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DESCORTINANDO AS MENTIRAS DAS IGREJAS MODERNAS: INTRODUÇÃO HISTÓRICA DOS MÉTODOS USADOS PELOS FALSOS MESTRES DENTRO DAS IGREJAS E APOLOGÉTICA CONTRA AS HERESIAS. REV. JOSÉ CARLOS TIAGO 1ª edição Goiânia / GO 2019 Rev. José Carlos Barros Tiago Júnior É pastor da Igreja Batista Reformada ADOS em Goiânia - GO; bacharel em Teologia, pós-graduado em docência universitária e psicopedagogia. Mestrado em Teologia e Doutorado em Teologia. Capelão evangélico pela OCEB. É casado e possui dois filhos. Também, é um dos fundadores do Voltemos a Reforma. Publicação Independente Autor: Rev. José Carlos Tiago E-mail: josecarlosbarros@hotmail.com 1° Edição Ano da publicação: 2019 Sumário INTRODUÇÃO COMO OS FALSÁRIOS AGEM O QUE É HERESIA, DOUTRINA E APOLOGÉTICA? AS HERESIAS NA ÉPOCA DOS APÓSTOLOS AS HERESIAS NO MEIO EVANGÉLICO A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO HISTÓRICO ATÉ A REFORMA PROTESTANTE NO COMBATE AS HERESIAS HERMENÊUTICA E EXEGESE COMO INTERPRETAR A BÍBLIA CORRETAMENTE TEOLOGIA DA PROSPERIDADE E CONFISSÃO POSITIVA O “EVANGELHO DA AUTOAJUDA” MOVIMENTO DE BATALHA ESPIRITUAL PRINCIPAIS TEXTOS BÍBLICOS MAL INTERPRETADOS PORQUE DEVEMOS COMBATER SEITAS E HERESIAS? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Dedico este livro ao Senhor, o Deus de minha alma, por tão grande amor com que me amou, o mesmo amor que me faz amar a sua igreja. Dedico-o à igreja verdadeira no Brasil. Agradeço à minha esposa Angélica, à minha filha Antonella e meu filho José Carlos Neto, ao meu pai, à minha mãe e à minha irmã pelo encorajamento para escrever essa obra. Jesus Cristo e eles conhecem minhas muitas fraquezas e não desistiram de mim em nenhum momento. A minha alma tem somente um capitão, nele me alegro constantemente, Soli deo Gloria! INTRODUÇÃO ........ O desejo pelo crescimento do evangelho no Brasil no século XX fez com que as igrejas dessem inicio a um “vale tudo” na propagação de sua mensagem e na divulgação das igrejas evangélicas. As igrejas de linha tradicional e pentecostal se uniram no reconhecimento e legitimação da “nova igreja”. A “nova igreja” surgia de uma mistura de doutrinas espíritas, umbandistas, budistas, juntamente com técnicas de hipnose, manipulação emocional, musicoterapia, charlatanismo entre outros. O movimento neopentecostal emergiu tanto no seio das igrejas pentecostais quanto nas igrejas tradicionais Batista e Presbiteriana e deu inicio as igrejas “renovadas”, muitas das quais abertas a ensinos estranhos. Os pregadores da Assembleia de Deus começaram a migrar e a passar por intercâmbios com pastores americanos adeptos da teologia da prosperidade. A Teologia da Prosperidade chega ao Brasil com o intuito de fazer com que o “sonho americano” também se torne o sonho brasileiro. É a fé que busca Deus para tentar consumir suas bênçãos (como se tal coisa fosse possível). Com esta “novidade” dentro da igreja que tanto sonhava com reconhecimento, observamos um ecumenismo sendo construído (e a aderência à práticas pagãs de outras religiões o torna evidente). Desde o princípio da igreja os defensores da pregação bíblica buscam expor e combater o ecumenismo e os ensinos estranhos. Acabar com a ideia de que todos os evangélicos são iguais, falam das mesmas coisas, a ênfase no dinheiro e em questões do interesse humano, explorando fraquezas emocionais e psicológicas, é o interesse dos verdadeiros expoentes da pregação cristã. Particularmente não considero algumas igrejas ditas evangélicas como evangélicas, pelo fato de elas não pregarem a Bíblia e não focarem no centro do ensino cristão que é a encarnação, vida, ensino, morte e ressureição de Cristo, mas sim nos interesses humanos de ordem secular e material. Explorar pessoas que creem no falso enriquecimento rápido prometido as descredencia como cristãos. Considerando as artimanhas que surgem da união do movimento neopentecostal e da Teologia da Prosperidade, propus-me a escrever este livro com o objetivo de trazê-las à luz da Palavra de Deus. Tenho por propósito esclarecer aqueles que sabem que não é correto o que ouviram destes ensinamentos, mas não tem argumentos para combatê- los. Usando a nossa ferramenta máxima, a Bíblia, queremos desmascarar tais ensinos estranhos promovidos por falsos mestres. As heresias são combatidas desde o começo da igreja na ascensão de Cristo a dois mil anos e essa missão continua atual. E você será atuante nessa missão recebendo as armas e conhecimento que precisa para combater esse câncer que tenta crescer na igreja. COMO OS FALSÁRIOS AGEM ........ Algumas das maneiras perniciosas como eles agem: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8). Paulo adverte os crentes da igreja de Colosso contra falsos ensinos. Neste versículo ele classifica os falsos ensinos como sendo constituídos: • Por filosofias e vãs sutilezas segundo a tradição dos homens No contexto da igreja em Colossos, tais ensinos eram aqueles relacionados a imposição da circuncisão, a observância das leis dietéticas judaicas e a observância de dias santos judaicos como sendo necessários para a salvação. Isso não nos lembra de algumas igrejas que tentam introduzir práticas da religião judaica hoje em dia, trazendo arcas da aliança, vestimentas e festividades comemoradas em Israel para dentro da igreja? • Por filosofias e vãs sutilezas segundo os rudimentos do mundo Os ensinos também estavam relacionados à suposta mediação de anjos e ao ascetismo, uma vez que falsos mestres estavam impondo a observância de determinadas regras como forma de demonstração de maior espiritualidade, semelhante a pregadores que “dão ordem” a anjos pada curarem as pessoas durante os cultos. O ensino falso perverte a fé cristã e produz divisões dolorosas no meio do povo de Deus. Como cristãos nós devemos: • Mostrar que os falsos mestres aproveitam as oportunidades. • Conscientizar que o cristão deve conferir na Palavra de Deus todos os ensinos recebidos. • Deixar claro que precisamos crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo. Em 2 Pedro 2.1-3, Pedro fala do aparecimento dos falsos profetas no meio do povo de Deus, uma situação que já ocorrera no passado, e que ocorreria novamente através do aparecimento de falsos mestres entre os cristãos. Pedro adverte a igreja contra os tais que se utilizam de métodos para a introdução velada de heresias de perdição na igreja. No primeiro versículo do texto citado, Pedro mostra que o ponto fundamental para conhecimento destes falsos mestres é o fato deles “negarem o Senhor que os resgatou”. Esta negação pode ser feita tanto por palavras e declarações contrárias à Palavra de Deus, bem como por meio de atitudes, pois existem “falsos mestres” que apesar de demonstrarem grande conhecimento da Palavra de Deus, no seu modo de viver, eles contradizem seus ensinamentos. Pedro indica o juízo de Deus porvir na vida destes homens, mostrando que eles acabarão por trazerem “sobre si mesmos repentina perdição” (2Pe 2.1). A vasta influência destes falsos mestres é mostrada no versículo 2: “muitos seguirão as suas dissoluções”. A palavra “dissolução” usada neste versículo indica que uma das características dos falsos mestres é o desprezo pelos padrões bíblicos de moralidade e o incentivo a seus seguidores para que estes satisfaçam os seus desejos carnais, levando o caminho da verdade a ser blasfemado. É o delírio da graça libertina. O versículo 3 aponta a avareza como sendo a motivação presente no coração dos falsos mestres e seus seguidores tornam-se para eles meio de negócios com fins lucrativos. Eles tranquilizam as consciências pesadas dospecadores que não querem se arrepender e em contra partida recebem o dinheiro desses. Pedro reafirma o juízo de Deus porvir sobre estes homens esclarecendo que ainda que o mesmo pareça tardio, “a sua perdição não dormita” (2Pe 2.3). Muitos falsos mestres têm surgido no meio cristão trazendo heresias perniciosas. Eles enganam os incautos (ingênuo, inocente), neófitos (iniciantes) e crentes que não lêem a Bíblia, adulterando versículos e deturpando a interpretação bíblica a fim de serem favorecidos material e financeiramente. Jó 21.14: “E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos”. Provérbios 1.7: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”. Eclesiastes 7.12: “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor”. Oséias 4.6: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”. João 5.39: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”. 