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Veterinária Fisiologia Rebeca Rebeca Woset TRATO GASTROINTESTINAL PREGULAÇÃO DAS FUNÇÕES GASTROINTESTINAIS O trato gastrointestinal, ou canal alimentar, fornece ao corpo nutrientes, eletrólitos e água ao desempenhar cinco funções: motilidade, secreção, digestão, absorção e armazenamento. O sistema de controle neuronal intrínseco do trato gastrointestinal é o sistema nervoso entérico. O sistema de controle hormonal intrínseco do trato gastrointestinal consiste em cinco hormônios incluindo secretina, gastrina, colecistocinina, polipeptídio inibidor gástrico e motilina. O sistema de controle neuronal extrínseco do trato gastrointestinal é composto por dois nervos: o vago e o esplâncnico. O sistema de controle hormonal extrínseco do trato gastrointestinal limita- se a um hormônio: a aldosterona. O Plexo submucoso controla secreção. O plexo mientérico controla motilidade. Cinco funções por intermédio de dois sistemas de controle, o intrínseco e o extrínseco. Os elementos do sistema de controle intrínseco localizam-se entre as diferentes camadas do trato gastrointestinal, ao passo que o sistema de controle extrínseco reside na parte externa da parede do trato GI. SISTEMAS DE CONTROLE INTRÍNSECO E EXTRÍNSECO REGULAM DIVERSAS FUNÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL O sistema de controle intrínseco possui dois componentes: o sistema nervoso entérico (SNE) e os hormônios intestinais, que incluem gastrina, peptídio inibitório gástrico (PIG), colecistocinina (CCK), secretina e motilina. Os elementos do sistema de controle extrínseco que regulam as funções viscerais consistem nos nervos vago e esplâncnico e no hormônio aldosterona. As secreções dos sistemas de controle intrínseco e extrínseco do trato gastrointestinal são de natureza regulatória e não digestória. Isto é, regulam a atividade de células e tecidos do trato GI, mas não são secretadas no lúmen intestinal. Atingem seus tecidos-alvo por três vias diferentes. Secreções endócrinas são depositadas próximo aos vasos sanguíneos e, então, as células sanguíneas transportam as secreções para os seus tecidos-alvo. Parácrina se refere a peptídios secretados de células com difusão subsequente através do espaço intersticial para entrar em contato com outras células e estimulá-las. Secreções autócrinas de determinada célula modificam ou regulam funções da mesma célula. Neurócrina refere-se à secreção por neurônios entéricos de neuromoduladores ou peptídios reguladores que atuam nas células musculares, glândulas ou vasos sanguíneos próximos. O SISTEMA DE CONTROLE NEURONAL INTRÍNSECO DO TRATO GASTROINTESTINAL É O SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO Em geral, os neurônios entéricos consistem em neurônios sensoriais (aferentes), interneurônios e neurônios motores (eferentes). O estímulo sensorial vem dos mecanorreceptores dentro das camadas musculares e de quimiorreceptores dentro da mucosa. Mecanorreceptores monitoram a distensão da parede visceral, enquanto quimiorreceptores na mucosa monitoram as condições químicas no lúmen intestinal. Os neurônios eferentes do SNE podem ser estimulantes ou inibitórios. Veterinária Fisiologia Rebeca Rebeca Woset TRATO GASTROINTESTINAL Os neurônios entéricos liberam seus neurotransmissores a partir de varicosidades, isso permite que esses neurônios ativem uma área mais ampla nas proximidades do axônio em comparação à maior parte dos outros tipos de neurônios, que liberam seus neurotransmissores em uma área mais concentrada e localizada no terminal sináptico distal. Existem 2 tipos de neurônios entéricos: No primeiro, é provocado um potencial de ação rápido (p. ex., milissegundo); estes são denominados neurônios tipo S (S de sinápticos). O segundo tipo de neurônio entérico possui um potencial de ação mais duradouro (p. ex., segundos) em comparação ao tipo S. Tais neurônios são chamados neurônios AH (AH para a longa fase após hiperpolarização). Neurônios colinérgicos: Acetilcolina, estimulam a atividade visceral. Neurônios adrenérgicos: Adrenalina, inibem atividade visceral. Os neurônios excitatórios causam um aumento na secreção se inervarem uma glândula ou causam contração muscular se inervarem um músculo. Os neurônios inibitórios causam uma diminuição na secreção ou relaxamento muscular. Os neurônios sensoriais detectam o pH luminal e a