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Aula 2 - Origem e evolução das plantas daninhas


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Disciplina de Agricultura Geral
UNIDADE II – ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS
DANINHAS
Prof. André da Costa
Rio do Sul, junho de 2017
Origem e Evolução
 Várias formas de classificação quanto à 
ORIGEM:
 1.
◦ espécies silvestres adaptadas à áreas de 
perturbação natural (glaciação a 2,5 milhões 
de anos);
◦ novas espécies que desenvolveram-se junto 
com a agricultura.
Origem e Evolução
 2.
◦ espécies obrigatórias;
◦ espécies facultativas.
 3.
◦ Autóctones
◦ Alóctones
a) Quanto a origem
ECOFISIOLÓGICA
• Autóctones (nativas, naturais, apófitas, 
selvagens)
- originárias da região em que vivem;
Apófitas – espécies fora de seu habitat 
por ação do homem. 
Ex: Campos nativos – área agrícola.
Carrapichão, Gravatá.
CLASSIFICAÇÃO
a) Quanto a origem
ECOFISIOLÓGICA
• Alóctones (introduzidas, naturalizadas, 
cosmopolitas, antropófitas)
- espécies trazidas de outras regiões com 
devida finalidade, no entanto, tornam-se 
problema;
Ex: forrageiras com finalidade econômica trazidas para o 
Brasil:
- Capim-massambará (Sorghum halepense) – EUA
- Capim colonião (Panicum maximum)– África;
CLASSIFICAÇÃO
• Alóctones (introduzidas)
◦ Outras plantas trazidas para o Brasil também 
como forrageiras
 Brachiaria decumbens da África;
 Cyperus rotundus, dos EUA.
CLASSIFICAÇÃO
Origem e Evolução
Origem provável de plantas daninhas ocorrentes no Brasil:
b) Em relação ao meio em que vivem
(habitat)
 Plantas de hábito terrestre e de hábito 
aquático
◦ a) terrestres
◦ b) aquáticas
 emersas ou emergentes
 flutuantes
 submersas (livres e ancoradas)
 Marginais
◦ c) Epífetas
◦ d) Parasitas
áreas cultivadas pelo homem;
em pastagens naturais
Sobre o solo (terrestes)
Ruderais ou cledófilas – em locais 
abandonados (terrenos baldios, áreas industriais);
Viárias – ao longo das estradas.
2) ECOFISIOLÓGICA
b) Quanto ao habitat
CLASSIFICAÇÃO
EMERSAS OU EMERGENTES
- raízes presas ao fundo, com folhas na 
superfície.
FLUTUANTES
- vivem na superfície com raízes submersas.
Na água (aquáticas)
CLASSIFICAÇÃO
2) ECOFISIOLÓGICA
b) Quanto ao habitat
Na água
SUBMERSAS
- completamente abaixo do nível da água
(podem ser ancoradas ou livres).
MARGINAIS
- ocorrem nas bordas de canais e lagoas.
CLASSIFICAÇÃO
2) ECOFISIOLÓGICA
b) Quanto ao habitat
EPÍFITAS
- vivem sobre outras plantas, não são 
trepadeiras nem parasitas. Ex. Bromeliaceas
PARASITAS
- vivem as custas de outras plantas;
Ex. cipó-chumbo (Cuscuta racemosa)
CLASSIFICAÇÃO
3) ECOFISIOLÓGICA
b) Quanto ao habitat
Em outros substratos
c) Em relação ao ciclo de vida
 I) monocárpicas ou hapaxantas
 anuais, 
 bienais e 
 plurianuais ou efêmeras
 II) policárpicas ou poliacantas
◦ perenes simples
◦ perenes só com multiplicação vegetativa
◦ perenes complexas
Efêmeras
Monocárpicas
Anuais
Bienais
Verão
Inverno
CLASSIFICAÇÃO
2) ECOFISIOLÓGICA
c) Quanto ao ciclo
Efêmeras
- ciclo muito curto (algumas semanas).
Monocárpicas
Anuais
- ciclo menor que 1 ano.
CLASSIFICAÇÃO
2) ECOFISIOLÓGICA
c) Quanto ao ciclo
Monocárpicas
ANUAIS DE VERÃO
Germinam na primavera e frutificam no 
outono
Ex. Maioria das espécies da família poaceae.
