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1 MÓDULO 1 1. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) ....................................................................... 4 1.1. INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ........................................................................................................ 4 1.2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ................................................................................................... 5 1.2.1. CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL – CMN ...................................................................................... 6 1.2.2. BANCO CENTRAL DO BRASIL (BC OU BACEN) ................................................................................. 8 1.2.3. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM ................................................................................ 14 1.2.4. INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: TIPOS, FINALIDADES E ATUAÇÃO ......................... 16 1.2.5. CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS - CNSP .................................................................. 25 1.2.6. SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP ................................................................... 26 1.2.7. CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR - CNPC ................................................... 27 1.2.8. SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – PREVIC .................................. 27 EXERCÍCIOS DO MÓDULO 1 ................................................................................................................................. 29 MÓDULO 2 2. MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA ............................................................................................................... 42 2.1. POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS ............................................................................................... 42 2.2. POLÍTICAS MONETÁRIAS NÃO-CONVENCIONAIS ....................................................................................... 45 2.3. O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO CENTRAL DO BRASIL 45 2.4. TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS ......................................................................... 46 2.5. TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS ....................................................................................................... 47 3. MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS............................................................................. 48 3.1. MERCADO MONETÁRIO ......................................................................................................................... 49 3.2. MERCADO DE CRÉDITO ......................................................................................................................... 50 3.3. MERCADO DE CAPITAIS ........................................................................................................................ 51 3.4. MERCADO CAMBIAL ............................................................................................................................. 51 4. OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO ......................................................................................... 51 4.1. CERTIFICADO DE DEPÓSITO INTERBANCÁRIO – CDI ................................................................................. 52 5. MERCADO BANCÁRIO .................................................................................................................................. 52 5.1. OPERAÇÕES DE TESOURARIA ................................................................................................................. 52 5.2. VAREJO BANCÁRIO .............................................................................................................................. 53 5.3. RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO .................................................................................................................. 53 EXERCÍCIOS DO MÓDULO 2 ................................................................................................................................. 55 MÓDULO 3 6. PRODUTOS BANCÁRIOS ............................................................................................................................. 60 SUMÁRIO 2 6.1. NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO........................................................................................... 60 6.2. CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR - CDC ............................................................................................. 65 6.3. CRÉDITO RURAL .................................................................................................................................. 66 2.4. CADERNETA DE POUPANÇA ................................................................................................................... 71 2.5. CAPITALIZAÇÃO ................................................................................................................................... 73 2.6. PREVIDÊNCIA PRIVADA ........................................................................................................................ 75 2.7. INVESTIMENTOS ................................................................................................................................... 79 2.8. PLANOS DE SEGUROS ........................................................................................................................... 97 2.9. CONSÓCIO ......................................................................................................................................... 101 EXERCÍCIOS DO MÓDULO 3 ............................................................................................................................... 106 MÓDULO 4 7. NOÇÕES DO MERCADO DE CAPITAIS ....................................................................................................... 117 7.1. TIPOS DE COMPANHIAS ...................................................................................................................... 119 7.2. AÇÕES – CARACTERÍSTICAS GERAIS ..................................................................................................... 120 7.3. MERCADOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO .................................................................................................. 123 7.4. OPERAÇÕES DE UNDERWRITING .......................................................................................................... 124 7.5. FUNCIONAMENTO DO MERCADO À VISTA DE AÇÕES .............................................................................. 124 7.6. DEBÊNTURES ..................................................................................................................................... 127 7.7. COMMERCIAL PAPERS ........................................................................................................................ 130 EXERCÍCIOS - MERCADO DE CAPITAIS ................................................................................................................. 132 8. NOÇÕES DO MERCADO DE CÂMBIO ........................................................................................................ 140 8.1. REGIMES CAMBIAIS ............................................................................................................................ 141 8.2. TAXAS DE CÂMBIO ............................................................................................................................. 141 8.3. OPERAÇÕES DO MERCADO DE CÂMBIO ................................................................................................. 144 8.4. INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR ................................................................................................ 144 8.5. CONTRATO DE CÂMBIO ....................................................................................................................... 146 8.6.VALOR EFETIVO TOTAL (VET) ............................................................................................................ 146 8.7. POSIÇÃO DE CÂMBIO .......................................................................................................................... 147 8.8. SWAP CAMBIAL ................................................................................................................................. 