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Introdução à Dactiloscopia

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1 
DATILOSCOPIA 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Desde a mais remota antigüidade teve o homem a sua atenção voltada para a 
identificação, talvez inconscientemente. 
Assim, vemos o homem pré-histórico marcando os objetos do seu uso, a caverna onde se 
alojava, etc. 
O homem sentiu, inicialmente, a necessidade de identificar o que lhe pertencia; os objetos 
do seu uso, o animal e o escravo. 
Entretanto, a necessidade de identificar não parou por aí; foi preciso torná-la extensiva ao 
homem. Era preciso identificar àqueles que se tornassem indesejáveis ou prejudiciais à 
coletividade. 
Estes também precisavam ser marcados, para que fossem reconhecidos como malfeitores. 
Para isso era necessário um sinal que se destacasse perfeitamente e sobre o qual não pairassem 
dúvidas; naturalmente a identificação das pessoas não tinha por fim dizer se tratava-se de fulano 
ou beltrano; era preciso, apenas, que o identificado fosse reconhecido como escravo ou 
malfeitor. 
A marca empregada parecia satisfazer essa finalidade, constituindo o processo rudimentar 
de identificação. 
Assim, começou o homem a fixar identidade dos seus semelhantes com recursos que 
dispunha. 
A identificação do homem precisava de adoção de um processo mais civilizado e prático, 
que proporcionasse absoluta segurança. 
Na busca desse processo empenharam-se em incansáveis estudos renomados cientistas e 
estudiosos em questões sociais, medicina legal, antropologia, etc, dentre os quais podemos 
destacar GALTON, POTTICHER, FERÉ, BERTILLON e, finalmente VUCETICH. Este, em 
1891, viu coroado de êxito seus estudos, pois descobriu um processo de identificação utilizando 
as IMPRESSÕES DIGITAIS de ambas as mãos, ao qual denominou 
ICONOFALANGOMETRIA, decorrente das palavras decorrentes do grego, sendo 
IKNOS=sinal, FALANGOS=falange, METRIA=medir. Mais tarde, em 1894, VUCETICH, 
concordando com a opinião do Dr FRANCISCO LATZINA, também estudioso do assunto, 
mudou o nome do seu novo processo para DATILOSCOPIA, do grego, DAKTILOS=dedos e 
SKPOEIN=examinar, vocábulo mais próprio e até mais eufônico. 
Surgiu, assim, a DATILOSCOPIA, que é o resultado de longos e apurados estudos 
realizados por renomados cientistas e que culminou com a descoberta de VUCETICH. 
Em seus estudos, VUCETICH verificou que a natureza proporcionou ao homem, como 
querendo diferenciá-lo dos seus semelhantes, um conjunto variado de desenhos formados pelas 
linhas dígito-papilares, na face interna da falangeta de todos os dedos de ambas as mãos, 
diferentes entre si, os quais dão margem segura para uma perfeita identificação, sem 
possibilidades de erros os dúvidas e que, não existe um centímetro quadrado perfeitamente igual 
entre duas impressões digitais; daí a eficiência insofismável(inquestionável) de sua aplicação. 
Isso está evidenciado na BÍBLIA SAGRADA, no capítulo 37 versículo 7 do livro de JÓ, “Ele 
sela as mãos de todo homem, para que conheçam todos os homens a sua obra”. Também pela 
expressão do homem: “Ex digito homo” (pelo dedo se conhece o homem). 
Por sua absoluta segurança, a DATILOSCOPIA tem aplicação em todos os setores de 
atividade humana. Entretanto, devemos ressaltar que ela teve uma aceitação lenta, porém segura, 
sendo necessário um longo período de divulgação, durante o qual se desenvolveram constantes 
trabalhos nesse sentido, com o propósito de convencer o homem, fazendo-o sentir a necessidade 
e a conveniência de serem aplicadas as impressões digitais, mesmo em se tratando de assunto de 
ordem particular. 
Em razão das finalidades essencialmente práticas da DATILOSCOPIA, podemos dividi-
la em: Civil, Criminal e Clínica. 
 
DATILOSCOPIA CIVIL – É a aplicada à identificação para fins civis, isto é, expedição 
de documentos de identidade. 
 
 2 
DATILOSCOPIA CRIMINAL – É a aplicada à identificação para fins criminais e 
expedição de documentos de idoneidade. 
 
DATILOSCOPIA CLÍNICA – Estuda as perturbações que ocorrem nos desenhos digitais, 
como conseqüência do exercícios de certas profissões ou de estados patológicos. 
 
2. CONCEITO 
 
 Conquanto estejamos de pleno acordo com todas as definições sobre a DATILOSCOPIA, 
preferimos adotar a seguinte: 
“A DATILOSCOPIA É A CIÊNCIA QUE TRATA DO EXAME DAS IMPRESSÕES 
DIGITAIS.” 
 
3. HISTÓRICO 
 
Alguns autores dividem a DATILOSCOPIA em 3 períodos distintos, a saber: 
 
- PERÍODO PRÉ-HISTÓRICO; 
- PERÍODO EMPÍRICO; 
- PERÍODO CIENTÍFICO. 
 
Outros autores, parece-nos que a maioria, julgam desnecessária essa classificação, 
resumindo o histórico num único período, o Científico. 
Baseiam-se no fato de que não teve nenhum valor prático o conhecimento dos arabescos 
dígito-papilares da época pré-histórica, de vez que não eram sistematizados nem existem 
elementos segundo os quais se possa deduzir seu emprego. 
Não obstante, passaremos a dar ligeira notícia sobre os 3 períodos, a título de simples 
ilustrações. 
 
PERÍODO PRÉ-HISTÓRICO 
 
É sabido que o homem primitivo tinha por hábito marcar os objetos de seu uso, inclusive 
a caverna onde se alojava. Estas eram marcadas com o desenho de uma das mãos e, geralmente, 
a esquerda, o que leva a crer que era gravado por ele próprio, trabalhando com a mão direita. O 
processo empregado era , em geral, o decalque sobre a argila, reproduzindo as cristas e sulcos 
papilares da palma da mão e das extremidades digitais, previamente impregnadas de substância 
corante. 
 
PERÍODO EMPÍRICO 
 
Esse período caracteriza-se pelas referências feitas a ele, segundo as quais, era costume 
em alguns países do Oriente, apor os dedos untados de tinta sobre os documentos oficiais. 
Entretanto, ignora-se qual o valor atribuído a essas impressões, se puramente místico, se como 
elemento de identificação. 
É de aceitação geral que a primeira hipótese é a mais certa, de vez que não existia, ao que 
parece, nenhuma sistematização dos datilogramas nem elemento algum segundo o qual se possa 
afirmar que as impressões fossem tomadas com a técnica exigida pela natureza do assunto. 
KUMUGASSU MINATAKA, médico japonês, publicou na revista “The Nature”, em 
dezembro de 1894, segundo se refere LOCARD, um artigo sobre as impressões digitais, no qual 
afirmou o conhecimento dos arabescos dígito-papilares por parte dos chineses desde o Sec VII. 
Adiantou ainda que, no Sec VIII, esses conhecimentos foram importados pelo Japão, de onde 
passaram para as Índias, com o nome de “Tipsaí”; refere que a impressão do polegar era aposta 
aos documentos oficiais, principalmente nas certidões de divórcio que o homem era obrigado a 
dar a ex-mulher; era esse o procedimento dos analfabetos e a impressão fazia, às vezes, o papel 
da assinatura. 
 
 3 
PERÍODO CIENTÍFICO 
 
Compreende esse período o estudo científico das papilas, desde sua observação como 
simples curiosidade anatômica até o desfecho final de sua sistematização, a classificação racional 
por VUCETICH, num período de quase 2 séculos. 
Procuramos descrever os diversos fatos ocorridos, pela ordem cronológica dos mesmos. 
 
