01 HEG - Revolução Neolítica

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SOCIOECONÔMICAS - ESAG
Florianópolis, 2021
Revolução Neolítica
PROFESSOR: Cassiano Ricardo Dalberto
1. As primeiras formações econômicas
ESAG-UDESC33HEG – Prof. Cassiano Ricardo Dalberto
ECONOMIAS ANTIGAS
“Nós, humanos, fomos caçadores-coletores por muito, 
muito mais tempo do que fomos agricultores — pelo 
menos dez ou quinze vezes mais. Só agora
estamos nos tornando uma espécie que vive 
basicamente em cidades. Contudo, se dissermos que 
fomos dominados pelas cidades há um ou dois
séculos, então nossa trilha de caçadores-coletores é mil 
vezes mais longa.”
Andrew Marr
1. As primeiras formações econômicas
ESAG-UDESC
REVOLUÇÃO NEOLÍTICA (OU AGRÍCOLA) = 1ª REVOLUÇÃO 
ECONÔMICA
Controle de fogo
1,9 milhões de anos
2 milhões 
de anos 180 mil anos
Desenvolvimento da 
agricultura
9-8 mil anos
HOJE
“Sem a agricultura não há divisão de classes, não há
excedentes para elevar a condição de reis e sacerdotes, não há 
exércitos, não há Revolução Francesa, não há pouso na Lua.”
Andrew Marr
ECONOMIAS ANTIGAS
33HEG – Prof. Cassiano Ricardo Dalberto
1. As primeiras formações econômicas
ESAG-UDESC
REVOLUÇÃO NEOLÍTICA = 1ª REVOLUÇÃO ECONÔMICA
ECONOMIAS ANTIGAS
33HEG – Prof. Cassiano Ricardo Dalberto
1. As primeiras formações econômicas
ESAG-UDESC
Até a Revolução Neolítica:
- Processo crescente de conquista do meio ambiente.
- Crescimento do conhecimento sobre o mundo físico e da capacidade de 
resolver problemas relacionados à escassez e bem-estar.
- Alteração na estrutura física dos homos (crescimento do cérebro, estatura 
ereta, desenvolvimento das cordas vocais).
= REVOLUÇÃO COGNITIVA
- Mudanças culturais na organização dos bandos e forte processo de 
socialização (divisão de tarefas/trabalho e ação coordenada).
ECONOMIAS ANTIGAS
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1. As primeiras formações econômicas
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Alguns motivos:
- Alteração nas condições climáticas
Quanto mais complicada a mudança climática, mais rápido parece ter 
sido o progresso dos hominídeos.
- Crescimento da população e migração para outras regiões
Tinham uma vida essencialmente parasitária e, embora a mortalidade 
infantil fosse alta, a população continuou aumentando.
- ↑ a competição entre grupos
- Extinção de grandes espécies de animais
ECONOMIAS ANTIGAS
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1. As primeiras formações econômicas
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ECONOMIAS ANTIGAS
1. O bando aloca o trabalho de modo a maximizar o bem-estar do grupo.
2. Na ausência de preços, as preferências determinam a escolha pela 
caça/coleta ou pela agricultura.
3. Na hipótese de que as preferências não se modificam, é a produtividade
que determinará a migração de uma atividade para outra.
4. Os recursos biológicos são limitados.
Explicação microeconômica:
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1. As primeiras formações econômicas
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PMgL
ECONOMIAS ANTIGAS
Explicação microeconômica:
LEI DOS RENDIMENTOS 
DECRESCENTES
+
ARMADILHA MALTHUSIANA
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1. As primeiras formações econômicas
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ECONOMIAS ANTIGAS
Possíveis locais e datas das revoluções agrícolas
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1. As primeiras formações econômicas
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Características:
- A transição é incremental.
- Ocorre em diferentes áreas e em diferentes períodos de tempo.
1º) Crescente Fértil
2º) China
3º) México
4º) Andes
- O espraiamento da agricultura é lento: 
Pela Europa, avançou 1 km/ano
- Divisão sexual do trabalho.
- Impacta os hábitos e a formação social - REVOLUÇÃO
ECONOMIAS ANTIGAS
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1. As primeiras formações econômicas
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COLETA/PESCA/CAÇA
“Tragédia dos Comuns”
RECURSOS LIMITADOS
PROPRIEDADE COMUNAL
USO INEFICIENTE DOS RECURSOS
AGRICULTURA/CRIAÇÃO
PROPRIEDADE COMUNAL EXCLUSIVA
USO EFICIENTE DOS RECURSOS
INCENTIVOS: MUDANÇA DE HÁBITO E 
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
ECONOMIAS ANTIGAS
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1. As primeiras formações econômicas
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AGRICULTURA/CRIAÇÃO
PROPRIEDADE COMUNAL EXCLUSIVA
USO EFICIENTE DOS RECURSOS
INCENTIVOS: MUDANÇA DE HÁBITO E 
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
Seleção de plantas: permite a utilização 
de 90% e não 0,1% de biomassa em um 
hectare de terra (volume maior de 
calorias por hectare).
