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1 FACULDADE AVM MBA PSICOTERAPIA EM INTERVENÇÃO EM CRISE E PREVENÇÃO DO SUICÍDIO. SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE Autora da Pesquisa: Dayane Rose de Almeida Pedro Orientadora: Profª. Adriana Barbosa Sócrates Belo Horizonte/MG 2018 2 DAYANE ROSE DE ALMEIDA PEDRO SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Faculdade AVM como requisito parcial para obtenção do título de especialista em MBA Psicoterapia em Intervenção em Crise e Prevenção do Suicídio. Orientadora: Profª. Adriana Barbosa Sócrates. Belo Horizonte/MG 2018 3 DAYANE ROSE DE ALMEIDA PEDRO PÓS – GRADUAÇÃO MBA PSICOTERAPIA EM INTERVENÇÃO EM CRISE E PREVENÇÃO DO SUICÍDIO. TCC julgado e aprovado: Nome do Orientadora: Prof. Égle Pires Santos Local e ano de entrega: _______________________________ Belo Horizonte/MG 2018 4 DEDICATÓRIA 5 AGRADECIMENTOS 6 RESUMO Este trabalho de TCC tem o objetivo de mostrar, o olhar da Saúde Mental do Adolescente, através de uma revisão literária, sobre as situações prioritárias de saúde mental na adolescência, definidas pela Organização Mundial da Saúde, tais como depressão, ansiedade, abuso de substâncias, transtorno de conduta, transtornos alimentares, psicoses, maus-tratos e violência. Sendo utilizadas referências bibliográficas, identificando que os adolescentes e/ou familiares têm muita dificuldade de compreensão e entendimento sobre o surgimento do sofrimento psíquico, não conseguindo muitas vezes, lidar com a atual situação. Sendo que o tratamento na maioria dos casos, não é iniciado precocemente e nem buscam, por desconhecimento um tratamento mais especializado para a doença de seu ente. A partir deste trabalho, aponta-se para que os familiares necessitam de grupos de informações sobre a doença mental, para perceberem o início da agudização do quadro e com isso possibilitar o tratamento adequado. A seguir, foram feitas análises qualitativas dos principais resultados. Verificou-se que a produção brasileira tem aumentado nos últimos anos e que a maioria dos trabalhos está voltada para a identificação do problema, e em menor número para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e prevenção. Palavras chaves: Adolescente; Saúde Mental; Literatura de Revisão. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8 PROBLEMA ..................................................................................................... 10 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 10 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ........................................................................... 11 METODOLOGIA ............................................................................................... 11 CAPÍTULO I – REVISÃO LITERÁRIA .............................................................. 12 CAPÍTULO I - SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA, OS FATORES DE..... 13 DESENVOLVIMENTO MENTAL ...................................................................... 13 CAPÍTULO II - A ATENÇÃO BÁSICA NO DESENVOLVIMENTO MENTAL NA ......................................................................................................................... 21 ADOLESCÊNCIA ............................................................................................. 21 CAPÍTULO III – A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL NA ADOLESCENCIA. 25 CONCLUSÃO ................................................................................................... 26 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 28 8 INTRODUÇÃO A ampliação sócio-emocional está relacionada à saúde mental do adolescente que, segundo a Organização Mundial da Saúde, é entendida como o bem-estar subjetivo, a auto eficácia percebida, a autonomia, a competência, a dependência inter geracional e auto-realização do potencial intelectual da pessoa (OMS, 2002). Estudos indicam que a Saúde mental do adolescente brasileiro parte de uma pesquisa de desenvolvimento estratégico, poder promover e identificar as habilidades emocionais no seu contexto familiar e quais são os fatores emocionais dos adolescentes são produzidas pela combinação de fatores de risco, que podem ser genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais, envolvendo interações complexas. Porém, ao mesmo tempo, existem fatores de proteção, que irão reduzir a probabilidade de resultados adaptativos diante das condições de risco, afirmam os autores FIGUEIRAS, 2004 e GREENBERG, 2000. Para mais perfeita compreensão dos processos envolvidos e relacionados à saúde mental dos adolescentes em condições tanto negativas quanto positivas esse processo do desenvolvimento sócio emocional, aponta- se a Teoria Bioecológica, de Urie Bronfenbrenner, que propõe que o desenvolvimento deve ser compreendido a partir das características do ambiente e de suas relações com o processo, à pessoa e o tempo (CID, 2011). Nesse sentido a direção, de pesquisa bibliográfica busca fazer alguns apontamentos de como Identificar como as habilidades emocionais e como podem ser desenvolvidas pelos adolescentes brasileiros no contexto familiar, considerando a adolescência pode-se dizer que os contextos familiares e escolares são os mais imediatos e intensamente vivenciados pelos adolescentes e que, por isso, faz-se necessário que tais ambientes proporcionem as mesmas situações que promovem o crescimento saudável, no que se refere aos aspectos motores, emocionais, afetivos, sociais e cognitivos (MATSUKURA; CID, 2008). 