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15 Bioquímica Metabólica | Bárbara C. Rovaris | Prof. Luiz Claudio Miletti A gliconeogênese é a via metabólica inversa à glicólise. Nela ocorre a formação de novas moléculas de glicose a partir de substratos que não são carboidratos. Sendo assim, a gliconeogênese ocorre no período pós-absortivo ou jejum, uma vez que quando o organismo se encontra nesse estado, ele precisa de glicose para se manter. Dessa forma, a gliconeogênese degrada algumas moléculas para formar glicose. Além do mais, ela ocorre no fígado. O fígado produz moléculas de glicose através da gliconeogênese e produz corpos cetônicos a partir da degradação de ácidos graxos. Sendo assim, a glicose produzida por ele é utilizada pelo organismo para manter o cérebro funcionando. Os outros tecidos do corpo, consomem corpos cetônicos. O cérebro só os utiliza em casos de jejum prolongado. Então, a gliconeogênese pode utilizar três substratos diferentes para produzir moléculas de glicose: proveniente da quebra de triglicerídeos em três ácidos graxos e um glicerol. Os ácidos graxos seguem para própria degradação para formar corpos cetônicos, e o glicerol segue para a gliconeogênese. provenientes da quebra de proteínas. provenientes das hemácias. A gliconeogênese utiliza as mesmas enzimas reversíveis da glicólise. Já as enzimas irreversíveis são substituídas, sendo assim, a gliconeogênese usa quatro enzimas diferentes do que a glicólise. Glicoquinase Glicose 6 fosfatase Fosfofrutoquinase Frutose 1,6 bisfosfatase Piruvato quinase Fosfoenolpiruvato carboxiquinase / Piruvato carboxilase (não específica) Dessa forma, cada substrato é degradado de maneira diferente. Porém, o lactato e os aminoácidos seguem as mesmas reações. Sendo assim, o lactato ou o aminoácido são transformados em piruvato, pela enzima lactato desidrogenase. Esse piruvato é levado para o interior da mitocôndria, onde é transformado em oxaloacetato, pela enzima piruvato carboxilase. Além disso, há a entrada de uma molécula de ATP e de CO2 na reação. O CO2 se liga ao piruvato, e o ATP é quebrado em ADP+Pi. O oxaloacetato, por sua vez, é devolvido para o citosol da célula, e, então, é transformado em fosfoenolpiruvato, pela enzima fosfoenolpiruvato carboxiquinase. Há a entrada de uma molécula de GTP na reação, que sai na forma de GDP. Além disso, uma molécula de CO2 é liberada, também. Depois disso, o fosfoenolpiruvato segue realizando a via glicolítica reversa. Dessa forma, ele é transformado em 2 fosfoglicerato pela enzima enolase. O 2 fosfoglicerato é transformado em 3 fosfoglicerato, pela enzima fosfoglicerato mutase. Ele, por sua vez, é transformado em Gliconeogênese Gliconeogênese 16 Bioquímica Metabólica | Bárbara C. Rovaris | Prof. Luiz Claudio Miletti 1,3 bisfosfoglicerato, pela enzima fosfoglicerato quinase, com o gasto de um ATP. Então, o 1,3 bisfosfoglicerato é convertido à gliceraldeído 3 fosfato, pela enzima gliceraldeído 3 fosfato desidrogenase, havendo a participação de um NADH+H+, que reduz o 1,3 bisfosfoglicerato, e sai na forma de NAD+. Então, o gliceraldeído 3 fosfato se junta a uma molécula de diidroxicetona fosfato para formar frutose 1,6 bisfosfato, pela ação da enzima aldolase. A frutose 1,6 bisfosfato é transformada em frutose 6 fosfato, pela enzima irreversível frutose 1,6 bisfosfatase, com a entrada de um ADP. A frutose 6 fosfato é, então, convertida à glicose 6 fosfato pela fosfoglicoisomerase. E, por fim, a glicose 6 fosfato é transformada em glicose, pela enzima irreversível glicose 6 fosfatase. O glicerol é degrado por outras enzimas. Sendo assim, ele é, primeiramente, transformado em glicerol 3 fosfato, pela enzima glicerol quinase, ocorrendo o gasto de um ATP nessa reação. Depois disso, o glicerol 3 fosfato é transformado em diidroxicetona fosfato, pela enzima glicerol 3 fosfato desidrogenase. Então, a diidroxicetona fosfato pode se juntar a uma molécula de gliceraldeído 3 fosfato, e dar continuidade a glicólise reversa. Sendo assim, a junção das duas moléculas forma frutose 1,6 bisfosfato pela ação da enzima aldolase. A frutose 1,6 bisfosfato é transformada em frutose 6 fosfato, pela enzima irreversível frutose 1,6 bisfosfatase, com a entrada de um ADP. A frutose 6 fosfato é, então, convertida à glicose 6 fosfato pela 17 Bioquímica Metabólica | Bárbara C. Rovaris | Prof. Luiz Claudio Miletti fosfoglicoisomerase. E, por fim, a glicose 6 fosfato é transformada em glicose, pela enzima irreversível glicose 6 fosfatase. 18 Bioquímica Metabólica | Bárbara C. Rovaris | Prof. Luiz Claudio Miletti
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