ANUAIS DE INVERNO
Germinam no final do verão ou início do 
outono e florescem na primavera.
Ex. dicotiledôneas e algumas monocotiledôneas.
CLASSIFICAÇÃO
2) ECOFISIOLÓGICA
c) Quanto ao ciclo
Monocárpicas
BIENAIS
- Crescem vegetativamente durante o 
primeiro ano e no segundo liberam 
sementes;
- Ciclo maior que um ano e menor que dois 
anos.
CLASSIFICAÇÃO
2) ECOFISIOLÓGICA
c) Quanto ao ciclo
Simples: se reproduzem naturalmente, 
apenas por semente.
Policárpicas (Perenes)
Ex: Rumex obtusifolius;
Senecio brasiliensis.
CLASSIFICAÇÃO
2) ECOFISIOLÓGICA
c) Quanto ao ciclo
Rizomatosas e/ou estoloniferas
Estolões: caules acima do solo. 
Ex: Cynodon dactylon.
Rizomas: caules subterrâneos. 
Ex: Solidago chilensis.
CLASSIFICAÇÃO
2) ECOFISIOLÓGICA
c) Quanto ao ciclo
Policárpicas (Perenes)
Bulbosas:
apresentam propágulos vegetativos em 
forma de bulbos, bulbilhos e tubérculos.
Ex: Cyperus rotundus.
CLASSIFICAÇÃO
2) ECOFISIOLÓGICA
c) Quanto ao ciclo
Policárpicas (Perenes)
Em relação ao hábito de crescimento
 herbáceas:  a 1,0 m (eretas ou prostradas)
 sub-arbustivas: de 0,8 a 1,5 m (eretas)
 arbustivas: de 1,5 a 2,5 m
 arbóreas:  de 2,5 m
 trepadeiras: cirríferas ou volúveis
 hemiepífitas
 epífitas
 parasitas
Herbáceas: (maioria das anuais)
- Pequeno porte <1 m;
- Caule sub-lenhoso, tenro. 
Arbustivas: 
- Porte entre 1,5 – 2,5 m;
- Caule lenhoso e ereto. Ex. fedegoso
2) ECOFISIOLÓGICA
d) Quanto ao habitat vegetativo
CLASSIFICAÇÃO
Sub-arbustiva: 
- Eretas com porte de 0,8 – 1,5 m;
- Caule lenhoso.
Ex: Angiquinho
2) ECOFISIOLÓGICA
d) Quanto ao habitat vegetativo
CLASSIFICAÇÃO
Arbóreas:
- Porte > 2,5 m, caule lenhoso e ereto;
Ex: mamona, vassourão.
Trepadeiras: 
- Necessitam de suporte/apoio.
2) ECOFISIOLÓGICA
d) Quanto ao habitat vegetativo
CLASSIFICAÇÃO
Volúveis – sobem por enrolamento;
Ex: Corda-de-viola (Ipomoea heredifolia).
Cirríferas – prendem-se ao suporte 
por meio de gavinhas;
Ex: Balãozinho (Cardiospermum halicacabum).
CLASSIFICAÇÃO
Trepadeiras
Volúveis
Cirríferas
Dinâmica populacional
 a) Sucessão
 b) Reprodução
 c) Produção de sementes
 d) População de sementes no solo
 e) Disseminação
 f) MultiplicaçãoVegetativa
◦ f.1) Importância
◦ f.2) Dormência dos propágulos vegetativos:
◦ f.3) Disseminação dos propágulos
 g) Fatores que envolvem a distribuição ecológica
 a) Sucessão:
 Série de estágios consecutivos, através dos quais a 
vegetação de um local, partindo de um ponto inicial, 
alcança um estágio final de equilíbrio, chamado 
clímax, compatível com as condições climáticas do 
local e estável, enquanto tais condições não sofrem 
alteração.
 O controle das plantas daninhas tenta impedir o 
desenvolvimento natural da sucessão, mantendo a 
vegetação espontânea num estágio herbáceo inicial.
Dinâmica populacional
 b) Reprodução:
 Semente
  principal órgão de perpetuação e 
disseminação;
 vital para espécies desprovidas de meios 
vegetativos; devido a:
 capacidade de distribuir a germinação no 
espaço;
 capacidade de distribuição no tempo.