9 Quero ressaltar que o contexto escolar representa um dos mais influentes neste desenvolvimento, em virtude da longa permanência do adolescente nesse ambiente. Por esta razão, a escolarização tem sido uma preocupação de profissionais e pesquisadores de saúde mental, compreendendo este, como um espaço potencial de ações de promoção à saúde mental de crianças (ATIKINS et al., 2010). Alguns estudos relacionados à Saúde Mental do Adolescente passa por um viez e alguns contra pontos em que se têm focado nas possíveis associações existentes entre a saúde mental e o desencadeamento de algumas patologias e comportamentos seja no desempenho escolar, familiar e social. Nessas características e condições familiares e, também, nas percepções dos profissionais de psicologia nesse processo (D’BREU; MARTURANO, 2010). Neste artigo tem como principal objetivo identificar, junto à literatura científica, outros estudos que abordaram a Identificar como as habilidades emocionais podem ser desenvolvidas pelos adolescentes brasileiros no contexto familiar. Outro ponto de vista é poder identificar as diferenças em características do contexto familiar que possam influenciar o rendimento acadêmico dos adolescentes e traçar o perfil desses adolescentes e os fatores de risco mental para o seu desenvolvimento. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento da produção nacional sobre a saúde mental na adolescência, identificando as temáticas mais frequentes na área e destacando algumas características dos principais tópicos nesta faixa etária. O interesse em identificar essa produção justifica-se pela importância que a adolescência adquiriu nas últimas décadas, em função do reconhecimento das consequências negativas dos problemas de saúde mental e a constatação da menor atenção dedicada a esta faixa etária em relação às demais. Esse estudo e levantamento está sendo realizado a partir de uma revisão bibliográfica e uma análise no que diz o Ministério da Saúde que não preconiza açõesde Psicologia na atenção básica e também não tem uma proposta para saúde mental das crianças e adolescentes, exceto para 10 transtornos mentais graves, através da implantação dos Centros de Atenção Psicossocial para a Infância e Adolescência (CAPS) (Ministério da Saúde, 2005b) . Por vezes o termo saúde mental fica restrito ao atendimento psiquiátrico, desconsiderando-se sua abrangência e a contribuição de várias disciplinas no atendimento de crianças e adolescentes com problemas emocionais e comportamentais. Estudos têm mostrado que grande parte da clientela que procura os serviços de saúde mental é composta por crianças e adolescentes, a maioria do sexo masculino, sendo a queixa de maior incidência o mau desempenho acadêmico, seguido de comportamento agressivo e desobediência em casa e na escola (Ancona-Lopez, 1981; Bernardes-da-Rosa, Garcia, Domingos & Silvares, 2000; Schoen-Ferreira, Silva, Farias & Silvares, 2002). DELIMITAÇÃO DA PESQUISA Saúde mental do adolescente brasileiro: desenvolvimento de estratégias que promovam habilidades emocionais no seu contexto familiar. PROBLEMA Quais são as habilidades emocionais que podem ser desenvolvidas pelos adolescentes brasileiros no contexto familiar? OBJETIVO GERAL O objetivo desta pesquisa e poder apontar e desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde metal do adolescente ampliando o seu grau de autonomia e assim poder, identificar como as habilidades emocionais podem ser desenvolvidas pelos adolescentes brasileiros no contexto familiar. 11 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Conceituar o que é saúde mental do adolescente e quais são as habilidades emocionais nessa fase. Traçar um perfil das situações que são frequentes no contexto familiar e inviabiliza o desenvolvimento da saúde emocional do adolescente. Apresentar através de revisão bibliográfica, abordagens psicológicas que tem contribuído para o desenvolvimento de habilidades emocionais para o adolescente no seu contexto familiar. METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática da literatura nacional e internacional sobre Saúde Mental do Adolescente. A pesquisa focalizou trabalhos, publicações e artigos publicados em língua portuguesa. A seguir apresentam-se os procedimentos adotados para a busca pelas produções internacionais e, em seguida, para a busca nacional Realizou-se uma revisão integrativa de literatura acerca dos fatores de risco associados a problemas de saúde mental de adolescentes. A revisão integrativa é o instrumento da Prática Baseada em Evidências (PBE), que possibilita a síntese e a análise do conhecimento produzido acerca da temática investigada. Trata-se de técnica de pesquisa com rigor metodológico que aumenta a confiabilidade e a profundidade das conclusões da revisão. Na busca inicial, utilizando os descritores Saúde Mental e Adolescente, foram encontrados diversos autores e artigos que foram analisados a partir de um instrumento construído especialmente para esse fim. A discussão das informações foi feita de forma descritiva, que fizeram parte desta revisão. 