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Publicado originalmente por Sovereign World Ltd PO Box 777 Tonbridge Kent TN11 OZS England Traduzido do original em inglês Developing Your Prophetic Gifting Tradução de: Josué Ribeiro Os textos bíblicos citados estão conforme a versão Almeida, Revista e Atualizada, 2a. Edição, da Sociedade Bíblica do Brasil, a menos que outra tradução seja indicada. Primeira edição: outubro/2005 Capa: Ronan Pereira Revisão: Segisfredo Wanderley Diagramação epub: Arnaldo Taborda dos Santos Tel.: (21)98622-2571 – arnaldo.rj@gmail.com Coordenação de Produção Editorial: Jorge Wanderley Primeira edição em epub: outubro/2016 1ª Revisão em epub: outubro/2017 Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela: Danprewan Editora e Comunicações Ltda. Rio de Janeiro - RJ Brasil - CEP. 22.790-701 Fone/Fax (21) 3083-7387 E-mail: danprewan@danprewan.com.br Site: www.danprewan.com.br Todos os direitos reservados. Nenhuma parte poderá ser reproduzida, gravada em qualquer sistema eletrônico de arquivamento de dados ou transmitida sob qualquer forma, sem a permissão por escrito do detentor dos direitos. mailto:arnaldo.rj@gmail.com mailto:danprewan@danprewan.com.br http://www.danprewan.com.br/ Dedicatória Dedico este livro a Heather Cooke, minha esposa. Ela é um grande e importante dom que recebi de Deus. Heather me ama, me faz rir, me surpreende com sua honestidade e lealdade e sempre me apoiou, em todas as situações! Meu filho Ben, um bom homem com um coração terno e um verdadeiro espírito de justiça. Que rapaz! Meu filho Seth, engraçado, criativo e barulhento. Certamente ele é um líder de homens. Minha filha Sophie, bondosa, reflexiva e bem divertida. Ela é amante das coisas boas da vida, como o time do Manchester United e seu velho pai. Por que todos os meus filhos se parecem com minha esposa? Agradecimento Meus agradecimentos e meu reconhecimento a todas essas pessoas: À minha mãe Gladys, uma mulher notável e corajosa, que nunca desistiu da vida. Ao meu padrasto Harry, um homem bom e decente. A John e Dorothy Bentliffe, que me levaram ao Reino e desde então mantiveram o interesse e o envolvimento neste “filho na fé”. A Dee e Maggie, que me deram amor de família e me apoiaram em momentos críticos. A Duncan e Jane Foster, que durante muitos anos me deram notável apoio e amor. A Graham Perrins, que me deu um amor pelas Escrituras e uma grande base no ensino sobre profecias. Um excelente mestre! A Kevin Allan, meu bom amigo, uma pessoa que amo por sua sabedoria e fidelidade. Um homem confiável. À Igreja City Gate, em Southampton. Uma boa família, barulhenta, divertida, cuidadosa, ocasionalmente frustrante, mas que com freqüência inspira afeição. É um bom lugar para se estar! À Rede Pioneer, cheia de pessoas apaixonadas e com um enorme desejo de estabelecer o Reino e construir a Igreja do Novo Testamento. À Equipe Pioneer de líderes e ministros. Pela honestidade, integridade, verdade e senso de humor, no que são inigualáveis, em qualquer lugar do mundo. A Charles e Paula Slagle, bons amigos, cheios de graça e bondade. A todos os meus parceiros de oração e àqueles que sustentam financeiramente o meu ministério. Apertem os cintos, vamos decolar! A Carole Shiers, minha secretária particular, que administra maravilhosamente minha agenda e é extremamente útil. A despeito de minha influência, ela continua fazendo as coisas corretamente e dentro dos prazos! Incrível! A todas as milhares de pessoas treinadas na Escola de Profecia. Mantenham a fé. Mantenham o padrão. Jamais esqueçam de dar exemplo de tudo o que é bom no ministério profético. Finalmente, e mais importante, ao nosso gracioso Pai celestial. A Pessoa mais bondosa que já conheci. Minha gratidão eterna. SUMÁRIO CAPA FOLHA DE ROSTO COLOFÃO Dedicatória Agradecimentos SUMÁRIO PREFÁCIO INTRODUÇÃO: ENTENDENDO A PROFECIA Capítulo Um Entendendo a profecia Capítulo Dois O valor da profecia PARTE UM: O DOM DA PROFECIA Capítulo Três Primeiros passos na profecia Capítulo Quatro A prática da profecia Capítulo Cinco Diretrizes para o manuseio da profecia Capítulo Seis Profecia pessoal PARTE DOIS: A PROFECIA NA IGREJA Capítulo Sete Julgando e pesando a profecia Capítulo Oito O papel do profeta cristão Capítulo Nove Ser ou não ser? Capítulo Dez Esquema da profecia nas igrejas locais Capítulo Onze Mantendo a profecia viva file:///C:/Users/TIAGOR~1/AppData/Local/Temp/calibre_sen5jz/Text/CAPA.xhtml PARTE TRÊS: O PAPEL DA LIDERANÇA NA PROFECIA Capítulo Doze O papel da liderança da profecia Capítulo Treze Lidando com profecias erradas Capítulo Quatorze As parcerias proféticas INTRODUÇÃO: ENTENDENDO A PROFECIA Conheci Graham Cooke há mais de uma década. Logo depois ele tomou a difícil decisão de se mudar, com a esposa Heather, e os filhos, para se unir à igreja em Sothampton. Em termos geográficos a mudança foi insignificante, apenas uns 40 quilômetros de estrada. Em termos sociais e econômicos, a mudança foi enorme. Graham não tinha dinheiro, nem trabalho e nem moradia. Como igreja nós fizemos o que pudemos, procurando casas temporariamente vazias, ou, em muitos casos, residências cedidas por membros da igreja, muitas vezes com prejuízo pessoal, a fim de criar espaço para uma família de cinco pessoas. Era o mínimo que podíamos fazer, e embora possa soar nobre, era algo insignificante comparado com o sacrifício que Graham e a família estavam fazendo. Além do mais, nós realmente queríamos a presença deles conosco, e quando você realmente deseja algo (ou alguém), nenhum esforço parece grande demais. Pela graça de Deus, no ano seguinte, embora ele ainda estivesse desempregado, um empréstimo foi feito e uma residência foi comprada. Muitos meses se passariam antes que Graham arranjasse um trabalho secular e conseguisse organizar sua vida financeira e começasse a encontrar um caminho para fora das adversidades e incertezas. Foi um período extraordinário! Extremamente difícil, mas muito abençoado. Eu ainda olho para trás com um misto de incredulidade, surpresa e afeição. A igreja à qual Graham se uniu na época tinha cerca de 50 ou 60 membros. Era uma típica igreja iniciante, com pessoas comuns buscando servir ao Senhor. Aparentemente nós não tínhamos nada a oferecer, principalmente em relação a coisas materiais. Não podíamos garantir a ele nem mesmo um cargo na liderança. Eu sei que na época Graham tinha outras opções, pois havia outras oportunidades ministeriais para ele. Contudo, opções mais fáceis foram ignoradas em favor da amizade, do relacionamento e – acima de tudo – para ser parte de uma igreja local. Aí está o coração do homem e a decisão que ele tomou. Graham de fato tem uma extraordinária unção profética, o que nos últimos anos criou uma grande demanda internacional no seu ministério. Mesmo assim, ele sempre esteve disposto a deixar isso de lado, em favor da igreja local. A mensagem que ele traz nas profecias é clara e empolgante. Mas ele tem, acima de tudo, os pés no chão. Durante muito tempo o profeta, a profecia e a ministério profético foram marginalizados e depreciados. E ultimamente perderam o propósito, porque o homem e a mensagem muitas vezes falham em trabalhar dentro dos limites da igreja local. Por outro lado, líderes eclesiásticos aterrorizados mantêm o ministério profético debaixo de repressão por causa do medo e da ignorância. De qualquer forma, o resultado final é que as igrejas sofrem e o ministério profético se torna fragmentado. As páginas desse livro revelam uma rota diferente, mapeando um caminho por meio do qual o pulsar da palavra profética de Deus pode ser liberado na Igreja de hoje. Esta é a mensagem que Graham expõe com grande habilidade e como auxílio de vasta experiência pessoal. O mais significativo é que esta é a mensagem que Graham tem exposto por meio do seu estilo de vida e as decisões que toma em sua vida. Há coisas pelas quais vale a pena lutar! Kevin Allan Líder da Igreja City Gate em Southampton Profecia é um dom do Espírito Santo. Ele não depende das pessoas. O Espírito Santo dá dom segundo o Seu querer. Qualquer pessoa pode ser usada no dom profético, desde que seja nascida de novo, cheia do Espírito Santo, disposta e aberta para se mover no sobrenatural. Sabendo que todo cristão cheio do Espírito pode profetizar, temos de reconhecer também que nem todos os que o fazem são profetas. Há vários níveis e estágios de unção profética, começando com a finalidade fundamental da profecia, que é encorajamento, edificação e conforto. No entanto, o movimento através do ministério profético até a função de um profeta exige considerável treinamento, experiência e desenvolvimento – o que leva muitos anos. Em média, é preciso cerca de quinze anos para se formar um profeta, dependendo do treino, discipulado e supervisão que o indivíduo recebe no processo. Nós servimos a um Deus maravilhoso que tem prazer em expressar Seu coração e revelar Seus pensamentos. Esses pensamentos jamais contradizem as Escrituras, a qual é útil para o nosso ensino, correção, repreensão e exortação. De fato, foram as palavras inspiradas dos profetas, dadas a eles pelo Espírito, que os capacitaram a escrever as Escrituras nos tempos bíblicos. Até mesmo a Lei começou como profecia (2 Pe 1.21). Profecia e as Escrituras Quando liderava Israel durante a jornada pelo deserto, Moisés tinha de ouvir os problemas cotidianos e dificuldades de mais de um milhão de pessoas. Em cada caso particular, ele tinha de orar e buscar a mente do Senhor. Era algo que o desgastava e que foi a principal causa de preocupação do seu sogro, Jetro. Notando um padrão entre o fluxo constante de perguntas e respostas no trabalho de Moisés, Jetro propôs um plano. Os problemas e as soluções começaram a ser anotados. Para os problemas similares, Moisés teria assessores que podiam tratar com aquelas reclamações, usando a palavra escrita das respostas proféticas anteriores dadas pelo profeta. Moisés, enquanto isso, continuaria presidindo e lidando com situações novas, ouvindo e oferecendo a Palavra de Deus. Desta maneira, o povo aprendeu a conviver com a Palavra de Deus escrita ou revelada e com as novas palavras dadas por Moisés por meio dos pronunciamentos proféticos. Este sistema ainda chama a nossa atenção hoje, onde temos a palavra de Deus revelada nas Escrituras que nos possibilita dar uma resposta imediata de obediência aos mandamentos do Senhor. Esta situação enfatiza a necessidade de firmarmos as pessoas na Bíblia, a fim de que sejam capazes de discernir o coração e a vontade de Deus para suas vidas. Quando nos deparamos com situações que parecem não ter uma resposta clara nas Escrituras, podemos ter de acessar o ministério profético. Esse ministério se harmonizará fielmente com as Escrituras e nos conduzirá aos pés de Jesus, embora sem usurpar nossa vontade e sem nos forçar a fazer julgamentos incorretos ou ações precipitadas. Os profetas continuamente se deparam com uma questão importante: “‘A necessidade desta pessoa será mais bem suprida por um maior entendimento das Escrituras?’ Neste caso, apontemos para ela o ministério de ensino; ou ‘elas precisam de uma palavra agora, aliada a uma Escritura que personalize a Palavra de Deus de uma forma que aumente a fé e a confiança, enquanto liberta a pessoa de obstáculos e cadeias?’”. A Bíblia faz uma distinção entre profecia e ensino. Em vários lugares, ela menciona profetas e mestres como dons ministeriais, enfatizando claramente que os dois têm funções separadas com o propósito comum de levar as pessoas à maturidade. Sempre houve uma necessidade de ambos, e um não tem prioridade ou preferência sobre o outro. Não são as nossas preferências ou preconceitos que determinam qual deve ser usado, mas sim as demandas da situação na qual nos encontramos. Cada dom tem um propósito diferente, e os dois são vitais para que possamos compreender o Senhor e seus caminhos. Colocando de forma mais simples, o ensino nos proporciona um pleno entendimento dos princípios de Deus para a vida, crescimento, serviço... A profecia transmite o propósito expresso de Deus em nossa atual situação. Podemos entender isso melhor se pensarmos em termos de mente e coração. O ‘ensino’ nos mostra a mente de Deus enquanto a profecia muitas vezes nos revela Seu coração. É sempre importante lembrar que servimos ao Sumo Sacerdote que pode ser tocado pelas mesmas coisas que afetam nossas vidas. Deus pensa e sente. Muitas pessoas estão preocupadas (com razão) que haja uma dependência exacerbada das experiências em detrimento do fundamento sólido da Palavra, provido pelo bom ensino, e que isso leve ao erro e ao exagero. Do outro lado da balança está a preocupação real (igualmente bem justificada) que o ministério da Palavra sem o espírito de revelação, que a profecia oferece, possa levar a uma forma que, embora correta, seja sem inspiração e estéril. O envolvimento no dom profético simples e básico exige um entendimento da mente e do coração de Deus e de como liberá- los. As palavras proféticas têm forças de impacto diferentes, de acordo com a situação, circunstâncias, nível de fé e entendimento do receptor; e também da habilidade, experiência, entendimento e relacionamento do transmissor com o Espírito Santo. Um relacionamento forte com Deus, puro e cheio de propósito, arraigado numa vida de oração, estudo e meditação das Escrituras, sempre será mais produtivo do que uma familiaridade casual nessas áreas. O dom da profecia também tem um aspecto futuro. Tem em si um elemento que diz ‘agora’, e outro que diz ainda não. O livro de Apocalipse é um excelente exemplo dessa expressão profética. Ele é inteiramente profético, de capa a capa, lidando com eventos futuros, prevendo e predizendo. O dom da profecia pode ser intensamente pessoal e também unir as pessoas diante de Deus. Muitas palavras proféticas nas Escrituras foram transmitidas por indivíduos. Eram palavras de bênção, encorajamento, advertência, direção, correção e julgamento. Pronunciamentos proféticos similares foram feitos para grupos inteiros, tribos, cidades e nações. Estratégia e Táticas A profecia pode proporcionar dinâmicos insights em situações que não estão claras nas Escrituras. Ela proporciona uma percepção distintiva das coisas de Deus, a qual não pode ser adquirida mediante o conselho comum das Escrituras. A Bíblia proporciona uma visão geral; o grande desígnio de Deus e como devemos viver no Espírito. Nem sempre, porém, ela nos oferece meios ou métodos para fazer isso efetivamente. Simplificando, a Bíblia oferece estratégias, enquanto a profecia oferece táticas. Por exemplo, na história de Josafá (2 Cr 20), o povo se reuniu para buscar ao Senhor. Estavam fazendo o que sabiam que tinham de fazer: reunir e orar diante de circunstâncias aflitivas. Num momento de intenso medo, em que corriam o risco de exílio e extinção, eles se levantaram e recontaram a história (literalmente, as Escrituras) das antigas experiências com o Todo-poderoso. Eles tinham a estratégia bíblica da oração e do jejum para aquele tipo de eventualidade. No entanto, foi a entrada da profecia que causou um enorme aumento da fé e da confiança. A profecia tornou-os taticamente conscientes dos planos de Deus para a situação. Foi a profecia que lhes revelou os planos exatos do inimigo, mostrou-lhes como lutar e o que esperar a seguir. Depois da entrada da profecia, surgiu uma maior confiança e determinação de fazer a vontade de Deus. Precisamos viver de toda palavra queprocede da boca de Deus – para ordenar nossa vida de acordo com as Escrituras e para sermos liderados pelo Espírito. Uma parte vital de sermos filhos de Deus é o desejo intenso de nos movermos na profecia. Humildade é um pré-requisito A profecia não é mais para alguns do que para outros. Não é uma recompensa por anos de serviço fiel. Não pode ser comprada. Trata-se de um dom dado gratuitamente pelo Espírito Santo. É inevitável que haja algumas pessoas às quais Ele confia esse dom em bases mais regulares. Aqueles que estão se movendo numa crescente unção de revelação podem dizer que estão se movendo num ministério profético, e não apenas no uso extensivo do dom. Quando esse ministério começa a causar impacto em grupos inteiros de pessoas, nações e governos, significa que houve uma mudança do ministério profético para a função de profeta. Profecia não torna algumas pessoas melhores do que as outras; não existe hierarquia estrutural dentro do dom. Não existe crentes superiores ou inferiores. Aqueles cristãos que realizam façanhas nos dons sobrenaturais, ou que têm imensas responsabilidades dentro do Reino, construíram essa influência sobre uma sólida base de humildade e dependência de Deus. Esse nível de unção carrega consigo uma profunda sensibilidade para com a pessoa do Espírito Santo. Um dos grandes problemas na esfera da profecia hoje é a falta de humildade diante de Deus; a ausência de sensibilidade para com o Espírito Santo e a falta de compaixão para com as pessoas. Profecia e História A profecia sempre foi uma rica parte da herança do povo de Deus em todas as épocas. Jesus se eleva supremo como Profeta, Sacerdote e Rei. O dispensacionalismo profético é um erro comum nas igrejas de hoje, que pregam como se só tivessem apenas dois terços de Jesus. Quando nós temos Jesus como Sacerdote e como Rei do Seu Corpo, mas não como Profeta, despimos a Igreja de todo poder sobrenatural. Quer dizer, o dispensacionalismo decreta que o derramamento do Espírito Santo com todos os seus dons e graça foi dado apenas para a Igreja dar a partida, há dois mil anos atrás. Agora que temos as Escrituras, é argumentado, não temos mais necessidade daqueles atos portentosos do Espírito; o mover do Espírito pertence a outra época ou dispensação. A própria Escritura claramente admoesta certas pessoas a não desprezar as profecias, mas sim examinar tudo cuidadosamente e reter o que é bom, depois de ponderar (1 Ts 5.20,21). A profecia esteve em uso durante toda a história da Igreja, sendo mais usada em algumas épocas do que em outras. Geralmente ela entra em declínio quando os líderes eclesiásticos usurpam sua autoridade e tentam controlar o que é dito e feito no Corpo de Cristo. Apegando-se ao que é falso Graças a Deus, atualmente nós estamos vendo o ressurgimento do dom e do ministério profético. Infelizmente, junto com o verdadeiro surgem também as imitações. Exagero, uso indevido e engano serão abundantes juntamente com o uso correto da profecia. Precisamos saber claramente como lidar com o dom, com o ministério e com seu impacto na obra de Cristo. Através de toda a história eclesiástica, sempre houve falsa profecia junto com o falso ensino. Mais igrejas já foram arruinadas por falso ensino do que por falsas profecias. Por exemplo, o ensino sobre a necessidade de prestação de contas nos anos 70 levou muitos pastores a um estilo pesado de liderança e gerou acusações de controle exagerado e domínio. A prestação de contas é correta e apropriada, mas somente quando é centralizada em Deus e não no homem. A verdade da prestação de contas bíblica apropriada foi maculada pela prática que foi encorajada. Será que agora devemos abandonar essa verdade por medo dos exageros e usos indevidos? Ou devemos buscar introduzir o uso adequado da prestação de contas como um meio de honrar a Deus? Onde houve exagero, temos de trabalhar ainda mais duro para restaurar o terreno perdido. A alternativa é não ter áreas cegas (sem ensino) em nossas igrejas. Muitas pessoas já tiveram suas vidas danificadas por maus conselhos pastorais, muito mais do que por profecias. Parece que há muito pouco (ou nenhum) tipo de avaliação e de limitação para o papel do pastor. A impressão é que eles podem fazer o que quiser. De fato, há pastores que não admitem ser questionados ou confrontados sem uma boa briga. Questionar as atividades e comportamentos de certos líderes é um convite para a excomunhão ou execução... a nossa! Um dos principais problemas das igrejas hoje é o número de pessoas que são incluídas indevidamente no Reino de Deus. A salvação é mais um processo do que um evento instantâneo. Muitas pessoas são tocadas de uma forma poderosa pelo Espírito Santo e são levadas a uma mudança real e dinâmica. No entanto, se esse fato não for seguido pelo efetivo cuidado pastoral e o discipulado com bom ensino, então a vida das pessoas não pode ser totalmente tocada pelo evangelho. Precariedade na evangelização e na pregação cria uma porta dos fundos no cristianismo pela qual as pessoas se aproximam de Cristo com base no suprimento de suas necessidades e não na exigência de se submeter ao Seu senhorio. A despeito desse fato, quando as pessoas falam sobre equilíbrio e prestação de contas, inevitavelmente conectam esses elementos ao ministério profético. É verdade que um profeta entregue a si mesmo fica fora de equilíbrio... Da mesma forma, porém, que acontece a um pastor, um professor ou um evangelista. Isso tem causado mais dano nas igrejas do que os canhões proféticos fora de controle. A única resposta para o uso indevido em todas as áreas da vida das igrejas não é a suspensão do uso, mas sim o uso apropriado. A verdade é sempre nossa melhor salvaguarda contra os desvios. Vencendo os Negativos Não devemos desencorajar o uso dos dons com base no fato de que pode ser errado ou perigoso. Temos de usar cada oportunidade para exercitar nosso povo no uso correto da Palavra da verdade. Lamentavelmente, muitos líderes estão mais preocupados em evitar situações de conflito do que em extrair algo de positivo delas. É muito mais fácil criar suspeita e medo na mente das pessoas do que lidar com as questões envolvidas. Permitir esse tipo de situação é uma fonte de tristeza para o Espírito Santo, e a única resposta deve ser o arrependimento e uma mudança nas práticas. Desde os tempos bíblicos mais remotos, sempre houve falsa profecia. E não devemos nos surpreender que isso ocorra em nossos dias. Devemos lembrar que a imitação do que quer que seja prova a existência do verdadeiro. Temos de permitir que nosso coração seja inundado por um desejo pela verdade. A integridade é criada quando estamos preparados para irromper através das barreiras, sem nos importar com o preço pessoal, a fim de viver e ser aquilo que é certo e apropriado. Precisamos ser a verdade e não somente conhecê- la. A verdade referente à profecia deve ser apropriada por toda a igreja. Parte dessa apropriação é uma determinação de trabalhar em todas as anomalias e dilemas da liberação adequada do dom e do ministério profético. A Igreja está grávida da palavra profética e do ministério profético. É preciso que se tome cuidado para trazer toda a semente profética à sua plenitude. As dores de parto ainda estão por vir; a alegria do nascimento de um novo ambiente profético em todo o Corpo de Cristo fará valer a pena todo o sofrimento que temos de suportar. O material a seguir é oferecido como diretrizes para alcançarmos esse fim. Contra-argumentos na liberação da profecia 1. A Bíblia substitui os dons espirituais Este argumento é: temos toda a revelação de Deus nas Escrituras, então os dons não são mais necessários. Essas pessoas adotam a visão de que a profecia cessou quando veioo que é perfeito (quer dizer, as Escrituras). A profecia sendo uma revelação parcial num dado tempo em particular, torna-se redundante agora que a verdade plena das Escrituras está presente (1 Co 13.8-10). Mesmo assim, essa palavra perfeita continua a encorajar a Igreja. É interessante que as pessoas que sustentam essa opinião também oram por milagres e por cura sobrenatural! “Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis” (1 Co 14.1) Esta noção plena de dispensacionalismo tem sido corretamente desacreditada em grande parte das igrejas cristãs. Ela simplesmente entra em conflito com várias coisas que Jesus disse concernente à pessoa e à obra do Espírito Santo nos capítulos 14– 16 do Evangelho de João. Além disso, tal visão não se harmoniza totalmente com a visão geral da morte, sepultamento, ressurreição e ascensão de Cristo e o lugar e a obra do Espírito Santo na continuação da vida da Igreja. O dispensacionalismo, como uma doutrina cristã, se choca com toda ferocidade e constrangimento de um sino tocando forte e desafinado numa orquestra que de outra forma tocaria uma bela e harmoniosa peça musical. Trata-se de uma hipótese confusa, ofensiva e perturbadora que não se harmoniza (e nem pode) com as Escrituras. O pleno significado de 1 Coríntios 13.8-10 refere-se simplesmente ao fim de todas as coisas e a plena revelação de Deus a cada crente. Por enquanto (em comparação à plena revelação vindoura), vemos difusamente, mas então (no porvir) quando estivermos face a face com tudo o que Deus é ... teremos o pleno entendimento e compreenderemos todas as coisas. Evidentemente o texto não fala sobre esta vida, mas sobre estarmos face a face com Deus no porvir... finalmente! Nesse contexto de conhecer todas as coisas, obviamente não precisaremos de profecias que operam de acordo com nossa fé. A perfeição absoluta reinará. Mal posso esperar! Tenho tantas perguntas! Será tão empolgante estar face a face com Deus e conhecer tudo. Neste contexto, o dispensacionalismo é um insulto à pessoa de Jesus. Em todo o Seu ensino sobre o Espírito Santo, Ele jamais mencionou que o dom do Espírito seria temporário, ou que os Seus dons durariam até a Sua volta. O Espírito Santo (com Seus dons e graças) é uma figura constante na Igreja, que capacita a Noiva de Cristo a estar preparada e apresentável e a pregar o evangelho, com os sinais que seguem, até os confins da Terra – e então virá o fim. Há muito trabalho por terminar. Precisamos do Espírito Santo mais do que nunca. Se Ele foi dado com todos os Seus dons, graça e poder somente para uma geração, como poderíamos cumprir tudo o que Deus deseja que façamos? Apenas como curiosidade: quando esta barreira dispensacional caiu? Por que não há menção dela em nenhum escrito cristão antigo? Eu pensaria que toda a cristandade de repente teria se dado conta de que o “céu se tornou em bronze”. Como isso aconteceu? Será que subitamente, na tarde do dia 20 de abril do ano 85 d.C., a barreira dispensacional caiu? Supostamente, às 11:55h ainda podíamos ser curados de enfermidades ou receber um milagre. No entanto, às 12:01h, tudo cessou. Não podíamos mais fazer nada, o céu se fechou! Esqueçam a cura e a plenitude, agora vamos ter de suportar. Num momento a cura é um sinal do poder de Deus e a expressão de Seu coração para o mundo por meio de Cristo... No momento seguinte, tudo isso está proibido. No Dia de Pentecostes, Pedro falou essas palavras: “A promessa [dos dons] é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe [de Deus, no tempo e no espaço]”. A parte mais importante dessa declaração maravilhosa é a última frase: “Para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar” (At 2.39) Essa palavra é dada, e a promessa é feita, no contexto de um poderoso derramamento do Espírito. É feita no contexto de línguas e interpretação. É feita no contexto do sobrenatural invadindo a Terra, causando uma explosão de entendimento e desejo por Deus. É feita no contexto do Espírito Santo colocando uma comunidade e uma grande cidade de cabeça para baixo e viradas pelo avesso. É feita no contexto de uma revolução na sociedade que teria repercussões enormes por toda a Terra. Neste contexto, Pedro falou profeticamente para aquelas pessoas não salvas reunidas para testemunhar um milagre. Ele se levantou e falou da história, aplicando a verdade de Jesus no tempo presente e profetizando sobre o futuro. 2. A preocupação com os dons impede a evangelização efetiva O argumento diz que devemos nos despir de tudo o que nos afasta de nosso objetivo primário de pregar o evangelho. Não podemos negar que muitas igrejas se tornaram clubes de autoindulgência (“me abençoe”) onde os crentes praticam os dons espirituais visando seus próprios interesses. Muitas pessoas estão buscando novas experiências no relacionamento com o Espírito Santo com o propósito de excitação e autogratificação. Grande parte desse comportamento de adolescente espiritual se deve ao fato de que muitos cristãos têm um entendimento precário do Reino de Deus. Estamos aqui para pregar o evangelho do Reino e não somente para edificar a Igreja. A Igreja procede do Reino e não vice- versa. Quando entendermos que devemos deixar tudo de lado para buscar o Reino, então veremos uma renovação ocorrer, a qual verdadeiramente honrará ao Senhor. Quando apreciamos o fato de que tudo que sabemos e temos deve ser canalizado para o estabelecimento do Reino, vemos a Igreja, a liderança, o estilo de vida, o ministério pastoral, o ensino e os dons do Espírito Santo sob uma luz totalmente diferente. Quando isso ocorre, o avivamento está a caminho. Eu creio em evangelização profética; palavras de conhecimento para os não salvos; dons de cura ocorrendo por toda a comunidade; o coração de Deus sendo revelado profeticamente pela Terra, para todos os povos. Tive o privilégio de ver não cristãos respondendo a uma palavra profética e iniciando a jornada no Reino. A presença sobrenatural do Espírito Santo por meio de Suas graças e dons podem causar impacto numa comunidade dura de uma forma que a simples pregação não consegue. Paulo disse que sua pregação consistia não somente de palavras, mas também de demonstrações do Espírito Santo. A verdade é que os dons espirituais atraem a atenção das pessoas, tornando assim a penetração da Palavra mais vibrante e irresistível. Eu já profetizei muitas vezes para não crentes e vi resultados espetaculares quando eles “abraçaram a fé”. Uma senhora ficou sem ver a filha durante quatro anos, depois de um conflito familiar. Um dia, ela decidiu ir a uma igreja onde eu estava pregando e ficou profundamente tocada quando eu profetizei que sua filha estava em segurança, e que as duas se encontrariam dentro de quatro dias e o relacionamento entre ambas seria restaurado. Na ocasião ela ficou surpresa (ninguém a conhecia na igreja), e mais ainda quando a palavra se cumpriu, dentro do prazo mencionado. Em suas próprias palavras, “foi como se o céu tivesse sido aberto e eu percebi que Deus me conhecia, embora eu não o conhecesse; o conhecimento de que Ele estava preocupado e interessado em minha família me levou a desejar conhecê-lo melhor”. 