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Cirurgia da unha

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1 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
cirurgia da unha – clín. cirúrgica 
- As unhas, lâminas córneas que se inserem nas extremidades dos dedos e 
artelhos, desenvolvem-se no feto como espessamentos epidérmicos e 
servem de proteção às extremidades digitais. A zona córnea apresenta uma 
parte distal, o corpo, e uma proximal, a raiz. A unha é aderente ao leito 
ungueal. Em correspondência à raiz está a matriz, a porção proximal do leito 
ungueal que produz queratina dura. 
- A raiz é recoberta por prega de queratina mole, o eponíquio. Distalmente 
ao eponíquio, encontra-se a lúnula, zona esbranquiçada em forma de meia-
lua. Lateral e medialmente, encontram-se as dobras laterais. O corpo da 
unha, na extremidade distal livre, forma ângulo agudo com o leito ungueal. 
A zona córnea nessa região é um pouco mais espessada e é denominada 
hiponíquio. 
- A unha cresce cerca de 2,5 mm a 3 mm por mês. Esse processo requer 
considerável síntese de proteínas e é influenciado pela nutrição e por 
diversas afecções. 
 
PARONÍQUIA 
- Paroníquia é a infecção em torno da unha. Pode ser classificada em aguda 
e crônica. O tratamento inadequado da paroníquia pode levar a 
complicações graves, pois, muitas vezes, infecções sérias da mão iniciam-se 
por pequenas lesões que não foram tratadas corretamente. 
Paroníquia Aguda 
- Geralmente é causada pelo S. aureus e, menos comumente, pelo 
estreptococo beta-hemolítico e bactérias gram-negativas entéricas, que 
penetram na intimidade das dobras ungueais por pequenos traumatismos. 
- É mais comum em 
mulheres devido ao 
cuidado das unhas em 
manicures ou a trabalhos 
domésticos. Inicialmente, o 
processo é limitado ao 
local de entrada do agente 
infeccioso. 
- Edema e eritema ocorrem 
na borda lateral ou na base 
da unha, tornando a região 
acometida muito dolorosa. 
Nessa fase, a infecção pode 
ser resolvida clinicamente. 
- Posteriormente, há formação de coleção purulenta, na borda lateral ou na 
base da unha, que levanta o eponíquio e pode propagar-se de um lado a 
outro. 
- No estágio inicial, está indicado o tratamento clínico. Consiste na utilização 
de calor úmido (20 min, 3 a 4 vezes ao dia) e antibioticoterapia tópica. 
- Nos casos mais graves, é mandatório o uso de antimicrobianos por via oral 
para evitar distrofia ungueal permanente. Para pacientes cujo dedo não foi 
exposto à flora oral, deve-se utilizar antimicrobiano com cobertura para a 
flora da pele, especialmente o Staphylococcus. Doxaciclina e cefalexina são 
medicamentos apropriados para áreas com baixa prevalência de MRSA (S. 
aureus resistente a meticilina 
- Para pacientes com relato de exposição do dedo à flora oral (roedores de 
unha, chupadores de dedo), deve-se utilizar antimicrobiano com cobertura 
para S. aureus, E. corrodens, H. influenzae e bactérias anaeróbias 
produtoras de betalactamase. O medicamento de escolha é a 
amoxicilina/clavulanato. Outras opções incluem associação de doxaciclina, 
sulfametoxazol-trimetoprima ou quinolonas (ciprofloxacino ou 
moxifloxacino) com metronidazol ou clindamicina. 
- Se, em 2 dias, não houver melhora dos sinais e sintomas e/ou houver a 
vigência de coleção purulenta, a drenagem cirúrgica está indicada. Esta 
consiste em introduzir o bisturi, de lâmina no 11, entre o eponíquio e a 
unha, o que provoca a saída da secreção purulenta. A pele solta deve ser 
seccionada com a lâmina do bisturi ou com tesoura de ponta fina. A 
drenagem e a secção superficial da pele podem ser conseguidas sem causar 
dor ou sangramento, sendo dispensável anestesia local. 
- Após essa operação, faz-se curativo com gaze embebida em pomada de 
neomicina, e enfaixa-se a mão em posição anatômica. 
- Se a infecção não for tratada nesse estágio, pode haver propagação e 
formação de abscesso subungueal . Nesse caso, após anestesia por bloqueio 
dos nervos digitais, deve-se proceder à drenagem, afastando o eponíquio 
da unha nas bordas laterais em seu terço proximal e seccionando, na unha, 
dois pequenos triângulos de base lateral. A seguir, introduz-se pinça 
hemostática curva, pequena, tipo Halstead, entre a unha e o leito ungueal 
em seu terço proximal. Dois pequenos segmentos de borracha, medindo 20 
× 3 mm, são obtidos recortando-se um dreno de Penrose. Esses pequenos 
drenos são introduzidos transversalmente sob a unha, de cada lado, em seu 
terço proximal. 
 