12 CAPÍTULO I – REVISÃO LITERÁRIA Esta pesquisa busca realizar e/ou apontar uma revisão integrativa de literatura acerca dos fatores de risco associados a problemas de saúde mental de adolescentes. A revisão integrativa é o instrumento da Prática Baseada em Evidências (PBE), que possibilita a síntese e a análise do conhecimento produzido acerca da temática investigada. Trata-se de técnica de pesquisa com rigor metodológico que aumenta a confiabilidade e a profundidade das conclusões da revisão. Para fins acadêmicos de operacionalização esta revisão utilizará das seguintes etapas: definição dos critérios de inclusão e exclusão; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados (categorização dos estudos); análise e interpretação dos dados; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa e apresentação da revisão ou síntese do conhecimento. 13 CAPÍTULO I - SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA, OS FATORES DE DESENVOLVIMENTO MENTAL Em linhas gerais, os fatores e as políticas de desenvolvimento da saúde mental existentes estão relacionados na atuação podem ser diretamente resumidas diretamente através de uma ação comportamental da população adulta. Porém, na população de adolescentes, os tipos de transtornos, os principais fatores de risco e de proteção, estratégias de intervenção e organização do sistema de serviços têm especificidades que não podem ser contempladas pela simples extensão das estratégias de cuidado da população adulta à população infantil e juvenil (COUTO, DUARTE e DELGADO, 2008). Crianças e adolescentes estão em processo de desenvolvimento e, sendo assim, suas peculiaridades e necessidades precisam ser consideradas e respeitadas. Dentre delas, podemos destacar: 1. Progresso da atividade mental, através da melhor utilização da percepção, imaginação, memória lógica e atenção. 2. Aumento da capacidade de controla a imaginação, essencial para frear a fantasias excessivas e prejudicial ao desenvolvimento do pensamento lógico. Pensamento mágico, fabulador, que predominava na infância, cede lugar ao pensamento baseado nas evidências dos fatos reais. A criança que sempre esperava pelo extraordinária, pela intervenção da fada que modifica o panorama da logicidade e da fatalidade dos acontecimentos, passa a procurar as relações de causa e efeito, que ocorre ao seu redor. 3. Maior possibilidade de utilizar a atenção voluntária. 4. Aumento da sensibilidade na recepção de estímulos, como decorrência do próprio aumento da experiência de vida. 5. Maior riqueza de estímulos ambientais, porque com o aumento da idade o adolescente participa de ambientes socioculturais mais amplos. 14 6. Desenvolvimento da consciência de si mesmo, descoberta do mundo interior, que leva o adolescente à reflexão. Essa interiorização do pensamento leva-o a tornar-se mais suscetível aos estímulos internos e à respectivas interpretação; desperta o interesse crescente e em compreender-se e compreender as coisas e pessoas que o rodeiam. 7. Perda pelo interesse pelos conhecimentos que apelam para os órgãos sensoriais, para o contato com a matéria. É atraído pela sensibilidade interna, pelas experiências afetivas. 8. Desenvolvimento do espírito crítico. Com base nas informações acima e realizando um contra ponto com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (BRASIL, 1990), a criança e o adolescente são sujeitos de direitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento, cujas prioridades compreendem: a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas e destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. Segundo (TAYLOR, 1992) Alguns estudos recentemente indicam que algumas pessoas têm uma predisposição genética para vários transtornos psiquiátricos importantes. Isso significa que alguns indivíduos herdaram uma maior tendência para desenvolver um tipo de doença mental do que outros. Neste campo específico, segundo (PEREIRA, 2003) O conceito de doença mental está ligado à hereditariedade foi mencionado por sujeitos que tem familiares com história de longa internação anterior, para o tratamento psiquiátrico tradicionais que podemos destacar nessa pesquisa os seguintes sintomas patológicos: Transtornos Alimentares; Transtornos do Uso de Substâncias Psicoativas; 15 Transtornos de Conduta; Transtornos de Ansiedade; Transtornos Psicóticos; Esquizofrenia na Adolescência; Suicídio na adolescência.Assim, nos desenvolvimentos psicológicos da pessoa podem existir fatores inadequados na evolução do desenvolvimento psicoinstintivo, utilização maciça de mecanismos de defesa, debilidade do “eu”, e conflitos intrapsíquicos ou pontos de fixação que favorecem a posterior regressão que predispõem para a perturbação mental, com intervenção de outros fatores coadjuvantes ou desencadeantes relacionados com o ambiente em que vive a pessoa (ESPINOSA, 2001). Podemos definir que o conceito