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Módulo 02 - Sistema Financeiro Nacional

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SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL
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SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Em linhas gerais, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) se traduz em um sistema que facilita 
a circulação de recursos entre os agentes poupadores, com recursos disponíveis, e os 
tomadores de recursos, também conhecidos como deficitários. Tudo isso através de transações 
processadas no mercado financeiro.
Dada a complexidade e os riscos envolvidos em transacionar recursos entre superavitários e 
deficitários, se faz necessária a criação de um sistema financeiro, onde um conjunto de órgãos 
regulamenta, fiscaliza e executa as operações necessárias à circulação da moeda e do crédito 
na economia. Dito isso, é fundamental que o SFN tenha estabilidade para garantir a segurança 
das relações entre os agentes econômicos.
AGENTE
SUPERAVITÁRIO
SISTEMA FINANCEIRO 
NACIONAL
AGENTES
DEFICITÁRIOS
Conheça a estrutura do sistema financeiro Nacional:
ÓRGÃO
MOEDA, CRÉDITO, 
CAPITAIS E CÂMBIO
SEGUROS 
PRIVADOS
PERVIDÊNCIA 
FECHADA
NORMATIVO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN)
Conselho Nacional 
de Seguros Privados 
(CNSP)
Conselho Nacional 
de Previdência 
Complementar 
(CNPC)
SUPERVISOR
Comissão de valores 
mobiliários (CVM)
Banco Central 
do Brasil (BCB)
Superintendência 
de seguros privados 
(Susep)
Superintendência 
Nacional de 
Previdência 
Complementar 
(Previc)
OPERADOR
Bolsas de valores e 
de Mercadorias e 
Futuros
Bancos e Caixas 
Econômicas, Adm. 
de consórcio, 
instituições de 
pagamento
Entidades abertas 
de previdência 
complementar 
(EAPC), Seguradoras, 
Sociedades de 
Capitalização
Entidades Fechadas 
de Previdência 
Complementar 
(EFPC) - Fundos de 
Pensão
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Órgãos de Regulação, Autorregulação e Fiscalização
Para que o sistema financeiro funcione da forma mais adequada, existem órgãos e agentes 
reguladores. As autoridades monetárias no Brasil são as seguintes: 
 • Conselho Monetário Nacional (CMN)
 • Banco Central do Brasil (BC)
 • Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
No que se refere aos três órgãos, pode-se dizer que são diretamente subordinados ao Presidente 
da República e ao Ministro da Economia, acatando diretrizes da presidência e cumprindo 
determinações da administração direta. 
Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional foi criado pela Lei 4.595/1964, sendo o órgão máximo do SFN 
com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito, compondo a estrutura básica 
do Ministério da Economia. 
O CMN ao longo dos anos passou por diferentes composições, sendo que hoje o Conselho é 
integrado por apenas três membros: 
 • Ministro da Economia (Presidente);
 • Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia;
 • Presidente do Banco Central.
Seus membros se reúnem, ordinariamente, uma vez por mês com a finalidade de tratar sobre 
assuntos relacionados às competências do CMN.
Junto ao CMN também funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (COMOC) que tem 
como coordenador o presidente do Banco Central do Brasil.
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Vale destacar entre as principais deliberações do CMN: 
 • Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e 
seu processo de desenvolvimento
 • Regular o valor interno da moeda, visando prevenir ou corrigir surtos de inflação ou 
deflação, sejam eles de origem interna ou externa, depressões econômicas e desequilíbrios 
na conjuntura econômica
 • Diretrizes e normas das políticas monetária, creditícia e cambial 
 • Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras
 • Definir o percentual e a forma de recolhimentos compulsórios
 • Estabelecer a meta de inflação 
 • Orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras, públicas e privadas
 • Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com objetivo 
de trazer maior eficiência ao sistema de pagamentos e a mobilização de recursos
 • Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras
 • Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública 
interna e externa;
Entre as competências do CMN, redigidas pelo artigo 4º da lei que o cria (nº 4.595/64), são 
elas, principalmente: 
 • Autorizar as emissões de papel-moeda
 • Fixar as diretrizes e normas da política cambial
 • Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as formas das operações creditícias
 • Determinar as taxas de recolhimento compulsório das instituições financeiras 
 • Regulamentar as operações de redesconto de liquidez
 • Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras 
que operam no país
 • Determinar a porcentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão 
emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas. 