Dinâmica populacional
 A reprodução por sementes ocorre num
determinado estádio do ciclo de vida, que
pode servir para classificar as plantas em:
 1) plantas anuais
 2) plantas bienais
 3) plantas perenes
Dinâmica populacional
 c) Produção de sementes
 O êxito da produção de sementes depende do 
número e viabilidade das sementes produzidas:
 a) Avena fátua (aveia brava)  250 sementes;
 b) Sisymbrium officinale (Brassicaceae -
mostarda)  ½ milhão;
 c) Amaranthus albus (caruru)  6 a 11 milhões;
 d) Conyza bonariensis (buva)  100 a 200 mil.
Dinâmica populacional
aveia-brava
Dinâmica populacional
Fonte:obotanicoaprendiznaterradosespantos.blogspot.com
 Polygonum convolvulus (CIPÓ DE VEADO)
 200 sementes por planta
 Sonchus oleraceus (SERRALHA) 
 400.000 sementes por planta
Dinâmica populacional
Fonte:robsplants.com
 d) População de sementes no solo
 Banco de sementes = (produzidas na
estação + dormentes + disseminadas) -
(germinadas + destruídas)





Produzidas na estação 
Dormentes 
Disseminadas
Germinadas 
Destruídas
Dinâmica populacional
 Dinâmica do banco de sementes
Dinâmica populacional
 Estimativas do tamanho de bancos de sementes
Dinâmica populacional
•algumas áreas  mais de 250 milhões/ha
•áreas bastante infestadas  mais de 550 milhões/ha
• poucas áreas tem menos que 20 milhões/ha
 e) Disseminação
 Sementes são bem adaptadas para a 
dispersão  estrutura, peso e condições 
ambientais
 Agentes de disseminação
◦ Autocoria (meio próprios)= bolocoria, 
barocoria
◦ Alocoria (meios externos) = anemocoria, 
hidrocória, zoocoria, antropocoriaDinâmica populacional
 Deiscência explosiva (bolocoria):
◦ mamona: > de 10 m
◦ leiteiro:  1 m
Dinâmica populacional
Fonte:plantasonya.com.br Fonte:agrolink.com.br
 1. Naturais
 Gravidade (barocoria):carurús, 
capim arroz, arroz vermelho
Dinâmica populacional
Fonte:www2.ufla.br
Fonte:aboaterra.com.br
 Vento (anemocoria): meio natural mais comum
 estruturas especiais ou peso.
Exemplos: Falsa Serralha, Serralha, 
Dinâmica populacional
Fonte:flickr.comFonte: br.viarural.com
 Água (hidrocoria): unidades de dispersão 
flutuantes
◦ Sementes
◦ Frutos
 Exemplos: maioria das sementes das plantas 
daninhas, inclusive Rumex sp. (língua-de-vaca)
Dinâmica populacional
 Animais (zoocoria): agentes eficiêntespara curtas
e médias distâncias
◦ Endozóica
◦ Melão-de-são-caetano
◦ Epizóica
◦ Semente com cerdas - Picão-preto 
◦ semente com ganchos - Carrapicho-beiço-
de-boi 
◦ Semente com espinhos - Capim-carrapicho
Dinâmica populacional
 2.Artificiais
 Homem (antropocoria): um dos mais importantes
 - junto à roupa
 - veículos e equipamentos
 - sementes cultivadas (capim-arroz)
Dinâmica populacional
Fonte:opresente.com.br
 f) MultiplicaçãoVegetativa
 Propagação por órgãos ou fragmentos de 
tecidos especializados capazes de regenerar uma 
nova planta.
 Produz poucos indivíduos com altas chances e 
idênticos aos pais e entre si (clones).
 Órgãos como rizomas, tubérculos,estolões, 
bulbilhos, bulbos e gemas adventíceas.
Dinâmica populacional
 f) MultiplicaçãoVegetativa
Dinâmica populacional
 f.1) Importância  extrema agressividade 
e prejuízos
 Possuem crescimento vigoroso desde o início
 mais resistentes aos herbicidas que as
originadas de sementes.
 Mas as partes vegetativas são mais facilmente 
destruídas em condições adversas.
 Sorgo-de-alepo  60 a 90 m de rizomas e mais 
de 20.000 sementes durante o ciclo.
