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Penicilinas

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Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 1 
 
Penicilinas 
Fazem parte da classe de atb denominada 
beta lactâmicos, pois possuem o anel beta 
lactâmico em sua estrutura. As penicilinas 
agem pela inibição da síntese da parede bac-
teriana, tanto de gram+ como de gram-. Essa 
inibição é feita pela ligação do atb a um 
grupo de proteínas de membrana chamadas 
de Proteínas Ligadoras de Penicilina (PBP), 
necessárias à síntese de peptideoglicanos da 
parede celular bacteriana. 
Mecanismos de resistência 
Ocorre quando a bactéria adquire genes que 
permitem a interferência no mecanismo de 
ação dos atb. Tais genes surgem por muta-
ção espontânea de DNA ou por transforma-
ção e transferência de plasmídeos. A seguir, 
os principais mecanismos de resistência: 
 Produção de betalactamase – enzima 
que inativa a ligação da bactéria com o 
atb, por meio da hidrólise de seu anel 
principal. É o principal mecanismo dos 
gram-. 
 PBP com baixa afinidade pelo atb, decor-
rente de uma fraca ligação a esta prote-
ína. 
 Canais proteicos que dificultam a passa-
gem do atb. 
Espectro de ação 
Quando falamos do espectro de ação das pe-
nicilinas, é feita a seguinte classificação: 
 
As penicilinas G atuam contra gram+, cocos 
gram- e anaeróbios da boca e orofaringe. A 
benzatina tem ação bactericida durante o 
estágio de multiplicação ativa dos microrga-
nismos sensíveis. Ela atua pela inibição da bi-
ossíntese do mucopeptídeo da parede celu-
lar. A cristalina e a procaína possuem ação 
bactericida, atuando na inibição da parede 
celular. Tanto a procaína como a benzatina 
devem ser administradas, exclusivamente, 
por via intramuscular. 
As penicilinase resistentes inibem os 
estafilococos produtores de penicili-
nase. Elas cobrem gram+ e gram-. 
Em geral, as penicilinas de amplo espectro 
possuem ação bactericida, inibindo a síntese 
da parede celular. As da 2º Geração conse-
guem atravessar as porinas e, portanto, são 
eficazes para gram-, como a Salmonella sp. e 
a Shigella sp. As da 3º Geração são menos 
eficazes contra os gram+, mas possuem o es-
pectro ampliado par alguns gram- produto-
res de betalctamase, como a Enterobacter 
sp. e a Pseudomonas aeruginosa. Por fim, as 
da 4º Geração são mais eficazes que as de 3º 
Geração. Entretanto, nenhuma penicilina de 
amplo espectro é eficaz contra estafilococos 
produtores de penicilinase. 
O S. aureus é gram+, porém, produz a peni-
cilase. Sendo assim, os efeitos das benzilpe-
nicilinas não são eficazes sobre ele. Dessa 
forma, a Oxacilina se mostra como uma op-
ção mais indicada. 
Penicilinas G Cristalina, Procaína, Benzatina e Penicilina V 
Penicilinas Antiestafilocócicas Nafcilina, Oxacilina, Cloxacilina e Dicloxacilina 
Penicilinas de amplo espectro 
2º Geração: ampicilina e amoxicilina. 
3º Geração: carbeniciina e tirarcilina. 
4º Geração: piperacilina. 
 