Paroníquia Crônica 
- Consiste na inflamação crônica do eponíquio, que se torna arroxeado, 
edemaciado e deslocado cerca de 1 mm da lâmina ungueal. Pela 
compressão das dobras da unha, surge exsudato seropurulento, que pode 
secar e formar pequenas crostas. 
- Na unha, vão surgindo sulcos transversais paralelos, distanciados entre si 
aproximadamente 1 mm, dando a ela aspecto ondulado. 
- A paroníquia crônica acomete mais as pessoas cujas mãos estão sempre 
em contato com água ou expostas a ambientes úmidos e sujeitas a 
microtraumas repetidos que causam dano cuticular, como lavadeiras e 
cozinheiras. 
- Quando a cutícula é lesada, ocorre perda da barreira epidérmica de 
proteção da prega ungueal proximal, que fica exposta a irritantes e 
alérgenos. Estes produzem dermatite de contato, responsável pela 
inflamação crônica. 
- Com a perda da cutícula, a prega ungueal proximal torna-se separada da 
lâmina ungueal. Esse novo espaço tem papel importante na manutenção e 
agravamento da paroníquia, pois é receptáculo para microrganismos e 
irritantes que potencializam a inflamação crônica. 
- Com o tempo, a unha retrai e torna-se espessada e arredondada. Pode 
ocorrer infecção secundária por Candida sp. e/ou bactérias (S. aureus, 
principalmente). 
 
2 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
 
- O tratamento é prolongado e, sempre que possível, deve ser conduzido 
pelo dermatologista. O paciente deve abster-se de todo contato manual 
prolongado com a água ou exposição a ambientes úmidos, evitar 
microtraumas crônicos e contato com irritantes ou alérgenos. 
- Aplicação de corticosteroides tópicos de alta potência (propionato de 
clobetasol a 0,05%, 1 vez ao dia, ao deitar) é tratamento de primeira 
escolha. Tacrolimo tópico a 0,1% pode ser outra opção terapêutica. 
- Quando ocorre colonização secundária por C. albicans, o uso tópico de 
derivados imidazólicos, aplicados pela manhã, está indicado. 
- Nos casos graves, injeção intralesional de corticosteroides, ou até mesmo 
uso de corticosteroides sistêmicos (prednisona 20 mg/dia), pode ser 
utilizada por poucos dias, para obter redução da inflamação e da dor. 
Exacerbação aguda de paroníquia crônica não requer uso sistêmico de 
antimicrobianos, uma vez que ocorre melhora espontânea em poucos dias. 
ONICOMICOSE 
- Onicomicose é o termo utilizado para denominar a infecção da unha 
decorrente de invasão por fungos. A maioria das onicomicoses é causada 
por fungos dermatófitos. Somente 10% delas são causadas por outros tipos 
de fungos. 
- Estima-se prevalência superior a 10% da população ocidental, podendo 
acometer até 40% da população idosa e 23% da população infectada pelo 
HIV. 
- O diagnóstico das onicomicoses é feito pelo encontro dos fungos, por meio 
de pesquisa direta e/ou cultura em meios selecionados. 
- Excetuando-se as onicomicoses superficiais, que podem ser tratadas com 
antifúngicos tópicos após remoção da área afetada, o tratamento das 
onicomicoses requer o uso de antifúngicos sistêmicos, e deve ser conduzido 
pelo dermatologista. 
- Os fungos invadem a unha por diversas rotas, levando a infecções com 
características distintas. Os principais tipos de onicomicose são: subungueal 
distal e lateral, subungueal proximal, superficial, endonix e distrófica total. 
 
