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Tutori� 4 �creçã� 1- Explicar a ação do sistema nervoso na digestão. (Sistema nervoso entérico). O sistema digestório tem um sistema nervoso intrínseco autônomo com número de células tão grande quanto o da medula espinhal Sistema nervoso Entérico ou intrínseco ➢ Localizado na parede do trato gastrointestinal (TGI) ➢ Tem o número de neurônios semelhante ao existente na medula espinal. ➢ Formado por: ● Plexo ganglionares maiores : o submucoso e o mioentérico , que se intercomunicam ● Plexo aganglionares secundários e terciários : que se comunicam com o plexos ganglionares por feixes e fibras nervosas . ➢ Regula todas as funções motoras , secretoras e endócrinas do sistema digestório , mesmo na ausência do sistema nervoso autônomo ou extrínseco. ➢ Fazem sinapse com fibras nervosas aferentes e eferentes do SNA que desempenham função moduladora sobre o SNE. ➢ Os interneurônios do SNE fazem sinapse entre as fibras sensoriais aferentes de receptores sensoriais da parede TGI e neurônios eferentes motores ou secretores que conduzem a informação para o TGI. ➢ As vias neurais envolvidas podem ser multissinápticas 1 ➢ Muitos peptídeos neurotransmissores e neuromoduladores ( que regulam a atividade dos neurotransmissores) do SNI já foram identificados O sistema nervoso autônomo (SNA) faz sinapses nos plexos do sistema nervoso entérico (SNE), modulando- o através de nervos parassimpáticos e simpáticos. ➢ As fibras neurais do SNA, parassimpático e simpático, fazem sinapses com os interneurônios dos plexos intramurais (mioentérico e submucoso) ou terminam nos plexos, modulando a atividade do SNE. A inervação parassimpática ➢ efetuada pelo nervo vago (X par de nervos cranianos), desde o esôfago até o cólon transverso inclusive. ➢ nervo pélvico , que inerva o TGI desde o cólon sigmoide até o esfíncter anal interno ➢ Estes nervos são constituídos de 75% de fibras aferentes e o restante, de fibras eferentes. ➢ As fibras aferentes conduzem as informações sensoriais dos mecano e quimiorreceptores do sistema digestório para a medula cefálica e sacral. ➢ as fibras eferentes conduzem as informações da medula cefalossacral para o sistema digestório. 2 ★ As fibras eferentes parassimpáticas pré sinápticas são relativamente longas ; provêm da medula cefálica e sacral, fazendo sinapses com neurônios localizados nos plexos intramurais. Destes, partem as fibras pós sinápticas ou pós ganglionares, relativamente mais curta s, para musculatura, glândulas, ductos e vasos sanguíneos do sistema digestório. ★ As fibras parassimpáticas pós sinápticas são predominantemente colinérgicas, ou seja, o neurotransmissor é a acetilcolina. ★ A inervação pós sináptica colinérgica é, em geral, excitatória, aumentando a motilidade , as secreções e o fluxo sanguíneo do sistema digestório. ➢ Há, também, fibras parassimpáticas pós sinápticas inibitórias , mediadas por neuropeptídios, como o VIP (peptídio vasoativo intestinal), a substância P, o óxido nítrico (NO), ou por neuropeptídios ainda não identificados. As fibras eferentes simpáticas pré sinápticas ➢ são relativamente curtas , emergem da medula toracolombar, atravessam a cadeia ganglionar paravertebral e fazem sinapses nos gânglios simpáticos celíaco, mesentéricos superior e inferior e hipogástricos superior e inferior. ➢ Destes gânglios, partem as fibras pós sinápticas, relativamente mais longas , para o sistema digestório. Poucas destas fibras terminam diretamente na musculatura e glândulas do sistema digestório. ➢ Muitas o fazem nas fibras musculares lisas do s vasos sanguíneos, acarretando vasoconstrição e redução do fluxo sanguíneo em vários territórios do sistema digestório. ➢ A grande maioria das fibras pós sinápticas simpáticas termina nos plexos intramurais, regulando os seus circuitos neurais. ➢ O neurotransmissor simpático das fibras pós sinápticas eferentes é a norepinefrina, e, de um modo geral, a estimulação simpática para o sistema digestório causa diminuição da motilidade e das secreções glandulares , secundariamente à vasoconstrição. ➢ Cerca de 50% das fibras simpáticas são aferentes. ➢ A faringe e o esfíncter anal externo, que têm musculatura estriada, s ão inervados por nervos somáticos . Esse esfíncter é inervado pelo nervo pudendo 3 Reflexos longos e curtos (intramurais) no sistema digestório Os receptores sensoriais (mecano, quimio e osmorreceptores) localizados na parede do TGI, quando estimulados pela chegada do alimento, enviam impulsos aferentes ao SNC, via nervos vagos ou pélvicos. ➢ Dos corpos celulares desses nervos, localizados na medula espinal, provêm as respostas eferentes transmitidas, em grande parte, pelos mesmos nervos. ➢ Dos plexos, emergem as fibras pós sinápticas que vão inervar a musculatura e as glândulas do sistema digestório. ➢ Os reflexos mediados deste modo são chamados de reflexos longos, uma vez que têm os corpos celulares dos neurônios aferentes localizados no SNC. ➢ Se as vias aferentes e eferentes forem do nervo vago, denominam se reflexos longos vagovagais ➢ Quando as vias aferentes dos receptores sensoriais, localizados na parede do sistema digestório, fazem sinapses com corpos celulares de interneurônios dos plexos intramurais, portanto dentro do TGI, trata-se de um reflexo curto ou intramural. ➢ Dos plexos partem as fibras pós sinápticas para a musculatura e as glândulas . ➢ Fibras ascendentes de mecanorreceptores sensoriais, na parede do TGI, fazem sinapses com interneurônios nos plexos intramurais, de onde partem fibras pós sinápticas eferentes para a musculatura, provocando contração oral e relaxamento distal. ➢ A contração é mediada por fibras colinérgicas ou por um neurotransmissor denominado substância P, e o relaxamento, por fibras vipérgicas ou que têm o NO como neurotransmissor. Desta maneira, o conteúdo luminal é segmentado pela contração oral e propelido para o segmento vizinho, distalmente localizado e relaxado. ➢ A resposta peristáltica foi primeiramente descrita por Bayliss e Starling. Ela éconhecida como lei do intestino. 4 5 2. Relacionar potencial de ação e ondas de contração com a motilidade do sistema digestório. ➔ A motilidade é efetuada pela musculatura da parede do trato gastrintestinal (TGI). Esse mecanismo propicia a mistura dos alimentos com as secreções luminais e o seu contato com a mucosa de revestimento interna do trato, otimizando os processos de digestão e absorção intestinal. Além disso, a motilidade garante, também, a propulsão cefalocaudal dos nutrientes e a excreção fecal. ➔ Musculatura lisa é encontrada em quase todo o TGI, com exceção de cavidade oral, faringe, terço superior do esôfago e esfíncter anal externo, que têm musculatura estriada inervada por motoneurônios não autônomos. ➔ A musculatura do TGI restante é denominada musculatura lisa visceral unitária, porque suas fibras intercomunicam se por junções intercelulares de baixa resistência elétrica, representadas pelos canais das gap junctions que acoplam eletricamente as células. ➔ Estes canais, além de permitirem a passagem passiva (ou eletrotônica) de corrente de íons, permitem a passagem, de uma célula à outra, de moléculas com até 1.300 Da. Assim, pode haver passagem de segundos mensageiros intracelulares através dos canais das gap junctions, como o AMP cíclico e os inositol fosfato ➔ As fibras musculares lisas formam feixes (faciais) que contêm centenas de fibras, envoltas por tecido conjuntivo. ➔ Estes feixes são inervados por um único neurônio, que dispõe de varicosidades ao longo do axônio, de onde os neurotransmissores são liberados. 