 • Estabelecer limites para a remuneração das operações e os serviços bancários ou 
financeiros
Banco Central do Brasil (BACEN ou BC)
O Banco Central é uma autarquia federal, criado pela lei 4.595 de 1964, sendo o órgão executivo 
central do sistema financeiro. Tem o objetivo de cumprir e fazer cumprir as disposições que 
regulam o funcionamento do sistema e as normas deliberadas pelo Conselho Monetário 
Nacional. O BC possui sede e foro em Brasília (DF) e dispõe de personalidade jurídica e 
patrimônio próprios. 
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O BC é composto por uma diretoria colegiada, composto por nove membros, sendo eles o 
presidente e oito diretores, ficando cada um responsável por uma diretoria específica. 
Todos os membros da diretoria são nomeados pelo 
presidente da república após aprovação do senado federal
O Estado utiliza o BC como uma forma de intervir diretamente no sistema financeiro e com isso, 
interferir na economia. 
O Banco Central tem por finalidade fiscalizar as instituições financeiras, mas além disso, tem as 
seguintes atribuições:
 • Formulação, execução, acompanhamento e controle das políticas monetária, cambial, de 
crédito e de relações financeiras com o exterior.
 • Organizar, disciplinar e fiscalizar o SFN e do Sistema de Consórcio.
 • Fazer a gestão do SPB e dos serviços do meio circulante
 • Emitir papel moeda, seguindo as condições autorizadas pelo CMN.
 • Manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo CMN.
 • Receber os recolhimentos compulsórios e realizar operações de redesconto.
 • Garantir o correto funcionamento do mercado cambial.
 • Efetuar o controle de todas as formas de crédito e dos capitais estrangeiro.
 • Autorizar o funcionamento, fiscalizar e disciplinar todas as instituições financeiras.
 • Realizar a compra e venda de títulos públicos federais dentro da execução da política 
monetária. 
O BC ainda possui objetivos, tais como:
 • Manter as reservas internacionais em nível adequado
 • Estimular a formação de poupança
 • Zelar pela estabilidade e promover o desenvolvimento do SFN
 • Zelar pela liquidez adequada da economia
Tesouro Nacional 
O Tesouro Nacional tem a finalidade de cuidar dos recursos da união, sendo considerado como 
parte do Sistema Financeiro Nacional e é responsável pela gestão eficiente e transparente das 
contas públicas. Também é responsável por zelar pelo equilíbrio fiscal e pela qualidade do 
gasto público. Os impostos recolhidos vão para o caixa do tesouro e são utilizados conforme a 
demanda do governo, sendo convertido, por exemplo, em investimentos em saúde, segurança, 
educação, etc.
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Ocorre que em alguns momentos o governo gasta mais do que arrecada e se utiliza da 
ferramenta de emissão de títulos públicos federais para conseguir manter os seus gastos.
O BC atua como administrador da dívida pública, realizando a venda de títulos emitidos pelo 
Tesouro Nacional.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
No sistema financeiro é o órgão que fiscaliza o mercado de capitais, principalmente no que se 
refere àsempresas de capital aberto. Entre as suas atribuições estão a fiscalização e a disciplina 
do mercado de valores mobiliários. Em linhas gerais, a CVM visa proteger e promover segurança 
aos investidores do mercado financeiro. 
É uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Economia e ligada ao CMN. Embora esteja 
diretamente ligada, tem autonomia para criar normas para o mercado de capitais, também 
conhecidas como “Instrução Normativa CVM”.
