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Bioquímica II Glicólise Glicose Ocupa posição central no metabolismo de plantas, animais e muitos microrganismos; Relativamente rica em energia potencial, por isso, é considerada um bom combustível; Quando há aumento da demanda de energia no organismo a glicose pode ser liberada e utilizada para produzir ATP, tanto de maneira aeróbia quanto de anaeróbia; Precursor muito versátil, capaz de suprir uma grande variedade de intermediários metabólicos em reações biossintéticas – como a Escherichia coli, que pode obter a partir da glicose os metabólitos necessários para o seu crescimento; Em animais e vegetais, tem quatro destinos principais: 1. Síntese de polissacarídeos complexos direcionados ao espaço extracelular; 2. Armazenação em células (como polissacarídeo ou como sacarose); 3. Oxidação, resultando em compostos de três átomos de carbonos (piruvato) por meio da glicólise, para fornecer ATP e intermediários metabólicos; ou 4. Oxidação pela via das pentoses-fosfato (fosfogliconato) produzindo ribose-5-fosfato para a síntese de ácidos nucleicos e NADPH para processos biossintéticos redutores; Organismos sem acesso a glicose a sintetizam de outras fontes, como os fotossintetizantes, os quais sintetizam a glicose por um processo onde há redução CO2 atmosférico em trioses, e posteriormente conversão das trioses em glicose; No caso de células não fotossintetizantes, estás irão produzir a glicose a partir de precursores simples, possuindo três ou quatro átomos de carbono, pelo processo de gliconeogênese, no qual reverte a glicose usando de muitas enzimas glicolíticas; Fermentação – anaeróbia (ausência de O2) para produzir ATP – como etanol e ácido lático; Contextualizando a glicólise Corresponde à produção/conservação de energia (ATP e NADH) e piruvato através da respiração anaeróbia, processo que ocorre no citosol da célula; Nela, ocorre a degradação de uma molécula de glicose por várias reações catalisadas por enzimas, gerando como produto duas moléculas de piruvato – durante a reação, parte da energia livre da glicose é conservada na forma de ATP e NADH; Via central e quase universal do catabolismo da glicose – possui maior fluxo de carbonos na maioria das células; A quebra da via glicolítica é a única fonte de energia metabólica em alguns tecidos de células de mamíferos, como os enterócitos, medula renal, cérebro e esperma – também de tecidos vegetais, e algumas plantas aquáticas; Muitos organismos anaeróbios possuem total dependência da glicólise; Fermentação: termo geral usado para representar a degradação anaeróbia da glicose ou de outros nutrientes orgânicos com o objetivo de obter energia, conservada como ATP; Os princípios termodinâmicos e os tipos de mecanismos regulatórios da glicólise são comuns a todas as vias do metabolismo celular; Para cada molécula de glicose que passa pela fase preparatória duas moléculas de gliceraldeído-3- fosfato são formadas, as duas passam pela fase de pagamento; Dois piruvato são o produto final da segunda fase da glicólise. Então, para cada molécula de glicose, dois ATP são consumidos na fase preparatória e quatro ATP são produzidos na fase de pagamento, dando um rendimento líquido de 2 ATP + 2 NADH por molécula de glicose convertida em piruvato (2); Na fase de pagamento, a energia também é conservada pela formação de (2) moléculas do transportador de elétrons NADH por molécula de glicose.; Saldo por molécula de glicose: - 2 ATP - 2 NADH - 2 H2O - Produto: 2 piruvatos. Fases A glicose é uma molécula formada por 6 átomos de carbono, nesse processo, ela é quebrada e formará duas moléculas de piruvato, cada uma com três átomos de carbono – ocorre em 10 etapas: - 1 a 5: fase preparatória; - 6 a 10: fase de pagamento; Fase preparatória Ocorre o consumo da energia do ATP, aumentando a quantidade de energia livre dos intermediários. As cadeias de carbono de todas as hexoses metabolizadas são convertidas a um produto comum, o gliceraldeído-3-fosfato; *Cinase: transferência de um grupo fosfato; **Fosforilação: adição de um grupo fosfato que vem do ATP, ou seja, ATP – ADP, pois perde 1 grupo fosfato; 1. Fosforilação** da glicose no grupo hidroxil, ligado ao C-6 = formação da D-glicose-6- fosfato através da hexocinase*; 2. Conversão da D-glicose-6-fosfato em D- frutose-6-fosfato pela ação da fosfo- hexose-isomerase reação reversível; 3. Fosforilação