2 Timóteo 3.15: “E que desde a tua meninice sabes as sagradas escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus”. Deuteronômio 4.2: “Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando”. Provérbios 30.5,6: “Toda a palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso”. Apocalipse 22.18,19: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro. E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro” Acerca daqueles que falam somente aquilo que as pessoas querem ouvir: Jeremias 23.21,22: “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, contudo eles profetizaram. Mas, se estivessem estado no meu conselho, então teriam feito o meu povo ouvir as minhas palavras, e o teriam feito voltar do seu mau caminho, e da maldade das suas ações”. 2 Timóteo 3.8: “E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.” Como devem proceder e considerar aqueles que pregam, anunciam e ensinam a palavra de Deus: Atos 20.26,27: Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus. Romanos 15.4: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”. 1 Coríntios 4.6: “E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro”. 2 Coríntios 2.17: “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus”. 2 Timóteo 3.16,17: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”. Os falsos mestres fazem interpretações particulares, agem de forma subjetiva e secreta, torcem a Palavra conforme seus bel-prazeres. 1 Timóteo 6.3-5: “Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais”. 2 Timóteo 3.1-6: “Sabe, porém, isto: Que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”. 2 João 9-11: “Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras”. Eles alegam receberem revelações particulares, fazendo-se “donos da verdade”, cujo evangelho não tem Cristo. Mateus 7.22,23: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”. 2 Coríntios 11.2,3: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo”. Eles usam do relativismo. Cuidado com o relativismo, ele é sorrateiro! A Palavra de Deus declara valores e conceitos absolutos e verdades imutáveis e inegociáveis. Isaías 5.20: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” Ezequiel 22.26: “Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles”. “Tudo depende do contexto atual”. A verdade depende do ângulo de visão... O bem, o mal e as verdades morais e éticas são funções dos tempos, dos lugares e dos grupos sociais”, dizem. Como obedecer a Bíblia? Eles são muito mais sociólogos e antropólogos da modernidade do que bíblicos. Jeremias 15.19: “Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te trarei, e estarás diante de mim; e se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles”. Malaquias 3.18: “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve”. Apocalipse 22.11: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda”. Usam o argumento falacioso. “Sem maldade no coração não se caracteriza o pecado”. Muitos pensam que viver amistosamente com alguns preceitos do mundo é aceitável por Cristo. Gênesis 6.3: “Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne”. Mateus 7.13,14: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”. Tiago 4.4: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquerque quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Ensinam que “a nova vida é acrescentada à antiga”. E não precisa substituí-la por completo. Este é o evangelho sem morte, desprovido de renuncia. A Bíblia não ensina que “o velho homem” pode ser melhorado, ela ensina que o “velho homem” deve morrer para dar lugar “a nova criatura”. Romanos 6.3-6: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado”. 2 Coríntios 5.17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Efésios 4.22-24: “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”. Manipulam o auditório. Os manipuladores de auditório sabem trabalhar as emoções das pessoas, fazem-nas fantoches e marionetes. Eles querem atrair discípulos para si e não para Cristo: Atos 20.29,30: “Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” Mexem com a baixa imunidade emocional das pessoas. Levam seus públicos ao delírio. Uma característica dos falsos mestres é agradar os ouvintes para não espantá-los, dizendo que a partir de hoje a sua vida vai mudar. Uma das características do engano dos tempos atuais é o fato dos falsos mestres iludirem a sua platéia com a ideia de que o evangelho não exige mudanças de atitudes, bem como com promessas de que todos os seus problemas estarão solucionados. Em Mt 11.28 Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Assim, Jesus apresenta o chamado à salvação, estendendo-a a todas as pessoas que tem experimentado em suas vidas as consequências do pecado. Aqueles que reconhecem o fardo do pecado são aliviados quanto à sua consciência culposa pela obra da redenção efetuada na cruz do calvário. Jesus, porém nunca iludiu ou manipulou as pessoas com promessas enganadoras para que estas se tornassem seus seguidores. Na sequência, Ele diz: “Tomai sobre vós o meu jugo”. Através desta frase, Ele mostra que todos aqueles que respondem ao seu chamado devem entrar em submissão à sua vontade, transferindo o controle de suas vidas para Ele. Jesus propõe então que aquele que vem a Ele aprenda a andar em seu caminho, o caminho da mansidão e da humildade, e nisto está à leveza de seu jugo, pois sua intenção é ensinar e não esfolar aqueles que se põem debaixo do seu jugo com um pesado autoritarismo. No versículo 30 Jesus complementa dizendo: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. A vida cristã não estará isenta de problemas, seu jugo é suave, seu fardo é leve, porém ambos estarão presentes, o que significa dizer que sofrimentos, trabalhos ou preocupações poderão advir durante a caminhada. A diferença na vida cristã não está na ausência dos problemas, conforme foi dito, mas no fato de que aqueles vem a Ele não terão de suportar tudo sozinho, pois ao seu lado estará o Senhor para compartilhar tudo com eles. Lucas 9.23: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. João 6.66-69: “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente”. João 16.33: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. Mexem com as necessidades humanas. Utilizam-se das preocupações de ordem financeira para defender a teologia da prosperidade material, propondo “acordos e negociatas” com Deus, por meio de votos, por exemplo, que estabelecem a forma que irão receber de Deus aquilo que desejam. Observe como isto é contraditório com os ensinos do Novo Testamento: Mateus 5.33-37: “Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”. Tiago 5.12: “Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação”. Quanto ao evangelho sem cruz, observe como este é também contraditório com os ensinos do Novo Testamento: Gálatas 2.20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”. Gálatas 6.14: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”. O versículo de Filipenses 4.13, “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”, utilizado exaustivamente pelos propagadores do evangelho triunfalista, na verdade trata em seu contexto das diversas situações que o cristão pode vir a enfrentar, sejam elas de abundância ou de carência, mas que em Cristo serão suportadas. Filipenses 4.11-13: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”. Buscam popularidade. Os falsos mestres investem em autopromoção; como se a revelação de Deus lhes fosse exclusiva. Ao contrário desta autopromoção vaidosa, a Bíblia nos fala acerca da postura dos verdadeiros servos de Deus: Mateus 10.24: “Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor”. Mateus 20.25-28: “Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; e, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos”. Filipenses 2.5-7: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”. Observe a denúncia que a Bíblia faz daqueles que se auto-promovem: Lucas 16.15: “E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”. 1 Coríntios 4.7: “Porque, quem te faz diferente? E que tens tu quenão tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?” Os falsos mestres defendem teses teológicas absurdas. Cristo já nos libertou com as verdades bíblicas absolutas. Não podemos continuar vivendo debaixo de ensinos distorcidos. Efésios 4.14,15: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. Descaracterizam alguns livros bíblicos. Muitos cristãos, impensadamente, dizem que certos livros da Bíblia não são verídicos, são lendas ou histórias. 1 Coríntios 2.13: “As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais”. Gálatas 1.11,12: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo”. 