Onicomicose Subungueal Distal e Lateral 
- É o tipo mais comum de onicomicose. Os fungos alcançam o leito ungueal 
através do hiponíquio, pela parte distal e lateral. O sítio primário da infecção 
é a pele da palma das mãos ou da planta dos pés. 
- O leito unguealreage à invasão com processo inflamatório 
hiperqueratósico, resultando em hiperceratose subungueal, o sinal típico 
dessa afecção. Finalmente, a unha se separa do leito ungueal (onicólise). A 
destruição total da unha é rara, e usualmente ocorre após vários anos de 
infecção. 
- Existem diversas formas de despigmentação. As mais comuns são branca 
e amarelada. Ocasionalmente, pode ser marrom, preta ou laranja. 
- O agente etiológico mais comum é o T. rubrum. Pode ser causada também 
pelo T. mentagrophytes e E. floccosum. Outros fungos, incluindo C. albicans, 
Fusarium sp., Scyta-lidium sp. e S. brevicaulis, podem, ocasionalmente, 
levar a esse tipo de onicomicose. 
 
Onicomicose Subungueal Proximal 
- Os fungos alcançam a matriz ungueal através da área de queratogênese, 
localizada na região proximal, e colonizam a porção ventral da unha, 
provocando pouca reação inflamatória local. 
- É caracterizada por áreas de leuconíquia na porção proximal da unha. Na 
maioria das vezes, a porção superficial da unha permanece inalterada. 
Entretanto, na forma estriada, é frequente a associação a onicomicose 
superficial. 
- A incidência da onicomicose subungueal proximal é maior em pacientes 
imunossuprimidos e/ou portadores de HIV/AIDS, podendo acometer vários 
dedos. 
- O principal agente etiológico é o T. rubrum. Quando ela ocorre 
secundariamente à paroníquia, C. albicans e Fusarium sp. são os principais 
agentes. 
- Essa onicomicose é de difícil tratamento, sempre requer terapêutica por 
via oral e a recorrência é comum. Tratamento combinado com antifúngicos, 
via oral e tópica, associado ou não a tratamento cirúrgico, pode ser 
necessário. 
Onicomicose Superficial 
- Os fungos colonizam a porção superficial da placa ungueal, porém sem 
penetrá-la. É também conhecida como onicomicose superficial branca, pois, 
mais comumente, a superfície da unha torna-se branca, opaca e friável. 
- Entretanto, existem casos em que ela adquire coloração preta. 
- É causada principalmente pelo T. mentagrophytes e, frequentemente, está 
associada a Tinea pedis interdigitalis. Outros agentes incluem T. rubrum, 
Fusarium sp., Acremonium sp. e Scytalidium sp. 
 
Onicomicose por Candida albicans 
- A onicomicose causada por Candida albicans deve ser analisada 
separadamente. Frequentemente, cândida pode ser isolada em áreas 
subungueais, de onicólises e em paroníquias crônicas. 
- Em todas essas situações, a colonização por cândida representa processo 
secundário. 
- Tardiamente, esse fungo pode invadir a região ungueal e produzir 
alterações inflamatórias. A polpa digital torna-se edemaciada e 
avermelhada, o leito ungueal hiperceratósico e a unha, espessada, 
distrófica e difusamente friável. Destruição completa da placa ungueal pode 
ser observada. 
- Candidíase oral está presente em quase todos os casos. A candidíase 
invasiva (candidíase mucocutânea) geralmente indica deficiência 
imunológica. 
 
 
 
3 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
ONICOGRIFOSE 
- As unhas afetadas tornam-se irregulares, espessadas e curvas. É mais 
frequente nos dedos dos pés, principalmente no hálux. Nas mãos, essa 
doença é pouco observada. Acomete geralmente idosos e tende a piorar 
com a idade. 
- Está associada a trauma local ou surge secundariamente ao 
desenvolvimento de exostose subungueal ou devido à hiperextensão 
crônica do hálux. 
- A placa ungueal curva-se e perde a orientação para o crescimento. Isto 
resulta em crescimento divergente para um lado. Essas unhas são espessas 
e duras, e é muito difícil cortá-las. 
- O tratamento consiste na exérese da unha e aplicação de fenol por 3 min 
na matriz e no leito ungueal. O fenol é utilizado para a destruição do epitélio 
germinativo da matriz ungueal porque a incidência de recidiva é 
extremamente alta. Ele destrói a matriz e as terminações nervosas locais, 
levando a melhora importante da dor, além de eliminar os microrganismos 
aí localizados. 
 
