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Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000. lndaial-SC Fone: (0xx47) 3281-9000/3281-9090 Home-page: www.uniasselvi.com.br Curso de Nivelamento de Biologia Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Bianca Lindner Kátia Girardi Dallabona Reitor da UNIASSELVI Prof. Herminio Kloch Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância Prof ª. Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Davi Schaefer Pasold Revisão: Diógenes Schweigert José Rodrigues Marina Luciani Garcia Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a Lei 9.610/98. 3 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Biologia Humana Caro leitor, dando continuidade ao estudo das células, vamos conhecer os aspectos da biologia humana, iniciando com os ácidos nucléicos. Os ácidos nucleicos são formados por nucleotídeos, estes são unidades químicas simples formadas por três componentes. São eles: • grupo fosfato, • uma pentose (molécula de açúcar com cinco carbonos) e • uma base nitrogenada (ou base orgânica). FONTE: As autoras Vale ressaltar que dos três componentes dos nucleotídeos que vimos acima, apenas o radical fosfato não varia. As pentoses (açúcares) e as bases nitrogenadas são variáveis. FIGURA 1 – ESTRUTURA DO NUCLEOTÍDEO 4 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. As pentoses podem ser ribose no RNA ou desoxirribose no DNA. Já as bases nitrogenadas pertencem a dois grupos: PURINAS (anel duplo) – adenina (A) e guanina (G); PIRIMIDINAS (anel simples) – citosina (C), timina (T) e uracila (U). FONTE: Souza; Costa (2006, p. 141). FIGURA 2 – ESTRUTURAS DAS PURINAS E PIRIMIDINAS 5 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Preste atenção! Agora que estudamos a estrutura dos ácidos nucleicos, vamos conhecer sua principal função – armazenar informações genéticas. Os segmentos de DNA que contêm as informações são denominados genes. Relembre alguns conceitos importantes! GENE = Fragmento de DNA cromossômico capaz de determinar a síntese de uma proteína. CROMOSSOMO = estrutura nuclear formada pela molécula de DNA mais proteínas (histonas) de forma espiralizada, contendo uma sucessão linear de genes e só podendo ser vista durante a divisão celular. LOCUS GÊNICO = local que o gene ocupa num cromossomo. FONTE: Disponível em: <www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/leis-de-mendel/conceitos- gerais-em-genetica.php>. Acesso em: 15 abr. 2011. Existem dois tipos de ácidos nucleicos, o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico). Estes apresentam, respectivamente, os monossacarídeos desoxirribose e ribose em suas moléculas. DNA – Ácido Desorribonucleico Caro leitor, como visto anteriormente, o DNA tem a função de armazenar grande parte das informações. Quanto à sua localização, grande parte do DNA concentra-se no núcleo, juntamente com as proteínas, QUADRO 1 - CONCEITOS 6 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. constituindo os cromossomos. Logo, no citoplasma, pode ser encontrado em mitocôndrias, cloroplastos e associado aos centríolos. Quanto à sua estrutura, o modelo proposto por Watson e Crick prova que a molécula do DNA é uma dupla- hélice, formada por duas cadeias de nucleotídeos ligadas entre si. Essas cadeias são formadas por uma pentose (desoxirribose), um grupo fosfato e as bases nitrogenadas (T - timina, A - adenina, C - citosina ou G - guanina). A dupla- hélice é um fator essencial na replicação do DNA. Durante a divisão celular, cada hélice serve de molde para uma nova molécula. Fique atento à fi gura a seguir, assim facilitará o entendimento da estrutura do DNA. 7 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. FONTE: Favaretto; Mercadante (2005, p. 92). FIGURA 3 - ESQUEMA DA MOLÉCULA DE DNA. Apenas dois pares de bases podem ser formados no DNA. Visualize a imagem a seguir e perceba que a base timina (T) liga-se com a base adenina (A) e a base guanina (G) sempre se liga com a base citosina (C). 