2 Pedro 1.21: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. Acerca de 2 Pedro 1.21, MacDonald (2008, p. 944,945) escreve: “Encontramos aqui um dos versículos-chave da Bíblia acerca da inspiração divina. Em tempos como os nossos, nos quais tantas pessoas negam a autoridade das Escrituras é importante termos convicção da inspiração verbal, plenária e inerrante da Bíblia. A inspiração verbal indica que as palavras redigidas por pelo menos quarenta escritores humanos foram inspiradas por Deus (cf. 1 Co 2.13). Deus não deu um esboço geral ou algumas ideias básicas e depois permitiu que os escritores as expressassem como lhes parecesse melhor. As próprias palavras que usaram foram dadas pelo Espírito Santo. A inspiração plenária indica que a Bíblia toda foi igualmente inspirada por Deus, desde Gênesis até Apocalipse. É a palavra de Deus (cf. 2 Tm 3.16). Dizemos também que a Bíblia é inerrante porque não contém absolutamente nenhum erro no original não apenas no tocante à doutrina, mas também à história, ciência, cronologia e todas as outras áreas”. Explicam os versículos de acordo com suas conveniências. A respeito daquilo que não está claro na Palavra de Deus, empregam a lógica da filosofia humana (falaremos sobre isso mais adiante). 2 Pedro 3.16,17: “Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras escrituras, para sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza”. Pregam a retidão para parecerem justos perante os homens. Expõem altos padrões de retidão farisaica. Vestem-se como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Precisamos testar os mestres na conduta, na firmeza, na fé, no fruto produzido. Mateus 23.27,28: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade”. Mateus 7.15,16: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?”. Essas são as principais estratégias dos falsários que se utilizam da fé cristã para seus benefícios. Dito essas coisas, precisamos entender a origem do erro deles. Eles são hereges, praticam e ensinam heresias. A definição de heresia nos ajudará ainda mais no nosso descortinar de tais falsos mestres e falsos ensinos. O QUE É HERESIA, DOUTRINA E APOLOGÉTICA? ........ Ambas as palavras Heresia e Seita derivam da palavra grega “háiresis”, que significa escolha, partido tomado, corrente de pensamento, divisão, escola etc. A palavra “heresia” é adaptação de “háiresis”. Ao ser tomado para o latim, “háiresis” transformou-se em “secta”, e daí formou-se a palavra “seita”. Originalmente seu sentido não era pejorativo. Quando o Cristianismo foi chamado de seita (At 24.5), não foi em sentido depreciativo. Os líderes judaicos viam os cristãos como um grupo, uma facção dentro do judaísmo. Com o tempo, “háiresis” também assumiu conotação negativa, como em 1Co 11.19; Gl 5.20; 1Pe 1.1-2. Em termos teológicos, seita refere-se a um grupo de pessoas e heresia indica as doutrinas antibíblicas defendidas pelo grupo. Assim, por exemplo, podemos dizer que um cristão imaturo pode estar ensinando alguma heresia, sem, contudo, fazer parte de uma seita. Vejamos ainda algumas definições de apologistas famosos: 1ª. “Um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas”. Dr. Walter Martin. 2ª. “É uma perversão, uma distorção do Cristianismo bíblico e/ou a rejeição dos ensinos históricos da Igreja Cristã”. Josh McDoweell e Don Stewart. 3ª. “Qualquer religião tida por heterodoxa ou mesmo espúria”. J. K. Van Baalen. A palavra Doutrina vem do latim “doctrina”, que significa ensino, referindo-se de forma geral à qualquer tipo de ensino ou a um ensino específico. Algumas pessoas confundem doutrina com a questão de usos e costumes. Alguns dizem: “a minha igreja tem doutrina”, mas pode ser que lá existam na realidade muitas heresias. O verdadeiro ensino bíblico e teológico é o que constitui a verdadeira doutrina. Apologia significa defesa. Dentro da heresiologia, apologia significa defender a fé cristã ortodoxa e a igreja contra ensinos de demônios e de homens cujo “deus é o ventre”. É defender a fé que “de uma vez por todas foi entregue aos santos”. (Jd 3). O trabalho do apologista é difícil e, muitas vezes, incompreendido até mesmo dentro de sua denominação eclesiástica. Quando o apóstolo Pedro nos pede para “… estar sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15), a palavra “responder” é apologia. Ou seja, Pedro nos diz que devemos estar preparados para fazer uma defesa segura de nossa fé, como alguém que está sendo acusado em um júri. Será que todos nós, líderes, ovelhas e pastores, temos esta condição de sermos apologistas da fé cristã? Ou estamos descendo ladeira abaixo em direção às falácias de homens incautos e arrogantes, que “não sabem o que dizem sem as coisas sobre as quais fazem ousadas asseverações?” Pois são pessoas que “resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé” (2Tm 3.8b). AS HERESIAS NA ÉPOCA DOS APÓSTOLOS ........ É importante lembrar que os apóstolos falaram enfaticamente contra heresias e práticas que tentavam penetrar nas igrejas, tais como: - Gnosticismo em Colosso; - A judaização do cristianismo na Galácia; - O ensino da libertinagem utilizando-se da graça de Deus e o misticismo, na igreja de Corinto; - Videntes que “usavam” a Deus em suas práticas; - Negação da encarnação de Cristo; -Transformação do culto cristão à semelhança dos cultos pagãos, com glutonaria e bebedeira; - O legalismo e o formalismo, tratados nas cartas aos Hebreus e aos Galátas; - A falsa autonomeação de apóstolos, etc. Principais heresias nos primeiros séculos Os Judaizantes (Séc. I) A heresia Judaizante pode ser resumida pelas seguintes palavras dos Atos dos Apóstolos 15,1: “Alguns homens, descendo da Judéia, puseram-se a ensinar aos irmãos o seguinte: ‘Se não vos circuncidais segundo o rito de Moisés, não podeis ser salvos'”. Muitos dos primeiros Cristãos eram Judeus, e esses trouxeram para a Fé cristã práticas e observâncias judaicas. Eles reconheciam em Jesus Cristo o Messias anunciado pelos profetas e o cumprimentodo Antigo Testamento, mas uma vez que a circuncisão era condição obrigatória na Lei Mosaica para a participação na Aliança com Deus, muitos pensaram que ela era também necessária na participação na Nova Aliança inaugurada em Cristo. Portanto eles acreditavam que era necessário ser circuncidado e guardar os preceitos mosaicos para se tornar um verdadeiro cristão. Em outras palavras, uma pessoa deveria se tornar judeu para poder se tornar cristão. Gnosticismo (Sécs. I e II) “A matéria é má!” – Esse é o lema dos Gnósticos. Essa foi uma ideia que eles “tomaram emprestado” de alguns filósofos gregos e é contrária ao ensinamento Católico, não apenas porque contradiz Gênesis 1,31: “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”, bem como outras partes da Sagrada Escritura, mas porque nega a própria Encarnação. Se a matéria é má, então Jesus não poderia ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pois em Cristo não existe nada que seja mau. Assim muitos gnósticos negavam a Encarnação alegando que Cristo apenas “parecia” como homem, mas essa sua humanidade era apenas ilusória. Alguns Gnósticos, reconhecendo que o Antigo Testamento ensina que Deus criou a matéria, alegavam que o Deus dos Judeus era uma divindade maligna bem diferente do Deus de Jesus Cristo, do Novo Testamento. Eles também propunham a crença em muitos seres divinos, conhecidos como “aeons” que servem de mediadores entre o homem e um inatingível Deus. O mais baixo de todos esses “aeons” que estava em contato direto com os homens teria sido Jesus Cristo. Montanismo (final do Séc. II) Montanus iniciou inocentemente sua carreira pregando um retorno à penitência e ao fervor. Todavia ele alegava que seus ensinamentos estavam acima dos ensinamentos da Igreja, porque ele era diretamente inspirado pelo Espírito Santo. Logo, ele começou a ensinar sobre uma eminente volta de Cristo em sua cidade natal, a Frígia. Seu movimento enfatizava a continuidade dos dons extraordinários como falar em línguas e profecias. Sabelianismo (Princípio do Séc. III) Os Sabelianistas ensinavam que Jesus Cristo e Deus Pai não eram pessoas distintas, mas simplesmente dois aspectos ou operações de uma única pessoa. De acordo com eles, as três pessoas da Trindade existem apenas em referência ao relacionamento de Deus com o homem, mas não como uma realidade objetiva. Arianismo (Séc. IV) Uma das maiores heresias que a Igreja teve que confrontar foi o Arianismo. Arius ensinava que Cristo não era Deus e sim uma criatura feita por Deus. Ao disfarçar sua heresia usando uma terminologia ortodoxa ou semi-ortodoxa, ele foi capaz de semear grande confusão na Igreja, conquistando o apoio de muitos Bispos e a rejeição de alguns. O Arianismo foi solenemente condenado no ano 325 pelo Primeiro Concílio de Nicéia, o qual definiu a divindade de Cristo e no ano 381 pelo Primeiro Concílio de Constantinopla, o qual definiu a divindade do Espírito Santo. Esses dois Concílios deram origem ao Credo Niceno que os Católicos recitam nas Missas Dominicais. Pelagianismo (Séc. V) Foi um movimento que surgiu no século V. Seu fundador, um monge gaulês, chamado Pelágio, ensinava que o homem pode chegar a Deus através de sua moralidade e méritos próprios, necessitando apenas de uma pequena ajuda da graça de Deus. Mas, isso contraria a Palavra de Deus em Efésios 2:8, que diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. Obviamente a igreja não deve preocupar-se unicamente com a liturgia de seu templo, mas tem a obrigação de atender aos necessitados em suas aflições. Contudo, a caridade e a ação social não tem significado algum para o céu se isto for apenas um projeto de ordem promocional, política ou religiosa para alcançar a salvação em Jesus. Antes que o homem resolva transformar algo no reino de Deus, o reino de Deus precisa transformar este homem primeiramente. É pela fé e não por obras de justiça que alcançamos a Deus. Sobre isso Paulo avisou a Tito: “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e restaurador do Espírito Santo” (Tt. 3:5). Monofisismo (Séc. V) O Monofisismo originou-se como uma reação ao Nestorianismo. Os monofisistas (liderados por um homem chamado Eutyches) ficaram horrorizados pela implicação Nestoriana de que Cristo era duas pessoas com duas naturezas distintas (divina e humana). Então eles partiram para o outro extremo alegando que Cristo era uma pessoa com uma só natureza (uma fusão de elementos divinos e humanos). Portanto eles passaram a ser reconhecidos como Monofisistas devido à sua alegação de que Cristo possuía apenas uma natureza (Grego: mono= um; physis= natureza). Os teólogos Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que o Monofisismo era tão pernicioso quanto o Nestorianismo porque esse negava tanto a completa humanidade como a completa divindade de Cristo. Se Cristo não possuia a natureza humana em sua plenitude então Ele não poderia ser verdadeiramente homem e se Ele não possuía a natureza divina em plenitude, então Ele também não era verdadeiramente Deus. A heresia no Período da Igreja Católica Romana Monasticismo O Monasticismo foi um movimento católico romano pietista semelhante ao dos monges do século II que se retiravam aos desertos para separar-se da vida mundana e buscar elevação espiritual. O movimento monástico fortaleceu a ideia dualista entre vida espiritual e vida comum, sendo esta de ordem inferior e aquela superior. Diversas religiões apresentam tais características, como o cristianismo, o budismo, o hinduísmo e o islamismo. Enquanto a prática do monasticismo é exaltada no catolicismo romano, no protestantismo é vista com desconfiança. Nos tempos de Lutero, o monasticismo era uma forma de “caminho mais excelente para a salvação”, incentivando a separação entre cristãos comuns e os monges especiais e espiritualmente elevados. A doutrina do sacerdócio universal que, segundo as Escrituras, todos os cristãos são sacerdotes de Deus e pode entrar em sua presença por meio da oração pelo nome de Jesus, foi fundamental no questionamento de Lutero. A origem do movimento no século IV foi uma reação contrária ao mundanismo que invadia a igreja. Não negamos que muitos monges foram fundamentais no desenvolvimento de teologia no decorrer da história cristã; o próprio Lutero era um monge que, por sua dedicação espiritual, encontrou a iluminação de Deus. Entretanto, alguns se tornavam monges e freiras para garantirem a própria salvação, negando a doutrina da justificação somente por Jesus Cristo e não por obras de justiça própria; outros, conduzidos pela vaidade, desejam títulos e relevância espiritual pública, semelhante ao que os fariseus faziam (Mateus 23). Notam-se semelhanças com algumas práticas das igrejas neopentecostais modernas. Justo Gonzalez (2015) diz que o monasticismo era uma ideia oriunda do Gnosticismo que a igreja já havia rechaçado, porém “seu impacto continuou se fazendo sentir na opinião de muitos, que pensavam que de um modo ou de outro o corpo se opunha a vida plena do espírito, razão pela qual era necessário sujeitá-lo e até castigá-lo”. Como disciplinas espirituais, proibiam o consumo de bebida alcoólica, incentivavam a abdicação de bens materiais e qualquer tipo de conforto, a autoflagelação, jejuns rigorosos e o celibato. Além dos motivos já apresentados, essa heresia é perigosa pelo fato de apregoar a dualidade entre corpo e espírito, vida secular e vida sagrada, levando os cristãos a um isolamento do mundo. Jesus em sua oração sacerdotal pede ao Pai que não nos tire do mundo, mas que nos livre do mal que nele há (João 17). As Sagradas Escrituras não respaldam argumentos da origem cristão do monasticismo, nem suas práticas e disciplinas ascéticas (Colossenses 2). AS HERESIAS NO MEIO EVANGÉLICO ........ Desde o século XVI há pessoas que se aproveitaram da Reforma Protestante para dar vazões as suas ideologiasrevolucionárias sangrentas, não era nem de longe o pensamento de Lutero que tentou reformar a igreja, é só desistiu quando percebeu que seria impossível. A igreja também foi assaltada por heresias principalmente a partir do século XVIII com o advento do Iluminismo e o racionalismo. Começou a se questionar a inerrância das escrituras, a se tratar o céu e o inferno como fábulas, a pregação foi influenciada por uma visão materialista da vida. A esperança da vida após a morte foi sendo roubada aos poucos da fé protestante em algumas partes da Europa. O liberalismo teológico destruiu muitas igrejas a partir daí. Nos séculos XIX e XX, considero que o pentecostalismo, mas principalmente o neo-pentecostalismo, abriram portas para heresias antigas com outras roupagens, heresias como: pelagianismo (como já tratada acima), o misticismo, o gnosticismo, teorias humanistas com uma espiritualidade voltada para o homem, o ocultismo (o desejo pelo misterioso), e o sensacionalismo (a busca por sensações que propiciem revelações espirituais). Dentro disso, chegamos ao ponto atual. Um famoso pregador subiu no púlpito. Fez uma excelente apresentação de sua pessoa, uma oração fervorosa e em seguida dá início á sua pregação. Vinte minutos depois, ele solta um grito com voz firme: “Deus vai enviar nesta noite o anjo do consolo, que estará ao seu lado 24 horas por dia (A Bíblia diz que o Espírito Santo é o nosso consolador). “A partir de hoje, sua vida não será mais a mesma”. O povo vibrante se perde num tremendo barulho de glórias a Deus e “aleluias”, e línguas estranhas”. Mas ninguém atentou para o cúmulo do absurdo teológico: Um anjo toma o papel do Espírito Santo na vida do crente, e passa a ser o canal de segurança nos momentos difíceis da jornada cristã. É o que tem acontecido diariamente em muitos púlpitos pelo Brasil a fora. Pregadores dos mais diversos estilos, conferencistas que se dizem internacionais, cantores cuja inspiração passa longe da verdade bíblica. Um verdadeiro show de heresias dos mais importantes assuntos da Bíblia. Uma vez testemunhei em uma igreja neo-pentecostal um pastor que usando Jeremias 13, começou a falar contra o pecado das pessoas e chegou a tirar o cinto e a bater nas pessoas alegando que Deus o enviou para aplicar tal corretivo contra os pecadores que não abandonam os seus pecados. Em meio a tudo isso, os crentes fiéis à sã doutrina, perguntam: O que está acontecendo com nossos pregadores? Por que insistem em cometer tamanhos erros? Como os pastores e líderes devem evitar tal constrangimento? Por que os crentes ainda aceitam esse tipo de golpe contra a Palavra de Deus e ainda pagam por isso? Não conhecem a Jesus! Não podemos também confundir heresia com erro de interpretação bíblica. Ou seja, uma heresia é tudo aquilo que venha ferir os Fundamentos da Palavra, a ortodoxia cristã. Erro de interpretação é quando um cristão, dedicado ao aprendizado bíblico, passa uma informação errada a respeito de determinado texto, podendo ele depois reconhecer seu erro e continuar na busca do saber, por isso devemos ter cautela para não chamar qualquer um de herege. Não sairemos “caçando as bruxas”, chamando todo mundo de herege por simples erros de entendimento teológico. O que estamos trazendo aqui são questões de profunda seriedade doutrinária. Eles surgem por meio de mensagens até mesmo de famosos pregadores e até em louvores, por falta de atenção aos ensinos da Bíblia. São frases de grave impacto espiritual, declarações conflitantes com a pura teologia e pensamentos expostos sem nenhuma base ou fundamento real. Verdadeiras metralhadoras de confusão doutrinária. Mas afinal, que perigo essas heresias possuem? No exemplo que mencionei no início do capitulo, o mais grave perigo revela-se na exclusividade angelical transmitida pelo orador e no enfraquecimento da ação do Espírito Santo na vida do crente fiel. O tal “anjo do consolo” passa a ser exigido nas situações mais difíceis da jornada cristã, deixando de lado a verdade de que o nosso consolador é o Espírito Santo, É Ele que está na vida do crente e conhece todas as suas fraquezas e necessidades. O Espírito Santo fala e nos dá direção. “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito”. (João 4.16, 26). Muitos pregadores estudam a Bíblia, mas não de forma sistemática. Não se preocupam com o