Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Revisão: * A célula bacteriana - Sem parede: Micoplasma = não possuem parede celular, ou seja, nem todas as bactérias têm parede. Não usando-se inibidores de síntese de parede, pois não possuem parede. Exemplo: pneumonia adquirida na comunidade por bactérias atípicas. - Com parede: ● Gram positiva = Parede mais espessa de peptideoglicano. ● Gram negativa = Membrana mais delgada (fina), parede é menor; expressam LPS (lipopolissacarídeos); poros aquosos. - Com parede atípica: ● Micobactérias. ● Espiralados. ● Clamídias. ● Riquétsias Antibioticoterapia. * Fatores envolvidos na eficácia terapêutica - Extensão da infecção (infecção grave ou leve). - Bactericidas (mata bactéria) X bacteriostáticos (inibem o crescimento celular da bactéria); - Espectro antibacteriano - Fatores farmacológicos; - Esquema posológico; - Condições do paciente; * Condições relacionadas ao paciente: - Idade = ex: aminoglicosídeos causam ototoxidade em idosos. - Gravidez = ex: tetraciclina causa alteração óssea no feto. - Lactantes= ex: sulfonamidas causam hemólise em lactentes. - Presença de alergias. - Exposição ambiental. - Imunossuprimidos. - Função hepática e renal - Fatores genéticos. - Imunocomprometidos= é mais recomendado o uso de bactericidas. * Tratamento empírico - É um tratamento feito de acordo com a suspeita do agente infeccioso que o paciente tem = o médico não há certeza de qual agente infeccioso está causando a infecção mas o paciente está em estado grave e necessita de medicação. - É feito em pacientes em estado grave, onde não dá tempo de esperar pelo resultado do exame. - É um tratamento com amplo espectro de ação - tratamento não específico. - Assim que possível, deve-se: colher o antibiograma e trocar a medicação para antibióticos de menor espectro (tratamento específico), diminuir a dose da medicação, passar a medicação para via oral e dar alta para o paciente. * Terapia antimicrobiana combinada - Função de: prover terapia de amplo espectro nos pacientes em estado grave, utilizando de doses menores com o objetivo de reduzir toxicidade. - Sinergismo: Ocorre quando um medicamento intensifica os efeitos de outro ● Bloqueando etapas sucessivas em uma rota metabólica, inibindo a inativação enzimática aumentando assim, a captação do agente antimicrobiano. Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). * Profilaxia antimicrobiana: - Profilaxia cirúrgica: ● Nesta é feito uso de um antibiótico ativo contra patógenos de feridas cirúrgicas ● É usada para evitar possíveis infecções pré hospitalares ➔ Ex: cirurgia cardíaca - estafilococos, bastonetes gram-negativos entéricos. ● Concentrações maiores que a concentração inibitória mínima devem estar presentes no momento da incisão. - Profilaxia não cirúrgica: ● Uso de antibióticos em indivíduos com risco de exposição temporária ou risco aumentado devido a doença subjacente. ➔ Ex: contato com pessoa com infecção meningocócica, infecção recorrente de otite média. Bactérias patogênicas de interesse clínico * Gram positivas: - Staphlylococcus aureus: fazem parte da microbiota, mas estão envolvidos em infecções importantes; Celulite, Sepse, Pneumonia, Endocardite e Pielonefrite; MRSA - existem cepas de S.aureus resistentes a meticilina e vancomicina - VRSA resistentes a glicopéptideos; - Streptococcus pyogenes; - Streptococcus pnneumoniae; - Streptococcus agalactiae; (infecções neonatais) - Clostridium tetanii; - Clostridium botulinum; - Clostridium difficile; - Listeria monocytogenes; (meningite em idosos). ● MRSA: Meticilina - Staphylococcus aureus resistentes a meticilina. ● ORSA: Oxacilina - Staphylococcus aureus resistentes a oxacilina. ● Opção terapêutica: glicopeptídeos (vancomicina, teicoplanina). * Gram negativas: - Escherichia coli; - Helicobacter pylori; - Salmonella sp; - Neisseria gonorrhoeae; - Neisseria meningitidis; - Klebsiella pneumoniae; - Proteus sp. - Shigella sp; - Pseudomonas aeruginosa; - Acinetobacter baumanii; * O grupo mais crítico de todos inclui bactérias multirresistentes, que são particularmente perigosas em hospitais, casas de repouso e entre os pacientes cujos cuidados exigem dispositivos como ventiladores e cateteres intravenosos. * São bactérias que podem causar infecções graves e frequentemente mortais. * Essas bactérias tornaram-se resistentes a um grande número de antibióticos, incluindo carbapenemas e cefalosporinas de terceira geração. * Existe uma lista de agentes patogênicos prioritários pela OMS: 1. Prioridade crítica: - Acinetobacter baumannii - resistente a carbapenema. - Pseudomonas aeruginosa - resistente a carbapenema. - Enterobacteriaceae - resistente a carbapenema, produtoras de ESBL. 2. Prioridade alta: - Enterococcus faecium = resistente à vancomicina. - Staphylococcus aureus = resistente à meticilina, com sensibilidade intermediária e resistência à vancomicina. - Helicobacter pylori = resistente à claritromicina. - Campylobacter spp. = resistentes às fluoroquinolonas. - Salmonellae = resistentes às fluoroquinolonas. - Neisseria gonorrhoeae = resistente a cefalosporina, resistente às fluoroquinolonas. Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). 3. Prioridade média: - Streptococcus pneumoniae = sem sensibilidade à penicilina. - Haemophilus influenzae = resistente à ampicilina. - Shigella spp. = resistentes às fluoroquinolonas. * Pacientes com mais de 5 a 7 dias de ventilação mecânica e uso prévio de antimicrobianos de amplo espectro são propensos a infecções por agentes multirresistentes. Alvos e classes de antibióticos 1. Inibidores da síntese da parede celular * Alvo: parede celular * Dentre os fármacos inibidores da síntese de parede celular estão: I. β-lactâmicos - São formados estruturalmente por um anel beta-lactâmico: o qual pode ser clivado por lactamases, como a penicilinase do patógeno S.Aureus, perdendo sua ação. - Efeito/ação = bactericida (bactéria sofre lise osmótica). - A toxicidade é seletiva (mamíferos não têm parede celular). - Seu uso não pode ser associado à bacteriostáticos ● Não se deve associar um antibiótico bactericida com um bacteriostático pois o bactericida age no crescimento bacteriano inibindo o peptidoglicano, já o bacteriostático inibe o crescimento da bactéria (ou seja, o uso do bacteriostático bloqueia/diminui a ação do bactericida). - Mecanismo de ação: ● Inibem a síntese de parede celular: se ligam covalentemente ao sítio ativo das proteínas de ligação da penicilina, inibem a formação de petideoglicano levando a lise osmótico da bactéria. - Espectro de ação: ● Depende de dois fatores: ➔ Grau de dificuldade em penetrar a membrana externa e a parede celular. ➔ Capacidade de ligação às transpeptidases específicas. - Mecanismo de resistência das bactérias aos beta lactâmicos: ● Inativação do antibiótico pelas βlactamases ➔ Bactérias lactamases clivam o anel betalactâmico da estrutura do antibiótico, inativando-o (causando hidrólise do fármaco). ● Modificação das PBP-alvo ➔ É a base da resistência à meticilina nos estafilococos e à penicilina nos pneumococos e enterococos. ➔ Esses microrganismos produzem PBP que exibe baixa afinidade de ligação aos antibióticos β-lactâmicos e com isso as PBP não são inibidas, exceto na presença de altas concentrações do fármaco, as quais com frequência não podem ser alcançadas clinicamente. ● Penetração reduzida do fármaco até as PBP-alvo ➔ Só ocorre nas bactérias Gram-negativas (devido à membrana externa impermeável de sua parede celular, que está ausente nas bactérias Gram-positivas). ➔ Os antibióticos β-lactâmicos atravessam a membrana externa e penetram nos microrganismos Gram-negativos por meio de canais de porina. Contudo, a ausência do canal apropriado ou a infrarregulação de sua produção podem comprometer a entrada do fármaco na célula. Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). ➔ A penetração reduzida do fármaco por si só não é suficiente para conferir resistência, visto que uma quantidade adequada do antibióticoacaba penetrando na célula, inibindo o seu crescimento. Todavia, na presença de uma bactéria beta-lactamase essa penetração reduzida do fármaco fará com que a bactéria consiga hidrolisar o fármaco com mais rapidez do que o fármaco entra na célula. - Fármacos: A. Penicilinas - São administradas por via oral e intravenosa (nas infecções mais graves). - Frequentemente são usadas em combinação com outros antibióticos. - Mecanismo de ação = padrão-beta-lactâmico. - Classificação: a) Penicilinas naturais: ● Apresentam maior eficácia (maior espectro) contra microrganismos gram positivos, cocos gram-negativos e anaeróbios não produtores de β-lactamase. ● Apresentam pouca eficácia (menor espectro) contra bastonetes gram-negativos. ● São sensíveis/susceptíveis à penecilinas (enzimas secretadas pelas bactérias betalactamases que clivam a penicilina). ● Possuem rápida excreção renal. ● São elas: penicilina G cristalina, penicilina G procaína, penicilina G benzatina e penicilina V (fenoximetilpenicilina). ● São mais usadas para organismos gram positivos b) Penicilinas antiestafilocócicas/ resistentes à betalactamases (penicilinases). ● São penicilinas resistentes às penicilinases (ou seja, resistentes às bactérias betalactamases estafilocócicas). ● Apresentam maior eficácia (maior espectro) contra estafilococos e estreptococos. ● Não são eficazes (menor espectro) contra enterococos, bactérias anaeróbias, cocos gram negativos e bastonetes gram negativos - São elas: oxacilina, meticilina, nafcilina, temocilina, flucloxacilina. ● São mais usadas para organismos gram positivos. c) Aminopenicilinas ● Conservam o espectro antibacteriano da penicilina e apresentam maior atividade contra microrganismos. ● São sensíveis/susceptíveis à penecilinas (enzimas secretadas pelas bactérias betalactamases que clivam a penicilina). ● Podem ser usadas em associação a inibidores irreversíveis da bactéria betalactamase. ● São mais eficazes (maior espectro) contra bactérias gram negativas. ● São mais usadas para organismos gram negativos. Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). ➔ A ampicilina não é ativa contra Klebsiella sp., Enterobacter sp., P. aeruginosa, Citrobacter sp., Serratia marcescens, Proteus indolpositivos e outros aeróbios Gram-negativos comumente encontrados em infecções hospitalares (pois esses microrganismos produzem intrinsecamente β-lactamases, que inativam a ampicilina). d) Penicilinas antipseudomonas ● Administração = IV. ● São penicilinas de espectro ampliado (espectro estendido). ● Conservam o espectro antibacteriano da penicilina e apresentam maior atividade contra microrganismos. ● São sensíveis/susceptíveis à penecilinas (enzimas secretadas pelas bactérias betalactamases que clivam a penicilina). ● São mais usadas para organismos gram negativos. - Efeitos adversos/colaterais ● Em geral as penicilinas apresentam poucos efeitos tóxicos diretos. ● A maioria dos efeitos colaterais se deve à ocorrência de hipersensibilidade (desencadeada pelos produtos de degradação da penicilina, que se combinam com a proteína do hospedeiro e se tornam antígenos) e alterações do TGI (quando as penicilinas são administradas via oral, elas alteram a flora bacteriana intestinal, podendo desencadear alterações gastrointestinais infecções secundárias). ● Reações de hipersensibilidade: ➔ Agudas/raras: choque anafilático . Imediatas/graves: angioedema, broncoconstrição, distúrbios do TGI. ➔ Tardias: erupções bolhosas e lesões da mucosa oral. ➔ Outras: urticária, febre, edema articular, prurido intenso, exantemas cutâneos, crise convulsivas (em pacientes com insuficiência renal). ● Reações no TGI ➔ Infecções secundárias (ex: candidíase vaginal, colite pseudomembranosa). ➔ Náuseas. ➔ Vômitos. ➔ Diarreia. B. Cefalosporinas - Administração = VO, IV, IM ou parenteral. - São semelhantes às penicilinas, porém exibem um espectro de atividade mais amplo (são mais estáveis em relação a muitas beta lactamases bacterianas). - Não são eficazes contra L. monocytogenes. - Entre as cefalosporinas disponíveis, apenas a ceftarolina exibe alguma atividade contra os enterococos. Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). - Podem ser inativadas por cepas de E. Coli e klebsiella sp que expressam betalactamase de amplo espectro. - Mecanismo de ação = padrão beta-lactâmico. - Mecanismo de resistência ao fármaco: ● A resistência a esse grupo de fármacos aumentou pois quase todas as bactérias gram negativas apresentam um gene cromossômico que codifica uma betalactamase que é mais ativa na hidrólise das cefalosporinas. Contudo, em vários microorganismos uma mutação única pode resultar em produção constitutiva de alto nível desta enzima. ● A resistência também pode ocorrer quando houver alterações das proteínas da membrana externa da bactéria ou mutações das proteínas nos locais de ligação do fármaco, resultando em diminuição da penetração do fármaco. - Classificação: a) Primeira geração ● São elas: cefalexina, cefadroxila e cefazolina. ● Uso clínico geral = S. Aureus, S. pyogenes, E.coli, Proteus, Klebisella. ● Não são eficazes contra Pseudomonas, S. pneumoniae, Acinetobacter, enterococos. ● Não atravessam a BHE (não são eficazes para meningite). ● São eficazes contra cocos gram-positivos (ex: estreptococos e estafilococos). b) Segunda geração ● São elas: cefuroxima, cefoxitina e cefaclor. ● Uso clínico geral = H. influenzae, Moraxella catarrhalis, S. pneumoniae, Klebsiella. ● Não são eficazes contra pseudomonas e enterococos. ● São eficazes contra microrganismos inibidos por fármacos da primeira geração. ● Apresentam espectro ampliado contra microrganismos gram negativos. ● Podem exibir atividade in vitro contra Enterobacter sp. ● Não devem ser usadas no tratamento das infecções causadas por enterobacter. ● São muito usados no tratamento de sinusite, otite e infecções das vias respiratórias inferiores (pois são eficazes contra H.influenzae e Moraxella catarrhalis). ● Semelhança com os de primeira geração: não são eficazes contra enterococos e P.aeruginosa. c) Terceira geração ● São elas: ceftriaxona, cefotaxima e ceftazidima ● Uso clínico geral = H. influenzae, Moraxella catarrhalis, E. coli, Proteus, Klebsiella. ● São eficazes contra cepas de Haemophilus e Neisseria (N. gonorrhoeae e N. meningitidis) produtoras de β-lactamase ● Apresentam espectro ampliado contra microrganismos gram negativos. ● Alguns desses fármacos são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica. Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). ● Não são eficazes contra Serratia, Providência e Citrobacter (as quais produzem uma cefalosporinase codificada que confere resistência às cefalosporinas de terceira geração). ● São muito usadas no tratamento de uma ampla variedade de infecções graves causadas por microrganismos resistentes à maioria dos outros fármacos. ● Deve-se evitar o uso de cefalosporinas de terceira geração no tratamento das infecções por Enterobacter, mesmo se o microrganismo isolado clínico for sensível in vitro (devido à emergência de resistência). ● Semelhança com os de segunda geração: são hidrolisadas pela β-lactamase AmpC constitutivamente produzida e não apresentam atividade confiável contra espécies de Enterobacter. ➔ A meningite provocada por cepas de pneumococos com CIM de > 1 mcg/mL para a penicilina podem não responder a esses fármacos sendo recomendada a adição de vancomicina. d) Quarta geração ● Cefepima: ➔ Uso clínico = P. aeruginosa, Enterobacteriaceae, S. aureus, S. pneumoniae, Haemophilus sp, Neisseria sp. ➔ É mais resistente à hidrólise por βlactamases cromossômicas (AmpC) (ex: aquelas produzidas por Enterobacter). ➔ É semelhante aos fármacos de terceira geração (é hidrolisada/clivada por βlactamase de espectro ampliado). ➔ É capaz de penetrar no líquido cerebrospinal. ➔ É eficaz contra a maioria das cepas de estreptococos não sensíveis à penicilina e mostra-se útil no tratamento das infecções causadas porEnterobacter. e) Quinta geração ● Ceftarolina: ➔ Uso clínico = tratamento de infecções da pele e dos tecidos moles e pneumonia adquirida na comunidade. ➔ Apresenta uma ligação aumentada à proteína de ligação da penicilina 2ª (que medeia a resistência à meticilina nos estafilococos) resultando em atividade bactericida contra essas cepas (ou seja, esse fármaco é eficaz contra estafilococos resistentes à meticilina - MRSA/ORSA). ➔ É eficaz contra enterococos e possui amplo espectro contra microrganismos gram negativos. ➔ Não é ativa contra AmpC ou microrganismos produtores de β-lactamase de espectro ampliado. - Efeitos adversos/colaterais ● Geralmente são bem toleradas (pode ocorrer alguma sensibilidade cruzada em 1-3% dos pacientes alérgicos à penicilina). ● Efeitos mais comuns: ➔ Anafilaxia, febre, exantemas cutâneos, nefrite, granulocitopenia e anemia hemolítica. ➔ Dor e tromboflebite após administração IV. ➔ Toxicidade renal (principalmente nefrite intersticial e necrose tubular). ➔ Diarreia. ➔ Hipoproteinemia e distúrbios hemorrágicos (comuns com uso de cefamandol, cefmetazol, cefotetan e cefoperazona). ● Os pacientes com anafilaxia documentada à penicilina correm risco aumentado de apresentar uma reação às cefalosporinas, em comparação com pacientes sem história de alergia à penicilina. Todavia, o núcleo químico das cefalosporinas difere o suficiente daquele das penicilinas, de modo que muitos indivíduos com história de alergia à penicilina toleram as cefalosporinas. Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). ● Os pacientes com história de anafilaxia às penicilinas não devem receber cefalosporinas de primeira ou de segunda gerações, ao passo que as cefalosporinas de terceira e quarta gerações devem ser administradas com cautela e de preferência em ambiente monitorado. C. Carbapenêmicos - São resistentes às bactérias produtoras de betalactamases (ex: enterobacter). - São indicados para tratamento de infecções causadas por microrganismos sensíveis que são resistentes a outros fármacos disponíveis (ex: P.aeruginosa, infecções aeróbias e anaeróbias mistas). - São tratamento de escolha para infecções causadas por bactérias gram-negativas produtoras de β-lactamase de espectro ampliado (ou seja, são uma opção de tratamento reservada para infecções hospitalares graves, causadas por bactérias altamente resistentes). - Podem ser clivados (inativados) por enterobactérias que produzem carbapenases (ex: klebsiella). - São eficazes contra numerosas cepas de pneumococos não sensíveis à penicilina. - Penetram adequadamente nos tecidos e líquidos corporais (inclusive no líquido cerebrospinal). - Mecanismo de ação = padrão beta-talâmico - Classificação: a) Imipenem ● É eficaz contra muitas infecções causadas por bastonetes gram-negativos (inclusive P. aeruginosa), microrganismos gram-positivos e anaeróbios. ● É resistente á maioria das β-lactamases, porém não é resistente às carbapenemases ou metalo-β-lactamases. ● É inativado por desidropeptidases nos túbulos renais, portanto deve ser administrado em associação com um inibidor da desidropeptidase renal (ex: cilastatina sódica) para que seja possível inibir sua inativação. ● Não é eficaz contra: Enterococcus faecium, cepas de estafilococos resistentes à meticilina, Clostridium difficile, Burkholderia cepacia e Stenotrophomonas maltophilia ● A associação deste fármaco com a cilastatina sódica demostra eficácia contra muitas infecções causadas por bactérias gram-positivas e gram-negativas, aeróbias e anaeróbias, resistentes às cefalosporinas, aminoglicosídeos e/ou penicilinas - Não é indicado para o tratamento de meningite . ● Pode ser eficaz no tratamento de pacientes neutropênicos com febre (com ou sem a associação com aminoglicosídeos). ➔ O imipenem já foi resistente a todas as beta-lactamases, porém atualmente alguns microrganismos possuem genes cromossômicos codificando beta-lactamases que hidrolisam o imipenem. Por esse motivo, ele é administrado em conjunto com a cilastatina (inibindo sua inativação). b) Meropenem ● É semelhante ao imipeném, porém exibe maior eficácia contra aeróbios Gramnegativos e menor eficácia contra microrganismos Gram-positivos. ● Não sofre degradação significativa pela desidropeptidase renal e não necessita de inibidor. ● Sua infusão prolongada é indicada no tratamento de infecções graves ocasionadas por bactérias multirresistentes. ● É muito eficaz contra Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa (as quais podem causar pneumonia associada ao uso de ventiladores mecânicos, meningite bacteriana e septicemia) ● Pode ser eficaz no tratamento de pacientes neutropênicos com febre (com ou sem a associação com aminoglicosídeos) Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). c) Ertapenem ● É menos eficaz do que os outros dois contra Pseudomonas e espécies de Acinetobacter. ● Não é degradado pela desidropeptidase renal - Não é ativo suficiente contra P. aeruginosa (razão pela qual não deve ser um usado no tratamento de infecções causadas por esse microrganismo). - Efeitos adversos: ● Mais frequentes com imipeném: náuseas, vômitos, diarreia, exantemas cutâneos e reações no local de infusão. ● Crises convulsivas (comum na ocorrência de níveis excessivos de imipeném em pacientes com insuficiência renal). ➔ O meropeném, o doripeném e o ertapeném têm menos tendência a causar convulsões do que o imipeném ➔ Os pacientes alérgicos às penicilinas podem ser alérgicos aos carbapenêmicos, porém a incidência de reatividade cruzada é baixa. D. Monobactâmicos - Administração intramuscular e intravenosa. - Aztreonam: ● É resistente à maioria das betalactamases (com exceção das beta-lactamases AmpC e de espectro ampliado). ● É efetivo apenas contra bacilos gramnegativos aeróbios (ex: espécies de Pseudomonas, Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae). ● Não tem ação contra bactérias gram positivas ou anaeróbias. ● Tem meia vida plasmática de 2 horas. ● Apresenta boa penetração no líquido cerebrospinal. ● Em