8 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. FONTE: Paulino (2007, p. 141). O número de adenina presente é sempre igual ao número de timina, assim como o número de guanina é sempre igual ao número de citosina. RNA – Ácido Ribonucleico A função do RNA é comandar a produção de enzimas e outras proteínas. Quanto à sua localização, no núcleo pode ser encontrado livre, associado ao DNA ou constituindo os nucléolos. Já no citoplasma, o RNA pode estar livre no citosol ou estar ligado aos ribossomos. Quanto à sua estrutura, é formado por apenas um fi lamento simples. A pentose (açúcar) de seu esqueleto é uma FIGURA 4 - SEGMENTO DE MOLÉCULA DE DNA COM SEUS DOIS FILAMENTOS. 9 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. FONTE: Paulino (2007, p. 141). ribose, um grupo fosfato e as bases nitrogenadas (U - uracila, A - adenina, C - citosina ou G - guanina), são os constituintes dos nucleotídeos do RNA. Veja a seguir um comparativo entre os nucleotídeos do DNA e do RNA: Os principais tipos de ácido ribonucleico são: • RNA ribossômico (rRNA) – forma ribossomos; • RNA mensageiro (mRNA) – defi ne a sequência em que serão unidos os aminoácidos; • RNA transportador (tRNA) – transporta os aminoácidos. FIGURA 5 - NUCLEOTÍDEOS DOS ÁCIDOS NUCLEICOS. 10 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. O DNA produz RNA; este, por sua vez, comanda a fabricação de enzimas e de outras proteínas. Observe o quadro que compara o DNA e o RNA. QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS DOS NUCLEOTÍDEOS Características DNA Características RNA Pentose (açúcar) é uma desoxirribose. Pentose de seu esqueleto é uma ribose. São encontradas as bases A, G, C e T (não apresenta uracila – U). São encontradas as bases A, G, C e U (não apresenta timina – T). Compõe-se de duas fi tas, formando uma estrutura helicoidal, conhecida como dupla-hélice. Compõe-se de duas fi tas, formando uma fi ta simples, que se origina a partir do DNA. Sendo assim, menos estável. Localiza-se principalmente no núcleo. Localiza-se no núcleo e citoplasma. Tem como função armazenar informações. Tem como função comandar a produção de enzimas e outras proteínas. FONTE: As autoras Após o estudo sobre os ácidos nucleicos, vamos aprofundar nossos conhecimentos no mundo da Genética. Você sabe o signifi cado da palavra? Genética é a ciência que estuda a hereditariedade e a forma de transmissão das características passadas de pais para fi lhos. Os primeiros trabalhos nesta área foram realizados por Gregor Mendel, em 1866. 11 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Começamos nossos estudos relembrando os principais conceitos no campo da Genética. Conceitos Gerais em Genética Fenótipo: Representa as características observáveis de um indivíduo, como a cor de uma fl or, o tipo de cabelo, a cor dos olhos e o grupo sanguíneo. Caro leitor, vale ressaltar que os caracteres nem sempre são visíveis, como, por exemplo, o caso do grupo sanguíneo a que um indivíduo pertence. Para determiná- lo é necessário realizar exames específi cos. Assim, para o caráter grupo sanguíneo dosistema ABO, pode haver quatro fenótipos diferentes: Tipo A, Tipo B, Tipo AB e Tipo O. Genótipo: Refere-se à constituição genética do indivíduo, ou seja, aos genes que ele possui ou os tipos de genes que ele herdou de seus pais. Sendo assim, temos dois alelos de cada gene em nossas células somáticas; o nosso genótipo é sempre representado pela combinação de duas letras, que signifi cam os genes herdados de nossos pais. Genótipos possíveis para os alelos A e a: 12 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Se o indivíduo receber o alelo A de ambos os pais, terá genótipo AA: FONTE: Souza; Costa (2006, p. 278). Se o indivíduo receber de um dos pais o alelo A e de outro o alelo a, seu genótipo será Aa: FONTE: Souza; Costa (2006, p. 278). Mas se ambos os pais transmitiram ao indivíduo o mesmo alelo a. O genótipo será aa: FONTE: Souza; Costa (2006, p. 278). 