6 ➔ Um feixe e o neurônio que o inerva formam uma unidade motora. ➔ Os neurotransmissores ativam as fibras musculares mais próximas a eles, mas a excitação é conduzida a todas as células do feixe pelos canais das gap junctions, permitindo que as fibras se contraem simultaneamente. ➔ Portanto, a musculatura lisa visceral é um sincício morfológico e funcional e, por isso, chamada de unitária. A fibra muscular lisa é bem menor que a estriada, não tem sarcômeros, e a relação actina/miosina é de 12 a 18 ➔ As fibras musculares lisas do TGI apresentam comprimentos entre 50 e 200 mm e diâmetros de 4 a 10 μm, com uma relação superfície/volume superior à das fibras musculares estriadas. ➔ Ao contrário destas, não mostram os miofilamentos organizados em sarcômeros, mas sim formando uma rede disposta obliquamente nas células e ligada ao citoesqueleto. ➔ Quando se contraem, distribuem a tensão por toda a célula. ➔ A relação actina/miosina é de 12 a 18, enquanto, na musculatura estriada, é 2. ➔ O retículo sarcoplasmático nas fibras musculares lisas tem pouco desenvolvimento, e o sistema de túbulos transversos inexistem ➔ As fibras da musculatura circular, além de serem mais ricamente inervadas, dispõem de maior número de gap junctions intercelulares do que as da musculatura longitudinal. Contrações fásicas periódicas e tônicas, ou mantidas, na musculatura lisa do TGI. ➔ Há dois tipos básicos de contração na musculatura lisa do TGI: ● a contração fásica, em que contrações e relaxamentos são periódicos e ocorrem em poucos segundos ou minutos, ● e a tônica, mantida ou sustentada, em que a musculatura mantém se tonicamente contraída por minutos ou horas, constituindo o que se denomina “tônus”. ➔ As musculaturas que se contraem fasicamente são as do corpo do esôfago, do corpo e antro do estômago, além daquelas dos intestinos delgado e grosso; ➔ e as que sofrem contração tonicamente são as musculaturas dos esfíncteres e da porção fúndica do estômago. O acoplamento excitação contração na musculatura lisa visceral depende do influxo de Ca 2+ do meio extracelular. ➔ Como nos músculos estriados esqueléticos e cardíacos, nos viscerais fásicos o nível de Ca 2+ intracelular determina o fenômeno contrátil e o acoplamento entre a excitação neural e a contração mecânica. ➔ A elevação da concentração citosólica de Ca 2+ , que desencadeia o fenômeno contrátil, resulta da ativação de canais para Ca 2+ dependentes de voltagem, em resposta à despolarização do sarcolema. 7 ➔ O Ca 2+ provém do meio extracelular, estando acumulado nos alvéolos do sarcolema. ➔ O crescimento da concentração citosólica de Ca 2+ , dos níveis de repouso (10 –7 M) para os de excitação máxima (10 –6 até 10 –5 ), desencadeia a contração. ➔ O Ca 2+ aumentado no citosol liga se à calmodulina e ativa uma cadeia leve da miosinoquinase (MLCK). ➔ A transferência do grupo fosforil, resultante da hidrólise do ATP, à miosina ativa a e propicia sua interação com a actina, formando o complexo actomiosina e desenvolvendo tensão ou contração. ➔ Cessada a excitação, a concentração citosólica de Ca 2+ diminui, por bombeamento deste íon para fora da célula, por uma Ca 2+ ATPase e pelo contratransportador Ca 2+ /Na + , ambos localizados no sarcolema. ➔ Com isto, cessa a atividade da miosinoquinase, e uma fosfatase remove o grupo fosforil da miosina, desfazendo o complexo actomiosina e provocando a queda de tensão ou o relaxamento muscular . ➔ Nos músculos lisos de contração tônica, a origem do Ca 2+ intracelular e o mecanismo de acoplamento excitação/contração não estão bem esclarecidos. ➔ A contração das fibras musculares lisas é rítmica e determinada pelas regiões de marca passo, que são grupos de células intersticiais de Cajal. ➔ O potencial elétrico do sarcolema da fibra muscular lisa visceral não é estável, embora medidas feitas em músculos geneticamente alterados indiquem que o “potencial de repouso” varia entre –40 e –58 mV, lado interno da célula negativo. ➔ Este potencial pode ser representado por: Ve – Vc = –V em que Ve = potencial extracelular, Vc = potencial intracelular e Vm = potencial de membrana. ➔ A magnitude da diferença de potencial de membrana é inferior à que existe através do sarcolema das fibras musculares estriadas, consequentemente a uma menor razão entre as permeabilidades a K + e a Na + . ➔ O potencial de membrana das fibraslisas viscerais sofre oscilações ou despolarizações subliminares, as denominadas ondas lentas, que têm frequência típica para cada região do TGI, determinada nas regiões de marca passo . ➔ Estas regiões, na parede muscular do TGI, são formadas por células com características de miofibroblastos, 1. 2. 3. indiferenciadas, e de fibras musculares lisas diferenciadas ; em conjunto, tais fibras são chamadas de fibras intersticiais de Cajal (FICj). 8 ➔ As FICj comunicam-se entre si e com as fibras musculares lisas vizinhas da parede do TGI por gap junctions, o que propicia a propagação da excitação por toda a musculatura. ➔ Assim, as fibras musculares lisas desenvolvem ondas lentas, com frequências determinadas pelos marca passos característicos de cada região do TGI, originando o denominado ritmo elétrico basal (REB). ➔ O REB do estômago é de 3 ondas/min; o do duodeno, 12/min; e o do íleo, 9 a 8/min. ➔ Estas são despolarizações subliminares do sarcolema, resultantes da variação do potencial de membrana de cerca de 10 mV. ➔ Contrações da musculatura ocorrem em fase com as ondas lentas, desde que as despolarizações alcancem o que se conhece por limiar contrátil da fibra . ➔ As amplitudes das contrações são proporcionais às das ondas lentas. ➔ As contrações que ocorrem em fase com as ondas lentas resultam da ativação de canais para Na + , K + e Ca 2+ dependentes de voltagem, do sarcolema. ➔ O Ca 2+ , penetrando as fibras, acopla a excitação ao fenômeno contrátil. ➔ Se a despolarização é de maior amplitude, alcançar o limiar elétrico da fibra e surgem potenciais de ação nas cristas das ondas lentas. ➔ Quando isso acontece, a amplitude das contrações depende da frequência dos potenciais de ação nas cristas das ondas lentas. ➔ Como a contração das fibras musculares lisas é lenta, ocorre somação temporal das contrações em resposta a um conjunto de potenciais de ação. ➔ O potencial de ação das fibras musculares lisas viscerais é muito mais lento que o das fibras musculares estriadas. ➔ Sua duração é de 10 a 20 ms e não apresenta overshoot. ➔ Na despolarização, temos ativação dos canais para Na + e Ca 2+ (canais lentos), dependentes de voltagem. ➔ Na repolarização, há redução das condutâncias a Na + e a Ca 2+ , além de aumento da condutância a K + (canais lentos). ➔ Entre os potenciais de ação, a tensão da fibra muscular não retorna à linha de base, havendo sempre uma contração mantida (tônus) 9 ➔ O sistema nervoso autônomo (SNA) e o sistema nervoso entérico (SNE) regulam a amplitude das ondas lentas e podem, também, alterar a frequência não só dessas ondas lentas, como ainda dos potenciais de ação que se dão nos picos de tais ondas . ➔ Portanto, a força contrátil e a frequência do REB são reguladas pelo SNA e pelo SNE. Em geral, estimulação noradrenérgica diminui a amplitude das contrações, podendo mesmo aboli las. ➔ A estimulação colinérgica aumenta tanto a amplitude das ondas lentas como a frequência dos potenciais de ação e, portanto, a força contrátil. Resumo Musculatura do TGI 1. Músculo liso visceral em todo o TGI com exceção da boca, faringe, terço superior do esôfago e esfíncter anal externo. 