de normal e patológico é extremamente relativo para a saúde mental do adolescente. A questão da normalidade acaba por desvelar o poder que a ciência tem de, a partir do diagnóstico fornecido por um especialista, formular o destino de um indivíduo rotulado. A doença instala-se na personalidade e leva a uma alteração de sua estrutura ou a um desvio progressivo em seu desenvolvimento. Dessa forma, as doenças mentais definem-se a partir do grau de perturbação da personalidade, isto é, do grau de desvio do que é considerado como comportamento padrão ou como personalidade normal. Essas são algumas das formas de se compreender a doença apresentam variabilidade de acordo com o nível sócio cultural dos sujeitos pesquisados, enquanto, alguns associam este fenômeno a uma doença de ordem biológica, psicológica ou social, outros vêem como “desequilibro” ou grande complicação. È notório, portanto, o precário nível de compreensão dos familiares sobre o adoecer psíquico, dessa forma, gerando conflito no âmbito das relações familiares (BARROSO, 2004). Esse parecer é atribuído à ciência e a profissionais devem ser questionados na medida em que se baseia num conjunto de conhecimentos bastante polêmicos e incompletos. Além de que, o médico, acaba por patologicizar aspectos do comportamento que se caracterizam muito mais 16 como transgressões de condutas morais que não são considerados desvios em outros momentos. No período da Adolescência ocorrem intensas atividades e transformações na vida mental do indivíduo, o que, por si só, leva a diversas manifestações de comportamento que podem ser interpretadas por leigos como sendo doença. Assim sendo, muitas das manifestações ditas normais da adolescência podem se confundir com doenças mentais ou comportamentos inadequados. Existem diferenciações entre a normalidade, neuroses e psicoses comuns na adolescência. Quanto à normalidade na adolescência, é a fase da vida em que a pessoa se descobre como indivíduo separado dos pais. Isso gera um sentimento de curiosidade e euforia, porém também gera sentimentos de medo e inadequação. Assim sendo ele procura exemplos, de pessoas próximas ou não ídolos artísticos ou esportivos, entre outros para construir seu caráter e seu comportamento. Também é visível a necessidade do adolescente de contrariar a vontade ou as ideias dos pais. Esse comportamento opositor aos pais acontece em decorrência da necessidade do adolescente de separar-se dos pais, ser diferente deles, para construir sua própria identidade como pessoa. Embora haja grande quantidade de conhecimento existente hoje sobre esse assunto, é necessário alertar que muitos dos comportamentos atípicos manifestados pelos adolescentes podem apenas ser uma busca por sua identidade, e não uma doença mental específica. No que diz alguns autores pesquisados a respeito à neurose, sendo ela conceituada como distúrbios de aspectos da personalidade podem citar alguns transtornos comuns na adolescência, como, Transtornos de humor: é o grupo onde se incluem as doenças depressivas, de certo modo comuns na adolescência, acompanhadas das mais diversas manifestações. Transtornos Alimentares: onde se incluem a Bulimia (ataques de "comer" compulsivo seguido, muitas vezes, do ato de vomitar) e Anorexia (diminuição intensa da ingesta de alimentos). Outro ponto de atenção que devemos ter é quanto ao Transtorno de Conduta: o uso de drogas, como é conhecido, é um tipo de alteração de comportamento bastante visto na adolescência. Transtorno do Uso de 17 Substâncias Psicoativas: caracterizam-se por comportamentos repetitivos de contrariedade a normas e padrões sociais, conduta agressiva e desafiadora. Transtorno de ansiedade: pessoas que vivem com um grau muito intenso de ansiedade, chegando a ter prejuízos no seu funcionamento, por exemplo social, em decorrência dessa ansiedade. As psicoses são consideradas como distúrbios da personalidade total, envolvendo aspectos afetivos, de pensamento, de percepção de si e do mundo. Entre os transtornos emocionais da adolescência o mais temido é a psicose, tanto por sua gravidade e impacto que produz no entorno do paciente, quanto pelo prognóstico e necessidade de tratamento imediato. A psicose é classicamente definida como a perda do contato com a realidade. Significa dizer que a avaliação, o julgamento da realidade, feito pelo paciente está prejudicado. Para o autor Jaspers afirma que: o processo esquizofrênico se caracteriza por uma alteração na qualidade da estrutura vital básica da personalidade (em contraposição aos conceitos de neuroses, onde haveria uma alteração da quantidade da vida psíquica), com quebra de seu desenvolvimento psicoemocional fisiológico. Trata-se de um algo novo e estranho às condições de existência e desenvolvimento da pessoa p. 36. Essas são algumas das possibilidades de transtornos mentais nessa fase da vida, mas todas as situações devem ser muito bem avaliadas antes de se fechar um diagnóstico, principalmente na adolescência. Além das dificuldades pessoais dos adolescentes e de sua intensa modificação corporal e mental, o que por si só já pode gerar comportamentos e sentimentos de inadequação, suas atitudes podem