Ano de 1664 – MARCELO MALPIGHI, anatomista italiano publicou sua obra “Epístola 
sobre o órgão externo do tato”, na qual relata suas observações sobre a existência de linhas na 
palma das mãos e extremidades dos dedos. 
Anatomista que foi, fez estas observações como simples curiosidade, sem contudo, lhes 
atribuir qualquer valor identificativo. 
Ano de 1701 – FREDERICO RUYSCH, anatomista holandês, publicou sua obra 
“Tesouros anatômicos”, com a qual se fez continuador de MALPIGHI. 
Anos de 1726 e 1734 – BERNARDO SIGEFREDO, também conhecido por ALBINIUS, 
publicou nas datas acima, respectivamente, o “Tratado dos ossos do corpo humano” e “História 
dos músculos do homem.” 
Além das publicações das referidas obras, contribuiu para o prosseguimento dos estudos 
até então existentes sobre as papilas. 
Ano de 1751 – CHRISTIANO JACOB HINTZE publicou a obra “Examen anatomicum 
papilorum cutis tactui inserventium”, na qual fez estudos sobre as linhas papilares da palma das 
mãos e das plantas dospés, continuando assim, os já existentes. 
Ano de 1823 – JOÃO EVANGELISTA PURKINJE publicou o “Commentatio de 
examine organi visus et sistematis cutanei” no qual estudou a pele e seus caracteres exteriores e a 
porosidade. 
Discorreu sobre os desenhos papilares nas extremidades digitais e conseguiu agrupá-las 
em nove tipos fundamentais, estabelecendo ainda o sistema déltico. 
A classificação proposta por PURKINJE foi a primeira que surgiu e, conforme veremos 
mais adiante, serviu de base à classificação de GALTON. 
Não obstante, PURKINJE não cogitou a aplicação dos desenhos digitais com o fim de 
identificar as pessoas; seu trabalho teve caráter puramente anatômico. 
Ano de 1856 – JOSE ENGEL publicou o “Tratado de desenvolvimento da mão humana” 
no qual fez apreciações sobre os desenhos digitais e reduziu a quatro os nove tipos da 
classificação de PURKINJE. 
Ano de 1858 a 1878 – Esse período mais importante do Histórico da Datiloscopia, porque 
nele se desenrolaram experiências e fatos que assinalaram a futura consagração das impressões 
digitais como sendo o melhor processo de identificação humana. 
Os fatos que se desenvolveram nesse período deram origem a muitas controvérsias em 
torno das pessoas do Sr WILLIAN JAMES HERSCHEL e o Dr HENRY FAULDS, porque 
ambos trabalharam eficientemente no setor e nos recursos existentes na época e os resultados 
alcançados determinaram, então, a “eclosão” dessa fase de experiências, na experiência máxima, 
por dizer, com a criação do PRIMEIRO processo de classificação das impressões digitais, por 
GALTON que se baseou nesses trabalhos. A criação de GALTON teve o grande mérito de dar 
origem às demais. 
É inegável o fato de que os trabalhos levados a efeito por HERSCHEL e FAULDS 
podem ser resumidos em 2 tópicos: 
1º - forneceram a GALTON o material necessário que aliado a outro material anterior, lhe 
permitiu criar o PRIMEIRO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO das impressões digitais; 
2º - HERSCHEL e FAULDS desempenharam trabalhos de grande valor, porém de caráter 
diferente. 
Ano de 1882 – GILBERT THOMPSON, do “United States Geologic Survey” empregou 
a impressão do polegar direito nas ordens de pagamento a seus auxiliares numa expedição ao 
Novo México. Essa providência não teve caráter oficial, nem foi utilizado qualquer sistema, 
porém, esse fato oferece interesse do ponto de vista histórico. 
Ano de 1883 – ARTHUR KOLLMAN salientou que os desenhos digitais existem desde o 
6º mês de vida intra-uterina e assinalou o percurso das glândulas sudoríparas. 
 4 
Ano de 1888 – FRANCIS GALTON, sábio inglês, foi convidado pelo “Royal Institute”, 
de Londres, para estudar comparativamente os Sistemas Antropométrico de Bertillon e das 
impressões digitais, de vez que aquele já estava sendo olhado com certa desconfiança, como 
capaz de determinar a individual, necessária para se estabelecer a reincidência criminal. 
Como conseqüência desse estudo, GALTON apresentou um relatório que foi publicado 
no jornal do “Royal Institute”, de 25 Mai 1888, no qual concluía pela superioridade do Sistema 
das Impressões Digitais. 
Nesse relatório, GALTON não só concluiu pela superioridade como processo de 
identificação humana, mas também lançou o primeiro sistema de classificação das impressões 
digitais. Conforme salientamos anteriormente, PURKINJE teve o mérito de fazer a primeira 
classificação dos desenhos digitais, porém, não teve fins de identificação. 
A classificação das impressões digitais levada a efeito por GALTON, tendo sido a 
PRIMEIRA, deu origem a todas as outras, embora hoje o sistema de GALTON, também 
denominado GALTONISMO, seja considerado rudimentar; realmente, nem poderia ser de outra 
forma, pois, antes da classificação de GALTON, não existiu, ao que sabemos, qualquer outra. 
Em resumo, são as seguintes classificações derivadas de GALTON: FERÉ, TESTUT, 
FORGEOT, VUCETICH, HENRY. 
Devemos, entretanto, ressaltar que os 3 primeiros sistemas de classificação não passaram 
de ligeiras modificações da classificação original de GALTON, não cabendo, no nosso entender, 
qualquer mérito àqueles 3 personagens. 
Quanto aos 2 outros (VUCETICH e HENRY), conquanto se tenham baseado na mesma 
fonte, tiveram o mérito de proceder modificações de grande alcance no terreno prático de 
identificação individual. 
Em conclusão, contrariando a opinião de muitos autores, salientamos que GALTON não 
deve ser considerado meramente um precursor da DATILOSCOPIA, porém, um CRIADOR, 
pois, antes das suas realizações nesse terreno, não existiu nenhum sistema de classificação das 
impressões digitais, depois destas, é que surgiram novos sistemas, os quais se basearam no 
Sistema de Classificação de GALTON, embora rudimentar. 
Ano de 1891 – HENRY DE VARIGNY publicou na “Revue Cientifique”, em Paris, de 
02 de maio, um artigo discorrendo sobre o sistema de identificação pelas impressões digitais, de 
acordo com as teorias de GALTON. 
HENRY apresentou as seguintes sugestões: 
1ª - que fossem tomadas as impressões dos dez dedos, em vez de um só, conforme 
preconizava GALTON; 
2º - que fossem tomadas impressões digitais da mesma família em 2 ou mais gerações, a 
fim de se estabelecer os fatores relativos à hereditariedade; 
3ª - que fossem tomadas as impressões digitais dos nativos de diversas regiões, a fim de 
se proceder ao estudo da raça através desse elemento. 
O artigo de HENRY inspirou muitos pesquisadores nos estudos relativos à identificação 
individual por meio das impressões digitais e foi o ponto de partida de VUCETICH. 
 
 
APARECIMENTO DO SISTEMA VUCETICH 
 
JUAN VUCETICH, nascido em 20 Jul 1858, na Dalmácia (atual Iugoslávia), emigrou 
para a Argentina, em 1884, onde naturalizou-se, falecendo em 1925. 
Em 1891, exercendo as funções de encarregado da “Oficina de Estatística” da Polícia da 
Província de Buenos Aires, no Departamento Central de La Plata, leu casualmente o artigo de 
HENRY publicado na “Revue Cientifique”, logo se convencendo da superioridade do sistema 
das impressões digitais; devemos lembrar que na ocasião era aplicado o Sistema Antropométrico 
de BERTILLON, o qual já estava sendo olhado com certa desconfiança, pois, além de 
extremamente complicado, geralmente não conduzia para uma identificação eficaz. 
A partir daí, VUCETICH começou se interessar pelas impressões digitais e, em 01 Set 
1891, apresentou o seu novo sistema de identificação, com o nome de 
ICONOFALANGOMETRIA; esse sistema consistia na combinação do antigo Sistema de 
BERTILLON e o novo sistema de impressões digitais. 
 5 
Quando VUCETICH apresentou o seu sistema, embora o Sistema Antropométrico de 
BERTILLON não satisfizesse, em absoluto, a sua verdadeira finalidade, que é a identificação 
humana, com o propósito de estabelecer a identidade, também o novo sistema das impressões 
digitais ainda não era conhecido, não se podendo, portanto, afirmar que ele, por si só, fosse 
capaz de resolver, em definitivo, o problema da identificação. Muitos obstáculos tiveram de ser 
vencidos, tais como: experiências com resultados positivos; emprego extra-oficial, autorização 
para o seu emprego, etc. 
Diante dessa contingência, não só na Argentina, onde foi apresentado, mas também, 
todos os outros países, onde o mesmo foi adotado posteriormente, empregaram, 
simultaneamente, os 2 sistemas, fazendo, assim, um estudo prático-comparativo entre os mesmos 
e só com o decorrer dos anos é que se chegou a conclusão de que o sistema das impressões 
digitais permite a identificação individual, sem a necessidade de qualquer outro. 
O novo sistema de VUCETICH passou a ser empregado em todas as circunstâncias. A 
seguir, um resumo das aplicações do novo sistema: 
- em 01 Set 1891, foram identificados 23 presos recolhidos à cadeia de La Plata; 
- em 07 Set 1891, foi iniciada a identificação regular dos presos recolhidos à prisão de 
La Plata; 
- em 02 Jun 1892, utilizando-se das impressões digitais sangrentas encontradas no 
local do crime, VUCETICH estabeleceu a identidade de FranciscaRojas, que 
assassinara seus 2 filhos, imputando a culpa em um vizinho; 
- em 1892, VUCETICH começou a identificar os candidatos a agente de polícia, 
providencia esta que se tornou extensiva aos departamentos do norte, centro e sul do 
país; 
- em 1896, foi estabelecida, pelas impressões digitais, a identidade de um cadáver 
desconhecido, encontrado nas ruas de La Plata, como sendo do ex-sentenciado 
Francisco Casali. 
 
Essas primeiras experiências no terreno prático deram força ao sistema datiloscópico e 
lhe atraíram o crédito, como sistema de identificação individual. 
Outrossim, como já vimos anteriormente, a identificação individual era destinada 
exclusivamente aos criminosos. Com a aplicação do Sistema VUCETICH, a identificação 
abandonou, por assim dizer, o âmbito criminal para se assenhorar do civil. 
Com o advento desse novo sistema, verificou-se que a identificação individual não é 
assunto exclusivo para criminosos, pois ele tem a finalidade natural de garantir os direitos e 
deveres do indivíduo que, evidentemente, decorrem da certeza da pessoa física. E essa certeza só 
pode ser determinada por meio da identificação, por um processo seguro. 
As primeiras aplicações práticas das impressões digitais que mencionamos acima, 
tiveram, por assim dizer, a finalidade de permitir a verificação das possibilidades desse novo 
sistema e, como os resultados foram plenamente satisfatórios , em 1896, o governo da Argentina 
determinou a abolição completa do Sistema Antropométrico de BERTILLON, adotando o novo 
sistema com o nome de Sistema DATILOSCÓPICO ou DATILOSCOPIA. 
DATILOSCOPIA – é o nome usado hoje em quase todos os países para designar o 
sistema de identificação humana por meio das impressões digitais, proposto pelo Dr 
FRANCISCO LATZINA, em 1894, e aceito por VUCETICH, para substituir o nome 
ICONOFALANGOMETRIA com o qual havia batizado esse sistema. 
Foi tão grande a atuação de VUCETICH no terreno da identificação humana, que seria 
impraticável destacá-la nesta nota. Ele iniciou seus estudos no artigo de HENRY, o qual 
discorria sobre o Sistema de GALTON. 
Devemos, entretanto, ressaltar os méritos de VUCETICH que em resumo são: 
- idealizou um processo de classificação das impressões digitais de modo que esse 
trabalho fosse realmente fácil e prático, através de uma fórmula datiloscópica: 
V4444/V4444; 
- idealizou um processo de arquivamento datiloscópico baseado nessa fórmula, o que 
constitui a base da identificação individual por meio das impressões digitais; 
- instituiu a identificação civil. 
 
 6 
Podemos dizer que VUCETICH marcou a fase final do período científico da história da 
datiloscopia que consagrou as impressões digitais como um processo de identificação humana. 
A evolução foi lenta, como em toda ciência. Teve início em 1664, com MALPIGHI e 
terminou em 1891, com VUCETICH. Cada um deu uma parte das suas atividades e a soma 
dessas pequenas parcelas formou o todo que constitui hoje a CIÊNCIA DA DATILOSCOPIA. 
Coube a GALTON coordenar e sistematizar os estudos e experiências dos seus 
antecessores e a VUCETICH o aperfeiçoamento dessa última fase e sua aplicação prática, 
alterando profundamente o aspecto geral da identificação humana. 
VUCETICH, o grande mestre naturalizado argentino, ao apresentar o seu originalíssimo 
sistema de classificação e arquivamento das impressões digitais em 01 Set 1891, deixou 
subsídios para que os estudiosos do assunto fizessem o seu aperfeiçoamento técnico. O saudoso e 
eminente vulto da identificação, formulando as instruções necessárias à execução do seu novo 
sistema de classificação, mandava, por exemplo, que as impressões digitais, para efeito de 
arquivamento, fossem tomadas em papel acetinado de fundo branco. Cabia, no entanto, aos seus 
sucessores, não só o desenvolvimento dos subtipos e das subdivisões do referido sistema de 
classificação, como também, o seu aperfeiçoamento técnico, mesmo porque, consultado sobre 
certas questões de ordem técnica para completa execução do seu genial método, respondeu que: 
“aos estudiosos do assunto caberá o aperfeiçoamento do método de classificação e 
arquivamento.” 
 
4. DIVISÃO DO PROCESSO DATILOSCÓPICO 
 
 O processo datiloscópico originado do estudo das impressões digitais para fins de 
identificação humana, divide-se em: MONODATILAR e DECADATILAR. 
 
MONODATILAR – quando se refere a um só dedo. 
DECADATILAR – quando se trata do conjunto dos 10 dedos. 
 
