, vale ressaltar uma ferramenta específica da profissão, que 
serve como base para todo o cuidado de enfermagem, sendo de suma importância, que o 
profissional tome conhecimento e seja estimulado a sua utilização na prática clínica. Os 
tópicos abaixo irão abordar de modo mais detalhado sobre a Sistematização da Assistência 
de Enfermagem, com enfoque para o processo de enfermagem, como ferramenta essencial 
do cuidado e sua aplicação na assistência prestada a mulher durante o ciclo gravídico-
puerperal de pós-cesariana. 
 
 
7.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
Com base no exposto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), pode ser 
aplicada as diversas necessidades do paciente, o que inclui o cuidado de enfermagem em 
saúde da gestante, nas síndromes hipertensivas, atuando de forma relevante, pois representa 
Atualização em Assistência de Enfermagem ao Parto Cesáreo 
 
 
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uma etapa importante no contato profissional com o paciente, considerando uma ferramenta 
teórico científica, que contribui para o crescimento da profissão enquanto ciência, embasa o 
raciocínio clínico, a tomada de decisões e o planejamento dos cuidados de enfermagem. 
A possibilidade de aplicar a SAE no cotidiano dos diferentes cenários assistenciais 
torna o enfermeiro capaz de exercer as suas funções privativas, sem relegar suas funções 
junto a equipe. A SAE é um instrumento do cuidado e deve ser desenvolvida com vistas a 
qualificar a assistência e minimizar os riscos aos usuários. 
O enfermeiro deve compreender a SAE e aplicá-la em seu trabalho para construir 
seu compromisso com a melhoria da qualidade da assistência e a promoção da autonomia 
do indivíduo. Porém, constata-se que a maioria dos profissionais apresenta 
desconhecimento desse método de trabalho, não utilizando-o na prática profissional, ou 
apenas realizando algumas de suas etapas. 
Sobretudo, a SAE organiza o trabalho profissional quanto ao método, de pessoal e os 
instrumentos metodológicos, tornando possível a operacionalização do Processo de 
Enfermagem, que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da 
prática profissional. 
Desse modo, integrado a SAE, utiliza-se o Processo de Enfermagem (PE) dividido 
em cinco etapas, que segundo Wanda Horta, são inter-relacionadas, sendo elas: histórico de 
enfermagem ou coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, 
implementação e avaliação de enfermagem. A imagem abaixo demonstra as cinco etapas do 
processo de enfermagem de modo interligado e interdependente. 
O termo Processo de Enfermagem

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