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IN S TA G R A M : @ E S TE TO .D A .L A R A 1 Catarata Adquirida e Congênita LARA BIANCA CARDOSO PEREIRA- MED UEMA XVI Anatomia do Cristalino O cristalino é uma lente convergente biconvexa que contribui com 1/3 das dioptrias da refração ocular (+20D), sendo os 2/3 restantes dependentes da córnea (+40D). Ele possui o corpo ciliar em volta e localiza-se logo atras da íris e à frente do corpo vítreo, tendo comunicação anterior com o humor aquoso através da pupila. O cristalino é uma estrutura avascular e indolor, sendo composta por proteína e água, além de eletrólitos (K+) e substancias antioxidantes, como glutation. As principais células que o formam são formadas no período embrionário e não são renovadas, envelhecendo junto com o indivíduo. Função Refrativa do Cristalino 1) Poder de refração: é proporcional à concentração das proteínas cristalinas no interior das células (fibras) 2) Transparência do meio: depende da proporção proteína-água no citoplasma das fibras, grau de hidratação Catarata Adquirida (Senil) É a opacidade progressiva do cristalino, provocando perda parcial ou total da visão. Em geral, é bilateral e assimétrica. Ela é considerada a causa mais comum de cegueira no mundo. OBS: Segundo a OMS a cegueira é definida quando a acuidade visual no melhor olho (com distúrbio de refração corrigido) é de 20/400 ou campo visual no melhor olho inferior a 10º. Tipos de Catarata Senil Do ponto de vista anatômico, existe os seguintes tipos de catarata: 1) NUCLEAR: núcleo do cristalino 2) CORTICAL: região anterior do cristalino 3) SUBCAPSULAR POSTERIOR: adjacente à capsula posterior do cristalino Envelhecimento das fibras e estresse oxidativo degeneração das proteinas cristalinas, aumento de tamanho e perda da transparencia aumento do conteudo aquoso do cristalino aumento da convexidade da lente (MIOPIA INICIAL) Opacificação do cristalino progride + desidratação da lente IN S TA G R A M : @ E S TE TO .D A .L A R A 2 As duas primeiras são as mais comuns e possuem progressão lenta, a nuclear está associada a miopia nas fases inicias (hiper- hidratação) e perda da diferenciação das cores e a cortical é o tipo mais brando e que menos compromete a acuidade visual. Já o tipo subcapsular está associado a DM e uso de corticoide, possui evolução rápida e está associada à sensibilidade de brilho forte, com ofuscamento da visão (glare). Fatores de Risco • Idade avançada (>50 anos) • Sexo feminino • Raça negra • Tabagismo (nuclear) • Exposição solar • DM • Uso de corticoide • Alta miopia • Hipoparatireoidismo Quadro Clinico e Diagnóstico A doença é bilateral e assimétrica e, à medida que o cristalino se opacifica a visão vai ficando borrada. Todo paciente com mais de 50 anos com perda parcial ou completa da visão pelo teste de Snellen deve ser avaliado quanto a presença de catarata, assim como jovens com diabetes e uso de corticoide. Em paciente com deficiência de sensibilidade de contraste pode ser aplicado o teste de Pelli que avalia a capacidade de identificar letras de tamanhos iguais e tonalidades decrescentes. Outro teste é o teste da sensibilidade ao brilho em pacientes com sintomas de ofuscamento (glare). O PADRÃO OURO é o exame da lâmpada de fenda com pupila dilatada, o qual possibilita identificar o estágio da catara: • Catarata imatura: há turvação do cristalino, mas é possível observar a retina e o reflexo vermelho pupilar • Catarata madura: cristalino está totalmente opaco, pupila esbranquiçada (leucocoria) • Catarata hipermadura: cristalino sofreu desidratação e possui aspecto enrugado (ex: catarata morganiana com córtex liquefeito e núcleo solto) OBS: outras causas de leucocoria são infecções, retinoblastoma, persistência hiperplásica do vítreo primitivo e doença de Coat (retinopatia exsudativa). Borramento visual para longe e melhamento da visao para perto Correção para presbiopia perda da definicao do contraste de letras e objetos Dificuldade para ver de longe e de perto: VISÃO NUBLADA E ENEVOADA IN S TA G R A M : @ E S TE TO .D A .L A R A 3 Complicações: Facoglaucoma O termo “faco” refere-se ao