3. O fruto do Espírito não é mais importante do que os dons espirituais? Há muitas pessoas nas igrejas com dons sobrenaturais, mas com um caráter difícil e desprovido de amor. Também é verdade que há muitos cristãos piedosos sem nenhuma manifestação do poder do Espírito Santo em suas vidas. O que realmente precisamos é de cristãos piedosos e cheios do Espírito Santo. Embora, sem dúvida, seja verdade que os dons sem o fruto sejam inúteis (1 Co 13.1,2), também é verdade que o evangelho não pode ser pregado de forma efetiva sem poder (Rm 1.16). A Palavra deve ser confirmada com os sinaisque se seguem. As pessoas eram atraídas a Jesus por causa do Seu caráter e autoridade, mas também por causa dos milagres. Em meus cursos sobre profecia, muitas vezes já vi pessoas sendo aperfeiçoadas no amor por causa do treinamento no dom de profecia. Profetizar é comunicar o coração de Deus às pessoas. O Deus Pai é a pessoa mais bondosa que eu já conheci. Ele é cheio de uma graça incomparável, paz e descanso. Seu amor dura para sempre. Sua graça, misericórdia, paciência e longanimidade são legendárias. Ele é tardio para se irar e rápido para abençoar e abundante em amor e benignidade. Essas verdades não podem ser comunicadas sem causar um efeito no transmissor, assim como no receptor. O fruto não é mais importante do que o dom. Não devemos deixar o inimigo nos impor uma escolha que o Espírito Santo não nos pediu para fazer. Em questões de moralidade, o fruto do nosso caráter deve sempre ter precedência. Em tempos de desenvolvimento, fruto e dons crescem juntos. O fruto não se desenvolve bem num vácuo. Precisamos da plenitude de Deus, o que significa dons e frutos juntos. Temos de insistir nisso em todos os nossos empreendimentos de discipulado. 4. Os dons do Espírito são perigosos Assim eu espero! Perigosos para o mundo, prejudiciais para a saúde do inimigo e uma ameaça contra a apatia e a indiferença. Profetizar significa atacar, estimular e provocar. A profecia é designada para colocar um limite claro no nosso relacionamento com Deus, em termos de como vivemos e manuseamos a verdade. A verdade é perigosa. A Bíblia diz que a Palavra de Deus é como espada de dois gumes. Pode cortar dos dois lados e precisa ser manuseada com cuidado. Será que devemos deixar de usar as Escrituras porque podemos nos cortar? Você acha que pode ignorar as coisas só porque elas são perigosas? A apatia é a atitude mais perigosa na Igreja, mas conheço igrejas que não evitam essa armadilha. Incredulidade é um câncer perigoso, mas milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com ela. Será que devemos parar de pregar ou de ensinar para evitar o risco de erros? Absolutamente não! O que temos de fazer é trabalhar na defesa da verdade e da proclamação da Palavra de Deus. Na profecia temos de ensinar as pessoas como estar no Espírito quando falam. Quando pregamos ou ensinamos, então o mesmo princípio se aplica; há segurança na unção de Deus. Sem dúvida, a profecia é um dom e um ministério que devemos encorajar ao máximo em nossas igrejas. Muitos dos conceitos errados sobre profecia se devem à falta de conhecimento e de entendimento sobre o que é profecia, como ela funciona e a forma como devemos liberá-la na igreja local. O ser humano tem a tendência de denegrir aquilo que não compreende. Nosso interesse neste capítulo é oferecer uma visão geral do valor da profecia nas igrejas locais. Esperamos que ele contribua para o nosso entendimento e apreciação desse importante dom. A profecia restaura a dignidade e o auto respeito das pessoas Muitos cristãos estão sentados nas igrejas com uma idéia muito pequena de seu valor e importância para o Senhor. O inimigo e a vida de modo geral podem conspirar para roubar das pessoas sua identidade e valor pessoal. Muitas pessoas têm dificuldade para estabelecer um relacionamento com Deus como Pai, devido às experiências pessoais negativas com a família. Mágoas, feridas, rejeição e traumas emocionais fazem parte de nossas vidas, antes e depois da salvação. A Boa Notícia é que nós servimos a um Deus que tem compromisso com nosso bem- estar em todos os níveis (físico, mental, emocional e espiritual). O propósito de Deus é a nossa integridade e plenitude no Espírito. A profecia é uma parte maravilhosa nos processos de cura e de renovação. Ela nos coloca, por meio da comunicação verbal direta, em contato com a perspectiva real de Deus em nossa vida e na nossa situação atual. O objetivo da profecia neste contexto é abrir nossos olhos para o amor e cuidado de Deus, especialmente nos capacitando a discernir as situações e escapar de qualquer artimanha que o inimigo empregue para nos apanhar. A profecia nos lembra, de forma direta, sem rodeios, porém com amor, tudo o que Deus nos providenciou em Cristo Jesus. A profecia restaura nossa alma, renova nossa mente e reaviva nosso espírito. Ela irrompe através das trevas trazendo luz real, fé real e confiança. Ela contém nossas atitudes precárias e nossos conceitos negativos sobre nós mesmos, e cria um entendimento e apreciação em relação ao nosso valor pessoal. A profecia edifica, encoraja e conforta a Igreja Esses três elementos da profecia, encontrados em 1 Coríntios 14.3, são o resultado ou produto final necessário de uma profecia, como também o conteúdo estabelecido dentro de uma palavra de revelação. Se uma palavra profética fala da grandeza, da majestade e da supremacia de Deus nos céus, pode incentivar a Igreja à luta, a permanecer firme, a entrar em oração e batalha espiritual. A profecia nos exorta a continuar firmes. Se uma palavra fala sobre a compaixão de Deus, Seu perdão e disposição de estender misericórdia e purificação, fará com que as pessoas tenham um desejo de se aproximar dele e restaurar a vida. A palavra edifica o espírito das pessoas e libera o tipo de fé através da qual o Espírito Santo pode operar e edificar. A profecia não permite que a igreja se sinta confusa, degradada ou condenada. Ela impede que as pessoas se sintam inferiorizadas ou intimidadas. Parte do propósito da profecia é fortalecer os vínculos entre Deus e Seu povo. A palavra edificar (fortalecer e construir) ocorre sete vezes somente neste capítulo de 1 Coríntios. Quando é feita da forma correta, no tempo oportuno e com as palavras apropriadas, a profecia também traz encorajamento. O Senhor libera uma bênção magnífica por meio dos pronunciamentos proféticos. Esse tipo de palavra dá um forte empurrão na Igreja; ela assegura, inspira e incita as pessoas à gratidão. Estimula a fé e cria um senso de bem-estar na congregação. Cada igreja enfrenta testes de caráter, integridade, compromisso com Deus e uns com os outros e lealdade à visão e à liderança local. Esses testes são uma parte vital de nosso crescimento e desenvolvimento como corpo. Quando falhamos, perdemos terreno vital na esfera do Espírito. As igrejas enfrentam muitas barreiras, obstáculos e empecilhos; cada ataque à nossa identidade e visão de corpo reduz a expectativa do sobrenatural e elimina qualquer fé ativa de nosso estilo de vida comunitária. Teremos de lutar constantemente contra o desânimo. Como uma regra áurea, em tempos de desânimo libere a profecia no meio de congregação ou busque um profeta. O encorajamento da profecia libera a perspectiva de Deus, a qual traz confiança (o que a Bíblia chama de esperança!). No entendimento ocidental, esperança é um termo desvalorizado. O verdadeiro significado é confiança absoluta, o tipo de confiança que descansa no meio dos tumultos, ri das ações do inimigo e produz fé suficiente para pelo menos permanecer firme e olhar para Deus, ou até para marchar ativamente adiante, cheio de poder e expectativa. A profecia também libera conforto na vida das pessoas amarguradas pelas adversidades, dores e dificuldades. Nem sempre Deus nos livra das dificuldades da vida, embora Ele prometa estar conosco quando passarmos pelo fogo. A cada dia pessoas morrem por causa da fé. Por todo o mundo, somente no ano de 1993, houve 200.000 mártires. Entes queridos morrem, crianças contraem doenças terminais; de repente tragédias inexplicáveis podem se abater sobre nós; a vida das pessoas pode ser reduzida a escombros pela infidelidade conjugal e pelo divórcio. Muitas pessoas estão perdendo o emprego e a carreira, perdendo suas casas, e outros bens, por causa de dívidas.Na tragédia humana, o Espírito Santo pode derramar uma palavra de consolo. A palavra profética pode aliviar a dor, reduzir o estresse, revigorar o