pacientes com história de anafilaxia à penicilina, o aztreonam pode ser usado para o tratamento de infecções graves (ex: pneumonia, meningite e sepse causada por patógenos Gram-negativos sensíveis) ➔ Os pacientes alérgicos à penicilina toleram o aztreonam sem qualquer reação II. Glicopeptídeos - Efeito/ação: bactericida (bactéria sofre lise osmótica). - Mecanismo de ação: ● Inibem a síntese da parede celular de bactérias sensíveis (interferem na polimerização dos monômeros -> impedindo o alongamento do peptidoglicano -> induzindo a lise da bactéria) ● São incapazes de penetrar na membrana externa de bactérias gram-negativas. - São contra cepas sensíveis à exceção de enterococos. A) Vancomicina ● É um antibiótico produzido pelo streptococcus orientalis e amycolatopsis orientalis. ● Eficaz apenas contra bactérias gram positivas (ex: estreptococo, pneumococo e estafilococo). ● É eficaz para os MRSA e ineficaz contra VRSA/GRSA. ● Não é absorvida no intestino, sendo administrada VO somente em tratamento de infecção gastrointestinal causada pelo C.difficile ● É muito indicada no tratamento de colite pseudomembranosa, infecções estafilocócicas multirresistentes, endocardite causada por enterococcus faecalis (apenas quando associada à aminoglicosídeos, como por exemplo a gentamicina) e infecções estafilocócicas graves em pacientes alérgicos à penicilina e às cefalosporinas. ➔ VRSA/GRSA = staphylococcus aureus resistentes á vancomicina (VRSA) e aos glicopeptídeos resistentes (GRSA) (em ambos os casos a resistência ocorre através um espessamento da parede celular ou por um aprisionamento das drogas pela hiperprodução de componentes da parede celular). ➔ A solicitação de vancocinemia é justificada para a individualização Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). da terapêutica nos seguintes casos: doentes críticos, função renal alterada ou flutuante, falta de resposta clínica adequada após três a cinco dias de terapia comvancomicina ou uso concomitante de drogas nefrotóxicas (aminoglicosídeos, piperacilina-tazobactam, anfotericina B, ciclosporina, diuréticos de alça, antiinflamatórios não-esteroidais). B) Teicoplanina ● É muito semelhante à vancomicina. ● Ao contrário da vancomicina, pode ser administrada por via intramuscular e via intravenosa. ● Possui meia-vida longa (45-70 h), podendo ser administrada em dose única por dia. - Efeitos adversos/colaterais: ● Febre, eritemas e flebite no local da infusão (vancomicina é irritante para os tecidos). ● Ototoxicidade e nefrotoxicidade (são raras, ocorrem quando o fármaco é usado em associação com outros fármacos otóxicos ou nefrotóxicos). ● Síndrome do homem vermelho (é causada pela liberação de histamina e é caracterizada por urticária, exantema, febre) III. Outros: bacitracina, fosfomicina, nitrofurantoína A) Bacitracina - É eficaz contra microrganismos gram positivos sensíveis (ex:piodermite, acne infectada, furúnculos). - Mecanismo de ação: ● Inibe a formação da parede celular ao interferir na desfosforilação no ciclo do transportador lipídico, que transfere subunidades de peptidoglicano à parede celular em crescimento. - Não possui resistência cruzada com outros agentes antimicrobianos. - É nefrotóxica quando administrada por via sistêmica, por isso é muito utilizada topicamente como pomada (geralmente em associação com polimixina ou neomicina, como por exemplo no nebacetin). - É indicada para supressão da flora bacteriana mista em lesões superficiais da pele, em feridas ou nas mucosas (ex: piodermite, acne infectada e furúnculos). - É usada também na profilaxia de infecções decorrentes de ferimentos cortantes e em queimaduras pouco extensas. B) Fosfomicina - Mecanismo de ação: ● Inibe um estágio inicial da síntese de parede celular. ● É transportada para dentro da célula bacteriana através de sistemas de transporte de glicerofosfato ou de glicose-6-fosfato. ● É um fármaco de amplo espectro, baixa toxicidade e meia vida longa. - É eficaz contra microrganismos gram negativos e gram positivos. - É indicada em tratamentos de curta duração para infecções não complicadas das vias urinárias baixas (ex: cistite aguda e recidivante, uretrite não específica, bacteriúria na gravidez). - Pode ser usada na gravidez 2. Inibidores da membrana I. Daptomicina - É eficaz contra cepas de VRSA e GRSA (enterococos e S.aureus resistentes à vancomicina). - É um novo lipopeptídeo antibacteriano com espectro de ação semelhante ao da vancomicina. - É utilizada em combinação com outros fármacos para o tratamento de infecções causadas por MRSA - - Possui atividade bactericida mais rápida do que a vancomicina. - Não deve ser usada no tratamento de pneumonia (pois o surfactante pulmonar Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). antagoniza a daptomicina). - É indicada no tratamento de infecções da pele e dos tecidos moles, bacteremia e endocardite - Mecanismo de ação: ● Se liga à membrana celular através da inserção dependente de cálcio de sua cauda lipídica, resultando em despolarização da membrana celular com efluxo de potássio e rápida morte celular. - Efeitos adversos/colaterais: ● Pode causar miopatia e os níveis de creatina fosfocinase devem ser monitorados semanalmente. ● Também pode causar pneumonite alérgica em pacientes que recebem terapia prolongada (mais de duas semanas). II. Polimixinas - São elas: polimixinas B e E (colistimetato). - Apresentam atividade bactericida seletiva e rápida em bacilos gram-negativos (principalmente pseudomonas e enterobactérias). - Administração: ● Intravenosa. ● Intramuscular. ● Intratecal. - São indicadas para tratamento tópico de infecções em ouvidos, olhos e pele. - Seu uso clínico é limitado por sua toxicidade, e é restrito a esterilização intestinal (IV). - Mecanismo de ação: ● São detergentes catiônicos que rompem a membrana externa das bactérias e inativam suas endotoxinas - Efeitos adversos/colaterais: ● Nefrotoxicidade e neurotoxicidade. 3. Inibidores da síntese do DNA I. Fluoroquinolonas (quinolonas) * São elas: ciprofloxacina, levofloxacina, ofloxacina, norfloxacina, moxifloxacina e ácido nalidíxico. * Tem ação bactericida. * São análogos fluorados sintéticos do ácido nalidíxico. * São ativas contra diversas bactérias gram negativas e gram-positivas. * Se acumulam nos rins, próstata e pulmões. * São contra indicações para pacientes menores de 18 anos, grávidas, lactantes, pacientes com insuficiência renal e hepática. * As quinolonas podem estar associadas a eventos adversos sérios (injúrias em tendões, músculos, articulações, nervos e no sistema nervoso central) e este risco suplanta o benefício de seu uso em pacientes com sinusite aguda, exacerbação aguda de bronquite crônica e infecções urinárias não complicadas, onde outras opções terapêuticas, como os antibióticos betalactâmicos, estão disponíveis. * Mecanismo de ação: - Inibem a topoisomerase II (conhecida como DNA-girase e responsável pelo relaxamento do DNA superenovelado) e/ou topoisomerase IV (responsável pela separação do DNA na célula filha) inibindo a síntese de ácido nucléico (ou seja, bloqueando a síntese do DNA bacteriano. * A inibição da topoisomerase II impede o relaxamento do DNA espiralado, o que é necessário para a transcrição e replicação normais. * A inibição da topoisomerase IV interfere na separação