pressão ou temperatura na parede intestinal. Os neurônios motores inervam músculos e esfíncteres e causam contração ou relaxamento. O trato GI contém milhões de células epiteliais, que são denominadas enterócitos, células enterocromafins e células endócrinas. Os enterócitos possuem uma função absorvente. Enquanto as células enterocromafins são de natureza secretória. Agora sabemos que essas células enterocromafins secretam peptídios ou hormônios que auxiliam a regular a motilidade visceral, a digestão de alimentos e a absorção de nutrientes. Por exemplo, um tipo de célula enterocromafim secreta serotonina, uma molécula regulatória que afeta a motilidade visceral, já o outro secreta colecistocinina (CCK), que causa a contração da vesícula biliar, entre outras atividades. Células I para a produção de CCK e células G para a produção de gastrina. Veterinária Fisiologia Rebeca Rebeca Woset TRATO GASTROINTESTINAL SECRETINA A secretina é secretada pelas células S do duodeno e jejuno superior em resposta à gordura, ácido gástrico, ácidos biliares e extratos de ervas. Funcionalmente, a secretina estimula as secreções exócrinas pancreáticas e biliares da água, bicarbonato, muco gástrico e pepsinogênio; secreções pancreáticas endócrinas de insulina, glucagon e somatostatina; e o crescimento pancreático. Além disso, a secretina inibe a secreção de ácido gástrico, bem como a motilidade do intestino e crescimento mucoso gástrico. A regulação das funções da secretina é controlada pela ação de hormônios como a CCK. GASTRINA É secretada em resposta à presença de proteína e distensão gástrica. Sua principal ação é aumentar a secreção de ácido gástrico. COLECISTOCININA Um hormônio secretado pelas células I endócrinas e pelos neurônios entéricos do duodeno e jejuno em resposta à gordura e à proteína. Sua principal ação é estimular o esvaziamento da vesícula biliar e secretar as enzimas pancreáticas. POLIPEPTÍDIO INIBIDOR GÁSTRICO O PIG é referido como uma enterogastrona em função de sua capacidade de reduzir a taxa de esvaziamento estomacal. O nome peptídio insulinotrópico dependente de glicose também é dado ao PIG pelo fato de sua secreção ser estimulada pela presença de glicose no duodeno e de uma de suas ações ser estimular a secreção de insulina do pâncreas endócrino. Esse hormônio é secretado pelas células K do intestino delgado proximal em resposta à gordura e à glicose. Funcionalmente, o PIG inibe a secreção de ácido gástrico e estimula a secreção de insulina. MOTILINA Secretado pelas células M (ou Mo) do duodeno e, em menor grau, pelo jejuno. A motilina atua tanto em músculos quanto em nervos para regular o complexo motor migrante (CMM), o padrão básico de motilidade intestinal presente durante o período entre as refeições que é interrompido pela alimentação. O SISTEMA DE CONTROLE HORMONAL EXTRÍNSECO DO TRATO GASTROINTESTINAL LIMITA-SE A UM HORMÔNIO: A ALDOSTERONA Apenas um hormônio conhecido é secretado fora do trato GI, mas ainda participa do controle de algumas funções do trato GI: a aldosterona. No trato GI, a aldosterona estimula a reabsorção de sódio e água no intestino e nas glândulas salivares na troca com íons de potássio. Além disso, embora seja uma espéciedependente, a aldosterona provoca o aumento da absorção da água e sódio no cólon proximal e diminui a absorção no cólon distal. PADRÕES DE MOTILIDADE DO TRATO GASTROINTESTINAL Ondas lentas de despolarização elétrica representam uma característica única do músculoliso intestinal. Quando as ondas lentas atingem as células sensibilizadas do músculo liso, acionam potenciais e resultam em contração. O estômago proximal estoca o alimento que aguarda o posterior processamento gástrico no estômago distal. Estômago distal tritura e peneira o alimento que entra no intestino delgado. Controle da motilidade gástrica difere no estômago proximal e distal. Entre as refeições, o estômago é depurado de materiais indigestos. A motilidade do intestino delgado apresenta fases digestivas e interdigestivas. O esfíncter ileocecal evita que os conteúdos do cólon retornem para o íleo. Veterinária Fisiologia Rebeca Rebeca Woset TRATO GASTROINTESTINAL Apesar das grandes diferenças anatômicas nos cólons dos herbívoros, quando comparados aos dos onívoros e carnívoros, existem semelhanças na motilidade. Funções: (1) propulsionar o alimento de um segmento para o próximo (2) reter