148 EXERCÍCIOS - MERCADO DE CÂMBIO .................................................................................................................. 150 MÓDULO 5 9. GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ............................................................................... 155 9.1. AVAL E FIANÇA .................................................................................................................................. 155 9.2. HIPOTECA, PENHOR E ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA ..................................................................................... 158 9.3. FIANÇA BANCÁRIA ............................................................................................................................. 161 9.4. FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO - FGC ............................................................................................. 162 EXERCÍCIOS DO MÓDULO 5 ............................................................................................................................... 166 MÓDULO 6 10. CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO ......................................................................................................... 174 3 10.1. ETAPAS DA LAVAGEM DE DINHEIRO ..................................................................................................... 174 10.2. CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS (COAF) ............................................................. 177 10.3. PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO ............................................................................... 180 10.4. NORMAS DO BACEN PARA A PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO ...................................... 184 EXERCÍCIOS DO MÓDULO 6 ............................................................................................................................... 222 MÓDULO 7 11. AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA .............................................................................................................. 225 EXERCÍCIOS DO MÓDULO 7 ............................................................................................................................... 231 MÓDULO 8 12. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO: BANCOS NA ERA DIGITAL ............................................ 233 12.1. INTERNET BANKING ............................................................................................................................ 233 12.2. MOBILE BANKING ............................................................................................................................... 233 12.3. BANCO DIGITALIZADO VERSUS BANCO DIGITAL ...................................................................................... 233 12.4. OPEN BANKING ................................................................................................................................. 234 12.4.1. FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DO OPEN BANKING ............................................................................ 234 12.4.2. MEDIDAS DE PROTEÇÃO DOS DADOS DOS CLIENTES ........................................................................ 236 12.5. MODELO DE BANK AS A SERVICE .......................................................................................................... 236 12.6. A EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO ............................................................................................................... 237 12.7. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COGNITIVA .................................................................................................... 237 12.8. FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS ....................................................................................................... 238 12.8.1. MODELOS DE NEGÓCIOS (OU NICHOS DE ATUAÇÃO) DAS STARTUPS ................................................. 239 12.9. SOLUÇÕES MOBILE E SERVICE DESIGN ................................................................................................... 240 12.10. O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS ........................................ 241 12.10.1. BITCOIN .................................................................................................................................... 242 12.10.2. ETHEREUM ................................................................................................................................ 243 12.10.3. RIPPLE ..................................................................................................................................... 243 12.10.4. OUTRAS CRIPTOMOEDAS ............................................................................................................ 244 12.11. SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (SPI) .................................................................................. 244 12.12. SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING) .............................................................................. 248 12.13. CORRESPONDENTES BANCÁRIOS .......................................................................................................... 249 12.14. ARRANJOS DE PAGAMENTOS ............................................................................................................... 249 QUESTÕES DO MÓDULO 8 ................................................................................................................................ 250 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................ 254 4 1. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) 1.1. INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA Para compreendermos o que é a “intermediação financeira” vamos primeiramente conhecer as situações em que se encontram dois personagens: o Vermelhilson e a Azuleide. VERMELHILSON tem 30 anos, é um engenheiro mecânico e trabalha numa empresa multinacional onde recebe um salário de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Ele é solteiro e gosta muito de aproveitar a vida, principalmente de viajar com os amigos. A próxima viagem já tem data marcada para daqui a um mês, entretanto, Vermelhilson não está com dinheiro suficiente para custeá-la, pois sua despesa média mensal é de R$ 7.200,00 (sete mil e duzentos reais) e ele não conseguiu juntar o dinheiro necessário. Certamente ele precisará tomar recursos emprestados, seja com alguém que conhece ou no banco onde tem sua conta, se quiser manter o compromisso que firmou com seus amigos. Já AZULEIDE é uma psicóloga de 28 anos que trabalha em um hospital, onde recebe um salário é de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Ele está noiva e pretende se casar daqui a dois anos. Para cumprir esse objetivo, Azuleide poupa todo mês uma parte expressiva do seu salário, pois pretende colaborar com seu noivo nas despesas da festa de casamento e de uma bela viagem de lua de mel. Todos os meses ela consegue poupar R$ 2.000,00 (dois mil reais) do seu salário. O pai de Azuleide, sabendo que sua filha estava guardando suas economias num cofre de sua casa, aconselhou que ela investisse esse dinheiro, de forma segura e rentável, a fim de manter o seu poder de compra. MÓDULO 1 5 Percebe-se que Vermelhilson está numa situação em que não dispõe dos recursos necessários para realizar seu objetivo, enquanto Azuleide está com sobra de recursos, aguardando o momento oportuno para utilizá-los. Nota-se ainda que Vermelhilson, casodecida fazer a viagem com os amigos, estará disposto a pagar alguns juros pelo dinheiro emprestado, enquanto Azuleide busca receber rendimentos para que seu dinheiro não se desvalorize. Se Vermelhilson e Azuleide sem conhecessem pessoalmente, bem que poderiam ajudar um ao outro, não é mesmo? Mas isso não é tão simples assim, pois essa relação envolveria alguns riscos. Imaginemos que Vermelhilson perdesse seu emprego e não pudesse mais pagar à amiga, ou ainda, que Azuleide cobrasse a quitação do empréstimo antes do prazo combinado, dentre outros transtornos. Tudo isso seria muito frustrante para ambos, concorda? Fica então a pergunta: como nossos personagens poderiam realizar seus objetivos de maneira segura, com “alguém” que realize tanto a captação como a concessão de recursos financeiros sujeitando- se a normas e fiscalização rígidas? A resposta é simples: por intermédio de uma instituição financeira. Vejamos como seria isso! A esse fluxo de recursos entre agentes superavitários e deficitários, administrado por instituições financeiras, chamamos INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA. 1.2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Compreende-se