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Desenvolvendo o Seu Dom Profeti - Graham Cooke


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Publicado originalmente por Sovereign World Ltd
PO Box 777 Tonbridge Kent TN11 OZS England
 
Traduzido do original em inglês
Developing Your Prophetic Gifting
 
Tradução de: Josué Ribeiro
 
Os textos bíblicos citados estão conforme a versão Almeida, Revista e Atualizada, 2a.
Edição, da Sociedade Bíblica do Brasil, a menos que outra tradução seja indicada.
 
Primeira edição: outubro/2005
Capa: Ronan Pereira
Revisão: Segisfredo Wanderley
Diagramação epub: Arnaldo Taborda dos Santos
Tel.: (21)98622-2571 – arnaldo.rj@gmail.com
 Coordenação de Produção Editorial: Jorge Wanderley
 
Primeira edição em epub: outubro/2016 
1ª Revisão em epub: outubro/2017
 
Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela:
Danprewan Editora e Comunicações Ltda.
Rio de Janeiro - RJ Brasil - CEP. 22.790-701
Fone/Fax (21) 3083-7387
E-mail: danprewan@danprewan.com.br
Site: www.danprewan.com.br
 
 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte poderá ser reproduzida, gravada em qualquer
sistema eletrônico de arquivamento de dados ou transmitida sob qualquer forma, sem a
permissão por escrito do detentor dos direitos.
mailto:arnaldo.rj@gmail.com
mailto:danprewan@danprewan.com.br
http://www.danprewan.com.br/
 
 
Dedicatória
 
 
Dedico este livro a Heather Cooke, minha esposa. Ela é um
grande e importante dom que recebi de Deus. Heather me ama, me
faz rir, me surpreende com sua honestidade e lealdade e sempre me
apoiou, em todas as situações!
Meu filho Ben, um bom homem com um coração terno e um
verdadeiro espírito de justiça. Que rapaz!
Meu filho Seth, engraçado, criativo e barulhento. Certamente
ele é um líder de homens.
Minha filha Sophie, bondosa, reflexiva e bem divertida. Ela é
amante das coisas boas da vida, como o time do Manchester United
e seu velho pai.
Por que todos os meus filhos se parecem com minha 
esposa? 
 
 Agradecimento
 
Meus agradecimentos e meu reconhecimento a todas essas
pessoas:
À minha mãe Gladys, uma mulher notável e corajosa, que
nunca desistiu da vida. Ao meu padrasto Harry, um homem bom e
decente.
A John e Dorothy Bentliffe, que me levaram ao Reino e
desde então mantiveram o interesse e o envolvimento neste “filho na
fé”.
A Dee e Maggie, que me deram amor de família e me
apoiaram em momentos críticos. A Duncan e Jane Foster, que
durante muitos anos me deram notável apoio e amor.
A Graham Perrins, que me deu um amor pelas Escrituras e
uma grande base no ensino sobre profecias. Um excelente mestre!
A Kevin Allan, meu bom amigo, uma pessoa que amo por sua
sabedoria e fidelidade. Um homem confiável.
À Igreja City Gate, em Southampton. Uma boa família,
barulhenta, divertida, cuidadosa, ocasionalmente frustrante, mas
que com freqüência inspira afeição. É um bom lugar para se estar!
À Rede Pioneer, cheia de pessoas apaixonadas e com 
um enorme desejo de estabelecer o Reino e construir a Igreja do
Novo Testamento.
À Equipe Pioneer de líderes e ministros. Pela honestidade,
integridade, verdade e senso de humor, no que são inigualáveis,
em qualquer lugar do mundo.
A Charles e Paula Slagle, bons amigos, cheios de graça 
e bondade.
A todos os meus parceiros de oração e àqueles que
sustentam financeiramente o meu ministério. Apertem
os cintos, vamos decolar!
A Carole Shiers, minha secretária particular, que administra
maravilhosamente minha agenda e é extremamente útil. A despeito
de minha influência, ela continua fazendo as coisas corretamente e
dentro dos prazos! Incrível!
A todas as milhares de pessoas treinadas na Escola de
Profecia. Mantenham a fé. Mantenham o padrão. Jamais esqueçam 
de dar exemplo de tudo o que é bom no ministério profético.
Finalmente, e mais importante, ao nosso gracioso Pai celestial.
A Pessoa mais bondosa que já conheci. Minha gratidão
eterna.
SUMÁRIO
 
CAPA
FOLHA DE ROSTO
COLOFÃO
Dedicatória
Agradecimentos
SUMÁRIO
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO: ENTENDENDO A PROFECIA
Capítulo Um
Entendendo a profecia
Capítulo Dois
O valor da profecia
PARTE UM: O DOM DA PROFECIA
Capítulo Três
Primeiros passos na profecia
Capítulo Quatro
A prática da profecia
Capítulo Cinco
Diretrizes para o manuseio da profecia
Capítulo Seis
Profecia pessoal
PARTE DOIS: A PROFECIA NA IGREJA
Capítulo Sete
Julgando e pesando a profecia
Capítulo Oito
O papel do profeta cristão
Capítulo Nove
Ser ou não ser?
Capítulo Dez
Esquema da profecia nas igrejas locais
Capítulo Onze
Mantendo a profecia viva
file:///C:/Users/TIAGOR~1/AppData/Local/Temp/calibre_sen5jz/Text/CAPA.xhtml
PARTE TRÊS: O PAPEL DA LIDERANÇA NA PROFECIA
Capítulo Doze
O papel da liderança da profecia
Capítulo Treze
Lidando com profecias erradas
Capítulo Quatorze
As parcerias proféticas
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO:
ENTENDENDO A PROFECIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conheci Graham Cooke há mais de uma década. Logo depois ele
tomou a difícil decisão de se mudar, com a esposa Heather, e os
filhos, para se unir à igreja em Sothampton. Em termos geográficos
a mudança foi insignificante, apenas uns 40 quilômetros de estrada.
 Em termos sociais e econômicos, a mudança foi enorme. Graham
 não tinha dinheiro, nem trabalho e nem moradia. Como igreja nós
fizemos o que pudemos, procurando casas temporariamente vazias,
ou, em muitos casos, residências cedidas por membros da igreja,
muitas vezes com prejuízo pessoal, a fim de criar espaço para uma
família de cinco pessoas. Era o mínimo que podíamos fazer, e
embora possa soar nobre, era algo insignificante comparado com o
sacrifício que Graham e a família estavam fazendo. Além do mais,
nós realmente queríamos a presença deles conosco, e quando
 você realmente deseja algo (ou alguém), nenhum esforço parece
grande demais.
 
Pela graça de Deus, no ano seguinte, embora ele ainda estivesse
desempregado, um empréstimo foi feito e uma residência foi
comprada. Muitos meses se passariam antes que Graham
arranjasse um trabalho secular e conseguisse organizar sua vida
financeira e começasse a encontrar um caminho para fora das
adversidades e incertezas. Foi um período extraordinário!
Extremamente difícil, mas muito abençoado. Eu ainda olho para
trás com um misto de incredulidade, surpresa e afeição.
A igreja à qual Graham se uniu na época tinha cerca de 50 ou 60
membros. Era uma típica igreja iniciante, com pessoas comuns
buscando servir ao Senhor. Aparentemente nós não tínhamos
nada a oferecer, principalmente em relação a coisas materiais. Não
podíamos garantir a ele nem mesmo um cargo na liderança. Eu sei
que na época Graham tinha outras opções, pois havia outras
oportunidades ministeriais para ele. Contudo, opções mais fáceis
foram ignoradas em favor da amizade, do relacionamento e – acima
de tudo – para ser parte de uma igreja local.
Aí está o coração do homem e a decisão que ele tomou. Graham de
fato tem uma extraordinária unção profética, o que nos últimos anos
criou uma grande demanda internacional no seu ministério. Mesmo
assim, ele sempre esteve disposto a deixar isso de lado, em favor da
igreja local.
A mensagem que ele traz nas profecias é clara e empolgante. Mas
ele tem, acima de tudo, os pés no chão. Durante muito tempo o
profeta, a profecia e a ministério profético foram marginalizados e
depreciados. E ultimamente perderam o propósito, porque o homem
e a mensagem muitas vezes falham em trabalhar dentro dos limites
da igreja local. Por outro lado, líderes eclesiásticos aterrorizados
mantêm o ministério profético debaixo de repressão por causa do
medo e da ignorância. De qualquer forma, o resultado final é que as
igrejas sofrem e o ministério profético se torna fragmentado.
As páginas desse livro revelam uma rota diferente, mapeando um
caminho por meio do qual o pulsar da palavra profética de Deus
pode ser liberado na Igreja de hoje. Esta é a mensagem que Graham
expõe com grande habilidade e como auxílio de vasta experiência
pessoal. O mais significativo é que esta é a mensagem que Graham
tem exposto por meio do seu estilo de vida e as decisões que toma
em sua vida.
Há coisas pelas quais vale a pena lutar!
 
Kevin Allan
 
Líder da Igreja City Gate em Southampton
 
Profecia é um dom do Espírito Santo. Ele não depende das
pessoas. O Espírito Santo dá dom segundo o Seu querer. Qualquer
pessoa pode ser usada no dom profético, desde que seja nascida de
novo, cheia do Espírito Santo, disposta e aberta para se mover no
sobrenatural.
Sabendo que todo cristão cheio do Espírito pode profetizar,
temos de reconhecer também que nem todos os que o fazem são
profetas. Há vários níveis e estágios de unção profética, 
começando com a finalidade fundamental da profecia, que é
encorajamento, edificação e conforto. No entanto, o movimento
através do ministério profético até a função de um profeta exige
considerável treinamento, experiência e desenvolvimento – o que
leva muitos anos. Em média, é preciso cerca de quinze anos para se
formar um profeta, dependendo do treino, discipulado e supervisão 
que o indivíduo recebe no processo.
Nós servimos a um Deus maravilhoso que tem prazer
em expressar Seu coração e revelar Seus pensamentos. Esses
pensamentos jamais contradizem as Escrituras, a qual é útil para o 
nosso ensino, correção, repreensão e exortação. De fato, 
foram as palavras inspiradas dos profetas, dadas a eles pelo
Espírito, que os capacitaram a escrever as Escrituras nos tempos 
bíblicos. Até mesmo a Lei começou como profecia (2 Pe 1.21).
 