Domesticação: alimentam mais pessoas 
de 4 maneiras – alimentação (carne e 
leite), fertilizante, força muscular e 
matéria-prima (couro e lã).
Direitos de propriedade: fornecem uma 
mudança de incentivos, que encoraja o 
desenvolvimento do cultivo e da 
domesticação.
ECONOMIAS ANTIGAS
Amplia a população: um caçador-
coletor precisaria de 2.600 hectares para 
viver, enquanto na agricultura 260 ha são 
suficientes para alimentar 50 pessoas.
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Por outro lado:
- Padrões nutricionais das primeiras civilizações agrícolas eram 
inferiores aos dos caçadores-coletores
- Alimentação baseada em cereais levou a:
- Redução na expectativa de vida e na estatura média (esta só 
recuperada no século XX)
- Aumento da mortalidade infantil 
- Aumento de doenças infecciosas, inflamatórias ou 
degenerativas (ex: obesidade, diabetes tipo 2, doenças 
cardiovasculares)
- Deficiências de vitaminas e minerais
ECONOMIAS ANTIGAS
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1. As primeiras formações econômicas
ESAG-UDESC
A grande mudança
- Comparada com a 1ª revolução industrial
RUPTURA NA FORMA DE 
CONTROLAR A NATUREZA
PERMITE O AUMENTO DA 
POPULAÇÃO E DAS 
CONDIÇÕES DE VIDA
AMPLIA A 
COMPLEXIDADE DA 
CIVILIZAÇÃO
GERAÇÃO DE 
EXCEDENTES
MELHOR ORGANIZAÇÃO 
E DIVISÃO DO TRABALHO
INOVAÇÕES
CIDADES
ECONOMIAS ANTIGAS
COMÉRCIO
Impacto lento.
Especialmente no que cabe 
às trocas.
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1. As primeiras formações econômicas
ESAG-UDESC
A grande mudança
- Comparada com a 1ª revolução industrial
RUPTURA NA FORMA DE 
CONTROLAR A NATUREZA
PERMITE O AUMENTO DA 
POPULAÇÃO E DAS 
CONDIÇÕES DE VIDA
AMPLIA A 
COMPLEXIDADE DA 
CIVILIZAÇÃO
GERAÇÃO DE 
EXCEDENTES
MELHOR ORGANIZAÇÃO 
E DIVISÃO DO TRABALHO
INOVAÇÕES
CIDADES
ECONOMIAS ANTIGAS
COMÉRCIO
Impacto lento.
Especialmente no que cabe 
às trocas.
A ascensão da agricultura de fato influencia toda a história posterior. 
A relativa escassez de animais para domesticar e a tardia iniciação na
agricultura que coube aos povos chegados à Mesoamérica 
significaram que as civilizações ali estabelecidas estavam três mil anos 
atrás das da Europa e da Ásia e, portanto, muito vulneráveis à 
conquista. 
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1. As primeiras formações econômicas
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Interpretações Diversas:
ECONOMIAS ANTIGAS
Jane Jacobs: 
- Desafia a interpretação tradicional: 
cidades podem ter surgido antes, como 
centros de trocas e manufaturas
- Possível caso: Çatalhöyük (Turquia)
- Sua hipótese tende a ser rejeitada por 
arqueólogos
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1. As primeiras formações econômicas
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Interpretações Diversas:
ECONOMIAS ANTIGAS
Richard Posner: 
- Busca entender leis e costumes das sociedades 
primitivas enquanto instrumentos adequados 
ao ambiente predominante de elevados custos 
de transação (dada a pouca compreensão da 
natureza, falta de escrita e de tecnologias de 
informação).
- Instituição do “seguro alimentar”: incerteza a 
respeito da disponibilidade futura de alimentos 
e perecibilidade dos mesmos -> ética 
redistributiva de doação de excedentes.
- Quanto maior o laço de parentesco, menor a 
covariância produtiva, mais seguro é fornecido. 
Por outro lado, maior é o risco moral de um 
indivíduo trabalhar menos (free-rider).
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1. As primeiras formações econômicas
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Interpretações Diversas:
ECONOMIAS ANTIGAS
MarcelMauss:
- Utilizando exemplos de sociedades 
arcaicas, ressalta um elemento comum 
nas relações de troca: a obrigação de 
dar, receber e retribuir.
- Tribos/clãs diferentes realizam “contratos” 
entre si por meio da troca coletiva de 
presentes (dádiva). Essas trocas são rituais
com significado moral, com a finalidade 
de estabelecer um laço social entre as 
partes.
- Os bens trocados são uma parte 
indissociável de seus proprietários, 
possuindo uma substância moral própria. 
Assim, aquele que dá um presente dá 
também parte de si, e espera uma 
reciprocidade futura.