da D-frutose-6-fosfato em C-1 para formar a D-frutose-1,6-bifosfato através da fosfofrutocinase-1; 4. Divisão da D-frutose-1,6-bifosfato em duas moléculas de três carbonos através da ação da aldolase reação reversível: Di-hidroxiacetona-fosfato Gliceraldeído-3-fosfato - Essa é a etapa de lise que da o nome a via; 5. A di-hidroxiacetona-fosfato é isomerada (adicionada) a molécula de gliceraldeído-3- fosfato, através da tiosefosfato-isomerase = formando (2) gliceraldeído-3-fosfato reação reversível. Final da primeira fase da glicólise; Fase de pagamento 6. Oxidação (perde H) e fosforilação (por fosfato inorgânico não por ATP) de cada molécula de gliceraldeído-3-fosfato através da gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase (reações de oxirredução) = formando (2) 1,3-bifosfoglicerato reação reversível; 7. Conversão de (2) 1,3-bifosfoglicerato em (2) 3-fosfoglicerato, através da fosfogliceratocinase = liberação de energia em forma de (2) ATP reação reversível; 8. Conversão de (2) 3-fosfoglicerato em (2) 2- fosfoglicerato através da fosfoglicerato- mutase (enzima catalizadora) reação reversível; 9. Conversão de (2) 2-fosfoglicerato em (2) fosfoenolpiruvato, através da enolase (enzima catalizadora), liberando uma molécula de água reação reversível; 10. Conversão (2) fosfoenolpiruvato em (2) piruvato, através da piruvato-cinase = liberação de energia em forma de (2) ATP; Nas reações seguintes da glicólise, há ênfase em três tipos de transformações químicas: - Degradação do esqueleto carbônico da glicose para produzir piruvato; - Fosforilação de ADP a ATP pelos compostos com alto potencial de transferência de grupos fosforil, formados durante a glicólise; - Transferência de um íon hidreto para o NAD1, formando NADH; Destinos do piruvato Com exceção de algumas variações entre as bactérias, o piruvato formado na glicólise pode ser metabolizado por três rotas catabólicas: - Em organismos aeróbios ou tecidos em condições aeróbias, a glicólise é apenas o primeiro estágio da degradação completa da glicose. O piruvato é oxidado – com a perda de seu grupo carboxil – na forma de CO2, gerando o grupo acetil da acetil- coenzima A. Este grupo acetil é completamente oxidado a CO2 no ciclo do ácido cítrico (Krebs) Os elétrons originados dessas oxidações são transferidos ao O2 por uma cadeia de transportadores na mitocôndria, formando H2O. A energia liberada nas reações de transferência de elétrons impulsiona a síntese de ATP na mitocôndria; - Em casos de falta de oxigênio ou poucas concentrações (respiração anaeróbia) o piruvato pode ser reduzido a lactato por meio da fermentação láctica. Quando em contração vigorosa, o músculo esquelético trabalha em condições de baixa pressão de oxigênio (hipoxia), em que NADH não pode ser reoxidado a NAD+, mas NAD+ é necessário como aceptor de elétron para a oxidação do piruvato, há redução do piruvato a lactato, recebendo os elétrons do NADH. Assim, regenerando o NAD+ necessário para continuar a glicólise – alguns tecidos e células, como a retina e os eritrócitos convertem glicose a lactato mesmo em condições aeróbias. E, o lactato também é o produto da glicólise em condições anaeróbias em alguns microrganismos; - Em alguns tecidos vegetais e em certos invertebrados, protistas e microrganismos como levedura da fabricação da cerveja e do pão, o piruvato é convertido,em hipoxia em condições anaeróbias, em etanol e CO2, processo chamado de fermentação etanólica (alcoólica). A oxidação do piruvato é um processo catabólico, mas ele também possui destinos anabólicos (redutores). Pode prover o esqueleto carbônico para a síntese do aminoácido alanina ou para a síntese de ácidos graxos. Equação geral Glicose + 2NAD+ + 2ADP + 2Pi 2 piruvatos + 2NADH + 2H+ + 2ATP + 2H2O A glicólise – conversão da glicose em piruvato - pode ser dividida em dois processos: - Exergônica Glicose + 2NAD+ 2 piruvatos + 2NADH + 2H+ - Endergônica 2ADP + 2Pi 2ATP + 2H2O 1ª rota principal 2ª rota principal 3ª rota principal Energia remanescente do piruvato Na glicólise é liberada apenas uma pequena fração da energia total disponível na molécula de glicose, as duas moléculas de piruvato formadas acumulam a maior parte da energia potencial química existente na glicose – energias estas que podem ser extraídas por reações oxidativas no ciclo do ácido cítrico e na fosforilação oxidativa.
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