o Sistema Financeiro Nacional (SFN), como sendo o conjunto de instituições que se dedicam, direta ou indiretamente, para oferecer condições satisfatórias à intermediação financeira. Como todo sistema é um conjunto de elementos organizados, o SFN não poderia ser diferente. Ele é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos normativos determinam regras DEPÓSITO / APLICAÇÃO EMPRÉSTIMO / FINANCIAMENTO POUPADORA AGENTE SUPERAVITÁRIA TOMADOR AGENTE DEFICITÁRIO CAPTAÇÃO DE RECURSOS CONCESSÃO DE RECURSOS 6 gerais para o bom funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Os operadores são as instituições que prestam serviços e administram recursos, no papel de intermediários. Moeda, Crédito, Capitais e Câmbio Seguros Privados Previdência Fechada Ó rg ão s N o rm at iv o s CMN Conselho Monetário Nacional CNSP Conselho Nacional de Seguros Privados CNPC Conselho Nacional de Previdência Complementar E n ti d ad es Su p er v is o ra s BACEN Banco Central do Brasil CVM Comissão de Valores Mobiliários SUSEP Superintendência de Seguros Privados PREVIC Superintendência Nacional de Previdência Complementar O p er ad o re s Instituições captadoras de depósitos à vista Demais instituições financeiras Bolsa de Valores Seguradoras e Resseguradoras Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão) Administra- doras de Consórcios Bancos de Câmbio Bolsa de Mercadoria e Futuros Sociedades de Capitalização Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Entidades Abertas de Previdência 1.2.1. Conselho Monetário Nacional – CMN O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. 7 Composição do CMN ✓ Ministro da Economia (presidente do Conselho) ✓ Presidente do Banco Central ✓ Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia O CMN reúne-se ordinária (uma vez ao mês) e/ou extraordinariamente para discutir assuntos de interesse do SFN. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e na página de normas do Conselho e do Banco Central (BC). São objetivos do CMN: ▪ orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou privadas de forma a garantir condições favoráveis ao desenvolvimento equilibrado da economia nacional; ▪ propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, de forma a tornar mais eficiente o sistema de pagamento e mobilização de recursos; ▪ zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras; ▪ coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. Compete ao CMN: ▪ Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; ▪ determinar as características gerais das cédulas e das moedas; ▪ fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e quaisquer operações em direitos especiais de saque e em moeda estrangeira; ▪ disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias; ▪ regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no país; ▪ limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros; ▪ determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; ▪ expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; 8 ▪ outorgar ao BC o monopólio de operações de câmbio quando o balanço de pagamento o exigir; ▪ estabelecer a meta para inflação. Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) como órgão de assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do crédito do País. A Comoc manifesta-se previamente sobre os assuntos de competência do CMN. Membros da COMOC ✓ Presidente do Banco Central - coordenador ✓ Presidente da Comissão de Valores Mobiliários ✓ Secretário-Executivo do Ministério da Economia ✓ Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia ✓ Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Economia ✓ Diretores do Banco Central do Brasil* * Segundo o regimento interno da Comoc, são "quatro diretores do Banco Central do Brasil, indicados pelo seu Presidente". Como esta indicação é alterada de acordo com a pauta das reuniões, todos os diretores do BC tornam-se membros potenciais da Comoc. 1.2.2. Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) O Banco Central é uma autarquia de natureza especial, criado pela Lei nº 4.595/1964 e com autonomia estabelecida pela Lei Complementar nº 179/2021. Caracteriza-se pela ausência de vinculação a Ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, pela investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade durante seus mandatos. SAIBA MAIS... • A Secretaria-Executiva do CMN é exercida pelo Banco Central do Brasil; • Participam das reuniões do CMN: os Conselheiros, os membros da Comoc e os Diretores de Administração e Fiscalização do Banco Central do Brasil; • Poderão assistir às reuniões do CMN: assessores credenciados individualmente pelos conselheiros, convidados do presidente do conselho e funcionários da secretaria-executiva do conselho, credenciados pelo Presidente do Banco Central do Brasil; • Somente aos conselheiros do CMN é dado o direito de voto. 9 Objetivo Fundamental O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de preços. Outros Objetivos ▪ zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro; ▪ suavizar as flutuações do nível de atividade econômica; e ▪ fomentar o pleno emprego. Diretoria colegiada A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil terá 9 (nove) membros, sendo um deles o seu Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República, após aprovação de seus nomes pelo Senado Federal, entre brasileiros idôneos, de reputação ilibada e de notória capacidade em assuntos econômico- financeiros oucom comprovados conhecimentos que os qualifiquem para a função. O mandato do Presidente do Banco Central do Brasil terá duração de 4 (quatro) anos, com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República. O cargo de Ministro de Estado Presidente do Banco Central do Brasil fica transformado no cargo de Natureza Especial de Presidente do Banco Central do Brasil. O Presidente do Banco Central do Brasil deverá apresentar, no Senado Federal, em arguição pública, no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório de inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no semestre anterior. Os mandatos dos Diretores do Banco Central do Brasil terão duração de 4 (quatro) anos, observando-se a seguinte escala: I. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano de mandato do Presidente da República; II. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do segundo ano de mandato do Presidente da República; III. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República; e IV. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do Presidente da República. O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil poderão ser reconduzidos 1 (uma) vez, por decisão do Presidente da República. A Diretoria é assim composta: 10 ✓ Presidência; ✓ Diretoria de Administração; ✓ Diretoria de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos; ✓ Diretoria de Fiscalização; ✓ Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução; ✓ Diretoria de Política Econômica; ✓ Diretoria de Política Monetária; ✓ Diretoria de Regulação; e ✓ Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania. A Diretoria Colegiada reúne-se, ordinariamente, uma vez por semana e, extraordinariamente, na forma prevista no Regimento do Bacen, presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do número de Diretores. O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão exonerados pelo Presidente da República: I. a pedido; II. no caso de acometimento de enfermidade que incapacite o titular para o exercício do cargo; III. quando sofrerem condenação, mediante decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, pela prática de ato de improbidade administrativa ou de crime cuja pena acarrete, ainda que temporariamente, a proibição de acesso a cargos públicos; IV. quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil. Na hipótese de que trata o inciso IV, compete ao Conselho Monetário Nacional submeter ao Presidente da República a proposta de exoneração, cujo aperfeiçoamento ficará condicionado à prévia aprovação, por maioria absoluta, do Senado Federal. O Bacen pelo Brasil O Bacen tem sede em Brasília, capital do País, e representações nas capitais dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. Essas últimas auxiliam no fornecimento de dinheiro em cédulas e moedas, estudam a conjuntura regional, fiscalizam instituições financeiras e prestam atendimento direto aos cidadãos que não podem comparecer à sede em Brasília. 