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TCC A Saúde Mental no Adolescente

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Prévia do material em texto

1 
 
FACULDADE AVM 
 
 
MBA PSICOTERAPIA EM INTERVENÇÃO EM 
CRISE E PREVENÇÃO DO SUICÍDIO. 
 
 
 
 
SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE 
 
 
 
Autora da Pesquisa: Dayane Rose de Almeida Pedro 
Orientadora: Profª. Adriana Barbosa Sócrates 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte/MG 
2018 
2 
 
DAYANE ROSE DE ALMEIDA PEDRO 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentada à Faculdade AVM como 
requisito parcial para obtenção do título 
de especialista em MBA Psicoterapia 
em Intervenção em Crise e Prevenção 
do Suicídio. 
 
Orientadora: Profª. Adriana Barbosa 
Sócrates. 
 
 
 
 
Belo Horizonte/MG 
2018 
3 
 
DAYANE ROSE DE ALMEIDA PEDRO 
PÓS – GRADUAÇÃO MBA PSICOTERAPIA EM INTERVENÇÃO EM CRISE E 
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO. 
 
TCC julgado e aprovado: 
 
 
 
Nome do Orientadora: Prof. Égle Pires Santos 
 
 
 
Local e ano de entrega: _______________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte/MG 
2018 
 
4 
 
DEDICATÓRIA 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
6 
 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho de TCC tem o objetivo de mostrar, o olhar da Saúde 
Mental do Adolescente, através de uma revisão literária, sobre as situações 
prioritárias de saúde mental na adolescência, definidas pela Organização 
Mundial da Saúde, tais como depressão, ansiedade, abuso de substâncias, 
transtorno de conduta, transtornos alimentares, psicoses, maus-tratos e 
violência. Sendo utilizadas referências bibliográficas, identificando que os 
adolescentes e/ou familiares têm muita dificuldade de compreensão e 
entendimento sobre o surgimento do sofrimento psíquico, não conseguindo 
muitas vezes, lidar com a atual situação. Sendo que o tratamento na maioria 
dos casos, não é iniciado precocemente e nem buscam, por 
desconhecimento um tratamento mais especializado para a doença de seu 
ente. 
A partir deste trabalho, aponta-se para que os familiares necessitam de 
grupos de informações sobre a doença mental, para perceberem o início da 
agudização do quadro e com isso possibilitar o tratamento adequado. 
A seguir, foram feitas análises qualitativas dos principais resultados. 
Verificou-se que a produção brasileira tem aumentado nos últimos anos e 
que a maioria dos trabalhos está voltada para a identificação do problema, e 
em menor número para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e 
prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras chaves: Adolescente; Saúde Mental; Literatura de Revisão. 
 
7 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8 
PROBLEMA ..................................................................................................... 10 
OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 10 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ........................................................................... 11 
METODOLOGIA ............................................................................................... 11 
CAPÍTULO I – REVISÃO LITERÁRIA .............................................................. 12 
CAPÍTULO I - SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA, OS FATORES DE..... 13 
DESENVOLVIMENTO MENTAL ...................................................................... 13 
CAPÍTULO II - A ATENÇÃO BÁSICA NO DESENVOLVIMENTO MENTAL NA
 ......................................................................................................................... 21 
ADOLESCÊNCIA ............................................................................................. 21 
CAPÍTULO III – A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL NA ADOLESCENCIA. 25 
CONCLUSÃO ................................................................................................... 26 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 28 
 
 
 
 
8 
 
INTRODUÇÃO 
 
A ampliação sócio-emocional está relacionada à saúde mental do 
adolescente que, segundo a Organização Mundial da Saúde, é entendida como 
o bem-estar subjetivo, a auto eficácia percebida, a autonomia, a competência, 
a dependência inter geracional e auto-realização do potencial intelectual da 
pessoa (OMS, 2002). 
Estudos indicam que a Saúde mental do adolescente brasileiro parte de 
uma pesquisa de desenvolvimento estratégico, poder promover e identificar as 
habilidades emocionais no seu contexto familiar e quais são os fatores 
emocionais dos adolescentes são produzidas pela combinação de fatores de 
risco, que podem ser genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais, 
envolvendo interações complexas. Porém, ao mesmo tempo, existem fatores 
de proteção, que irão reduzir a probabilidade de resultados adaptativos diante 
das condições de risco, afirmam os autores FIGUEIRAS, 2004 e 
GREENBERG, 2000. 
Para mais perfeita compreensão dos processos envolvidos e 
relacionados à saúde mental dos adolescentes em condições tanto negativas 
quanto positivas esse processo do desenvolvimento sócio emocional, aponta-
se a Teoria Bioecológica, de Urie Bronfenbrenner, que propõe que o 
desenvolvimento deve ser compreendido a partir das características do 
ambiente e de suas relações com o processo, à pessoa e o tempo (CID, 2011). 
Nesse sentido a direção, de pesquisa bibliográfica busca fazer alguns 
apontamentos de como Identificar como as habilidades emocionais e como 
podem ser desenvolvidas pelos adolescentes brasileiros no contexto familiar, 
considerando a adolescência pode-se dizer que os contextos familiares e 
escolares são os mais imediatos e intensamente vivenciados pelos 
adolescentes e que, por isso, faz-se necessário que tais ambientes 
proporcionem as mesmas situações que promovem o crescimento saudável, no 
que se refere aos aspectos motores, emocionais, afetivos, sociais e cognitivos 
(MATSUKURA; CID, 2008). 
 