Profecia e as Escrituras
 
Quando liderava Israel durante a jornada pelo deserto,
Moisés tinha de ouvir os problemas cotidianos e dificuldades de
mais de um milhão de pessoas. Em cada caso particular, ele tinha 
de orar e buscar a mente do Senhor. Era algo que o desgastava e
que foi a principal causa de preocupação do seu sogro, Jetro.
Notando um padrão entre o fluxo constante de perguntas e
respostas no trabalho de Moisés, Jetro propôs um plano. Os
problemas e as soluções começaram a ser anotados. Para os
problemas similares, Moisés teria assessores que podiam tratar com
aquelas reclamações, usando a palavra escrita das respostas 
proféticas anteriores dadas pelo profeta. Moisés, enquanto isso,
continuaria presidindo e lidando com situações novas, ouvindo e
oferecendo a Palavra de Deus.
Desta maneira, o povo aprendeu a conviver com a Palavra 
de Deus escrita ou revelada e com as novas palavras dadas por
Moisés por meio dos pronunciamentos proféticos. Este sistema ainda
chama a nossa atenção hoje, onde temos a palavra de Deus
revelada nas Escrituras que nos possibilita dar uma resposta
imediata de obediência aos mandamentos do Senhor. Esta situação 
enfatiza a necessidade de firmarmos as pessoas na Bíblia, a fim de
que sejam capazes de discernir o coração e a vontade de Deus para
suas vidas.
Quando nos deparamos com situações que parecem não ter
uma resposta clara nas Escrituras, podemos ter de acessar o
ministério profético. Esse ministério se harmonizará fielmente com
as Escrituras e nos conduzirá aos pés de Jesus, embora sem
usurpar nossa vontade e sem nos forçar a fazer julgamentos
incorretos ou ações precipitadas.
Os profetas continuamente se deparam com uma 
questão importante: “‘A necessidade desta pessoa será mais bem
suprida por um maior entendimento das Escrituras?’ Neste caso,
apontemos para ela o ministério de ensino; ou ‘elas precisam de
uma palavra agora, aliada a uma Escritura que personalize a
Palavra de Deus de uma forma que aumente a fé e a confiança, 
enquanto liberta a pessoa de obstáculos e cadeias?’”.
A Bíblia faz uma distinção entre profecia e ensino. Em vários
lugares, ela menciona profetas e mestres como dons ministeriais,
enfatizando claramente que os dois têm funções separadas com o
propósito comum de levar as pessoas à maturidade. Sempre houve
uma necessidade de ambos, e um não tem prioridade ou preferência
sobre o outro. Não são as nossas preferências ou preconceitos que
determinam qual deve ser usado, mas sim as demandas da situação
na qual nos encontramos. Cada dom tem um propósito diferente, e
os dois são vitais para que possamos compreender o Senhor e seus
caminhos.
Colocando de forma mais simples, o ensino nos
proporciona um pleno entendimento dos princípios de Deus para 
a vida, crescimento, serviço... A profecia transmite o propósito
expresso de Deus em nossa atual situação. Podemos entender
isso melhor se pensarmos em termos de mente e coração.
O ‘ensino’ nos mostra a mente de Deus enquanto a profecia
muitas vezes nos revela Seu coração. É sempre importante lembrar
que servimos ao Sumo Sacerdote que pode ser tocado pelas
mesmas coisas que afetam nossas vidas. Deus pensa e sente.
Muitas pessoas estão preocupadas (com razão) que haja uma
dependência exacerbada das experiências em detrimento do
fundamento sólido da Palavra, provido pelo bom ensino, e que isso
leve ao erro e ao exagero. Do outro lado da balança está a
preocupação real (igualmente bem justificada) que o ministério da
Palavra sem o espírito de revelação, que a profecia oferece, possa
levar a uma forma que, embora correta, seja sem inspiração e
estéril.
O envolvimento no dom profético simples e básico exige um
entendimento da mente e do coração de Deus e de como liberá-
los. As palavras proféticas têm forças de impacto diferentes, de
acordo com a situação, circunstâncias, nível de fé e entendimento
do receptor; e também da habilidade, experiência, entendimento e
relacionamento do transmissor com o Espírito Santo.
Um relacionamento forte com Deus, puro e cheio de propósito,
arraigado numa vida de oração, estudo e meditação das Escrituras,
sempre será mais produtivo do que uma familiaridade casual
nessas áreas.
O dom da profecia também tem um aspecto futuro. Tem em
si um elemento que diz ‘agora’, e outro que diz ainda não. O livro de
Apocalipse é um excelente exemplo dessa expressão profética. Ele
é inteiramente profético, de capa a capa, lidando com eventos
futuros, prevendo e predizendo.
O dom da profecia pode ser intensamente pessoal e também
unir as pessoas diante de Deus. Muitas palavras proféticas nas
Escrituras foram transmitidas por indivíduos. Eram palavras de
bênção, encorajamento, advertência, direção, correção e julgamento.
Pronunciamentos proféticos similares foram feitos para grupos
inteiros, tribos, cidades e nações.
 
Estratégia e Táticas
 
A profecia pode proporcionar dinâmicos insights em situações
que não estão claras nas Escrituras. Ela proporciona uma percepção
distintiva das coisas de Deus, a qual não pode ser adquirida
mediante o conselho comum das Escrituras.
A Bíblia proporciona uma visão geral; o grande desígnio de Deus e
como devemos viver no Espírito. Nem sempre, porém, ela nos 
oferece meios ou métodos para fazer isso efetivamente.
Simplificando, a Bíblia oferece estratégias, enquanto a profecia
oferece táticas.
Por exemplo, na história de Josafá (2 Cr 20), o povo se reuniu
para buscar ao Senhor. Estavam fazendo o que sabiam que tinham
de fazer: reunir e orar diante de circunstâncias aflitivas. Num
momento de intenso medo, em que corriam o risco de exílio e
extinção, eles se levantaram e recontaram a história (literalmente, as
Escrituras) das antigas experiências com o Todo-poderoso. Eles
tinham a estratégia bíblica da oração e do jejum para aquele tipo de
eventualidade. No entanto, foi a entrada da profecia que causou um
enorme aumento da fé e da confiança. A profecia tornou-os
taticamente conscientes dos planos de Deus para a situação. Foi a
profecia que lhes revelou os planos exatos do inimigo, mostrou-lhes
como lutar e o que esperar a seguir. Depois da entrada da profecia,
surgiu uma maior confiança e determinação de fazer a vontade de
Deus.
Precisamos viver de toda palavra queprocede da boca de
Deus – para ordenar nossa vida de acordo com as Escrituras e
para sermos liderados pelo Espírito. Uma parte vital de sermos 
filhos de Deus é o desejo intenso de nos movermos na profecia.
 
Humildade é um pré-requisito
 
A profecia não é mais para alguns do que para outros. Não é
uma recompensa por anos de serviço fiel. Não pode ser comprada.
Trata-se de um dom dado gratuitamente pelo Espírito Santo. É
inevitável que haja algumas pessoas às quais Ele confia esse dom
em bases mais regulares. Aqueles que estão se movendo numa
crescente unção de revelação podem dizer que estão se movendo
num ministério profético, e não apenas no uso extensivo do dom.
Quando esse ministério começa a causar impacto em
grupos inteiros de pessoas, nações e governos, significa que
houve uma mudança do ministério profético para a função de
profeta.
Profecia não torna algumas pessoas melhores do que as
outras; não existe hierarquia estrutural dentro do dom. Não existe
crentes superiores ou inferiores. Aqueles cristãos que realizam 
façanhas nos dons sobrenaturais, ou que têm imensas
responsabilidades dentro do Reino, construíram essa influência
sobre uma sólida base de humildade e dependência de Deus. Esse
nível de unção carrega consigo uma profunda sensibilidade para com
a pessoa do Espírito Santo.
Um dos grandes problemas na esfera da profecia hoje é a
falta de humildade diante de Deus; a ausência de sensibilidade
para com o Espírito Santo e a falta de compaixão para com as
pessoas.
 
Profecia e História
 
A profecia sempre foi uma rica parte da herança do povo de
Deus em todas as épocas. Jesus se eleva supremo como Profeta,
Sacerdote e Rei. O dispensacionalismo profético é um erro comum
nas igrejas de hoje, que pregam como se só tivessem apenas dois
terços de Jesus. Quando nós temos Jesus como Sacerdote e como
Rei do Seu Corpo, mas não como Profeta, despimos a Igreja de
todo poder sobrenatural. Quer dizer, o dispensacionalismo decreta
que o derramamento do Espírito Santo com todos os seus dons e
graça foi dado apenas para a Igreja dar a partida, há dois mil anos
atrás. Agora que temos as Escrituras, é argumentado, não temos
mais necessidade daqueles atos portentosos do Espírito; o mover
do Espírito pertence a outra época ou dispensação. A própria
Escritura claramente admoesta certas pessoas a não desprezar as
profecias, mas sim examinar tudo cuidadosamente e reter o que é
bom, depois de ponderar (1 Ts 5.20,21).
A profecia esteve em uso durante toda a história da Igreja,
sendo mais usada em algumas épocas do que em outras.
Geralmente ela entra em declínio quando os líderes eclesiásticos
usurpam sua autoridade e tentam controlar o que é dito e feito no
Corpo de Cristo.
 