Dinâmica populacional
- porção terminal do rizoma
- intumescimento tuberoso do rizoma
- gemas axilares com dominância
 I) apical (própria planta):
◦ dominância apical
◦ imaturidade fisiológica
◦ camadas externas 
impermeáveis [02 e H2O]
Dinâmica populacional
 f.2) Dormência dos propágulos vegetativos: 
curto período após a separação
 Dois tipos de dormência:
 II) ambiental:
◦ condições de solo
◦ relação entre gases 
(O2 e CO2)
◦ temperatura
◦ umidade
 Enzimas estão envolvidas no processo, variando
o período de dormência de acordo com
espécies e os fatores ambientais.
 Em geral, curtos períodos:
◦ solos compactados e sem manejo  nunca > a 5 anos;
◦ solos cultivados  muito menos.
Dinâmica populacional
 f.3) Disseminação dos propágulos:
 menos eficientes que sementes: pois, são grandes, 
pesados e menos resistentes;
 meios: trabalhos de solo, movimento de 
máquinas, palhas, fenos e água de irrigação.
Dinâmica populacional
Fonte:gallery.vedap.pt
 g) Fatores que envolvem a distribuição 
ecológica
 ambiente agrícola: comunidade de plantas
cultivadas em associação com plantas
daninhas;
 monocultura: espaço ocioso em ambientes
perturbados, aos quais as plantas daninhas
são adaptadas;
 sistemas de produção, através das práticas de
manejo, cria-se uma associação específica
entre cultura e a planta daninha;
Dinâmica populacional
 g) Fatores que envolvem a distribuição 
ecológica
 A ocorrência, abundância, variação e 
distribuição das plantas daninhas são 
determinadas por fatores climáticos, edáficos e 
bióticos que caracterizam um ambiente.
 a) climáticos:
◦ luz
◦ temperatura
◦ água
◦ vento
Dinâmica populacional
 b) edáficos:
◦ água do solo
◦ aeração
◦ temperatura
◦ pH
◦ fertilidade
◦ efeito do sistema de cultivo sobre o solo e sua 
estrutura
 c) bióticos:
◦ plantas
◦ animais
Dinâmica populacional
Espécies daninhas mais importantes
No mundo
1. Cyperus rotundus (p);
2. Cynodon dactylon (p);
3. Echinochloa colonum (a);
4. E. crusgalli (a);
5. Eleusine indica (a);
6. Sorghum halepense (p);
7. Eichornia crassipes (p);
8. Imperata cilyndrica (p);
9. Lantana câmara (p)
 Em SC
 Anuais:
 Verão:
◦ sequeiro:papuã,milhã,picão-preto,leiteiro,corriola
◦ irrigado: capim arroz, angiquinho;
 Inverno:
◦ nabo,silene,cipozinho,espérgula, língua de vaca;
 Perenes: 
 guanxuma, fedegoso;
 Pastagens nativas:
 carqueja,mio-mio,chirca, gravatá, maria-mole,
alecrim,annoni,barba de bode;
Espécies daninhas mais importantes
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/ms-
rural/videos/v/plantas-daninhas-geram-
prejuizos-de-ate-u-95-bi-aponta-onu/4639310/
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/ms-
rural/videos/v/embrapa-busca-alternativas-
para-agricultores-no-manejo-de-plantas-
invasoras/4639264/
https://www.youtube.com/watch?v=kONHVxc
_ZsQ
https://www.youtube.com/watch?v=ydghdnQ
Kv-A
https://www.youtube.com/watch?v=VnvrY7fA
PwQ
https://www.youtube.com/watch?v=dYMW4L
eqqao
https://www.youtube.com/watch?v=qESiSWD
2pGc
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/ms-rural/videos/v/plantas-daninhas-geram-prejuizos-de-ate-u-95-bi-aponta-onu/4639310/
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/ms-rural/videos/v/embrapa-busca-alternativas-para-agricultores-no-manejo-de-plantas-invasoras/4639264/
https://www.youtube.com/watch?v=kONHVxc_ZsQ
https://www.youtube.com/watch?v=ydghdnQKv-A
https://www.youtube.com/watch?v=VnvrY7fAPwQ
https://www.youtube.com/watch?v=dYMW4Leqqao
https://www.youtube.com/watch?v=qESiSWD2pGc

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