fundo teológico que está interligado com o pano de fundo cultural, social e doutrinário. Quando leem algum versículo tiram conclusões imaginárias criando, assim, uma grande contradição entre os ensinos da Palavra de Deus. A maioria dos cristãos aceitam tais absurdos, por não conhecerem de forma clara a seriedade dos efeitos espirituais que muitos falsos ensinos causaram. Os “pais da Igreja” muito sofreram para enfrentar as heresias primitivas que tentavam destruir as bases do cristianismo. Heresias essas que eram pregadas pelos próprios ministros cristãos. Exemplos de heresias no meio evangélico Nos louvores. Há um louvor que diz “eu fui no terreno do inimigo e eu tomei tudo que me roubou…Debaixo do meu pé… Satanás debaixo do meu pé”. Precisamos entender que o que o Diabo tirou do homem, Cristo resgatou na cruz do calvário. E mais, ele não tem terreno para podermos tirar algo dele. Deus tem todo o poder. Satanás não está debaixo de nossos pés e sim ao derredor. Leia Romamos 16.20. Outro louvor diz: “No caminho do Gólgota lá foi Deus...” O louvor afirma que Deus morreu. É importante que se tenha o entendimento que os cânticos são “sermões cantados”, como dizia Lutero. Os cânticos por vezes ficam na mão de pessoas com capacidade de arranjos, ritmos musicais, mas sem nenhuma estrutura doutrinária e a partir daí começam os problemas. Grandes produções artísticas, gospel, mascaram muitas heresias, e o cântico perde o seu valor no culto ao Senhor. Outros exemplos de heresias: 1-Deus vai colocar arcanjos e querubins para te proteger! 2-Nós, salvos, seremos como Deus, eternos! 3-A trindade? Três manifestações de Deus! 4-Deus morreu na cruz por você! 5-A Bíblia contém a Palavra de Deus. 6-O Espírito Santo é o fogo de Deus! 7-Sai demônio! Pelo sangue de Jesus. Refutando as heresias supracitadas 1. Esta frase fere a hierarquia angelical organizacional estabelecida por Deus. Querubins e arcanjos não foram separados para proteger o homem; O Salmo 34.7 diz: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra”. O texto diz o anjo. Deus pôs os anjos em suas funções específicas e não podemos ignorar isso como se o céu fosse uma desordem. 2. Não seremos eternos, pois já somos imortais. Estaremos sim, na eternidade com Deus. É eterno o que não tem começo nem fim. Aquilo que é eterno é incriado. Somente Deus é eterno. Já o imortal é aquilo que tem começo, mas não tem fim. Tudo aquilo que é imortal é criado. O homem, ao nascer, é, portanto, uma simples criatura de Deus. É, porém, uma criatura especial, porque tem a possibilidade de se tornar filho de Deus. 3. A trindade são três pessoas e não manifestações. Foi isso que tentou fazer Sabélio (180-250) um dos mais destacados hereges primitivos. Sabélio ensinava que havia uma única essência na divindade, contudo, rejeitava o conceito de três Pessoas em uma só essência. Afirmava que isso designaria um culto “triteísta”, isto é, de três deuses. A questão poderia ser resolvida, afirmava, pelo conceito de que Deus se apresentaria com diversas faces ou manifestações. Fiz uma pesquisa em certa igreja local e descobri que 70% dos membros criam no ensino acerca da trindade, mas não sabiam explicar com clareza e ainda, cometiam erros. 4. Deus não morre e sim o homem. Por isso que Jesus foi Deus – homem. A sua morte revela sua condição humana. E Deus o ressuscitou. O sentido da palavra Deus na Bíblia é essência, substância e natureza divina. 5. Se você diz que a Bíblia“contém” a Palavra de Deus, está afirmando que outros livros como Alcorão, Princípio Divino (Moonismo), a BhagavadGita (Livro Hindu) e outros podem também a Palavra de Deus. A Bíblia não “contém” a palavra de Deus, ela é a Palavra de Deus. 6. O Espírito Santo é Espirito Pessoal, ou seja, o fogo é símbolo do Espírito Santo, e não o próprio. 7. O sangue de Jesus não foi derramado para expulsar demônios e sim para remissão dos pecados. Mas Jesus disse: “em meu nome expulsarão demônios.” (Marcos 16.17) Esses são alguns exemplos, poderíamos citar centenas de outros, como a pregação de autoajuda, igrejas que só pregam psicologia usando a Bíblia como suporte para suas teorias psicológicas, teologia do homem que tem que perdoar a Deus quando Deus o ofende (conforme apregoado no livro Encontro com Deus, de Rene Terra Nova), o charlatanismo de falsas curas... E a ladeira não tem fim. A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO HISTÓRICO ATÉ A REFORMA PROTESTANTE NO COMBATE AS HERESIAS ........ Por trás da Reforma Protestante A Reforma Protestante começou em 1517, quando Martinho Lutero divulgou suas 95 Teses em Wittenberg, Alemanha. O que levou ao movimento é mais complexo. O movimento foi condicionado pelos fatores políticos, sociais, econômicos, morais e intelectuais. Mas, acima de tudo, foi pela iluminação do Espírito Santo para o retorno as Sagradas Escrituras. O movimento foi liderado por homens interessados em uma reforma verdadeira do cristianismo. O declínio do poder papal, o surgimento de monarquias nacionais nos séculos XIII a XV veio à custa do poder do papado. Este fato é ilustrado pela luta do Papa Bonifácio VIII com o rei da França, que resultou na humilhação e morte precoce do papa em 1303. O papado subseqüentemente estava localizado em Avinhão, França, durante um período de aproximadamente 75 anos, conhecido na história como o Papado de Avinhão ou o Cativeiro Babilônico da igreja (1303-1377). Durante aquele tempo o papa foi dominado pela monarquia francesa. Esforços de restaurar o papado para Roma apenas provocaram, inicialmente, uma divisão, conhecida como o Grande Cisma. Papas rivais alegaram legitimidade até a situação finalmente se resolver em 1417. Acontecimentos tão escandalosos na alta liderança da Igreja Católica Romana levaram ao aumento de corrupção e à perda de confiança na igreja. Muitos questionaram a autoridade absoluta reivindicada pelo papa. Outros clamavam cada vez mais por uma reforma da igreja nos “líderes e membros”. Os anos anteriores a Reforma Protestante também foram marcados pela corrupção moral e o abuso de posição na igreja Católica Romana. O sacerdócio era culpado de vários abusos de privilégios e responsabilidades, inclusive simonia (usar as próprias riquezas ou influência para comprar uma posição eclesiástica), pluralismo (ocupar vários cargos simultaneamente) e absentismo (a falha em residir na paróquia onde deviam administrar). A prática do celibato que foi imposta pela igreja no sacerdócio muitas vezes era abusada ou ignorada, levando a conduta imoral por parte do clero. Padres ignorantes com mentes mundanas corromperam suas posições pela negligência e abuso de poder. Durante o século XV, o mundanismo e a corrupção na igreja chegaram ao pior. O problema da corrupção chegou até o papado. Entre aqueles que pediam uma reforma da igreja estava o Domiciano Giralamo Savonaroka (1452-1498) de Florença, Itália. Este pregador impetuoso falou contra os morais corruptos dos líderes da cidade e dos abusos do papado. O povo foi ganho pela causa de Savonarola em Florença, mas devido a rivalidades religiosas e circunstâncias políticas, o movimento durou pouco. Savonarola foi enforcado e queimado por heresia em 1498. Primeiros movimentos religiosos da Reforma Durante o final da Idade Média surgiram vários movimentos que desafiaram algumas das doutrinas básicas da Igreja Católica Romana. Muitos destes movimentos foram oficialmente condenados pela igreja como heresias e foram severamente oprimidos (a igreja Romana chamava de heresia tudo o que ia contra o seu poder corrupto, era uma forma de propagar o seu autoritarismo). Os Albigensianos surgiram no sul da França no final do século XII e início do século XIII. Os Albigensianos (também chamados de Catari) seguiam um dualismo rigoroso semelhante ao antigo gnosticismo. Eles defendiam o Novo Testamento como o único padrão de autoridade — um desafio à autoridade alegada pelo papa. A seita tornou-se o objeto de uma campanha terrível de perseguição quando o Papa Inocêncio III lançou uma cruzada contra eles em 1204. Um movimento conhecido como os Waldensianos provavelmente foi fundado no século XI por Pedro Waldo. Pregadores viajantes conhecidos como os Homens Pobres de Lyons enfatizaram o estudo e a pregação da Bíblia. Traduziram o Novo Testamento para a língua comum do povo, rejeitaram as doutrinas católicas do sacerdócio e purgatório, e defenderam à volta às Escrituras como a única autoridade na religião. Na Inglaterra, João Wiclif (1324-1384), um professor bem-conhecido da Oxford, também desafiou a autoridade do papado. Durante o Papado de Avinhão, ele argumentou que todo o domínio legítimo vem de Deus e é caracterizado pela autoridade exercida por Cristo na terra – não de ser servido mas sim, de servir. Durante o Grande Cisma, Wiclif ensinou que a verdadeira igreja de Cristo, em vez de consistir