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A IMPORTÂNCIA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO PARA MANUTENÇÃO DE DIREITOS HUMANOS Autor: Lucio Mauro Gonçalves de Menezes1 Tutor externo: Rita de Cassia Ayres de Olanda2 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Formação Pedagógica em História (FLEX 1113) – Estágio Curricular Supervisionado 10/12/2020 RESUMO Este paper é o resultado das experiencias vivenciadas durante o Estágio Curricular Supervisionado feito de forma integralmente virtual na Escola Centro de Ensino Benedito Leite, localizada na cidade de São Luís do Estado do Maranhão. Aborda de forma precisa, a produção e desenvolvimento de um Estudo Dirigido, sobre a temática dos Direitos Humanos, direcionados a educação formal e não formal de alunos do Ensino Fundamental e médio. O Estudo Dirigido, em sua realização, seguiu os parâmetros didáticos, teórico-metodológicos e legais supervisionados pelos tutores da Instituição UNIASSELVI, e seguindo rigorosamente as recomendações sanitárias e o plano para o período de Pandemia. Como referencial teórico foi abordado a questão da Importância da Liberdade de Expressão, dentro do tema dos Direitos Humanos, o que resultou em uma pesquisa em fontes confiáveis e corretamente referenciadas. Palavras-chave: Direitos Humanos. Liberdade de Expressão. Democracia 1 INTRODUÇÃO O presente Artigo acadêmico tem como principal objetivo relatar as inúmeras experiencia vivenciada durante o estágio curricular supervisionado do curso de Formação pedagógica em história realizado no segundo semestre de 2020, com base nos parâmetros didáticos estabelecidos pela UNIASSELVI, no período da pandemia. Dado a singularidade do momento, o estágio foi realizado seguindo as orientações do plano para o período de pandemia, onde as práticas do estágio foram elaboradas a partir de um modelo de produto virtual inserido nas dinâmicas do ensino de história. Para tanto, foi 1 Acadêmico do Curso de Formação Pedagógica em História; E-mail: luciomgm@gmail.com.br 2 Tutor Externo do Curso de Licenciatura em História – Polo São Luís; E-mail: polo.saoluis@uniasselvi.com.br elaborado um estudo dirigido com a temática dos direitos humanos, especificamente a questão da liberdade de expressão. 2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA O tema e escolhido dentro dessa perspectiva de Educação em Direitos Humanos foi “A Importância da liberdade de expressão para a manutenção dos Direitos Humanos”, pois percebendo as discursões atuais do tema nas mídias socias e na imprensa em geral, acho necessário trazer essa discursão para sala de aula visando assim uma melhor esclarecimento sobre o assunto, como por exemplo a relação da liberdade de expressão e os Direitos Humanos, a sua origem histórica seus limites e a sua importância para a manutenção desses direitos que são básicos para toda nação que pretende desfrutar de um regime democrático sólido. O estágio é uma etapa essencial no processo de formação, é um treinamento onde o futuro professor vivencia na pratica todo conhecimento teórico adquirido ao longo do curso, e é durante esse processo que nos aproximamos da escola, futuro ambiente de trabalho. Isso é necessário para inserir o aluno da licenciatura na realidade do cotidiano escolar para aprender com a prática dos profissionais da docência. “O estágio se produz na interação dos cursos de formação com o campo social no qual se desenvolvem as práticas educativas” (LIMA e PIMENTA, 2006). A Liberdade de Expressão pautada nos princípios dos Direitos Humanos, é um tema muito debatido e que constantemente em voga nas mídias sociais, mas para que possamos compreender de fato a sua importância, faz-se necessário previamente esclarecer o que são esses direitos e como eles surgiram. Numa visão geral, podemos conceituar direitos humanos como direitos que todas as pessoas portam pelo simples fato de serem seres humanos, ou seja, são direitos correspondentes a sua dignidade como pessoa humana. O primeiro registro de uma declaração dos direitos humanos na história, embora possa parecer anacrônica essa relação, é referente ao achado arqueológico do cilindro de Ciro, uma peça de argila contendo os princípios de Ciro, rei da antiga Pérsia, que ao conquistar e dominar todo o império Babilônico em 539 a.c., liberta todos os escravos e promove várias reformas sociais como igualdade racial e liberdade de culto entre outras. Em certa passagem, TOSI afirma que: Em primeiro lugar, os direitos humanos são fruto de uma história. Ainda que existam discordâncias sobre o início dessa história, é possível reconstruir a trajetória dos direitos humanos na cultura ocidental tomando por base dois ângulos de analise: a história social que enfatiza os acontecimentos, lutas, revoluções e movimentos sociais, que promoveram os direitos humanos, e a história conceitual que se debruça sobre as doutrinas filosóficas, éticas, políticas, religiosas que influenciaram e foram influenciadas pelos acontecimentos históricos (TOSI, 2005, p. 9). Os marcantes acontecimentos da Revolução resultaram na elaboração de um histórico documento conhecido como Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Nele foi garantido direitos básicos aos cidadãos franceses como direito à liberdade, propriedade, segurança e resistência a opressão. Esses documentos deram origem a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. Segundo Norberto Bobbio, em seu livro “A Era dos Direitos”: “O reconhecimento e a proteção dos direitos do homem são a base das constituições democráticas, e, ao mesmo tempo, a paz é o pressuposto necessário para a proteção efetiva dos direitos do homem em cada estado e no sistema internacional” (BOBBIO, 1992, p. 203). A liberdade de expressão em um conceito amplo é a garantia de livre manifestação de opiniões, sentimentos e impressões, e é antes de tudo, um direito natural do ser humano, que nasce com uma condição intrínseca de liberdade. E isso inclui vários aspectos, incluindo a liberdade de expressão. Com tudo, para além dessa característica que nos é inerente, sabemos que a previsão de uma regra em nosso sistema jurídico faz uma grande diferença em nossas vidas. Então, depois várias lutas e esforço de uma busca