ainda refletir problemáticas familiares. Assim sendo, sem uma devida avaliação do adolescente é, no mínimo imprudente, caracterizá-lo como tendo uma doença mental específica. Assim sendo nesse artigo quero explorar que na adolescência, mais que em qualquer outro período da vida, psicólogo e/ou profissional da saúde deve se esforçar, sobremaneira, para estabelecer diagnósticos e prognósticos, com 18 especial zelo para a Esquizofrenia1, pois, como sabemos, esta é a idade preferida para o início desse transtorno. Ainda assim, não devemos deixar de suspeitar dos Transtornos do Humor, os quais também aparecem nesta idade e com características bastante enganosas. Quando abordamos o termo patologia (doença) isso implica em pensar na cura ou em um processo de tratamento eficaz. No caso da doença mental, varia conforme a teoria ou modelo explicativo usado como referencial e, desta forma, pode ser centrada no medicamento (as drogas quimioterápicas), no eletrochoque, na hospitalização, na psicoterapia. Assim, subentende que é parte de um princípio de discussão da saúde como um direito é imprescindível o fortalecimento de um modelo de atenção organizado a partir de redes de atenção à saúde, de maneira pactuada entre as diferentes esferas de gestão, articulada intersetorialmente, de acordo com as especificidades de cada região e que responda às necessidades da população infanto-juvenil explícita na análise de situação de saúde. (BRASIL, 2010). Em relação às políticas destinadas a crianças e adolescentes há que se observar o princípio da proteção integral e a necessidade de que todos os serviços e pontos de atenção disponíveis na rede façam o acolhimento das necessidades e as devidas intervenções para a promoção, proteção e recuperação da saúde dessa população. Caso a região de saúde conte com serviços específicos para crianças e adolescentes, preferencialmente esses deverão ser os pontos de referência para a atenção (BRASIL, 2013). Neste sentido, importante salientar que diversos autores de países têm ressaltado a importância da parceria Inter setorial para organização da oferta de serviços de saúdemental voltados às necessidades de crianças e adolescentes. A ênfase na intersetoralidade advém da constatação de alguns problemas comuns, ainda não superados na maioria dos países, como: a existência de significativa fragmentação nos serviços de saúde mental para crianças e adolescentes; o reconhecimento de que crianças 1 substantivo feminino psiq termo geral que designa um conjunto de psicoses endógenas cujos sintomas fundamentais apontam a existência de uma dissociação da ação e do pensamento, expressa em uma sintomatologia variada, como delírios persecutórios, alucinações, esp. auditivas, labilidade afetiva etc. 19 com necessidades em saúde mental acessam e frequentam instituições que não as de saúde mental; a necessidade de superar a defasagem assistencial ainda presente mesmo nos países desenvolvidos. Entende-se que muitas crianças com demandas de saúde mental circulam por diferentes instituições, de diferentes setores, e que muitas outras sequer acessam serviços de quaisquer naturezas. Desta forma, seria impossível esperar de apenas um profissional, uma instituição ou um setor que pudesse responder pelo amplo e complexo espectro das necessidades e dificuldades encontradas, e mesmo pela superação da lacuna assistencial existente. Além disso, tem sido consenso a avaliação de que será improvável num futuro próximo que apenas a saúde mental possa responder pela ampliação do acesso e do cuidado ao enorme contingente de crianças e adolescentes com tal demanda de assistência (COUTO e DELGADO, 2010). Couto e Delgado (2010) referem que em relação à política de saúde mental infanto - juvenil brasileira, o princípio Inter setorial se impôs desde o início como a única condição de possibilidade para construção no país de um sistema de serviços capaz de responder às diferentes ordens de problemas envolvidos no cuidado e tratamento de crianças e jovens. A necessidade de iniciar intersetorialmente a construção da rede, somada ao fato de que o cuidado em saúde exige trabalho permanente com outras instituições ou setores, a começar por família e escola, tem indicado a possibilidade de mudanças e remanejamentos não apenas no setor da saúde mental, mas nos demais setores que integram o que vem sendo nomeado como rede pública ampliada de atenção. Diante da complexidade da questão, estudiosos como Couto e Delgado (2010) têm afirmado que diferentes profissionais, de setores diversos, devem desenvolver melhor acuidade em relação aos problemas de saúde mental que concernem crianças e jovens, de forma que possam intervir em muitos deles e se tornem qualificados para proceder aos encaminhamentos necessários em situações específicas. Assim sendo, o cuidado institucional deve contar com a elaboração de estratégias de articulação da saúde mental com a atenção primária, educação, assistência social e outros setores frequentados pela população em questão, como as do matricialmente, supervisão, atendimento em parceria, treinamento 20 continuado e outras afins. De acordo com o que o Ministério da Saúde preconiza