Apegando-se ao que é falso
 
Graças a Deus, atualmente nós estamos vendo o
ressurgimento do dom e do ministério profético. Infelizmente,
junto com o verdadeiro surgem também as imitações. Exagero, 
uso indevido e engano serão abundantes juntamente com o uso 
correto da profecia. Precisamos saber claramente como lidar com o
dom, com o ministério e com seu impacto na obra de Cristo.
Através de toda a história eclesiástica, sempre houve 
falsa profecia junto com o falso ensino. Mais igrejas já foram
arruinadas por falso ensino do que por falsas profecias. Por exemplo,
o ensino sobre a necessidade de prestação de contas nos anos 
70 levou muitos pastores a um estilo pesado de liderança e gerou
acusações de controle exagerado e domínio. A prestação de contas
é correta e apropriada, mas somente quando é centralizada em Deus
e não no homem. A verdade da prestação de contas bíblica
apropriada foi maculada pela prática que foi encorajada. Será que
agora devemos abandonar essa verdade por medo dos exageros e
usos indevidos? Ou devemos buscar introduzir o uso adequado 
da prestação de contas como um meio de honrar a Deus?
Onde houve exagero, temos de trabalhar ainda mais duro
para restaurar o terreno perdido. A alternativa é não ter áreas 
cegas (sem ensino) em nossas igrejas.
Muitas pessoas já tiveram suas vidas danificadas por 
maus conselhos pastorais, muito mais do que por profecias. 
Parece que há muito pouco (ou nenhum) tipo de avaliação e de
limitação para o papel do pastor. A impressão é que eles podem
fazer o que quiser. De fato, há pastores que não admitem ser 
questionados ou confrontados sem uma boa briga. Questionar as
atividades e comportamentos de certos líderes é um convite para a
excomunhão ou execução... a nossa!
Um dos principais problemas das igrejas hoje é o número de
pessoas que são incluídas indevidamente no Reino de Deus. A
salvação é mais um processo do que um evento instantâneo. Muitas
pessoas são tocadas de uma forma poderosa pelo Espírito Santo e
são levadas a uma mudança real e dinâmica. No entanto, se esse
fato não for seguido pelo efetivo cuidado pastoral e o discipulado
com bom ensino, então a vida das pessoas não pode ser totalmente
tocada pelo evangelho.
Precariedade na evangelização e na pregação cria uma 
porta dos fundos no cristianismo pela qual as pessoas se
aproximam de Cristo com base no suprimento de suas necessidades
e não na exigência de se submeter ao Seu senhorio.
A despeito desse fato, quando as pessoas falam sobre
equilíbrio e prestação de contas, inevitavelmente conectam esses
elementos ao ministério profético. É verdade que um profeta 
entregue a si mesmo fica fora de equilíbrio... Da mesma forma, 
porém, que acontece a um pastor, um professor ou um evangelista.
Isso tem causado mais dano nas igrejas do que os
canhões proféticos fora de controle.
A única resposta para o uso indevido em todas as áreas da
vida das igrejas não é a suspensão do uso, mas sim o uso
apropriado. A verdade é sempre nossa melhor salvaguarda contra 
os desvios.
 
Vencendo os Negativos
 
Não devemos desencorajar o uso dos dons com base no fato
de que pode ser errado ou perigoso. Temos de usar cada
oportunidade para exercitar nosso povo no uso correto da Palavra 
da verdade. Lamentavelmente, muitos líderes estão mais
preocupados em evitar situações de conflito do que em extrair algo
de positivo delas.
É muito mais fácil criar suspeita e medo na mente das
pessoas do que lidar com as questões envolvidas. Permitir esse
tipo de situação é uma fonte de tristeza para o Espírito Santo, e
a única resposta deve ser o arrependimento e uma mudança nas
práticas.
Desde os tempos bíblicos mais remotos, sempre houve 
falsa profecia. E não devemos nos surpreender que isso ocorra 
em nossos dias. Devemos lembrar que a imitação do que quer que
seja prova a existência do verdadeiro.
Temos de permitir que nosso coração seja inundado por
um desejo pela verdade. A integridade é criada quando estamos
preparados para irromper através das barreiras, sem nos importar
com o preço pessoal, a fim de viver e ser aquilo que é certo e
apropriado. Precisamos ser a verdade e não somente conhecê-
la. A verdade referente à profecia deve ser apropriada por toda a
igreja. Parte dessa apropriação é uma determinação de trabalhar em
todas as anomalias e dilemas da liberação adequada do dom e do
ministério profético.
A Igreja está grávida da palavra profética e do ministério
profético. É preciso que se tome cuidado para trazer toda a
semente profética à sua plenitude. As dores de parto ainda estão
por vir; a alegria do nascimento de um novo ambiente profético em
todo o Corpo de Cristo fará valer a pena todo o sofrimento que temos
de suportar.
O material a seguir é oferecido como diretrizes para alcançarmos
esse fim. 
 
Contra-argumentos na liberação da profecia
 
1. A Bíblia substitui os dons espirituais
 
Este argumento é: temos toda a revelação de Deus nas
Escrituras, então os dons não são mais necessários. Essas pessoas
adotam a visão de que a profecia cessou quando veioo que é
perfeito (quer dizer, as Escrituras). A profecia sendo uma revelação
parcial num dado tempo em particular, torna-se redundante agora
que a verdade plena das Escrituras está presente (1 Co 13.8-10).
Mesmo assim, essa palavra perfeita continua a encorajar a Igreja. É
interessante que as pessoas que sustentam essa opinião também
oram por milagres e por cura sobrenatural!
 
“Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas
principalmente que profetizeis” (1 Co 14.1)
 
Esta noção plena de dispensacionalismo tem sido
corretamente desacreditada em grande parte das igrejas cristãs. Ela
simplesmente entra em conflito com várias coisas que Jesus disse
concernente à pessoa e à obra do Espírito Santo nos capítulos 14–
16 do Evangelho de João.
Além disso, tal visão não se harmoniza totalmente com a
visão geral da morte, sepultamento, ressurreição e ascensão de
Cristo e o lugar e a obra do Espírito Santo na continuação da vida
da Igreja.
O dispensacionalismo, como uma doutrina cristã, se choca
com toda ferocidade e constrangimento de um sino tocando forte e
desafinado numa orquestra que de outra forma tocaria uma bela e
harmoniosa peça musical. Trata-se de uma hipótese confusa, 
ofensiva e perturbadora que não se harmoniza (e nem pode) com as
Escrituras.
O pleno significado de 1 Coríntios 13.8-10 refere-se 
simplesmente ao fim de todas as coisas e a plena revelação de Deus
a cada crente. Por enquanto (em comparação à plena revelação
vindoura), vemos difusamente, mas então (no porvir) quando
estivermos face a face com tudo o que Deus é ... teremos o pleno
entendimento e compreenderemos todas as coisas.
Evidentemente o texto não fala sobre esta vida, mas 
sobre estarmos face a face com Deus no porvir... finalmente! 
Nesse contexto de conhecer todas as coisas, obviamente não
precisaremos de profecias que operam de acordo com nossa fé.
A perfeição absoluta reinará. Mal posso esperar! Tenho tantas
perguntas! Será tão empolgante estar face a face com Deus e
conhecer tudo.
Neste contexto, o dispensacionalismo é um insulto à pessoa
de Jesus. Em todo o Seu ensino sobre o Espírito Santo, Ele jamais
mencionou que o dom do Espírito seria temporário, ou que os
Seus dons durariam até a Sua volta.
O Espírito Santo (com Seus dons e graças) é uma figura
constante na Igreja, que capacita a Noiva de Cristo a estar 
preparada e apresentável e a pregar o evangelho, com os sinais 
que seguem, até os confins da Terra – e então virá o fim. Há muito
trabalho por terminar. Precisamos do Espírito Santo mais do que
nunca. Se Ele foi dado com todos os Seus dons, graça e poder
somente para uma geração, como poderíamos cumprir tudo o que
Deus deseja que façamos?
Apenas como curiosidade: quando esta barreira
dispensacional caiu? Por que não há menção dela em nenhum
escrito cristão antigo? Eu pensaria que toda a cristandade de
repente teria se dado conta de que o “céu se tornou em bronze”. 
Como isso aconteceu? Será que subitamente, na tarde do dia 20 de
abril do ano 85 d.C., a barreira dispensacional caiu? Supostamente,
às 11:55h ainda podíamos ser curados de enfermidades ou receber
um milagre. No entanto, às 12:01h, tudo cessou. Não podíamos mais
fazer nada, o céu se fechou! Esqueçam a cura e a plenitude, agora
vamos ter de suportar. Num momento a cura é um sinal do poder de
Deus e a expressão de Seu coração para o mundo por meio de
Cristo... No momento seguinte, tudo isso está proibido.
No Dia de Pentecostes, Pedro falou essas palavras:
 
“A promessa [dos dons] é para vocês, para os seus filhos e para
todos os que estão longe [de Deus, no tempo e no espaço]”.
 
A parte mais importante dessa declaração maravilhosa é a última
frase:
 
“Para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar” (At 2.39)
 
Essa palavra é dada, e a promessa é feita, no contexto de
um poderoso derramamento do Espírito. É feita no contexto de
línguas e interpretação. É feita no contexto do sobrenatural
invadindo a Terra, causando uma explosão de entendimento e
desejo por Deus. É feita no contexto do Espírito Santo colocando 
uma comunidade e uma grande cidade de cabeça para baixo e
viradas pelo avesso. É feita no contexto de uma revolução na
sociedade que teria repercussões enormes por toda a Terra. Neste
contexto, Pedro falou profeticamente para aquelas pessoas não
salvas reunidas para testemunhar um milagre. Ele se levantou e
falou da história, aplicando a verdade de Jesus no tempo presente e
profetizando sobre o futuro.
 
