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Imunologia Veterinária – Prof. Miguel Angelo HIPERSENSIBILIDADE Hipersensibilidade/Alergia · O termo “alergia“ foi introduzido em 1906 por von Pirquet para designar uma resposta biológica “alterada” após o contato do organismo com uma substância estranha. · Essa resposta biológica poderia resultar em uma resposta imunológica exagerada e proteção contra o agente externo ou em uma hiper-reatividade com conseqüências prejudiciais para o hospedeiro. Atopia · Este termo é geralmente utilizado para descrever as doenças mediadas por anticorpos da classe IgE e foi criado por Coca e Coke em 1923. · Indivíduos atópicos: Predisposição genética Para produção de IgE ↓ contra alérgenos ambientais ↓ Rínite, sinusíte alérgica, asma, dermatite atópica · Indivíduos normais: ↓ exposição alérgenos respiratórios ↓ ácaros da poeira, epitélio de animais ↓desencadeai resposta imunológica ↓ intensidade ↓ produção IgG1 e IgG4, ↓ proliferação linfocitária, liberação interferon gama · As reações alérgicas atópicas resultam da combinação entre características genéticas e exposição ambiental que possibilitam a produção exagerada de anticorpos da classe IgE. Células T desses pacientes respondem à estimulação in vitro por alérgenos, induzindo liberação de citocinas pelas células Th2 (interleucinas IL-4, IL-5, Il-6 e Il-13). · O desenvolvimento da atopia é multifatorial. Além dos fatores genéticos já descritos, a combinação com fatores ambientais é fundamental. · Quantidade de antígeno a que o indivíduo foi exposto · Duração dessa exposição · Ambiente inflamatório coexistente durante exposição · O aparecimento de doenças específicas como rinite, asma e dermatite atópica pode também estar ligado a alterações específicas nos órgãos-alvo, como inflamação por irritação química. Hipersensibilidade · É definida como “resposta imune específica exacerbada e que é responsável por lesões teciduais”. · Hipersensibilidade é uma resposta imunológica exagerada a determinado antígeno. · O objetivo imunológico é destruir o antígeno. · No entanto, a exacerbação da resposta pode causar danos ao organismo, inclusive o óbito. · Do ponto de vista clínico, o conhecimento dos mecanismos da hipersensibilidade passa a ser importante, pois estabelece medidas terapêuticas adequadas, conforme se identifiquem os mediadores envolvidos. Tipos de Hipersensibilidade · Fatores que determinam o tipo de manisfestação clínica e patológica dessas doenças são: · Tipo de resposta imunológica responsável pela lesão tecidual. · Natureza e localização do antígeno desencadeante dessa resposta. · Anafilaxia (Tipo I) · HOUVE UM PRIMEIRO CONTATO COM ANTÍGENO, QUE GERALMENTE · PASSA DESPERCEBIDO. · ESSE ANTÍGENO ESTIMULA A PRODUÇÃO DE IgEs, QUE IRÃO SE LIGAR AOS MASTÓCITOS · NUM NOVO CONTATO O ANTÍGENO HAVERÁ A LIGAÇÃO DO MESMO COM IgEs NA MEMBRANA DO MASTÓCITO, ATIVANDO-O · INCHAÇO = EDEMA - OCORRE DEVIDO AO AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR, CAUSADO PELOS MEDIADORES QUÍMICOS LIBERADOS DOS GRÂNULOS DOS MASTÓCITOS · Sem ativação do complemento · Resultam da síntese de IgE específica contra alérgenos introduzidos no organismo. · 1º contato → processamento alérgeno → (APC) → apresentação peptídeos → linfócitos T CD4 → citocinas IL-4 e IL-13 → linfócitos B → sintetizarem e secretarem → IgE específicas contra alérgenos desencadeante. · IgE específica secretada → liga-se receptores Fce (FceRI) membrana mastócitos → sensibilizando-os. · Alta afinidade · 2º contato → interação alérgeno → c/ IgE ligada ao mastócito / basófilo → via FceRi (receptor de alta afinidade para IgE) → liberação de mediadores: · Pré-formados: histamina · Neoformados: prostaglandinas, leucotrienos · Os mediadores neoformados são consequência da lesão celular inicial e irão ampliar o processo, bem como os fatores quimiotáticos que acabam atraindo leucócitos, dentre os quais os eosinófilos, para o local. · Na fase aguda (imediata) → mediadores pré-formados → histamina / mastócitos → papel fundamental na sintomatologia. · Histamina · Potente mediador farmacológico · Ação vascular · Músculo liso · Causando broncoconstrição / vasodilatação / contração do músculo liso / edema · A reação aguda ocorre imediatamente, dentro de 20 a 30 minutos após o contato com o alérgeno. · Animal Mucosas trato respiratório / gastrointestinal / tecido cutâneo ↓povoados Mastócitos ↓reação Urticária / edema laríngeo / broncoespasmo / hipotensão e colapso cardiovascular / choque anafilático · Hipersensibilidade do tipo I (Imediata) · Anticorpos da classe IgE · Mecanismo de lesão tecidual · Mastócitos e seus mediadores (aminas vasoativas, citocinas) · Citotóxica (Tipo II) · Citotoxidade Mediada por Anticorpos · Ac IgG e IgM dirigidos contra superfície celular ou antígenos matriz extracelular. · Opsonização e fagocitose celular · Recrutamento e ativação leucocitária mediada por complemento e receptores Fc · Ag em superfície celular, transfusões · Complemento é ativado · Ocorre quando anticorpos direcionados contra antígenos da membrana celular ativam o complemento. Isso gera um complexo de ataque à membrana, que danifica a membrana celular. O anticorpo (IgG ou IgM) liga-se ao antígeno por meio de sua região Fab e atua como uma ponte para o complemento por meio de sua região Fc. Como resultado, ocorre lise mediada pelo complemento, como nas anemias hemolíticas, reações transfusionais. Além de causar lise, a ativação do complemento atrai fagócitos para o sítio, com cosenquente liberação de enzimas que danificam a membrana da célula. · Ex1: Penicilinas · Podem ligar-se a proteínas de superfície de hemácias e iniciarem a formação de anticorpos. Tais anticorpos autoimunes (IgG) então interagem com a superfície das hemácias, resultando em hemólise. · Ex2: Certas infecções · Anticorpos da classe IgG ou IgM ligam-se a antígenos presentes na membrana celular ou nos tecidos. · Auto-anticorpos · Excepcionalmente podem ser produzidos contra um antígenos estranho e reagir de forma cruzada com componentes teciduais. · “Reação de Arthus” (Tipo III) · Imunocomplexos · Complemento ativado · Uveíte · Flomerulonefrite · Hipersensibilidade por complexo imune ocorre quando complexos antígeno-anticorpo induzem uma resposta inflamatória nos tecidos. Normalmente, os complexos imunes são prontamente removidos pelo sistema reticulo endotelial, porém ocasionalmente, persistem e são depositados nos tecidos, resultando em vários distúrbios. · Os complexos imunes podem ser formados por antígenos próprios ou estranhos ligados a anticorpos durante uma resposta imune normal. · Esses imunocomplexos podem causar doença somente quando produzidos em quantidades excessivas, não sendo eficientemente depurados no sistema reticuloendotelial. · Permanecem circulantes até se depositarem nos tecidos, principalmente membrana basal de glomérulos e endotélio vascular. · Características doenças mediadas por imunocomplexos X local de deposição desses complexos · Tendência a serem sistêmicas · Complexos imunes pequenos não são fagocitados e tendem a se depositar mais do que grandes complexos. · Os vasos mais comumente afetados são os capilares do glomérulos renais e a sinóvia. Deposição de imunocomplexos ↓ Parede vascular ↓ Ativação do sistema complemento ↓ Migração de céls. Inflamatórias ↓ Lesão vascular e dos tecidos adjacentes · Um exemplo de doença mediada por complexos imunes é a Glomerulonefrite como complicação do Lúpus eritematoso sistêmico (glomerulonefrite / artrite). · Pode ocorrer em qualquer doença que leve à formação de imunocomplexos. · No entanto, é mais observada (clinicamente) na leptospirose, erliquiose, leishmaniose visceral e hepatite infecciosa canina · Retardada (Tipo IV) · Tardia, Celular ou Mediada por Linfócitos T · Desencadeadas por células T CD4 do tipo Th1 · Secretam citocinas ativadoras de macrófagos (IFN-γ e TNF-α) → inflamação. · As células CD8ativadas iniciam processo citotoxidade · O complemento não é ativado Alérgenos · Polens · Gramíneas · Fungos · Ácaros da poeira doméstica · Pêlos · Epitélios de animais / insetos / parasitos · Venenos de insetos · Proteínas alimentares · O termo “alérgeno” denomina o antígeno inócuo, para o qual não seria necessária resposta de defesa. · Alérgenos são representados por glicoproteínas, lipoproteínas ou proteínas