em um papa e hierarquia da igreja, é um corpo invisível dos eleitos. Ele promoveu o estudo das Escrituras sobre a tradição da igreja. E ensinou que as Escrituras devem ser colocadas nas mãos dos eleitos, e na sua própria língua. Assim Wiclif fez uma tradução inglesa em aproximadamente 1384. No fim, Wiclif foi condenado por heresia, mas sua influência continuou. Seus seguidores, chamados de lolardos espalharam seus ensinamentos como um movimento oculto na Inglaterra. Rejeitaram a doutrina da transubstanciação, a veneração de imagens, o celibato do clero e outras doutrinas católicas como abominações. Foram uma influência importante na Inglaterra na véspera da Reforma Protestante. Outra voz precoce clamando pela reforma foi a de João Hus (1369- 1415), um pregador e estudioso boêmio. Influenciado pelos escritos de Wiclif, Hus argumentou que a verdadeira igreja não era a instituição como definida pelo catolicismo, mas o corpo dos eleitos sob a liderança de Cristo. Ele insistiu que a Bíblia é a autoridade final pela qual o papa e qualquer cristão será julgado. Hus foi queimado por heresia em 1415, aproximadamente um século antes da resistência de Lutero em Wittenberg. O movimento Husita continuou a crescer depois da morte do seu líder, preparando o caminho para a Reforma Protestante. Religião, movimentos místicos e pietistas No final da Idade Média, uma forma de misticismo religioso surgiu na Alemanha. Muitos dos místicos, como Meister Eckhart, enfatizaram temer o divino através da contemplação mística, em vez de através de uma abordagem racional à religião. Outros, como Gerhard Groote, ensinaram uma abordagem mais prática ao cristianismo. Groote fundou os Irmãos da Vida Comum como um esforço de chamar seguidores a uma devoção e santidade renovadas. Seguiram a devotio moderna, uma vida de devoção disciplinada centralizada em meditar na vida de Cristo e seguir a mesma. A obra de mais influência desta escola de pensamento foi A Imitação de Cristo, escrita por Thomas à Kempis. Quando não se opuseram à igreja católica ou à hierarquia, o movimento criticava a corrupção da igreja. Sua ênfase no relacionamento pessoal com Deus parecia minimizar o papel da função sacramental da igreja. Escolas fundadas pelos Irmãos enfatizavam escolaridade e devoção e tornaram-se centros para a reforma. Muitos dos líderes da Reforma Protestante foram influenciados pelos seus ensinamentos. O Renascimento O Renascimento (ou Renascença) foi um movimento que constituiu a transição do mundo medieval para o mundo moderno. Começou no século XIV na Itália como resultado de um interesse renovado na cultura clássica ou humanísticada Grécia e Roma. Estudiosos do Renascimento estudaram antigos manuscritos recuperados de um mundo que era decididamente mais secular e individualístico do que religioso e unido. Os artistas do período enfatizaram a beleza da natureza e do homem. A religião no Renascimento tornou-se menos importante conforme os homens voltaram sua atenção ao prazer do aqui e agora. O Renascimento afetou os papas do período. Muitos dos “Papas do Renascimento”, como Júlio II (1441-1513), eram humanistas mais interessados na cultura clássica e arte do que em assuntos espirituais. Alguns, como Alexandre VI (1431-1503), viveram vidas notoriamente malvadas e escandalosas. Leão X (1475-1521), o filho de Lorenzo de’Medici e papa quando Martinho Lutero afixou as 95 Teses, uma vez disse que Deus lhe deu o papado, então ele ia “aproveitar”. O Renascimento contribuiu para a Reforma de outras maneiras mais positivas. A invenção da prensa de impressão móvel por Johann Gutenberg, em aproximadamente 1456, forneceu um meio para a divulgação de idéias. Estudiosos do Renascimento ao norte dos Alpes dividiram muitos dos mesmos interesses – uma paixão pelas fontes antigas, uma ênfase no ser humano como indivíduo e uma fé nas capacidades racionais da mente humana. No entanto, esses “cristãos humanistas do norte” estavam menos interessados no passado clássico do que no passado cristão. Eles aplicaram as técnicas e os métodos do humanismo do Renascimento no estudo das Escrituras nas suas línguas originais, assim como o estudo dos “pais da igreja” como Augustinho. Sua preocupação principal com os seres humanos era pelas suas almas. Sua ênfase era étnica e religiosa em vez de estética e secular. O resultado desta ênfase era um interesse num retorno às Escrituras e a restauração do cristianismo primitivo. Os humanistas bíblicos apontaram os maus na igreja da sua época e pediram uma reforma interna. Talvez quem exerceu maior influência foi Disidério Erasmo (aproximadamente 1466-1536). Conhecido como o “príncipe dos humanistas”, Erasmo usou sua ampla escolaridade para desenvolver um texto do Novo Testamento em grego, baseado em quatro manuscritos gregos que estavam disponíveis para ele. Como a ajuda da prensa de impressão, Erasmo publicou o texto grego do Novo Testamento em 1516. A capacidade de estudar a Bíblia na sua língua original encorajou uma comparação mais precisa da igreja dos seus dias com a igreja do Novo Testamento. Martinho Lutero, por exemplo, usou imediatamente o texto grego de Erasmo. Ele logo percebeu que a interpretação da Vulgata Latina em Mateus 4:17 de “pagar penitência” mais precisamente seria “arrepender- se”. Tal conhecimento contribuiu para uma percepção crescente de que o sistema sacramental não era apoiado pelas Escrituras. Assuntos doutrinários e autoridade religiosa O assunto imediato que levou Lutero a afixar suas 95 propostas para debate em 1517 foi o abuso do sistema católico romano de indulgências. A doutrina de indulgências, inicialmente formulada no século XIII, era associada com o sacramento de penitência e a doutrina do purgatório. Enquanto acreditava-se que o sacramento fornecia perdão dos pecado e do castigo eterno, acreditava-se que havia uma satisfação temporal que o pecador arrependido teria que cumprir nesta vida ou no purgatório. A indulgência era um documento que a pessoa podia comprar por uma certa quantia de dinheiro que a livraria da punição temporal do pecado. Acreditava- se que os méritos excedentes de Cristo e dos santos seriam guardados numa “tesouraria de mérito” celestial da qual o papa podia tirar méritos para o benefício dos vivos. Em 1517 o dominicano Johann Tetzel estava vendendo uma indulgência plena especial (prometendo o perdão completo dos pecados) para conseguir dinheiro para a igreja. Metade do dinheiro seria dada ao Arcebispo Alberto, a quem o papa havia dado uma dispensa especial para ocupar dois cargos. O resto ajudaria a financiar o término do catedral de São Pedro em Roma. O protesto de Lutero inicialmente era contra o que via como o abuso do sistema de indulgências. Também era um desafio à autoridade papal que tornava tais abusos possíveis. Depois de um tempo Lutero rejeitou todo o sistema sacramental católico romano. Mais do que qualquer outro fator, suas conclusões surgiram de seu estudo intensivo da Bíblia. A partir de aproximadamente 1513 até 1519 Lutero discursou sobre as Escrituras na Universidade de Wittenberg. Ele estava convicto de que a Bíblia era a única autoridade verdadeira na religião (sola scriptura), em oposição ao papa ou um conselho geral da igreja. Através do seu estudo ele percebeu que muitos dos aspectos do sistema teológico da Igreja Romana não eram baseados nas Escrituras. Lutero acreditava que havia resgatado a verdadeira essência do cristianismo nos seus ensinamentos de que a salvação é pela graça através da fé em Cristo (sola fide), e não através de um sistema de obras como manifestado no sistema sacramental católico. Ele desafiou o conceito católico do sacerdócio com a declaração de que o Novo Testamento ensinava o sacerdócio de crentes. Enquanto muitos outros fatores se combinaram para tornar a Reforma Protestante possível, acima de tudo era a crença dos reformadores em voltar à autoridade única da Bíblia que definiu o movimento. HERMENÊUTICA E EXEGESE ........ Uma das grandes deficiências de muitos crentes e principalmente pregadores é a falta do conhecimento das regras da Hermenêutica Bíblica para a pregação da Palavra. Com isso é comum ouvirmos determinados absurdos, que, muitas vezes, acabam causando enormes contradições doutrinárias e até mesmo as famosas “heresias de púlpito”. A Hermenêutica que aqui me refiro é a ciência que estabelece os princípios, leis e métodos de interpretação. As pessoas pensam que basta apenas ler a Bíblia e o Espírito Santo faz o restante. Sim, é claro que o Espírito Santo age no momento em que lemos a Bíblia. Ele nos dá a iluminação dos textos, mas o Espírito acaba encontrando limites para atuar de forma mais abrangente, pois encontra na vida de muitos cristãos o comodismo na busca do crescimento no conhecimento da Bíblia, entre eles a forma correta de interpretar as Sagradas Escrituras. Na sua origem e raiz encontramos três tipos de hermenêutica que nasceram da tradição de leitura e interpretação de diferentes corpos textuais: Hermenêutica jurídica, filológica e teológica. A abrangência da disciplina alcança diferentes escalas, mas em todas as abordagens a hermenêutica possui as mesmas características de ação. 1. A Hermenêutica Jurídica O Dr. Paulo Fernandes Trindade define a Hermenêutica Jurídica como “a técnica específica que visa compreender a aplicabilidade de um texto legal”. A Hermenêutica Jurídica possui também alguns métodos de aplicação. Na verdade, são regras técnicas que visam à obtenção de um resultado. Com elas procuram-se orientações para os problemas de decidibilidade dos conflitos. 