5. DATILOGRAMA 
 
Os desenhos papilares aparecem desde o 6º mês de vida intra-uterina e só desaparecem 
com a morte, após a putrefação do cadáver. 
DATILOGRAMA é a palavra que designa cada um dos desenhos digitais. É uma palavra 
híbrida, formada por 2 radicais de origem diferente, do grego DAKTILOS=dedos e do latim 
GRAMA= marca. 
Um datilograma pode ser encontrado em 3 situações: natural, artificial e acidental. 
 
Natural – é aquele que se vê pelo exame direto na polpa digital das falangetas, com 
auxílio de lentes ou mesmo a olho nu. 
Artificial – é aquele que resulta da impressão por qualquer dos meios gráficos 
conhecidos, tal como se encontra nas fichas datiloscópicas ou documentos de identidade. 
Acidental – é aquele encontrado nos locais de crime. 
 
No datilograma natural distingue-se as cristas(salientes) e os sulcos interpapilares(baixo 
relevo) cobrindo a epiderme. 
Para o exame do datilograma natural, o paciente deve manter o dorso da mão virado para 
baixo e as falangetas apontadas para o observador, para que coincidam os bordos da figura com a 
posição dos dedos sobre uma superfície plana. 
Convém chamar a atenção para o seguinte: 
a. quando se fotografam as impressões digitais e há necessidade de estudá-la na película 
ou chapa (negativo), é de se ter em conta que nesta as linhas brancas correspondem às 
cristas e as negras, aos sulcos; 
b. via de regra, a tomada das impressões digitais de uma pessoa é feita na FICHA 
DATILOSCÓPICA, a qual trataremos mais tarde. Essa ficha, após receber as 
impressões dos 10 dedos ou dos dedos que a pessoa possua, passa a denominar-se 
INDIVIDUAL DATILOSCÓPICA(ID). 
 
 7 
Há casos, porém, em que a impressão de cada um dos dedos é tomada numa ficha 
separada, impressa especialmente para esse fim, são as FICHAS MONODATILARES, 
destinadas a um arquivo especial denominado ARQUIVO MONODATILAR. 
Quer num caso, quer noutro, temos datilogramas. 
 
6. POSTULADOS DA DATILOSCOPIA 
 
Passemos a estudar as principais qualidades das figuras papilares, ou seja, os postulados 
emitidos para a datiloscopia e o seu valor de identificação, que são: 
 
- VARIABILIDADE 
- IMUTABILIDADE 
- INDIVIDUALIDADE 
- INIMITABILIDADE 
- INALTERABILIDADE 
 
De GALTON a HENRY até VUCETICH e LOCARD, todos os investigadores 
concordaram com a existência destas qualidades. 
 
VARIABILIDADE 
 
É infinita se considerarmos o número inimaginável de combinações possíveis de tantas 
particularidades epidérmicas: linhas, deltas, poros, pontos característicos, etc. 
Duas figuras papilares iguais são do mesmo dedo de um só indivíduo. Dois indivíduos 
jamais podem apresentar figuras papilares iguais. 
Por mera curiosidade, apontaremos alguns cálculos de diversos pesquisadores, sobre a 
possibilidade ou probalidade de se encontrar 2 impressões idênticas pertencentes a indivíduos 
diferentes. 
Assim, GALDINO RAMOS, citado por LOCARD, raciocina: “se considerarmos 10 
pontos característicos em cada figura digital de uma só pessoa, seriam necessários que passassem 
5 milhões de séculos para que aparecessem 2 indivíduos com figuras papilares iguais. 
GALTON, por seu lado, calculou ser possível uma coleção de 64.000.000.000 de 
desenhos papilares diversos. 
Quanto ao número de fichas diferentes, contando somente as combinações dos 4 tipos 
fundamentais de VUCETICH, pode-se calcular em 1.048.576. 
Eis outra probalidade imaginava por WINDT e KODICEK, que partiram de 10 pontos 
característicos de cada dedo: 1.024^10=10.240.000.000.000 de pontos. 
Admitamos, agora, que existam 1.024combinações de individuais datiloscópicas, número 
que se obtém assim: 4^5 = 1.024, isto nada mais é do que os 4 tipos fundamentais do Sistema 
VUCETICH, que podem aparecer em cada um dos dedos de uma só mão e na série masculina. 
Multipliquemos 1.024 por aquele outro número já registrado: 1.024 x 10.240.000.000.000 
= 10.485.760.000.000.000; o cálculo no série feminina dará o mesmo resultado. Teremos assim 
10.485.760.000.000.000 x 2 = 20.971.520.000.000.000 combinações. 
Por fim, mais um cálculo curioso: WENTWORTH e WILDER dizem que BALTHAZAR 
previa o aparecimento de 2 figuras digitais idênticas somente ao fim de um período de tempo tão 
largo, como aquele que os astrônomos dizem ser preciso para o sol arrefecer. 
No entanto, não é necessário entrar em tais cálculos, porque é fácil imaginar que a 
variedade das figuras, por combinação de suas muitíssimas particularidades, é indiscutivelmente 
ilimitada. 
Haverá quem pense que uma exceção pode destruir tão solene regra, como segue: a 
existência de gêmeos univitelinos, extremamente parecidos. De forma nenhuma, pois embora 
possam alguns gêmeos apresentar figuras papilares do mesmo tipo, a verdade é que rapidamente 
se distinguem. 
Na aparência geral das figuras, diz GALTON, há certa identidade, porém, nas 
particularidades, esta não aparece, o que também verificamos. 
Outro assunto que pode acudir à nossa imaginação é o da hereditariedade das figuras 
digitais, à semelhança nos membros de uma família. O problema tem sido largamente estudado, 
 8 
mas não se colheram ainda elementos sérios que permitam estabelecer regras nítidas. Desta 
forma, a aplicação da datiloscopia na investigação da paternidade (como se faz com os grupos 
sangüíneos) não dá qualquer resultado. 
 
IMUTABILIDADE 
 
Esta garantia tem sido posta em relevo desde os primeiros tempos das investigações no 
campo da DERMOPAPILOSCOPIA. Vários observadores, como GALTON, HERSCHELL e 
WECKER, entre outros, notaram que as figuras papilares não se modificam no mais pequenos 
detalhes durante os longos períodos da vida. 
GALTON e VUCETICH demonstraram claramente um fato, que hoje já ninguém 
discute: “todos os pontos característicos ou particularidades, se conservam desde o nascimento 
até a morte”. 
Para finalizar este tema, basta dizer que GALTON observando as figuras papilares 
obtidas em diferentes épocas da vida de alguns indivíduos, verificou a imutabilidade, não só dos 
tipos de figuras, mas também das mais delicadas características. De 296 pontos de comparação, 
nem um só ponto desapareceu ou se modificou depois de muitos anos. 
Por fim, eis outro dogma inatacável da datiloscopia: a impossibilidade absoluta de uma 
figura papilar se transformar, de modo a se revestir de aspecto diferente, quer dizer, um arco 
jamais se transformará num verticilo ou um verticilo numa presilha ou presilha num arco. 
Um só caso pode suceder, mas imediata e facilmente explicável: o caso de uma cicatriz 
que, repuxando a pele, torça as linhas papilares de tal maneira que a figura papilar possa parecer 
com outra. Neste caso, passa a cicatriz a constituir um ponto característico de grande 
importância. 
 
INALTERABILIDADE 
 
Desde os primeiros passos da datiloscopia, confirmam os autores a inalterabilidade das 
figuras papilares. Porém, logo apareceram investigadores a afirmar que elas podem sofrer danos 
mais ou menos extensos, de forma a alterar-lhes a fisionomia e, mesmo destruí-las. 
Este é um ponto de grande interesse e importância para o conhecimento da datiloscopia. 
Podemos destacar 6 casos a observar, ao identificarmos certos indivíduos: 
 
1º - absoluta integridade da pele das papilas digitais; 
2º - leves alterações na mesma (pequenas cicatrizes, etc); 
3º - grandes alterações da mesma (cicatrizes deformadoras); 
4º - anomalias congênitas ou acidentais; 
5º - ausência absoluta de cristas papilares; 
6º - ausência das falangetas e, portanto, das polpas digitais. 
 
Posto isto, compreende-se que há uma série de circunstâncias que fazem constituir, 
dentro da DERMOPAPILOSCOPIA, um pequeno capítulo que trata das figuras papilares 
anormais ou doentes, quer dizer, da sua patologia. Isto deu nascimento a DATILOSCOPIA 
CLÍNICA, cujas investigações datam do começo do século. 
ISRAEL CASTELLANOS, um dos mais distintos admiradores, resume a história da 
dermopapiloscopia clínica num trabalho de 1922, ampliado em 1934. Por ele ficamos sabendo 
que FAULDS, em 1905, HECHT, em 1907, LOCARD, em 1909, CLAUDE e CHAUVET, em 
1911, CESTAN, DESCOMPS e EUSIERE, em 1916, GUMERCINDO SILVA, em 1918, o 
próprio CASTELLANOS, em 1922 e outros, apontaram a existência de lesões mais ou menos 
profundas e persistentes na pele das polpas digitais que impedem, em maior ou menor grau, a 
coleta das respectivas impressões digitais. Essas lesões são produzidas por várias doenças: lepra, 
panarícios, eczemas, herpes, impetigo, esclerodermites, pânfigo foliáceo, escarlatina, paralisia 
infantil, lesões de origem traumática ou estigmas profissionais, etc. 
Nesses casos, 2 circunstâncias se podem observar: 
1ª - as lesões passam, se desaparece a doença, reformando-se perfeitamente as cristas 
papilares; 
2ª - as lesões não passam, desaparecendo as cristas, no todo ou em parte, definitivamente. 
 9 
Isto quer dizer que as cristas podem desaparecer ou alterar-se definitivamente ou 
temporariamente. Neste único caso é porque foi atacada a epiderme, e no primeiro caso, a derme. 
 
INDIVIDUALIDADE 
 
Deste o 6º mês de vida intra-uterina que no feto começa a formar-se os desenhos digitais, 
que permanecem por toda a vida e só desaparecem após a morte, com putrefação do cadáver. 
Cada pessoa possui desenhos próprios e individuais, quer dizer, constituem formas 
inconfundíveis e que servem para identificar um indivíduo entre milhões de outros, sem a menor 
dúvida e sem possibilidade de erros. São diferentes entre membros de uma mesma família, não 
se transmitem por hereditariedade e são diferentes até entre os gêmeos. 
 