Sua atuação também se refere aos seguinte mercados:
 • Bolsas de mercadorias e futuros
 • Entidades do mercado de balcão organizado
 • Entidades de compensação e liquidação 
Vale destacar entre as principais competências e atribuições da CVM:
 • Fiscalizar as empresas de capital aberto
 • Regular e fiscalizar valores mobiliários
 • Punir e investigar descumprimentos à regulação do mercado
 • Assegurar e fiscalizar o bom funcionamento nas bolsas de valores, mercado de balcão e 
das bolsas de mercadorias e futuros
 • Proteger investidores contra:
 • Emissões irregulares de valores mobiliários
 • Atos ilegais de acionistas controladores de companhias abertas, administradores ou 
administradores de carteira de valores mobiliários
 • Uso de informação privilegiada 
 • Evitar ou Coibir fraude ou manipulação de oferta ou preço dos valores mobiliários
 • Estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários
 • Zelar pelo bom funcionamento do mercado de capitais e pelo seu desenvolvimento
A CVM tem a possibilidade de multar infratores e denunciar irregularidades às autoridades 
policiais e competentes. Contudo, a CVM não tem a possibilidade de obrigar determina 
instituição a parar de distribuir determinado ativo ou obrigá-la a fechar. 
Uma das formas de proteger determinados investidores é restringindo a venda de alguns 
produtos de natureza mais complexa exclusivamente para Investidores Qualificados (IQ) e 
Investidores Profissionais (IP).
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Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)
A PREVIC é uma Autarquia do Ministério da Economia responsável por fiscalizar as atividades das 
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos de Pensão), assim como a execução 
das políticas para o regime de previdência complementar operado por essas entidades.
A Autarquia tem o papel de ser o braço fiscalizador do Conselho Nacional de Previdência 
Complementar (CNPC), que tem como atribuição ser o regulador do regime de previdência 
complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar.
O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é o órgão que tem 
como função regular o regime de previdência complementar operado pelas 
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC)
Abaixo as principais atribuições da PREVIC e o que compete a ela:
 • Proceder à fiscalização, supervisão e coordenação das atividades das entidades fechadas 
de previdência complementar e suas operações
 • Apurar e julgar as infrações, aplicando as penalidades cabíveis
 • Autorizar: a constituição e o funcionamento das EFPC bem como a aplicação dos 
respectivos estatutos e regulamentos de planos de benefícios 
 • Analisar e autorizar as operações de fusão, de cisão, de incorporação ou de qualquer outra 
forma de reorganização societária, relativas às EFPC 
 • Autorizar a celebração de convênios e termos de adesão por patrocinadores e instituidores, 
bem como as retiradas de patrocinadores e instituidores; e as transferências de patrocínio, 
grupos de participantes e assistidos, planos de benefícios e reservas entre entidades 
fechadas de previdência complementar
 • Harmonizar as atividades das EFPC com as normas e políticas estabelecidas para o segmento
 • Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das EFPC, bem como nomear interventor 
ou liquidante, nos termos da lei
 • Promover a mediação e a conciliação entre EFPC e entre estas e seus participantes e 
relacionados. Além disso, dirimir os litígios que lhe forem submetidos na forma da lei nº 
9.307, de 23 de setembro de 1996.
 • Enviar ao Ministério da Economia um relatório anual de suas atividades, que também será 
enviado ao Presidente da República e ao Congresso Nacional
 • Sugerir diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar;
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Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
A SUSEP é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia, criada pelo Decreto-Lei 
nº 73 de 21 de novembro de 1966, com a finalidade de fiscalizar e controlar os mercados de 
seguro, previdência complementar aberta, capitalização e resseguro
Embora seja uma entidade supervisora, a SUSEP também é responsável por regular os mercados 
em que está inserida, sempre respeitando as diretrizes do órgão normativo, que neste caso é o 
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por 
fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados.
Principais atribuições e competências da SUSEP:
 • Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades 
Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, 
na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP
 • Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados
 • Atuar protegendo a captação de poupança popular que se efetua através das operações de 
seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro
 • Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles 
vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do 
Sistema Nacional de Capitalização
 • Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, zelando pela liquidez e solvência 
das sociedades que integram o mercado
 • Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados 
em bens garantidores de provisões técnicas
 • Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado
 • Investigar e punir descumprimentos à regulação de mercados de seguro e previdência 
complementar aberta
 • Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este 
forem delegadas
Em linhas gerais a SUSEP tem o objetivo de proteger os investidores de eventuais falhas 
dos agentes do mercado, supervisionando os mercados de seguros privados, previdência e 
capitalização, garantindo assim que os produtos investidos sejam regulamentados.