2. Hermenêutica Filológica Do grego antigo, “amor ao estudo, á instrução”. É a ciência que estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão Histórica, a partir de documentos escritos. A hermenêutica filológica é responsável por fazer o leitor entender a literatura em sua mais ampla visão. Nesta visão estão os mistérios das diversas culturas, de uma língua e todo um revestimento histórico. Com isso precisamos entender que não basta apenas ler um livro histórico, fazer uma leitura viajante sem interpretar a História. Essa interpretação filológica é feita pelo ponto de vista crítico e investigativo, encontrando seus valores, ensinos, particularidades e questões gerais. 3. Hermenêutica Teológica A Hermenêutica Teológica que tem no seu cerne a texto bíblico deixa claro em que medida o texto original deve ser tratado com uma especial atenção. É a disciplina da Teologia Exegética que não só ensina as regras de interpretação, mas também a maneira de aplicá-las corretamente. É a ferramenta que aborda com profundidade os textos sagrados nos seuspreciosos capítulos e versículos. O termo Hermenêutica procede do verbo grego hermeneuein, usualmente traduzido por “interpretar”, e do substantivo hermeneia que significa “interpretação”. Tanto o verbo quanto o substantivo podem significar “traduzir, tradução”. O que é então Exegese? Exegese é o estudo cuidadoso e sistemático de um texto para comentários, visando o esclarecimento ou interpretação do mesmo. É o estudo objetivando subsidiar o passo da interpretação do método analítico da hermenêutica. Este estudo é desenvolvido sob as indagações de um contexto histórico e literário. Sendo assim, a hermenêutica é a ferramenta de interpretação e a exegese, a maneira como usar essa ferramenta. A palavra Exegese, do grego eksegesis, cujo significado é “explicar, interpretar, contar, descrever, relatar”. Significa, segundo o contexto, narrativa, explicação, interpretação. O termo é formado pela aposição do final “isis”, expressivo de ação, ao tema verbal composto, ek+hegeomai, cujo significado é “tiro, extraio, conduzo fora”. A exegese é, pois, a extração dos pensamentos que assistiam ao escritor ao redigir determinado documento. A Exegese refere-se à ideia de que o interprete está derivando o seu entendimento do texto, em vez de incutir no texto o seu entendimento. Teologicamente, a exegese utiliza-se de modos formais de explicação, que são aplicados a passagens bíblicas. Por isso, o termo exegese significa, como interpretação, revelar o sentido de algo ligado ao mundo do humano, mas a prática se orientou no sentido de reservar a palavra para a interpretação dos textos bíblicos. Exegese, portanto, é a denominação que se confere à interpretação das Sagradas Escrituras desde o século II da Era Cristã. Orígenes, cristão egípcio que escreveu nada menos que 600 obras, defendia a interpretação alegórica dos textos sagrados, afirmando que estes traziam, nas entrelinhas de uma clareza aparente, um sentido mais profundo. O inimigo da Exegese: A Eisegese Enquanto a exegese consiste em extrair o significado de um texto qualquer, mediante legítimos métodos de interpretação, a Eisegese consiste em injetar em um texto, alguma coisa que o intérprete quer que esteja ali, mas que na verdade não faz parte do mesmo. Sendo assim, a eisegese consiste em manipular o texto para dizer o que ele não diz. Jamais confunda Exegese com Eisegese. Existem de fato três tipos de argumentos quanto à interpretação bíblica, que podem revelar a presença da eisegese: Argumento bíblico, extra bíblico e antibíblico. O Argumento bíblico surge quando se considera o que realmente está escrito, ou seja, a interpretação é baseada justamente no que está registrado, sem acréscimo ou extração. Como exemplo podemos tomar a passagem de Mateus 14.25 onde registra “Jesus andando sobre o Mar”. O argumento bíblico é aquele que afirma que Jesus não correu sobre o mar, bem menos que ele se arrastou sobre o mar, mas conforme está escrito “andou”. Não encontramos aqui nenhuma possibilidade para a influência da eisegese. O Argumento extra bíblico por sua vez trabalhará com uma interpretação dentro de uma lógica ou análise correta cujo resultado não afetará o texto. É aquilo que não está escrito, mas que também está coerente com o que está registrado. Vamos usar o mesmo exemplo. O pregador poderia dizer “Jesus andou sobre o mar e o vento balançava suas vestes”. Se considerado o argumento bíblico, essa frase está totalmente errada, pois o texto não diz que o vento balançava as vestes do Mestre. Mas usando a lógica na interpretação veremos que em alto mar é comum o agir do vento, principalmente em meio a uma tempestade, como detalha o versículo anterior: “o vento era contrário” (v. 24). O grande problema é que a maioria dos pregadores, buscando usar um argumento extra bíblico, acabam enredando para as incansáveis conjecturas e causando grande contradição com Verdades doutrinárias e até mesmo criando heresias. Isto é, uma falta de cuidado criará a eisegese, no lugar da exegese. O Argumento Antibíblico, como o nome já diz, se trata de uma argumentação que fere a doutrina bíblica e os fundamentos da Palavra. Usando o mesmo texto ficaria assim: “Jesus andou sobre ao mar e quase que afundou”. Talvez não houvesse problema algum em entender que Jesus poderia ter quase afundado visto que o mar estava muito agitado. Seria até uma tentativa extra bíblica. Mas a grande verdade é que, se Jesus quase afundou isso significa que ele não teve tanto poder assim para andar sobre o mar. E se ele não teve poder suficiente para andar sobre o mar, muito menos posso questionar sua autoridade para acalmar uma tempestade como registra outros relatos. Sendo assim esse argumento é herético, antibíblico. Eis aí uma raiz da eisegese. O exegeta deve possuir qualidades espirituais, principalmente o temor e a reverencia ao Espírito Santo em seu ministério de ensino e exposição bíblica. O homem espiritual, segundo Paulo, é o crente que tem capacidade de julgar, de discernir, de compreender todas as verdades espirituais. O crente maduro sabe se comportar frente aos desafios que a interpretação bíblica requer. Deve ser cheio do Espírito, o que significa ter uma vida de comunhão e intimidade com Deus. Para conhecer profundamente o significado da Bíblia, o intérprete deve entender que o conhecimento adquirido pelo estudo tem como base a ação do Espírito Santo na vida daqueles que buscam crescimento. A carência de sensibilidade com o Espírito Santo incapacita o exegeta para captar com profundidade o significado das passagens bíblicas. O hermeneuta reconhece o valor das línguas sagradas. Sabe que uma consistente extração da verdade depende, a certo ponto, do conhecimento das línguas bíblicas. Por isso se dedique ao conhecimento do grego e hebraico bíblico. Além das línguas originais também da história dos povos bíblicos, da geografia palestina, arqueologia do Oriente Médio, etc. Enfim, a interpretação bíblica perfeita é feita por um conjunto de regras e princípios, conduta, espiritualidade, e ação de Deus na vida do leitor. Contudo, a melhor interpretação é aquela cujo efeito edifica e desperta vidas com o poder de Palavra, e leva pessoas à Cristo para a experiência da salvação. COMO INTERPRETAR A BÍBLIA CORRETAMENTE ........ Métodos e regras fundamentais para interpretar a Bíblia O método é a maneira ordenada de fazer alguma coisa. É um procedimento, seguido passo a passo com o objetivo de alcançar um determinado resultado. Durante séculos os eruditos religiosos procuraram todos os métodos possíveis para desvendar os tesouros da Bíblia e arquitetar meios de descobrir os seus segredos. 