INIMITABILIDADE 
 
Restava a questão, realmente curiosa, de saber se as linhas papilares são suscetíveis de 
imitação. 
MINOVICH, diretor do Serviço Antropométrico de Bucarest, fez experiências nesse 
sentido. Submeteu impressões digitais as manobras hábeis de imitadores. No exame que se 
seguiu, feito por meio ampliações fotográficas, verificaram-se diferenças tão evidentes e 
flagrantes entre as impressões verdadeiras e as imitações que não houve a menor dúvida em 
distingui-las. 
Pode-se, assim, afirmar que também as linhas papilares são inimitáveis. 
A possibilidade de se falsificar as impressões digitais, conforme esclarece o Dr 
AURÉLIO DOMINGUES, “tem ocupado alguns espíritos, sobretudo alheios às questões da 
datiloscopia, os profanos da ciência, da parte de quem eu vislumbro um desejo perverso e mal 
oculto de atacar, pretendendo insensatamente destruir os fatos positivos demonstrados à 
sociedade pelas experiências feitas e repetidas sábios e teóricos”. 
É possível fabricar moldes mais ou menos perfeitos dos desenhos digitais, em borracha 
ou metal. E, com esta espécie de carimbo, reproduzi-los em impressões digitais. Mas, que tem 
isso a ver com o valor positivo das impressões digitais para a verificação da identidade 
individual? Estas manobras perversas obtidas, é claro, partindo sempre do princípio de ter sido 
possível obter as impressões do indivíduo, de cuja identidade se precisa para qualquer fim 
criminal, servem apenas para demonstrar o valor da identificação na prova datiloscópica. 
O indivíduo vítima de uma manobra dessa ordem, de certo há de lembrar-se do logro que 
caiu. Nenhum método de falsificação da impressões pode ser com segurança empregado, sem 
que se disponha previamente dos dedos do indivíduo, cujas as impressões se quer imitar, a quem 
se quer fazer passar, falsamente, por outro, daquilo que na verdade não é de sua 
responsabilidade. 
Falsificar impressões digitais, não dispondo dos dedos que as produzem, originalmente, é 
impossível. Assim comonão é possível imitar uma impressão tomada diretamente, com tinta 
preta de imprensa, o processo ordinário adotado nos serviços de identificação datiloscópica. Não 
se dá a mesma coisa com a assinatura, que pode ser falsificada, sem dispor da mão original que a 
traçou. 
OTHOLLENGHI, refere LOCARD, afirma muito judiciosamente, que a moldagem 
experimental das cristas papilares, embebida em suor da fronte, dá uma impressão latente 
revelável. Mas esta impressão não tem o mesmo aspecto que a impressão digital tomada com 
técnica, devido ao depósito natural das gotículas de suor nos poros. 
As impressões latentes encontradas nos locais de crime, indicando a identidade dos 
indivíduos que lá estiveram, nem por sonho, são equivalentes às deixadas por processos técnicos. 
Elas são mais ou menos discutíveis e de difícil execução. 
A estas poderemos chamar de transferência ou reprodução de impressões autênticas. As 
impressões latentes não tem, absolutamente, os caracteres daquelas que se utilizam por processos 
normais e técnicos. 
Concluindo: 
a) as imitações de impressões digitais, por melhores que sejam, não produzem, 
exatamente, a sua autenticidade e, portanto, a sua farsa pode ser destruída perante 
uma simples perícia; 
 10 
b) as melhores impressões digitais são sempre obtidas com o recurso dos dedos do 
indivíduo cujas impressões se queira imitar, precisando, portanto, contar com a sua 
aquiescência ou logro; 
c) as melhores imitações que tente fazer das impressões digitais, absolutamente, não 
poderão se comparar com o valor positivo e real daquelas, destinadas a estabelecer a 
identidade individual legadas, cotidianamente, em toda a parte do mundo, pelos 
serviços de identificação datiloscópica, porque os desenhos digitais são imutáveis e 
inimitáveis em sua natureza. 
 
7. SIMPLICIDADE DO SISTEMA VUCETICH 
 
A classificação datiloscópica de VUCETICH prima, sobretudo, pela SIMPLICIDADE, 
mantendo-se com a mesma exatidão e perfeição, qualquer que seja o número de fichas a 
classificar e por arquivar. São suas as palavras abaixo, na explanação de seu método: “a simples 
vista, qualquer pessoa pode observar que as linhas papilares das falangetas da face palmar de 
ambas as mãos, existem, tanto à direita quanto à esquerda e, em ambos os lados desses desenhos, 
pequenos ângulos que se denominam DELTAS, cujas linhas se desenvolvem à direita ou à 
esquerda, ou mesmo em forma circunferencial, espiralóide, ovoidal, etc.” 
Essas linhas foram denominadas LINHAS DIRETRIZES e encerram outras que, em seu 
conjunto, constituem o chamado NÚCLEO que, por sua vez, encerra a identidade individual, 
para a classificação pelo método de VUCETICH. 
O conjunto das impressões digitais de ambas as mãos lançadas numa ficha se denomina 
INDIVIDUAL DATILOSCÓPICA(ID) e simplesmente FICHA DATILOSCÓPICA(FiD), a 
folha de papel, antes de constar as impressões digitais. 
Cada FiD consta de SÉRIE e SEÇÃO. 
A SÉRIE corresponde aos dedos da mão direita e a SEÇÃO aos dedos da mão esquerda. 
A série subdivide-se em FUNDAMENTAL, que designa o POLEGAR DIREITO e 
DIVISÃO, que designa os demais dedos. 
A seção subdivide-se em SUBCLASSIFICAÇÃO, que designa o POLEGAR 
ESQUERDO e SUBDIVISÃO, que compreende os demais dedos. 
A FICHA DATILOSCÓPICA, que apresentaremos a seguir, contém, em uma das faces, 
os espaços para aposição das impressões digitais do 10 dedos do identificando e, no verso, todos 
os dados necessários à complementar sua identidade, que serão lançados pelo identificador. 
 
FICHA DATILOSCÓPICA 
 
 
 11 
 
 
 
 
 
 
Colhidas as impressões digitais e preenchidos os dados, se transformará em 
INDIVIDUAL DATILOSCÓPICA. 
 
8. TIPOS FUNDAMENTAIS 
 
No Sistema de VUCETICH existem 4 tipos de desenhos fundamentais que servem de 
base para toda a classificação datiloscópica. São eles: 
 
- ARCO 
- PRESILHA INTERNA 
- PRESILHA EXTERNA 
- VERTICILO 
 
Cada um destes tipos são definidos perfeitamente, baseados na presença ou não de duas 
características importantes, sendo uma pertinente ao DELTA e a outra, às LINHAS DO 
SISTEMA NUCLEAR. 
Graças ao conhecimento técnico desses 2 detalhes, DELTAS e NÚCLEOS, é possível, 
além dos já citados tipos fundamentais, desdobrarmos toda a classificação e suas 
subclassificações. 
Para representar os diversos tipos e subtipos foi necessário a criação de símbolos que nos 
é definido por letras e números. 
As letras são empregadas para representar os tipos fundamentais nos polegares e o 
números os tipos fundamentais nos demais dedos. 
Os tipos fundamentais de VUCETICH são representados, abreviadamente, pelos 
seguintes símbolos: 
 
 
DENOMINAÇÃO POLEGAR DEMAIS DEDOS 
ARCO A 1 
PRESILHA INTERNA I 2 
PRESILHA EXTERNA E 3 
VERTICILO V 4 
 
 
 
Daremos, como exemplo, as impressões digitais ampliadas dos 4 tipos fundamentais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
ARCO - A - 1 
 
1. ARCO – tem as seguintes características: 
a. ausência de delta; 
b. as linhas atravessam o campo da impressão de um lado para outro, 
assumido forma mais ou menos abaulada. 
 
PRESILHA INTERNA - I - 2 
 
 
 
2. PRESILHA INTERNA– tem as seguintes características: 
a. um delta a direita do observador. 
b. as linhas nucleares correm para a esquerda do observador. 
 13 
PRESILHA EXTERNA - E - 3 
 
3. PRESILHA EXTERNA– tem as seguintes características: 
a. um delta a esquerda do observador. 
b. as linhas nucleares correm para a direita do observador. 
 
VERTICILO - V - 4 
 
4. VERTICILO– tem as seguintes características: 
a. tem dois deltas, sendo uma à direita e outro à esquerda do observador. 
b. as linhas nucleares ficam encerradas entre os dois deltas, assumindo 
configurações variadas. 
 14 
9. SISTEMAS DE LINHAS 
 
Podemos dizer que os desenhos digitais são formados por três sistemas de linhas. A base 
de todo método de classificação gira em torno desses sistemas, que são: BASILAR, 
MARGINAL e NUCLEAR. 
 
SISTEMA BASILAR – É determinado pela linha limite basilar, ou seja, a mais elevada 
de sua base, que vai encontrar-se com o limite de outros sistemas. 
SISTEMA MARGINAL – É limitado pela crista externa mais próxima do centro da 
impressão e que faz o seu contorno, paralelamente, com o conjunto nuclear. 
SISTEMA NUCLEAR – É determinado pela maior e mais externa linha do centro do 
desenho que acompanha paralelamente o sistema marginal. 
 
É justamente na confluência das linhas desses sistemas que aparecem os já referidos 
triângulos ou deltas, quer de um lado quer de outro, ou mesmo em ambos os lados do desenho. 
 
LINHAS DIRETRIZES 
 
Chamam-se linhas diretrizes as cristas que, partindo do delta, limitam os sistemas basilar, 
marginal e nuclear, envolvendo o NÚCLEO. 
 
 
O processo mais comum para se determinar as linhas diretrizes de uma impressão digital 
consiste em tomar, como ponto de partida, os prolongamentos dos ramos superior e inferior do 
delta. 
Realmente, esta teoria nem sempre pode ser aplicada, não só porque a natureza não 
obedece uniformemente às suas criações, como também, as naturais interrupções de suas cristas 
não permitem, geralmente, um meio seguro para esta determinação. 
Quando o prolongamento dos ramos do delta for interrompido, toma-se, para a 
continuação das linhas diretrizes, a crista imediatamente externa e, assim, sucessivamente, até 
que seja possível envolver completamente o núcleo. 
 15 
Este critério facilita o processo para circunscrever o centro do desenho, pois, do 
contrário, o núcleo nem sempre poderia ser envolvido, em virtude das terminações abruptas de 
suas linhas, que se verificam em variados casos. 
 
10. DELTAS 
 
Várias tem sido as definições, em datiloscopia, desta característica principal, cuja 
presença serve de base em quase todos, senão em todos os sistemas de identificação pelas cristas 
digitais. 
Diz Vicente Rodrigues FERRER: “ delta é o espaço formado pela confluência das linhas 
basilar, marginal e nuclear”. 
Edmond LOCARD, um dos mais destacados estudiosos do assunto,assim se expressou: 
“o triângulo ou delta é o ponto onde diversas ordens de cristas, umas do sistema central e outras 
do sistema marginal, convergem e defrontam-se”. 
Na opinião de outros, delta é o maior afastamento entre 2 linhas papilares ao encontrarem 
uma terceira em sentido oposto, formando assim, um desenho que nos dá a idéia de triângulo. 
Conforme disse VUCETICH, ao apresentar o seu método: “a simples vista, todo mundo 
pode observar que as linhas papilares das últimas falangetas da face palmar de ambas as mãos, 
formam desenhos muito variados e que existem, ora à direita, ora à esquerda ou em ambos os 
lados, pequenos ângulos que se chamam DELTAS, cujas linhas se prolongam à direita ou à 
esquerda, ou em forma circunferencial, espiralóide, ovoidal, etc.” 
 