UNHA EM PINÇA 
- Distrofia caracterizada por exacerbação da curvatura transversal das 
unhas, que adquirem conformação tubular. O aumento da curvatura 
transversal é progressivo ao longo do eixo longitudinal, e alcança sua maior 
proporção na ponta da unha. 
- Neste local, as bordas laterais pinçam, aprisionam e comprimem o leito 
ungueal como as garras de uma pinça, sem necessariamente haver ruptura 
da epiderme. Eventualmente o tecido mole pode até mesmo desaparecer, 
às vezes com reabsorção óssea subjacente. 
- Na maioria das vezes, a dor é moderada, mas, em alguns casos, pode ser 
intensa. Geralmente é provocada pela pressão. Reação inflamatória não é 
rara. 
- Essa deformação idiopática e dolorosa acomete preferencialmente 
adultos, sobretudo mulheres. As alterações ocorrem com mais frequência 
nas unhas do hálux do idoso e podem estar associadas a deformidades dos 
pés. 
- Se congênita, geralmente acomete todas as unhas. Pode também ser 
secundária à exostose subungueal ou à osteoartrite inflamatória, como 
também a algumas doenças dermatológicas, especialmente psoríase. 
 
- O tratamento fica reservado aos casos sintomáticos e consiste em 
aplicação de grampos metálicos nas unhas, para regular a curvatura 
ungueal, ou em lixar a parte média da placa ungueal quase até o leito, para 
quebrar a curvatura convexa da unha, elevando suas partes laterais. Nos 
casos graves, pode-se remover a unha e destruir o leito ungueal com 
aplicação de fenol. Quando secundária à exostose subungueal, esta deve 
ser ressecada. 
 
 
UNHA ENCRAVADA/ ONICOCRIPTOSE 
- Quando a margem ungueal irrita e 
penetra os tecidos vizinhos, há lesão da 
pele nas dobras laterais, com instalação 
de infecção crônica e formação de tecido 
de granulação. A esse quadro, que pode 
estar presente total ou parcialmente, 
denomina-se unha encravada. Essa 
afecção se verifica mais comumente no 
hálux. 
 
 
 
- A maioria dos autores concorda que 
o corte inadequado das unhas e/ou o 
uso de sapatos apertados são os 
fatores etiológicos mais importantes. 
Naturalmente, essas causas terão de 
ser removidas para se obter bom 
resultado no tratamento e evitar 
recidivas. 
- O uso de sapatos de salto alto agrava 
o problema, pois aumenta o peso e a 
pressão nas partes anteriores do pé. 
Outros fatores etiológicos incluem deformidade do artelho, traumatismos 
repetidos, pressão interna devida a crescimento subungueal, exostose 
subungueal e condições sistêmicas, como obesidade. 
- Nos casos em que há apenas a penetração da 
borda ungueal na dobra lateral, com ausência de 
tecido de granulação, adota-se a seguinte conduta: 
o paciente é instruído a ter mais cuidados com os 
pés e a usar sapatos que não apertem a região 
anterior; em mulheres, o uso de sapatos de salto 
alto é desaconselhado; instruções são dadas quanto ao modo correto de 
cortar as unhas, isto é, a linha de corte deve formar ângulo de 90o com o 
eixo longitudinal do artelho. 
- Nos casos em que há espícula lateral perfurando a pele da borda lateral e 
tecido de granulação cobrindo pequena região anterolateral da unha, 
procede-se do seguinte modo: após anestesia troncular, faz-se o 
levantamento da borda lateral da unha com pinça hemostática curva, tipo 
Halstead, de ponta fina, o que faz com que pequena área lateral da unha 
seja deslocada do leito ungueal. 
- A seguir, secciona-se a espícula com bisturi de lâmina no 11 ou tesoura e 
introduz-se um pedaço de algodão sob o leito ungueal, para afastar a borda 
da unha da goteira lateral. O algodão deve ser embebido 2 vezes ao dia com 
solução de PVP-I e mantido no local até que o ressalto lateral, formado ao 
se seccionar a espícula, ultrapasse cerca de 2 mm o hiponíquio. 
 