atualmente (BRASIL, 2005c, p.13), uma política de saúde mental infanto-juvenil deve considerar como diretrizes: A criança ou adolescente a cuidar é um sujeito de direitos e detentor de lugares autênticos de fala. A noção de sujeito implica também a de singularidade, ou seja, não é possível pensar tratamentos e abordagens terapêuticas de forma homogênea e prescritiva, é preciso reconhecer voz e escuta de cada criança e adolescente. Acolhimento universal: significa que as portas dos serviços devem estar abertas a todos aqueles que chegam, com alguma necessidade de saúde, entendendo-se inclusa a saúde mental. O acolhimento universal não significa que o serviço de saúde (e de saúde mental) tenha que atender e acompanhar todos os casos que ali chegam, mas deve fazer uma abordagem para identificar as necessidades de cada situação, propor alguma intervenção inicial e, quando couber, oferecer outras estratégias e lugares de tratamento. Encaminhamento implicado e corresponsável: no caso de haver outro serviço que melhor se adeque às necessidades do usuário, os profissionais que fizeram o acolhimento devem promover o acompanhamento do caso até sua inclusão e atendimento em outro serviço. Construção permanente da rede e intersetorialidade, a partir da noção de clínica ampliada e da complexidade das intervenções: é fundamental a construção cotidiana de uma rede de profissionais, ações e serviços para garantia do acesso de crianças, adolescentes e jovens aos cuidados nesta área. Trabalho no Território: trata-se de um conceito que extrapola os sentidos meramente geográficos ou regionais, mas tem relação com as redes de relações e afetos, bem como as redes sociais daquele que é cuidado: “O território é o lugar psicossocial do sujeito; é onde a vida acontece”. Avaliação das demandas e construção compartilhada das necessidades de saúde mental: as demandas que chegam aos serviços de saúde mental, vindas do sujeito, da família, da escola e de serviços da rede 21 de saúde ou rede intersetorial devem ser discutidas e elaboradas em conjunto pelas equipes, familiares e usuários. Os serviços de saúde mental infanto-juvenis, dentro da perspectiva que hoje rege as políticas de saúde mental, devem assumir uma função social que extrapola o fazer meramente técnico do tratar, e que incluem ações, tais como acolher, escutar, cuidar, possibilitar ações emancipatórias, enfrentar estigmas e determinismos, melhorar a qualidade de vida das pessoas, tendo-as como seres integrais com direito a plena participação e inclusão em sua comunidade, partindo de uma rede de cuidados que considere as singularidades de cada um e as construções que cada sujeito faz a partir de suas condições. Para que isso aconteça, é importante que o cuidado em saúde mental para o público infanto-juvenil seja feito também pela atenção básica e não somente por profissionais e serviços especializados. A Atenção Básica é considerada um espaço estratégico, devido à possibilidade de acompanhamento no território onde vivem os usuários, favorecendo a criação. CAPÍTULO II - A ATENÇÃO BÁSICA NO DESENVOLVIMENTO MENTAL NA ADOLESCÊNCIA Para poder entender o processo de desenvolvimento mental, mergulho nos direcionamentos de J. Piaget que nos diz que “As estruturas mentais são construídas, ao logo do desenvolvimento do indivíduo quando interagem com o meio utilizando os processos de assimilação e acomodação” Jean. Piaget descreve no livro “Psicologia da Adolescência”, p. 21, assim a assimilação do adolescente tende a fazer a realidade adaptar-se às necessidades (desiquilíbrio), do organismo e acomodação leva o organismo a adaptar-se, para sobreviver à realidade. Por outro lado, a evolução mental aliada ao aumento do espírito criticam levam o adolescente a criticar a família, a escola e a sociedade em geral, sentindo-se frustrado e insatisfeito com tudo que agora é capaz de perceber e entender. Verdadeiros traumas emocionais, conflitos, fugas do lar, podem ser 22 desencadeados, como consequência da capacidade de compreender a realidade sociocultural de que se participa. O reconhecimento da realidade e o inconformismo com a mesma são motivos de sofrimento e angustia para o adolescente. Libertar-se desses laços afetivos e de dependência da família, o adolescente precisa ingressar em outros grupos, que constitui fonte de grandes apreensões, porque a certeza da segurança e o apoio encontro no lar vai ser abalado pela insegurança da integração em outros grupos, onde precisa conquistar seu “status”. Em casa, o adolescente aprende que precisa aceitar limitações em suas atividades, porque ser bom trazia como recompensa aprovação e carinho. Este padrão de comportamento,agora, precisa ser abandonado para compreender o outro em que deverá aceitar as limitações, que os seus valores e padrões consideram como certos e razoáveis. Não raro os próprios pais, menos avisados ainda desejam impor a sua autoridade aos filhos, ao invés de farem concessões desencadeando sérios conflitos que acrescidos a insegurança do adolescente para enfrentar o seu ajustamento social, vão perturbar grandemente o equilíbrio emocional do mesmo. Assim, o adolescente estrutura a sua vida