Delta é, pois, o desenho em forma de triângulo; daí o seu próprio nome, por se parecer 
muito com a quarta letra maiúscula do alfabeto grego. 
Ainda não tivemos a necessidade de utilizar, para a classificação comum, os subtipos de 
deltas, nos desdobramentos. Talvez, quando o Serviço de Identificação do Exército possuir 
avultado número de individuais datiloscópicas, seja obrigado a adotar tais subtipos para a 
subclassificação. 
 
Devemos salientar que o mais detalhado estudo sobre deltas foi procedido por 
FREDERICO OLORIZ AGUILLERA, o qual definiu e classificou 16 tipos e os define assim: 
 
DELTAS CAVADOS – são triângulos mais ou menos regulares, cujas faces tomam os 
nomes de BASILAR, MARGINAL E NUCLEAR, do respectivo sistema e cujos ângulos 
denominou: NÚCLEO MARGINAL, NÚCLEO BASILAR E BASE MARGINAL, conforme os 
sistemas de linhas que limitam; todavia, chamou-os, respectivamente, SUPERIOR, INTERNO e 
EXTERNO, em relação ao eixo digital e subclassificou-os em ABERTO e CERRADO. 
 
DELTAS TRIPÓDIOS – são formados por cristas papilares que, unindo-se em um ponto 
comum, formam uma espécie de tripódios. 
 
A exemplo dos cavados, também chamou-os SUPERIOR, INTERNO e EXTERNO e 
subclassificou-os em CURTO e LONGO. 
 
Tanto o cavado como o tripódio, apresentam 8 tipos característicos, a saber: 
 
CAVADOS 
 
1. Cavado aberto 
2. Cavado aberto superior 
3. Cavado aberto interno 
4. Cavado aberto externo 
5. Cavado cerrado 
6. Cavado cerrado superior 
7. Cavado cerrado interno 
8. Cavado cerrado externo 
 
 16 
TRIPÓDIOS 
 
1. Tripódios curto 
2. Tripódios curto superior 
3. Tripódios curto interno 
4. Tripódios curto externo 
5. Tripódios longo 
6. Tripódios longo superior 
7. Tripódios longo interno 
8. Tripódios longo externo 
 
A seguir, definamos as características délticas isoladamente: 
 
 
 
 17 
 
 
Obs: os deltas acima forma classificados tomando-se por referência o núcleo da presilha 
interna. 
 18 
 
 
 Nota-se que cada ramo do tripódio pode ser de extensão variável, desde que pouco 
mais de sua própria espessura até um maior desenvolvimento, isto é, de 5 vezes a sua espessura. 
 Convencionou-se chamar-se de CURTO o ramo que não exceder 5 vezes a sua 
espessura e EXTENSO ou LONGO o que ultrapassar essa proporção. 
 Para melhor compreensão, teremos por base o seguinte: a medida do ramo 
predominante, isto é, que lhe dá o título, é o que se diferencia dos outros dois. 
 
PSEUDO-DELTA 
 
Querem certos autores que, quando as cristas papilares do delta não chegam a envolver 
perfeitamente o núcleo, seja aquele considerado “PSEUDO-DELTA” ou “FALSO-DELTA” 
deixando a denominação propriamente de delta, quando os seus ramos o circunscreverem 
completamente. 
Nada mais é do que uma figura parecida com a formação déltica, sem, entretanto, o 
prolongamento de seus ramos envolverem o núcleo. 
 
DELTA VERDADEIRO 
 
Podemos considerar delta verdadeiro aquele que tem a forma de um triângulo aberto ou 
fechado, ou tripódio, e os prolongamentos dos seus ramos superior e inferior, possam envolver 
um núcleo, sem ligação com o centro do desenho. 
 
 Pseudo-delta Delta verdadeiro 
 
11. PONTO DÉLTICO 
 
Complementando o estudo do delta, devemos aprender a determinar um ponto muito 
importante do desenho déltico: o ponto DÉLTICO. 
O conhecimento deste ponto é de fundamental importância na classificação 
datiloscópica, principalmente para a contagem de linhas, em se tratando de presilhas. 
a. fica localizado no ângulo fechado superior, nos deltas cavados: 
 
- cerrado (Fig 5) 
- aberto interno (Fig 2) 
- aberto externo ( Fig 4) 
- cerrado superior (Fig 7) 
 
b. localiza-se no ângulo fechado interno, nos deltas cavados: 
 
- aberto superior (Fig 3) 
- cerrado interno (Fig 6) 
 
c. fica localizado no ramo interno, no ponto de interseção com a linha imaginária que 
vai do centro do delta até o centro do núcleo do datilograma, nos deltas cavados: 
 
- aberto (Fig 1) 
- cerrado externo (Fig 8) 
 
d. localiza-se no ponto de encontro dos ramos em todos os tipos de deltas tripódio (Fig 
9, 10, 11 e 12). 
 
 19 
Para melhor entendimento do assunto, observe os desenhos a seguir: 
 
 
 
12. NÚCLEO 
 
A classificação datiloscópica de VUCETICH, isto é, a denominação dos 4 tipos 
fundamentais, é baseada em 2 pontos principais: DELTA e NÚCLEO. 
Cada um destes termos constitui capítulos diferentes. Sobre os deltas já tratamos no 
anterior. Passemos, pois, ao núcleo. 
O núcleo dos datilogramas é, como o próprio nome indica, o seu centro, o qual se 
constitui das linhas mais centrais envolvidas pelas demais que formam todo o sistema nuclear. 
Apresentaremos, a seguir, os diversos tipos de núcleo que aparecem com maior ou 
menor freqüência nos desenhos digitais: 
 
 
Arco plano Arco angular 
 
Presilha interna Presilha externa 
 
 20 
 
13. PONTO CENTRAL 
 
 No núcleo dos desenhos digitais podemos destacar um ponto muito importante e que 
serve de referência, em alguns casos, para a sua subclassificação e que denomina-se PONTO 
CENTRAL. 
 Passemos a estudar a sua localização nos tipos principais: 
 
 ARCOS – o pontos central fica situado no ponto mais elevado da linha curva mais alta em 
relação à prega interfalangeana, nos arcos planos, e no ápice da linha ou cabeça de laço, nos 
arcos angulares. 
 
 PRESILHAS – o ponto central das presilhas é encontrado: 
 a. no ápice da linha axial central, quando se tratar de número ímpar de cristas; 
 b. no ápice da linha axial mais próxima do centro e mais distante do delta, quando existir 
número par de cristas; 
 c. no ponto mais elevado da curva superior do menor laço; 
 d. no ponto de incidência da linha axial central com o laço menor da presilha, quando o 
número de cristas for ímpar; 
 e. no ponto de incidência da linha axial mais central e mais distante do delta com a curva 
 21 
superior do menor laço, quando o número de cristas for par; 
 f. no ápice da linha axial, ou cabeça de laçada, que ficar mais distante do delta, quando 
estas 2 características estiverem juntas. 
 g. quando ocorrerem duas laçadas, o ponto central será na cabeça da laçada mais distante 
do delta. 
 VERTICILOS – o ponto central dos verticilos é encontrado nos: 
 
a. OVOIDAIS – no ápice da linha axial ou no ponto mais elevado da elipse mais 
interna; 
b. SINUOSOS – na extremidade da volta menor no “S” mais próximo de cada delta, 
sendo assim localizados 2 pontos centrais no mesmo desenho; 
c. ESPIRAIS – no início da espiral; 
d. CONCÊNTRICOS – no centro do círculo menor; 
e. VORTICIFORMES – no ponto de irradiação das linhas; 
f. GANCHOSOS – indefinido, ficando os critérios acima para serem aplicados na 
medida do possível. 
 
Daremos, a seguir, alguns exemplos de ponto central como ilustração. 
 
 
 
 
 
14. TIPOS E SUBTIPOS 
 
No Sistema de VUCETICH existem 4 tipos fundamentais de desenhos, que servem de 
base para a classificação datiloscópica. Esses 4 tipos, como já sabemos, são denominados 
 22 
ARCOS, PRESILHAS INTERNA, PRESILHAS EXTERNA E VERTICILOS. Cada um deles 
possui seus subtipos próprios. 
Nãoobstante contar o Sistema de VUCETICH com 1.048.576 fórmulas datiloscópicas 
diferentes, resultantes das combinações dos 4 tipos fundamentais, em ambas mãos, o Serviço de 
Identificação do Exército adotou mais 4 tipos, denominando-os TIPOS ESPECIAIS. 
No Sv Idt Ex, apenas os tipos fundamentais possuem subtipos. 
Entendemos como subtipo a subclassificação do tipo. Assim, a classificação primária de 
um determinado desenho digital, designará o seu tipo e a subclassificação, o seu subtipo. 
Como já conhecemos a localização do ponto central nos diversos tipos de núcleo, 
passaremos ao estudo detalhado dos tipos e subtipos. 
 
ARCO – é a figura adéltica, elementar da classificação e subdivide-se em: 
a. arco plano, simples, típico ou natural; 
b. arco angular, tenda principal ou piniforme. 
 
ARCO PLANO – se caracteriza pela ausência absoluta de delta, contendo linhas quase 
retas ou levemente curvas, paralelas, que partindo de um lado da falangeta fazem uma pequena 
curvatura no centro e vão terminar do lado oposto. 
ARCO ANGULAR – é assim chamado, quando a curvatura das linhas, possui valor 
angular bem pronunciado, chegando a se parecer com uma pirâmide ou um triângulo isósceles. 
Geralmente, possui uma linha central cujo ápice constitui o núcleo da impressão. 
 
 
Arco plano 
 
Arco angular 
 
CARACTERIZAÇÃO DOS ARCOS 
 
Para que uma figura papilar seja classificada como arco, é necessário que: 
 
a. não possua, absolutamente, deltas; 
b. embora existindo uma laçada no seu centro, esteja ligada a uma figura parecida com 
um delta ou pseudo-delta e não haja, pelo menos, uma linha axial; 
c. no caso de existir uma laçada e uma linha axial, aquela ficará ligada a um pseudo-
delta; 
d. mesmo que seja encontrada uma linha axial perpendicular no interior da curva mais 
acentuada ou piramidal, as cristas superpostas à referida linha, atravessam o 
desenho de uma lado para outro; 
e. se, em qualquer um dos lados da linha central, no caso de angulares, existir somente 
uma laçada, sem nenhuma axial; 
f. caso exista uma laçada e pseudo-delta, a linha axial fique ligada àquela, de forma 
que, do centro nuclear ao pseudo-delta, não exista uma linha perpendicular 
independente; 
g. existindo um pseudo-delta, uma laçada e uma linha axial, seja encontrada uma 
pequena crista presa ao pseudo-delta ou ao centro; 
h. mesmo que exista um pseudo-delta, uma laçada, uma linha axial ligada e qualquer 
outra linha entre o pseudo-delta e o núcleo, esta fique localizada fora do alcance da 
linha de GALTON. 
 23 
O Serviço de Identificação do Exército ainda não adota a subclassificação, isto é, os 
subtipos dos arcos, para fins de arquivamento, apenas o subdivide para fins de estudo em plano e 
angular. 
Porém, face ao grande volume de individuais datiloscópicas existentes nos arquivos 
com esse tipo fundamental, torna-se imperiosa a necessidade do aproveitamento dos seus 
subtipos, se não em todas, pelo menos na fórmula A – 1 1 1 1 , facilitando, assim, a pesquisa 
datiloscópica. A – 1 1 1 1 
As duas subclassificações (subtipos) dos arcos, se utilizadas, poderia nos dar grande 
números de combinações e, ainda, poderíamos adotar mais duas que aparecem com grande 
freqüência e, assim, teríamos uma infinidade de combinações, proporcionando uma pesquisa 
mais rápida. Estas duas subclassificações seriam: 
- apresilhado à direita; 
- apresilhado à esquerda. 
 