2. A preocupação com os dons impede a
evangelização efetiva
 
O argumento diz que devemos nos despir de tudo o que nos
afasta de nosso objetivo primário de pregar o evangelho. Não
podemos negar que muitas igrejas se tornaram clubes de
autoindulgência (“me abençoe”) onde os crentes praticam os
dons espirituais visando seus próprios interesses. Muitas pessoas 
estão buscando novas experiências no relacionamento com o
Espírito Santo com o propósito de excitação e autogratificação.
Grande parte desse comportamento de adolescente espiritual se
deve ao fato de que muitos cristãos têm um entendimento precário 
do Reino de Deus.
Estamos aqui para pregar o evangelho do Reino e não
somente para edificar a Igreja. A Igreja procede do Reino e não vice-
versa. Quando entendermos que devemos deixar tudo de lado 
para buscar o Reino, então veremos uma renovação ocorrer, a
qual verdadeiramente honrará ao Senhor.
Quando apreciamos o fato de que tudo que sabemos e temos deve 
ser canalizado para o estabelecimento do Reino, vemos a Igreja,
a liderança, o estilo de vida, o ministério pastoral, o ensino e os
dons do Espírito Santo sob uma luz totalmente diferente. Quando 
isso ocorre, o avivamento está a caminho.
Eu creio em evangelização profética; palavras de
conhecimento para os não salvos; dons de cura ocorrendo por toda a
comunidade; o coração de Deus sendo revelado profeticamente pela
Terra, para todos os povos. Tive o privilégio de ver não cristãos
respondendo a uma palavra profética e iniciando a jornada no
Reino. A presença sobrenatural do Espírito Santo por meio de
Suas graças e dons podem causar impacto numa comunidade dura
de uma forma que a simples pregação não consegue. Paulo disse
que sua pregação consistia não somente de palavras, mas também
de demonstrações do Espírito Santo.
A verdade é que os dons espirituais atraem a atenção das
pessoas, tornando assim a penetração da Palavra mais vibrante e
irresistível. Eu já profetizei muitas vezes para não crentes e vi
resultados espetaculares quando eles “abraçaram a fé”. Uma
senhora ficou sem ver a filha durante quatro anos, depois de um
conflito familiar. Um dia, ela decidiu ir a uma igreja onde eu estava
pregando e ficou profundamente tocada quando eu profetizei que
sua filha estava em segurança, e que as duas se encontrariam
dentro de quatro dias e o relacionamento entre ambas seria
restaurado. Na ocasião ela ficou surpresa (ninguém a conhecia na
igreja), e mais ainda quando a palavra se cumpriu, dentro do prazo
mencionado. Em suas próprias palavras, “foi como se o céu tivesse
sido aberto e eu percebi que Deus me conhecia, embora eu não o
conhecesse; o conhecimento de que Ele estava preocupado e
interessado em minha família me levou a desejar conhecê-lo
melhor”.
 
3. O fruto do Espírito não é mais importante do
que os dons espirituais?
 
Há muitas pessoas nas igrejas com dons sobrenaturais, 
mas com um caráter difícil e desprovido de amor. Também é
verdade que há muitos cristãos piedosos sem nenhuma
manifestação do poder do Espírito Santo em suas vidas. O que
realmente precisamos é de cristãos piedosos e cheios do Espírito 
Santo.
Embora, sem dúvida, seja verdade que os dons sem o fruto
sejam inúteis (1 Co 13.1,2), também é verdade que o evangelho não
pode ser pregado de forma efetiva sem poder (Rm 1.16). A Palavra
deve ser confirmada com os sinaisque se seguem. As pessoas eram
atraídas a Jesus por causa do Seu caráter e autoridade, mas
também por causa dos milagres.
Em meus cursos sobre profecia, muitas vezes já vi
pessoas sendo aperfeiçoadas no amor por causa do treinamento
no dom de profecia. Profetizar é comunicar o coração de Deus às
pessoas. O Deus Pai é a pessoa mais bondosa que eu já conheci.
Ele é cheio de uma graça incomparável, paz e descanso. Seu amor 
dura para sempre. Sua graça, misericórdia, paciência e
longanimidade são legendárias. Ele é tardio para se irar e rápido 
para abençoar e abundante em amor e benignidade. Essas
verdades não podem ser comunicadas sem causar um efeito no
transmissor, assim como no receptor.
O fruto não é mais importante do que o dom. Não devemos
deixar o inimigo nos impor uma escolha que o Espírito Santo
não nos pediu para fazer. Em questões de moralidade, o fruto
do nosso caráter deve sempre ter precedência. Em tempos de
desenvolvimento, fruto e dons crescem juntos. O fruto não se
desenvolve bem num vácuo. Precisamos da plenitude de Deus, o
que significa dons e frutos juntos. Temos de insistir nisso em
todos os nossos empreendimentos de discipulado.
 
4. Os dons do Espírito são perigosos
 
Assim eu espero! Perigosos para o mundo, prejudiciais para
a saúde do inimigo e uma ameaça contra a apatia e a indiferença.
Profetizar significa atacar, estimular e provocar. A profecia é
designada para colocar um limite claro no nosso relacionamento
com Deus, em termos de como vivemos e manuseamos a verdade.
A verdade é perigosa. A Bíblia diz que a Palavra de Deus é
como espada de dois gumes. Pode cortar dos dois lados e precisa
ser manuseada com cuidado. Será que devemos deixar de usar as
Escrituras porque podemos nos cortar?
Você acha que pode ignorar as coisas só porque elas são
perigosas? A apatia é a atitude mais perigosa na Igreja, mas
conheço igrejas que não evitam essa armadilha. Incredulidade é
um câncer perigoso, mas milhões de pessoas em todo o mundo
sofrem com ela.
Será que devemos parar de pregar ou de ensinar para 
evitar o risco de erros? Absolutamente não! O que temos de 
fazer é trabalhar na defesa da verdade e da proclamação da
Palavra de Deus. Na profecia temos de ensinar as pessoas 
como estar no Espírito quando falam. Quando pregamos ou
ensinamos, então o mesmo princípio se aplica; há segurança na
unção de Deus.
 
 
Sem dúvida, a profecia é um dom e um ministério que
devemos encorajar ao máximo em nossas igrejas. Muitos dos
conceitos errados sobre profecia se devem à falta de conhecimento e
de entendimento sobre o que é profecia, como ela funciona e a forma
como devemos liberá-la na igreja local.
O ser humano tem a tendência de denegrir aquilo que não
compreende. Nosso interesse neste capítulo é oferecer uma visão
geral do valor da profecia nas igrejas locais. Esperamos que ele
contribua para o nosso entendimento e apreciação desse importante
dom.
 
A profecia restaura a dignidade e o auto respeito
das pessoas
 
Muitos cristãos estão sentados nas igrejas com uma idéia
muito pequena de seu valor e importância para o Senhor. O inimigo
e a vida de modo geral podem conspirar para roubar das pessoas
sua identidade e valor pessoal. Muitas pessoas têm dificuldade 
para estabelecer um relacionamento com Deus como Pai, 
devido às experiências pessoais negativas com a família.
Mágoas, feridas, rejeição e traumas emocionais fazem parte
de nossas vidas, antes e depois da salvação. A Boa Notícia é que
nós servimos a um Deus que tem compromisso com nosso bem-
estar em todos os níveis (físico, mental, emocional e espiritual). O
propósito de Deus é a nossa integridade e plenitude no Espírito. A
profecia é uma parte maravilhosa nos processos de cura e de
renovação. Ela nos coloca, por meio da comunicação verbal direta,
em contato com a perspectiva real de Deus em nossa vida e na
nossa situação atual.
O objetivo da profecia neste contexto é abrir nossos olhos
para o amor e cuidado de Deus, especialmente nos capacitando a
discernir as situações e escapar de qualquer artimanha que o
inimigo empregue para nos apanhar. A profecia nos lembra, de
forma direta, sem rodeios, porém com amor, tudo o que Deus nos
providenciou em Cristo Jesus. A profecia restaura nossa alma,
renova nossa mente e reaviva nosso espírito.
Ela irrompe através das trevas trazendo luz real, fé real e
confiança. Ela contém nossas atitudes precárias e nossos conceitos
negativos sobre nós mesmos, e cria um entendimento e apreciação
em relação ao nosso valor pessoal.
 
A profecia edifica, encoraja e conforta a Igreja
 
Esses três elementos da profecia, encontrados em 1
Coríntios 14.3, são o resultado ou produto final necessário de uma
profecia, como também o conteúdo estabelecido dentro de uma
palavra de revelação.
Se uma palavra profética fala da grandeza, da majestade 
e da supremacia de Deus nos céus, pode incentivar a Igreja à luta, a
permanecer firme, a entrar em oração e batalha espiritual. A
profecia nos exorta a continuar firmes.
Se uma palavra fala sobre a compaixão de Deus, Seu perdão
e disposição de estender misericórdia e purificação, fará com que as
pessoas tenham um desejo de se aproximar dele e restaurar a vida.
A palavra edifica o espírito das pessoas e libera o tipo de fé através
da qual o Espírito Santo pode operar e edificar.
A profecia não permite que a igreja se sinta confusa,
degradada ou condenada. Ela impede que as pessoas se sintam
inferiorizadas ou intimidadas. Parte do propósito da profecia é
fortalecer os vínculos entre Deus e Seu povo. A palavra edificar
(fortalecer e construir) ocorre sete vezes somente neste capítulo de
1 Coríntios.
Quando é feita da forma correta, no tempo oportuno e com
as palavras apropriadas, a profecia também traz encorajamento. 
O Senhor libera uma bênção magnífica por meio dos
pronunciamentos proféticos. Esse tipo de palavra dá um forte
empurrão na Igreja; ela assegura, inspira e incita as pessoas à
gratidão. Estimula a fé e cria um senso de bem-estar na
congregação.
Cada igreja enfrenta testes de caráter, integridade,
compromisso com Deus e uns com os outros e lealdade à visão e
à liderança local. Esses testes são uma parte vital de nosso
crescimento e desenvolvimento como corpo. Quando falhamos,
perdemos terreno vital na esfera do Espírito.
As igrejas enfrentam muitas barreiras, obstáculos e
empecilhos; cada ataque à nossa identidade e visão de corpo reduz
a expectativa do sobrenatural e elimina qualquer fé ativa de nosso
estilo de vida comunitária. Teremos de lutar constantemente contra o
desânimo. Como uma regra áurea, em tempos de desânimo libere
a profecia no meio de congregação ou busque um profeta.
O encorajamento da profecia libera a perspectiva de Deus,
a qual traz confiança (o que a Bíblia chama de esperança!). No
entendimento ocidental, esperança é um termo desvalorizado. O
verdadeiro significado é confiança absoluta, o tipo de confiança
que descansa no meio dos tumultos, ri das ações do inimigo e
produz fé suficiente para pelo menos permanecer firme e olhar
para Deus, ou até para marchar ativamente adiante, cheio de poder
e expectativa.
A profecia também libera conforto na vida das pessoas
amarguradas pelas adversidades, dores e dificuldades. Nem
sempre Deus nos livra das dificuldades da vida, embora Ele prometa
estar conosco quando passarmos pelo fogo. A cada dia pessoas
morrem por causa da fé. Por todo o mundo, somente no ano de
1993, houve 200.000 mártires. Entes queridos morrem, crianças
contraem doenças terminais; de repente tragédias inexplicáveis
podem se abater sobre nós; a vida das pessoas pode ser reduzida 
a escombros pela infidelidade conjugal e pelo divórcio. Muitas
pessoas estão perdendo o emprego e a carreira, perdendo suas
casas, e outros bens, por causa de dívidas.Na tragédia humana, o Espírito Santo pode derramar uma
palavra de consolo. A palavra profética pode aliviar a dor, reduzir o
estresse, revigorar o coração, dissipar a tensão e proporcionar um
apoio saudável que no final trará novo ânimo e alegrará o coração
das pessoas.
 