mental, passando pela fase senso motora, estágio pré-conceitual e estágio intuitivo, até alcançar o pensamento lógico-concreto que ocorre entre 7 e 12 anos de idade. Afirmou J. Piaget. Com tudo isso é importante observar alguns ciclos e fazes do adolescente tais como no período da puberdade, as alterações mentais exigem situações concretas, presentes afins se processarem. Nesse período de maturação e o relacionando interpessoal Piaget acha que o indivíduo acha que na puberdade, é levado ao desenvolvimento da lógica formal, baseado nos símbolos e na ação internalizada ou operação. Assim, cabe A ela cabe resolver os problemas de saúde de maior incidência e relevância no próprio território do usuário. Orientada pelos princípios da universalidade, da integralidade e da coordenação do cuidado, é considerada, por isso, o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde (BRASIL apud PAULON e NEVES, 2013). Nessa atenção básica da saúde mental do adolescente se encontram 23 presentes condições que favorecem a conquista da integralidade e o aumento da resolubilidade a possibilidade de acompanhá-lo dentro de seu contexto de vida; a longitudinalidade da atenção prestada e da continuidade do cuidado. Essas características são imprescindíveis para a implementação de novas propostas de atenção em saúde mental e apontam para a importância da dimensão territorial na consolidação de tais ações (PAULON e NEVES, 2013). A questão da saúde mental na Atenção Básica passa, necessariamente, pelo redimensionamento da relação saúde-doença, pela relevância dos vínculos entre profissionais de saúde e comunidade, pelo desenvolvimento de ações em perspectiva multidisciplinar e pela promoção de saúde visando à melhoria na qualidade de vida da população. (PAULON e NEVES, 2013, p. 13). Como base na afirmação do autor, a Atenção Básica em Saúde é constituída como base, as ações de promoção de saúde mental, prevenção e cuidado dos transtornos mentais, redução de danos e cuidado para pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, podem e devem ser realizadas nestes pontos de atenção, e compartilhadas, sempre que necessário, com os demais pontos da rede. A proximidade das equipes de Atenção Básica com as famílias, escolas e outros espaços de convivência de crianças e adolescentes é um fator positivo para a formação de vínculos e a efetividade dos trabalhos que elas podem desenvolver junto à população infanto-juvenil no território. Neste sentido, buco propor através desta observação várias recomendações e considerações, que vão ao encontro dos adolescentes, a saber: As diferentes políticas setoriais dirigidas às crianças e adolescentes sejam pautadas pelos princípios da intersetorialidade, integralidade e da corresponsabilidade; E que as ações de saúde mental tomem também como alvo a crescente prescrição e o consumo de psicofármacos por crianças e adolescentes; Que quaisquer ações desenvolvidas não percam de vista a família e a escola como potenciais fatores de proteção à vulnerabilidade e ao risco; 24 Estreitar os laços entre a rede respeite as particularidades de cada território, criando novas possibilidades de ação a partir dos recursos existentes no campo público e na sociedade civil, reconhecendo os saberes e práticas da cultura local e buscando avanços a partir da integração com esta; Que possua necessidade de efetiva articulação das redes de saúde mental com as redes e/ou equipamentos para infância e adolescência do território, particularmente com os dispositivos da educação, saúde geral, assistência social, justiça, garantia de direitos, cultura, esportes, lazer; Que a interlocução permanente entre os atores que compõem o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente, possibilite a construção de respostas para as demandas cotidianas, evitando a prática de violação de direitos humanos de crianças e adolescentes. Assim sendo, na discussão da atenção à saúde mental do adolescente, é necessário e fundamental conferir a devida importância aos processos educativos e às instituições que dele se ocupam formalmente, incluindo as escolas, que são ambientes privilegiados para o seu desenvolvimento e o de suas famílias, tanto na promoção de fatores protetivos quanto na detecção de riscos e redução de danos de agravos. Ressalta-se que não é atribuição da comunidade escolar a identificação e o diagnóstico de patologias ou transtornos mentais, mas está sob seu alcance a promoção de ambientes, ações e situações que visem ao desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes, de acolhida e aceitação, bem como de espaços reflexivos e críticos sobre quaisquer problemas identificados. 