do DNA cromossomoal replicado nas respectivas células filhas durante a divisão celular. * Resistência: - Pode ser desencadeada por uma ou mais mutações puntiformes na região de ligação da quinolona na enzima-alvo ou por alteração na permeabilidade do organismo. * Classificação: a) 1ª geração Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). - Ácido nalidíxico. ● Administração = VO. ● É eficaz no tratamento de infecções urinárias e intestinais causadas por gramnegativos sensíveis. b) 2ª geração - Norfloxacina ● Administração = VO, IV e ocular. ● É a fluoroquinolona com menos atividade contra organismos gram-negativos e gram positivos. - Ciprofloxacina ● Administração = VO. ● Possui excelente eficácia contra organismos gram-negativos e eficácia moderada contra organismos gram-positivos. ● É o mais ativo contra organismos gram negativos (principalmente contra a Pseudomonas aeruginosa) e microrganismos resistentes a penicilinas/cefalosporinas/ aminoglicosídeos. ● É eficaz no tratamento de infecções não complicadas e complicadas do trato urinário. ● Não é o fármaco de escolha para tratamento de pneumonia ou sinusite pois não é eficaz contra S.pneumoniae. ● É o fármaco preferido para profilaxia e tratamento do Antraz (carbúnculo). ● Apresenta amplo espectro antibacteriano. ● É efetiva contra haemophilus influenzae, neisseria gonorrhoeae produtora de penicilinase, campylobacter spp e pseudomonas. ● É altamente eficaz contra as doenças diarreicas causadas por patógenos entéricos. - Ofloxacina ● Administração = ocular. ● Possui eficácia contra organismos gram negativos e eficácia moderada contra organismos gram-positivos. ● É eficaz no tratamento de blefarite, conjuntivite e úlcera de córnea - É usado como profilaxia de infecção no pós-operatório. c) 3ª geração - Levofloxacina ● Administração = VO. ● É conhecido com flourquinolona respiratória - Possui eficácia contra organismos gram negativos e eficácia moderada contra organismos gram-positivos. ● Apresenta alta atividade contra os organismos gram-positivos (principalmente Streptococcus pneumoniae e alguns estafilococos). ● É eficaz no tratamento de infecções não complicadas e complicadas do trato urinário - É eficaz contra infecções que não respondem aos antimicrobianos beta lactâmicos (ex: amoxicilina + ácido clavulânico). ● Seu uso deve ser evitado ou utilizado com cautela nos pacientes que fazem tratamento com antiarrítmicos ou com outros fármacos que possam prolongar o intervalo QT (ex: antidepressivos tricíclicos). - Gatifloxacina ● Administração = ocular. ● É conhecido com fluoroquinolona respiratória. ● Apresentaatividade melhorada contra organismos gram-positivos (principalmente S. pneumoniae e alguns estafilococos). ● Seu uso deve ser evitado ou utilizado com cautela nos pacientes que fazem tratamento com antiarrítmicos ou com outros fármacos que possam prolongar o intervalo QT (ex: antidepressivos tricíclicos). ● Pode causar hiperglicemia em pacientes diabéticos e hipoglicemia em pacientes que fazem tratamento com hipoglicemiantes orais. - Moxifloxacina ● Administração = VO. Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). ● É conhecido com fluoroquinolona respiratória. ● Apresenta atividade melhorada contra organismos gram-positivos (principalmente S. pneumoniae e alguns estafilococos). ● Tem notável atividade anti anaeróbicos ● Seu uso deve ser evitado ou utilizado com cautela nos pacientes que fazem tratamento com antiarrítmicos ou com outros fármacos que possam prolongar o intervalo QT (ex: antidepressivos tricíclicos). d) 4ª geração - Gemifloxacina ● Apresenta atividade melhorada contra organismos gram-positivos (principalmente S. pneumoniae e alguns estafilococos). ● É ativo in vitro contra cepas de S. pneumoniae ciprofloxacino-resistentes. ● É cerca de 32x mais potente que o levofloxacino contra pneumococos ● É eficaz no tratamento de exacerbação da bronquite crônica, sinusite aguda e pneumonia adquirida na comunidade por S.pneumoniae multirresistente. * Uso clínico geral: - Com exceção do moxifloxacino (cujos níveis urinários são relativamente baixos) todas as outras quinolonas são efetivas no tratamento de infecções do trato urinário provocadas por muitos organismos (principalmente P. aeruginosa). - São eficazes no tratamento de infecções de tecidos moles, ossos, articulações e intraabdominais (incluindo aquelas provocadas por organismos multirresistentes como Pseudomonas e Enterobacter). - São eficazes no tratamento de otite externa invasiva/otite maligna provocada por P. aeruginosa, osteomilite crônica por bacilos gram-negativos e diarreia bacteriana (causada por Shigella, Salmonella, E. coli). - As quinolonas de 3ª geração (conhecidas como quinolonas respiratórias) são boas opções de tratamento para infecções respiratórias, pneumonias adquiridas na comunidade e pneumonia atípica (atuam nas bactérias atípicas Chlamydia pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae e espécies de Legionella) --> Antiácidos contendo alumínio ou magnésio reduzem a absorção das fluorquinolonas quando administradas VO. * Efeitos adversos/colaterais: - Efeitos gastrointestinais ● Anorexia, náuseas, vômitos e desconforto abdominal. - Efeitos no SNC ● Cefaleia, tontura, insônia e alterações do humor. ● Alucinações, delírios e convulsões. ● Convulsões (quando em associação com teofilina ou AINEs). ● Neuropatia periférica. - Alergias e reações cutâneas ● Reações fototóxicas. ● Exantemas cutâneos. ● Efeitos cardiovasculares. ● Prolongamento de QT (com uso de gatifloxacino, moxifloxaxino, gemifloxacino). - Efeitos músculo-esqueléticos: ● Comprometimento da cartilagem em crescimento e consequente desenvolvimento de artropatia (por esse motivo é contra indicado recomendar esses fármacos para pacientes menores de 18 anos). 4. Inibidores da síntese proteica I. Tetraciclina. * São elas: tetraciclina, oxitetraciclina, demecliciclina, limeciclina, doxiciclina, minociclina e tigeciclina. * Tem ação bacteriostática. * São antibióticos de largo/amplo espectro. * São ativas contra bactérias gram-positivas, gram-negativas, micoplasmas, clamídias e riquétsias. * Atravessam a placenta e são excretadas no leite. Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). * São contra indicadas para mulheres grávidas, lactantes e crianças. * Mecanismo de ação: - Penetram nos microrganismos através de difusão passiva e de um processo de transporte ativo dependente de energia. - Uma vez dentro da célula, as tetraciclinas se ligam de maneira reversível à subunidade 30S do ribossomo bacteriano, bloqueando a ligação do aminoacil-tRNA ao sítio aceptor no complexo mRNA-ribossomo e impedindo a adição de aminoácidos ao peptídeo em crescimento (ou seja, impedindo a síntese proteica). * Resistência - Pode ser desencadeada através de: ● Influxo comprometido ou efluxo aumentado por meio de uma bomba proteica transportadora ativa . Proteção do ribossomo em razão da produção de proteínas que interferem na ligação da tetraciclina com o ribossomo. ● Inativação enzimática. ● Uso excessivo. - Bombas de efluxo codificadas por cromossomo das espécies de Proteus e Pseudomonas aeruginosa para múltiplos fármacos são responsáveis pela resistência intrínseca a todas as tetraciclinas (inclusive a tigeciclina). * Fármacos: a) Tetraciclina. - É o fármaco de escolha