9 
 
Quero ressaltar que o contexto escolar representa um dos mais 
influentes neste desenvolvimento, em virtude da longa permanência do 
adolescente nesse ambiente. Por esta razão, a escolarização tem sido uma 
preocupação de profissionais e pesquisadores de saúde mental, 
compreendendo este, como um espaço potencial de ações de promoção à 
saúde mental de crianças (ATIKINS et al., 2010). 
Alguns estudos relacionados à Saúde Mental do Adolescente passa por 
um viez e alguns contra pontos em que se têm focado nas possíveis 
associações existentes entre a saúde mental e o desencadeamento de 
algumas patologias e comportamentos seja no desempenho escolar, familiar e 
social. Nessas características e condições familiares e, também, nas 
percepções dos profissionais de psicologia nesse processo (D’BREU; 
MARTURANO, 2010). 
Neste artigo tem como principal objetivo identificar, junto à literatura 
científica, outros estudos que abordaram a Identificar como as habilidades 
emocionais podem ser desenvolvidas pelos adolescentes brasileiros no 
contexto familiar. Outro ponto de vista é poder identificar as diferenças em 
características do contexto familiar que possam influenciar o rendimento 
acadêmico dos adolescentes e traçar o perfil desses adolescentes e os fatores 
de risco mental para o seu desenvolvimento. 
O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento da produção 
nacional sobre a saúde mental na adolescência, identificando as temáticas 
mais frequentes na área e destacando algumas características dos principais 
tópicos nesta faixa etária. O interesse em identificar essa produção justifica-se 
pela importância que a adolescência adquiriu nas últimas décadas, em função 
do reconhecimento das consequências negativas dos problemas de saúde 
mental e a constatação da menor atenção dedicada a esta faixa etária em 
relação às demais. 
Esse estudo e levantamento está sendo realizado a partir de uma 
revisão bibliográfica e uma análise no que diz o Ministério da Saúde que não 
preconiza açõesde Psicologia na atenção básica e também não tem uma 
proposta para saúde mental das crianças e adolescentes, exceto para 
 
10 
 
transtornos mentais graves, através da implantação dos Centros de Atenção 
Psicossocial para a Infância e Adolescência (CAPS) (Ministério da Saúde, 
2005b) . Por vezes o termo saúde mental fica restrito ao atendimento 
psiquiátrico, desconsiderando-se sua abrangência e a contribuição de várias 
disciplinas no atendimento de crianças e adolescentes com problemas 
emocionais e comportamentais. 
Estudos têm mostrado que grande parte da clientela que procura os 
serviços de saúde mental é composta por crianças e adolescentes, a maioria 
do sexo masculino, sendo a queixa de maior incidência o mau desempenho 
acadêmico, seguido de comportamento agressivo e desobediência em casa e 
na escola (Ancona-Lopez, 1981; Bernardes-da-Rosa, Garcia, Domingos & 
Silvares, 2000; Schoen-Ferreira, Silva, Farias & Silvares, 2002). 
 
DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 
Saúde mental do adolescente brasileiro: desenvolvimento de estratégias 
que promovam habilidades emocionais no seu contexto familiar. 
 
PROBLEMA 
 
Quais são as habilidades emocionais que podem ser desenvolvidas 
pelos adolescentes brasileiros no contexto familiar? 
 
OBJETIVO GERAL 
 
O objetivo desta pesquisa e poder apontar e desenvolver uma atenção 
integral que impacte na situação de saúde metal do adolescente ampliando o 
seu grau de autonomia e assim poder, identificar como as habilidades 
emocionais podem ser desenvolvidas pelos adolescentes brasileiros no 
contexto familiar. 
 
11 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
 
 Conceituar o que é saúde mental do adolescente e quais são as habilidades 
emocionais nessa fase. 
 Traçar um perfil das situações que são frequentes no contexto familiar e 
inviabiliza o desenvolvimento da saúde emocional do adolescente. 
 Apresentar através de revisão bibliográfica, abordagens psicológicas que 
tem contribuído para o desenvolvimento de habilidades emocionais para o 
adolescente no seu contexto familiar. 
 