25 CAPÍTULO III – A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL NA ADOLESCENCIA. O adolescente nesse processo de busca na promoção na saúde mental, passa pelo viés de que historicamente é uma fase segregada, sua família não reconhece como um de seus membros e o afasta, como uma forma de negar a doença. (TEIXEIRA, 1996). A prevenção da doença mental significa criar estratégias para evitar o seu aparecimento. A prevenção implica sempre ações localizadas no meio social, isto é, os dados de uma pesquisa podem demonstrar que determinadas condições de trabalho propiciam o aparecimento de um certo distúrbio de comportamento. Procura-se, então, interferir naquelas condições específicas de trabalho (no barulho, por exemplo), no sentido de evitar que outros indivíduos venham apresentar o mesmo distúrbio que acredita-se que qualquer tentativa de tratar o individuo isoladamente de suas famílias é inútil para ele, pois os principais passos na promoção e prevenção da saúde mental e seu tratamento devem ser planejados dentro do contexto familiar.(TEIXEIRA, 1996). É importante ressaltar que os profissionais que atuam na área de saúde mental percebam a necessidade de desenvolverem trabalhos que visem a envolvera a família no tratamento, de forma a apará-la, apoia- lá e orienta-la na árdua tarefa de cuidador de um doente mental, e com isso, manter o doente mental de institucionalizado e tratado dignamente, pois não adianta estar em casa e ser visto como um peso, sem atividades, sem respeito e sem valor. Afirmou Waidman (2001 p.74) Contudo, a promoção de saúde está relacionada a todas as práticas e condutas que procuram melhorar o nível de saúde da população por meio de medidas que não se restringem a resolver problemas de doenças ou qualquer desordem orgânica, mas sim que visam a aumentar a saúde e o bem-estar geral (Santos & Bógus, 2007). No entanto, é importante considerar outros dois importantes critérios relevantes ao entendimento do conceito de promoção de saúde, sob pena de se usar o termo indiscriminadamente, como se toda prática de intervenção fosse, por si só, promotora de saúde. 26 CONCLUSÃO Esta pesquisa identificou diversos fatores psicossociais associados a problemas de saúde mental do adolescente, como o desenvolvimento de habilidades emocionais podem evitar prejuízos na saúde emocional do adolescente em seu contexto familiar. Esses fatores devem ser considerados em propostas de programas de promoção, prevenção e tratamento da saúde mental dos adolescentes. Em síntese, a produção científica analisada evidenciou algumas e fatores precursores do surgimentode problemas de saúde mental do adolescente, como as psicoses, os transtornos de ansiedade, de conduta ou alimentares e o abuso de substâncias tóxicas. No que se refere aos fatores de risco de maior probabilidade para problemas de saúde mental do adolescente, as violências física, psicológica e sexual sofridas no ambiente intrafamiliar constituem fator de maior gravidade, que pode provocar o surgimento de psicopatologias, principalmente na fase inicial da adolescência. Para uma atenção adequada a esses problemas, é fundamental o desenvolvimento de ações que focalizem as características de resiliência e saúde individual, familiar e coletiva, norteadas pela compreensão e identificação dos quadros clínicos. Essas ações são essenciais à intervenção sobre as situações identificadas e à elaboração de diretrizes políticas. Assim, o profissional de saúde em especial o (a) psicólogo (a), a partir de sólido conhecimento, deve contribuir para a efetivação de serviços comunitários, subsidiados por diretrizes, legislação e políticas públicas em saúde mental. Essa ação contribui para a prevenção de todos os tipos de violência sofrida pelo adolescente. É importante frisar que a proteção à saúde mental do adolescente inicia-se com os pais e os demais familiares, as escolas e a comunidade. Sem dúvida, o cuidado desenvolvido por meio de uma abordagem dessa natureza pode assumir um poder multiplicador e contribuir para que a família, a escola e a comunidade possam ajudar a aumentar as habilidades sociais, melhorar a capacidade de solucionar problemas e intensificar a autoconfiança o adolescente. Nessa faixa etária, o cuidado pode amenizar 27 os problemas de saúde mental. Os familiares denotam dificuldade no entendimento inicial da doença mental, mas principalmente demonstram que a estrutura familiar encontra-se abalada. O sentimento de impotência com relação às resoluções e as situações geradas pela doença mental. As constatações apontam para que haja um trabalho prévio junto à população e os próprios familiares de doentes mentais. O trabalho em saúde mental tem suas particularidades, uma vez que não lida somente com fatores e causas concretas. Porém a atenção em saúde mental deve levar em consideração as consequências individuais, familiares e nas repercussões. As ações de prevenção de agravos à saúde do adolescente, independentemente do cenário de práticas, devem romper com as visões biomédica e tecnicista, que não consideram a integralidade do adolescente como ser em formação. Por isso as ações em saúde mental devem ser consideradas como algo transdisciplinar, pois os problemas psíquicos e emocionais que afetam o adolescente repercutem nas fases seguintes da sua vida. 28 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Atkins, Leon Atenção a Saúde Mental da a crianças e adolescentes Cardiovascular Care Science With Treatment Recommendations, 2010. BOARINI, M. L. (Org.). Desafios na atenção à saúde mental. 2. ed. Maringá: Eduem, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 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