2. Musculatura lisa visceral unitária: sincício funcional e anatômico por transmissão elétrica da excitação via gap junctions (acoplamento elétrico entre as fibras). 3. Feixes ou faciae: centenas de fibras inervadas por um neurônio – unidade motora. 4. Contração fásica: rápida (s a min) – corpo do esôfago e estômago, antro gástrico e delgado. 5. Contração tônica: mantida (min a h) – fundo gástrico e esfíncteres (tônus). 6. Acoplamento excitação contração: via Ca2+ extracelular. 10 7. Ondas lentas: despolarizações, em fase com as contrações após o limiar contrátil da fibra. 8. REB (ritmo elétrico basal): determinado nas regiões de marca passo (fibras intersticiais de Cajal). 9. Potencial de membrana (Vm) das fibras musculares viscerais: instável. 10. Potenciais de ação: aparecem na crista das ondas lentas, quando é atingido o limiar elétrico; são lentos e sem overshoot. 11. Intensidade das contrações: proporcionais à amplitude das ondas lentas e à frequência dos potenciais de ação. 12. Tanto o SNE como o SNA regulam a amplitude das ondas lentas e a frequência dos potenciais de ação. 13. A estimulação colinérgica eleva a força contrátil; a noradrenérgica a diminui. 4- Descrever as secreções gastrointestinais e suas funções. (CCK, secretina, grelina, gastrina, motilina, leptina, somatostatina, peptídeo inibidor gástrico, enterogastrona, GLP 1 ). Onde ocorre, seu estímulo inicial, sua ação e o estímulo inibitório. HORMÔNIOS PARÁCRINOS E NEUROTRANSMISSORES DO SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório é regulado tanto por mecanismos neurais intrínsecos, como por mecanismos endócrinos e parácrinos intrínsecos 11 ➔ As funções do sistema digestório, além de serem reguladas de maneira autônoma pelo SNE, também o são por hormônios e parácrinos sintetizados no próprio TGI. ➔ Os mecanismos regulatórios extrínsecos e intrínsecos atuam em conjunto, coordenando as funções do sistema digestório. 12 ➔ Os neurócrinos (ou neurotransmissores) do sistema digestório são sintetizados nos corpos celulares dos neurônios pré sinápticos eferentes do SNA , e armazenados em vesículas, nos terminais pré sinápticos. ➔ Em resposta a uma estimulação, quando os potenciais de ação atingem os terminais pré-sinápticos, as vesículas sofrem exocitose na membrana e liberam o neurotransmissor na fenda sináptica. ➔ Os neurotransmissores difundem se na fenda e ligam se aos receptores específicos dos neurônios pós sinápticos, ativando canais iônicos, diretamente. ➔ via segundos mensageiros intracelulares, desencadeando os potenciais excitatórios ou inibitórios pós sinápticos. ➔ Os neurotransmissores das fibras pré sinápticas parassimpáticas eferentes do SNA para o sistema digestório são: acetilcolina, óxido nítrico ( NO), encefalinas e os peptídios gastrintestinais: peptídio vasoativo intestinal (VIP),substância P, neuropeptídio Y (NPY) e o peptídio liberador de gastrina (PLG) ou bombesina ➔ A acetilcolina é o neurotransmissor tanto das fibras pré , como das pós sinápticas eferentes parassimpáticas e das fibras do SNE. ➔ A norepinefrina é o neurotransmissor das fibras pós-sinápticas simpáticas eferente. 13 Neurotransmissores origens Ações Acetilcolina SNA parassimpático e SNE ➔ contração da musculatura lisa ➔ relaxamento do esfíncter pilórico ➔ Aumento das secreções : salivares , gástricas, biliar e enzimática do pâncreas ➔ aumento de fluxo sanguíneo do sistema digestório ➔ efeito trófico glandular Norepinefrina (NE) SNA simpático ➔ relaxamento da musculatura lisa ➔ contração do esfíncter pilórico ➔ efeito bifásico sobre a secreção salivar ➔ vasoconstrição e diminuição secundária das secreções ➔ efeito trófico sobre glândulas salivares Peptídeo vasoativo intestinal(VIP) SNA parassimpático, SNE ➔ Relaxamento da musculatura Hormônios secretados por células endócrinas do TGI: hormônios gastrintestinais ➔ Estes hormônios são peptídios sintetizados por células endócrinas isoladas ou agrupadas, que se distribuem na parede do TGI. ➔ As células endócrinas não são concentradas em glândulas. ➔ Os peptídios hormonais são levados, pela circulação porta, ao fígado e, posteriormente, pela circulação sistêmica, às células alvo, as quais têm receptores específicos para cada hormônio. ➔ As células alvo localizam-se no próprio sistema digestório. ➔ O peptídio inibidor gástrico (GIP) ou peptídio insulinotrópico dependente de glicose age, também, sobre as células β do pâncreas, promovendo a secreção de insulina. ➔ Os neuropeptídios que têm o status de hormônios gastrintestinais são: secretina, colecistocinina (CCK), gastrina, peptídio inibidor gástrico (GIP), motilina e somatostatina (esta age como hormônio e parácrino). ➔ A secretina e o GIP são polipeptídios estruturalmente similares ao glucagon, e fazem parte da sua família, denominada família da secretinaglucagon. A secretina ➔ foi o primeiro hormônio descrito. ➔ É sintetizada pelas células S da mucosa do delgado, mais abundantes no duodeno. 14 ➔ relaxamento do esfíncter esofágico inferior ➔ aumento da secreção pancreática Peptídeo liberador de gastrina (PLG) ou bombesina SNA parassimpático ( vago no estômago) Aumento da liberação da gastrina Encefalinas (opióides) SNA parassimpático, SNE contração da musculatura lisa do TGI Óxido nítrico SNA parassimpático, SNE relaxamento da musculatura Substância P SNA parassimpatico ➔ contração da musculatura lisa ➔ aumento da secreção salivar Neuropeptide Y (NPY) SNE relaxamento da musculatura lisa ➔ Sua secreção é estimulada, principalmente, em resposta ao pH ácido do quimo gástrico que alcança o duodeno. ➔ Suas ações são várias e sempre no sentido de neutralizar o quimo no delgado ; por isso, é chamada de antiácido fisiológico ➔ Suas ações são: (a) estimulação da secreção de HCO3 – pelas células dos ductos pancreáticos; (b) estimulação da secreção de HCO3 – pelas células dos ductos biliares; (c) inibição da secreção de HCl pelas células oxínticas gástricas; (d) inibição da secreção de gastrina pelas células gástricas do antro gástrico (células G ou secretoras de gastrina); (e) diminuição do efeito trófico da gastrina sobre a mucosa gástrica; (f) contração do piloro, diminuindo a velocidade de esvaziamento gástrico, (g) efeito trófico sobre o tecido exócrino do pâncrea O GIP (peptídio inibidor gástrico) ➔ é secretado por células endócrinas do duodeno e jejuno, em resposta à presença dos produtos da hidrólise dos três macronutrientes – proteínas, gorduras e carboidratos. Os aminoácidos arginina, histidina, leucina, lisina e outros, que não são potentes liberadores de CCK, estimulam a liberação do GIP. ➔ As mais importantes ações do GIP sobre o sistema digestório são: (a) decréscimo da velocidade de esvaziamento gástrico, por diminuição da motilidade gástrica, (b) redução da secreção de HCl gástrico. Entretanto, a principal ação fisiológica do GIP é a estimulação da secreção de insulina pelas células β das ilhotas pancreáticas, na presença de glicose no TGI. Uma carga oral de glicose é utilizada pelas células pancreáticas mais rapidamente que uma carga equivalente de glicose intravenosa, que só estimula a liberação de insulina por sua ação direta sobre as células β. A motilina ➔ é um peptídeo com 22 aminoácidos, não relacionados com as famílias secretina glucagon ou gastrina CCK. ➔ É secretada por células endócrinas do duodeno e jejuno e, como o nome indica, aumenta a motilidade do TGI. ➔ Esse peptídio é correlacionado com o complexo migratório mioelétrico (CMM); tal complexo consiste em surtos de intensa atividade elétrica e motora da musculatura lisa do estômago e delgado, que ocorre nos períodos interdigestivos, com periodicidade de 90 min. ➔ A secreção de motilina é realizada em fase com o CMM, entretanto não se conhece o estímulo que desencadeia sua secreção, a qual parece depender de uma via neural colinérgica excitatória. 