- Nos casos em que o tecido adjacente a toda a borda da unha apresenta-se 
hipertrofiado, com toda a borda encravada, a técnica recomendada inclui: 
após anestesia troncular, secciona-se, em cunha, o tecido hipertrofiado e 
coloca-se um coxim dealgodão sob toda a borda ungueal acometida, 
deslocando a unha alguns milímetros de seu leito, desde a raiz até a 
extremidade distal. Se há espícula nessa borda, ela é seccionada como na 
técnica anterior. O algodão deve ser embebido 2 vezes ao dia com solução 
 
4 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
de PVP-I e mantido no local até a cicatrização completa da área ressecada, 
e até que a unha esteja de tamanho adequado para ser cortada 
corretamente. Essa técnica está associada a bom resultado estético, visto 
que, após a cura da lesão, a unha fica idêntica à que era antes da afecção. 
 
- Outra técnica consiste em ressecar, após anestesia troncular, o terço da 
unha do lado acometido, da borda livre até a raiz, junto com o tecido 
hipertrofiado e de granulação. Pode-se proceder à cauterização, com fenol, 
da matriz ungueal, após a remoção da borda da unha. Esse tratamento vem 
sendo utilizado com sucesso. Um cotonete embebido em solução de fenol 
é aplicado na matriz da unha, permanecendo em contato pelo período de 3 
min. Após esse período, o dedo é ocluído com curativo não aderente. 
 
- Uma alternativa à cauterização com fenol é a ressecção em cunha do 
tecido de granulação e da borda ungueal até a base da unha, incluindo o 
epitélio germinativo. Inicialmente, após antissepsia e anestesia troncular, a 
borda da unha é incisada com bisturi de lâmina no 11 ou 15, desde a sua 
extremidade distal até a base da unha. Uma segunda incisão é feita logo 
abaixo da primeira, englobando o tecido de granulação e a borda da unha, 
que são retirados em cunha. A seguir, curetam-se o leito e a matriz ungueal 
com o cuidado de não deixar nenhum epitélio germinativo remanescente. 
A parte proximal da ferida é aproximada com pontos simples com fio de 
mononáilon 4-0 realizando-se, a seguir, curativo oclusivo. 
 
- Nos casos em que a unha encravada não estiver associada a infecção ao 
longo da margem ungueal, pode-se executar a cirurgia proposta por Bartlett 
em 1937. Nessa técnica, após anestesia troncular, uma elipse de pele e 
tecido celular subcutâneo é retirada na borda lateral ou medial do artelho. 
A ferida cirúrgica é suturada com fio de mononáilon 4-0. A técnica tem a 
vantagem da menor morbidez, pois geralmente a cicatrização ocorre por 
primeira intenção. 
- Tratamento é a cantoplastia. 
HEMATOMA SUBUNGUEAL 
- Uma contusão na extremidade do dedo, provocada, entre outros, por 
compressão violenta decorrente de martelada, fechamento de porta, queda 
de objeto pesado ou engrenagem de máquina, pode produzir hematoma 
subungueal. 
- Essa lesão é extremamente 
dolorosa, pois o tecido é fortemente 
comprimido pelo sangue extravasado 
que se acha entre duas estruturas 
rígidas: a unha e a falange distal. 
- A grande maioria dos pacientes 
procura atendimento médico 
motivados pela dor, para a qual se 
consegue rápido alívio ao se 
descomprimir o espaço subungueal. Uma técnica simples e pouco 
traumática de drenar o hematoma consiste em perfurar a unha sobre ele, 
com agulha descartável de calibre fino (25 × 7 ou 25 × 8) fazendo-se 
movimentos de rotação. 
- Como a ponta dessas agulhas é bem afiada, consegue-se a perfuração da 
unha aos poucos, sem necessidade de pressão excessiva, até que o sangue 
retido encontre saída. Desse modo, a dor é mínima e não há necessidade 
de anestesia local, o que não ocorre quando se tenta perfurar a unha com 
ponta de bisturi. 
- O aquecimento da agulha ao rubro facilita a perfuração. Após a drenagem, 
faz-se curativo compressivo e enfaixa-se a mão em posição anatômica, com 
o uso de tipoia alta por, pelo menos, 24 horas. 
- O estudo radiográfico é recomendado em todos os casos, pois pode haver 
associação com fratura da falange distal. 
 
