Buscar

Antimicrobianos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Antimicrobianos 
Vitória Araujo T7 
 
Introdução 
-Os antimicrobianos são fármacos que têm a capacidade de inibir o crescimento de microorganismos, indicados, portanto, apenas para o 
tratamento de infecções microbianas sensíveis. 
-Dois importantes conceitos devem ser lembrados ao se considerar o uso dos antimicrobianos: 
® Espectro de ação é o percentual de espécies sensíveis (número de espécies/ isolados sensíveis); 
® Potência ou concentração inibitória mínima (MIC) é a concentração de antimicrobiano necessária para inibir o crescimento bacteriano, 
de forma que quanto menor o MIC, maior a potência e, quanto maior a potência, maior a dificuldade da bactéria em desenvolver 
resistência. 
• O fenômeno de tolerância se caracteriza pelo momento em que é necessário ter 32 vezes mais antimicrobiano que a MIC para 
inibir a bactéria. 
-Estes conceitos devem sempre ser exercitados na prática clínica diária. Quando se conhece a etiologia da doença, deve-se prescrever 
sempre fármaco de menor espectro e maior potência. 
® A meningococcemia, por exemplo, é uma infecção muito grave, entretanto, não há necessidade de ampliar o espectro antimicrobiano, 
mas intensificar sua potência, utilizando a penicilina G cristalina por via parenteral e em doses altas. 
® Nos casos de sepse grave, sem definição etiológica, por outro lado, deve-se 
ampliar o espectro, procurando atingir os microorganismos mais prováveis. 
-Os antimicrobianos podem ser classificados de várias maneiras, considerando seu espectro de ação, o tipo de atividade antimicrobiana, o 
grupo químico ao qual pertencem e o mecanismo de ação. 
 
Variável Classificação Exemplo 
 
 
Espectro de ação 
Antifúngicos Anfotericina b 
Anaerobicidas Metronidazol 
Gram-positivos Oxacilina 
Gram-negativos Aminoglicosideo 
Amplo espectro Cefitriaxona 
Atividade antibacteriana Bactericida Quinolona 
Bacteriostático Macrolídeo 
 
 
Mecanismo de ação 
Síntese da parede celular Beta-lactâmico 
Permeabilidade da membrana Anfotericina b 
Síntese proteica Aminoglicosídeo 
Ácidos nucleicos Quinolonas 
Antimetabólito Sulfametaxazol + Trimetropim 
 
-A indicação de um antimicrobiano está condicionada ao diagnóstico de uma infecção cuja etiologia seja sensível aos antimicrobianos. 
® Infecções virais, por exemplo, não respondem ao tratamento com antimicrobianos. 
® Febre não é sinônimo de infecção: doenças não-infecciosas como linfoma e colagenoses podem manifestar febre sem a presença de uma 
infecção. 
-Anamnese e exame físico detalhados são usualmente suficientes para o diagnóstico clínico de um processo infeccioso. A história 
epidemiológica tem importância fundamental e muitas vezes define a etiologia. 
-São portas de entrada e os possíveis agentes patogênicos envolvidos: 
 
Foco primário Etiologia mais frequente 
Ouvido e seios da face Pneumococo, Haemophilus, S. aureus, Moraxella catharralis 
Foliculite, celulite, abscesso muscular S. aureus 
Endocardite infecciosa Streptococcus viridans, enterococo 
Endocardite em toxicômano S. aureus, S. epidermidis 
Trato genital feminino Streptococcus sp., anaeróbios (Bacterioides), enterobactérias 
Presença de próteses e catéteres vasculares vasculares S. aureus, S. epidermidis 
Gangrena gasosa Clostridium sp. 
Grande queimado S. aureus, Pseudomonas sp., E. coli 
Vias biliares e trato gastrintestinal Enterobactérias, anaeróbios 
Perfuração de alça intestinal Enterobactérias, Pseudomonas sp., anaeróbios 
Trato urinário E. coli, enterobactérias 
Necrose e úlceras em diabéticos S. aureus, Streptococcus sp., enterobactérias 
Neutropênico febril S. aureus, S. epidermidis, enterobactérias, Pseudomonas sp. 
-O efeito pós-antibiótico é aquele observado quando, mesmo após as concentrações do medicamento estarem abaixo da MIP, as bactérias 
ainda sofrem dificuldades de crescimento. 
-O efeito antibacteriano é classificado em: 
® Grupo I: são aqueles antibióticos cujo efeito depende da concentração de fármaco atingida (pico máximo) e que contam com efeito pós-
antibiótico. Ex: aminoglicosídeos. 
® Grupo II: são fármacos cujo efeito depende do tempo em que as concentrações de fármaco ficaram acima da MIC e que não 
apresentam efeito pós-antibiótico (ou seja, enquanto a concentração estiver acima da MIC, o fármaco funciona). Ex: betalactâmicos. 
® Grupo III: são fármacos cujo efeito depende do tempo em que as concentrações ficam acima da MIC e que contam com efeito pós-
antibiótico. Ex: tetraciclinas. 
 