METODOLOGIA 
 
O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática da literatura 
nacional e internacional sobre Saúde Mental do Adolescente. A pesquisa 
focalizou trabalhos, publicações e artigos publicados em língua portuguesa. A 
seguir apresentam-se os procedimentos adotados para a busca pelas 
produções internacionais e, em seguida, para a busca nacional Realizou-se 
uma revisão integrativa de literatura acerca dos fatores de risco associados a 
problemas de saúde mental de adolescentes. 
A revisão integrativa é o instrumento da Prática Baseada em Evidências 
(PBE), que possibilita a síntese e a análise do conhecimento produzido acerca 
da temática investigada. Trata-se de técnica de pesquisa com rigor 
metodológico que aumenta a confiabilidade e a profundidade das conclusões 
da revisão. 
Na busca inicial, utilizando os descritores Saúde Mental e Adolescente, 
foram encontrados diversos autores e artigos que foram analisados a partir de 
um instrumento construído especialmente para esse fim. A discussão das 
informações foi feita de forma descritiva, que fizeram parte desta revisão. 
 
 
 
 
 
12 
 
CAPÍTULO I – REVISÃO LITERÁRIA 
 
Esta pesquisa busca realizar e/ou apontar uma revisão integrativa de 
literatura acerca dos fatores de risco associados a problemas de saúde mental 
de adolescentes. A revisão integrativa é o instrumento da Prática Baseada em 
Evidências (PBE), que possibilita a síntese e a análise do conhecimento 
produzido acerca da temática investigada. Trata-se de técnica de pesquisa com 
rigor metodológico que aumenta a confiabilidade e a profundidade das 
conclusões da revisão. 
Para fins acadêmicos de operacionalização esta revisão utilizará das 
seguintes etapas: definição dos critérios de inclusão e exclusão; definição das 
informações a serem extraídas dos estudos selecionados (categorização dos 
estudos); análise e interpretação dos dados; avaliação dos estudos incluídos 
na revisão integrativa e apresentação da revisão ou síntese do conhecimento. 
 
 
 
13 
 
CAPÍTULO I - SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA, OS FATORES DE 
DESENVOLVIMENTO MENTAL 
 
Em linhas gerais, os fatores e as políticas de desenvolvimento da 
saúde mental existentes estão relacionados na atuação podem ser 
diretamente resumidas diretamente através de uma ação comportamental da 
população adulta. Porém, na população de adolescentes, os tipos de 
transtornos, os principais fatores de risco e de proteção, estratégias de 
intervenção e organização do sistema de serviços têm especificidades que 
não podem ser contempladas pela simples extensão das estratégias de 
cuidado da população adulta à população infantil e juvenil (COUTO, 
DUARTE e DELGADO, 2008). 
Crianças e adolescentes estão em processo de desenvolvimento e, 
sendo assim, suas peculiaridades e necessidades precisam ser 
consideradas e respeitadas. Dentre delas, podemos destacar: 
1. Progresso da atividade mental, através da melhor utilização da 
percepção, imaginação, memória lógica e atenção. 
2. Aumento da capacidade de controla a imaginação, essencial para 
frear a fantasias excessivas e prejudicial ao desenvolvimento do 
pensamento lógico. Pensamento mágico, fabulador, que 
predominava na infância, cede lugar ao pensamento baseado nas 
evidências dos fatos reais. A criança que sempre esperava pelo 
extraordinária, pela intervenção da fada que modifica o panorama da 
logicidade e da fatalidade dos acontecimentos, passa a procurar as 
relações de causa e efeito, que ocorre ao seu redor. 
3. Maior possibilidade de utilizar a atenção voluntária. 
4. Aumento da sensibilidade na recepção de estímulos, como 
decorrência do próprio aumento da experiência de vida. 
5. Maior riqueza de estímulos ambientais, porque com o aumento da 
idade o adolescente participa de ambientes socioculturais mais 
amplos. 
 
14 
 
6. Desenvolvimento da consciência de si mesmo, descoberta do mundo 
interior, que leva o adolescente à reflexão. Essa interiorização do 
pensamento leva-o a tornar-se mais suscetível aos estímulos internos 
e à respectivas interpretação; desperta o interesse crescente e em 
compreender-se e compreender as coisas e pessoas que o rodeiam. 
7. Perda pelo interesse pelos conhecimentos que apelam para os 
órgãos sensoriais, para o contato com a matéria. É atraído pela 
sensibilidade interna, pelas experiências afetivas. 
8. Desenvolvimento do espírito crítico. 
 