 
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 2 
 
Aplicação Clínica 
Penicilinas G 
Cristalina: endocardites, pneumonias, pio-
dermites, faringite estreptocócica, infecções 
de vias aéreas superiores, sepse, infecções 
de pele e tecidos moles, meningite, sífilis e 
erisipela. 
Procaína: pneumonia pneumocócica (so-
mente cepas sensíveis), sífilis, faringite e ce-
lulite estreptocócica. 
Benzatina: é a droga de escolha para o trata-
mento da sífilis, ainda que causada pelo Tre-
ponema pallidum – uma espiroqueta gram-. 
Penicilinase Resistentes 
Oxacilina: infecções estafilocócicas. 
Penicilinas de Amplo Espectro 
2º Geração: infecções respiratórias, infec-
ções do trato urinário, meningite, febre ti-
foide e prevenção de endocardite. 
3º e 4º Geração: pneumonias, infecções pós-
queimaduras e do trato urinário – principal-
mente para bactérias presentes em ambien-
tes hospitalares. 
Farmacocinética 
Absorção 
Em geral, as penicilinas se comportam como 
ácidos fracos, o que as fazem ser absorvidas 
mais facilmente em pH baixo. Isso ocorre 
porque, em meio ácido, elas se encontram 
indissociadas. Entretanto, administradas por 
via oral, as penicilinas são pouco absorvidas 
– exceto a amoxicilina, que consegue uma 
melhor absorção. O horário da administra-
ção deve ser de 1 a 2 horas antes ou depois 
das refeições, pois se tomadas com alimen-
tos podem alterar a ligação às proteínas ali-
mentares e ativação por ácido. 
Distribuição 
Ao se ligarem às proteínas, as penicilinas se 
tornam mais hidrossolúveis, o que aumenta 
a sua capacidade de se dispersar pelo orga-
nismo. As penicilinas podem atingir quase 
todos os pontos do organismo, em diferen-
tes concentrações, chegando até a barreira 
hemato-encefálica, quando esta está infla-
mada. 
Metabolismo 
Quase todas as penicilinas são biotransfor-
madas em ácido peniciloico. 
Excreção 
A excreção renal ocorre rapidamente, mas 
não é a única via. Além dos rins, a excreção 
pode se dar pelo escarro e leite materno. A 
ampicilina e as penicilinas de espectro am-
pliado sofrem secreção mais lenta do que a 
penicilina G. A oxacilina é excretada tanto 
por via renal como biliar, logo, não se faz ne-
cessário o ajuste da dose em pacientes com 
insuficiência renal. 
Farmacodinâmica 
A meia-vida das penicilinas é curta, geral-
mente menos de 1 hora. Para que a CMI seja 
mantida, portanto, deve-se fazer adminis-
trações várias vezes ao dia. 
CMI – Concentração Mínima Inibitória 
é a menor concentração que um anti-
biótico precisa ter para inibir o crescimento 
bacteriano. 
Efeitos Adversos 
Toxicidade renal culmina, mais frequente-
mente, na nefrite intersticial alérgica, sur-
gindo mais comumente com a oxacilina. O 
paciente apresenta febre, rash, hematúria e 
eosinofilia. O uso do fármaco deve ser ime-
diatamente suspenso, pois, se mantido, 
pode ocorrer insuficiência renal irreversível. 
Neurotoxicidade: em pacientes com insufici-
ência renal prévia, que faz uso de doses ele-
vadas de penicilina, pode ocorrer convulsões 
e problemas musculares. 
Reações de hipersensibilidade ocorre em, 
aproximadamente, 8% dos pacientes e, em 
 
 
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 3 
 
especial, com a benzilpenicilina. As reações 
podem variar desde uma urticária até cho-
que anafilático. 
Toxicidade hematológica é rara. Todavia, 
também podem acontecer alterações na 
agregação plaquetária, desordens hemorrá-
gicas, anemia hemolítica e trombocitopenia. 
Manifestações cutâneas são mais comuns 
com as aminopenicilinas, mas não acome-
tem mais de 10% dos pacientes. Variam 
desde eritema, rash cutâneo e placas urticá-
rias até síndrome de Stevens-Johnson, em 
casos mais raros. 
Interações Medicamentosas 
Probenecida – é um agente uricosúrico que 
inibe a excreção renal de penicilina, prolon-
gando o seu efeito. 
Anticoncepcionais – as penicilinas podem re-
duzir a eficácia dos anticoncepcionais orais. 
Carbenicilina – as carboxipenicilinas podem 
inativar a gentamicina ou tobramicina, caso 
sejam administradas em conjunto na mesma 
mistura. Sendo assim, é necessário fazer a 
administração separadamente.

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