 
 
 
Betalactâmicos 
-Atuam inibindo a enzima transpeptidase, que realiza a transpeptidação (formação de pontes entre os peptidoglicanos da parede celular). 
-Como atuam em parede bacteriana (que não está presente na célula humana), possuem poucos efeitos adversos. 
-Em geral, eles atuam mais contra micro-organismos gram-positivos. Mas as exceções são frequentes. 
-Penicilinas: 
® Penicilinas naturais: pegam gram +, cocos gram – e anaeróbios que não produzem betalactamase. Ex: penicilina G (benzilpenicilina). 
® Penicilinas resistentes contra betalactamase de estafilococos: pegam estafilococos e estreptococos. Ex: meticilina, oxacilina e 
cloxacilina. 
® Penicilinas de espectro ampliado: pegam todos os microorganismos que as penicilinas e possuem uma atividade maior contra gram -. 
São susceptíveis à hidrólise pela betalactamase. Ex: amoxicilina, ampicilina, piperacilina, tigeciclina. 
-Cefalosporinas: 
® Primeira geração: pegam cocos gram + (pneumococos, estreptococos e estafilococos). Ex: cefazolina, cefalotina, cefalexina. 
® Segunda geração: são ativas contra os da geração anterior e possuem espectro aumentado para gram -. Ex: cefuroxima. 
® Terceira geração: são ativas contra os da segunda geração e contra mais organismos gram -. Alguns atravessam a barreira 
hematoencefálica. Ex: ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima. 
• Observação: a ceftazidima pega P. aeruginosa. 
® Quarta geração: espectro mais ampliado ainda, inclusive contra a P. aeruginosa. Ex: cefepime. 
-Monobactâmicos: 
® Só atuam contra bastonetes gram -. 
® São resistentes contra as betalactamases. 
® Ex: aztreonam (único da classe). 
Antibióticos
Parede celular
Betalactâmicos
Carbapenêmicos
Penicilinas
Inib. da 
betalactamase
Cefalosporinas
Monobactâmicos
Glicopeptídeos
Vancomicina
Teicoplanina
Bacitracina
Memb. celular
Síntese proteica
Ácido nucleico
Antimetabólito
-Inibidores da betalactamase: 
® São betalactâmicos com ação antibacteriana muito fraca. 
® São potentes inibidores da betalactamase e, por isso, são administrados juntamente com penicilinas susceptíveis à enzima 
(especialmente as penicilinas de espectro ampliado). 
® Combinações entre penicilina de espectro ampliado + inibidor da betalactamase: 
• Amoxicilina + clavulanato 
• Ampicilina + sulbactam 
• Piperacilina + tazobactam 
-Carbapenêmicos: 
® Talvez os betalactâmicos mais potentes. 
® O espectro é extremamente amplo. 
® São reservados a infecções mais graves. Não são usados como primeira escolha em tratamentos empíricos. 
® Ex: carbapenem, meropenem, imipenem, ertapenem. 
 
Glicopeptídeos 
-O mecanismo de ação é múltiplo. Eles inibem a formação do peptidoglicano, alteram a permeabilidade da membrana plasmática e atuam 
sobre a síntese de RNA citoplasmático. 
-Existem alguns enterococos e estafilococos resistentes à vancomicina. 
-É uma alternativa para tratamento de infecções causadas por gram + em pacientes alérgicos à penicilina e em infecções por estafilococos 
resistentes à oxacilina (MRSA). 
-Vancomicina: 
® Ativa somente contra bactérias gram +. 
® Atua contra microorganismos produtores de betalactamase, sem sofrer prejuízos. 
® É dada por via IV 
-Teicoplanina: 
® Muito semelhante à vancomicina em espectro de ação. 
® Pode ser dado por via IV ou IM. 
 
Bacitracina 
-Só atua contra bactérias gram +. 
-É altamente nefrotóxica e, por isso, o seu uso é somente tópico. 
 
Aminoglicosídeos 
-O espectro de ação inclui: 
® Bacilos gram-negativos aeróbios (todos os aminoglicosídeos); 
® Mycobacterium tuberculosis (especialmente a estreptomicina);® Leishmania spp. (especialmente a aminosidina). 
-São aminoglicosídeos úteis na clínica: 
® Estreptomicina 
® Gentamicina 
® Tobramicina 
® Amicacina 
® Neomicina (uso tópico) 
® Paromomicina/aminosidina 
® Netilmicina 
® Canamicin
-A resistência se dá por: 
® Inativação enzimática do fármaco 
® Mutação do alvo (ou seja, alteração dos sítios de ligação do fármaco ao ribossomo) 
® Alteração da permeabilidade 
-O uso parenteral pode ser IV ou IM. O IV é preferível. Mas tem que tomar cuidado com o pico do fármaco, uma vez que esse fármaco é 
ototóxico e nefrotóxico. 
-Deve-se ter cuidado especial com pacientes submetidos à hemodiálise. 
 