Para adoção destas subclassificações seria levado em consideração a situação do 
pseudo-delta, em relação à laçada, tal como acontece com o delta das presilhas. 
Para o arquivamento dos arcos seria adotada a seguinte ordem de precedência dos 
subtipos: 
- plano; 
- angular; 
- apresilhado à direita; 
- apresilhado à esquerda. 
 
PRESILHA 
 
São figuras papilares que possuem um delta, à direita ou à esquerda, e um núcleo 
definido. Chamam-se também figuras monodélticas ou mondeltas. 
As presilhas dividem-se em: 
- interna: quando o delta está situado do lado direito do observador; 
- externa: quando o delta está situado do esquerdo do observador. 
 
Estudaremos, apenas, as presilhas de um modo geral, cujos subtipos tanto servem para 
a interna como para a externa. São constituídas de cristas papilares, que partindo de um bordo da 
falangeta, em espécie de feixe, tomam a direção da parte superior, depois de fazerem uma curva 
externa (ramo ascendente), até desembocarem pelo lado inicial. Tem a configuração central de 
“asa” ou “laço”. Na parte da maior convexidade externa é encontrado um delta, cujas cristas 
contornam superior e inferiormente o sistema nuclear. 
 
 
Presilha interna 
 
Presilha externa 
 
CARACTERIZAÇÃO DAS PRESILHAS 
 
Para que uma figura papilar possa ser classificada no tipo presilha é necessário que a 
mesma possua certas características peculiares ao tipo. 
Cada órgão de identificação civil e militar adota para o seu uso interno, determinados 
pontos básicos, os quais, sem divergirem propriamente dos princípios gerais de VUCETICH, 
fazem, no entanto, algumas diferenças entre os critérios adotados nos diversos órgãos. 
 24 
O Sv Idt Ex se reporta aos requisitos indispensáveis para a classificação das presilhas 
normais que são os seguintes: 
a. que exista, pelo menos, uma laçada perfeita e no seu interior, no mínimo, uma ilhota 
isolada e, do lado externo, um delta destacado. É o tipo mais simples; 
b. possuir a figura um sistema nuclear definido e um delta, ambos independentes; 
c. que entre o núcleo e o delta exista, pelo menos, uma linha cheia sem ligações com 
qualquer daqueles 2 pontos; 
d. que a linha de GALTON, atravesse, pelo menos, uma crista cheia e independente, do 
núcleo e do delta. 
 
As presilhas internas ou externas subdividem-se, pela configuração nuclear e pela 
contagem de linhas, obedecendo ao seguinte esquema: 
 
- PRESILHA PEQUENA – quando contém de 1 até 5 linhas intercaladas entre o delta e o 
núcleo. 
 
Obs: as presilhas pequenas devem ser observadas com cuidado para verificar se não é 
arco. 
 
- PRESILHA MÉDIA – quando possui entre 6 e 11 linhas intercaladas entre o delta e o 
núcleo. 
 
- PRESILHA GRANDE - quando contém de 12 ou mais linhas intercaladas entre o delta 
e o núcleo. 
 
 25 
- PRESILHA INVADIDA – ocorre quando as cristas tocam o núcleo, em virtude do seu 
ramo descendente ao invés de continuar na sua direção normal, invade uma ou mais linhas. Só se 
deve considerar uma presilha invadida quando a invasão for de 3 ou mais linhas. Alguns autores 
classificam-nas em invadidas brandas, invadidas profundas e invadidas verticiladas, porém, é 
preferível abandonar estes termos na classificação decadatilar, deixando-as para a monodatilar, 
que requer um aproveitamento maior dos subtipos. As vezes, próximo do ponto de invasão das 
linhas, encontra-se uma espécie de delta ou pseudo-delta que estudaremos quando tratarmos dos 
TIPOS DE TRANSIÇÃO. 
 
Além de todas as características de uma presilha normal, as presilhas invadidas devem 
satisfazer mais as seguintes: 
a. que haja invasão de, pelo menos, 3 linhas do ramo descendente sobre uma outra; 
b. que o seu centro seja formado por um círculo ou uma linha mista fechada e, no 
mínimo, invadida por uma linha; 
c. que o traçado da linha de GALTON não corte 2 linhas perfeitamente cheias e curvas. 
 
 
PRESILHA GANCHOSA – assim são conhecidas as presilhas que nos dão, pela 
configuração nuclear, idéia de “anzol” ou “gancho” e apresentam várias diferenças, tais como: 
a. as linhas ao atingirem o ápice do núcleo, ao invés de subirem, descem pela parte 
externa do desenho nuclear, exatamente ao contrário do que se dá com as presilhas 
invadidas; 
b. sua concavidade é voltada para o interior do datilograma e não para o sistema 
marginal externo, tal como nas invadidas; 
c. as linhas do sistema nuclear, depois de formarem um “gancho”, descem geralmente 
sem tocar na trajetória ascendente, não havendo nenhuma invasão.PRESILHA DUPLA – são assim denominados desenhos digitais em que aparecem 2 
presilhas distintas, com as seguintes características: 
a. 2 presilhas e 2 deltas; 
b. que seja possível traçar uma linha de um delta ao outro, sem tocar qualquer dos 
núcleos das presilhas; 
c. que cada presilha possua os requisitos gerais exigidos para a presilha normal. 
 
 
 
 26 
Os laços que formam a presilha dupla podem aparecer opostos (PRESILHA DUPLA 
OPOSTA) ou superpostos (PRESILHA DUPLA SUPERPOSTA). No primeiro caso, as suas 
aberturas ficam para o lado oposto e, no segundo, voltados para uma só margem. 
 
Podem estar ainda em posição horizontal ou perpendicular à prega interfalangeana. 
 
Pode-se definir os tipos de núcleos mais comuns das presilhas em: 
 
a. RETO – quando possuir uma só linha axial; 
b. TRI-RETO – com 3 linhas axiais; 
c. TETRA-RETO – com 4 linhas axiais; 
d. PENTA-RETO – com 5 linhas axiais; 
e. LAÇADA OU PRESILHA – sem linhas axiais; 
f. INTERROGANTE OU VERTICILIDA – em forma de ponto de interrogação ou de 
vértices; 
g. INDEFINIDO – quando o seu tipo não se enquadrar em um dos casos acima 
mencionados. 
 
SUBTIPOS DAS PRESILHAS INTERNAS E EXTERNAS 
 
- Invadidas. 
- Pequenas (até 5 linhas). 
- Médias ( de 6 a 11 linhas). 
- Grandes ( de 12 linhas em diante). 
 
Obs: no arquivo do Sv Idt Ex as presilhas médias não são consideradas, computando-se 
como grandes todas as que apresentarem mais de 5 linhas. 
 
Desta forma, os subtipos das presilhas internas e externas, na prática, são: invadidas, 
pequenas e grandes (contadas). 
 
VERTICILOS 
 
Os verticilos constituem o último tipo fundamental da classificação datiloscópica 
preconizada por VUCETICH e são subdivididos, tomando-se por base a sua configuração 
nuclear e a situação dos deltas. 
 
CARACTERIZAÇÃO DOS VERTICILOS 
 
Compreendem as figuras digitais que possuem 2 ou mais deltas. A sua característica 
principal é destacada pelas linhas do sistema nuclear que envolvem o centro, voltando sobre si 
mesmas, dando a conformação de círculos concêntricos, espirais, ovoidais, sinuosos e 
ganchosos. 
 
Para que uma figura papilar seja classificada como verticilo é necessário que reuna as 
seguintes características: 
 
a. seu núcleo tenha a conformação ovóide, sinuosa, concêntrica, vorticiforme, ganchosa 
ou duvidosa, isto é, em forma de um turbilhão; 
 
b. 
 
 
SUBDIVISÃO DOS VERTICILOS 
 
a. pela configuração nuclear para os polegares 
 
 27 
VERTICILO OVOIDAL (O) – quando a configuração do seu núcleo tem a semelhança 
de uma elipse alongada. 
 
VERTICILO SINUOSO (S) – como seu nome indica, quando a configuração do sistema 
nuclear é parecida com um “S”. 
 
 
VERTICILO ESPIRAL (Sp) – quando o seu núcleo é constituído por linhas espirais. 
 
 
VERTICILO CONCÊNTRICO (Sp) – quando existem vários círculos concêntricos 
compondo o seu núcleo. 
 
VERTICILO VORTICIFORME (Sp) – quando, do ponto central do seu núcleo, são 
irradiadas linhas curvas num só sentido. 
 28 
 
 Obs: os verticilos concêntricos e vorticiformes são classificados como espirais. 
 
VERTICILO GANCHOSO (G) – tipo anômalo, apresenta 3 ou mais deltas. Sua 
configuração nuclear transmite a idéia de um “gancho” e, às vezes, um “8” deitado, ou um grão 
de feijão e outros desenhos variados. Geralmente é constituído por 2 núcleos irregulares. 
 
 
VERTICILO DUVIDOSO – é aquele cuja configuração nuclear foge aos tipos comuns, 
constituindo verdadeira transição à classificação nuclear. 
 
 
Obs: para os polegares não existe a classificação de verticilo duvidoso. Deve-se 
aproximar, de acordo com a figura para verticilos O, S ou Sp. 
 
b. Pela situação dos deltas para os demais dedos 
 
Para uma maior subclassificação dos verticilos, além da configuração do núcleo, pode-
se utilizar o TRAÇADO DELTA (Redge Tracing of the GALTON and HENRY), ou seja, a 
determinação da situação do delta ou deltas entre si. 
Os deltas podem encontrar-se num mesmo plano, ou em planos diferentes, em relação 
ao centro do desenho, isto é, de forma que os ramos inferiores possam ligar-se ou divergir um do 
outro. Para essa classificação podemos apresentar 3 casos distintos. 
1º caso – os deltas estão num mesmo plano, isto é, os seus ramos inferiores se ligam; 
neste caso, eles serão denominados DELTAS CONVERGENTES (co). 
2º caso – o delta direito está em plano superior em relação ao delta esquerdo; neste caso 
o denominaremos DELTA DIVERGENTE DIREITO (dd). 
3º caso – o delta esquerdo está em plano superior em relação ao delta direito; neste caso 
o denominaremos DELTA DIVERGENTE ESQUERDO (de). 
 29 
Para que essa classificação possa ser uniforme é necessário que seja procedida com 
MUITO CUIDADO pelo datiloscopista, baseando-se em determinadas características que 
possam apresentar. 
 