15 A gastrina e a CCK f azem parte da mesma família hormonal – a família gastrina CCK. A gastrina ➔ é sintetizada e liberada, predominantemente, pelas células G localizadas na região antral do estômago e, em menor extensão, na mucosa duodenal. ➔ Os principais estímulos para a sua liberação são os produtos da digestão proteica, peptídios pequenos e aminoácidos; os mais potentes são a fenilalanina e o triptofano. ➔ A estimulação vagal também promove a secreção de gastrina pelas células G do antro, e o peptídio liberador de gastrina (PLG) é o neurotransmissor envolvido. ➔ Reflexos intramurais também estimulam a secreção das células G; aqui o neurotransmissor é a acetilcolina . ➔ A secreção de gastrina é altamente estimulada pelo quimo contido no estômago, tanto por processo químico como mecânico, por causa da distensão da parede gástrica. ➔ Outras substâncias que estimulam a secreção de gastrina são: Ca 2+ , café descafeinadoe vinho. ➔ O álcool p uro ou na mesma concentração encontrada no vinho não tem efeito direto sobre a liberação de gastrina, embora estimule as células oxínticas a liberarem HCl . ➔ A liberação de gastrina é inibida por valores de pH intragástrico menores que 3,0, o que representa um mecanismo de retroalimentação negativo, mediado pela somatostatina, impedindo que o pH intragástrico atinja valores muito baixos. ➔ As principais ações da gastrina são : (a) efeito trófico sobre a mucosa gástrica (b) estimulação das células parietais ou oxínticas a liberarem HCl. Há dois tipos de gastrina. ➔ O primeiro corresponde a um heptapeptídio, com 17 aminoácidos, conhecido como G17 ou gastrina pequena, secretado em resposta a uma refeição; corresponde a cerca de 90% da gastrina detectada no antro. ➔ O segundo tem 34 aminoácidos, denominado G34 ou gastrina grande , e é predominantemente secretado nos períodos interdigestivos. Constitui a forma principal de gastrina detectada no plasma durante o jejum. ➔ As duas gastrinas são moléculas com vias biossintéticas distintas, uma não sendo dímero ou originária da outra. A molécula da gastrina tem um tetrapeptídio no terminal C da molécula – o menor fragmento necessário para as suas ações fisiológicas – e dispõe, porém, de apenas 1/6 da atividade do polipeptídio total. ➔ Quando o aminoácido tirosina na posição 12 da gastrina pequena estiver sulfatado, a gastrina será do tipo I; caso contrário, do tipo II. Ambos os tipos ocorrem com igual frequência e são equipotentes. A CCK ➔ tem 33 aminoácidos estruturalmente relacionados com a molécula da gastrina. ➔ Os 5 últimos aminoácidos do terminal C são idênticos aos da gastrina. ➔ A CCK, como a gastrina, tem 4 aminoácidos necessários para a ação mínima da gastrina. 16 ➔ Por este motivo, a CCK tem alguma atividade similar à da gastrina. ➔ O hexapeptídio do terminal C da CCK é o menor fragmento para a atividade mínima do hormônio. ➔ A localização do aminoácido tirosina no terminal C é a característica que determina se o peptídio funciona como gastrina, estimulando a secreção de HCl pelas células oxínticas, ou como CCK, contraindo a vesícula biliar. ➔ O resíduo tirosina da gastrina localiza-se na posição 6 do terminal C, enquanto na CCK ele se situa na posição 7. ➔ Na molécula de CCK, este resíduo é sulfatado; a sulfatação é essencial para a ação fisiológica da CCK, que passa a agir como gastrina do tipo I. ➔ A CCK é secretada por células denominadas I, do delgado, em resposta à presença dos produtos da hidrólise lipídica e proteica neste local. ➔ Suas ações são: (a) estimulação da secreção enzimática das células acinares do pâncreas; (b) contração do piloro, que promove diminuição da velocidade de esvaziamento gástrico; (c) contração da musculatura lisa da vesícula biliar, que provoca secreção de bile para o duodeno; (d) relaxamento do esfíncter de Oddi, que propicia a liberação da bile vesicular para o duodeno Candidatos a hormônios ➔ Os candidatos a hormônios são peptídios liberados de células endócrinas do sistema digestório, que não preenchem os critérios necessários para serem considerados hormônios. ➔ São descritos dois peptídios gastrintestinais nestas condições: ● o polipeptídio pancreático (PP) e ● o enteroglucagon. ➔ A entero oxintina é também uma substância que poderia ser classificada como candidata a hormônio; sua ação tem sido descrita em cães. ➔ O polipeptídio pancreático tem 36 aminoácidos; é secretado pelo pâncreas em resposta aos produtos da hidrólise dos macronutrientes, predominantemente os produtos de hidrólise proteica. ➔ O PP inibe as secreções de enzimas e de HCO3 – do pâncreas. ➔ O enteroglucagon é encontrado no íleo, em resposta à presença de glicose e gordura. Sua ação não é conhecida. Vale citar que o glucagon produzido nas ilhotas pancreáticas tem efeitos sobre o sistema digestório similares aos da secretina (como inibição da secreção ácida gástrica e elevação do fluxo nos ductos biliares), entretanto estes efeitos não são observados em concentrações fisiológicas do hormônio. 17 ➔ A entero oxintina, que parece ser liberada no delgado proximal, estimula a secreção ácida gástrica. Parácrinos gastrintestinais ➔ Os parácrinos são sintetizados por células endócrinas localizadas próximas das células alvo, alcançadas por difusão através do fluido intersticial ou pela circulação capilar. ➔ Os dois parácrinos importantes no sistema digestório são: histamina e somatostatina . A histamina ➔ é secretada por células enterocromafins do estômago, principalmente na região oxíntica. ➔ As células parietais têm receptores, nomeados H2, para este parácrino. ➔ A histamina estimula a secreção de HCl. A somatostatina ➔ é sintetizada por células, denominadas D, tanto da mucosa gástrica como do delgado. ➔ No estômago, ela inibe a secreção de HCl pelas células oxínticas, as quais têm receptores específicos para este parácrino. ➔ A somatostatina é liberada quando a concentração hidrogeniônica do lúmen gástrico é elevada, correspondendo a valores de pH menores que 3,0 ➔ Ela inibe diretamente as células G antrais, secretoras de gastrina ➔ . A estimulação vagal colinérgica inibe as células secretoras de somatostatina, liberando as células G da sua ação inibitória sobre a secreção de gastrina. ➔ A somatostatina age, também, como parácrino sobre as ilhotas do pâncreas, inibindo a secreção de insulina e de glucagon. ➔ A somatostatina foi isolada, primeiramente, do hipotálamo, no qual ela age como fator inibidor da liberação do hormônio de crescimento (GHRIF). ➔ De um modo geral, a somatostatina inibe a liberação de todos os hormônios peptídicos. 