A profecia pode trazer correção e advertência
 
Há muitos casos nas Escrituras de pessoas que receberam 
advertências por meio da profecia para abandonarem seus caminhos
perversos e se arrependerem. As cartas às sete Igrejas (Ap 2 e 3)
contêm advertências e exortação ao arrependimento e a mudança.
Esse tipo de profecia precisa da aprovação antecipada dos
líderes das igrejas (veja o Capítulo Cinco, “Diretrizes para o
manuseio da profecia”).
É muito importante que falemos com os líderes e 
pessoas responsáveis antes de qualquer pronunciamento público
que envolva denúncia de pecados ou advertência. Essas reuniões
prévias podem servir como filtro para fazer distinção entre aquilo
que é pessoal (como frustrações, mágoas ou negativismo) e a
mensagem. Isso capacita o profeta a transmitir uma mensagem 
pura e clara.
 
A profecia pode oferecer direção e melhorar a
visão
 
Direção, propósito e visão são elementos vitais para
indivíduos e grupos. Onde não há visão, sempre há muitas pessoas
perecendo!
A partir do interior das igrejas, a palavra profética pode ser
liberada e proporcionar um foco mais aguçado, no qual 
podemos nos concentrar nos nossos objetivos e planos.
Visão pessoal e corporativa pode ser liberada com maior
profundidade de fé e confiança. É essencial que cheguemos a um
nível de entendimento e confiança concernente ao chamado do
Senhor em nossas vidas.
Onde há grande quantidade de profecia interna trazendo
direção e visão, pode ser necessário que haja alguma cautela.
Todas as mensagens precisam ser avaliadas; em especial, eu
acrescentaria, aquelas que dizem respeito à direção de um trabalho
que está para começar entre os membros da igreja. Para evitar
enganos, pode ser uma boa idéia pedir a um ministério profético 
reconhecido e não ligado ao trabalho para que dê uma palavra de
confirmação. Essa pessoa não tem interesses em jogo e pode ser
imparcial e objetiva no processo de julgamento e ao trazer a palavra
de confirmação.
Palavras de direção e visão que chegam à igreja vindas de
fora podem ter um efeito transformador sobre o trabalho. Já perdi 
a conta das ocasiões em que Deus me usou dessa forma por todo o
mundo. Muitas vezes eu relatei profeticamente idéias inteiras, quase
que palavra por palavra, conceitos e definições sobre liderança,
quando os líderes se reuniam para discutir o futuro da obra.
Numa ocasião, eu profetizei a respeito de uma conversa que
dois presbíteros tinham travado ao vir para a reunião na qual eu
estava pregando! No caminho, os dois ficaram surpresos ao
descobrir que tinham o mesmo desejo de se envolver no ministério
pastoral. Durante a reunião eu chamei os dois, impus as mãos sobre
ambos para recebe- rem uma nova unção pastoral. Deus faz as
coisas na hora certa!
 
A profecia proporciona uma agenda para oração
 
A coisa mais sábia e sensata que podemos fazer em reuniões
de oração é descobrir o que Deus deseja fazer e pedir que Ele faça.
Muitas iniciativas de oração bem sucedidas têm suas raízes no
ministério profético. A profecia cria uma agenda para oração.
Em 1982, o Senhor começou a me mostrar coisas que
aconteceriam na igreja britânica:
 
1. Eu vi que a Comissão de Caridade receberia mais poder para
denunciar práticas erradas em todas as agências voluntárias,
incluindo as igrejas. Muitos cadastros de instituições sem fins
lucrativos seriam revogados. Agora a legislação está sendo 
alterada para que isso seja feito. Muitas igrejas serão 
levadas aos tribunais e seus líderes serão acusados de
improbidade administrativa.
2. O Governo tem planos de investir milhões de libras esterlinas na
comunidade e atualmente está fiscalizando com maior rigor as
agências não governamentais. Instituições antigas serão
desativadas e novas entidades serão fundadas. É tempo das
igrejas se sacrificarem e se unirem para estabelecer um plano
de ação social conjunto que restabeleça a posição da igreja no
coração da comunidade.
Deus está abrindo uma porta no céu por meio do
Governo, o qual liberará grandes quantias de dinheiro
no Reino. Precisamos restabelecer a credibilidade de
nossos programas e desenvolver programas sérios de
treinamento, com paciência e sabedoria, a fim de
restabelecermos o respeito das comunidades pelas
igrejas.
3. Haverá uma rede de ministérios de libertação e de intercessão
se espalhando por todo o país. Isso proporcionará uma
estratégia para a batalha e a formação de grupos de oração
mistos (com membros de várias igrejas) por todo o país. Essas
redes compartilharão informações, programas de treinamento e
de capacitação, e estratégias comuns de batalha.
4. A unidade é o grande alvo do Espírito Santo a partir dos anos
90. Veremos um mover de Deus ocorrendo, passando por todas
as denominações. Como alguém disse, “o dia dos córregos
terminou; agora é o tempo dos rios”.
5. Nós veremos barreiras locais, regionais, nacionais e culturais
sendo derrubadas, quando o Senhor começar um processo
totalmente novo de unidade e liberdade.
Haverá realmente um Reino Unido. Eu costumava 
pensar que esse nome fosse uma piada. No entanto,
em 1983 o Senhor me mostrou que era um nome
profético. O Senhor está levantando um campeão nas
nações célticas que terá uma tremenda unção para
unidade e que voltará o coração das nações umas às
outras. A falta de unidade é uma das maiores barreiras
para o avivamento.
Nós teremos conferências e convenções, não 
somente com propósito de falar sobre unidade, mas
de promover ativamente a reconciliação, pedidos de
perdão e restauração. Perdão e cura fluirão. A
divisão Norte/Sul na Inglaterra cairá por terra. A
rivalidade entre as cidades e municípios morrerá.
Lancashire deixará de lutar a Guerra das Rosas com
Yorkshire. As cidades estarão unidas no coração e no
espírito. Liverpool deixar a de odiar Manchester. Esse
tipo de rivalidade se repete por toda a nação.
 
Na esfera do Espírito, a Inglaterra deve reconhecer que
precisa dos seus irmãos célticos. O arrependimento deve fluir e
antigas rivalidades devem ser deixadas de lado.
Essas conferências se destinarão a derrubar fortalezas
históricas de intolerância, ameaças e traições. Quando essas coisas
finalmente forem tratadas, veremos avivamento econômico e
espiritual irrompendo por todo o país.
Há bênção na unidade que atrai o Espírito Santo. Há 
uma maldição na desunião que atrai os demônios. A desunião 
começa com uma pessoa contra outra e se multiplica pelas cidades,
regiões e nações. A unidade começa com uma pessoa assumindo
uma posição de amor e recusando-se a tomar partido. O que
precisamos é promover a unidade nos níveis pessoal, individual e
corporativo em todas as igrejas, lares e cidades, até atingirmos toda
a nação.
Há um despertamento sobre a Igreja britânica, principalmente
no cristianismo estabelecido, institucional. Há vários anos atrás o
Senhor me mostrou que eu devia separar 25% de meu tempo
(minha agenda) para as igrejas denominacionais. Tenho estado no
movimento de novas igrejas por mais de 20 anos. Tirando seis
meses com os Irmãos, as novas igrejas são tudo o que eu conheço.
Não tenho nenhuma confusão ou problemas emocionais dos quais
tenha conhecimento, tendo gastado toda a minha experiência cristã
num estado de alegre ignorância concernente ao fenômeno da vida
fora do ambiente de uma igreja nova.
Felizmente agora, vários anos mais tarde, aproximadamente
70% do meu tempo é dedicado às denominações. Estou
extremamente feliz com os relacionamentos, fazendo muitos amigos
novos e vendo um avivamento irrompendo diante dos meus olhos.
Há um despertamento em todas essas igrejas, uma 
mistura fascinantede crescimento, mudança, uma paixão por Jesus
e um novo radicalismo sobre a plantação de igrejas e 
envolvimento comunitário. Há uma fome enorme pela realidade e
pela presença sobrenatural de Deus.
O que achamos que pode levar anos para acontecer, pode
ocorrer em poucos meses. Os meses podem ser resumidos a
semanas, enquanto o Senhor se move em Seu cronograma.
Cada uma das palavras dessa agenda profética me
proporcionou uma agenda de oração. Na profecia a vontade de Deus
é expressa. Onde a vontade divina se faz conhecida, nós temos a
base para reuniões constantes de oração até que essa vontade seja
cumprida.
 
A profecia abre espaço para o ensino da Palavra
e confirma a pregação
 
“Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios
 e todo o conhecimento...” (1 Co 13.2)
 
Na linguagem bíblica, um mistério é um segredo,
pensamentos ou planos escondidos, etc., às vezes ocultos da
humanidade. Muitas vezes o Senhor já me deu vislumbres de
revelações que me levaram a examinar as Escrituras e abriram
novas áreas de verdade em minha vida pessoal. Até aquela 
revelação, para todos os efeitos, aquelas coisas estavam ocultas
para mim. A revelação inspira a busca por conhecimento novo, nas
Escrituras.
A tragédia é que algumas pessoas têm o vislumbre de
revelação mas não seguem adiante, dando assim início a uma
heresia ou erro em vez de uma verdade reveladora. A verdade
estará presente em parte, mas não plenamente. A corrupção entra 
na forma de ideias e conceitos humanos que se não forem 
avaliados, podem causar danos reais às igrejas. A revelação 
contínua leva ao estudo e à oração (e vice-versa!).
Nos últimos anos eu recebi várias profecias sobre a
minha vida, acerca de um fluxo de revelações. Agora estou no
processo de desistir de partes do ministério a fim de ter tempo para
estudar e orar como parte de minha resposta a essas palavras
proféticas.
A profecia pode inspirar o entendimento dos mistérios e do
conhecimento. Paulo confirmou isso quando escreveu sobre sua
 
“compreensão do mistério de Cristo... [que] não foi dado a
 conhecer aos homens doutras gerações, mas agora foi
revelado ...
aos santos apóstolos e profetas de Deus” (Ef 3.4,5)
 
Esta é outra razão porque temos de promover e provocar o
julga- mento e a avaliação ativa de todo pronunciamento profético.
Agora temos o perigo da falsa doutrina acrescentado à ameaça da
falsa profecia. Tenho de dizer pessoalmente, que prefiro enfrentar o
perigo da falsa revelação do que viver na pobreza da ausência de
revelação.
A profecia em si não nos salvará da ignorância e nem
resolverá todos os nossos problemas. A igreja de Corinto tinha uma
presença profética bem estabelecida, mas isso não a livrou dos
problemas com pecados, imoralidade e carnalidade.
 