no tratamento de infecções provocadas por riquétsias. b) Doxiciclina. - É eficaz no tratamento da doença de lyme (borreliose), pneumonia por micoplasma, cólera (reduz o número de vibriões intestinais e reposição hídrica) e infecções por clamídia. - É usada também no tratamento de infecções respiratórias e de tecidos moles causadas por MRSA (staphylococcus aureus resistente à meticilina) e de DSTs causadas por C. trachomatis. - É eliminada através de mecanismos não renais (não necessita de ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal). c) Tigeciclina - É uma opção terapêutica para MRSA ou ORSA (staphylococcus aureus meticilina ou oxacilina resistentes). - É eficaz no tratamento de infecções complicadas de tecidos moles, intraabdominais e pneumonia adquirida na comunidade. - Também pode ser usada no tratamento de infecções cutâneas. - Possui meia-vida de 36 horas e não é sensível a vários tipos de bomba de efluxo. - É eliminada através de mecanismos não renais (não necessita de ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal). - São sensíveis à tigeciclina: estafilococos coagulase-negativos, Staphylococcus aureus (inclusive cepas resistentes à meticilina, cepas intermediárias e cepas resistentes à vancomicina), estreptococos sensíveis e resistentes à penicilina, enterococos (inclusive as cepas resistentes à vancomicina), bastonetes Gram-positivos, enterobactérias, cepas de Acinetobacter sp. resistentes a múltiplos fármacos, anaeróbios Gram-positivos e Gram-negativos, riquétsias, Chlamydia sp., Legionella pneumophila e micobactérias de crescimento rápido. - São resistentes à tigeciclina: Proteus sp. e P. aeruginosa. d) Azitromicina - É eficaz no tratamento de infecções por clamídia. - Uso clínico: ● São excelentes para tratamento de Mycoplasma pneumoniae, clamídias e de algumas espiroquetas. ● São empregadas em combinação com outros medicamentos no tratamento da doença ulcerosa gástrica e duodenal por Helicobacter pylori. ● Podem ser utilizadas em diversas infecções por bactérias gram-positivas e gramnegativas (inclusive infecções por Vibrio, desde que o microrganismo não seja resistente). Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). ● São eficazes no tratamento de acne, crises de bronquite, pneumonia adquirida na comunidade, doença de Lyme, febre recidivante, leptospirose e algumas infecções por micobactérias não tuberculosas (ex: Mycobacterium marinum). ● São os fármacos de escolha no tratamento de infecções provocadas por riquétsias (ex: febre da montanha e febre tifóide) e por clamídias (ex: uretrite, endocervicites e conjuntivites). * Efeitos adversos/colaterais - Náusea, vômitos e diarreia (são os motivos mais comuns de interrupção das tetraciclinas). - Podem causar distúrbios funcionais intestinais, prurido anal, condidíase (vaginal ou oral) e colite associada ao clostridium difficile (pois as tetraciclinas alteram a microbiota normal). * Efeitos nas estruturas ósseas e dentes: - As tetraciclinas se depositam nos ossos e dentes em crescimento, provocando manchas, hipoplasia dentária e deformidades ósseas. - Quando uma tetraciclina é administrada durante a gravidez, ela pode se depositar nos dentes fetais, causando fluorescência, alteração na cor e displasia de esmalte. - Quando a tetraciclina éadministrada por longos períodos em crianças com menos de 8 anos, podem ocorrer alterações similares. * Outras toxicidades: - Podem comprometer a função hepática (principalmente durante a gravidez, em pacientes com insuficiência hepática preexistente e quando doses altas são administradas por via intravenosa. II. Macrolídeos * Podem ter ação bacteriostática ou bactericida. * São eles: eritromicina, claritromicina e azitromicina. * Seu uso deve ser rígidamente acompanhado em pacientes com bradicardia, arritmias, IC, distúrbios eletrolíticas, uso de fármacos que prolongam o intervalo QT e idosos. * Mecanismo de ação: - Inibem a síntese proteica ao se ligarem na subunidade 50S do RNA ribossomal (sítio de ligação próximo ao centro da peptidiltransferase), bloqueando a formação da ligação peptídica. * Resistência: - Pode ser desencadeada por: ● Permeabilidade reduzida da membrana celular ou efluxo ativo (diminuição da permeabilidade da célula ao antimicrobiano). ● Produção (por enterobactérias) de esterases que hidrolisam macrolídeos (inativação enzimática). ● Modificação do sítio de ligação ribossomal (a chamada proteção ribossomal) por mutação cromossomal ou por metilase constitucional ou indutível por macrolídeo (alteração no sítio receptor da porção 50S do ribossomo). a) Eritromicina - É ativa contra organismos gram-positivos (principalmente pneumococos, estreptococos, estafilococos e corinebactérias). - É eficaz contra Mycoplasma pneumoniae, L. pneumophila, Chlamydia trachomatis, Chlamydia psittaci, Chlamydia pneumoniae, H. pylori, Listeria monocytogenes e algumas micobactérias (ex: Mycobacterium kansasii, Mycobacterium scrofulaceum). - Também é ativa contra organismos gramnegativos (principalmente Neisseria sp., Bordetella pertussis, Bartonella henselae, e Bartonella quintana, algumas espécies de Rickettsia, Treponema pallidum). - É o medicamento preferencial no tratamento de infecções por Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). corinebactérias (difteria, sepse e eritrasma) e de infecções respiratórias neonatal/ocular/genital por clamídias. - É inativa contra endobactérias e pseudomonas spp. - É parcialmente inativada no fígado. - A intolerância gastrintestinal, causada por estimulação direta da motilidade intestinal, é o motivo mais comum para interrupção da eritromicina e substituição por outro antibiótico b) Claritromicina - É mais ativa que a eritromicina contra mycobacterium avium. - É altamente eficaz contra organismos gram positivos. - É eficaz contra Mycobacterium leprae, Toxoplasma gondii, H. influenzae e Helicobacter pylori. - É inativa contra estreptococos e estafilocos resistentes à eritromicina. - Possui menor incidência de intolerância gastrointestinal e sua administração é menos frequente, quando comparada à eritromicina. - É mais resistente à inativação no fígado do que a eritromicina. c) Azitromicina - É ativa contra M. avium e T. gondii. - É menos ativa do que a eritromicina e a claritromicina contra estafilococos e estreptococos. - É mais ativa que a eritromicina e a claritromicina contra o H. influenzae (maior atividade contra gram-negativas). - É muito ativa contra a Chlamydia (é a opção terapêutica preferida no tratamento de infecções por clamídia). - Não inibe CYP hepáticas. - É uma das escolhas terapêuticas preferidas no tratamento de leginelose e pneumonia por mycoplasma. - Pode ser usada uma vez por semana como profilaxia do complexo Mycobacterium avium em pacientes com AIDS. - Quando associada com rifampicina e etambutol é o tratamento preferido contra infecções por complexo Mycobacterium avium. - Pode ser o fármaco de escolha no tratamento de pneumonia adquirida na comunidade (administração: uma dose de ataque de 500 mg, seguida por uma dose única diária de 250mg nos quatro dias seguintes) - É liberada lentamente nos tecidos (tem meia-vida tecidual de 2-4 dias), por isso pode ser administrada em dose única diária. * Uso clínico geral: - Os macrolídeos são considerados os fármacos de primeira escolha no