18 19 hormônios famílias hormonais locais de liberação estímulo para secreção ações Gastrina gastrina- CCk Células G antrais e duodenais peptídeos, aminoácidos PLG, acetilcolina, distensão gástrica ● efeito trófico,mucosa antral ● estimulação das células parietais com liberação de HCL CCK Gastrina-CCK Células I do duodeno e jejuno proximal produtos da hidrólise lipídicas e proteica ● Estimulação da secreção de enzimas pancreáticas ● contração da vesícula biliar ● Relaxamento do esfíncter de Oddi ● diminuição da velocidade de esvaziamento 20 gástrico ● efeito trófico no pâncreas exócrino ● potencialização do efeito da secretina Secretina secretina-gluca gon celulas S do duodeno e jejuno proximal PH acido ● Estimulação da secreção de HCO-3 dos ductos pancreáticos e biliares ● inibição das células parietais e G ● inibição do efeito trófico da gastrina ● diminuição da velocidade de esvaziamento gástrico ● efeito trófico no pâncreas exócrino ● potencialização do efeito da CCK 5- Explicar o mecanismo da defecação e do vômito, explicando o peristaltismo, motilidade, deglutição, gastrocólico, etc. e 3 DEGLUTIÇÃO A deglutição é um ato parcialmente voluntário e parcialmente reflexo, coordenado pelo SNC e pelo SNE, ocorrendo em frações de segundo . ➔ A deglutição é simplesmente a passagem do bolo alimentar da boca para o estômago, através do esôfago. ➔ Trata-se de um ato parcialmente voluntário e parcialmente reflexo, que ocorre em frações de segundo. ➔ O esôfago é um tubo muscular, com cerca de 15 cm de comprimento, que se estende da orofaringe até o estômago, atravessando o tórax e penetrando no abdome pelo hiato diafragmático. ➔ No seu terço superior ou proximal, a musculatura é estriada, havendo, logo abaixo desta região, uma transição entre musculatura estriada e lisa, que se transforma em lisa ao longo dos restantes dois terços distais do esôfago. ➔ Na porção superior, do esôfago comunicar com a orofaringe, pelo e sfíncter esofágico superior (EES) ou cricofaríngeo, um espessamento da musculatura estriada do músculo de mesmo nome. ➔ Na porção inferior, subdiafragmática, o esôfago se comunica com o estômago através do esfíncter esofágico inferior (EEI), cuja musculatura é lisa. ➔ O EES é considerado um esfíncter anatômico e fisiológico , enquanto o EEI , um esfíncter fisiológico, ou seja, apenas um pequeno anel da musculatura, de 1 a 2 cm de comprimento, com pressão aumentada. ➔ Nos períodos inter digestivos, o esôfago é flácido e a pressão interna na sua porção torácica é igual à torácica (i. e., subatmosférica), com exceção da região do EES, apresentando pequenas variações em fase com os movimentos respiratórios. ➔ A pressão no EES é de cerca de 40 mmHg superior àquela no esôfago torácico e a do EEI, aproximadamente 30 mmHg superior. ➔ Como as pressões de repouso dos dois esfíncteres são superiores à pressão no esôfago torácico durante os períodos inter digestivos, os esfíncteres funcionam 21 como barreira, prevenindo, na porção cefálica, a entrada de ar para o interior do esôfago e, na porção distal, o refluxo gástrico . ➔ Tal prevenção evita desconforto intraesofágico e esofagite, respectivamente nas porções proximais e distais do esôfago. ➔ Assim, este órgão, além de servir de conduto para o bolo alimentar na sua progressão da cavidade oral para o estômago, durante o processo de deglutição, funciona como uma barreira nos períodos inter digestivos. ➔ A fase reflexa da deglutição é coordenada pelo centro da deglutição, l ocalizado no bulbo e porção posterior da ponte, no tronco cerebral. ➔ Esta fase compreende uma sequência ordenada de eventos, que propele o bolo alimentar da orofaringe ao estômago, com inibição da respiração, o que previne a entrada de alimentos para a traqueia. ➔ As vias sensoriais aferentes para o reflexo partem de receptores tácteis (somatossensoriais, situados na orofaringe) e alcançam o centro da deglutição principalmente pelos nervos vago e glossofaríngeo . ➔ As vias eferentes para a musculatura estriada da orofaringe e do esôfago proximal são fibras vagais motoras e, para o restante do esôfago, fibras vagais viscerais. ➔ Costuma-se analisar o processo da deglutição em fases. ● a fase oral (voluntária), a faríngea e a esofágica (reflexas). A fase oral é voluntária e se inicia com a ingestão do alimento. Pressionar o bolo alimentar pela ponta da língua contra o palato duro e ele é propelido, também pela língua, em direção à orofaringe contra o palato mole. Nesta região, tal bolo estimula receptores somatossensoriais da orofaringe e começa ● a fase faríngea da deglutição. A fase faríngea é totalmente reflexa. A sequência de eventos ocorre em menos de 1 s. (a) Elevação do palato mole em direção à nasofaringe; as dobras palatofaríngeas impedem a entrada alimentar na nasofaringe. (b) As cordas vocais da laringe mantêm-se juntas, o que eleva a epiglote, ocluindo a abertura da laringe, prevenindo assim a entrada de alimento para a traqueia. (c) Simultaneamente, a respiração se inibe e o bolo alimentar é propelido ao longo da faringe por uma onda peristáltica iniciada nos músculos constritores superiores, que se propaga para os constritores médios e inferiores da faringe. (d) À frente desta onda peristáltica, o EES relaxa se, permitindo que o bolo entre no esôfago. Como já dito, todas estas fases duram menos de 1 s. 22 ➔ Após a passagem do bolo alimentar para o esôfago, o EES contrai se e começa a fase esofágica da deglutição. ➔ Inicia-se uma onda peristáltica primária, que percorre o esôfago, relaxando o EEI à sua frente, permitindo a passagem do bolo para o estômago. ➔ Esta é a onda peristáltica primária, que percorre o esôfago com uma velocidade de 1 a 3 cm/s, levando cerca de 5 a 10 s para atingir o EEI e propelindo o bolo alimentar à sua frente; ela é regulada pelo centro da deglutição e por reflexos intramurais. ➔ Caso tal onda não consiga esvaziar completamente o esôfago, surge uma onda peristáltica secundária, em resposta à distensão da parede do esôfago, que se propaga da região distendida para as regiões mais distais do esôfago;esta segunda onda é totalmente coordenada pelo SNE da parede do esôfago. ➔ Simultaneamente ao relaxamento do EEI, a porção proximal do estômago (denominada fundo) também relaxa, permitindo que o bolo alimentar penetre no estômago. ➔ Este relaxamento do fundo gástrico, que persiste durante a deglutição, é designado relaxamento receptivo; tal relaxamento permite a acomodação do bolo alimentar no estômago sem elevar a pressão intragástrica. A regulação neural da deglutição é efetuada pelo centro da deglutição no tronco cerebral e depende da integridade do SNE do esôfago . ➔ Impulsos aferentes se originam do esôfago e atingem o centro de deglutição, principalmente pelos nervos vago e glossofaríngeo. ➔ O centro da deglutição localiza-se no bulbo e porção inferior da ponte, no tronco cerebral; tem três núcleos: não vagal, ambíguo e motor dorsal do vago. ➔ Destes núcleos, partem os nervos motores eferentes para o esôfago, inervando a musculatura estriada, via fibras vagais somáticas, e a musculatura lisa e seus plexos intramurais, via fibras vagais viscerais. 23 ➔ Os plexos intramurais intercomunicam se, coordenando a atividade motora do esôfago. ➔ Fibras eferentes para a faringe e o esôfago têm origem nos núcleos dos nervos facial, hipoglosso e trigêmeo . ➔ A contração tônica do EEI é regulada pelos nervos vagos e por fibras simpáticas. ➔ A inervação vagal excitatória é efetuada por fibras colinérgicas, e a inibitória, por fibras vipérgicas ou tendo o óxido nítrico como neurotransmissor. ➔ Assim, quando a onda peristáltica atinge o EEI, este se relaxa por estimulação das fibras vagais inibitórias (FVI), que disparam potenciais de ação com frequência aumentada. Simultaneamente, as fibras vagais excitatórias (FVE) colinérgicas estão quiescentes . 