cristalino. Essa complicação trata-se do desenvolvimento de glaucoma de forma secundaria à catarata. Existem 3 tipos: • Glaucoma facolítico: proteínas no cristalino são extravasadas para o humor aquoso (capsula anterior íntegra) e bloqueiam a sua drenagem • Glaucoma facoanafilático: proteínas no cristalino extravasam por capsula anterior rota e sofrem reação imunológica • Glaucoma facomórfico: a intumescência da catarata bloqueia a pupila e o ângulo iridocorneano Os dois primeiros são glaucomas de ângulo aberto e o ultimo de ângulo fechado. As manifestações clinicas são: olho vermelho, dor ocular, cefaleia, borramento visual e percepção de halos, com elevação da pressão intraocular. O glaucoma deve ser tratado e a cirurgia para extrair a catarata deve ser programada. Tratamento: CIRURGICO! A cirurgia consiste na retirada do cristalino. A falta do cristalino causava, antigamente, hipermetropia de alto grau que exigia óculos com lentes espessas que distorcia imagens laterais. Hoje, realiza-se a cirurgia de facoemulsificação, com a retirada de cristalino doente com pequena incisão, e substituição por lente artificial. Indicação cirúrgica: Quando o paciente achar que a catarata está limitando as atividades cotidianas. OBS: A cirurgia deve ser realizada, em pequeno espaço de tempo, em ambos os olhos, já que a visão monoocular traz problemas na qualidade de vida. Avaliação pré-operatória: Para escolha da lente intraocular ideal: • Biometria com US modo-A • Topografia corneana computadorizada Para avaliar patologias associadas: • Tonometria de aplanação • Oftalmoscopia indireta • Potential acuity meter (PAM) • US modo-B Técnica cirúrgica: Geralmente, a cirurgia é realizada de forma rápida e o paciente recebe alta no mesmo dia. Posteriormente, paciente deve usar um tampão por no máximo 24 horas e retorna ao trabalho em 1 semana. A técnica de foco emulsificação possui mais vantagens, como a recuperação mais rápida e menor tendencia ao astigmatismo pós-operatório. Uma das complicações seria a catarata secundaria (20-50%), ou seja, a opacificação da capsula posterior do cristalino, porem possui rápida resolução à laser. Além disso, pode-se ter também o astigmatismo iatrogênico. IN S TA G R A M : @ E S TE TO .D A .L A R A 4 Catarata Congênita É uma forma de catarata presente no nascimento ou até os 6 meses de idade, sendo uma das causas mais comum de visão subnormal tratável em crianças, segundo a OMS. Etiologia CATARATA ESPORÁDICA: herança genética (1/3) • Geralmente unilateral CATARATA SECUNDÁRIA: grupo TORCH (Toxoplasmose – Outras doenças – Rubéola – Citomegalovírus – Herpes), hipoglicemia, galactosemia, trissomias... • Geralmente bilaterais Diagnostico É obrigatório realizar a inspeção com a luz de um oftalmoscópio em todos os RN. A confirmação se dá pelo exame da lâmpada de fenda. Complicação: Ambliopia Popularmente conhecida como “olho preguiçoso”, é um mecanismo neurológico desencadeado por diferença de acuidade visual entre os olhos de crianças de ate 6 anos de idade, podendo evoluir para amaurose. O SNC não recebe informações simétricas dos dois olhos e acaba convertendo toda informação visual para apenas um lado do encéfalo, impedindo do outro lado se desenvolver. Tratamento: Cirúrgico! Antes da cirurgia, deve-se colocar uma bandagem ocular no melhor olho para converter ambliopia. O método mais empregado é lensectomia com vitrectomiaanterior, sendo feita antes das 12 semanas de vida. À medida que a criança cresce, deve-se realizar a troca das lentes artificiais. Em crianças que foram deixadas sem cristalino (idade menor que 2 anos), devem usar óculos de correção para hipermetropia. EXCEÇÃO: catarata leve e não progressiva não é preciso fazer cirurgia imediata. anestesia local (retrobulbar ou peribulbar) ou colirios FOCOEMULSIFICAÇÃO: incisão + ultrassol = fragmentação do cristalino e aspiração introdução de lente intraocular artificial anestesia local (retrobulbar ou peribulbar) ou colirios FACECTOMIA EXTRACAPSULAR TRADICIONAL: incisão ampla + remoção em bloco do cristalino introdução de lente intraocular artificial
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