por progresso da humanidade, finalmente conquistamos a regulamentação do tema de forma explicita, ou seja, nós temos uma garantia legal de liberdade de nos expressar. A exemplos disso em níveis internacionais temos na Declaração Universal dos Direitos Humanos o artigo 19° que diz: “Todo ser humano tem direito a liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independente de fronteiras.” Já no direito brasileiro, a nossa carta magna o documento jurídico mais importante a Constituição Federal. É ela que assegura a liberdade de expressão como um direito fundamental expresso no Artigo 5° que trata de todas as liberdades inclusive a de expressão, como é o caso do inciso IX que diz: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de comunicação, independente de censura ou licença”. A discussão sobre esse tema, se torna bastante relevante à medida que essa assunto se tornou muito frequente em nosso cotidiano, principalmente derivado de várias manifestações de opinião em redes sociais, consequente de atual polarização política resultante da última eleição em nosso país, e também, pela reação a várias medidas judiciais (decisões monocráticas) tomada por alguns ministros do Supremo Tribunal Federal, e que se levantou a questão até onde vai a tal “Liberdade de Expressão”. Levantado essa problemática de como conciliar o direito de se manifestar com os limites impostos por Lei, chegamos à determinada conclusão que é a própria Constituição queestabelece alguns limites para a liberdade de expressão, limites esses que se fundam em outros direitos constitucionais relevantes resguardados e que são objeto de tutela do direito penal, por meio dos crimes de injúria, calúnia e difamação; os conhecidos crimes contra a honra. Portanto, quando há responsabilização de pessoas pelos excessos na liberdade de expressão, não se trata, de forma alguma, de censura, patrulhamento ideológico do “politicamente correto” ou qualquer outra dessas coisas que se diz por aí. Trata-se, sim, do resguardo de direitos fundamentais tão relevantes quanto a liberdade de expressão e que devem ser respeitados. É uma medida de ponderação do próprio direito, onde nenhuma regra ou princípio são absolutos. Não se condena ninguém, civil ou criminalmente, por meras opiniões, visões de mundo ou por fazer humor, condena-se pelo abuso da liberdade de expressão quando fere outros direitos fundamentais de outras pessoas que merecem igual proteção. Injúria, calúnia e difamação são crimes e ilícitos civis, o que não pode se confundir com exercício de liberdade de expressão. Portanto, toda atual discussão se torna extremamente relevante para esse momento da história, pois temos oportunidades de refletir sobre o conceito de democracia, e se de fato vivemos em uma, e também se todos os direitos humanos que são a base pra essa democracia estão de fato sendo respeitados. 3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO Por motivação justa, e consequência do período de pandemia a UNIASSELVI, tendo por base as diretrizes governamentais referente as medidas sanitárias e de segurança, o estágio curricular supervisionado foi integralmente realizado de maneira virtual. Ou seja, se deu através de pesquisas na internet em sites do governo do estado do Maranhão e do Ministério da Educação entre outros. Para essa pesquisa foi escolhida a escola da rede estadual Centro de Ensino Benedito Leite, localizada na praça Antônio Lobo, Centro de São Luís Estado do Maranhão. Em substituição as atividades práticas do estágio nas escolas, e por sugestão da faculdade, eu optei pela elaboração de estudo dirigido e produto virtual dentro da temática dos Direitos Humanos, o estudo serviria tanto para apresentação em sala de aula, quanto para disponibilização em plataforma digital para futuras consultas. A apresentação do tema para os alunos tem por objetivo maior o desenvolvimento do senso crítico, e incentivo do diálogo entre pontos de vistas discordantes, visando assim contribuir para uma maior expansão de sua própria percepção de realidade e resultando em uma dialética saudável. 4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS) A pratica estagio curricular, é com certeza uma das etapas mais importantes da vida acadêmica, é nele que o futuro docente vai ter a oportunidade de conciliar o conhecimento puramente teórico com a pratica da docência em si, momento esse também em que há um distanciamento do sentimento de egoísmo e presunção de seu autoconhecimento conquistado durante o curso e se inicia o processo de socialização do saber e transferência de conhecimento, sob a supervisão da experiência. Com o advento da pandemia reafirma ainda mais a necessidade em se buscar novas forma para o ensino de História, desafia os professores a quebrar paradigmas, em estabelecer novos métodos de ensino e novas abordagens de aprendizagem como o todo. Na minha concepção o maior desafio em participar do estágio em meio a esse contexto pandêmico, onde as relações sociais sofreram serias mudanças em todas as áreas humanas inclusive na educação e nos ambientes escolares foi deixar de vivenciar as experiencias de sala de aula, do contato com os alunos e interação com os colegas docentes, ou seja, a falta de contato presencial humano mesmo, pois como já disse Aristóteles “o homem é um animal político”; sendo assim, tem uma necessidade nata de viver em sociedade. REFERÊNCIAS LIMA, M. S. L.; PIMENTA, S. G. Estagio e Docência: Diferentes Concepções. Poises Pedagógica, outubro 2006. TOSI, Giuseppe. Direitos humanos: história, teoria e política. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2005. BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. GOVERNO DO MARANHÃO. Governo entrega escola centenária de São Luís completamente reformada. 2017. Disponível em: https://www.educacao.ma.gov.br/governo-entrega-escola-centenaria-de-sao-luis- completamente-reformada. ASSEMBLEIA GERAL DA ONU. “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. “Nações Unidas”, 217 (III) A, 1948, Paris, art. 1, http://www.un.org/en/universal- declaration-rights. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. ARISTÓTELES. Política. São Paulo, SP: Martin Claret, 2018
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