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Lesões Tendíneas

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As lesões de tendão estão entre as lesões mais 
comuns por esforço repetitivo. Três tipos principais 
são reconhecidos: 
Tendinite 
 Inflamação do tendão, que, apesar da popularidade 
do rótulo diagnóstico, raramente foi provada de forma 
histológica. Locais comuns de tendinite incluem o 
manguito rotador do ombro (tendões do supraespinal, 
do bíceps), a inserção dos extensores do punho 
(epicondilite lateral, cotovelo-de-tenista) e flexores 
(epicondilite medial) no cotovelo, tendões patelar e 
poplíteo e trato iliotibial no joelho, inserção do tendão 
tibial posterior na perna (estiramento do músculo 
flexor longo dos dedos) e o tendão do calcâneo no 
calcanhar. A tendinite é mais comumente causada por 
esforço repetitivo. Mudanças patológicas 
consistentes com inflamação crônica costumam estar 
presentes. 
Degeneração de tecido, caracterizada por atrofia 
celular, também pode ser observada. Cálcio pode se 
depositar ao longo do tendão causando uma tendinite 
calcificada. 
Tratamento fisioterápico 
Inicial – diminuição da inflamação 
Final – flexibilidade / resistência / força. 
Tipos de lesão 
• Calcâneo (corredor) 
• Patelar (saltador ou Jumper’s Knee) 
• Adutores de quadril (futebol) 
• Manguito rotador (nadador) *síndrome do 
impacto. 
• Extensor comum dos dedos (tenista) / 
epicondilite 
• Flexor comum dos dedos (golfista) / 
epicondilite 
• Extensor curto e abdutor longo do polegar 
(doença de DeQuervain). 
*Condições associadas: Bursite 
 
 
 
 
Tendinose 
Alteração degenerativa e crônica do tendão 
acompanhada de dor e muitas vezes associada a 
espessamento do tendão. 
Complicação pode levar a uma tendinite calcária. 
Tratamento 
Ortopédico: pode ser conservador ou cirúrgico. 
Fisioterapêutico: analgesia; fortalecimento dos 
músculos acessórios. 
 
Paratendinite 
Termo que inclui peritendinite, tenossinovite e 
tenovaginite para descrever um distúrbio inflamatório 
dos tecidos que circundam o tendão, tais como a 
bainha tendínea. Em muitos casos, essas condições 
parecem resultar da fricção repetitiva do tendão e de 
sua bainha. 
Ruptura parcial ou completa 
Pode ocorrer por lesão traumática ou espontânea, 
uma dor aguda, a ruptura pode se ouvir ou sentir. 
Perda imediata da função, edema e hematoma. 
Quando completa há um espaço palpável chamado de 
gap tenídeo. 
 
Cicatrização parcial: de 3 a 6 semanas; 
Completa é mais difícil 
Tratamento 
Ortopédico 
Parcial: conservador ou cirúrgico 
Completa: sempre cirúrgico (sutura ou enxerto) 
Imobilização p.o de 3 a 9 semanas. 
 
Cicatrização do ligamento e do tendão 
O processo de cicatrização do ligamento e do 
tendão é complexo. A resposta de cicatrização 
intrínseca não foi observada em ligamentos intra-
articulares como o LCA, pois esses ligamentos 
possuem um suprimento sanguíneo limitado e o líquido 
sinovial pode inibir a resposta inflamatória. A 
cicatrização de ligamentos e tendões extra-
articulares, contudo, ocorre em quatro fases sobre- 
postas. 
Fase I: hemorrágica 
Após a ruptura do tecido, o espaço é rapidamente 
preenchido com um coágulo sanguíneo. Os leucócitos e 
linfócitos PMN aparecem dentro de algumas horas, 
disparados pelas citocinas liberadas dentro do 
coágulo. Os leucócitos e linfócitos PMN respondem 
aos sinais autócrino e parácrino para expandir a 
resposta inflamatória e recrutar outros tipos de 
células para o local da lesão. 
Fase II: inflamatória 
Os macrófagos chegam dentro de 24 a 48 horas 
e são predominantemente do tipo celular durante 
vários dias. Eles executam fagocitose dos tecidos 
necróticos e secretam múltiplos tipos de fatores de 
crescimento que induzem à neovascularização e à 
formação de tecido de granulação. Por volta do 
terceiro dia depois da lesão, a ferida contém 
macrófagos, leucócitos PMN, linfócitos e células 
mesenquimatosas multipotencais e plaquetas. As 
plaquetas liberam PDGF, TGF-β e EGF. Os 
macrófagos produzem FGF, TGF-α, TGF-β e PDGF 
básicos. Esses fatores de crescimento não são 
apenas quimiotáticos para fibroblastos e outras 
células, mas também estimulam a proliferação de 
fibroblasto e a síntese dos colágenos dos Tipos I, III e 
V, bem como as proteínas de não colagenosas. 
Fase III: proliferação 
O último tipo celular a chegar no ferimento é o 
fibroblasto. Embora o debate continue, atualmente 
acredita-se que os fibroblastos sejam recrutados do 
tecido adjacente e da circulação sistêmica. Esses 
fibroblastos possuem um retículo endoplasmático 
áspero abundante e começam a produzir colágeno e 
outras proteínas matriciais dentro de uma semana 
após a lesão. Por volta da segunda semana após a 
ruptura, o coágulo sanguíneo original torna-se mais 
bem organizado devido à proliferação celular e à 
matriz. Nesse ponto, inicia-se a formação de brotos 
capilares. O conteúdo total de colágeno é maior do que 
nos ligamentos ou nos tendões normais, mas a 
concentração de colágeno é menor e a matriz 
permanece desorganizada. 
Fase IV: remodelamento e maturação 
A fase IV é marcada pela diminuição gradual na 
celularidade do tecido cicatricial. A matriz torna-se 
mais densa e com orientação longitudinal. A quantidade 
de colágeno, o conteúdo de água e a proporção dos 
colágenos dos Tipos I a III começam a se aproximar 
aos níveis normais. 
A sequência integrada de sinais bioquímicos e 
biomecânicos é essencial para o remodelamento do 
ligamento. Esses sinais regulam a expressão das 
proteínas estruturais e enzimáticas, incluindo enzimas 
de degradação, como colagenase, estromelisina e o 
ativador da plasmina. O tecido cicatrizado continua o 
processo de amadurecimento durante muitos meses, 
mas nunca atingirá as características morfológicas 
normais ou as propriedades mecânicas. As lesões 
ligamentares podem levar até três anos para 
cicatrizarem ao ponto de readquirir a resistência 
normal à tensão, embora alguma resistência seja 
readquirida na quinta semana após a lesão, 
dependendo da gravidade. Um ligamento pode ter 
50% de sua resistência à tensão normal por volta dos 
seis meses após a lesão, 80% após um ano e 100% 
apenas depois de 1 a 3 anos. As forças aplicadas ao 
ligamento durante sua recuperação ajudam a 
desenvolver a força na direção em que esta é aplicada.

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