a ingesta em um determinado segmento para digestão, absorção ou armazenamento; (3) quebrar fisicamente o material alimentar e misturá-lo com as secreções digestivas (4) circular a ingesta para que todas as porções entrem em contato com as superfícies absortivas. A motilidade pode ser de natureza propulsora, retentiva ou mista. O tempo que leva para o material passar de uma porção do trato digestório para outra é conhecido como tempo de trânsito. Um aumento na motilidade propulsora diminui o tempo de trânsito, enquanto um aumento da motilidade retentiva aumenta o tempo de trânsito. O aumento e a redução seletivos da motilidade retentiva e propulsora são aspectos importantes do tratamento da diarreia. ONDAS LENTAS DE DESPOLARIZAÇÃO ELÉTRICA REPRESENTAM UMA CARACTERÍSTICA ÚNICA DO MÚSCULO LISO INTESTINAL O primeiro nível de controle da motilidade GI reside nas propriedades intrínsecas elétricas da massa do músculo liso. Essas propriedades elétricas consistem em ondas espontaneamente ondulantes de despolimerização parcial, que varrem sobre o músculo liso intestinal. Essa atividade elétrica se origina de células do músculo liso especializado, referidas como células intersticiais de Cajal (CIC). As CIC geram uma pequena despolarização por conta do influxo de Ca espontâneo. Não gera potencial contração do músculo liso, formando ondas contínuas. Tem potencial de ação quando tem liberação de neurotransmissor, aí tem contração. As ondas lentas são uma propriedade intrínseca do musc. Liso GI e CIC associada. QUANDO AS ONDAS LENTAS ATINGEM AS CÉLULAS SENSIBILIZADAS DO MÚSCULO LISO, ACIONAM POTENCIAIS E RESULTAM EM CONTRAÇÃO As ondas lentas passam constantemente pelo músculo liso GI, quer este esteja contraindo-se ativamente ou não. Esses potenciais são caracterizados pela despolarização completa da membrana por um curto período de tempo, em contraste com as ondas lentas, as quais são caracterizadas por despolarização incompleta. Quando as ondas lentas passam sobre uma área de músculo liso e os potenciais de ação são sobrepostos às ondas lentas, o músculo GI se contrai. Tal controle é uma função de peptídios e das substâncias regulatórias produzidas pelo SNE e células entéricas endócrinas e parácrinas. Os peptídios e outras moléculas reguladoras oriundas das células endócrinas/parácrinas ou neurônios do SNE são liberados na proximidade das células de músculo liso, afetando os canais de íons da membrana e influenciando o potencial de membrana basal. As moléculas excitatórias elevam a linha de base (para próximo de zero) e as moléculas inibitórias diminuem a linha de base (tornando-a mais negativa). A posição da linha de base influencia o quão próximo de 0 mV ficará o potencial total na crista da onda lenta. Quando o potencial de membrana do músculo liso chega próximo a zero, os potenciais de ação ocorrem e o músculo se contrai. TRANSPORTE E MISTURA DO ALIMENTO NO TUBO DIGESTÓRIO Apreensão; Lábio, dente ou língua. Atividade altamente coordenada de pequenos músculos esqueléticos voluntários controlados pelos nervos Veterinária Fisiologia Rebeca Rebeca Woset TRATO GASTROINTESTINAL craniais faciais, glossofaríngeo e trigêmeo (ramo motor). Mastigação: Ação da mandíbula, língua e bochecha: 1° ato da digestão. Quebrando as partículas do alimento para facilitar a passagem pelo esôfago. Aumento da superfície de contato permite maior umedecimento e lubrificação com saliva. Deglutição: Fase involuntária: língua molda o alimento e o empurra pra faringe. Fases involuntárias: faringe e esôfago. Faringe: direciona o alimento para o S.D, desviando-o das vias aéreas. Esôfago: esfíncter superior, corpo e esfíncter inferior. Secreção é basicamente muco. Contração do músculo circular e relaxamento do músculo longitudinal. Estômago: Armazenamento. Mistura do alimento com as secreções gástricas até formar uma mistura semilíquida (quimo). Esvaziamento lento para o ID. Fundo tem alta complacência. O alimento quando chega no piloro se não tiver bem digerido, ele faz um movimento de retropropulsão, fazendo o alimento voltar para fazer mais trituração. A FUNÇÃO DO ESTÔMAGO É PROCESSAR O ALIMENTO ATÉ A CONSISTÊNCIA LÍQUIDA E LIBERÁ-LO NO INTESTINO A UMA VELOCIDADE CONTROLADA O estômago é dividido em duas regiões fisiológicas, cada uma das quais apresenta impacto diferente na função gástrica. A região proximal, na extremidade esofágica