conjugadas a substâncias químicas ou medicamentos capazes de desencadear a produção de IgE específica quando introduzidos em organismos imunocompetentes e geneticamente predispostos. · O termo “alergia” só pode ser usado se a hipersensibilidade é específica para alérgeno, ou seja, além de exacerbada e causadora de lesões teciduais, a alergia é indesejável, já que não há agente etiológico que pretenda agredir o organismo. Dessensibilização · Dessensibilização crônica envolve a administração semanal, por longo prazo, do antígeno ao qual o indivíduo é hipersensível. Isso estimula a produção de anticorpos IgA e IgG bloqueadores, os quais podem prevenir que antígenos subsequentes linguem-se às IgEs de mastócitos, impedindo, assim, a reação. · Tratamento · Reações anafiláticas · Aplicação de fármacos que combatam a ação de mediadores · Manutenção de uma via aérea · Suporte as funções respiratórias e cardíacas · Epinefrina · Anti-histaminicos · Corticosteroides · Isolados ou em combinação dependendo da situação · Prevenção depende da identificação do alergeno por um teste cutâneo, evitando-se o alergeno. Asma · Broncodilatores β-adrenérgicos inalados · Corticosteroides · Aminofilina (não utilizada comumente) Rinite alérgica Anti-histamínicos · Descongestionantes nasais Conjuntivite alérgica · Colírios contendo anti-histamínicos Mastócito – A Célula da Anafilaxia · CONTÉM GRÂNULOS QUE POSSUEM AMINAS VASOATIVAS · HISTAMINA E SEROTONINA SÃO OS PRINCIPAIS · O MASTÓCITO , CÉLULA PRODUZIDA · NA MEDULA ÓSSEA · BASÓFILO – NO SANGUE · MASTÓCITO - TECIDUAL · QUANDO O MASTÓCITO É ATIVADO OUTRAS SUBSTÂNCIAS PRÓ- · INFLAMATÓRIAS TAMBÉM SÃO SINTETIZADAS Três mecanismos principais de produção de doenças · Ac opsonizar céls. → ativar sistema complemento → fagocitose → destruição das céls. (fagócitos) → q/ possuem receptores → porção Fc da IgG e IgM. · As céls. alvo podem estar opsonizadas por C3b do sistema complemento ativado por IgG ou IgM e os fagócitos tb possuem receptores para este fragmento. · Também pode ocorrer o mecanismo citotóxico mediado pelo complexo de ataque à membrana da ativação completa do sistema complemento. · Este é o principal mecanismo de destruição celular na anemia hemolítica auto-imune e na púrpura trobocitopênica auto-imune · Ac complexados a antígenos → depositam-se → tecidos → ativam → sistema complemento → e os fragmentos gerados → recrutam → neutrófilos / macrófagos → lesão tecidual. · Esse é o mecanismo de lesão na glomérulonefrite mediada por anticorpos. Imunologia Veterinária – Prof. Miguel Angelo HIPERSENSIBILIDADE Hipersensibilidade/Alergia · O termo “alergia “ foi intro duzido em 1906 por von Pirquet para designar uma resposta biológica “alterada” após o contato do organismo com uma substância estranha. · Essa resposta biológica poderia resultar em uma resposta imunológica exagerada e proteção contra o agente externo ou em uma hiper - reatividade com conseqüências prejudiciais para o hospedeiro. Atopia · Este termo é geralmente utilizado para descrever as doenças mediadas por anticorpos da classe IgE e foi criado por Coca e Coke em 1923. · Indivíduos atópicos: Predisposição genética Para produção de IgE ? contra alérgenos ambientais ? Rínite, sinusíte alérgica, asma, dermatite atópica · Indivíduos normais : ? exposição alérgenos respiratóri os ? ácaros da poeira, epitélio de animais ? desencadeai resposta imunológica ? intensidade ? produção IgG1 e IgG4, ? proliferação linfocitária, liberação interferon gama · As reações alérgicas atópicas resultam da combinação entre car acterísticas genéticas e exposição ambiental que possibilitam a produção exagerada de anticorpos da classe IgE. Células T desses pacientes respondem à estimulação in vitro por alérgenos, induzindo liberação de citocinas pelas células Th2 (interleucinas IL - 4, IL - 5, Il - 6 e Il - 13). · O desenvolvimento da atopia é multifatorial. Além dos fatores genéticos já descritos, a combinação com fatores ambientais é fundamental. Ø Quantidade de antígeno a que o indivíduo foi exposto Ø D uração dessa exposição Ø A mbiente inflamatório coexistente durante exposição
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