13 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Fenótipo: interação entre genótipo e ambiente. Fatores ambientais podem alterar o fenótipo. Por exemplo, a cor da pele é determinada geneticamente, podendo ser alterada pela exposição ao sol. Em Genética, um indivíduo que apresenta dois alelos iguais é denominado homozigótico em relação a esse par de alelos, e o que apresenta dois alelos diferentes, heterozigótico. Assim temos: Um indivíduo com genótipo AA é chamado Homozigótico; Um indivíduo com genótipo aa é chamado Homozigótico; Um indivíduo com genótipo Aa é chamado Heterozigótico. Para fi xar: Alelos: genes que se encontram no mesmo local nos cromossomos homólogos, responsáveis pela determinação de um mesmo caráter. Locos gênicos: lugar ocupado pelo gene no cromossomo. Cromossomos Homólogos: são cromossomos que apresentam o mesmo tamanho, mesma posição do centrômero e a mesma sequência gênica (um de origem materna e outro paterna). 14 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Característica Homozigota: Representados pelos genes alelos iguais, dominantes ou recessivos “AA ou aa” (duas letras maiúsculas ou duas letras minúsculas). Característica Heterozigótica: Representados por genes alelos diferentes Aa (uma letra maiúscula e outra minúscula). Dominância e recessividade Quando, no indivíduo diploide (2n), o fenótipo determinado por um alelo se manifesta, diz-se que esse alelo é dominante. No caso de o alelo precisar estar em dose dupla para se manifestar, pois sozinho não se manifesta, ele é chamado de recessivo. Alelo dominante: aquele que determina o mesmo fenótipo, tanto em homozigose como em heterozigose. Representado pela letra maiúscula AA ou Aa. Alelo recessivo: aquele que só se expressa quando está em homozigose. Indicado pela letra minúscula aa. (LOPES, 2004). Vale lembrar que, apesar do alelo ser dominante, não signifi ca que ele seja “melhor” do que o recessivo. É possível verifi car essa afi rmação através do estudo das duas leis criadas por Mendel. Leia com atenção! 15 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. 1ª Lei de Mendel Também conhecida como Lei da segregação dos fatores. Nesta 1ª lei um par de fatores (atualmente reconhecidos como genes) determina as características hereditárias. Esse par de fatores se separa durante a formação dos gametas. Quando Mendel realizou suas pesquisas, não sabia que existiam os cromossomos e a meiose. A descoberta de que os genes se separam na formação dos gametas está relacionada com o fenômeno de distribuição de cromossomos na meiose. Segundo Cesar e Sezar (2007), a 1ª Lei de Mendel cita duas características: * existem dois genes para cada caráter; * os dois genes se separam (segregam) na formação dos gametas, indo apenas um gene para cada gameta. Para afi rmar a ideia de Mendel, verifi que o esquema: 16 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. É possível analisar através do esquema, por exemplo, que a célula A pertence a um pé de ervilha híbrida, ou seja, heterozigota (LR), descendente de pais (progenitores) diferentes (liso e rugoso) e que tenha um gene L (liso) e outro R (rugoso) colocados na mesma posição de dois cromossomos homólogos. Na primeira divisão (de B para C, no esquema) os homólogos se separam; em consequência, os genes alelos também se separam. FONTE: Cesar; Sezar (2007, p. 19). FIGURA 6 - A DIVISÃO MEIÓTICA EXPLICA A PRIMEIRA LEI DE MENDEL 17 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Na segunda divisão, são as cromátides-irmãs que se separam; ao fi nal, duas das quatro células reprodutoras têm o gene L e duas têm o gene R. Assim, a separação dos genes alelos na formação de células reprodutoras – óvulo e espermatozoides – acontece devido à separação dos cromossomos homólogos durante a meiose. Agora, vamos analisar outro exemplo: Uma mulher capaz de enrolar a língua (heterozigota) tenha fi lhos com um homem que apresenta os mesmos alelos que ela para essa característica. Como podem ser os fi lhos do casal? Observe o esquema: FONTE: Santana; Fonseca; Mozena (2009, p. 134). FIGURA 7 – EXEMPLO DO EXERCÍCIO 18 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Você conseguiu analisar que, apesar de os pais conseguirem enrolar a língua, eles podem ter fi lhos que não conseguem. Isso porque tanto pai quanto a mãe possuem alelos que impedem a manifestação dessa característica (alelo b), e quando eles