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1. As primeiras formações econômicas
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Interpretações Diversas:
ECONOMIAS ANTIGAS
Jared Diamond:
- Porque Pizarro capturou Ataualpa, e não 
o contrário? -> respostas na pré-história
- Crescente Fértil possivelmente foi o 
pioneiro na revolução neolítica por 
apresentar clima e flora favoráveis ao 
desenvolvimento e disseminação de 
várias espécies de cereais cultiváveis. 
- A disseminação era favorecida pelo eixo 
horizontal da Eurásia, que, por isso, 
compartilhava de clima muito 
semelhante. Além disso, não havia 
grandes barreiras geográficas entre as 
regiões
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Interpretações Diversas:
ECONOMIAS ANTIGAS
Jared Diamond:
- Porque Pizarro capturou Ataualpa, e não 
o contrário -> respostas na pré-história
- Crescente Fértil possivelmente foi o 
pioneiro na revolução neolítica por 
apresentar clima e flora favoráveis ao 
desenvolvimento e disseminação de 
várias espécies de cereais cultiváveis. 
- A disseminação era favorecida pelo eixo 
horizontal da Eurásia, que, por isso, 
compartilhava de clima muito 
semelhante. Além disso, não havia 
grandes barreiras geográficas entre as 
regiões
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Eixos dos continentes
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Interpretações Diversas:
ECONOMIAS ANTIGAS
Jared Diamond:
- Porque Pizarro capturou Ataualpa, e não 
o contrário -> respostas na pré-história
- Crescente Fértil possivelmente foi o 
pioneiro na revolução neolítica por 
apresentar clima e flora favoráveis ao 
desenvolvimento e disseminação de 
várias espécies de cereais cultiváveis. 
- A disseminação era favorecida pelo eixo 
horizontal da Eurásia, que, por isso, 
compartilhava de clima muito 
semelhante. Além disso, não havia 
grandes barreiras geográficas entre as 
regiões
33HEG – Prof. Cassiano Ricardo Dalberto
1. As primeiras formações econômicas
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Interpretações Diversas:
ECONOMIAS ANTIGAS
Jared Diamond:
- O mesmo vale para os animais domesticáveis: a Eurásia apresentava maior 
quantidade de animais candidatos à domesticação, e também animais 
mais fáceis de serem domesticados do que outros continentes.
- Porque Pizarro capturou Ataualpa, e não o contrário -> respostas na pré-
história
- Crescente Fértil possivelmente foi o pioneiro na revolução neolítica por 
apresentar clima e flora favoráveis ao desenvolvimento e disseminação de 
várias espécies de cereais cultiváveis. 
- A disseminação era favorecida pelo eixo horizontal da Eurásia, que, por 
isso, compartilhava de clima muito semelhante. Além disso, não havia 
grandes barreiras geográficas entre as regiões
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ECONOMIAS ANTIGAS
Çatalhüyük - Anatólia (atual Turquia)
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1. As primeiras formações econômicas
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ECONOMIAS ANTIGAS
Çatalhüyük (há 9.500 a 7.700 anos)
- A população pode ter alcançado 10 mil habitantes.
- Marcas culturais (produtos para a casa, ornamentos, cuidado com os 
mortos, crenças).
- Uso da obsidiana como matéria-prima para a maioria das 
ferramentas (encontrada a 100 km de distância).
- Provavelmente foi um centro industrial primitivo e entreposto 
comercial para as comunidades agrícolas das redondezas.
- Há uma lenta ascensão de famílias dominantes e mais poderosas.
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ECONOMIAS ANTIGAS
Göbekli Tepe (atual Turquia)
Há 11/12 mil anos 
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ECONOMIAS ANTIGAS
Göbekli Tepe (há 11/12 mil anos)
- Poderia provar que a religião precedeu a agricultura.
- Os nômades (e caçadores-coletores) teriam construído o templo para servir 
como local de encontro.
- Revela a necessidade de uma organização social para a construção.
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ECONOMIAS ANTIGAS
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ECONOMIAS ANTIGAS
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ESAG-UDESC
Referências:
BRASSEUL, J. História Económica do Mundo: das origens aos subprimes. Lisboa: Texto & Grafia, 
2010.
CAMERON, R. História Econômica do Mundo. 2ª Ed. Lisboa: Publicações Europa-América, 2010.
DIAMOND, J. Armas, Germes e Aço: os destinos das sociedades humanas. Rio de Janeiro: 
Record, 2005.
DK. History of the world, map by map. New York: DK Publishing, 2018.
JACOBS, J. The Economy of Cities. Toronto: Vintage Books Edition, 1970.
MARR, A. Uma história do mundo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012. – Parte 1
MAUSS, M. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In: MAUSS, 
M. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
NORTH, D.C.; THOMAS, R.P. The first economic revolution. The Economic History Review, Second
Series, v. 30, n. 2, 1977.
POSNER, R. A. A Theory of Primitive Society, with Special Reference to Law. The Journal of Law & 
Economics, V. 23, n. 1, p. 1-53, 1980.
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