tratamento de pneumonias por bactérias atípicas (Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia spp.). - São também uma alternativa terapêutica em pacientes alérgicos à penicilina nas seguintes condições: ● Infecções do trato respiratório por estreptococos do grupo A. ● Pneumonia por S. pneumoniae. ● Infecções superficiais de pele (Streptococcus pyogenes) ● Profilaxia de febre reumática (faringite estreptocócica). * Efeitos adversos/colaterais - Efeitos gastrointestinais ● Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia são os mais comuns. - Efeitos hepáticos ● Hepatite colestática aguda (combinação de sintomas como febre, icterícia e comprometimento da função hepática) pode ocorrer como uma reação de hipersensibilidade (é mais comum com uso de eritromicina). - Reações alérgicas. ● Febre, eosinofilia e exantemas. - Efeitos cardiovasculares. ● Prolongamento do intervalo QT Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). (desencadeado pelo efeito dos fármacos sobre os canais de potássio). ● Arritmias tipo torsades de pointes (desencadeada pelo prolongamento do intervalo QT ) III. Aminoglicosídeos * São eles: estreptomicina, neomicina, gentamicina, tobramicina e amicacina. * Tem ação bactericida. * São os fármacos mais usados em combinação com antibióticos beta-lactâmicos (em infecções graves por bactérias gram negativas, na endocardite por bactérias gram-positivas e no tratamento de tuberculose) e com a vancomicina (na endocardite por bactérias gram-positivas e no tratamento da tuberculose). * Seu efeito é concentração dependente (concentrações mais altas do fármaco matam uma proporção maior de bactérias mais rápido) e possui efeito pós-antibiótico significativo (seu efeito antibacteriano persiste além do período em que o fármaco está presente em quantidade mensurável no organismo). * Possui sinergismo com betalactâmicos e glicopeptídeos. * Quando administrados em associação com um antibiótico ativo contra a parede bacteriana (um β-lactâmico ou a vancomicina), os aminoglicosídeos apresentam um efeito de morte sinérgica contra determinadas bactérias (ou seja, o efeito combinado dos fármacos é maior do que o previsto para cada medicamento isoladamente). * Mecanismo de ação: - São inibidores irreversíveis da síntese proteica. - Se ligam a proteínas ribossomais específicas da subunidade 30S do RNA ribossomal e inibem a síntese proteica e/ou produzem proteínas defeituosas. * Resistência - Pode ser desencadeada por: ● Produção de uma enzima transferase ou de enzimas microbianas que inativam o aminoglicosídeo por adenilação, acetilação ou fosforilação (esse é o principal tipo de resistência encontrado clinicamente) ○ Impedimento da entrada do aminoglicosídeo na célula por modificações na permeabilidade (ex: deleção de porinas) - A proteína receptora na subunidade ribossomal 30S pode ser deletada ou alterada em consequência de uma mutação. * Uso clínico: - São utilizados principalmente contra bactérias aeróbias gram-negativas (Klebsiella spp., Acinetobacter spp., Enterobacter spp., E. Coli, Proteus sp. Serratia spp., Citrobacter spp., Haemophilus spp.) e em cepas de Pseudomonas aeruginosa. - São quase sempre utilizados em combinação com um antibiótico β-lactâmico para estender a cobertura a fim de incluir potenciais patógenos gram-positivos (S. aureus, S. epidermidis, Listeria monocytogenes, Enterococcus faecalis e Nocardia asteroides). - São ativos contra micobactérias. - Podem ser usados em associação com a penicilina para obter atividade bactericida no tratamento da endocardite enterocócica e para encurtar o tratamento em caso de estreptococo viridans e de alguns pacientes com endocardite estafilocócica. * Devido a toxicidade, seu uso deve ser moderado e para indicações específicas. A duração deve ser a mínima possível, e as concentrações séricas devem ser monitoradas. * Efeitos adversos/colaterais: - São ototóxicos e nefrotóxicos (é mais provável a ocorrência de ototoxicidadee de nefrotoxicidade quando a terapia continua por mais de 5 dias, em doses mais elevadas, nos idosos e no quadro de insuficiência renal). - O uso concomitante com diuréticos de alça (ex: furosemida, ácido etacrínico) ou outros agentes antimicrobianos nefrotóxicos (ex: vancomicina ou anfotericina) pode potencializar a nefrotoxicidade, devendo ser evitado quando possível. - Efeitos de nefrotoxicidade = níveis séricos crescentes ou em depuração Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). reduzida da creatinina. - Em doses muito altas podem produzir bloqueio neuromuscular que resulta em paralisia respiratória (apneia) em pacientes curarizados, com succinilcolina, com miastenia e com hipocalcemia. * A neomicina, a canamicina e a amicacina são os agentes mais ototóxicos. * Neomicina, tobramicina e gentamicina são os mais nefrotóxicos. IV. Lincosaminas (lincomicina e clindamicina) * São elas: lincomicina (isolada em 1962, a partir do streptomyces lincolnensis) e clindamicina (produzida através de modificações químicas). * Podem ter ação bacteriostática ou bactericida. * Mecanismo de ação. - Atuam da mesma forma que os macrolídeos. - Inibem a síntese proteica ao se ligarem na subunidade 50S do RNA ribossomal (sítio de ligação próximo ao centro da peptidiltransferase), bloqueando a formação da ligação peptídica. * Uso clínico: a) Clindamicina - É indicada para tratamento de infecções cutâneas e de tecidos moles provocadas por estreptococos e estafilococos. - É ativa contra cepas de S. aureus resistentes à meticilina adquiridas na comunidade. - Também é indicada para tratamento de infecções anaeróbias causadas por Bacteroides sp. e outros anaeróbios. - Pode ser usada em combinação com um aminoglicosídeo ou com cefalosporina para tratar lesões perfurantes do abdome e do intestino, infecções no trato genital feminino (ex: aborto séptico, abscessos pélvicos ou doença inflamatória pélvica) e abscessos pulmonares. - É mais indicada do que a eritromicina na profilaxia da endocardite em pacientes com cardiopatia valvar que serão submetidos a determinados procedimentos odontológicos e que sejam significativamente alérgicos à penicilina. - Pode ser usada em associação com a pirimetamina no tratamento da toxoplasmose cerebral relacionada à Aids. * A clindamicina associada à primaquina é uma alternativa efetiva para a associação sulfametoxazol-trimetoprima no tratamento de pneumonia moderada a grave por Pneumocystis jiroveci em pacientes com Aids. * A administração de clindamicina representa fator de risco de diarreia e colite causada por C. difficile. * Efeitos adversos/colaterais - Diarreia, náuseas e exantema cutâneo. - Pode ocorrer comprometimento da função hepática (com ou sem icterícia) e neutropenia. V. Cloranfenicol * É um potente inibidor da síntese proteica bacteriana. * Tem ação bacteriostática. * Deve ser empregado com cautela em lactentes e prematuros. * Mecanismo de ação: - É semelhante aos macrolídeos. - Se liga de forma reversível à subunidade 50S do ribossomo bacteriano e inibe a formação da ligação peptídica. * Uso clínico: - Seu uso sistêmico deve ser reservado a infecções graves e fatais, em que o benefício do fármaco se sobrepõe à sua toxicidade hematológica (é um fármaco muito tóxico). - Sua utilização tópica é segura e eficaz no tratamento de conjuntivites bacterianas. - Apresenta