se unem na célula-ovo, isso determina no indivíduo a incapacidade de enrolar a língua. Outra forma de realizar o exercício proposto é analisando as informações: Vamos representar o par de alelos por: B – Capacidade de enrolar a língua b – Incapaz de enrolar a língua As pessoas com a capacidade de enrolar a língua podem ser BB ou Bb, e os indivíduos incapazes de enrolar a língua são obrigatoriamente recessivos bb. Como o problema afi rma que ambos são heterozigotos, logo, possuem os alelos representados por Bb. Podemos representar as características através de um quadro: B b B BB Bb b Bb bb ♂♂♂♂♂♂ ♀♀♀♀♀♀ 19 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Portanto, em porcentagens é possível verifi car que: Proporção genotípica: 1 indivíduo BB (25%) (P.G) 2 indivíduo Bb (50%) (1:2:1) 1 indivíduo bb (25%) Proporção fenotípica: 3 indivíduos com capacidade de enrolar a língua (75%) (P.F.) 1 indivíduo incapaz de enrolar a língua (25%) (3:1) 20 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. 2ª Lei de Mendel Também conhecida como Lei da segregação independente. Nesta lei, os genes para duas ou mais características situados em cromossomos distintos são transmitidos de maneira independente para os gametas. Podemos verifi car essa situação através do exemplo a seguir: Cruzando-se ervilhas com textura lisa e de cor amarela, ambas homozigotas dominantes, com ervilhas de textura rugosa e verde, ambas recessivas, os descendentes da primeira geração serão: Cor da ervilha: Amarela – VV Textura da ervilha: Lisa – RR Verde – vv Rugosa – rr RRVV (semente lisa e amarela) x rrvv (semente rugosa e verde) Gameta → R V Gameta → r v Geração F1 Rr Vv Percebe-se que desse cruzamento são originados exemplares vegetais de ervilha 100% heterozigóticas RrVv, com característica essencialmente lisa(R_) e amarela(V_). (Geração F1 – primeira geração fi lial). Realizando cruzamentos entre organismos da 21 Biologia Copyright© Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. * Tipos de gametas da geração F1 → RV, Rv, rV e rv * Prováveis combinações entre os gametas: Alelos múltiplos Também conhecida como Polialelia, signifi ca que um determinado caráter pode ter sofrido sucessivas mutações, ao longo de milhares de anos, e que deram origem a vários alelos diferentes que codifi cam apenas uma característica. geração F1- (RrVv X RrVv), são formados tipos diferentes de gametas, com diferentes combinações que irão surgir após a fecundação, originando a Geração F2. 22 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Exemplo: A coloração da pelagem em coelhos. É possível identifi car, nos coelhos, que os genes se combinam para formar genótipos e fenótipos diferentes. Existem quatro genes alelos que condicionam a cor da pelagem nesses animais. São os seguintes: Gene C – Pelagem Selvagem ou aguti – é dominante sobre todos os coelhos. Gene Cch – Pelagem chinchila – domina os fenótipos himalaio e albino. Gene Ch – Pelagem himalaio – domina o fenótipo albino. Gene Ca – Pelagem albino – determina a pelagem albina. A ordem de dominância de um gene sobre o outro ou outros ocorre na seguinte sequência: C > Cch > Ch > Ca Vejamos no quadro a seguir que, quando esses genes alelos se combinam dois a dois, geram dez combinações diferentes de genótipos que se expressam, por causa da relação de dominância que mantêm entre eles, em quatro fenótipos diferentes: 23 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. FONTE: Junior; Sasson (2007, p. 64). Exemplo: Qual a proporção esperada de descendentes no cruzamento entre um macho himalaia heterozigota e uma fêmea albina? • Como o genótipo do macho himalaia é heterozigoto – ChCa, • O genótipo da coelha albina só poderá ser CaCa. Portanto, o cruzamento será entre: ChCa X CaCa FIGURA 8 - A COR DOS PELOS EM COELHOS 24 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Logo, a proporção esperada de descendentes desse cruzamento é de 50% de coelhos albinos (Ca Ca) e 50% de coelhos himalaias (Ch Ca). Sistema ABO – Caso típico de Alelos Múltiplos Caro leitor, você já ouviu falar em grupos sanguíneos? Provavelmente, sim. É muito importante