Com base nas informações acima e realizando um contra ponto com 
o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (BRASIL, 1990), a criança e 
o adolescente são sujeitos de direitos e pessoas em condição peculiar de 
desenvolvimento, cujas prioridades compreendem: a primazia de receber 
proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; precedência de 
atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; preferência na 
formulação e na execução das políticas sociais públicas e destinação 
privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à 
infância e à juventude. 
 
Segundo (TAYLOR, 1992) Alguns estudos 
recentemente indicam que algumas pessoas têm uma 
predisposição genética para vários transtornos 
psiquiátricos importantes. Isso significa que alguns 
indivíduos herdaram uma maior tendência para 
desenvolver um tipo de doença mental do que outros. 
 
Neste campo específico, segundo (PEREIRA, 2003) O conceito de 
doença mental está ligado à hereditariedade foi mencionado por sujeitos que 
tem familiares com história de longa internação anterior, para o tratamento 
psiquiátrico tradicionais que podemos destacar nessa pesquisa os seguintes 
sintomas patológicos: 
 
 Transtornos Alimentares; 
 Transtornos do Uso de Substâncias Psicoativas; 
 
15 
 
 Transtornos de Conduta; 
 Transtornos de Ansiedade; 
 Transtornos Psicóticos; 
 Esquizofrenia na Adolescência; 
 Suicídio na adolescência.Assim, nos desenvolvimentos psicológicos da pessoa podem existir 
fatores inadequados na evolução do desenvolvimento psicoinstintivo, 
utilização maciça de mecanismos de defesa, debilidade do “eu”, e conflitos 
intrapsíquicos ou pontos de fixação que favorecem a posterior regressão que 
predispõem para a perturbação mental, com intervenção de outros fatores 
coadjuvantes ou desencadeantes relacionados com o ambiente em que vive 
a pessoa (ESPINOSA, 2001). 
Podemos definir que o conceito de normal e patológico é 
extremamente relativo para a saúde mental do adolescente. A questão da 
normalidade acaba por desvelar o poder que a ciência tem de, a partir do 
diagnóstico fornecido por um especialista, formular o destino de um indivíduo 
rotulado. A doença instala-se na personalidade e leva a uma alteração de 
sua estrutura ou a um desvio progressivo em seu desenvolvimento. Dessa 
forma, as doenças mentais definem-se a partir do grau de perturbação da 
personalidade, isto é, do grau de desvio do que é considerado como 
comportamento padrão ou como personalidade normal. 
Essas são algumas das formas de se compreender a doença 
apresentam variabilidade de acordo com o nível sócio cultural dos sujeitos 
pesquisados, enquanto, alguns associam este fenômeno a uma doença de 
ordem biológica, psicológica ou social, outros vêem como “desequilibro” ou 
grande complicação. È notório, portanto, o precário nível de compreensão 
dos familiares sobre o adoecer psíquico, dessa forma, gerando conflito no 
âmbito das relações familiares (BARROSO, 2004). 
Esse parecer é atribuído à ciência e a profissionais devem ser 
questionados na medida em que se baseia num conjunto de conhecimentos 
bastante polêmicos e incompletos. Além de que, o médico, acaba por 
patologicizar aspectos do comportamento que se caracterizam muito mais 
 
16 
 
como transgressões de condutas morais que não são considerados desvios em 
outros momentos. 
No período da Adolescência ocorrem intensas atividades e 
transformações na vida mental do indivíduo, o que, por si só, leva a diversas 
manifestações de comportamento que podem ser interpretadas por leigos 
como sendo doença. Assim sendo, muitas das manifestações ditas normais da 
adolescência podem se confundir com doenças mentais ou comportamentos 
inadequados. 
Existem diferenciações entre a normalidade, neuroses e psicoses 
comuns na adolescência. Quanto à normalidade na adolescência, é a fase da 
vida em que a pessoa se descobre como indivíduo separado dos pais. Isso 
gera um sentimento de curiosidade e euforia, porém também gera sentimentos 
de medo e inadequação. Assim sendo ele procura exemplos, de pessoas 
próximas ou não ídolos artísticos ou esportivos, entre outros para construir seu 
caráter e seu comportamento. 
Também é visível a necessidade do adolescente de contrariar a vontade 
ou as ideias dos pais. Esse comportamento opositor aos pais acontece em 
decorrência da necessidade do adolescente de separar-se dos pais, ser 
diferente deles, para construir sua própria identidade como pessoa. Embora 
haja grande quantidade de conhecimento existente hoje sobre esse assunto, é 
necessário alertar que muitos dos comportamentos atípicos manifestados pelos 
adolescentes podem apenas ser uma busca por sua identidade, e não uma 
doença mental específica. 
No que diz alguns autores pesquisados a respeito à neurose, sendo ela 
conceituada como distúrbios de aspectos da personalidade podem citar alguns 
transtornos comuns na adolescência, como, Transtornos de humor: é o grupo 
onde se incluem as doenças depressivas, de certo modo comuns na 
adolescência, acompanhadas das mais diversas manifestações. Transtornos 
Alimentares: onde se incluem a Bulimia (ataques de "comer" compulsivo 
seguido, muitas vezes, do ato de vomitar) e Anorexia (diminuição intensa da 
ingesta de alimentos). 
Outro ponto de atenção que devemos ter é quanto ao Transtorno de 
Conduta: o uso de drogas, como é conhecido, é um tipo de alteração de 
comportamento bastante visto na adolescência. Transtorno do Uso de 
 