amplo espectro contra organismos gram-positivos e gram-negativos aeróbios e anaeróbios. - É ativo contra Rickettsiae, H. influenzae, Neisseria meningitidis e algumas cepas de bacteroides. - Não é ativo contra Chlamydiae (não é eficaz para infecções por clamídias). - Pode ser usado no tratamento de infecções graves por riquétsias (ex: tifo e febre maculosa das montanhas rochosas). - É uma alternativa aos antibióticos βlactâmicos no tratamento da meningite Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). bacteriana em pacientes que apresentem reações de hipersensibilidade graves à penicilina. * Efeitos adversos/colaterais: - Náuseas, vômitos e diarreia. - Candidíase oral ou vaginal. - Alterações hematológicas (depressão da medula óssea e anemia aplásica). - Síndrome do bebê cinzento (marcada por progressiva palidez cianótica e colapso vasomotor frequentemente acompanhado de respiração irregular e morte de neonatos). VI. Oxazolidinones (linezolida) * São elas: linezolida - Tem ação bacteriostática, mas pode ter ação bactericida contra estreptococos. * É utilizada em infecções graves por patógenos gram-positivos multirresistentes. * Mecanismo de ação - Inibe a síntese proteica ao impedir a formação do complexo ribossomal (se liga á subunidade 23S do RNA ribossomal). * Uso clínico: - É ativa contra microrganismos gram-positivos (inclusive estafilococos, estreptococos, enterococos, cocos anaeróbios gram-positivos e bastonetes gram-positivos como as corinebactérias, Nocardia sp., e L. monocytogenes). - Também é ativa contra o Mycobacterium tuberculosis. - Seu uso é aprovado no tratamento das infecções por E. faecium resistentes à vancomicina, pneumonia associada aos serviços de saúde, pneumonia adquirida na comunidade e infecções de pele e tecidos moles complicadas ou não complicadas por bactérias Gram-positivas sensíveis. - Não é ativa contra bactérias gram-negativas. * Efeitos adversos/colaterais: - Trombocitopenia. - Toxicidade hematológica. - Anemia e neutropenia (maior frequência em pacientes com predisposição à ou supressão subjacente da medula óssea). - Neuropatia óptica, neuropatia periférica e acidose láctica (em cursos prolongados de linezolida). 5. Antimetabólicos I. Sulfonamidas * São elas: sulfametoxazol, sulfassalazina e sulfadiazina. * São análogos estruturais do PABA (ácido paminobenzoico), o qual é um precursor essencial na síntese de ácido fólico necessário para a síntese do DNA e do RNA nas bactérias. * Tem ação bacteriostática (visa inibir o crescimento das bactérias, e não destruí-las). * Mecanismo de ação - Fazem competição reversível com o PABA (ácido p-aminobenzóico), se ligam no sítio da enzima diidropteroato sintetase inibindo a produção de folato (ácido di-hidrofólico) e impedindo a síntese de DNA/RNA bacteriano. - Por fazerem competição reversível, em situações que aumentam o nível de PABA (ex: presença de pus ou produtos da degeneração tecidual) o efeito do antibiótico é antagonizado (níveis altos de PABA impedem a ligação das sulfonamidas no sítio da enzima, ocorrendo assim produção de folato e consequente síntese de DNA/RNA bacteriano). - Alguns anestésicos locais (ex: procaína) são biotransformados em PABA e portanto também podem reduzir o efeito do antibiótico. * Uso clínico: - Inibem : bactérias gram-positivas e gramnegativas, Nocardia sp., Chlamydia trachomatis, alguns protozoários e algumas endobactérias (Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Salmonella, Shigella, e Enterobacter sp). - Podem ser administradas em associação com um inibidor da di-hidrofolato redutase (ex: trimetoprima ou pirimetamina), visando potencializar seu efeito na inibição de folato (evitando situações em que seu efeito é antagonizado). - A associação de sulfametoxazol + trimetoprima (cotrimoxazol) é eficaz no Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). tratamento de infecções como pneumonia por Pneumocystis jiroveci, toxoplasmose e nocardiose. - A pomada sulfadiazina de prata é eficaz no tratamento de feridas infectadas (esta é uma sulfonamida tópica muito menos tóxica e preferida à mafenida para a prevenção da infecção de queimaduras). - São muito eficazes no tratamento de: ● Infecções do trato urinário, uretrites e prostatites. ● Otite média, sinusite e exacerbação aguda de bronquite crônica (podem ser usadas como alternativa de tratamento em pacientes alérgicos aos ß- lactâmicos). ● Infecções gastrintestinais (ex: diarreia do viajante, shigelose, febre tifoide e paratifoide). --> Não inibem riquétzias nem anaeróbios. --> A Pseudomonas aeruginosa apresenta resistência intrínseca aos antibióticosdo tipo sulfonamida. - Resistência: ● A resistência à sulfonamida pode ocorrer em razão de mutações que: ➔ Provocam produção em excesso de PABA. ➔ Causam a produção de uma enzima sintetizadora de ácido fólico com baixa afinidade para as sulfonamidas. ➔ Comprometem a permeabilidade à sulfonamida. - Efeitos adversos/colaterais ● Distúrbios hematopoiéticos. ➔ Leucopenia, trombocitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e supressão da medula óssea. ● Reações cutâneas graves ➔ Dermatite esfoliativa, síndrome de StevenJohnson e a necrólise epidérmica tóxica. ● Distúrbios do trato urinário ➔ Cristalúria com consequente insuficiência renal (pode ocorrer em pacientes hipoalbuminêmicos) e hematúria. ● Efeitos mais comuns ➔ Febre, cefaléia, tremores, nefrotoxicidade, flebite, vasculite, hipercalemia e anafilaxia. ● Efeitos moderados: ➔ Náusea, êmese, cefaléia e depressão. II. Trimetoprima * É usada em associação com as sulfonamidas, visando potencializar a inibição da produção de folato (sinergismo). * Tem ação bacteriostática. * Mecanismo de ação: - Inibe seletivamente a enzima di-hidrofolato redutase, potencializando a inibição da produção de folato (ácido tetra-hidrofólico) e impedindo a síntese de DNA bacteriano. * Resistência - Pode resultar de: ● Redução da permeabilidade celular. ● Produção excessiva da di-hidrofolato redutase. ● Produção de uma redutase alterada com menor ligação ao fármaco. * Uso clínico a) Cotrimoxazol (sulfametoxazol + Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho). trimetoprima). - Eficaz contra infecções de pele e tecidos moles por MRSA adquiridos em comunidade. - Eficaz contra haemophilus influenzae. - É um tratamento alternativo contra legionella pneumophila. - É o tratamento mais eficaz para pneumocystis jiroveci (infecção oportunista). - Eficaz no tratamento da septicemia e da meningite causada pela listeria monocytogenes. - Eficaz contra infecções crônicas do trato urinário. - Útil no tratamento da shigelose e da salmonella monotifoide. - Útil no tratamento de portadores de salmonella typhi. b) Trimetoprima - Eficaz no tratamento de infecções prostáticas e vaginais. - Eficaz contra infecções agudas do trato urinário * Efeitos adversos / colaterais: - Anemia megaloblástica, leucopenia, granulocitopenia. - Náuseas, vômitos, febre, vasculite, comprometimento renal e distúrbios do SNC. - Os pacientes com Aids e pneumonia por Pneumocystis apresentam com frequência reações indesejadas ao cotrimaxazol (sendo elas febre, exantemas, leucopenia, diarreia, elevações das aminotransferases hepáticas, hiperpotassemia e hiponatremia). Nicole de Castro Silva - Turma IV (Medicina - Nove de Julho).
Compartilhar