conhecer qual a tipagem sanguínea, principalmente em casos que requerem transfusões de sangue emergencial, como em acidentes em que tenha havido hemorragia ou em cirurgias, entre outros. Ca Ca Ch ChCa ChCa Ca CaCa CaCa ♀♀♀♀♀♀ ♂♂♂♂♂♂ 25 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Um pouco da história: Na Áustria do início do século XX, um pesquisador chamado Karl Landsteiner, interessado no estudo sobre transfusões sanguíneas, misturou o sangue de diferentes pessoas e percebeu casos em que surgiram grumos grosseiros (reação de aglutinação). Hoje, sabe-se que é causada por uma reação antígeno-anticorpo. O resultado de sua pesquisa foi o melhor possível, pois os perigos devidos à incompatibilidade de sangue entre doador e receptor constituíram, naquela época, um ameaça muitas vezes mortal. Landsteiner concluiu que, na espécie humana, havia quatro tipos sanguíneos básicos, que constituem o chamado sistema ABO. Karl Landsteiner – 1868 - 1943 Fonte: Paulino (2005 p. 87). Substâncias envolvidas no sistema ABO Caro leitor, como você acabou de ver, a aglutinação é um fenômeno que decorre da reação entre um antígeno e um anticorpo. Vamos entender o que isso signifi ca? Antígeno é uma substância estranha que pode 26 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. desencadear contra si a produção de anticorpos, ou seja, proteínas de defesa. A estrutura do anticorpo se liga ao antígeno de forma complementar, sugerindo uma ideia de chave-fechadura. O sangue contém naturalmente antígenos (chamados também de aglutinogênio) e anticorpo (ou aglutininas), ambos formados geneticamente. Os antígenos do sistema ABO – chamados de aglutinogênio A e aglutinogênio B – são encontrados na superfície das hemácias; os anticorpos correspondentes são a aglutinina anti-A e a aglutina anti-B, presentes no plasma (FAVARETTO; MERCADANTE, 2005, p.131). Sendo assim, mediante os aglutinogênios, os grupos sanguíneos são classifi cados em A, B, AB e O. QUADRO 3 – ANTÍGENOS E ANTICORPOS Grupos sanguíneos Aglutinogênio nas hemácias (antígeno) Aglutininas no plasma (anticorpo) A A Anti-B B B Anti-A AB A e B Nenhuma O Nenhum Anti-A e anti-B FONTE: Amabis; Martho (2002, p. 408). Conforme visto na tabela, transfusões causam problemas quando o sangue doado contém o antígeno e o sangue do receptor contém o anticorpo correspondente. 27 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Por exemplo, se realizarmos a doação de um indivíduo com sangue A (contém antígeno a) para um indivíduo de sangue B (que contém anticorpo anti-a), haverá aglutinação. O mesmo acontecerá se um indivíduo com sangue B doar para um indivíduo de sangue A – aglutinação. Podemos identifi car que as pessoas do grupo AB não possuem aglutininas anti-A e anti-B, portanto são chamadas de receptores universais, pois podem receber sangue de qualquer grupo sanguíneo. Já pessoas do grupo O são denominadas doadores universais, não possuem aglutinogênio nas hemácias, podendo assim doar para todos os grupos sanguíneos. QUADRO 4 – TRANSFUSÕES SANGUÍNEAS Grupo sanguíneo do indivíduo Recebe de Doa para A A e O A e AB B B e O B e AB AB A, B, AB e O AB O O A, B, AB e O FONTE: Amabis; Martho (2002, p. 408). Caro leitor, fi cou claro para você o que são os antígenos e anticorpos presentes no sistema sanguíneo? Se não entendeu, procure fazer a leitura novamente, pois agora vamos estudar os grupos sanguíneos. Genética do sistema ABO – Grupos sanguíneos É possível identifi car na espécie humana a existência 28 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Relação entre Genótipos e Fenótipos no Sistema ABO Fenótipos Genótipos Grupo A IA IA ou IAi Grupo B IB IB ou IBi Grupo AB IA IB Grupo O ii FONTE: Adaptado de: Amabis; Martho (2002, p. 408). Vamos analisar um exemplo: Um homem do grupo A é casado com uma mulher do grupo B. O primeiro descendente do casal é do grupo O. Como podem ser os genótipos e fenótipos dos outros fi lhos do casal? QUADRO 5 – FENÓTIPOS E GENÓTIPOS de quatro fenótipos diferentes: pessoas que possuem sangue do tipo A, do tipo B, do tipo AB ou O. São três os genes envolvidos, vejamos a seguir: Gene IA – determina a síntese do aglutinogênio A. Gene IB – determina a síntese do aglutinogênio B. Gene i – não determina a síntese de aglutinogênios. 