17 
 
Substâncias Psicoativas: caracterizam-se por comportamentos repetitivos de 
contrariedade a normas e padrões sociais, conduta agressiva e 
desafiadora. Transtorno de ansiedade: pessoas que vivem com um grau muito 
intenso de ansiedade, chegando a ter prejuízos no seu funcionamento, por 
exemplo social, em decorrência dessa ansiedade. 
As psicoses são consideradas como distúrbios da personalidade total, 
envolvendo aspectos afetivos, de pensamento, de percepção de si e do mundo. 
Entre os transtornos emocionais da adolescência o mais temido é a psicose, 
tanto por sua gravidade e impacto que produz no entorno do paciente, quanto 
pelo prognóstico e necessidade de tratamento imediato. 
 A psicose é classicamente definida como a perda do contato com a 
realidade. Significa dizer que a avaliação, o julgamento da realidade, feito pelo 
paciente está prejudicado. 
Para o autor Jaspers afirma que: 
 
o processo esquizofrênico se caracteriza por uma alteração na 
qualidade da estrutura vital básica da personalidade (em 
contraposição aos conceitos de neuroses, onde haveria uma 
alteração da quantidade da vida psíquica), com quebra de seu 
desenvolvimento psicoemocional fisiológico. Trata-se de um 
algo novo e estranho às condições de existência e 
desenvolvimento da pessoa p. 36. 
Essas são algumas das possibilidades de transtornos mentais nessa fase da 
vida, mas todas as situações devem ser muito bem avaliadas antes de se 
fechar um diagnóstico, principalmente na adolescência. 
Além das dificuldades pessoais dos adolescentes e de sua intensa 
modificação corporal e mental, o que por si só já pode gerar comportamentos e 
sentimentos de inadequação, suas atitudes podem ainda refletir problemáticas 
familiares. Assim sendo, sem uma devida avaliação do adolescente é, no 
mínimo imprudente, caracterizá-lo como tendo uma doença mental específica. 
 
Assim sendo nesse artigo quero explorar que na adolescência, mais que 
em qualquer outro período da vida, psicólogo e/ou profissional da saúde deve 
se esforçar, sobremaneira, para estabelecer diagnósticos e prognósticos, com 
 
18 
 
especial zelo para a Esquizofrenia1, pois, como sabemos, esta é a idade 
preferida para o início desse transtorno. Ainda assim, não devemos deixar de 
suspeitar dos Transtornos do Humor, os quais também aparecem nesta idade e 
com características bastante enganosas. 
Quando abordamos o termo patologia (doença) isso implica em pensar 
na cura ou em um processo de tratamento eficaz. No caso da doença mental, 
varia conforme a teoria ou modelo explicativo usado como referencial e, desta 
forma, pode ser centrada no medicamento (as drogas quimioterápicas), no 
eletrochoque, na hospitalização, na psicoterapia. 
Assim, subentende que é parte de um princípio de discussão da saúde 
como um direito é imprescindível o fortalecimento de um modelo de atenção 
organizado a partir de redes de atenção à saúde, de maneira pactuada entre as 
diferentes esferas de gestão, articulada intersetorialmente, de acordo com as 
especificidades de cada região e que responda às necessidades da população 
infanto-juvenil explícita na análise de situação de saúde. (BRASIL, 2010). 
Em relação às políticas destinadas a crianças e adolescentes há que se 
observar o princípio da proteção integral e a necessidade de que todos os 
serviços e pontos de atenção disponíveis na rede façam o acolhimento das 
necessidades e as devidas intervenções para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde dessa população. Caso a região de saúde conte com 
serviços específicos para crianças e adolescentes, preferencialmente esses 
deverão ser os pontos de referência para a atenção (BRASIL, 2013). 
Neste sentido, importante salientar que diversos autores de países 
têm ressaltado a importância da parceria Inter setorial para organização da 
oferta de serviços de saúdemental voltados às necessidades de crianças e 
adolescentes. A ênfase na intersetoralidade advém da constatação de 
alguns problemas comuns, ainda não superados na maioria dos países, 
como: a existência de significativa fragmentação nos serviços de saúde 
mental para crianças e adolescentes; o reconhecimento de que crianças 
 
1 substantivo feminino 
psiq termo geral que designa um conjunto de psicoses endógenas cujos sintomas 
fundamentais apontam a existência de uma dissociação da ação e do pensamento, expressa 
em uma sintomatologia variada, como delírios persecutórios, alucinações, esp. auditivas, 
labilidade afetiva etc. 
 