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Participantes do Mercado
A seguir serão consolidadas de forma resumida as principais funções e atividades das 
instituições financeiras que atuam no SFN. Entre as instituições estão:
 • Bancos Múltiplos
 • Bancos Comerciais
 • Bancos de Investimento
 • Caixa Econômica Federal
 • BNDES
 • Sociedades de Arrendamento Mercantil
 • Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI)
 • Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI)
 • Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM)
 • Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM)
 • Corretoras de Câmbio
 • Corretoras de Mercadorias
Bancos Múltiplos
Os bancos múltiplos foram criados com o objetivo de racionalizar a administração, funcionando 
como uma espécie de holding de instituições financeiras. 
Não é qualquer tipo de instituição financeira que pode fazer parte de um banco múltiplo. 
Segundo a resolução CMN n º2.099, as carteiras que podem compor essas instituições são as 
de: 
Os Bancos Múltiplos são organizados sob a forma de Sociedade Anônima e para ser 
considerado um banco múltiplo, essa instituição deve possuir pelo menos duas das cinco 
carteiras mencionadas, sendo que uma delas precisa ser obrigatoriamente a comercial ou a 
de investimento. No caso do banco possuir a carteira comercial, será possível captar recursos 
através de depósitos à vista.
Os bancos múltiplospodem ser instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as 
operações passivas, ativas e acessórias, dependendo de quais carteiras o constituem. 
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A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público.
O banco múltiplo irá operar através de múltiplas carteiras e deve obrigatoriamente conter 
em sua denominação a expressão “Banco”. Além disso, esses bancos podem operar em cada 
carteira com CNPJ da carteira, mas publicar balanço em um único CNPJ.
Bancos Comerciais
O banco comercial deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua 
denominação social deve constar a expressão “Banco”. É a instituição financeira mais 
conhecida devido a variedade de serviços prestados. Tem a finalidade de fornecer os recursos 
necessários para financiar, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as 
pessoas físicas, com recursos de curto e médio prazos.
Entre as suas atividades estão:
 • Fornecer conta corrente (depósito à vista), além de talão de cheque
 • Captar recursos à vista e a prazo fixo
 • Descontar títulos 
 • Captar recursos para fornecer empréstimos
 • Fornecer crédito simples ou em conta corrente: cheque especial
 • Operações de crédito rural, comércio internacional e câmbio
 • Prestar serviços de cobrança bancária, arrecadação de tarifas, tributos públicos, etc
 • Distribuir investimentos
 • Possibilitar a transferência de recursos entre agentes
 • Captar recursos através de CDB, Letra Financeira, etc.
Bancos de Investimento
São instituições privadas, criadas com o objetivo de conceder créditos de médio e longo prazo 
para as empresas. Devem, obrigatoriamente, conter em sua denominação social a expressão 
“Banco de Investimento” e ser constituídos como sociedade anônima.
Atribuições dos bancos de investimento:
 • Fornecer capital de giro
 • Fornecer capital fixo (investimentos): sempre acompanhadas de projeto
 • Podem captar recursos através de depósito à prazo, sem disponibilizar talão de cheque
 • Abertura de capital e subscrição de novas ações de uma empresa (IPO e underwriting)
 • Distribuir valores mobiliários
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 • Depósitos interfinanceiros
 • Podem manter contas correntes, desde que essas contas não sejam remuneradas e não 
movimentáveis por cheques
 • Administração de fundos de investimento
 • Captar recursos através de CDB/RDB ou venda de cotas de fundos
 • Repasses de empréstimos externos.
 • Operar em câmbio, desde que mediante autorização do Bacen
 • Contribuir para a eficiência das empresas através de atividades de fusão, cisão ou 
incorporação de empresas
Não podem manter contas correntes, nem destinar recursos a empreendimentos imobiliários.
Caixa Econômica Federal
É uma instituição financeira pública, vinculada ao Ministério da Economia, tendo como 
principal função auxiliar o governo na política de crédito, integrando o Sistema Brasileiro de 
Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro Habitacional (SFH). Podem captar 
depósito à vista, realizar operações ativas, prestação de serviços bancários, tal como um banco 
múltiplo.