29 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Resolução: Homem Tipo A - IAi Mulher Tipo B - IBi Pois já tiveram um fi lho de sangue O, sendo assim o são heterozigotos. * Portanto, em porcentagens é possível verifi car que: Proporção genotípica: 1 indivíduo IA IB (25%) (P.G) 1 indivíduo IAi (25%) (1:1:1:1) 1 indivíduo IBi (25%) 1 indivíduo ii (25%) } IB i IA IAIB IAi i IBi ii ♀♀♀ ♂♂♂♂♂♂ ♀♀♀ Proporção fenotípica: 1 indivíduo com sangue do Tipo AB (P.F.) 1 indivíduos com sangue do Tipo A (1:1:1:1) 1 indivíduos com sangue do Tipo B 1 indivíduos com sangue do Tipo O 30 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Através do exemplo citado acima é possívelvisualizar de forma mais clara, facilitando o entendimento do conteúdo. Mas é importante que você procure exemplos adicionais em materiais complementares. Bons estudos! Sistema Rh – Fator negativo ou positivo O fator Rh é o resultado da presença de apenas um antígeno, cuja produção é condicionada por um único par de genes alelos: representado pelas letras R e r. • Gene R – determina a produção do antígeno denominado fator Rh; • Gene r – não determina a produção do fator Rh. Sendo assim, o gene R é dominante em relação ao seu alelo recessivo r. Portanto, existem três genótipos diferentes para os dois fenótipos. Genótipos Fenótipos RR Rh positivo Rr Rh positivo rr Rh negativo FONTE: As autoras. QUADRO 6 – GENÓTIPO E FENÓTIPO 31 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Você já ouviu falar da doença Eritroblastose Fetal? Essa doença acontece quando o feto é Rh+ e a mãe Rh-. Para que isso aconteça, o pai deverá ser Rh+. Observe a imagem a seguir: FONTE: Paulino (2005, p. 91). A mãe, sendo Rh-, não possui o fator Rh. A sensibilização pelo fator Rh pode acontecer quando uma gestante Rh negativo está desenvolvendo um feto Rh positivo. Hemácias fetais podem passar para a circulação materna, durante o parto. Mesmo em quantidade reduzida, as hemácias fetais são reconhecidas pelo sistema FIGURA 9 – DOENÇA ERITROBLASTOSE FETAL 32 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Portanto, essa doença pode ser evitada aplicando- se na mãe Rh- uma dose de vacina contendo aglutinina anti-Rh até o terceiro dia após o parto, quando a criança for Rh+. A aglutinina anti-Rh promoverá a destruição das hemácias Rh+ de fetos que tiveram acesso ao sangue materno. Após certo tempo, essas aglutininas serão metabolizadas pelo organismo materno; e, com as hemácias fetais Rh+ destruídas, a mãe não será induzida a produzir mais aglutininas anti-Rh, afastando o perigo do surgimento da doença numa próxima gestação. A aplicação da vacina deve ser repetida sempre que houver partos com fi lhos Rh+. Fonte: Paulino (2005, p. 92). Prezado leitor, exercite os seus conhecimentos através das atividades, estas são de fundamental importância para o completo entendimento do assunto, pois é a partir daí que surgem as dúvidas. Bom trabalho! imunológico da mulher, que passa a produzir anticorpos anti-Rh. (FAVARETTO, 2005). Mas como a produção de aglutininas anti-Rh é lenta, é comum o primeiro fi lho nascer normalmente. Mas, futuras gestações de fi lhos Rh+ poderão estar comprometidas. Muitas vezes ocorrem abortos ou a criança afetada nasce morta. 33 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. A UTOATIVIDADES 1. Assinale a alternativa CORRETA que corresponde a uma molécula composta por base nitrogenada, fosfato e açúcar (desoxirribose): a) Aminoácido. b) Nucleotídeo. c) Ácidos graxos. d) Capsídeo. 2. No homem, a sensibilidade ao gosto amargo da substância PTC é devido a um gene dominante A, e a insensibilidade ao alelo recessivo a. Assim, os indivíduos AA e Aa são sensíveis ao PTC, enquanto os aa são insensíveis. Se uma mulher sadia aa resolver ter um fi lho com um homem sadio Aa, seu óvulo terá a seguinte probabilidade de ser fecundado por um espermatozoide contendo o gene A: a) 0%. b) 25%. c) 50%. d) 75%. 