O apóstolo Paulo admitiu:
 
“Em parte conhecemos e em parte profetizamos” (1 Co 13.9)
 
Às vezes, há algo de incompleto em nossos pronunciamentos
proféticos. A profecia também pode confirmar o ensino da Palavra,
antes ou depois do ensino. Em muitos casos, uma profecia é
transmitida durante o louvor e confirma ao pregador que o texto ou
ensino que ele preparou realmente foi ordenado por Deus.
Semelhantemente, eu já profetizei em igrejas os conceitos e idéias
que já tinham sido transmitidos em momentos anteriores de ensino e
pregação.
 
A profecia pode proporcionar oportunidades
evangelísticas
 
O cenário em 1 Coríntios 14.24, 25 é algo que toda igreja
deveria aspirar:
 
“Se entrar algum descrente ou não instruído quando 
todos
 estiverem profetizando, ele por todos será convencido
de que é
 pecador e por todos será julgado, e os segredos do
seu coração
 serão expostos. Assim ele se prostrará, rosto em terra,
e adorará
 a Deus, exclamando: ‘Deus realmente está entre
vocês’”
 
Imagine um descrente entrando numa reunião onde há vários
pronunciamentos proféticos. O resultado da profecia pode ser 
dinâmico e dramático. A profecia é reveladora por meio de
inspiração, Deus pode revelar todas as coisas, mesmo os segredos
mais profundos.
Já vi muitos ateus e céticos sendo persuadidos por Deus 
por meio da profecia. O Espírito convence do pecado (Jo 16.8-
11). A profecia pode descobrir problemas passados que precisam
ser acertados. Pode proporcionar uma situação de arrependimento,
restituição e avivamento.
A evangelização profética é um fenômeno crescente nas
igrejas de hoje. Ela conscientiza as pessoas da presença 
sobrenatural de Deus. Um dos meus bons amigos, Charles Slagle, é
um evangelista profético. Em essência, ele é um evangelista com
uma poderosa unção profética. Ele também tem grande
sensibilidade ao Espírito e uma real compaixão pelas pessoas. 
Meus colegas pastores e eu recebemos Charles e Paula para 
uma turnê de seis semanas pelo Reino Unido – e os resultados
foram dramáticos. Foi tremendo como selecionávamos pessoas não
cristãs dentro de um recinto lotado e falávamos com elas
profeticamente.
Muitas igrejas com as quais trabalhei estão incentivando o
trabalho porta a porta com palavras de conhecimento e profecias. O
Senhor sabe quais lares estão prontos para a ceifa. Ele sabe o que
está acontecendo em cada casa. Ver as coisas da perspectiva de
Deus nos proporciona uma agenda de oração que nos possibilita ir a
certos lares com algo específico para dizer, e não apenas uma
mensagem generalizada.
Envie os intercessores, descubra em que lares Deus está
interessado e está envolvido, libere palavras proféticas em oração
e envie os evangelistas depois, a fim fazerem a colheita.
 
A profecia pode liberar as igrejas em novas
doutrinas e práticas
 
Em primeiro lugar, permita-me qualificar esta afirmação. Não
estamos falando sobre novas doutrinas e práticas que nunca foram
adotadas na Igreja universal. Pelo contrário, estamos nos referindo a
novas doutrinas e práticas que podem ser completamente novas
para uma certa igreja local. Deixe-me ilustrar.
Há vários anos atrás, o Senhor me deu uma série de
profecias para certas igrejas concernentes ao tipo de pessoas que o
Senhor lhes daria em cinco anos. Uma igreja em particular era
composta por pessoas brancas, ricas e de classe média. A
palavra foi que o Senhor estava enviando pessoas 
quebrantadas e oprimidas, pobres e necessitados, pessoas que
sofreram abusos e que causaram abusos, pessoas viciadas em
drogas e álcool; pessoas envolvidas com ocultismo, mães solteiras, 
órfãos e pessoas marginalizadas.
Louvado seja Deus, algumas semanas mais tarde a igreja
me procurou pedindo ajuda. Eles tinham compreendido plenamente
que a entrada dessas pessoas mudaria por completo o perfil da
igreja. As repercussões da palavra foram fantásticas. Eles sabiam
que tinham vários anos para fazer as mudanças necessárias para
acomodar o tipo de pessoas e o crescimento que Deus lhes daria.
O que foi prometido profeticamente foi uma colheita de
pessoas que Satanás vinha escravizando. Eles teriam mais 
ataques do inimigo contra a igreja e esta precisaria de um novo
entendimento e prática de batalha espiritual com os quais não estava
familiarizada até aquele momento. Não podemos conquistar terreno
do inimigo se ele tiver conquistado terreno em nossa vida.
Começamos a ensinar a igreja sobre batalha espiritual
defensiva. Como manter nossos lares e nossas vidas livres dos
ataques do inimigo, lutar contra as enfermidades e problemas
financeiros, etc. Era um campo desconhecido para muitos 
membros – uma nova verdade e uma nova prática.
Posteriormente nós ensinamos a eles sobre batalha ofensiva
na vida (enfrentar o inimigo onde o encontrarmos), em oração e em
adoração. Tornamo-nos mais militantes em nosso aspecto em toda a
questão de batalha espiritual. Na adoração, adoramos a Jesus como
o Rei guerreiro, e declaramos nossa supremacia em Deus. Graças a
Deus, sem exagerar e cair no triunfalismo, começamos a delimitar a
autoridade dos crentes.
Mais tarde nós percebemos que estava na horade mudar 
para aqueles locais. Deus está levantando uma geração de
“Josués”, prontos para a batalha. Pessoas que penetram em território
novo e desconhecido, esperando grandes lutas e grandes vitórias!
Derrubando fortalezas, conquistando a terra e aprendendo a
defender o que foi conquistado, ocupando posições estratégicas até
a volta do Senhor – é assim que o Espírito Santo está operando em
nossos dias.
Depois do chamado, vem o treinamento. Aquela igreja está
pronta para se estabelecer em sua herança. Agora seus membros
têm uma consciência da batalha espiritual e da autoridade que
receberam e que não tinham antes da mensagem profética. Para
eles, a profecia serviu para introduzi-los numa nova doutrina e
prática.
 
A profecia proporciona insight em situações de
aconselhamento
 
O aconselhamento é um ministério extremamente necessário
nas igrejas de hoje. Trata-se de uma parte necessária do
desenvolvimento da salvação diante de Deus. O problema hoje 
nas igrejas é que um evangelho de qualidade muito precária 
tem sido pregado. Elas recebem uma mensagem evangelística que
fala que “suas necessidades serão supridas em Cristo”. Isso cria
uma geração de pessoas que esperam que Deus e a igreja façam
tudo por elas.
O verdadeiro evangelho pregado em Atos era que Deus tinha
feito esse mesmo Jesus Senhor e Cristo. A inferência era que:
“Jesus é Senhor: o que faremos sobre isso?”. Atualmente temos
igrejas cheias de inválidos e não de guerreiros.
O aconselhamento, em especial, deve ser conduzido como
parte da introdução do indivíduo na vida da igreja e nos fundamentos
de uma caminhada com Deus cheia do Espírito. Para ser efetivo, o
aconselhamento precisa da cooperação do evangelista, do pastor,
dos professores e dos profetas, sendo que todos colaboram juntos
para realizar um bom nascimento e um crescimento efetivo nas
coisas de Deus.
A profecia pode chegar ao âmago de uma situação de
uma forma muito profunda, lançando o machado na raiz dos
problemas.
Ela também nos permite focar a atenção em Jesus, o que
em si já cria movimento e mudança. Sem o elemento sobrenatural, 
o aconselhamento pode focar nos problemas e nos processos e
não em Jesus, o libertador.
No aconselhamento, a profecia pode nos ajudar a economizar
tempo. Ela lança fora atitudes inúteis e camadas de engano, debaixo
das quais as pessoas tentam se esconder. A profecia, em conjunto
com as palavras de conhecimento e de sabedoria, pode nos livrar
de horas intermináveis de diálogo, expondo situações e trazendo
rápido alívio. Ela proporciona uma fonte de insights e de poder
para o conselheiro.
A entrada do sobrenatural significa que não podemos tolerar
mentiras, enganos e fingimentos. Ela provoca um nível de
honestidade e de temor piedoso que quebrará qualquer fortaleza de
pecado na vida dos crentes.
 
A profecia proporciona um espírito de gratidão e de
louvor
 
Normalmente, nós perseveramos na oração até que Deus nos
diga para parar, a questão seja resolvida, ou tenhamos uma certeza
(pela fé) que nossa oração foi ouvida.
A profecia pode revelar às pessoas exatamente o que 
Deus tem no coração naquele momento, e o que devemos fazer a
seguir em resposta ao mover do Espírito. Falando numa 
conferência, há alguns anos atrás, o Senhor me mostrou que na
audiência havia uma mulher que estava jejuando e orando por sua
filha que havia fugido de casa. O Senhor me mostrou que aquela
mãe estava profundamente preocupada com a filha rebelde, ansiosa
de que ela não se envolvesse com drogas, nem imoralidade.
Quando impus as mãos sobre ela, o Senhor me deu a
certeza em profecia de que Ele estava ativamente envolvido na 
vida da garota e que ela voltaria para casa sem dano algum. Além
disso, a palavra profética disse à mãe que Deus ouvira suas 
orações e estava se movendo para responder. Em resposta a isso,
a profecia continuou, a mãe devia parar de suplicar e começar a
agradecer e a louvar a Deus por Seu livramento. Durante vários
meses, aquela mãe agradeceu e louvou a Deus. A princípio, nada 
mudou e, de fato, a situação até piorou. A mulher, contudo, 
manteve-se firme à palavra profética e continuou a louvar ao Senhor
e a agradecer. No final, não somente sua filha voltou para casa
totalmente restaurada pelo Senhor, como sua própria vida foi
transformada. Agora aquela mulher tem um espírito agradecido a
Deus e um coração cheio de louvor a Deus. Ela é uma mulher que
sabe ser liberada em louvor e adoração. Como tal, ela própria é um
agente catalisador, levando outras pessoas a ter um espírito de
gratidão.
 