 
19 
 
com necessidades em saúde mental acessam e frequentam instituições que 
não as de saúde mental; a necessidade de superar a defasagem assistencial 
ainda presente mesmo nos países desenvolvidos. Entende-se que muitas 
crianças com demandas de saúde mental circulam por diferentes 
instituições, de diferentes setores, e que muitas outras sequer acessam 
serviços de quaisquer naturezas. Desta forma, seria impossível esperar de 
apenas um profissional, uma instituição ou um setor que pudesse responder 
pelo amplo e complexo espectro das necessidades e dificuldades 
encontradas, e mesmo pela superação da lacuna assistencial existente. 
Além disso, tem sido consenso a avaliação de que será improvável num 
futuro próximo que apenas a saúde mental possa responder pela ampliação 
do acesso e do cuidado ao enorme contingente de crianças e adolescentes 
com tal demanda de assistência (COUTO e DELGADO, 2010). 
Couto e Delgado (2010) referem que em relação à política de saúde 
mental infanto - juvenil brasileira, o princípio Inter setorial se impôs desde o 
início como a única condição de possibilidade para construção no país de 
um sistema de serviços capaz de responder às diferentes ordens de 
problemas envolvidos no cuidado e tratamento de crianças e jovens. A 
necessidade de iniciar intersetorialmente a construção da rede, somada ao 
fato de que o cuidado em saúde exige trabalho permanente com outras 
instituições ou setores, a começar por família e escola, tem indicado a 
possibilidade de mudanças e remanejamentos não apenas no setor da 
saúde mental, mas nos demais setores que integram o que vem sendo 
nomeado como rede pública ampliada de atenção. 
Diante da complexidade da questão, estudiosos como Couto e 
Delgado (2010) têm afirmado que diferentes profissionais, de setores 
diversos, devem desenvolver melhor acuidade em relação aos problemas de 
saúde mental que concernem crianças e jovens, de forma que possam 
intervir em muitos deles e se tornem qualificados para proceder aos 
encaminhamentos necessários em situações específicas. Assim sendo, o 
cuidado institucional deve contar com a elaboração de estratégias de 
articulação da saúde mental com a atenção primária, educação, assistência 
social e outros setores frequentados pela população em questão, como as 
do matricialmente, supervisão, atendimento em parceria, treinamento 
 
20 
 
continuado e outras afins. 
De acordo com o que o Ministério da Saúde preconiza atualmente 
(BRASIL, 2005c, p.13), uma política de saúde mental infanto-juvenil deve 
considerar como diretrizes: 
A criança ou adolescente a cuidar é um sujeito de direitos e detentor 
de lugares autênticos de fala. A noção de sujeito implica também a de 
singularidade, ou seja, não é possível pensar tratamentos e abordagens 
terapêuticas de forma homogênea e prescritiva, é preciso reconhecer voz e 
escuta de cada criança e adolescente. 
Acolhimento universal: significa que as portas dos serviços devem 
estar abertas a todos aqueles que chegam, com alguma necessidade de 
saúde, entendendo-se inclusa a saúde mental. O acolhimento universal não 
significa que o serviço de saúde (e de saúde mental) tenha que atender e 
acompanhar todos os casos que ali chegam, mas deve fazer uma 
abordagem para identificar as necessidades de cada situação, propor 
alguma intervenção inicial e, quando couber, oferecer outras estratégias e 
lugares de tratamento. 
Encaminhamento implicado e corresponsável: no caso de haver outro 
serviço que melhor se adeque às necessidades do usuário, os profissionais 
que fizeram o acolhimento devem promover o acompanhamento do caso até 
sua inclusão e atendimento em outro serviço. 
Construção permanente da rede e intersetorialidade, a partir da noção 
de clínica ampliada e da complexidade das intervenções: é fundamental a 
construção cotidiana de uma rede de profissionais, ações e serviços para 
garantia do acesso de crianças, adolescentes e jovens aos cuidados nesta 
área. 
Trabalho no Território: trata-se de um conceito que extrapola os 
sentidos meramente geográficos ou regionais, mas tem relação com as 
redes de relações e afetos, bem como as redes sociais daquele que é 
cuidado: “O território é o lugar psicossocial do sujeito; é onde a vida 
acontece”. 
Avaliação das demandas e construção compartilhada das 
necessidades de saúde mental: as demandas que chegam aos serviços de 
saúde mental, vindas do sujeito, da família, da escola e de serviços da rede 
 