coração, dissipar a tensão e proporcionar um apoio saudável que no final trará novo ânimo e alegrará o coração das pessoas. A profecia pode trazer correção e advertência Há muitos casos nas Escrituras de pessoas que receberam advertências por meio da profecia para abandonarem seus caminhos perversos e se arrependerem. As cartas às sete Igrejas (Ap 2 e 3) contêm advertências e exortação ao arrependimento e a mudança. Esse tipo de profecia precisa da aprovação antecipada dos líderes das igrejas (veja o Capítulo Cinco, “Diretrizes para o manuseio da profecia”). É muito importante que falemos com os líderes e pessoas responsáveis antes de qualquer pronunciamento público que envolva denúncia de pecados ou advertência. Essas reuniões prévias podem servir como filtro para fazer distinção entre aquilo que é pessoal (como frustrações, mágoas ou negativismo) e a mensagem. Isso capacita o profeta a transmitir uma mensagem pura e clara. A profecia pode oferecer direção e melhorar a visão Direção, propósito e visão são elementos vitais para indivíduos e grupos. Onde não há visão, sempre há muitas pessoas perecendo! A partir do interior das igrejas, a palavra profética pode ser liberada e proporcionar um foco mais aguçado, no qual podemos nos concentrar nos nossos objetivos e planos. Visão pessoal e corporativa pode ser liberada com maior profundidade de fé e confiança. É essencial que cheguemos a um nível de entendimento e confiança concernente ao chamado do Senhor em nossas vidas. Onde há grande quantidade de profecia interna trazendo direção e visão, pode ser necessário que haja alguma cautela. Todas as mensagens precisam ser avaliadas; em especial, eu acrescentaria, aquelas que dizem respeito à direção de um trabalho que está para começar entre os membros da igreja. Para evitar enganos, pode ser uma boa idéia pedir a um ministério profético reconhecido e não ligado ao trabalho para que dê uma palavra de confirmação. Essa pessoa não tem interesses em jogo e pode ser imparcial e objetiva no processo de julgamento e ao trazer a palavra de confirmação. Palavras de direção e visão que chegam à igreja vindas de fora podem ter um efeito transformador sobre o trabalho. Já perdi a conta das ocasiões em que Deus me usou dessa forma por todo o mundo. Muitas vezes eu relatei profeticamente idéias inteiras, quase que palavra por palavra, conceitos e definições sobre liderança, quando os líderes se reuniam para discutir o futuro da obra. Numa ocasião, eu profetizei a respeito de uma conversa que dois presbíteros tinham travado ao vir para a reunião na qual eu estava pregando! No caminho, os dois ficaram surpresos ao descobrir que tinham o mesmo desejo de se envolver no ministério pastoral. Durante a reunião eu chamei os dois, impus as mãos sobre ambos para recebe- rem uma nova unção pastoral. Deus faz as coisas na hora certa! A profecia proporciona uma agenda para oração A coisa mais sábia e sensata que podemos fazer em reuniões de oração é descobrir o que Deus deseja fazer e pedir que Ele faça. Muitas iniciativas de oração bem sucedidas têm suas raízes no ministério profético. A profecia cria uma agenda para oração. Em 1982, o Senhor começou a me mostrar coisas que aconteceriam na igreja britânica: 1. Eu vi que a Comissão de Caridade receberia mais poder para denunciar práticas erradas em todas as agências voluntárias, incluindo as igrejas. Muitos cadastros de instituições sem fins lucrativos seriam revogados. Agora a legislação está sendo alterada para que isso seja feito. Muitas igrejas serão levadas aos tribunais e seus líderes serão acusados de improbidade administrativa. 2. O Governo tem planos de investir milhões de libras esterlinas na comunidade e atualmente está fiscalizando com maior rigor as agências não governamentais. Instituições antigas serão desativadas e novas entidades serão fundadas. É tempo das igrejas se sacrificarem e se unirem para estabelecer um plano de ação social conjunto que restabeleça a posição da igreja no coração da comunidade. Deus está abrindo uma porta no céu por meio do Governo, o qual liberará grandes quantias de dinheiro no Reino. Precisamos restabelecer a credibilidade de nossos programas e desenvolver programas sérios de treinamento, com paciência e sabedoria, a fim de restabelecermos o respeito das comunidades pelas igrejas. 3. Haverá uma rede de ministérios de libertação e de intercessão se espalhando por todo o país. Isso proporcionará uma estratégia para a batalha e a formação de grupos de oração mistos (com membros de várias igrejas) por todo o país. Essas redes compartilharão informações, programas de treinamento e de capacitação, e estratégias comuns de batalha. 4. A unidade é o grande alvo do Espírito Santo a partir dos anos 90. Veremos um mover de Deus ocorrendo, passando por todas as denominações. Como alguém disse, “o dia dos córregos terminou; agora é o tempo dos rios”. 5. Nós veremos barreiras locais, regionais, nacionais e culturais sendo derrubadas, quando o Senhor começar um processo totalmente novo de unidade e liberdade. Haverá realmente um Reino Unido. Eu costumava pensar que esse nome fosse uma piada. No entanto, em 1983 o Senhor me mostrou que era um nome profético. O Senhor está levantando um campeão nas nações célticas que terá uma tremenda unção para unidade e que voltará o coração das nações umas às outras. A falta de unidade é uma das maiores barreiras para o avivamento. Nós teremos conferências e convenções, não somente com propósito de falar sobre unidade, mas de promover ativamente a reconciliação, pedidos de perdão e restauração. Perdão e cura fluirão. A divisão Norte/Sul na Inglaterra cairá por terra. A rivalidade entre as cidades e municípios morrerá. Lancashire deixará de lutar a Guerra das Rosas com Yorkshire. As cidades estarão unidas no coração e no espírito. Liverpool deixar a de odiar Manchester. Esse tipo de rivalidade se repete por toda a nação. Na esfera do Espírito, a Inglaterra deve reconhecer que precisa dos seus irmãos célticos. O arrependimento deve fluir e antigas rivalidades devem ser deixadas de lado. Essas conferências se destinarão a derrubar fortalezas históricas de intolerância, ameaças e traições. Quando essas coisas finalmente forem tratadas, veremos avivamento econômico e espiritual irrompendo por todo o país. Há bênção na unidade que atrai o Espírito Santo. Há uma maldição na desunião que atrai os demônios. A desunião começa com uma pessoa contra outra e se multiplica pelas cidades, regiões e nações. A unidade começa com uma pessoa assumindo uma posição de amor e recusando-se a tomar partido. O que precisamos é promover a unidade nos níveis pessoal, individual e corporativo em todas as igrejas, lares e cidades, até atingirmos toda a nação. Há um despertamento sobre a Igreja britânica, principalmente no cristianismo estabelecido, institucional. Há vários anos atrás o Senhor me mostrou que eu devia separar 25% de meu tempo (minha agenda) para as igrejas denominacionais. Tenho estado no movimento de novas igrejas por mais de 20 anos. Tirando seis meses com os Irmãos, as novas igrejas são tudo o que eu conheço. Não tenho nenhuma confusão ou problemas emocionais dos quais tenha conhecimento, tendo gastado toda a minha experiência cristã num estado de alegre ignorância concernente ao fenômeno da vida fora do ambiente de uma igreja nova. Felizmente agora, vários anos mais tarde, aproximadamente 70% do meu tempo é dedicado às denominações. Estou extremamente feliz com os relacionamentos, fazendo muitos amigos novos e vendo um avivamento irrompendo diante dos meus olhos. Há um despertamento em todas essas igrejas, uma mistura fascinantede crescimento, mudança, uma paixão por Jesus e um novo radicalismo sobre a plantação de igrejas e envolvimento comunitário. Há uma fome enorme pela realidade e pela presença sobrenatural de Deus. O que achamos que pode levar anos para acontecer, pode ocorrer em poucos meses. Os meses podem ser resumidos a semanas, enquanto o Senhor se move em Seu cronograma. Cada uma das palavras dessa agenda profética me proporcionou uma agenda de oração. Na profecia a vontade de Deus é expressa. Onde a vontade divina se faz conhecida, nós temos a base para reuniões constantes de oração até que essa vontade seja cumprida. A profecia abre espaço para o ensino da Palavra e confirma a pregação “Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento...” (1 Co 13.2) Na linguagem bíblica, um mistério é um segredo, pensamentos ou planos escondidos, etc., às vezes ocultos da humanidade. Muitas vezes o Senhor já me deu vislumbres de revelações que me levaram a examinar as Escrituras e abriram novas áreas de verdade em minha vida pessoal. Até aquela revelação, para todos os efeitos, aquelas coisas estavam ocultas para mim. A revelação inspira a busca por conhecimento novo, nas Escrituras. A tragédia é que algumas pessoas têm o vislumbre de revelação mas não seguem adiante, dando assim início a uma heresia ou erro em vez de uma verdade reveladora. A verdade estará presente em parte, mas não plenamente. A corrupção entra na forma de ideias e conceitos humanos que se não forem avaliados, podem causar danos reais às igrejas. A revelação contínua leva ao estudo e à oração (e vice-versa!). Nos últimos anos eu recebi várias profecias sobre a minha vida, acerca de um fluxo de revelações. Agora estou no processo de desistir de partes do ministério a fim de ter tempo para estudar e orar como parte de minha resposta a essas palavras proféticas. A profecia pode inspirar o entendimento dos mistérios e do conhecimento. Paulo confirmou isso quando escreveu sobre sua “compreensão do mistério de Cristo... [que] não foi dado a conhecer aos homens doutras