1. Método Analítico É o método utilizado nos estudos pormenorizados com anotações de detalhes, por insignificantes que pareçam, com a finalidade de descrevê-los e estudá-los em todas as suas formas. Os passos básicos deste método são: a) Observação – É o passo que nos leva a extrair do texto o que realmente descreve os fatos, levando também em conta a importância das declarações e o contexto; b) Interpretação – É o passo que nos leva a buscar a explicação e o significado (tanto para o autor quanto para o leitor) para entender a mensagem central do texto lido. A interpretação deverá ser conduzida dentro do contexto textual e histórico com oração e dependência total do Espírito Santo, analisando o significado das palavras e frases chaves, avaliando os fatos, investigando os pontos difíceis ou incertos, resumindo a mensagem do autor a seus leitores originais e fazer a contextualização (trazer a mensagem a nossa época ou ao nosso contexto); c) Correlação – É o passo que nos leva a comparar narrativas ou mensagem de um fato escrito por vários autores, em épocas distintas em que cada um narra o fato, em ângulos não coincidentes como por exemplo a mesma narrativa descrita em Marcos 10.46 e Lucas 18.35, onde o primeiro descreve “saindo de Jericó” e o segundo “chegando em Jericó”; d) Aplicação – É o passo que nos leva a buscar mudanças de atitudes e deações em função da verdade descoberta. É a resposta através da ação prática daquilo que se aprendeu. Um exemplo de aplicação é o de pedir perdão e reconciliar-se com alguém ou mesmo o de adoração a Deus. 2. Método Sintético É o método utilizado nos estudos que abordam cada livro como uma unidade inteira e procura o seu sentido como um todo, de forma global. Neste caso determinam-se as ênfases principais do livro, ou seja, as palavras repetidas em todo o livro, mesmo em sinônimo e com isto a palavra-chave desenvolve o tema do livro estudado. Outra maneira de determinar a ênfase ou característica de um livro é observar o espaço dedicado a certo assunto. Como por exemplo, o capítulo 11 da Epístola aos Hebreus enfatiza a fé e em todos os demais capítulos ela enfatiza a palavra SUPERIOR. (De acordo com a versão Almeida Revista e Atualizada – ARA). Superior: a) Aos anjos – 1.4; f) Ao sacrifício – 9.23; l) Ao sacerdócio – 5 a 7; b) A aliança – 7.22; g) Ao patrimônio – 10.34; c) A bênção – 7.7.; h) A ressurreição – 11.35; d) A esperança – 7.19; i) A pátria – 11.16; e) A promessa – 8.6; j) A Moisés – 3.1 a 4; 3. Método Temático É o método utilizado para estudar um livro com um assunto específico, ou seja, no estudo do livro terá um tema específico definido. Como exemplo, temos a FÉ: a) Salvadora – Ef. 2.8; d) Grande – Mt 15.21 a 28; b) Comum – Tt 1.4; Jd 3; e) Vencedora – I Jo 5.4; c) Pequena – Mt 14.28 a 31; f) Crescente – II Ts 1.3. 4. Método Biográfico de Estudo da Bíblia Esta forma de estudo bíblico é divertida, pois você tem a oportunidade de sondar o caráter das pessoas que o Espírito Santo colocou na Bíblia, e de aprender de suas vidas. Paulo, escrevendo aos Coríntios, disse: “Estas cousas lhes sobrevieram como exemplo, e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.” (I Cor. 10.11). Sobre alguns personagens bíblicos muito já foi escrito. Quando você estuda pessoas como Jesus, Abraão e Moisés pode precisar restringir o estudo a áreas como, “A vida de Jesus como nos é revelada no Evangelho de João”, “Moisés durante o Êxodo”, ou “Que diz o Novo Testamento sobre Abraão”. Lute sempre para manter os seus estudos bíblicos em tamanho manejável. A) Estudo Biográfico Básico Passo 1 – Escolha a pessoa que você quer estudar e estabeleça os limites do estudo (por exemplo, “Vida de Davi, antes de tornar-se rei”). Usando uma concordância ou um índice enciclopédico, localize as referências que têm relação com a pessoa do estudo. Leia-as várias vezes e faça resumo de cada uma delas. 1) Observações – Anote todo e qualquer pormenor que notar sobre essa pessoa. Quem era? O que fazia? Onde morava? Quando viveu? Por que fez o que fez? Como levou a efeito? Anote minúcias sobre ela e seu caráter. 2) Dificuldades – Escreva o que você não entende acerca dessa pessoa e de acontecimentos de sua vida. 3) Aplicações possíveis – Anote várias destas durante o transcurso do seu estudo, e escreva um “A” na margem. Ao concluir o seu estudo, você voltará a estas aplicações possíveis e escolherá aquela que o Espírito Santo destacar. Passo dois – Com divisão em parágrafos, escreva um breve esboço da vida da pessoa. Inclua os acontecimentos e características importantes, declarando os fatos, sem interpretação. Quando possível, mantenha o material em ordem cronológica. B) Estudo Biográfico Avançado. Os seguintes passos podem ser acrescentados quando você achar que o ajudarão em seus estudos biográficos. São facultativos e só devem ser incluídos progressivamente, à medida que você ganhe confiança e prática. Trace o fundo histórico da pessoa. Use um dicionário bíblico para ampliar este passo somente quando necessário. As seguintes perguntas haverão de estimular o seu pensamento. 1) Quando viveu a pessoa? Quais eram as condições políticas, sociais, religiosas e econômicas da sua época? 2) Onde a pessoa nasceu? Quem foram seus pais? Houve alguma coisa de incomum em torno do seu nascimento e da sua infância? 3) Qual a sua vocação? Era mestre, agricultor, ou tinha alguma outra ocupação? Isto influenciou o seu ministério posterior? Como? 4) Quem foi seu cônjuge? Tiveram filhos? Como eram eles? Ajudaram ou estorvaram a sua vida e o seu ministério? 5) Faça um gráfico das viagens da pessoa. Aonde ela foi? Por que? Que fez? 6) Como a pessoa morreu? Houve alguma coisa extraordinária em sua vida? Hermenêutica Contextual “A lei do contexto é uma das primeiras leis que regem a interpretação. Muitas interpretações errôneas tem sua origem na desconsideração desta norma tão obvia”. Esdras C. Bentho. Num texto, ou uma sequência de textos, o contexto é constituído pela sequência de parágrafos ou blocos que precedem e seguem imediatamente o texto. Um dos grandes problemas hermenêuticos são os chamados textos de “prova”. Textos isolados dos seus contextos causam erros e equívocos. Erros a se evitar na interpretação da Bíblia Os cristãos devem estar comprometidos no conhecer e obedecer à Palavra de Deus. É essencial, então, que saibamos como interpretar a Bíblia corretamente, e evitar aqueles erros que poderiam nos conduzir a conclusões incorretas. O que se segue são alguns princípios que te ajudarão a interpretar a Bíblia no que ela realmente diz e alguns exemplos do que tem ocorrido quando esses princípios são violados. Reafirmo que, muitos destes princípios são seriamente ignorados principalmente por nossos pregadores. 1. Não espiritualize o texto Espiritualizar (ou alegorizar) é ir além do plano semântico da passagem em busca de um significado mais profundo ou oculto. O perigo com esse método é que não há como se checar uma interpretação extravagante. O único padrão torna-se a mente do intérprete. Prende-se ao pretenso sentido do texto. 2. Não demonstrar sem contexto Demonstrar sem contexto é amarrar uma série não apropriada ou inadequada de versículos bíblicos para provar nossa teologia. “Pôr em outra forma – é sedutor, mas errôneo – para se compor um fragmento teológico de um completo estudo indutivo das Escrituras. É errado, tendo feito isso, começar procurando textos bíblicos que parecem sustentar nossas conclusões, todas sem a cuidadosa interpretação do texto para o que nós apelamos” (Richard Mayhue, HowtoInterprettheBible for Yourself (Como Interpretar a Bíblia Por Você Mesmo), BMH Books, p. 75). 3. Não isolar textos de seus contextos. Interpretar um texto fora de seu contexto pode conduzir a erro. A Escritura não pode ser divorciada de sua circunvizinhança imediata. 4. Não injete pensamentos correntes dentro do texto bíblico. Filosofias modernas ou atuais não devem ser usadas como base para reinterpretação do texto bíblico. Lembrando que a Bíblia só foi dividida em capítulos no século XIII (mil e trezentos anos depois de Cristo) e versículos no século XVI (mil e seiscentos anos depois de Cristo). A palavra inspirara não nos foi deixada com divisões pormenorizadas como muitos pregadores querem fazer seu público entender atualmente. Considerações O interprete da Bíblia possui qualidades especiais e que devem ser expressos e vividos dia após dia. Qualidades essenciais que fazem do crente o verdadeiro “amante” da leitura da Palavra de Deus. Maturidade Espiritual Deve o “hermeneuta” possuir qualidades espirituais, principalmente o temor e a reverência ao Espírito Santo. O homem espiritual, segundo Paulo, é o crente que tem capacidade de julgar, de discernir, de compreender todas as verdades espirituais. O crente maduro sabe se comportar frente aos desafios que a interpretação bíblica requer. Comunhão com o Espírito Santo Estar cheio do Espírito é ter uma vida de comunhão e intimidade com Deus. Para conhecer profundamente o significado da Bíblia, o crente deve entender que o conhecimento vem pelo Espírito Santo. A carência de sensibilidade com o Espírito Santo incapacita o exegeta para captar com profundidade o significado das passagens bíblicas.
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