A CEF possui o monopólio das operações de empréstimo sob penhor de bens e bilhetes de 
loterias, além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundo 
do FGTS. É através dela que a população vai buscar o FGTS, seguro desemprego, PIS, bolsa 
família, entre outros. 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
O BNDES é uma Empresa Pública Federal, sendo um dos maiores bancos de desenvolvimento 
do mundo e, hoje, o principal instrumento do Governo Federal para financiamento de longo 
prazo e investimento em todos os segmentos da economia brasileira.
Sendo a principal instituição financeira de fomento do País, tem como objetivos básicos:
 • Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País
 • Fortalecer o setor empresarial nacional
 • Criar novos pólos de produção regionais;
 • Promover o desenvolvimento agrícola, industrial e de serviços; 
 • Promover o crescimento e a diversificação das exportações; 
 • Gerir o processo de privatização das empresas estatais.
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A origem dos recursos que financiam o BNDES vem de diversos locais, tais como:
 • Debêntures: Mesmo sendo uma instituição financeira ele pode emitir debêntures. Na 
grande maioria das vezes quem emite as debêntures é o BNDESPAR
 • BONDS: Título de renda fixa para captar recursos fora do Brasil
 • Tesouro Nacional
 • PIS e PASEP
 • FAT: Fundo de amparo ao trabalhador 
Para consecução dos objetivos listados, conta com um conjunto de fundos e programas 
especiais de fomento, como, por exemplo, Finame, Finem, Funtec e Finac.
Sociedades de Arrendamento Mercantil
Pessoa jurídica com o objetivo de arrendar uma mercadoria (máquinas, equipamentos) para 
pessoas físicas e empresas, sendo essas operações denominadas de arrendamento mercantil, 
também conhecida como operação de leasing nas modalidades financeira e operacional. 
Além de recursos próprios, as fontes podem ser provenientes de: 
 • Cessão de contratos, depósitos interfinanceiros, dentre outras formas autorizadas pelo Bacen
 • Empréstimos contraídos no país ou no exterior
 • Colocação de debêntures e de notas promissórias
Podem ser objeto de arrendamento: 
 • Bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso próprio da arrendatária
 • Bens móveis, de produção nacional ou estrangeira
Também podem realizar operações de leasing financeiro contratadas com o próprio vendedor 
do bem ou com pessoas a ele ligadas: 
 • Sociedades de crédito imobiliário
 • Bancos de desenvolvimento
 • Bancos múltiplos com carteira de investimento
 • de desenvolvimento e/ou de crédito imobiliário
 • Bancos de investimento
 • Caixas econômicas
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Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI)
Instituição financeira constituída sob a forma de Sociedade Anônima (S.A.), com fins lucrativos 
e que em seu nome deve constar a expressão “Crédito Imobiliário”. 
O objetivo da SCI consiste em: 
 • Financiamento para construção de habitações
 • Financiamento de capital de giro para empresas produtoras, incorporadoras e distribuidoras 
de material de construção. 
 • Crédito para construção ou compra de casa própria 
A captação de recursos da sociedade se dá através de: 
 • Poupança 
 • Depósitos a prazo
 • Letras e Cédulas Hipotecárias 
 • Convênio com outros bancos
 • Repasses da CEF
 • Recursos de financiamento ou repasses nacionais ou estrangeiros. 
A grande diferença entre uma Associação de Poupança e Empréstimo (APE) e uma SCI é que a 
primeira não pode ser S.A., e não tem fins lucrativos, enquanto a segunda necessariamente é 
uma S.A. e tem fins lucrativos
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI)
São constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.) e devem conter em sua denominação 
social a expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”.
São comumente conhecidas como financeiras, sendo instituições privadas e possuem as 
seguintes características e finalidades:
Fornecer empréstimo e financiamento para a compra de bens e serviços (CDC)
Financiamento a profissionais autônomos
Não são autorizadas a captar depósitos à vista 
Não podem manter contas correntes
Captam recursos através de Letra de Câmbio (LC)
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Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e 
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM)
Por meio de uma decisão conjunta entre Banco Central e da CVM em março de 2009, 
as Distribuidoras foram autorizadas a operar nos sistemas de negociação dos mercados 
organizados de bolsa de valores. 