24 Motilidade gástrica ➔ O estômago armazena, mistura e tritura o alimento, propelindo o lentamente para o duodeno, através do esfíncter pilórico. ➔ A velocidade de esvaziamento gástrico é regulada por mecanismos neuro hormonais, envolvendo a região antropilórica e o duodeno O padrão motor do estômago varia nas suas diferentes regiões. ➔ Durante o processo da deglutição, à frente da onda peristáltica que percorre o esôfago e relaxa o EEI, a musculatura do fundo e da porção proximal do corpo relaxa. ➔ Este processo denomina-se relaxamento receptivo e pode ser abolido experimentalmente por vagotomia bilateral (secção dos vagos). ➔ O relaxamento receptivo é um reflexo longo vagovagal. ➔ As fibras eferentes vagais deste reflexo são inibitórias vipérgicas. ➔ Como a musculatura do fundo gástrico está relaxada durante o processo da deglutição, o alimento acomoda se neste local, sem elevar a pressão intragástrica; além disso, como a musculatura desta região é menos densa do que a do restante do estômago, suas contrações são relativamente fracas. ➔ Por este motivo, 1 a 1,5 ℓ de alimento se acomoda no fundo gástrico, por 1 a 2 h, sem sofrer ação de mistura. Esta é a fase de armazenamento gástrico. 25 Materiais não esvaziados do estômago durante o período digestivo são propelidos para o delgado, por ondas peristálticas do complexo migratório mioelétrico (CMM), nos períodos inter digestivos, que efetuam a faxina gástrica. Nos períodos inter digestivos, durante 1 a 2 h, a musculatura gástrica é quiescente. Após este tempo, ocorre intensa atividade elétrica e contrátil, que se propaga da região média do corpo do estômago até o duodeno. Esta intensa atividade elétrica e motora peristáltica, denominada complexo migratório mioelétrico (CMM) , dura cerca de 10 min, ocorrendo periodicamente a cada 90 min, e, literalmente, empurra qualquer material que não tenha deixado o estômago durante o processo digestivo normal. A função dessa atividade é, portanto, de faxina O quimo permanece no estômago entre 2 e 3 h, dependendo da natureza química da ingesta. Gorduras são os últimos nutrientes a serem esvaziados, seguidos de proteínas. Carboidratos esvaziam-se mais rapidamente, e soluções salinas isotônicas o fazem mais rapidamente do que as hipo e hipertônicas. O epitélio do estômago é do tipo tight, ou seja, relativamente pouco permeável pela via intercelular, ao contrário do epitélio do delgado . O álcool pode ser absorvido através da mucosa gástrica , principalmente por via transcelular , uma vez que ele aumenta a fluidez das bicamadas lipídicas das membranas celulares. Substâncias que não foram digeridas no estômago, como pedaços de ossos ou outros objetos estranhos, deixam o estômago apenas nos períodos interdigestivos, por ação do CMM. O estômago é ricamente inervado, tanto pelo SNA como pelo SNE ➔ No estômago, há fibras vagais colinérgicas eferentes , excitatórias, que elevam tanto a motilidade como as secreções gástricas. ➔ As fibras vagais vipérgicas e liberadoras de óxido nítrico são inibitórias, reduzindo a motilidade gástrica. ➔ Há, também, fibras vagais secretoras, cujo neurotransmissor é o peptídio l iberador de gastrina (PLG) ou bombesina, que estimula as células produtoras de gastrina, localizadas no antro. ➔ As fibras eferentes noradrenérgicas para o estômago partem do gânglio celíaco e induzem diminuição das contrações e das secreções gástricas. ➔ Além da regulação efetuada pelo SNA, o estômago tem o SNE bastante desenvolvido, o qual participa também da regulação da motilidade e das secreções gástricas. ➔ As fibras sensoriais são aferentes originadas em receptores sensoriais da parede gástrica e são estimuladas pela chegada do alimento. ➔ Estes receptores são presso, químio ou osmorreceptores, sendo estimulados, respectivamente, pela distensão da parede do estômago ou aumento da pressão intragástrica, pela composição química e pela tonicidade do quimo. ➔ Há, também, receptores para dor. ➔ O esfíncter pilórico é densamente inervado por fibras parassimpáticas e simpáticas eferentes . ➔ Existem fibras vagais excitatórias colinérgicas e inibitórias vipérgicas ou mediadas pelo óxido nítrico ou metaencefalina. 26 ➔ No piloro, ao contrário do que acontece como restante da musculatura do TGI, as f ibras simpáticas eferentes noradrenérgicas são estimulatória s, contraindo e fechando o piloro. ➔ As ondas lentas subliminares gástricas têm aspecto de um potencial de ação cardíaco ventricular de menor amplitude. ➔ Há rápida despolarização, seguida de rápida repolarização e de um platô, com duração de até 100 ms, após o qual ocorre repolarização lenta. ➔ Em fase com a onda lenta, há contração ou desenvolvimento de tensão ➔ Se o potencial limiar ou elétrico é atingido, ocorrem potenciais de ação nas cristas das ondas lentas, o que eleva a força contrátil. ➔ Os principais agonistas para a gênese dos potenciais de ação gástricos são acetilcolina e gastrina , que elevam a amplitude das ondas lentas, a frequência de potenciais de ação e a força contrátil. ➔ Norepinefrina e neurotensina diminuem não só a amplitude das ondas lentas como também a frequência dos potenciais de ação . ➔ Na região fúndica, a atividade elétrica é baixa, com ausência de ondas lentas. ➔ No corpo proximal, aparecem ondas lentas, de pequenas amplitudes, que aumentam em direção ao antro, onde começam a surgir os potenciais de ação. ➔ A atividade do piloro é intensa e a do bulbo duodenal, irregular, porque é afetada pelos dois REB – do estômago (3 ondas/min) e do duodeno (12 ondas/min). ➔ As contrações do antro e do duodeno são, porém, coordenadas O esvaziamento gástrico é altamente regulado por mecanismos neuro hormonais enterogástricos, propiciando condições para o processamento do quimo pelo delgado. ➔ A regulação da velocidade de esvaziamento gástrico é exercida pela região antropilórica e pelo duodeno, em um processo duodenogástrico, altamente regulado por mecanismos neuroendócrinos que atuam nestas duas regiões. ➔ O esfíncter pilórico tem duas funções fundamentais: (1) Funciona como barreira entre estômago e duodeno nos períodos interdigestivos, quando está contraído, evitando a regurgitação do conteúdo alcalino do duodeno para o estômago, e a do conteúdo ácido no sentido oposto. A mucosa gástrica é muito resistente a ácido mas não à bile, enquanto a duodenal pode sofrer danos por ácido. (2) Regula a velocidade de esvaziamento gástrico de acordo com a capacidade do duodeno de processar o quimo. A atividade motora do piloro, além de ser coordenada pelo SNA, é também regulada pelos seguintes hormônios gastrintestinais: gastrina (G) – secretada por células G antrais, secretina (S), colecistocinina (CCK), peptídio inibidor gástrico (GIP) e enterogastrona (sintetizada em locais ainda não determinados ). Todos estes hormônios contraem o piloro , assim como os neurotransmissores acetilcolina (ACh) e norepinefrina (NE) . ➔ A mucosa do delgado tem químio, mecano e osmorreceptores que, quando estimulados pela chegada do quimo gástrico ao duodeno, enviam impulsos aferentes para o SNC. ➔ As respostas eferentes são conduzidas por fibras vagais e simpáticas, que afetam a resposta motora do antro e do piloro. 