do estômago (fundo, cardia e porão anterior do corpo), tem função de armazenamento, retendo o alimento enquanto este espera entrar eventualmente no intestino delgado. Relaxação receptiva com a relaxação da cardia. A região distal (porção posterior do corpo e antro piloroapresenta função de moedor e peneira, quebrando os pedaços sólidos de alimento em partículas pequenas o suficiente para a digestão no intestino delgado. Peristaltismo aboral. Bomba e/ou triturador mecânico. Piloro: Sístole antral-pilórica: retropropulsão do quimo sólido. Mistura e quebra mecânica. O ESTÔMAGO PROXIMAL ESTOCA O ALIMENTO QUE AGUARDA O POSTERIOR PROCESSAMENTO GÁSTRICO NO ESTÔMAGO DISTAL A principal atividade muscular na porção proximal do estômago é de uma contração de natureza fraca e contínua. Essas contrações tônicas tendem a moldar a parede gástrica aos seus conteúdos e fornecem uma propulsão suave do material para o estômago distal. O principal reflexo muscular do estômago proximal é o relaxamento adaptativo. Esse reflexo é caracterizado pelo relaxamento dos músculos quando o alimento entra no estômago. Devido a esse relaxamento, o estômago pode se dilatar para aceitar grandes quantidades de alimento sem um aumento da pressão intraluminal. Assim, o estômago proximal serve como uma área de estoque de alimento. Por causa da atividade muscular mais passiva do estômago proximal, ocorre pouca mistura nesse local. O ESTÔMAGO DISTAL TRITURA E PENEIRA O ALIMENTO QUE ENTRA NO INTESTINO DELGADO Totalmente diferente do proximal. No estômago distal há uma intensa atividade de ondas lentas e as contrações musculares estão presentes com frequência. As ondas fortes de Veterinária Fisiologia Rebeca Rebeca Woset TRATO GASTROINTESTINAL peristaltismo iniciam-se próximo à metade do estômago e migram, com as ondas lentas, em direção ao piloro. Quando as ondas peristálticas chegam próximo ao piloro, este se constringe, bloqueando a saída gástrica, exceto das partículas pequenas. As partículas muito grandes para passar no piloro são pressionadas e ejetadas de volta para o antro pela passagem da onda peristáltica. O CONTROLE DA MOTILIDADE GÁSTRICA DIFERE NO ESTÔMAGO PROXIMAL E DISTAL Os efeitos da estimulação vagal nas porções proximais e distais do estômago são opostos; no estômago proximal, a atividade vagal suprime as contrações musculares e leva ao relaxamento adaptativo, enquanto no estômagodistal, o estímulo vagal causa uma atividade peristáltica intensa. O estímulo vagal da motilidade antral distal é mediado por acetilcolina, mas a inibição vagal da motilidade do estômago proximal, não. As reações da fase cefálica são aumentadas quando o alimento entra no estômago. Em resposta ao alimento no estômago, a atividade vagal aumenta quando os receptores sensoriais no estômago criam uma alça de feedback positivo. A gastrina, a qual é secretada pelas células do antro gástrico, parece aumentar a motilidade gástrica. A colecistocinina (CCK), a secretina e o peptídio inibitório gástrico (PIG) parecem suprimir a motilidade gástrica, pelo menos no cão. A VELOCIDADE DO ESVAZIAMENTO GÁSTRICO PRECISA SER COMPATÍVEL COM A VELOCIDADE DE DIGESTÃO E ABSORÇÃO DO INTESTINO DELGADO Os receptores aferentes desses reflexos estão no duodeno e são ativados pelo baixo pH, alta osmolalidade e presença de gordura. O controle do reflexo do esvaziamento gástrico pelo duodeno é referido como reflexo enterogástrico. Assim como o sistema endócrino/parácrino. As vias de reflexo extrínseco parecem envolver as fibras aferentes do nervo vago, as quais recebem estímulos no duodeno. Esses estímulos são integrados no tronco cerebral e então a resposta é mediada por fibras vagais eferentes para o estômago. O arco reflexo entérico envolve receptores no duodeno e conexões de fibras nervosas no SNE que afetam diretamente o esvaziamento gástrico. ENTRE AS REFEIÇÕES, O ESTÔMAGO É DEPURADO DE MATERIAIS INDIGESTOS Para limpar o estômago de debris indigeríveis, ocorre um tipo especial de motilidade entre as refeições. Esse padrão de motilidade é chamado de complexo interdigestivo de motilidade. Associado ao complexo de motilidade interdigestiva, o piloro relaxa quando fortes ondas peristálticas se propagam pelo antro, forçando o material menos digerível para o duodeno. As ondas peristálticas do complexo interdigestivo de motilidade ocorrem com intervalos aproximadamente de uma hora durante os períodos em que o estômago está relativamente vazio de material digerível. O ato de comer perturba o complexo e causa a retomada do padrão de motilidade digestiva. Em herbívoros o complexo acontece mesmo com material digerível de 1 em 1 hora. Veterinária Fisiologia Rebeca Rebeca Woset TRATO GASTROINTESTINAL O VÔMITO É UM REFLEXO COMPLEXO COORDENADO PELO TRONCO CEREBRAL O vômito está associado às seguintes ações: 1. Relaxamento dos músculos do estômago e esfíncter esofágico inferior e fechamento do piloro. 