CTVM e DTVM são instituições financeiras que fazem a mesma coisa, operando na compra, 
venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (ações, fundos erenda fixa, por exemplo). 
São autorizados a fazer a intermediação em nome de terceiros com as bolsas de valores e de 
mercadorias e futuros. 
Também vale destacar mais algumas atribuições, tais como:
 • Administrar carteiras e fundos de investimento
 • Custodiar valores mobiliários
 • Operar no mercado aberto 
 • Efetuar lançamentos públicos de ações
 • Exercer função de agente fiduciário
 • Intermediar operações de câmbio
Cabe salientar que a atuação dessas instituições financeiras é fiscalizada pela CVM, BACEN e 
pela bolsa de valores, sendo que, seu funcionamento e constituição dependem da autorização 
do Bancos Central e da CVM.
Corretoras de Câmbio
As corretoras de câmbio, também conhecidas como casas de câmbio, são constituídas sob a 
forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, sendo que em 
sua denominação social deve constar a expressão “Corretora de Câmbio”. É através dessas 
instituições que você consegue realizar a compra de determinadas moedas, tais como: euro, 
dólar, pesos, entre outras. 
As atribuições da uma corretora de câmbio são:
 • Compra e venda de moedas estrangeiras
 • Mercado futuro de moedas
 • Receber valores de exportação/importação, já convertendo para a moeda adequada 
automaticamente
 • Comércio exterior: Entrada ou saída de recursos com um limite de US$ 100.000,00 (ou 
equivalente), realizando operações de importação ou exportação tanto para pessoa física 
como jurídica
 • Realizar o papel de “dealer” entre cliente e Banco Central
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil.
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Corretoras de Mercadorias
Uma corretora de mercadorias é uma sociedade habilitada a negociar ou registrar operações 
com valores mobiliários em bolsa de mercadorias e futuros. 
Para que essa instituição possa funcionar, ela estará sujeita ao prévio registro na CVM, 
passando também pelo seu controle e sua fiscalização. Além disso, também passa pelo controle 
e fiscalização das bolsas de mercadorias e futuros. 
São requisitos para que uma corretora de mercadorias tenha seu registro efetivado:
 • Ser admitida como membro de bolsa de mercadorias e futuros
 • Ser constituída sob a forma de Sociedade Anônima (S.A.) ou sociedade limitada
 • Indicar à CVM, um diretor estatutário ou sócio-administrador qualificado, que ficará 
responsável pelo cumprimento das instruções CVM.
 • Conter em sua denominação a expressão “corretora de mercadorias” 
Crédito Imobiliário
Quando se trata de crédito imobiliário é importante salientar os dois principais sistemas de 
financiamento imobiliário. O primeiro deles é o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), 
sendo regulamentado pelo Governo Federal, no qual estabelece algumas condições para o 
financiamento imobiliário tal como o custo efetivo máximo do empréstimo e o valor máximo 
de avaliação do imóvel. Já no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) essas condições 
são negociadas entre os clientes, bancos e outras instituições financeiras, pois não estão 
preestabelecidas.
Sistemas e Câmaras de Liquidação e Custódia
Conta Reservas Bancárias
É uma conta de movimentação, obrigatória, a ser mantida por bancos múltiplos com carteira 
comercial, bancos comerciais e caixas econômicas junto ao Banco Central. A finalidade dessa 
conta é que, quando um correntista efetuar uma transferência de recursos para outro banco, o 
fluxo de movimentação passará pelas Contas Reservas das respectivas instituições. 
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
O SPB é um conjunto de regras, sistemas e mecanismos utilizados para transferir recursos e 
liquidar operações financeiras entre empresas, governos e pessoas físicas. A criação do SPB em 
2002 trouxe muito mais segurança, agilidade e redução do risco sistêmico. 