27 ➔ Por outro lado, o quimo estimula células endócrinas da parede duodenal e jejunal, ocorrendo liberação de hormônios gastrintestinais que também afetam a motilidade antropilórica. ➔ O pH, a tonicidade e a composição do quimo gástrico que atinge o duodeno desencadeiam mecanismos neurais e hormonais que, por retroalimentação negativa, regulam a motilidade do piloro e a velocidade de esvaziamento gástrico. ➔ O quimo proveniente do estômago tem pH ácido, é hipertônico em relação ao plasma e contém produtos da hidrólise lipídica e proteica, além de carboidratos já parcialmente digeridos. ➔ Quando o quimo atinge o duodeno, estimula químio e osmorreceptores duodenais, que enviam impulsos sensoriais aferentes para o SNC. ➔ Vejamos, primeiro, quais são as respostas neurais. ➔ As respostas neurais parassimpáticas eferentes são: i nibição das vias parassimpáticas vagais vipérgicas e estimulação das vias colinérgicas, resultando na contração do piloro . ➔ As vias simpáticas noradrenérgicas são estimuladas e induzem contração do piloro, o que diminui a velocidade de esvaziamento gástrico . ➔ A pergunta pertinente é: até quando o piloro fica contraído? E a resposta: até o quimo poder ser processado pelo delgado. Isto é, até que o pH do quimo seja tamponado, os produtos da hidrólise proteica e lipídica sejam hidrolisados e que ele se torne isotônico em relação ao plasma. O pH ácido do quimo no duodeno estimula a secreção de secretina, que, além de contrair o piloro retardando o esvaziamento gástrico, provoca a secreção alcalina do pâncreas, tamponando o HCl. Os produtos da hidrólise lipídica estimulam a secreção de CCK, que não só contrai o piloro, retardando o esvaziamento gástrico, como também estimula a secreção enzimática do pâncreas, diminuindo a tonicidade do quimo no delgado . ➔ Os produtos da hidrólise dos lipídios, já parcialmente digeridos no estômago, são o principal mecanismo para a estimulação de dois tipos de células endócrinas do delgado : células produtoras do GIP (peptídio inibidor gástrico ou peptídio insulinotrópico dependente de glicose) e células I, secretoras da CCK ➔ . Estas duas substâncias contraem diretamente o piloro e retardam o esvaziamento gástrico. ➔ A CCK, além da ação motora, é um hormônio gastrintestinal que tem dois efeitos: (a) estimula as células acinares do pâncreas a secretarem enzimas, que são lançadas no duodeno, hidrolisando lipídios, carboidratos e proteínas no delgado, e (b) é o principal estimulador da contração da vesícula biliar e também relaxa o esfíncter de Oddi, permitindo que a bile seja lançada no duodeno juntamente com a secreção pancreática, pelo ducto biliar comum. A bile atua como detergente sobre as gorduras, facilitando a ação das enzimas lipolíticas pancreáticas. Assim, a digestão dos nutrientes orgânicos se processa, 28 originando moléculas que são absorvidas pelo delgado, diminuindo a tonicidade do quimo. ➔ Os produtos da hidrólise proteica estimulam a secreção de gastrina , a qual contrai o piloro e retarda o esvaziamento gástrico. A secreção degastrina duodenal é estimulada por aminoácidos e oligopeptídios. ➔ Os produtos da hidrólise lipídica e de carboidratos estimulam a liberação endócrina do GIP, também denominado peptídio insulinotrópico dependente de glicose, que contrai o piloro e retarda o esvaziamento gástrico. A isotonicidade do quimo no delgado é alcançada por processos neuro hormonais. ➔ O quimo gástrico que chega ao duodeno, após uma refeição balanceada, é hipertônico em relação ao plasma, devido à presença dos produtos intermediários da hidrólise proteica, lipídica e de carboidratos. ➔ No delgado, há osmorreceptores que enviam impulsos aferentes para o SNC, induzindo respostas eferentes vagal colinérgica e simpática; estas contraem o piloro, o que retarda a velocidade de esvaziamento gástrico, até o quimo no duodeno se tornar isotônico relativamente ao compartimento intersticial vascular. ➔ A isotonicidade é alcançada por secreção de água do compartimento intersticialvascular para o lúmen intestinal. ➔ Simultaneamente, os mecanismos neuro hormonais regulatórios estimulam as secreções pancreática e biliar, que são lançadas no duodeno. ➔ Estas secreções são isotônicas com o plasma. ➔ Os osmorreceptores duodenais estimulados também atuam na secreção hormonal de uma enterogastrona, cuja identidade química não foi ainda determinada, e que parece participar da regulação da tonicidade do quimo no delgado. Vômito O vômito é um mecanismo de defesa do TGI contra agentes nocivos, mas pode ser desencadeado por mecanismos neuro hormonais cujas vias aferentes localizam se fora do sistema digestório . ➔ O vômito consiste na expulsão do conteúdo gastrintestinal para o exterior, através da cavidade oral. ➔ Ele é desencadeado por estimulação do sistema digestório por agentes tóxicos e infecciosos, assim como pelo estímulo de diversos tipos de receptores sensoriais do organismo . ➔ Precedeu uma descarga do SNA , caracterizada por sudorese, taquipneia, taquicardia, dilatação pupilar (midríase), intensa salivação, sensação de desmaio, palidez por queda de pressão arterial, náuseas (nem sempre presentes) e ânsias. ➔ As ânsias se desencadeiam por peristalse reversa , que se inicia nas porções distais do intestino (em geral, no jejuno) e que propele o conteúdo intestinal para o estômago, por relaxamento do piloro. ➔ Fortes contrações antrais impulsionam o conteúdo gástrico para o esôfago, através do esfíncter esofágico inferior relaxado . ➔ As ânsias se acompanham de profunda inspiração, com diminuição da pressão intratorácica, e de intensas contrações da musculatura abdominal, com subida da pressão no abdome. 29 ➔ É gerado, assim, um gradiente de pressão entre abdome e tórax, favorável à propulsão do conteúdo gastrintestinal para o esôfago. ➔ Durante as ânsias, pode ocorrer passagem da porção subdiafragmática do esôfago e da porção proximal do estômago para o tórax, através do hiato diafragmático. ➔ Como o esfíncter esofágico superior fica contraído durante as ânsias, o conteúdo gastrintestinal retorna ao estômago . ➔ Os ciclos de ânsias repetem-se, acentuando a intensidade das contrações abdominais e torácicas. ➔ Uma inspiração profunda, com glote fechada e diafragma elevado, aumenta a pressão intratorácica, forçando o relaxamento do esfíncter esofágico superior e a expulsão do conteúdo gastrintestinal para o exterior. ➔ Durante essa expulsão, a glote fechada impede a entrada do vômito para a traqueia e inibe a respiração. ➔ O vômito e as ânsias são regulados por centros distintos no SNC . ➔ As vias sensoriais aferentes que enviam impulsos para os denominados centros do vômito e das ânsias, localizados no bulbo, originam-se em receptores sensoriais de diferentes naturezas e localizações. ➔ Esses receptores podem ser: visuais, olfatórios, auditivos (do labirinto), táteis (da orofaringe), além de mecano e quimiorreceptores da parede do TGI. ➔ Os estímulos de centros nervosos superiores alcançam o centro do vômito e o das ânsias através de uma zona quimiorreceptora no assoalho do 4 o ventrículo, no SNC . ➔ Os estímulos psíquicos, como a lembrança de algo desagradável e o medo, podem estimular o vômito. ➔ Dor intensa, principalmente no trato geniturinário, também é estimuladora do vômito. ➔ Os estímulos eferentes dos centros do vômito e das ânsias são conduzidos, por diferentes nervos, não só para as musculaturas do TGI como também para os músculos respiratórios e abdominais. ➔ Os dois centros – o das ânsias e o do vômito – são independentes , pois podem ser estimulados de modo individual, isto é, há possibilidade de se induzir o vômito, não precedido de