A profecia proporciona uma injeção de fé
 
A profecia muda a atmosfera da igreja, abrindo a porta para
milagres, além de proporcionar uma injeção de fé.
Há vários anos atrás, eu liderei um evento num fim de semana
numa igreja. Havia muito ceticismo em relação aos dons
sobrenaturais, principalmente a profecia. A incredulidade,
desconfiança e suspeita eram tangíveis. Eu sabia que a menos que
Deus se movesse e fizesse algo especial, seria um final de semana
bem difícil.
Em situações como esta, o profeta deve descansar no
Senhor, pois a tentação é tentar fazer algo espetacular em vez de
deixar o Espírito se mover na esfera sobrenatural.
Eu coloquei toda a minha energia para estar quieto e em
paz diante de Deus, escolhendo deixar minha visão se encher do
Senhor em vez de ficar controlando as circunstâncias.
O inimigo de fato tenta transformar o ministério ungido num
show espetacular. Precisamos lutar contra isso nos humilhando,
diminuindo, para que o Senhor possa crescer. Não estamos aqui
para provar o quanto somos poderosos, mas apenas para servir ao
Senhor.
Eu sabia que não devia reagir à incredulidade e à atitude 
negativa das pessoas, mas sim estar quieto e bem consciente da
presença do Senhor.
Na primeira reunião, quando comecei a ensinar, o Senhor
me deu uma visão e uma interpretação profética para um jovem
presente. Eu vi o pai dele dirigindo um caminhão amarelo. O Senhor
me mostrou em que empresa ele trabalhava e onde estava naquele
momento. Eu disse ao rapaz onde ele podia encontrar seu pai e
que o Senhor estava fazendo uma obra de reconciliação. A igreja
estarreceu! Aparentemente o jovem era novo convertido e a igreja
tinha estado orando para que o Senhor lhe permitisse encontrar
seu pai, a quem ele não via desde os quatro anos de idade.
Às vezes o Senhor não deseja se concentrar nos elementos
negativos, como incredulidade, por exemplo. Ele se move no espírito
oposto e realiza algo que faz a fé crescer ou explodir. Aquela palavra
profética abriu as portas em todo o fim de semana para que a
presença sobrenatural de Deus viesse e transformasse as pessoas.
A fé começou a crescer nas pessoas, que viram que Deus é
poderoso e tinha interesse nelas. O jovem cumpriu a palavra
profética e desde então se reconciliou com o pai, que agora
também está buscando ao Senhor.
 
A profecia é vital para a batalha espiritual
 
Paulo instruiu Timóteo:
 
“Segundo as profecias já proferidas a seu respeito, seguindo-as
 você combata o bom combate” (1 Tm 1.18)
 
Precisamos usar o ministério profético para combater, lutando
contra o inimigo e as circunstâncias da vida.
O rei Josafá derrotou os inimigos com base numa palavra
profética pronunciada por Jaaziel (2 Cr 20.14-17). Num momento, o
povo mudou, deixando de ser uma multidão chorosa, cheia de
auto piedade, esperando ser aniquilada a qualquer momento, para
ser um corpo de guerreiros decididos e tão confiantes em Deus
que foram cantando para a batalha. Jamais subestime o poder da
profecia.
Josué seguiu um padrão similar de ouvir a palavra profética 
e obedecer (Js 6.1-5). Recebendo instruções proféticas e um plano
de batalha mediante uma palavra de profecia, ele viu Jericó cair
exatamente como a profecia tinha predito.
Nenhum desses métodos estaria num manual de guerra
como procedimento padrãopara se vencer uma batalha. Não há
registro de outro exército sendo destruído por meio de cânticos e
nem de cidades fortificadas tomadas por meio de marcha e vozes
gritando!
Profecia e batalha espiritual caminham juntas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE UM:
O DOM DA PROFECIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já perdi o número de vezes em que, nos últimos vinte anos,
as pessoas me perguntaram: “Quando profetizo, como posso saber
se é o Senhor que está falando por meu intermédio, ou se sou eu ou
até mesmo o inimigo?”. É claro que se trata de uma pergunta muito
oportuna. Nós somos humanos, sujeitos a dores, desilusões,
mágoas, sonhos, aspirações, anseios e desejos. Tudo isso pode
conspirar contra nós e colorir a mensagem profética, dando-lhe 
um tom diferente do que Deus tencionava.
É possível que uma pessoa frustrada fale profeticamente
transmitindo seus próprios pensamentos e opiniões misturados
àquilo que Deus realmente está falando sobre a situação. O inimigo
pode inspirar esse tipo de fenômeno ou a pessoa pode estar sendo
usada por outro espírito que não vem do Senhor. Isso tende a
ocorrer principalmente quando as pessoas enterram suas mágoas e
sentimentos de rejeição e afundam em ira – transformando suas
vidas num solo fértil para a atividade do inimigo. Por outro lado, o
inimigo também pode usar nossos pensamentos e impulsos
descontrolados e, quando falamos movidos pelo nosso próprio
espírito, ele se move por trás de nossas palavras para causar
engano.
Assim, podemos estar sob a influência direta do inimigo (por
meio de amargura e questões não resolvidas em nossa vida) ou
indiretamente (por meio de atitudes erradas ou a simples falta de
bons relacionamentos).
Isso, é claro, destaca os problemas que todos os verdadeiros
profetas devem enfrentar. Como podemos pronunciar uma
mensagem profética pura que glorifica ao Senhor, livre das misturas
do nosso próprio coração e das influências do inimigo? Então, temos
de adicionar o elemento da fé à equação, porque às vezes teremos
de trabalhar sem ter plena certeza; teremos de profetizar até onde
nossa fé permitir.
O que precisamos, quase que como uma garantia de que não
desonraremos o Senhor Jesus, não desacreditaremos o ministério
profético, e não causaremos dano ao Corpo de Cristo, é uma enorme
dose de humildade.
Nesta vida, ou nós nos humilhamos ou somos humilhados.
A humildade não é uma característica natural em qualquer ser
humano – ninguém nasce com ela. Nosso relacionamento com
Deus se edifica mais eficazmente quando submetemos nossa vida,
pensamentos e perspectivas a Ele. Nosso alvo sempre deve ser
viver da melhor forma possível a fim de que o Espírito Santo não se
entristeça, mas seja bem-vindo em nossa vida.
Se profetizarmos em humildade e cometermos um erro, o
Senhor nos dará graça para enfrentar a questão e acertar as coisas.
Os erros são inevitáveis enquanto aprendemos a nos mover no
sobrenatural. Por isso a Bíblia é tão clara em 1 Tessalonicenses
5.19-21:
“Não apaguem o Espírito. Não tratem com desprezo as profecias,
 mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.
 Afastem-se de toda forma de mal”.
 
Por implicação, significa que precisamos ser capazes de
separar o que é bom do que é mau; os equívocos e as interpretações
errôneas. Falaremos mais disso no próximo capítulo.
O que temos de fazer, com a ajuda do Espírito Santo, é viver
nossa vida da melhor forma possível, a fim de que não haja áreas
que não estejam sujeitas ao Senhor Jesus.
Neste capítulo quero destacar algumas áreas chave 
de preparação de modo que possamos exercitar nossa mente e
coração no entendimento e na prática. Especificamente,
examinaremos os elementos da Preparação, Expectativa e
Operação.
 