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Fazem parte do SPB os seguintes serviços: 
 • Transferência de dinheiro entre bancos
 • Depósito de cheque entre bancos
 • Pagamento de boletos com débito em conta, entre bancos
 • Compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito
 • Compensação de cheques
 • Transferência de fundos e de outros ativos financeiros
 • Compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias 
 • Compensação e liquidação de operações com títulos e valores mobiliários
 • Realizar pagamento com cartão de crédito ou débito 
Para reduzir drasticamente o risco sistêmico foram criadas as Câmaras de Compensação no 
Sistema de Pagamentos Brasileiro. 
O risco sistêmico se refere a possibilidade de algum determinado banco não conseguir honrar 
um pagamento por falta de recursos. Se isso vier a ocorrer, pode ocasionar uma sequência de 
inadimplências, gerando perdas dentro do sistema bancário ou até mesmo a quebra do mesmo.
Câmaras de Compensação
No mercado financeiro são mais conhecidas como Clearings. Essas instituições que possibilitam 
a compensação e a liquidação nas mais diversas operações que envolvem a transferência de 
fundos, fazendo isso de forma rápida, segunda e eletronicamente.
O objetivo é eliminar o risco de contraparte, ou seja, um determinado investir pagar, mas não 
recebeu seu ativo. 
As Clearings realizam essas operações recebendo os recursos do comprador e os ativos do 
vendedor e após isso entregam os valores para o vendedor e os ativos ao comprador.
As mais importantes câmaras de compensação no Brasil são a B3 e a Selic.
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic)
Sistema gerido pelo BACEN e operado em parceria com a ANBIMA. Tem a finalidade de ser a 
Central Depositária dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Além disso, o sistema tem a 
finalidade de emissão, resgate, ao pagamento dos juros e à custódia dos títulos emitidos pelo 
Tesouro Nacional.
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Os principais títulos custodiados no Selic são:
 • LFT
 • NTN-B
 • NTN-B Principal 
 • NTN-F
 • LTN 
 • NTN-C 
Também é responsável pelo registro de operações definitivas e compromissadas realizadas no 
mercado de balcão.
B3
A B3 atua tanto em ambiente de bolsa, como de balcão, sendo constituída através de uma 
sociedade de capital aberto, com ações listadas em bolsa. 
A B3 tem a atividade de:
 • Criação e administração de sistemas de negociação
 • Compensação
 • Liquidação
 • Depósito 
 • Registro para todas as principais classes de ativos
Entre as classes de ativos estão:
 • Ações
 • Derivativos
 • Renda fixa privada
 • Commodities; 
 • Operações estruturadas; 
Além disso, também opera como contraparte central garantidora para a grande parte das 
operações realizadas por meio dos seus mercados e oferta serviços de central depositária e de 
central de registro. 
Investidores Qualificados
É uma forma que a CVM encontrou de limitar o acesso a alguns produtos mais complexos para 
alguns investidores específicos. São considerados Investidor Qualificado:
 • Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros de ao menos R$ 
1.000.000,00, além de atestar por escrito sua qualificação mediante termo próprio
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 • Investidores profissionais
 • Pessoa natural que tenha sido aprovada em exame de qualificação técnica ou possuam 
certificação aprovada pela CVM (CEA, CFP, CGA, CNPI e AAI) como requisitos para o 
registro de agentes autônomos de investimentos, administradores de carteira, analistas e 
consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios.
Investidores Profissionais 
Investidores profissionais são os únicos que podem constituírem Fundos Exclusivos, um tipo 
de fundo que possui um único cotista, que necessariamente deve ser um tipo de investidor 
profissional.
São considerados Investidores Profissionais:
 • Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a 
R$ 10.000.000,00 e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor 
profissional mediante termo próprio
 • Instituições financeiras,companhias seguradoras e sociedades de capitalização 
 • Fundos de investimento
 • Entidades abertas e fechadas de previdência complementar
 • Administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM em 
relação a seus recursos próprios 
Uma questão importante é que todo Investidor Profissional é Qualificado, porém nem todo 
Qualificado é também um Investidor Profissional.
Investidores Não-Residentes
Investidores Não Residentes (INRs) são pessoas físicas ou jurídicas, inclusive fundos ou outras 
entidades de investimento coletivo, com residência, sede ou domicílio no exterior e que 
investem no Brasil. Tais investidores estão sujeitos a registro prévio na CVM

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