O critério adotado é o seguinte: 
 
- em relação aos deltas convergentes (co) é necessário que os ramos inferiores de cada 
um dos deltas se liguem naturalmente ou, quando esses ramos se interromperem, exista, no 
máximo, uma linha intermediária ou, ainda, se os ramos não se interromperem, não exista 
nenhuma linha entre os mesmos; 
 
- em relação aos deltas divergentes direito (dd) ou esquerdo (de) é necessário que o 
ramo da direita ou da esquerda envolva o núcleo, sendo que divergência só será configurada pela 
presença de, no mínimo, uma linha cheia e ininterrupta entre um e outro ramo. 
Quando os ramos interromperem-se é necessário a presença de pelo menos 2 linhas 
entre os ramos inferiores dos deltas para que a divergência seja caracterizada. 
 
Ressalvado o caso da fragmentação dos ramos inferiores previstos para os deltas 
convergentes, os demais são considerados deltas divergentes direito ou esquerdo, em relação ao 
que estiver mais próximo ao núcleo, o qual será considerado predominante. 
 
Esta classificação será, pois, como de um delta divergente, desde que haja, no mínimo, 
uma linha intermediária entre os ramos inferiores, sem haver interrupção dos mesmos. 
 
Veremos abaixo as figuras de deltas convergentes e deltas divergentes. 
 
 
 
 Delta convergente Delta convergente 
 
 
 
 Delta divergente Delta divergente 
 
 
 
 
 30 
Não obstante as características peculiares previstas para cada tipo, há casos em que o 
datiloscopista encontra certa dificuldade para defini-lo. Esta dificuldade, normalmente, provém 
de imperícia do datiloscopador ao tomar as impressões digitais (impressões mal rodadas, 
borrões, etc). Nestas condições, a divergência será classificada como duvidosa (d?) 
 
 
 Delta divergente duvidoso Delta divergente duvidoso 
 
REPRESENTAÇÃO DOS TIPOS E SUBTIPOS 
 
Os tipos e os subtipos são representados por símbolos (letras e números) nos polegares e 
demais dedos da seguinte forma: 
 
DESIGNAÇÃO TIPOS 
POLEGAR DEMAIS DEDOS 
ARCO A 1 
PRESILHA INTERNA I 2 
PRESILHA EXTERNA E 3 
VERTICILO V 4 
GANCHO G G 
DUPLA DP DP 
TIPOS ACIDENTAIS X X 
AMPUTAÇÕES TOTAIS 0 0 
 
Quanto aos subtipos, existem alguns exclusivamente para os polegares, outros 
exclusivamente para os demais dedos e, ainda, outro para todos os dedos. 
 
Vejamos, a seguir, a simbologia utilizada para os subtipos e como empregá-las: 
 
SUBTIPOS EXCLUSIVOS PARA OS POLEGARES 
Verticilo ovoidal .................................................................... O 
Verticilo Sinuoso ................................................................... S 
Verticilos espirais, concêntricos e vorticiformes ................... Sp 
 
SUBTIPOS EXCLUSIVAMENTE PARA OS DEMAIS DEDOS 
Verticilos com delta de divergência duvidosa ......................... d? 
Verticilos com deltas convergentes ......................................... co 
Verticilos com deltas de divergência direita ............................ dd 
Verticilos com deltas de divergência esquerda ........................ de 
 
SUBTIPOS PARA OS POLEGARES E DEMAIS DEDOS 
Presilha invadida ......................................................................................vd 
Presilha pequena (até 5 linhas) ................................................................. p 
Presilha grande (contada duvidosa – com 6 linhas em diante) ................. n? 
Presilha grande (contada – com 6 linhas em diante) ................................. nº de linhas 
 
Obs: o tipo arco, apesar de possuir subtipos, o Sv Idt Ex ainda não os utiliza. 
 
 31 
15. TIPOS DE TRANSIÇÃO 
 
Constitui a parte mais difícil para um datiloscopista a definição exata das características 
que possam distinguir certos desenhos entre dois tipos, quando fogem aos detalhes peculiares a 
cada um. Para esses casos, convencionou-se denominá-los tipos de transição e são classificados 
de acordo com o desenho mais provável, buscando o datiloscopista uma interpretação criteriosa. 
No entanto, passemos a fazer alguns comentários sobre os mesmos. 
 
Como ilustração vejamos os casos abaixo: 
 
ARCO ANGULAR OU PRESILHA? 
 
ARCO ANGULAR – este tipo possui, geralmente, um ponto característico semelhante a 
um delta ou mais propriamente, um pseudo-delta, na base da linha axial central. Suas linhas 
passam de uma para outra margem, em feixe, algumas cobrindo a linha axial, sem que nenhuma 
delas forme, ao menos, uma laçada, quer de um lado ou de outro da linha central. As vezes 
desenha uma laço do lado direito ou esquerdo, sem entretanto, existir em seu interior um 
fragmento de linha ou ilhota, no mínimo. 
 
PRESILHA – para assim se classificar é necessário que, embora a primeira vista pareça 
um arco angular, a figura contenha em um dos lados da linha central, uma laçada perfeita e no 
seu interior, pelo menos, uma pequena linha, isto é, uma ilhota e na base da crista central se 
delineie um delta distinto, de forma que a linha de GALTON possa cortar uma linha cheia entre 
os 2 pontos. 
 
PRESILHA INVADIDA OU VERTICILO? 
 
PRESILHA INVADIDA – para que um datilograma seja classificado como presilha 
invadida é necessário que, pelo menos, 3 linhas dos ramos descendentes invadam o ramo 
ascendente ou, mais profundamente, o seu centro, formando ângulos agudos. Desta forma, a 
linha delto-central, isto é, a linha que vai do centro ao último ângulo ou figura déltica (um 
pseudo-delta) não atravesse 2 linhas curvas e cheias, mas sim, corta os vértices dos vários 
ângulos formados pelas linhas do feixe descendente com as do feixe ascendente, a guisa de 
bissetriz. 
 
VERTICILO – assim será definido o tipo de desenho da polpa digital, quando existir, 
pelo menos, um círculo perfeito e um ponto no seu centro e 2 deltas independentes e definidos, 
de maneira que a linha de GALTON atravesse uma linha cheia e perfeitamente curva. 
 
 32 
PRESILHA DUPLA OPOSTA OU VERTICILO SINUOSO? 
 
PRESILHA DUPLA OPOSTA – para assim ser considerada é necessário que, de fato, 
existam 2 presilhas opostas, cada uma acompanhada de um delta, com as características exigidas 
para as presilhas normais e que possam ser traçadas as linhas diretrizes sem que seja atingida 
qualquer uma das laçadas centrais ou mais propriamente, seus núcleos. 
 
VERTICILO SINUOSO – neste tipo não ficam definidas as 2 presilhas como parece à 
primeira vista. Não se pode traçar as linhas diretrizes, sem que as mesmas toquem num dos 
feixes de cristas de qualquer dos seus lados. 
 
VERTICILO SINUOSO OU GANCHOSO? 
 
VERTICILO SINUOSO – considera-se o desenho cuja configuração nuclear tem a 
semelhança de um “S”. Possui 2 deltas definidos. 
 
VERTICILO GANCHOSO – assim se considera o desenho que mesmo parecendo com 
um “S”, é, no entanto, uma figura anômala. Pode as vezes ter 3 ou 4 deltas. 
 
 
 
Vejamos agora alguns tipos ampliados de verticilos ganchosos: 
 
 
 
 33 
 
PRESILHA DUPLA SUPERPOSTA OU GANCHOSA? 
 
PRESILHA DUPLA SUPERPOSTA – para assim ser considerada é necessário que, de 
fato, existam 2 presilhas superpostas e 2 deltas, com as características de presilhas normais e que 
possam ser ligados os 2 deltas sem que seja atingida qualquer uma das laçadas centrais, ou mais 
propriamente, seus núcleos. 
 
PRESILHA GANCHOSA – embora parecendo à primeira vista possuir 2 laçadas 
superpostas, a presilha menor, abaixo de uma outra com a forma de gancho, não possui 
os requisitos básicos para ser considerada como presilha normal (delta, núcleo e uma 
linha cheia, 
independentes).
 
DESENHOS QUE NÃO SE ENQUADRAM NOS TIPOS FUNDAMENTAIS 
 
Não obstante, os detalhes peculiares para cada tipo tem valor relevante e em alguns 
casos com certa predominância, o conjunto nuclear, o qual, na falta de certas características 
básicas ou mesmo de dúvidas entre eles, pode determinar a classificação do desenho digital. 
Além disso, qualquer outro tipo que não se possa enquadrar em qualquer dos já enumerados, 
deve ser classificado como GANCHO (presilha ou verticilo), conforme se vê nas figuras abaixo: 
 
 
 
 
16. TIPOS ACIDENTAIS 
 
Os desenhos digitais devem apresentar determinadas características para serem 
incluídos em qualquer dos 4 tipos fundamentais do Sistema de VUCETICH. 
 
 
 34 
DESENHOS DEFEITUOSOS 
 
Estão classificados nesse grupo os datilogramas que apresentam suas características 
prejudicadas por uma cicatriz. 
Em princípio, consideram-se, nessas condições, os desenhos que tenham uma cicatriz 
que prejudique o núcleo, porque a leitura deste se torna impraticável. Nestas condições não se 
pode saber ao certo qual o tipo da impressão digital. Por isso classificamos com o símbolo “X”. 
 
Não se dá, entretanto, esta classificação quando a impressão apresenta uma cicatriz que 
não atinja o seu ou, mesmo atingindo o núcleo, não prejudique a sua leitura. 
 
 
Nos arquivos datiloscópicos, quando aparece uma impressão nessas condições, é de boa 
norma proceder a pesquisa nas classificações prováveis (tipos em que outro datiloscopista 
poderia classificar a impressão), pois o indivíduo poderá ter sido identificado antes de possuir a 
cicatriz. 
 