21 
 
de saúde ou rede intersetorial devem ser discutidas e elaboradas em 
conjunto pelas equipes, familiares e usuários. 
Os serviços de saúde mental infanto-juvenis, dentro da perspectiva 
que hoje rege as políticas de saúde mental, devem assumir uma função 
social que extrapola o fazer meramente técnico do tratar, e que incluem 
ações, tais como acolher, escutar, cuidar, possibilitar ações emancipatórias, 
enfrentar estigmas e determinismos, melhorar a qualidade de vida das 
pessoas, tendo-as como seres integrais com direito a plena participação e 
inclusão em sua comunidade, partindo de uma rede de cuidados que 
considere as singularidades de cada um e as construções que cada sujeito 
faz a partir de suas condições. 
Para que isso aconteça, é importante que o cuidado em saúde mental 
para o público infanto-juvenil seja feito também pela atenção básica e não 
somente por profissionais e serviços especializados. A Atenção Básica é 
considerada um espaço estratégico, devido à possibilidade de 
acompanhamento no território onde vivem os usuários, favorecendo a 
criação. 
 
CAPÍTULO II - A ATENÇÃO BÁSICA NO DESENVOLVIMENTO MENTAL NA 
ADOLESCÊNCIA 
 
Para poder entender o processo de desenvolvimento mental, mergulho 
nos direcionamentos de J. Piaget que nos diz que “As estruturas mentais são 
construídas, ao logo do desenvolvimento do indivíduo quando interagem com o 
meio utilizando os processos de assimilação e acomodação” Jean. Piaget 
descreve no livro “Psicologia da Adolescência”, p. 21, assim a assimilação do 
adolescente tende a fazer a realidade adaptar-se às necessidades 
(desiquilíbrio), do organismo e acomodação leva o organismo a adaptar-se, 
para sobreviver à realidade. 
Por outro lado, a evolução mental aliada ao aumento do espírito criticam 
levam o adolescente a criticar a família, a escola e a sociedade em geral, 
sentindo-se frustrado e insatisfeito com tudo que agora é capaz de perceber e 
entender. Verdadeiros traumas emocionais, conflitos, fugas do lar, podem ser 
 
22 
 
desencadeados, como consequência da capacidade de compreender a 
realidade sociocultural de que se participa. O reconhecimento da realidade e o 
inconformismo com a mesma são motivos de sofrimento e angustia para o 
adolescente. 
Libertar-se desses laços afetivos e de dependência da família, o 
adolescente precisa ingressar em outros grupos, que constitui fonte de grandes 
apreensões, porque a certeza da segurança e o apoio encontro no lar vai ser 
abalado pela insegurança da integração em outros grupos, onde precisa 
conquistar seu “status”. Em casa, o adolescente aprende que precisa aceitar 
limitações em suas atividades, porque ser bom trazia como recompensa 
aprovação e carinho. Este padrão de comportamento,agora, precisa ser 
abandonado para compreender o outro em que deverá aceitar as limitações, 
que os seus valores e padrões consideram como certos e razoáveis. 
Não raro os próprios pais, menos avisados ainda desejam impor a sua 
autoridade aos filhos, ao invés de farem concessões desencadeando sérios 
conflitos que acrescidos a insegurança do adolescente para enfrentar o seu 
ajustamento social, vão perturbar grandemente o equilíbrio emocional do 
mesmo. Assim, o adolescente estrutura a sua vida mental, passando pela fase 
senso motora, estágio pré-conceitual e estágio intuitivo, até alcançar o 
pensamento lógico-concreto que ocorre entre 7 e 12 anos de idade. Afirmou J. 
Piaget. 
Com tudo isso é importante observar alguns ciclos e fazes do 
adolescente tais como no período da puberdade, as alterações mentais exigem 
situações concretas, presentes afins se processarem. Nesse período de 
maturação e o relacionando interpessoal Piaget acha que o indivíduo acha que 
na puberdade, é levado ao desenvolvimento da lógica formal, baseado nos 
símbolos e na ação internalizada ou operação. Assim, cabe A ela cabe resolver 
os problemas de saúde de maior incidência e relevância no próprio território do 
usuário. Orientada pelos princípios da universalidade, da integralidade e da 
coordenação do cuidado, é considerada, por isso, o contato preferencial dos 
usuários com os sistemas de saúde (BRASIL apud PAULON e NEVES, 2013). 
Nessa atenção básica da saúde mental do adolescente se encontram 
 