3. O que determina a cor da pelagem em coelhos é uma série de alelos: C, Cch, Ch e Ca, sendo que estes condicionam os fenótipos acima descritos. O alelo C é dominante em relação ao alelo Cch; este é dominante em relação ao alelo Ch, que, por sua vez, é dominante em relação ao alelo Ca. De acordo com esses dados, é correto afi rmar que: a) A partir do cruzamento C Cch X Cch Ch, 25% dos fi lhotes 34 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. serão himalaias. b) A partir do cruzamento C Ch X Ch C, 50% dos fi lhotes serão selvagens. c) Existem dois genótipos que condicionam a cor da pelagem do tipo chinchila. d) Existem quatro genótipos que condicionam a cor da pelagem do tipo selvagem. 4. Considerando o cruzamento IA IB X IA IB, cujos alelos são codominantes, podemos dizer que as frequências genotípicas e fenotípicas esperadas na primeira geração fi lial são, respectivamente: a) 2:2 e 2:2 c) 1:2:1 e 3:1 e) 3:1 e 1:2:1 b) 3:1 e 3:1 d) 1:2:1 e 1:2:1 5. Kátia e Alexandre são do tipo sanguíneo Rh+ e seus irmãos, Ricardo e Adriana, são do tipo Rh negativo. Quais dos quatro irmãos podem vir a ter fi lhos com eritroblastose fetal? Assinale a alternativa CORRETA: a) Alexandre e Adriana. b) Kátia e Alexandre. c) Kátia e Adriana. d) Alexandre e Ricardo. Caro leitor, aproveite para pesquisar nas referências a seguir alguns livros ou sites dos autores que mais interessaram a você ao longo do estudo dos conteúdos vistos até o momento. Boa leitura! 35 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. R EFERÊNCIAS AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das populações. São Paulo: Moderna, 2004. FAVARETTO, J. A.; MERCADANTE, C. Biologia. São Paulo: Moderna, 2005. JÚNIOR, C. da S.; SASSON, S. Biologia: Genética, Evolução e Ecologia. São Paulo: Saraiva, 2007. LOPES, Sônia. Bio. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. Volume único. PAULINO, Wilson Roberto. Biologia: citologia e histologia. São Paulo: Ática, 2005. SANTANA, O.; FONSECA, A.; MOZENA, E. Ciências Naturais. São Paulo: Saraiva, 2009. SOUZA, Ana Maria de; COSTA, Vera Rita. Biologia: Ensino Médio. Brasília: CIB – Cisbrasil, 2006. 36 Curso de Nivelamento Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. G ABARITO 1. Assinale a alternativa CORRETA que corresponde a uma molécula composta por base nitrogenada, fosfato e açúcar (desoxirribose): a) Aminoácido. b) Nucleotídeo. c) Ácidos graxos. d) Capsídeo. 2. No homem, a sensibilidade ao gosto amargo da substância PTC é devido a um gene dominante A, e a insensibilidade ao alelo recessivo a. Assim, os indivíduos AA e Aa são sensíveis ao PTC, enquanto os aa são insensíveis. Se uma mulher sadia aa resolver ter um fi lho com um homem sadio Aa, seu óvulo terá a seguinte probabilidade de ser fecundado por um espermatozoide contendo o gene A: a) 0%. b) 25%. c) 50%. d) 75%. 3. O que determina a cor da pelagem em coelhos é uma série de alelos: C, Cch, Ch e Ca, sendo que estes condicionam os fenótipos acima descritos. O alelo C é dominante em relação ao alelo Cch; este é dominante em relação ao alelo Ch, que, por sua vez, é dominante em relação ao alelo Ca. De acordo com esses dados, é correto afi rmar que: a) A partir do cruzamento C Cch X Cch Ch, 25% dos fi lhotes serão himalaias. b) A partir do cruzamento C Ch X Ch C, 50% dos fi lhotes serão selvagens. c) Existem dois genótipos que condicionam a cor da pelagem do tipo chinchila. d) Existem quatro genótipos que condicionam a cor da pelagem do tipo selvagem. 37 Biologia Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. 4. Considerando o cruzamento IA IB X IA IB, cujos alelos são codominantes, podemos dizer que as frequências genotípicas e fenotípicas esperadas na primeira geração fi lial são, respectivamente: a) 2:2 e 2:2 c) 1:2:1 e 3:1 e) 3:1 e 1:2:1 b) 3:1 e 3:1 d) 1:2:1 e 1:2:1 5. Kátia e Alexandre são do tipo sanguíneo Rh+ e seus irmãos, Ricardo e Adriana, são do tipo Rh negativo. Quais dos quatro irmãos podem vir a ter fi lhos com eritroblastose fetal? Assinale a alternativa CORRETA: a) Alexandre e Adriana. b) Kátia e Alexandre. c) Kátia e Adriana. d) Alexandre e Ricardo.
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