11 São atribuições do Bacen: ▪ emitir papel-moeda e moeda metálica nas condições e limites autorizados pelo CMN; ▪ executar os serviços do meio circulante; ▪ determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras; ▪ receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os depósitos voluntários das instituições financeiras e bancárias que operam no país; ▪ realizar operações de redesconto e empréstimo com instituições financeiras públicas e privadas, consoante remuneração, limites, prazos, garantias, formas de negociação e outras condições estabelecidos em regulamentação por ele editada; ▪ exercer o controle de crédito sob todas as suas formas; ▪ efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei; ▪ ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional; Edifício Sede do Bacen em Brasília 12 ▪ exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; ▪ autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica operacional, de todas as instituições financeiras; ▪ estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras privadas; ▪ efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais, consoante remuneração, limites, prazos, formas de negociação e outras condições estabelecidos em regulamentação por ele editada; ▪ efetuar, como instrumento de política cambial, operações de compra e venda de moeda estrangeira e operações com instrumentos derivativos no mercado interno, consoante remuneração, limites, prazos, formas de negociação e outras condições estabelecidos em regulamentação por ele editada. ▪ regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; ▪ vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais. 1.2.2.1. Comitê De Política Monetária - COPOM O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros. A reunião do Copom segue um processo que procura embasar da melhor forma possível a sua decisão. Os membros do Copom assistem a apresentações técnicas do corpo funcional do BC, que tratam da evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados. Assim, o Comitê utiliza um amplo conjunto de informações para embasar sua decisão. Depois, a reunião é reservada para a discussão da decisão entre os membros. A decisão é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados. Todos os membros do Copom presentes na reunião votam e seus votos são divulgados, cabendo ao Presidente voto de qualidade. As decisões do Copom são tomadas visando com que a inflação medida pelo IPCA se situe em linha com a meta definida pelo CMN. A decisão do Copom é divulgada no mesmo dia da decisão por meio de Comunicado na internet, a partir das 18h30 (dezoito horas e trinta minutos) e imediatamente após o término da sessão. O período de vigência da meta para a Taxa Selic terá início no dia útil seguinte a cada reunião do Copom. A Ata da reunião do Copom será divulgada em até 4 (quatro) dias úteis contados da data do término da reunião. 13 Normalmente, as reuniões do Copom ocorrem em terças e quartas-feiras e a ata é divulgada na terça-feira da semana seguinte, às 8h. O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado mediante Comunicado do Diretor de Política Monetária até o fim do mês de junho do ano anterior, admitindo-se ajustes até o último dia do ano de sua divulgação. Uma vez definida a meta da taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião. A taxa de juros Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Para que a política monetária atinja seus objetivos de maneira eficiente, o Banco Central precisa secomunicar de forma clara e transparente. Além do comunicado e da ata da reunião, o Banco Central publica, a cada trimestre, o Relatório de Inflação, que analisa a evolução recente e as perspectivas da economia, com ênfase nas perspectivas para a inflação. 14 1.2.2.2. Selic Meta x Selic Over A Taxa Selic pode ser entendida de duas formas: como uma meta ou como uma taxa de referência. A primeira é conhecida como Taxa Selic Meta, e a segunda, a Taxa Selic Over. Vejamos na tabela a seguir uma comparação entre elas. SELIC META SELIC OVER Prazo de vigência Aproximadamente, 45 dias. 1 dia útil Quem a define O COPOM O próprio Sistema Selic 1.2.3. Comissão de Valores Mobiliários – CVM A Comissão de Valores Mobiliários – CVM é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. A CVM é administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência em matéria de mercado de capitais. O mandato dos dirigentes será de cinco anos, vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano um quinto dos membros do Colegiado. • REUNIÕES DO COLEGIADO: O Colegiado da CVM se reúne semanalmente, em sessão reservada, para analisar as matérias de competência da Autarquia, inclusive sobre as questões decididas pelas suas diversas áreas executivas, atuando como órgão máximo de deliberação. • INFORMATIVOS DO COLEGIADO: Os Informativos do Colegiado, contendo somente as decisões proferidas, são disponibilizados até o dia seguinte ao encontro na página da CVM. São objetivos da CVM: ▪ assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; ▪ proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; ▪ evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; 15 ▪ assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; ▪ assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; ▪ estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; ▪ promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. São atribuições da CVM: ▪ registro de companhias abertas; ▪ registro de distribuições de valores mobiliários; ▪ credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários; ▪ organização, funcionamento e operações das bolsas de valores; ▪ negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; ▪ administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; ▪ suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações; ▪ suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar recesso de bolsa de valores. ▪ evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; ▪ assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; ▪ assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; ▪ estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; ▪ promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. 16 1.2.4. Instituições do Sistema Financeiro Nacional: tipos, finalidades e atuação São consideradas instituições financeiras as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer dessas atividades citadas, de forma permanente ou eventual. ATENÇÃO! Antes da publicação do Decreto n.º 10.029/2019, as instituições financeiras estrangeiras somente poderiam funcionar no país mediante prévia autorização do Poder Executivo, por meio de decreto presidencial. A partir de então, o Banco Central do Brasil ficou autorizado a reconhecer como de interesse do governo brasileiro a instalação, no país, de novas agências de instituições financeiras domiciliadas no exterior. 1.2.4.1. Instituições Financeiras Monetárias São as instituições que possuem depósitos à vista e, portanto, multiplicam a moeda. São os principais agentes no processo de intermediação financeira. Podem captar depósitos à vista: 1. Bancos Comerciais 2. Caixas Econômicas 3. Cooperativas de Crédito 4. Bancos Cooperativos 5. Bancos Múltiplos com Carteira Comercial BANCOS COMERCIAIS São instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão “Banco”. 17 CAIXAS ECONÔMICAS As Caixas Econômicas têm como atividade principal integrar o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e o SFH (Sistema Financeiro da Habitação). Características: ✓ Equiparam-se aos BC, pois podem captar depósitos à vista, realizar operações ativas e prestar serviços, embora basicamente às pessoas físicas; ✓ Têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação; ✓ Têm a competência para a venda de bilhetes de loteria; ✓ Os depósitos em poupança são sua grande fonte de recursos; ✓ Atua na centralização do recolhimento e posterior aplicação dos recursos do FGTS; ✓ São de cunho, eminentemente social; ✓ A CEF é a única representante, resultado da unificação, pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969, das 23 Caixas Econômicas Federais até então existentes. COOPERATIVAS DE CRÉDITO Sociedades cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, constituídas para prestar serviços aos associados. As cooperativas de crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "Cooperativa", vedada a utilização da palavra "Banco". Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços. Nas cooperativas de crédito, os associados encontram os principais serviços disponíveis nos bancos, como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos. Os associados têm poder igual de voto independentemente da sua cota de participação no capital social da cooperativa. O resultado positivo da cooperativa é conhecido como sobra e é repartido entre os cooperados em proporção com as operações que cada associado realiza com a cooperativa. Tipos de cooperativas • Singulares: são as constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas, sendo permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto atividades econômicas correlatas às de 18 pessoa física, ou, ainda, aquelas sem finslucrativos. A cooperativa de crédito singular, de acordo com as operações praticadas, se classifica nas seguintes categorias: I - cooperativa de crédito plena: que podem praticar todas as operações autorizadas às cooperativas de crédito; II - cooperativa de crédito clássica: não podem ter moeda estrangeira, nem operar com variação cambial ou com derivativos, entre outros; e III - cooperativa de crédito de capital e empréstimo: não podem captar recursos ou depósitos, sendo seu "funding" apenas o capital próprio integralizado pelos associados. • Centrais ou federações de cooperativas: são as constituídas de, no mínimo, três singulares filiadas. • Confederações de cooperativas centrais: são as constituídas por pelo menos três cooperativas centrais ou federações de cooperativas, da mesma ou de diferentes modalidades. A Lei Complementar n° 130/2009 definiu os objetivos principais das Sociedades Cooperativas de Crédito. Segundo essa Lei, as cooperativas de crédito podem conceder crédito e captar depósitos à vista e a prazo dos respectivos associados, realizar recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, realizar operações com outras instituições financeiras e obter recursos de pessoas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentas de remuneração, além de outras operações. As cooperativas centrais de crédito são constituídas para organizar, em comum acordo e em maior escala, os serviços financeiros e assistenciais das filiadas, integrando e orientando suas atividades, bem como facilitando a utilização recíproca dos serviços. São também responsáveis pela supervisão auxiliar das singulares. As federações de cooperativas de crédito, diferentemente das cooperativas centrais de crédito, não podem realizar operações restritas às instituições financeiras, como a captação de recursos e a concessão de empréstimos. As confederações constituídas de cooperativas centrais de crédito têm por objetivo orientar, coordenar e executar atividades destas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos e a natureza das atividades transcenderem o âmbito de capacidade ou a conveniência de atuação das associadas. Por meio da Circular Bacen n.º 4000/2020, as cooperativas de crédito passaram a emitir Letras de Crédito Imobiliário (LCI). 19 BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS São bancos comerciais na forma de sociedades anônimas de capital fechado. Atuam com o objetivo de possibilitar o acesso aos produtos e serviços bancários não disponíveis às cooperativas de crédito, tais como acesso à câmara de compensação de cheques, aos créditos oficiais, à reserva bancária e ao mercado interfinanceiro. Os bancos cooperativos subordinam-se à legislação e à regulamentação aplicáveis aos bancos comerciais e aos bancos múltiplos em geral. Devem constar, obrigatoriamente, de sua denominação a expressão “Banco Cooperativo”. BANCOS MÚLTIPLOS Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Essas serão consideradas instituições financeiras monetárias. Na sua denominação social deve constar a expressão "Banco". A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. 1.2.4.2. Instituições Financeiras Não-Monetárias São as instituições que captam recursos para empréstimo, através da emissão de títulos e, portanto, intermediam a moeda. Nesta categoria, enquadram-se: 1. Bancos de Desenvolvimento 2. Bancos de Investimento BANCO MÚLTIPLO Carteira de Investimentos Carteira de Desenvolvimento Carteira de Crédito Imobiliário Carteira de Arrendamento Mercantil Carteira de Crédito, Financiamento e Investimento Carteira Comercial 20 3. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento 4. Sociedades de Crédito Imobiliário 5. Companhias Hipotecárias 6. Associações de Poupança e Empréstimo BANCOS DE DESENVOLVIMENTO São instituições financeiras controladas pelos governos estaduais, com o objetivo de propiciar financiamento de médio e longo prazo, viabilizando a execução de programas e projetos de desenvolvimento. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do Estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e privativamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de Desenvolvimento", seguida do nome do Estado em que tenha sede. Objetivos: ✓ Fortalecer o setor empresarial; ✓ Promover o desenvolvimento econômico e social do respectivo Estado. BANCOS DE INVESTIMENTO São instituições financeiras privadas que canalizam recursos de médio e longo prazos para suprimento de capital fixo ou de giro das empresas. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de Investimento". • Objetivo: dilatar o prazo das operações de empréstimos e financiamento. • Podem: manter contas correntes, desde que essas contas não sejam remuneradas e não movimentáveis por cheques; • Não podem: destinar recursos a empreendimentos imobiliários. SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO - FINANCEIRAS São instituições financeiras privadas que têm como objetivo básico a realização de financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de giro. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão "Crédito, Financiamento e Investimento". 21 • Função: financiar bens de consumo duráveis por meio do popularmente conhecido “crediário” ou crédito direto ao consumidor. • Não podem: manter contas correntes. Por meio da Resolução Bacen nº 4.812/2020, as sociedades de crédito, financiamento e investimento ficam autorizadas a emitir Certificado de Depósito Bancário (CDB). Além disso podem captar recursos por meio dos seguintes instrumentos: I - depósito interfinanceiro (DI); II - depósito a prazo com garantia especial (DPGE); III - letra de câmbio (LC); IV - Letra de Crédito do Agronegócio (LCA); V - Letra Financeira (LF); VI - Letra Imobiliária Garantida (LIG); VII - operação compromissada; e VIII - recibo de depósito bancário (RDB). Muitas das financeiras não ligadas a bancos fazem parte de conglomerados econômicos e operam como braço financeiro de grupos comerciais ou industriais. É o caso, por exemplo, de algumas lojas de departamento e montadoras de veículos que possuem suas próprias financeiras, concentrando suas operações no financiamento de seus próprios produtos. As SCFIs também podem operar em nichos que não são atendidos pelos conglomerados bancários, principalmente nos empréstimos e financiamentos com características específicas (risco mais elevado, financiamento de veículos usados, convênios com estabelecimentos comerciais). SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é um tipo de instituição financeira especializada no financiamento habitacional, integrante do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). O foco da SCI consiste no financiamento para construção de habitações, na abertura de crédito para compra ou construção de casa própria e no financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de materialde construção. Atualmente, em decorrência da sua condição de repassadora, as SCIs têm atuado de forma mais limitada, voltando-se para operações específicas, como o programa “Minha Casa, Minha Vida”. A SCI é constituída na forma de sociedade anônima e é supervisionada pelo Banco Central. Deve 22 constar de sua denominação social a expressão “crédito imobiliário”. Desde a década de 80, as SCIs não captam recursos do público e atuam somente na condição de repassadoras. COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS Companhia hipotecária (CH) tem por objetivo a concessão de financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais, empréstimos garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária de imóveis e repasses de recursos relacionados a programas imobiliários, além da administração de fundos de investimento imobiliário. Foi criada pela Resolução 2.122, de 30 de novembro de 1994, para fomentar o financiamento imobiliário além dos limites do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Com a publicação da Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa, Minha Vida, a Companhia Hipotecária passou a fazer parte do SFH. A CH não recebe depósitos de poupança. Seus recursos provêm, entre outros, de letras hipotecárias, debêntures, empréstimos, financiamentos no País e no Exterior e letras de crédito imobiliário (LCI). Considerada instituição financeira, a CH é autorizada e supervisionada pelo Banco Central e regulada não só por esta autarquia, como também pelo Conselho Monetário Nacional. Deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima e a expressão “Companhia Hipotecária” deve constar de sua denominação social. ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO Associação de Poupança e Empréstimo (APE) é uma instituição criada para facilitar aos associados a aquisição da casa própria e captar, incentivar e disseminar a poupança. Os depositantes tornam-se associados da instituição. Os associados podem participar da APE de duas formas básicas: ao adquirir financiamento imobiliário ou ao depositar seu dinheiro para formar poupança. • Operações ativas: basicamente direcionadas ao mercado imobiliário, inclusive ao Sistema Financeiro de Habitação – SFH. • Operações passivas: depósitos de poupança, letras hipotecárias, repasses e refinanciamentos contraídos no País, empréstimos e financiamentos contraídos no exterior, letras de crédito imobiliário, letra financeira e depósitos interfinanceiros. A APE compõe o Sistema Brasileira de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro de Habitação, atua sob a forma de sociedade civil, sendo supervisionada pelo Banco Central. As APEs têm âmbito de atuação regional. Contudo, a única APE em pleno funcionamento no Brasil hoje, a Poupex, tem a particularidade de atuar em âmbito nacional. Ela é gerida pela Fundação Habitacional do Exército (FHE). 23 COMPARAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE BANCOS 1.2.4.3. Instituições Auxiliares do Mercado Financeiro São aquelas que promovem intermediações entre poupadores e investidores, tendo a bolsa de valores como elemento fundamental desse segmento. Nesta categoria, enquadram-se: 1. Bolsas de Valores 2. Bolsas de Mercadorias e Futuros 3. Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários 4. Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários 5. Sociedades de Arrendamento Mercantil BOLSAS DE VALORES As bolsas de valores são sociedades anônimas ou associações civis. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, mas estão sujeitas à supervisão da CVM e às diretrizes e políticas do CMN. A Bolsa é o local especialmente criado e mantido para negociação de valores mobiliários (títulos, tais como: debêntures, ações e outros) em mercado livre e aberto, organizado e fiscalizado por seus membros e pela Comissão de Valores Mobiliários. No Brasil a única bolsa de valores em atuação é a B3 S.A., resultante da fusão, em 2017, da BM&F Bovespa com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip S/A). Suas atividades incluem criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro 24 para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro e de commodities. BOLSAS DE MERCADORIAS E FUTUROS Uma Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), é uma associação privada civil com finalidade lucrativa, organizada para proporcionar a seus membros as facilidades necessárias à realização de negócios (compra e venda) em mercados de liquidação futura. Nas BM&F são negociadas commodities – termo usado em transações comerciais internacionais para designar um tipo de mercadoria em estado bruto ou com um grau pequeno de industrialização. As principais commodities são produtos agrícolas (café, soja, açúcar, etc) ou minérios (ouro, aço, cobre, etc.). SOCIEDADES CORRETORAS E DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS A corretora de títulos e valores mobiliários (CTVM) e a distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM) atuam nos mercados financeiro e de capitais e no mercado cambial intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos. As corretoras e distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços como plataformas de investimento pela internet (home broker), consultoria financeira, clubes de investimentos, financiamento para compra de ações (conta margem) e administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes. Na remuneração pelos serviços, essas instituições podem cobrar comissões e taxas. As corretoras e as distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. São supervisionadas tanto pelo Banco Central quanto pela Comissão de Valores Mobiliários. Com a Decisão Conjunta 17/2009, que autorizou as distribuidoras a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores, eliminou-se a principal diferença entre as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários, que hoje podem realizar praticamente as mesmas operações. SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL São instituições que trabalham com operações de leasing; são constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a expressão "Arrendamento Mercantil". http://sistemas.cvm.gov.br/Port/Atos/DecCon/Bccvm17.asp 25 Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizem operações com características de um financiamento, as sociedades de arrendamento mercantil não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições financeiras. 1.2.5. Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. Composição ✓ Representante do Ministério da Economia - Presidente ✓ Representante da SUSEP - Presidente Substituto ✓ Representante do Ministério da Justiça ✓ Representante da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho ✓ Representante do Banco Central do Brasil ✓ Representante da Comissão de Valores Mobiliários Atribuições do CNSP ✓ Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados; ✓ Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas; ✓ Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; ✓ Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; ✓ Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB; ✓ Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras,de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações; ✓ Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. 26 Cabe à Secretaria de Política Econômica (SPE), nos termos do Decreto nº 9.745, de 8 de abril de 2019, assessorar o representante do Ministério da Economia no Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), órgão regulador dos setores de seguros, resseguros, previdência complementar aberta e capitalização. 1.2.6. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Economia, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Missão "Estimular o desenvolvimento dos mercados de seguro, resseguro, previdência complementar aberta e capitalização, garantindo a livre concorrência, estabilidade e o respeito ao consumidor." Atribuições da SUSEP ✓ Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; ✓ Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; ✓ Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; ✓ Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; ✓ Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem; ✓ Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; ✓ Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; ✓ Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; ✓ Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. 27 Estrutura A SUSEP é administrada por um Conselho Diretor, composto pelo Superintendente e por quatro Diretores. Compete ao Colegiado fixar as políticas gerais da Autarquia, com vistas à ordenação das atividades do mercado, cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e aprovar instruções, circulares e pareceres de orientação em matérias de sua competência. A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente que tem, ainda, como atribuições, promover os atos de gestão da Autarquia e sua representação perante o Governo e à sociedade. 1.2.7. Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC O Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC é o órgão com a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar, nova denominação do então Conselho de Gestão da Previdência Complementar. O CNPC é presidido pelo ministro da Previdência Social e composto por representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), da Casa Civil da Presidência da República, do Ministério da Economia, das entidades fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas entidades. 1.2.8. Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Economia, com sede e foro no Distrito Federal, tendo atuação em todo o território nacional como entidade de fiscalização e supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência complementar operado pelas referidas entidades. A Previc, de acordo com o Decreto nº 8.992, de 20 de fevereiro de 2017, é dirigida por uma Diretoria Colegiada, composta por: ✓ Diretor-Superintendente; ✓ Diretor de Administração; ✓ Diretor de Licenciamento; ✓ Diretor de Fiscalização e Monitoramento; e ✓ Diretor de Orientação Técnica e Normas 28 Possui ainda, em sua estrutura, Gabinete, Assessoria de Comunicação Social e Parlamentar, Coordenação-Geral de Suporte à Diretoria Colegiada, Ouvidoria, Coordenação-Geral de Inteligência e Gestão de Riscos, Coordenação-Geral de Gestão Estratégica e Inovação Institucional, Corregedoria, Auditoria Interna, Procuradoria Federal, além de cinco Escritórios de Representação em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Principais atribuições da Previc ✓ proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e das suas operações; ✓ apurar e julgar as infrações e aplicar as penalidades cabíveis; ✓ expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das normas relativas à sua área de competência; ✓ autorizar: a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de previdência complementar e a aplicação dos respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios; as operações de fusão, cisão, incorporação ou qualquer outra forma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas de previdência complementar; a celebração de convênios e termos de adesão por patrocinadores e instituidores e as retiradas de patrocinadores e instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos de participantes e assistidos, planos de benefícios e reservas entre entidades fechadas de previdência complementar; ✓ harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar com as normas e as políticas estabelecidas para o segmento; ✓ decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de previdência complementar e nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei; ✓ nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei; ✓ promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência complementar e entre as entidades e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, bem como dirimir os litígios que lhe forem submetidos na forma da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996; ✓ enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da Fazenda e, por seu intermédio, ao Presidente da República e ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias ao cumprimento de seus objetivos. 29 Exercícios do Módulo 1 1. (FGV/2014 – BNB) O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) foi criado pela lei nº 4595, de 31/12/1964, para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro, tendo como funções cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Entre as atribuições do Banco Central estão: (A) emitir papel-moeda, exercer o controle do crédito e exercer a fiscalização das instituições financeiras, punindo-as quando necessário; (B) determinar as taxas de recolhimento compulsório, autorizar as emissões de papel-moeda e estabelecer metas de inflação; (C) regulamentar as operações de redesconto de liquidez, coordenar as políticas monetárias creditícia e cambial e estabelecer metas de inflação; (D) regular o valor interno da moeda, regular o valor externo da moeda e zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; (E) determinar as taxas de recolhimento compulsório, regular o valor internoe externo da moeda e autorizar as emissões de papel-moeda. 2. (FGV/2014 – BNB) O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária, creditícia e cambial do país. Não cabem ao CMN funções executivas. O número de membros do CMN foi variável desde a sua criação (31/12/1964), de acordo com as exigências políticas e econômicas de cada Governo. Em razão da Lei nº 9.069/95, em vigor, o CMN passou a ser integrado por: (A) 11 (onze) membros; (B) 10 (dez) membros; (C) 8 (oito) membros; (D) 4 (quatro) membros; (E) 3 (três) membros. 3. (FGV/2014 – BNB) O Sistema normativo é composto pelas entidades que regulam e fiscalizam o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional. Por esse motivo estão no topo do organograma, ou seja, as outras instituições têm que, obrigatoriamente, acatar as decisões do sistema normativo. Entre as entidades que compõem o Sistema Normativo, encontram-se: (A) sociedades corretivas e distribuidoras; (B) bancos múltiplos e de investimento; (C) Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal; (D) Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil; (E) Bolsa de Valores e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 4. (IADES/2019 – CRN – 3ª REGIÃO) O spread bancário, também chamado de margem bancária, corresponde à (ao) (A) lucro bancário. (B) taxa de captação dos bancos. (C) taxa de aplicação paga aos investidores. (D) diferença entra a taxa de juro cobrada e a taxa de juro paga pelos bancos. (E) juro pago pelos clientes em empréstimos e financiamento contratados 5. (PAC/2014 – BANPARÁ) Compete a ele fixar as metas de inflação e os respectivos intervalos de tolerância de acordo com a estratégia governamental: (A) CMN (B) BACEN (C) COPOM 29 30 (D) SFN (E) CETIP 6. (PAC/2014 – BANPARÁ) É um órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. (A) Banco Central do Brasil (B) Conselho Monetário Nacional (C) Comissão de Valores mobiliários (D) Conselho Nacional de Seguros Privados (E) Banco do Brasil 7. (PAC/2014 – BANPARÁ) A Comissão de Valores Mobiliários – CVM é responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores, portanto, tem a função de: (A) Assegurar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado de balcão e das bolsas de mercadorias e futuros. (B) Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais. (C) Controlar o nível de preços (Inflação). (D) Fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras. (E) Todas as alternativas estão certas. 8. (CESGRANRIO/2014 – BANCO DA AMAZÔNIA) Atualmente, o Sistema Financeiro Nacional é composto por órgãos normativos, entidades supervisoras e por operadores. Um dos órgãos normativos que compõe o Sistema Financeiro Nacional é o(a): (A) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES (B) Banco Comercial (C) Conselho Monetário Nacional (D) Bolsa de Valores (E) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP 9. (CESGRANRIO/2014 – BANCO DA AMAZÔNIA - ADAPTADA) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma entidade que compõe o sistema financeiro nacional, além de ser uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia. A CVM é responsável por: (A) realizar transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto. (B) regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país (C) controlar e fiscalizar o mercado de seguro, a previdência privada aberta e a capitalização. (D) negociar contratos de títulos de capitalização. (E) garantir o poder de compra da moeda nacional. 10. (IADES/2018 – IGEPREV-PA) Segundo a Resolução BCB no 4.582/2017, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta de inflação de 4,25% para o ano de 2019, com intervalo de tolerância de 1,5% para mais e para menos. A esse respeito, quanto ao principal instrumento utilizado pelo Banco Central para garantir o atingimento da meta de inflação, assinale a alternativa correta. (A) A compra de títulos públicos federais no mercado primário. (B) As operações de mercado aberto realizados com títulos públicos emitidos pelo Banco Central. (C) O controle de preços exercido mediante a redução da carga tributária. (D) A regulação da taxa de juros por meio de operações compromissadas com títulos do Tesouro Nacional. (E) O controle da concessão de crédito para evitar o sobre-endividamento da população. 30 31 11. (CESPE/2014 – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL) A respeito das funções da CVM, julgue os próximos itens. 1 A CVM é uma entidade privada sem fins lucrativos, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente. 2 Compete à CVM manter o registro de companhias para negociação em bolsa e em mercado de balcão. 12. (FCC/2014 – METRÔ-SP) Alguns dos principais objetivos da Comissão de Valores Mobiliários são: I. Estimular a aplicação de poupança no mercado acionário. II. Assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e instituições auxiliares. III. Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto. IV. Fiscalizar o mercado interbancário de câmbio e das operações com certificados de depósito interfinanceiro. É correto o que consta APENAS em (A) I e II. (B) I e IV. (C) II e III. (D) II, III e IV. (E) I, II e III. 13. (CESGRANRIO/2014 – BANCO DO BRASIL) No Brasil, a condução e a operação diárias da política monetária, com o objetivo de estabilizar a economia, atingindo a meta de inflação e mantendo o sistema financeiro funcionando adequadamente, são uma responsabilidade do(a). (A) Caixa Econômica Federal (B) Comissão de Valores Mobiliários (C) Banco do Brasil (D) Banco Central do Brasil (E) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 14. (CESGRANRIO/2014 – BANCO DO BRASIL) O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil estabelece as ações que definem a política monetária do governo. O Copom. (A) administra as reservas em divisas internacionais do Brasil (B) determina periodicamente a taxa de juros interbancários de referência, a taxa Selic. (C) é presidido pelo Ministro da Fazenda. (D) impõe limites mínimos de capitalização aos bancos comerciais. (E) impede a entrada de capitais financeiros especulativos no país. 15. (INAZ DO PARÁ/2014 – BANPARÁ) Compete a ele fixar as metas de inflação e os respectivos intervalos de tolerância de acordo com a estratégia governamental: (A) CMN (B) BACEN (C) COPOM (D) SFN (E) CETIP 16. (FUNDATEC/2015 – BRDE - ADAPTADA EM 2019) O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído pela Lei nº 4.595/1964. São integrantes do Conselho Monetário Nacional: 31 32 I. Presidente do Banco Central do Brasil. II. Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia III. Ministro da Economia IV. Secretário da Receita Federal. V. Ministro-chefe da Casa Civil. VI. Secretário-geral da Presidência da República. Quais estão corretos? (A) Apenas I, II e III. (B) Apenas IV, V e VI. (C) Apenas I, II, III e IV. (D) Apenas II, III, VI e V. (E) I, II, III, IV, V e VI. 17. (FUNDATEC/2015 – BRDE) São entidades normativas do Sistema Financeiro Nacional: (A) Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, Superintendência de Seguros Privados e Superintendência Nacional de Previdência Complementar. (B) Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários. (C) Conselho Monetário Nacional, Conselho Nacional de Seguros Privados e Conselho Nacional de Previdência Complementar. (D) Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. (E) Conselho Monetário Nacional, Banco Central e Casa da Moeda. 18. (FGV/2018 – BANESTES) Em 7 de fevereiro de 2018, o Copom reduziu a metada taxa Selic para 6,75% ao ano. Em termos práticos, isso significa que a mesa de operações de mercado aberto do Banco Central deve atuar para que a Selic diária fique próxima dessa meta. Se a Selic diária estiver em 7% num certo dia, a mesa de operações do Banco Central deve: (A) comprar títulos públicos no mercado e mantê-los em sua carteira, até que a taxa diária atinja a meta de 6,75%; (B) vender títulos públicos de sua carteira no mercado, até que a taxa diária atinja a meta de 6,75%; (C) emitir títulos no mercado até que a taxa diária atinja a meta de 6,75%; (D) imprimir mais papel-moeda; (E) pleitear uma mudança no superávit primário. 19. (CESGRANRIO/2015 – BANCO DO BRASIL - ADAPTADA) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão que regula e fiscaliza o mercado de capitais no Brasil, sendo (A) subordinada ao Banco Central do Brasil (B) subordinada ao Banco do Brasil (C) subordinada à Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) (D) independente do poder público (E) vinculada ao poder executivo (Ministério da Economia) 20. (CESGRANRIO/2015 – BANCO DO BRASIL) O Banco Central do Brasil é um órgão do Subsistema Normativo do Sistema Financeiro Nacional. Ele determina, periodicamente, a taxa de juros de referência para as operações de um dia com títulos públicos, via atuação de seu(sua) (A) Comitê de Estabilidade Financeira (COMEF) (B) Comitê de Política Monetária (COPOM) (C) Conselho Monetário Nacional (CMN) (D) Conselho de Administração (E) Câmara de Compensação de cheques e outros papéis 32 33 21. (MAKIYAMA/2015 – BANESTES) Assinale a alternativa CORRETA quanto a uma das competências do Banco Central do Brasil: (A) Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado de balcão e das bolsas de mercadorias e futuros. (B) Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional. (C) Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários, e contra atos ilegais de administradores de companhias abertas ou de carteira de valores mobiliários. (D) Apurar, mediante inquérito administrativo, atos ilegais e práticas não-equitativas de administradores de companhias abertas, e de quaisquer participantes do mercado de valores mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei. (E) Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que criem condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado. 22. (CESGRANRIO/2015 – BANCO DO BRASIL - ADAPTADA) Dentre alguns dos órgãos normativos integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN), pode-se considerar o(a): (A) Comissão de Valores Mobiliários – CVM e a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. (B) Banco Central do Brasil – BCB e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC. (C) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e o Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC. (D) Ministério da Economia e a Comissão de Valores Mobiliários – CVM. (E) Conselho Monetário Nacional – CMN e o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP. 23. (FUNRIO/2016 – IF-PA) A taxa de referência do mercado, que regula as operações diárias com títulos públicos federais no Sistema Especial de Liquidação e Custódia do Banco Central do Brasil, denomina-se taxa (A) básica do Banco Central. (B) de assistência do Banco Central. (C) de juros de longo prazo. (D) referencial. (E) selic. 24. (TJ-PR/2013 – TJ-PR) Identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as atribuições do Banco Central, de acordo com o estabelecido pela Constituição Federal de 1988: ( ) A competência exclusiva de conceder empréstimos ao Tesouro Nacional. ( ) A competência exclusiva de emitir moeda para a União. ( ) Comprar e vender títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. ( ) Ser depositário das disponibilidades de caixa da União. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. (A) F - F - F - V. (B) V - F - V - F. (C) V - V - F - F. (D) F - V - V – V. 25. (Cespe/2016 – FUNPRESP-EXE) Julgue o item a seguir, relativo ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e ao mercado de valores mobiliários. O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários supervisionam as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários, as quais prestam, entre outros serviços, consultoria financeira e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes. 33 34 ( ) Certo ( ) Errado 26. (CESPE/2016 – FUNPRESP-JUD) A respeito de política monetária, julgue o próximo item. As atribuições do Comitê de Política Monetária (COPOM) incluem a definição da meta para a inflação. ( ) Certo ( ) Errado 27. (FCC/2017 – DPE-RS) Compete ao Conselho Monetário Nacional (A) receber os recolhimentos compulsórios das instituições financeiras. (B) realizar operações de redesconto e empréstimos à instituições financeiras bancárias. (C) exercer o controle do crédito sob todas as suas formas. (D) regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de instituições financeiras. (E) exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas. 28. (CESPE/2018 – BNB) A respeito do Banco Central do Brasil e das instituições públicas federais, julgue os itens subsecutivos. É competência privativa do Banco Central do Brasil autorizar as instituições financeiras a alienar ou, de alguma outra forma, transferir o seu controle acionário. ( ) Certo ( ) Errado 29. (CEBRASPE/2016 – FUNPRESP-JUD) Atualmente, a remuneração dos depósitos de poupança é composta de duas parcelas: a taxa referencial (TR) e mais 0,5% ao mês, se a meta da taxa SELIC ao ano for superior a 8,5%; ou 70% da meta da taxa SELIC no ano, mensalizada, se a meta da taxa SELIC ao ano for igual ou inferior a 8,5%. No que se refere às taxas de juros que servem de referência para a remuneração dos depósitos de poupança, julgue o item a seguir. A remuneração adicional dos depósitos de poupança varia com base na meta fixada para a SELIC, que corresponde à taxa média ajustada das operações de redesconto realizadas junto ao BCB. ( ) Certo ( ) Errado 30. (IADES/2018 – IGEPREV-PA) Segundo a Resolução BCB no 4.582/2017, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta de inflação de 4,25% para o ano de 2019, com intervalo de tolerância de 1,5% para mais e para menos. A esse respeito, quanto ao principal instrumento utilizado pelo Banco Central para garantir o atingimento da meta de inflação, assinale a alternativa correta. (A) A compra de títulos públicos federais no mercado primário. (B) As operações de mercado aberto realizados com títulos públicos emitidos pelo Banco Central. (C) O controle de preços exercido mediante a redução da carga tributária. (D) A regulação da taxa de juros por meio de operações compromissadas com títulos do Tesouro Nacional. (E) O controle da concessão de crédito para evitar o sobre-endividamento da população. 34 35 31. (FGV/2018 – BANESTES - ADAPTADA) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) possui órgãos normativos, supervisores e executores, com papéis bem definidos. A supervisão do mercado de capitais é responsabilidade: (A) do Conselho Monetário Nacional (CMN); (B) do Banco Central do Brasil; (C) da Bolsa de Valores; (D) do Ministério da Economia; (E) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 32. (FGV/2018 – BANESTES) Uma das entidades do Sistema Financeiro Nacional (SFN) é responsável pelo controle da inflação no país e também atua para garantir a estabilidade financeira do sistema e das instituições. Essa entidade é o Banco Central, também responsável por: (A) autorizar as ofertas públicas iniciais de empresas (B) autorizar as emissões de debêntures (C) controlar o fluxo de capitais estrangeiros no Brasil (D) definir a meta de inflação
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