Tetraciclinas 
-O espectro é amplo contra bactérias gram positivas, bacilos gram-negativos aeróbios e anaeróbios. 
-São tetraciclinas úteis na clínica: 
® Tetraciclina ® Doxiciclina ® Minociclina 
-Indicações mais comuns: 
® IST’s: 
• Uretrite não-gonocóccica (ou seja, por Chlamydia trachomatis) 
• Linfogranuloma venéreo 
• Doença inflamatória pélvica 
• Granuloma inguinal 
• Sífilis 
® Tracoma: 
• É uma doença causada pela Chlamydia trachomatis. 
• Pode causar cegueira. 
• Forma uma conjuntivite nodular. 
• Geralmente, o tratamento do tracoma é feito com medidas simples de higiene, além de macrolídeos. 
® Riquetsioses; 
® Doença de Lyme 
® Acne; 
® Cólera; 
® Profilaxia de leptospirose; 
 
Macrolídeos 
-A eritromicina foi o primeiro macrolídeo que surgiu. Ela é o protótipo da classe,derivada do Streptomyces erythreus 
-Elas atuam pela inibição da síntese proteica. 
-Sinteticamente, foram elaborados outros fármacos pertencentes à classe: 
® Claritromicina 
® Azitromicina 
® Telitromicina: um dos últimos a surgir. 
-Mais recentemente, descobriu-se que essas substâncias também possuem um efeito anti-inflamatório e imunomodulador. 
-Eritromicina: 
® Hoje, o seu uso está muito restrito. 
® Possui baixa biodisponibilidade. 
® É inativada em meio ácido, requerendo revestimento entérico. 
® Dá efeitos adversos gastrointestinais. 
® A meia vida é curta. 
® Possui atividade pobre contra Haemophilus influenzae. 
® Tem sua absorção alterada com o uso concomitante de alimentos e a administração de antiácidos. 
-Todos esses fármacos são absorvidos rapidamente pela via oral. 
-Esses fármacos alcançam todos os líquidos corporais, exceto o cérebro e o LCR. 
-Todos eles são capazes de causar náusea, diarreia e dor abdominal. Contudo, a eritromicina é a que mais causa esses efeitos. 
-Utilizados em: 
® Pneumonia comunitária, otite média e sinusite: eritro, clarito e azitro 
® Bronquite crônica agudizada: claritro e azitro 
® MAC (profilaxia e tratamento): claritro e azitro 
® Mycobacterium leprae: claritro (mas não é utilizada) 
® Chlamydia trachomatis: eritro e azitro 
® Linfogranuloma venéreo: eritro 
® Cancro mole: eritro e azitro 
® Gonorreia: azitro 
® Donovanose: eritro e azitro 
® H. pylori: claritro 
® Tracoma: eritro e azitro 
® Difteria: eritro 
® Coqueluche: eritro 
 
Quinolonas 
-As quinolonas podem ser divididas em até 4 gerações (mas isso não deve ser utilizado): 
® 1 geração: norfloxacino e ofloxacino. 
® 2 geração: ciprofloxacino 
® 3 geração: levofloxacino 
® 4 geração: mais recentes. 
-O mecanismo de ação se baseia na inibição das topoisomerases (que garantem a estabilidade do material genético do microorganismo), 
como a DNA girase e a topoisomerase IV. 
-Espectro de ação: 
® Norfloxacina: 
• Atua contra enterobactérias e N. gonorrhoeae. 
® Ciprofloxacina: 
• Enterobacterias (como a Salmonella thyphi) 
• N. gonorrhoeae 
• P. aeruginosa 
• Haemophilus influenzae 
• Pobre ação contra S. pneumoniae 
• Discreta ação contra S. aureus 
® Ofloxacina: 
• Enterobactérias 
• Clamídeas, micoplasmas, ureaplasmas e legionelas 
• M. leprae 
• M. tuberculosis 
• Enterobacterias (como a Salmonella thyphi) 
• N. gonorrhoeae 
• Haemophilus influenzae 
® Levofloxacina: 
• Enterobactérias 
• N. gonorrhoeae 
• H. influenzae 
• Clamídeas, micoplasmas, ureaplasmas e legionelas 
• S. pneumoniae 
® Esparfloxacina, trovafloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina (são usadas mais para os agentes resistentes) 
• Streptococcus pneumoniae 
• Neisseria gonorrhoeae 
• Haemophilus influenzae 
• Clamídeas, micoplasmas, ureaplasmas e legionelas 
• Bacteroides fragilis (ou seja, atua sobre anaeróbios) 
-Posologia: 
® 2x/dia 
• Norfloxa, cipro, ofloxa. 
® 1x/dia 
• Outras

Outros materiais