 AMPUTAÇÃO 
 
Em datiloscopia, amputação é a falta acidental de 1 ou mais dedos da mão. A este 
respeito devemos considerar as seguintes circunstâncias: 
 
a. falta da mão – na classificação deverá ser colocado um “zero” em espaço 
correspondente aos 5 dedos da mão amputada; 
b. amputação de todos os dedos na primeira falange – igualmente, a classificação 
será feita como no caso anterior; 
c. amputação de 1 ou mais dedos – classifica-se normalmente os dedos existentes e 
coloca-se um “zero” no local correspondente aos dedos amputados; 
d. ocorrendo a amputação da segunda falange - procede-se como nos casos 
anteriores; 
e. ocorrendo a amputação de parte da terceira falange nos IMAm e segunda falange 
do polegar - toma-se a impressão do restante da falange; anota-se no alto do 
retângulo da ID correspondente ao dedo parcialmente amputado a expressão 
“AMP PARC” e tenta-se classificar a impressão, se não puder, classifica-se como 
“X”; 
f. nos casos de amputação total, o datiloscopador deverá anotar a expressão “AMP 
TOT” no espaço reservado ao dedo amputado. Esta providência evitará a 
 35 
devolução da ID, por suposição do datiloscopista de ter havido um descuido por 
parte do datiloscopador, para uma nova tomada de impressões. 
 
Em resumo: 
 
 - quando houver amputação total, classifica-se com “zero”; 
 - quando a amputação for parcial, tenta-se classificar, se não, classifica-se com “X”; 
 - quando a impressão apresentar defeito congênito, acidental ou por imperícia do 
datiloscopador por ocasião da tomada das impressões ou, ainda, quando a falangeta não é 
perfeita, classifica-se em “X”. 
 
Observaremos, a seguir, como se apresenta uma ID onde aparecem várias amputações. 
 
 
17. ANOMALIAS 
 
São defeitos dos dedos, os quais podem ser congênitos ou adquiridos; os primeiros já 
nascem com o indivíduo e os últimos são adquiridos no decorrer da existência. 
Chamamos a atenção para diferença entre desenho anômalo e anomalia. 
 
DESENHO ANÔMALO – convencionou-se designar os tipos especiais como desenhos 
anômalos, istoé, os seus núcleos apresentam características anormais, diferentes dos tipos 
fundamentais preconizados por VUCETICH. 
 
ANOMALIAS – são apenas defeitos dos dedos, podendo apresentar desenhos digitais 
perfeitos. 
Apresentaremos, a seguir, um exemplo da anomalia mais comum, a hiperdatilia. Esta 
anomalia consiste na presença de dedos em número superior ao normal. 
 
 
 36 
Os indivíduos portadores de hiperdatilia costumam submeter-se a uma intervenção 
cirúrgica para extração dos dedos anormais. Neste caso, ficará com as mãos normais, porém, 
com uma cicatriz que deverá ser anotada pelo identificador, na respectiva ficha de identidade. 
 
Além da hiperdatilia, existem outras anomalias congênitas, tais como: a hipodatilia 
(números de dedos inferior ao normal), a sindatilia (dedos ligados pela pele ou pelos ossos), a 
agenésia total ( a não formação dos dedos), etc. 
 
Dentre as anomalias não congênitas podemos citar a microdatilia (diminuição do 
volume do dedo) e a macrodatilia (aumento anormal do volume digital), etc. 
 
Em resumo: 
 
ANOMALIAS CONGÊNITAS 
 
- Hiperdatilia 
- Hipodatilia 
- Sindatilia 
- Agenésia total 
 
ANOMALIAS NÃO CONGÊNITAS 
 
 - Macrodatilia 
 - Microdatilia 
 
Deve-se anotar essas anomalias nas ID(tiradas em duplicata), para a orientação do 
datiloscopista, pois constituem as únicas exceções à classificação normal, sendo arquivadas em 
arquivos especial. 
 
Obs: o preenchimento correto da ID será estudado na disciplina de Impressões 
Digitais e Legislação Técnica. 
 
18. PONTOS CARACTERÍSTICOS (PC) 
 
Em um de seus estudos, escreve LUIZ DE PINA: “como se pode observar, as cristas 
papilares não são contínuas, nem sempre retilíneas ou regularmente curvas e, nem sempre, 
independentes umas das outras. Assim é que várias particularidades se encontram em todas elas.” 
 
GALTON, FORGEOT, VUCETICH, FERE, ALMANDOS, entre outros, foram os que 
maior atenção lhe prestaram, chamando-lhes por sugestão do mestre argentino “PONTOS 
CARACTERÍSTICOS, que são certos detalhes encontrados no campo dos diversos desenhos 
digitais e que servem para uma perfeita comparação entre dois datilogramas”. 
 
As vezes nos defrontamos com impressões pertencentes a um só tipo e, para uma 
perfeita verificação de identidade, recorremos aos detalhes lineares. 
 
Esses pormenores morfológicos – afirma LUIZ DE PINA – podem derivar de 3 
comportamentos de cristas, a saber: 
 
- TERMINAÇÃO; 
- DIVISÃO; 
- COMBINAÇÃO. 
 
Os nomes dos PC variam de um órgão de identificação para outro, de uma região para 
outra, não existindo, portanto, uma nomenclatura uniforme. 
É importante notar que os PC apresentam os mesmos atributos dos desenhos papilares, 
isto é, de perenidade, de imutabilidade e de variabilidade. 
 37 
Apresentaremos a seguir os PC derivados desses 3 comportamentos de cristas. 
 
 
Passemos a estudar cada um desses 3 tipos de comportamentos de cristas 
separadamente. 
 
a. TERMINAÇÃO 
 
As cristas podem terminar, abruptamente, entre 2 outras. Desta forma, uma linha é mais 
curta que as outras e pode rematar: 
- naturalmente (Fig 1); 
- em gancho ou báculo (Fig 2 e 3); 
- em pico (Fig 4); 
- em anel (Fig 5). 
 
 38 
b. DIVISÃO 
 
As linhas podem interromper para reaparecerem no mesmo sentido, diante de certo 
espaço (Fig 6). 
A interrupção pode ser repetida, originando a fragmentação e o aparecimento de linhas 
curtas(Fig 7 e 8). 
Por vezes estas se reduzem a um PONTO ou série de PONTOS EM SEQÜÊNCIA (Fig 
9 e 10); freqüentemente surge uma linha assim constituída originada por certas doenças. 
Raramente se encontram grupos de pontos que não devem se confundir com os efeitos 
de pequeninas cicatrizes (Fig 11). 
Na divisão pode, ainda, originar o aparecimento, no ponto em que a linha vai se 
interromper, de uma articulação curiosa chamada DESVIO(Fig 12). 
A divisão em GANCHETA ou BIDENTE é muito vulgar (Fig 13). 
Menos vulgar são as que se denominam FORQUILHA e TRIFURCAÇÃO (Fig 14 e 
15). 
A CONFLUÊNCIA se caracteriza pela união de 2 linhas paralelas entre si (Fig 16). 
Por vezes da linha destaca-se uma outra, mais ou menos curta e curva, em forma de 
ESPINHO ou de uma confluência normal de um afluente de um rio (Fig 17). 
Uma linha pode bifurcar-se sob a forma de ANEL ou ILHÓS, prosseguindo depois no 
mesmo sentido que tinha anteriormente à bifurcação (Fig 18). 
ANEL LATERAL, como designa LOCARD, é uma pequena figura constituída de um 
lado da própria linha (o lado retilíneo) e, do outro, por uma linha curva, presa àquele pelos 
topos. Dá idéia de um semicírculo ou elipse (Fig 19). 
 
c. COMBINAÇÃO 
 
As linhas, por vezes, combinam-se com outras, de múltiplas maneiras, sendo freqüentes 
as seguintes: 
- entre os ramos da bifurcação apontada na Fig 13, encaixa-se o topo de uma outra 
linha como na Fig 20; 
- 2 linhas podem juntar-se por meio de um curto ramo saído de uma delas, a qual 
denominamos ANASTOMOSE SIMPLES (Fig 21); 
- esta última pode complicar-se ao reunir 3 linhas, a qual denominamos 
ANASTOMOSE COMPOSTA (Fig 22); 
- 2 linhas podem, num ponto de percurso, tocar e soldarem-se, mais ou menos 
longamente, de maneira a darem, nesse lugar, uma estampa curiosa: é a 
ANASTOMOSE ou FUSAO EM “X” ou em TENAZ (Fig 23); 
- freqüentemente aparece, também, um ponto entre duas linhas, é o PONTO INCLUSO 
(Fig 24). Podem seguir vários pontos em fila, ladeados por 2 cristas, semelhante a 
uma vagem com suas sementes (Fig 25); 
- da mesma forma, em vez de pontos poderemos encontrar, em longo trajeto e muito 
espalhado pela estampa de uma polpa digital, fragmentos de CRISTAS 
SUPRANUMERÁRIAS, muito mais finas que as normais (Fig 26). Da mesma 
maneira podemos encontrar simples proporções destas (Fig 27); 
- por fim, uma crista pode desviar-se ao tomar o lugar de outra, ficando incluído o ramo 
de passagem entre os topos de outras 2, que se interromperam para dar lugar a essa 
insólita direção. É para nós o verdadeiro DESVIO (Fig 28). 
 
As olhos do leigo, a impressão digital, pelo número considerável de linhas e pontos, 
apresenta-se como um arabesco indecifrável e incapaz, portanto, de orientar-se em um plano 
definitivo e prático, por isso mesmo é um trabalho eminentemente científico. 
Interpretar os delicadíssimos desenhos da polpa digital, essa maravilhosa filigrana, que 
de maneira inconfundível, identifica um por um, todos os componentes do gênero humano, é o 
que chamamos LEITURA DE UMA IMPRESSÃO DIGITAL. 
Tal trabalho, quando em pesquisa de comparação, envolve delicada responsabilidade, a 
par de fadigosa lida. 
 39 
Ao perito identificador incumbe examinar na generalidade dos casos, impressões 
defeituosas ou fragmentos, cuja identidade se procura fixar, pelo confronto com impressões 
íntegras, tomadas quase sempre de pessoas suspeitas. 
A leitura das particularidades dos desenhos digito-papilares tem sido feita sob os mais 
variados aspectos e critérios. 
Sobre as ampliações fotográficas das impressões digitais admitidas à comparação, 
somos de opinião que se proceda da seguinte maneira: 
1º - forma geral do desenho; 
2º - linhas diretrizes ou sistemas papilares; 
3º - contagem de linhas entre 2 pontos conhecidos; 
4º - assinalamento dos pontos característicos; 
5º - particularidades acidentais. 
 
Passemos, agora, a descrever com a possível exatidão, a contribuição de alguns autores: 
GALTON - em cujos escritos encontramos os mais preciosos ensinamentos, usou o 
vocábulo “Minutiae” para designar as particularidades dos desenhos digitais. 
De sua famosa obra “Finger Prints” extraímos as suas “Minutiae” que são: 
- BIFURCAÇÃO (Fig A); 
- CONFLUÊNCIA ( Fig B); 
- ENCERRO ( Fig C); 
- COMEÇO DE LINHA (Fig D); 
- FIM DE LINHA ( Fig E); 
- PEQUENA ILHA ( Fig F). 
 
 
São também de GALTON, a contagem de linha do núcleo ao delta nas presilhas e o 
traçado das linhas diretrizes nos verticilos, que partem dos triângulos de interseção ou deltas. 
VUCETICH – insigne criador da datiloscopia na Argentina, classificou em número

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