 
 
5 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
TRAUMA UNGUEAL 
- Nessas lesões, os fragmentos da unha aderentes ao leito ungueal devem 
ser conservados. Na avulsão parcial traumática da unha, após anestesia por 
bloqueio regional e limpeza cuidadosa, recoloca-se a unha sobre o leito 
ungueal por meio de três pontos em U com fio de mononáilon 5-0. 
- Nos casos de ferimentos cortantes envolvendo a unha, a sutura na própria 
unha mantém os fragmentos no lugar. Em todos os casos, o cirurgião deve 
fazer o possível para conservar a unha. 
 
MELANONÍQUIA 
- Melanoníquia estriada ou longitudinal é 
o termo utilizado para designar qualquer 
hipercromia linear marrom ou enegrecida 
da lâmina ou do leito ungueal. 
- Pode ser de causa neoplásica (nevo 
melanocítico, melanoma) ou não 
neoplásica (racial ou medicamentosa). 
Origina-se, mais frequentemente, da 
matriz ungueal distal que contém 
melanócitos ativos. 
- À dermatoscopia, observa-se coloração acinzentada com padrão irregular 
de finas linhas longitudinais. 
TUMORES MALIGNOS DA UNHA E REGIÃO PERIUNGUEAL 
Melanoma 
- O melanoma subungueal pode 
originar-se de diferentes sítios 
anatômicos. Na maioria dos casos, 
desenvolve-se a partir da matriz 
ungueal, mas pode originar-se no 
epitélio do leito ungueal ou na 
epiderme ao redor da matriz 
ungueal. 
- O melanoma da matriz ungueal 
pode ser considerado forma particular de melanoma do tipo acral 
lentiginoso. Caracteriza-se por lesão assimétrica e mal delimitada, com 
proliferação de melanócitos atípicos arranjados em ninhos ou em unidades 
solitárias, localizadas em todos os níveis da matriz ungueal. 
- Outros tipos histológicos também podem ser encontrados. O melanoma 
subungueal é raro, correspondendo de 0,3% a 3,5% dos melanomas. 
Geralmente acomete idosos, sendo extremamente raro na infância. 
- Localiza-se mais frequentemente no polegar e no hálux. 
- O acometimento de um único dedo com faixa pigmentada aumenta a 
suspeita de melanoma subungueal, especialmente se a largura for maior 
que 3 mm, houver pigmentação de diversos tons de marrom ao negro, 
houver pequeno grau de deformidade ungueal ou surgir na meia-idade. 
- sistema para identificação de lesões sugestivas de melanoma subungueal: 
A. Age (idade). Pico entre o quinto e o sétimo decênios de vida. 
B. Band (faixa ungueal). 
 Pigmentação marrom a preta. 
 Largura superior ou igual a 3 mm e bordas irregulares. 
C. Change (alteração). 
 Aumento rápido de tamanho ou da taxa de crescimento. 
 Lack of change. Ausência de melhora da distrofia ungueal, apesar 
do tratamento adequado. 
 
D. Digit involved (dedo afetado). Em ordem de frequência: 
 Polegar, hálux, indicador; 
 Dedo único, múltiplos dedos; 
 Mão dominante. 
E. Extension (extensão). Pigmentação envolvendo a prega ungueal proximal 
ou lateral (sinal de Hutchinson), ou a borda livre da lâmina ungueal. 
F. Familial history (antecedentes familiares). Antecedente familiar ou 
pessoal de melanoma ou síndrome do nevo displásico. 
- O diagnóstico deve ser feito pela suspeita clínica, seguida da 
dermatoscopia. Esta pode ser realizada no leito ungueal ou na matriz 
ungueal. O dermatoscópio é posicionado diretamente na lesão. O encontro 
de padrão regular com coloração marrom-acinzentada favorece o 
diagnóstico de lesão benigna. 
- A presença de padrão irregular e de coloração marrom a preta indica 
provável lesão maligna. O diagnóstico de certeza é dado pela biópsia e 
estudo anatomopatológico. 
- A biópsia da lesão ungueal pode ser incisional ou excisional, de acordo com 
o tamanho da lesão. Deve ser feita sob visão direta após remoção da unha 
(total ou parcial). Esta deve ser também encaminhada para estudo 
anatomopatológico, devido ao íntimo contato com a lesão. 
- O tratamento consiste na amputação do dedo acometido ou da articulação 
justaproximal à lesão.

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