gerações, mas agora foi revelado ... aos santos apóstolos e profetas de Deus” (Ef 3.4,5) Esta é outra razão porque temos de promover e provocar o julga- mento e a avaliação ativa de todo pronunciamento profético. Agora temos o perigo da falsa doutrina acrescentado à ameaça da falsa profecia. Tenho de dizer pessoalmente, que prefiro enfrentar o perigo da falsa revelação do que viver na pobreza da ausência de revelação. A profecia em si não nos salvará da ignorância e nem resolverá todos os nossos problemas. A igreja de Corinto tinha uma presença profética bem estabelecida, mas isso não a livrou dos problemas com pecados, imoralidade e carnalidade. O apóstolo Paulo admitiu: “Em parte conhecemos e em parte profetizamos” (1 Co 13.9) Às vezes, há algo de incompleto em nossos pronunciamentos proféticos. A profecia também pode confirmar o ensino da Palavra, antes ou depois do ensino. Em muitos casos, uma profecia é transmitida durante o louvor e confirma ao pregador que o texto ou ensino que ele preparou realmente foi ordenado por Deus. Semelhantemente, eu já profetizei em igrejas os conceitos e idéias que já tinham sido transmitidos em momentos anteriores de ensino e pregação. A profecia pode proporcionar oportunidades evangelísticas O cenário em 1 Coríntios 14.24, 25 é algo que toda igreja deveria aspirar: “Se entrar algum descrente ou não instruído quando todos estiverem profetizando, ele por todos será convencido de que é pecador e por todos será julgado, e os segredos do seu coração serão expostos. Assim ele se prostrará, rosto em terra, e adorará a Deus, exclamando: ‘Deus realmente está entre vocês’” Imagine um descrente entrando numa reunião onde há vários pronunciamentos proféticos. O resultado da profecia pode ser dinâmico e dramático. A profecia é reveladora por meio de inspiração, Deus pode revelar todas as coisas, mesmo os segredos mais profundos. Já vi muitos ateus e céticos sendo persuadidos por Deus por meio da profecia. O Espírito convence do pecado (Jo 16.8- 11). A profecia pode descobrir problemas passados que precisam ser acertados. Pode proporcionar uma situação de arrependimento, restituição e avivamento. A evangelização profética é um fenômeno crescente nas igrejas de hoje. Ela conscientiza as pessoas da presença sobrenatural de Deus. Um dos meus bons amigos, Charles Slagle, é um evangelista profético. Em essência, ele é um evangelista com uma poderosa unção profética. Ele também tem grande sensibilidade ao Espírito e uma real compaixão pelas pessoas. Meus colegas pastores e eu recebemos Charles e Paula para uma turnê de seis semanas pelo Reino Unido – e os resultados foram dramáticos. Foi tremendo como selecionávamos pessoas não cristãs dentro de um recinto lotado e falávamos com elas profeticamente. Muitas igrejas com as quais trabalhei estão incentivando o trabalho porta a porta com palavras de conhecimento e profecias. O Senhor sabe quais lares estão prontos para a ceifa. Ele sabe o que está acontecendo em cada casa. Ver as coisas da perspectiva de Deus nos proporciona uma agenda de oração que nos possibilita ir a certos lares com algo específico para dizer, e não apenas uma mensagem generalizada. Envie os intercessores, descubra em que lares Deus está interessado e está envolvido, libere palavras proféticas em oração e envie os evangelistas depois, a fim fazerem a colheita. A profecia pode liberar as igrejas em novas doutrinas e práticas Em primeiro lugar, permita-me qualificar esta afirmação. Não estamos falando sobre novas doutrinas e práticas que nunca foram adotadas na Igreja universal. Pelo contrário, estamos nos referindo a novas doutrinas e práticas que podem ser completamente novas para uma certa igreja local. Deixe-me ilustrar. Há vários anos atrás, o Senhor me deu uma série de profecias para certas igrejas concernentes ao tipo de pessoas que o Senhor lhes daria em cinco anos. Uma igreja em particular era composta por pessoas brancas, ricas e de classe média. A palavra foi que o Senhor estava enviando pessoas quebrantadas e oprimidas, pobres e necessitados, pessoas que sofreram abusos e que causaram abusos, pessoas viciadas em drogas e álcool; pessoas envolvidas com ocultismo, mães solteiras, órfãos e pessoas marginalizadas. Louvado seja Deus, algumas semanas mais tarde a igreja me procurou pedindo ajuda. Eles tinham compreendido plenamente que a entrada dessas pessoas mudaria por completo o perfil da igreja. As repercussões da palavra foram fantásticas. Eles sabiam que tinham vários anos para fazer as mudanças necessárias para acomodar o tipo de pessoas e o crescimento que Deus lhes daria. O que foi prometido profeticamente foi uma colheita de pessoas que Satanás vinha escravizando. Eles teriam mais ataques do inimigo contra a igreja e esta precisaria de um novo entendimento e prática de batalha espiritual com os quais não estava familiarizada até aquele momento. Não podemos conquistar terreno do inimigo se ele tiver conquistado terreno em nossa vida. Começamos a ensinar a igreja sobre batalha espiritual defensiva. Como manter nossos lares e nossas vidas livres dos ataques do inimigo, lutar contra as enfermidades e problemas financeiros, etc. Era um campo desconhecido para muitos membros – uma nova verdade e uma nova prática. Posteriormente nós ensinamos a eles sobre batalha ofensiva na vida (enfrentar o inimigo onde o encontrarmos), em oração e em adoração. Tornamo-nos mais militantes em nosso aspecto em toda a questão de batalha espiritual. Na adoração, adoramos a Jesus como o Rei guerreiro, e declaramos nossa supremacia em Deus. Graças a Deus, sem exagerar e cair no triunfalismo, começamos a delimitar a autoridade dos crentes. Mais tarde nós percebemos que estava na horade mudar para aqueles locais. Deus está levantando uma geração de “Josués”, prontos para a batalha. Pessoas que penetram em território novo e desconhecido, esperando grandes lutas e grandes vitórias! Derrubando fortalezas, conquistando a terra e aprendendo a defender o que foi conquistado, ocupando posições estratégicas até a volta do Senhor – é assim que o Espírito Santo está operando em nossos dias. Depois do chamado, vem o treinamento. Aquela igreja está pronta para se estabelecer em sua herança. Agora seus membros têm uma consciência da batalha espiritual e da autoridade que receberam e que não tinham antes da mensagem profética. Para eles, a profecia serviu para introduzi-los numa nova doutrina e prática. A profecia proporciona insight em situações de aconselhamento O aconselhamento é um ministério extremamente necessário nas igrejas de hoje. Trata-se de uma parte necessária do desenvolvimento da salvação diante de Deus. O problema hoje nas igrejas é que um evangelho de qualidade muito precária tem sido pregado. Elas recebem uma mensagem evangelística que fala que “suas necessidades serão supridas em Cristo”. Isso cria uma geração de pessoas que esperam que Deus e a igreja façam tudo por elas. O verdadeiro evangelho pregado em Atos era que Deus tinha feito esse mesmo Jesus Senhor e Cristo. A inferência era que: “Jesus é Senhor: o que faremos sobre isso?”. Atualmente temos igrejas cheias de inválidos e não de guerreiros. O aconselhamento, em especial, deve ser conduzido como parte da introdução do indivíduo na vida da igreja e nos fundamentos de uma caminhada com Deus cheia do Espírito. Para ser efetivo, o aconselhamento precisa da cooperação do evangelista, do pastor, dos professores e dos profetas, sendo que todos colaboram juntos para realizar um bom nascimento e um crescimento efetivo nas coisas de Deus. A profecia pode chegar ao âmago de uma situação de uma forma muito profunda, lançando o machado na raiz dos problemas. Ela também nos permite focar a atenção em Jesus, o que em si já cria movimento e mudança. Sem o elemento sobrenatural, o aconselhamento pode focar nos problemas e nos processos e não em Jesus, o libertador. No aconselhamento, a profecia pode nos ajudar a economizar tempo. Ela lança fora atitudes inúteis e camadas de engano, debaixo das quais as pessoas tentam se esconder. A profecia, em conjunto com as palavras de conhecimento e de sabedoria, pode nos livrar de horas intermináveis de diálogo, expondo situações e trazendo rápido alívio. Ela proporciona uma fonte de insights e de poder para o conselheiro. A entrada do sobrenatural significa que não podemos tolerar mentiras, enganos e fingimentos. Ela provoca um nível de honestidade e de temor piedoso que quebrará qualquer fortaleza de pecado na vida dos crentes. A profecia proporciona um espírito de gratidão e de louvor Normalmente, nós perseveramos na oração até que Deus nos diga para parar, a questão seja resolvida, ou tenhamos uma certeza (pela fé) que nossa oração foi ouvida. A profecia pode revelar às pessoas exatamente o que Deus tem no coração naquele momento, e o que devemos fazer a seguir em resposta ao mover do Espírito. Falando numa conferência, há alguns anos atrás, o Senhor me mostrou que na audiência havia uma mulher que estava jejuando e orando por sua filha que havia fugido de casa. O Senhor me mostrou que aquela mãe estava profundamente preocupada com a filha rebelde, ansiosa de que ela não se envolvesse com drogas, nem imoralidade. Quando impus as mãos sobre ela, o Senhor me deu a certeza em profecia de que Ele estava ativamente envolvido na vida da garota e que ela voltaria para casa sem dano algum. Além disso, a palavra profética disse à mãe que Deus ouvira suas orações e estava se movendo para responder. Em resposta a isso, a profecia continuou, a mãe devia parar de suplicar e começar a agradecer e a louvar a Deus por Seu livramento. Durante vários meses, aquela mãe agradeceu e louvou a Deus. A princípio, nada