Preparação
 
Oração
 
Em termos de preparação, a oração é absolutamente vital
para nós. Ela é importante em tudo o que fazemos, mas
especialmente para o ministério profético. Oração e profecia são
elementos inseparáveis, em termos do seu processo de
comunicação; ambas envolvem ouvir antes de falar.
Às vezes eu acho que não ouvimos o suficiente quando
oramos. Quando eu oro por algo, fico atento para ouvir, pois nunca
sabemos em que momento Deus dirá, “Muito bem, vou conceder o
que você está pedindo”. Às vezes oramos mais do que precisamos
porque não prestamos atenção quando Deus responde: “Estou
com você neste projeto”. Sempre que você estiver orando, não
importa o que esteja pedindo, adquira o hábito de ouvir com
atenção. Estou entrando numa fase em minha vida em que Deus
está respondendo minhas orações quase imediatamente! Antes eu 
costumava ter de orar durante vários dias e até semanas sobre 
um assunto, mas agora estou aprendendo a ouvir a voz de Deus
mais claramente. Minhas expectativas em termos de ouvir estão
aumentando, e estou ouvindo Deus começar a dizer “sim”, e a sentir
um senso maior de fé quando eu oro por algo que na verdade Deus
já liberou e já respondeu. Pode não haver nenhuma evidência na
esfera física visível, mas sei que algo mudou no meu espírito.
Obviamente, nós sabemos que oração não é somente
apresentar a Deus uma lista de pedidos. O elemento mais
maravilhoso sobre a oração é que você pode conversar com Deus
sobre qualquer assunto onde quer que você esteja; não importa
como você esteja se sentindo ou o que esteja pensando, você pode
falar com Deus sobre isso. Você pode abrir o seu espírito e
caminhar com Deus. Eu gosto de ser bem específico e orar em
duas ou três frases: “Senhor, ajude tal pessoa”; “Pai, lembre-se dos
meus amigos que estão na África”
– mantendo o fluxo da oração, mantendo o canal de comunicação
aberto o máximo possível.
Além disso, oração é uma questão de pedir continuamente
ao Espírito Santo que se manifeste e fale – “Pai, fale comigo”,
“Espírito Santo, venha sobre mim neste momento e fale comigo”.
Qual foi a última vez que você pediu um novo encorajamento ao
Senhor? Especificamente? “Pai, nesse exato momento eu preciso de
encorajamento. Por favor, faça algo. Por favor, me diga algo. Por
favor, me ajude”. A seguir, você pode fazer pequenos intervalos
durante o dia para orar.
Antes de ser chamado pelo Senhor para o ministério, eu era
gerente de treinamento numa grande empresa de treinamento e
recrutamento. Minha vida era um emaranhado confuso de questões
administrativas, problemas de gerência, pesquisas, envolvimento
com o Governo, sessões de treinamento, organização de eventos e
elaboração e supervisão de estratégias para a empresa.
Naquela época estafante havia dias em que eu dizia às
secretárias e recepcionistas que queria um intervalo de dez minutos
e não desejava ser perturbado. Eu entrava no meu escritório,
fechava a porta e me sentava quieto, agradecendo a Deus e
ouvindo, orando e esperando ver as coisas da perspectiva divina. 
Muitas decisões acertadas fluíam daqueles intervalos de oração. 
Não posso dizer honestamente que sempre ouvia a Deus falando 
especificamente naqueles momentos (embora às vezes eu ouvisse!).
No entanto, meu progresso na empresa, juntamente com as
constantes promoções que recebia, provavelmente indicam que o
Senhor me influenciou muito mais do que eu de fato percebia na
época.
Há outro fato importante: aqueles curtos intervalos para
oração mantinham meu coração livre da pressão da carne. A oração
mantém os canais de comunicação abertos.
Provavelmente dois terços do resto do mundo gostaria de
trocar de lugar conosco que vivemos nos países ocidentais, não
importa o quanto sejamos pobres. Para muitos, nós somos ricos
além dos sonhos mais ousados deles.
Conte suas bênçãos, pois há muitas coisas acontecendo
em sua vida pelas quais você deve ser grato. É muito 
importante sermos agradecidos a Deus. Creio que às vezes, quando
não somos agradecidos, há a possibilidade de que nos tornemos
ingratos para com as pessoas e vivamos uma vida desprovida de
graça. São coisas como gratidão, louvore adoração que realmente
mantêm a presença de Deus sempre renovada em nosso coração. 
Elas nos capacitam a manter a consciência de Deus e daquilo que
queremos ser. Uma das coisas que Deus tinha contra Israel era
que Ele não ocupava o pensamento do povo. Um estilo de vida de
ações de graças. Temos tanto a agradecer. Apliquemos 1
Tessalonicenses 5.16... Não é um modo ruim de viver.
 
Meditação
 
Depois da oração, creio que a meditação é muito 
importante. Vivemos numa época em que, devido às influências das
religiões orientais, meditação se tornou quase que uma palavra
proibida nos círculos cristãos. Eu sempre afirmo que essas religiões
extraem o que há de melhor na Bíblia e depois apresentam essas
verdades de uma forma diferente. A meditação fez parte do
relacionamento do ser humano com Deus durante milhares de anos.
A Bíblia com frequência menciona sua prática – principalmente nos
Salmos (ex. Sl 119). Há muitas passagens que falam da
necessidade da meditação. Meditar significa simplesmente
“considerar profundamente, refletir, estar absorto em pensamento”.
Não nos dói sentar e refletir sobre Jesus, meditar sobre Sua Pessoa
– como Ele é bom, como é amoroso. Para mim, Jesus é a Pessoa
mais bondosa que já conheci. Ele também é a pessoa mais feliz e
bem disposta que já conheci. Quando entramos em contato com o
céu, podemos ouvir risos. Quando realmente entramos na
presença de Deus, tremenda alegria, bem-estar e paz são
derramados em nossa vida.
Num retiro de fim de semana de uma igreja, um dos
participantes estava enfrentando tempos realmente difíceis e eu tive
um discernimento de que muitas coisas em sua vida estavam em
estado deplorável. Numa das reuniões, senti-me compelido a impor
as mãos sobre ele e orar para que fosse novamente cheio com o
Espírito Santo. Ele caiu no chão e riu por quase meia hora.
Realmente riu. Ninguém podia fazer nada. A reunião mudou
completamente. Todos os presentes começaram a ter acessos de
riso. Foi uma das melhores reuniões que já participei. Aquele homem
não conseguia parar de rir porque o poder de Deus desceu sobre
ele, a alegria do Senhor o encheu, e, por intermédio dele, Deus
começou a encher todos os presentes. Ninguém conseguia ficar
quieto. Todos começamos a andar de um lado para o outro, algumas
pessoas caíram no chão e todos riam, enquanto uma enorme alegria
do Senhor enchia o local.
Já vi algumas imitações preocupantes desse tipo de unção
nos últimos anos, com pessoas cobrando grandes quantias das
igrejas para trazerem a alegria do Senhor. Orações são feitas
invocando o assim chamado riso do Espírito Santo sobre as
congregações, repetidamente, em muitas reuniões.
Creio que alegria do Senhor não deve ser invocada como se
fosse um gênio saindo de uma garrafa; também não é uma
manifestação espiritual que atende a ordem de um homem. Trata-se
do resultado da presença de Deus no meio do Seu povo, quando 
Ele, soberana e graciosamente, faz rios de água viva jorrarem dos
corações. A alegria do Senhor vem de dentro, não é derramada
sobre nós como o açúcar no café.
Às vezes fico meditando vários dias, ou até semanas, numa
única passagem das Escrituras. Quando Deus fala claramente
comigo sobre um assunto, não faz muito sentido ficar lendo outras
coisas, desde que Ele está me mostrando algo naquela passagem.
Fico meditando nas coisas que Deus vai me mostrando. Fico
totalmente absorvido por aquela verdade.
Quando penso profundamente nas ações de Deus, fico
imaginando que todo cristão tem histórias para contar sobre como
chegou até ali, como foi transformado, como vive, trabalha e adora
da forma como faz. É incrível quando pensamos em como Deus
aproxima pessoas com histórias tão diferentes.
Há muitos anos atrás o Senhor falou comigo sobre trabalhar
no Caribe. Desde então tenho me divertido fazendo piadas quando
estou a sós com Deus sobre meu “ministério de praia e sol”. Durante
anos trabalhei em igrejas de periferia, com telhados caindo aos
pedaços, onde parte do ministério era tirar poeira dos hinários!
Eu continuava a dizer: “Um dia desses, Senhor, tu me darás um
ministério numa ilha deserta”. Isso passou a ser uma piada
constante, enquanto eu andava por igrejas em regiões geladas.
“Senhor, lembre- se da minha ilha ensolarada!”.
Novamente o Senhor falou comigo sobre o Caribe. 
Várias pessoas confirmaram essa palavra, de várias formas. 
Meses mais tarde, enquanto eu falava numa conferência profética
em Londres, conheci um homem no local das conferências.
Eu tinha terminado um seminário e, aproveitando o intervalo,
sentei-me no escritório do pastor titular, para descansar. O pastor
tinha acabado de encerrar uma entrevista com aquele homem e
deixou o escritório, deixando nós dois sozinhos lá dentro. Naquele
momento eu estava exausto e só conseguia pensar em tomar um
café e descansar. O homem e eu começamos uma conversa sobre
a conferência que eu estava liderando. Eu lhe dei um dos meus
panfletos promocionais pensando que ele morava nas imediações e
estava interessado em participar da conferência nos próximos dias.
Ele demonstrou interesse em organizar outra conferência. Foi
nesse ponto da conversa que descobri que seu nome era Dr. Noel
Woodroffe, e ele era de Port Spain, em Trinidad e Tobago, onde
liderava uma igreja. Ele me perguntou se eu gostaria de ir até lá e
ser o preletor. Para ser honesto, pensei que ele estava apenas
sendo gentil. No entanto, alguns meses mais tarde o Dr. Noel me
enviou passagens aéreas e minha longa piada com o Senhor 
chegou ao fim. No meu espírito, eu podia ouvir risadas. Noel
permaneceu pouquíssimo tempo em Londres... Mas foi o suficiente
para o Senhor nos reunir e criar uma amizade que já dura vários
anos. Incrível!
Podemos pensar sobre muitas situações semelhantes.
Todos nós passamos por situações como essa, onde coisas
imprevisíveis ocorrem e modificam o rumo de algumas áreas de
nossa vida; de vez em quando é bom sentarmos e relembrarmos o
que Deus tem feito em nossas vidas. Creio que isso nos ajuda a ser
agradecidos, pois há tantas coisas, tantas pequenas 
“coincidências” na forma como as coisas acontecem. É bom meditar
sobre a nossa vida – para lembrar e dar graças.
Os antigos profetas estavam sempre relembrando sua
história com Deus. Eles costumavam transmiti-la dizendo, “lembram
quando o Senhor fez isso...” e vemos que centenas de anos mais
tarde as pessoas ainda conversavam sobre o Mar Vermelho, por
exemplo, e o que aconteceu lá.
 
Esperar em Deus
 
É muito importante esperar em Deus, mas com um senso de
propósito. Eu sempre carrego um bloco de notas onde quer que vá,
porque Deus fala nos lugares mais peculiares. Ainda não encontrei
um bloco de notas a prova de chuveiro, mas estou procurando! Às
vezes esperar em Deus significa mostrar para Ele que você de fato
o ama, que Ele é importante para você, que você tem prazer em
quem Ele é. Às vezes quando esperamos em Deus nada nos ocorre,
mas não tem problema, pois estamos apenas colocando nosso
tempo com Ele em ordem. Deus pode não falar logo, mas Ele
sempre fala. Precisamos estar preparados quando Ele o fizer.
Esperar em Deus significa que precisamos ir a um local de
silêncio e sossego. Não é suficiente encontrar um local tranquilo,
mas sim (o que é mais importante) aprender a calar todo o clamor
dentro de nossa mente e coração.
Meditar (pensar profundamente, refletir) e esperar em Deus
muitas vezes andam juntos, ou um pode levar ao outro. As religiões
orientais declaram que a meditação consiste em esvaziar a mente.
Algumas até oferecem tipos de mantras que em muitos casos é
apenas a repetição do nome de divindades hindus. Assim, a
repetição monótona daquelas palavras na verdade é um tipo de
adoração.
Na fé cristã, meditar e esperar em Deus é encher a mente
com pensamentos divinos: tomar consciência de Deus. Nesta
atividade quieta e tranquila, Deus derrama Suas palavras como o
orvalho da manhã, trazendo