ânsia, ou de ocorrerem apenas as ânsias, não seguidas do vômito ➔ Eméticos são fármacos estimuladores do vômito, podendo agir diretamente na zona quimiorreceptora cerebral (p. ex., a apomorfina) ou de modo indireto em receptores do sistema digestório. MOTILIDADE DO INTESTINO DELGADO Os padrões motores do delgado são, fundamentalmente, de mistura do quimo com as secreções e renovação do seu contato com a mucosa, otimizando a digestão e a absorção dos nutrientes. A propulsão se dá por peristalses curtas e pelo gradiente decrescente de pressão intraluminal no sentido cefalocaudal. ➔ A digestão e a absorção dos alimentos ocorrem, predominantemente, no duodeno e no jejuno proximal. ➔ O quimo permanece no delgado cerca de 2 a 4 h. ➔ A motilidade do delgado atende a três funções: (a) mistura do quimo com as secreções, principalmente no duodeno, onde são lançadas as secreções pancreática e biliar, otimizando os processos de digestão; 30 (b) renovação do contato do quimo com a mucosa intestinal, que otimiza os processos absortivos; e (c) propulsão do quimo no sentido cefalocaudal, em direção ao cólon, que ocorre por dois processos: peristalses curtas, de 10 a 12 cm de comprimento, e gradiente de pressão luminal decrescente no sentido cefalocaudal. ➔ As segmentações são o padrão motor mais comumente observado no delgado. ➔ Correspondem a anéis que contraem a musculatura circular, dividindo o quimo em segmentos ovais. ➔ São eventoslocais, que envolvem apenas 1 a 4 cm do delgado e ocorrem a intervalos de 5 s. ➔ Estas contrações alternam-se e são os principais movimentos de mistura e de renovação do quimo com a mucosa intestinal. ➔ As segmentações dividem o quimo em porções ovais com alternâncias dos locais de contração. ➔ Os movimentos segmentares são muito mais efetivos no processo de mistura do quimo do que na sua propulsão. ➔ A taxa de propulsão no delgado é baixa , permitindo que os processos de digestão e de absorção possam se dar eficientemente. ➔ É possível as segmentações serem propulsivas, quando elas acontecem em áreas adjacentes de maneira sequencial no sentido cefalocaudal. ➔ Como o REB no delgado decresce no sentido cefalocaudal (sendo de 12 a 13/min no duodeno, de 10 a 11/min no jejuno e de 8 a 9/min no íleo), é gerado um gradiente de pressão intraluminal decrescente no mesmo sentido, facilitando a progressão do quimo. ➔ Ocorrem no delgado, também, peristalsis curtas, que percorrem pequenas extensões do seu comprimento, não superiores a 10 a 12 cm. ➔ Em condições normais, não há peristalse percorrendo todo o delgado. ➔ A muscular da mucosa contrai-se de maneira irregular, com uma frequência de 3 vezes/min. ➔ Estas contrações alteram as dobras da mucosa e misturam também o quimo no delgado, renovando o seu contato com a mucosa. ➔ No delgado, também ocorrem contrações irregulares das vilosidades intestinais, principalmente no jejuno, o que facilita, em especial, a absorção das gorduras, porque aumenta o fluxo linfático por esvaziamento do capilar lácteo. Nos períodos interdigestivos, ocorre CMM, em fase com a elevação da motilina plasmática, com função de faxina e de prevenção da migração bacteriana para porções proximais do delgado. ➔ Nos períodos interdigestivos, ocorre CMM, que se inicia no estômago e percorre todo o delgado. ➔ A atividade contrátil propaga-se do antro gástrico para o delgado; note que após alimentação a atividade motora passa de intermitente a contínua. ➔ A gênese do CMM ainda é pouco compreendida. 31 ➔ Alguns autores sugeriram que ele fosse mediado pelo vago, pois, em cão, o resfriamento dos vagos cervicais abole o CMM no estômago, mas não o afeta no delgado. ➔ Experimentos indicam um papel da motilina, hormônio do sistema digestório, sobre o CMM, mostrando que o nível plasmático dela aumenta em fase com as contrações . ➔ Ainda não está esclarecido qual o sinal regulador da secreção cíclica da motilina. ➔ O CMM no delgado, além da função de faxina (como acontece no estômago) que propele para o cólon algum resíduo do quimo não devidamente digerido e/ou absorvido, também previne a migração bacteriana do ceco às porções proximais do delgado. As ondas lentas e os potenciais de ação no delgado. ➔ A ocorrência das ondas lentas depende das propriedades intrínsecas da muscular externa do TGI. ➔ Essas ondas, como já nos referimos, dependem das flutuações rítmicas, espontâneas, do potencial de membrana das fibras musculares lisas. ➔ São despolarizações e repolarizações cíclicas de, aproximadamente, 5 a 15 mV. ➔ A frequência de tais ondas determina o REB nas várias porções do TGI. ➔ Esta frequência pode ser modulada pelo SNA ou pelo SNE. ➔ No delgado, o REB decresce no sentido cefalocaudal. ➔ Assim, em cada segmento do delgado, a frequência das ondas lentas é constante, embora elas não ocorram simultaneamente em todos os segmentos. ➔ Essas ondas, no delgado, não induzem contrações. ➔ Elas só são iniciadas em resposta aos potenciais de ação que surgem na fase de despolarização das ondas lentas. ➔ Portanto, quando os potenciais de ação aparecem, o delgado se contrai. ➔ Por este motivo, a frequência das ondas lentas estabelece a frequência das contrações nos diferentes segmentos do delgado. ➔ O músculo relaxa na fase de repolarização das ondas lentas. ➔ Nem todas as ondas lentas, porém, se acompanham de potenciais de ação e, portanto, de contrações. ➔ A ocorrência dos potenciais de ação depende da excitabilidade da fibra muscular regulada tanto pelo SNE como pelo SNA e , também, por d iversos hormônios circulantes. A regulação neural da motilidade do delgado e do esfíncter ileocecal. ➔ A motilidade do delgado é regulada não só pelo SNE como também pelo SNA . ➔ O parassimpático eferente para o delgado é fundamentalmente colinérgico e estimulador da motilidade. ➔ O simpático eferente é noradrenérgico e inibidor da motilidade ; as fibras partem dos plexos celíaco e mesentérico superior. ➔ Tanto o parassimpático como o simpático agem via plexos intramurais. ➔ O esfíncter ileocecal delimita o íleo do ceco, a porção inicial do cólon. ➔ Este esfíncter normalmente está fechado. ➔ Entretanto, à frente de peristalsis curtas do íleo, o esfíncter ileocecal relaxa, permitindo que pequenas quantidades do quimo sejam literalmente esguichadas para o ceco. 32 ➔ A passagem do quimo ileal ao ceco é relativamente lenta, permitindo ao cólon proximal absorver adequadamente água e eletrólitos. ➔ A regulação deste esfíncter é efetuada tanto pelo SNE como pelos nervos extrínsecos do SNA, sendo, também, modulada por hormônios. ➔ A muscular da mucosa é regulada pelo SNA simpático noradrenérgico, q ue age estimulando sua motilidade, e as vilosidades do delgado parecem ser reguladas pela motilina . Os reflexos intestinais do delgado: peristáltico, intestinointestinais e gastroileal. ➔ O reflexo peristáltico ocorre quando o intestino contrai em resposta à presença do quimo no seu interior, por distensão de sua parede. ➔ À frente desta contração, na porção distal (ou caudal) do intestino a musculatura relaxa, como já descrito. ➔ O reflexo peristáltico está sob controle estrito do SNE e depende da integridade dos gânglios intramurais. ➔ É conhecido como lei do intestino. ➔ O reflexo intestinointestinal acontece quando há distensão de uma região extensa do intestino: Esta região contrai-se e a musculatura do restante do intestino fica inibida ou relaxada. Trata-se de um reflexo
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