mudou e, de fato, a situação até piorou. A mulher, contudo, manteve-se firme à palavra profética e continuou a louvar ao Senhor e a agradecer. No final, não somente sua filha voltou para casa totalmente restaurada pelo Senhor, como sua própria vida foi transformada. Agora aquela mulher tem um espírito agradecido a Deus e um coração cheio de louvor a Deus. Ela é uma mulher que sabe ser liberada em louvor e adoração. Como tal, ela própria é um agente catalisador, levando outras pessoas a ter um espírito de gratidão. A profecia proporciona uma injeção de fé A profecia muda a atmosfera da igreja, abrindo a porta para milagres, além de proporcionar uma injeção de fé. Há vários anos atrás, eu liderei um evento num fim de semana numa igreja. Havia muito ceticismo em relação aos dons sobrenaturais, principalmente a profecia. A incredulidade, desconfiança e suspeita eram tangíveis. Eu sabia que a menos que Deus se movesse e fizesse algo especial, seria um final de semana bem difícil. Em situações como esta, o profeta deve descansar no Senhor, pois a tentação é tentar fazer algo espetacular em vez de deixar o Espírito se mover na esfera sobrenatural. Eu coloquei toda a minha energia para estar quieto e em paz diante de Deus, escolhendo deixar minha visão se encher do Senhor em vez de ficar controlando as circunstâncias. O inimigo de fato tenta transformar o ministério ungido num show espetacular. Precisamos lutar contra isso nos humilhando, diminuindo, para que o Senhor possa crescer. Não estamos aqui para provar o quanto somos poderosos, mas apenas para servir ao Senhor. Eu sabia que não devia reagir à incredulidade e à atitude negativa das pessoas, mas sim estar quieto e bem consciente da presença do Senhor. Na primeira reunião, quando comecei a ensinar, o Senhor me deu uma visão e uma interpretação profética para um jovem presente. Eu vi o pai dele dirigindo um caminhão amarelo. O Senhor me mostrou em que empresa ele trabalhava e onde estava naquele momento. Eu disse ao rapaz onde ele podia encontrar seu pai e que o Senhor estava fazendo uma obra de reconciliação. A igreja estarreceu! Aparentemente o jovem era novo convertido e a igreja tinha estado orando para que o Senhor lhe permitisse encontrar seu pai, a quem ele não via desde os quatro anos de idade. Às vezes o Senhor não deseja se concentrar nos elementos negativos, como incredulidade, por exemplo. Ele se move no espírito oposto e realiza algo que faz a fé crescer ou explodir. Aquela palavra profética abriu as portas em todo o fim de semana para que a presença sobrenatural de Deus viesse e transformasse as pessoas. A fé começou a crescer nas pessoas, que viram que Deus é poderoso e tinha interesse nelas. O jovem cumpriu a palavra profética e desde então se reconciliou com o pai, que agora também está buscando ao Senhor. A profecia é vital para a batalha espiritual Paulo instruiu Timóteo: “Segundo as profecias já proferidas a seu respeito, seguindo-as você combata o bom combate” (1 Tm 1.18) Precisamos usar o ministério profético para combater, lutando contra o inimigo e as circunstâncias da vida. O rei Josafá derrotou os inimigos com base numa palavra profética pronunciada por Jaaziel (2 Cr 20.14-17). Num momento, o povo mudou, deixando de ser uma multidão chorosa, cheia de auto piedade, esperando ser aniquilada a qualquer momento, para ser um corpo de guerreiros decididos e tão confiantes em Deus que foram cantando para a batalha. Jamais subestime o poder da profecia. Josué seguiu um padrão similar de ouvir a palavra profética e obedecer (Js 6.1-5). Recebendo instruções proféticas e um plano de batalha mediante uma palavra de profecia, ele viu Jericó cair exatamente como a profecia tinha predito. Nenhum desses métodos estaria num manual de guerra como procedimento padrãopara se vencer uma batalha. Não há registro de outro exército sendo destruído por meio de cânticos e nem de cidades fortificadas tomadas por meio de marcha e vozes gritando! Profecia e batalha espiritual caminham juntas. PARTE UM: O DOM DA PROFECIA Já perdi o número de vezes em que, nos últimos vinte anos, as pessoas me perguntaram: “Quando profetizo, como posso saber se é o Senhor que está falando por meu intermédio, ou se sou eu ou até mesmo o inimigo?”. É claro que se trata de uma pergunta muito oportuna. Nós somos humanos, sujeitos a dores, desilusões, mágoas, sonhos, aspirações, anseios e desejos. Tudo isso pode conspirar contra nós e colorir a mensagem profética, dando-lhe um tom diferente do que Deus tencionava. É possível que uma pessoa frustrada fale profeticamente transmitindo seus próprios pensamentos e opiniões misturados àquilo que Deus realmente está falando sobre a situação. O inimigo pode inspirar esse tipo de fenômeno ou a pessoa pode estar sendo usada por outro espírito que não vem do Senhor. Isso tende a ocorrer principalmente quando as pessoas enterram suas mágoas e sentimentos de rejeição e afundam em ira – transformando suas vidas num solo fértil para a atividade do inimigo. Por outro lado, o inimigo também pode usar nossos pensamentos e impulsos descontrolados e, quando falamos movidos pelo nosso próprio espírito, ele se move por trás de nossas palavras para causar engano. Assim, podemos estar sob a influência direta do inimigo (por meio de amargura e questões não resolvidas em nossa vida) ou indiretamente (por meio de atitudes erradas ou a simples falta de bons relacionamentos). Isso, é claro, destaca os problemas que todos os verdadeiros profetas devem enfrentar. Como podemos pronunciar uma mensagem profética pura que glorifica ao Senhor, livre das misturas do nosso próprio coração e das influências do inimigo? Então, temos de adicionar o elemento da fé à equação, porque às vezes teremos de trabalhar sem ter plena certeza; teremos de profetizar até onde nossa fé permitir. O que precisamos, quase que como uma garantia de que não desonraremos o Senhor Jesus, não desacreditaremos o ministério profético, e não causaremos dano ao Corpo de Cristo, é uma enorme dose de humildade. Nesta vida, ou nós nos humilhamos ou somos humilhados. A humildade não é uma característica natural em qualquer ser humano – ninguém nasce com ela. Nosso relacionamento com Deus se edifica mais eficazmente quando submetemos nossa vida, pensamentos e perspectivas a Ele. Nosso alvo sempre deve ser viver da melhor forma possível a fim de que o Espírito Santo não se entristeça, mas seja bem-vindo em nossa vida. Se profetizarmos em humildade e cometermos um erro, o Senhor nos dará graça para enfrentar a questão e acertar as coisas. Os erros são inevitáveis enquanto aprendemos a nos mover no sobrenatural. Por isso a Bíblia é tão clara em 1 Tessalonicenses 5.19-21: “Não apaguem o Espírito. Não tratem com desprezo as profecias, mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom. Afastem-se de toda forma de mal”. Por implicação, significa que precisamos ser capazes de separar o que é bom do que é mau; os equívocos e as interpretações errôneas. Falaremos mais disso no próximo capítulo. O que temos de fazer, com a ajuda do Espírito Santo, é viver nossa vida da melhor forma possível, a fim de que não haja áreas que não estejam sujeitas ao Senhor Jesus. Neste capítulo quero destacar algumas áreas chave de preparação de modo que possamos exercitar nossa mente e coração no entendimento e na prática. Especificamente, examinaremos os elementos da Preparação, Expectativa e Operação. Preparação Oração Em termos de preparação, a oração é absolutamente vital para nós. Ela é importante em tudo o que fazemos, mas especialmente para o ministério profético. Oração e profecia são elementos inseparáveis, em termos do seu processo de comunicação; ambas envolvem ouvir antes de falar. Às vezes eu acho que não ouvimos o suficiente quando oramos. Quando eu oro por algo, fico atento para ouvir, pois nunca sabemos em que momento Deus dirá, “Muito bem, vou conceder o que você está pedindo”. Às vezes oramos mais do que precisamos porque não prestamos atenção quando Deus responde: “Estou com você neste projeto”. Sempre que você estiver orando, não importa o que esteja pedindo, adquira o hábito de ouvir com atenção. Estou entrando numa fase em minha vida em que Deus está respondendo minhas orações quase imediatamente! Antes eu costumava ter de orar durante vários dias e até semanas sobre um assunto, mas agora estou aprendendo a ouvir a voz de Deus mais claramente. Minhas expectativas em termos de ouvir estão aumentando, e estou ouvindo Deus começar a dizer “sim”, e a sentir um senso maior de fé quando eu oro por algo que na verdade Deus já liberou e já respondeu. Pode não haver nenhuma evidência na esfera física visível, mas sei que algo mudou no meu espírito. Obviamente, nós sabemos que oração não é somente apresentar a Deus uma lista de pedidos. O elemento mais maravilhoso sobre a oração é que você pode conversar com Deus sobre qualquer assunto onde quer que você esteja; não importa como você esteja se sentindo ou o que esteja pensando, você pode falar com Deus sobre isso. Você pode abrir o seu espírito e caminhar com Deus. Eu gosto de ser bem específico e orar em duas ou três frases: “Senhor, ajude tal pessoa”; “Pai, lembre-se dos meus amigos que estão na África” – mantendo o fluxo da oração, mantendo o canal de comunicação aberto o máximo possível. Além disso, oração é uma questão de pedir continuamente ao Espírito Santo que se manifeste e fale – “Pai, fale comigo”, “Espírito Santo, venha sobre mim neste momento e fale comigo”. Qual foi a última vez que você pediu um novo encorajamento ao Senhor? Especificamente? “Pai, nesse exato momento eu preciso de encorajamento. Por favor, faça algo. Por favor, me diga algo. Por favor, me