2. Contração da musculatura abdominal, criando um aumento na pressão intraabdominal. 3. Expansão da cavidade torácica enquanto a glote permanece fechada; esta ação diminui a pressão intratorácica e, assim, a pressão no corpo do esôfago. 4. Abertura do esfíncter esofágico superior. 5. Motilidade antiperistáltica (motilidade peristáltica movendo a ingesta em direção à boca) no duodeno, a qual pode preceder as ações prévias; dessa forma, o vômito pode incluir ingesta de origem intestinal. A MOTILIDADE DO INTESTINO DELGADO APRESENTA FASES DIGESTIVAS E INTERDIGESTIVAS (1) A motilidade do intestino delgado ocorre em duas fases distintas: durante o período digestivo após a ingestão do alimento e (2) durante o período interdigestivo quando há pouco alimento no trato gastrointestinal. Tem 2 padrões de motilidade principais na fase digestiva: propulsor e não propulsor. O padrão não propulsor é referido como segmentação. A segmentação resulta de contrações localizadas do músculo circular. As porções do intestino delgado, geralmente com 3 a 4 cm de comprimento, contraem-se fortemente, dividindo o intestino em segmentos de lúmen constrito e dilatado. Em alguns segundos, as porções constritas relaxam e novas áreas se constringem. Faz movimento de vai e vem para aumentar a absorção do alimento. A atividade propulsora durante a fase digestiva é constituída por contrações peristálticas que migram pelo intestino em fase com as ondas lentas. As contrações peristálticas da fase digestiva passam por curtos segmentos do intestino e, então, morrem. Dessa maneira, a ingesta é empurrada pelo intestino por uma curta distância e então submetida a novas contrações de segmentação e atividade de mistura. A fase interdigestiva da motilidade do intestino delgado é caracterizada por ondas de poderosas contrações peristálticas que progridem por uma grande extensão do intestino delgado, algumas vezes atravessando todo o órgão. Essas ondas são referidas como complexo motor migrante (CMM) ou, alternativamente, complexo mioelétrico migrante. O CMM inicia-se no duodeno como grupos de ondas lentas que estimulam intenso potencial de ação e atividade de contração muscular. O complexo migra pelo intestino na velocidade das ondas lentas (comum no período de jejum). O ESFÍNCTER ILEOCECAL EVITA QUE OS CONTEÚDOS DO CÓLON RETORNEM PARA O ÍLEO Está na junção dos intestinos delgado e grosso e evita o movimento retrógrado dos conteúdos do cólon para o íleo. Desenvolvido de músculo circular. Em algumas espécies há uma dobra de mucosa que atua como uma válvula de via única, bloqueando ainda mais a movimentação dos conteúdos do cólon para o íleo. Durante os períodos de atividade peristáltica no íleo, o esfíncter relaxa, permitindo o movimento do material para dentro do cólon. Quando a pressão colônica aumenta, o esfíncter ileocecal se constringe ainda mais. A MOTILIDADE DO CÓLON LEVA A MISTURA, RETROPULSÃO E PROPULSÃO DA INGESTA FUNÇÕES: (1) Absorção de água e eletrólitos (2) Armazenamento de fezes (3) Fermentação de matéria orgânica que escapa da digestão e absorção no intestino delgado. Veterinária Fisiologia Rebeca Rebeca Woset TRATO GASTROINTESTINAL A atividade de mistura é proeminente nos cólons de todas as espécies, pois a mistura e a circulação são importantes para as funções tanto absortiva quanto fermentativa. A mistura é conseguida por contrações segmentares associadas a outros tipos de motilidade. Tem uma característica particular, a retropulsão ou antiperistaltismo. Esse tipo de contração peristáltica migra oralmente, o oposto do movimento peristáltico normal. No cólon, assim como no intestino delgado, as ondas lentas se originam na CIC. O SNE colônico, contudo, pode influenciar a CIC de modo a alterar o local de origem das ondas lentas e a direção de sua propagação.
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