ajude”. A seguir, você pode fazer pequenos intervalos durante o dia para orar. Antes de ser chamado pelo Senhor para o ministério, eu era gerente de treinamento numa grande empresa de treinamento e recrutamento. Minha vida era um emaranhado confuso de questões administrativas, problemas de gerência, pesquisas, envolvimento com o Governo, sessões de treinamento, organização de eventos e elaboração e supervisão de estratégias para a empresa. Naquela época estafante havia dias em que eu dizia às secretárias e recepcionistas que queria um intervalo de dez minutos e não desejava ser perturbado. Eu entrava no meu escritório, fechava a porta e me sentava quieto, agradecendo a Deus e ouvindo, orando e esperando ver as coisas da perspectiva divina. Muitas decisões acertadas fluíam daqueles intervalos de oração. Não posso dizer honestamente que sempre ouvia a Deus falando especificamente naqueles momentos (embora às vezes eu ouvisse!). No entanto, meu progresso na empresa, juntamente com as constantes promoções que recebia, provavelmente indicam que o Senhor me influenciou muito mais do que eu de fato percebia na época. Há outro fato importante: aqueles curtos intervalos para oração mantinham meu coração livre da pressão da carne. A oração mantém os canais de comunicação abertos. Provavelmente dois terços do resto do mundo gostaria de trocar de lugar conosco que vivemos nos países ocidentais, não importa o quanto sejamos pobres. Para muitos, nós somos ricos além dos sonhos mais ousados deles. Conte suas bênçãos, pois há muitas coisas acontecendo em sua vida pelas quais você deve ser grato. É muito importante sermos agradecidos a Deus. Creio que às vezes, quando não somos agradecidos, há a possibilidade de que nos tornemos ingratos para com as pessoas e vivamos uma vida desprovida de graça. São coisas como gratidão, louvore adoração que realmente mantêm a presença de Deus sempre renovada em nosso coração. Elas nos capacitam a manter a consciência de Deus e daquilo que queremos ser. Uma das coisas que Deus tinha contra Israel era que Ele não ocupava o pensamento do povo. Um estilo de vida de ações de graças. Temos tanto a agradecer. Apliquemos 1 Tessalonicenses 5.16... Não é um modo ruim de viver. Meditação Depois da oração, creio que a meditação é muito importante. Vivemos numa época em que, devido às influências das religiões orientais, meditação se tornou quase que uma palavra proibida nos círculos cristãos. Eu sempre afirmo que essas religiões extraem o que há de melhor na Bíblia e depois apresentam essas verdades de uma forma diferente. A meditação fez parte do relacionamento do ser humano com Deus durante milhares de anos. A Bíblia com frequência menciona sua prática – principalmente nos Salmos (ex. Sl 119). Há muitas passagens que falam da necessidade da meditação. Meditar significa simplesmente “considerar profundamente, refletir, estar absorto em pensamento”. Não nos dói sentar e refletir sobre Jesus, meditar sobre Sua Pessoa – como Ele é bom, como é amoroso. Para mim, Jesus é a Pessoa mais bondosa que já conheci. Ele também é a pessoa mais feliz e bem disposta que já conheci. Quando entramos em contato com o céu, podemos ouvir risos. Quando realmente entramos na presença de Deus, tremenda alegria, bem-estar e paz são derramados em nossa vida. Num retiro de fim de semana de uma igreja, um dos participantes estava enfrentando tempos realmente difíceis e eu tive um discernimento de que muitas coisas em sua vida estavam em estado deplorável. Numa das reuniões, senti-me compelido a impor as mãos sobre ele e orar para que fosse novamente cheio com o Espírito Santo. Ele caiu no chão e riu por quase meia hora. Realmente riu. Ninguém podia fazer nada. A reunião mudou completamente. Todos os presentes começaram a ter acessos de riso. Foi uma das melhores reuniões que já participei. Aquele homem não conseguia parar de rir porque o poder de Deus desceu sobre ele, a alegria do Senhor o encheu, e, por intermédio dele, Deus começou a encher todos os presentes. Ninguém conseguia ficar quieto. Todos começamos a andar de um lado para o outro, algumas pessoas caíram no chão e todos riam, enquanto uma enorme alegria do Senhor enchia o local. Já vi algumas imitações preocupantes desse tipo de unção nos últimos anos, com pessoas cobrando grandes quantias das igrejas para trazerem a alegria do Senhor. Orações são feitas invocando o assim chamado riso do Espírito Santo sobre as congregações, repetidamente, em muitas reuniões. Creio que alegria do Senhor não deve ser invocada como se fosse um gênio saindo de uma garrafa; também não é uma manifestação espiritual que atende a ordem de um homem. Trata-se do resultado da presença de Deus no meio do Seu povo, quando Ele, soberana e graciosamente, faz rios de água viva jorrarem dos corações. A alegria do Senhor vem de dentro, não é derramada sobre nós como o açúcar no café. Às vezes fico meditando vários dias, ou até semanas, numa única passagem das Escrituras. Quando Deus fala claramente comigo sobre um assunto, não faz muito sentido ficar lendo outras coisas, desde que Ele está me mostrando algo naquela passagem. Fico meditando nas coisas que Deus vai me mostrando. Fico totalmente absorvido por aquela verdade. Quando penso profundamente nas ações de Deus, fico imaginando que todo cristão tem histórias para contar sobre como chegou até ali, como foi transformado, como vive, trabalha e adora da forma como faz. É incrível quando pensamos em como Deus aproxima pessoas com histórias tão diferentes. Há muitos anos atrás o Senhor falou comigo sobre trabalhar no Caribe. Desde então tenho me divertido fazendo piadas quando estou a sós com Deus sobre meu “ministério de praia e sol”. Durante anos trabalhei em igrejas de periferia, com telhados caindo aos pedaços, onde parte do ministério era tirar poeira dos hinários! Eu continuava a dizer: “Um dia desses, Senhor, tu me darás um ministério numa ilha deserta”. Isso passou a ser uma piada constante, enquanto eu andava por igrejas em regiões geladas. “Senhor, lembre- se da minha ilha ensolarada!”. Novamente o Senhor falou comigo sobre o Caribe. Várias pessoas confirmaram essa palavra, de várias formas. Meses mais tarde, enquanto eu falava numa conferência profética em Londres, conheci um homem no local das conferências. Eu tinha terminado um seminário e, aproveitando o intervalo, sentei-me no escritório do pastor titular, para descansar. O pastor tinha acabado de encerrar uma entrevista com aquele homem e deixou o escritório, deixando nós dois sozinhos lá dentro. Naquele momento eu estava exausto e só conseguia pensar em tomar um café e descansar. O homem e eu começamos uma conversa sobre a conferência que eu estava liderando. Eu lhe dei um dos meus panfletos promocionais pensando que ele morava nas imediações e estava interessado em participar da conferência nos próximos dias. Ele demonstrou interesse em organizar outra conferência. Foi nesse ponto da conversa que descobri que seu nome era Dr. Noel Woodroffe, e ele era de Port Spain, em Trinidad e Tobago, onde liderava uma igreja. Ele me perguntou se eu gostaria de ir até lá e ser o preletor. Para ser honesto, pensei que ele estava apenas sendo gentil. No entanto, alguns meses mais tarde o Dr. Noel me enviou passagens aéreas e minha longa piada com o Senhor chegou ao fim. No meu espírito, eu podia ouvir risadas. Noel permaneceu pouquíssimo tempo em Londres... Mas foi o suficiente para o Senhor nos reunir e criar uma amizade que já dura vários anos. Incrível! Podemos pensar sobre muitas situações semelhantes. Todos nós passamos por situações como essa, onde coisas imprevisíveis ocorrem e modificam o rumo de algumas áreas de nossa vida; de vez em quando é bom sentarmos e relembrarmos o que Deus tem feito em nossas vidas. Creio que isso nos ajuda a ser agradecidos, pois há tantas coisas, tantas pequenas “coincidências” na forma como as coisas acontecem. É bom meditar sobre a nossa vida – para lembrar e dar graças. Os antigos profetas estavam sempre relembrando sua história com Deus. Eles costumavam transmiti-la dizendo, “lembram quando o Senhor fez isso...” e vemos que centenas de anos mais tarde as pessoas ainda conversavam sobre o Mar Vermelho, por exemplo, e o que aconteceu lá. Esperar em Deus É muito importante esperar em Deus, mas com um senso de propósito. Eu sempre carrego um bloco de notas onde quer que vá, porque Deus fala nos lugares mais peculiares. Ainda não encontrei um bloco de notas a prova de chuveiro, mas estou procurando! Às vezes esperar em Deus significa mostrar para Ele que você de fato o ama, que Ele é importante para você, que você tem prazer em quem Ele é. Às vezes quando esperamos em Deus nada nos ocorre, mas não tem problema, pois estamos apenas colocando nosso tempo com Ele em ordem. Deus pode não falar logo, mas Ele sempre fala. Precisamos estar preparados quando Ele o fizer. Esperar em Deus significa que precisamos ir a um local de silêncio e sossego. Não é suficiente encontrar um local tranquilo, mas sim (o que é mais importante) aprender a calar todo o clamor dentro de nossa mente e coração. Meditar (pensar profundamente, refletir) e esperar em Deus muitas vezes andam juntos, ou um pode levar ao outro. As religiões orientais declaram que a meditação consiste em esvaziar a mente. Algumas até oferecem tipos de mantras que em muitos casos é apenas a repetição do nome de divindades hindus. Assim, a repetição monótona daquelas palavras na verdade é um tipo de adoração. Na fé cristã, meditar e esperar em Deus é encher a mente com pensamentos divinos: tomar consciência de Deus. Nesta atividade quieta e tranquila, Deus derrama Suas palavras como o orvalho da manhã, trazendo