23 
 
presentes condições que favorecem a conquista da integralidade e o 
aumento da resolubilidade a possibilidade de acompanhá-lo dentro de seu 
contexto de vida; a longitudinalidade da atenção prestada e da continuidade 
do cuidado. Essas características são imprescindíveis para a implementação 
de novas propostas de atenção em saúde mental e apontam para a 
importância da dimensão territorial na consolidação de tais ações (PAULON 
e NEVES, 2013). 
A questão da saúde mental na Atenção Básica passa, 
necessariamente, pelo redimensionamento da relação 
saúde-doença, pela relevância dos vínculos entre 
profissionais de saúde e comunidade, pelo desenvolvimento 
de ações em perspectiva multidisciplinar e pela promoção de 
saúde visando à melhoria na qualidade de vida da 
população. (PAULON e NEVES, 2013, p. 13). 
Como base na afirmação do autor, a Atenção Básica em Saúde é 
constituída como base, as ações de promoção de saúde mental, prevenção 
e cuidado dos transtornos mentais, redução de danos e cuidado para 
pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, 
podem e devem ser realizadas nestes pontos de atenção, e compartilhadas, 
sempre que necessário, com os demais pontos da rede. A proximidade das 
equipes de Atenção Básica com as famílias, escolas e outros espaços de 
convivência de crianças e adolescentes é um fator positivo para a formação 
de vínculos e a efetividade dos trabalhos que elas podem desenvolver junto 
à população infanto-juvenil no território. 
 
Neste sentido, buco propor através desta observação várias 
recomendações e considerações, que vão ao encontro dos adolescentes, a 
saber: 
 As diferentes políticas setoriais dirigidas às crianças e adolescentes 
sejam pautadas pelos princípios da intersetorialidade, integralidade e da 
corresponsabilidade; 
 E que as ações de saúde mental tomem também como alvo a crescente 
prescrição e o consumo de psicofármacos por crianças e adolescentes; 
 Que quaisquer ações desenvolvidas não percam de vista a família e a 
escola como potenciais fatores de proteção à vulnerabilidade e ao risco; 
 
24 
 
 Estreitar os laços entre a rede respeite as particularidades de cada 
território, criando novas possibilidades de ação a partir dos recursos 
existentes no campo público e na sociedade civil, reconhecendo os 
saberes e práticas da cultura local e buscando avanços a partir da 
integração com esta; 
 Que possua necessidade de efetiva articulação das redes de saúde 
mental com as redes e/ou equipamentos para infância e adolescência do 
território, particularmente com os dispositivos da educação, saúde geral, 
assistência social, justiça, garantia de direitos, cultura, esportes, lazer; 
 Que a interlocução permanente entre os atores que compõem o sistema 
de garantia de direitos da criança e do adolescente, possibilite a 
construção de respostas para as demandas cotidianas, evitando a 
prática de violação de direitos humanos de crianças e adolescentes. 
Assim sendo, na discussão da atenção à saúde mental do adolescente, é 
necessário e fundamental conferir a devida importância aos processos 
educativos e às instituições que dele se ocupam formalmente, incluindo as 
escolas, que são ambientes privilegiados para o seu desenvolvimento e o de 
suas famílias, tanto na promoção de fatores protetivos quanto na detecção de 
riscos e redução de danos de agravos. Ressalta-se que não é atribuição da 
comunidade escolar a identificação e o diagnóstico de patologias ou 
transtornos mentais, mas está sob seu alcance a promoção de ambientes, 
ações e situações que visem ao desenvolvimento saudável de crianças e 
adolescentes, de acolhida e aceitação, bem como de espaços reflexivos e 
críticos sobre quaisquer problemas identificados. 
 
 
 
25 
 
CAPÍTULO III – A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL NA ADOLESCENCIA. 
 
O adolescente nesse processo de busca na promoção na saúde 
mental, passa pelo viés de que historicamente é uma fase segregada, sua 
família não reconhece como um de seus membros e o afasta, como uma 
forma de negar a doença. (TEIXEIRA, 1996). 
A prevenção da doença mental significa criar estratégias para evitar o 
seu aparecimento. A prevenção implica sempre ações localizadas no meio 
social, isto é, os dados de uma pesquisa podem demonstrar que 
determinadas condições de trabalho propiciam o aparecimento de um certo 
distúrbio de comportamento. 
Procura-se, então, interferir naquelas condições específicas de 
trabalho (no barulho, por exemplo), no sentido de evitar que outros 
indivíduos venham apresentar o mesmo distúrbio que acredita-se que 
qualquer tentativa de tratar o individuo isoladamente de suas famílias é inútil 
para ele, pois os principais passos na promoção e prevenção da saúde 
mental e seu tratamento devem ser planejados dentro do contexto 
familiar.(TEIXEIRA, 1996). 
É importante ressaltar que os profissionais que atuam na área 
de saúde mental percebam a necessidade de desenvolverem 
trabalhos que visem a envolvera a família no tratamento, de 
forma a apará-la, apoia- lá e orienta-la na árdua tarefa de 
cuidador de um doente mental, e com isso, manter o doente 
mental de institucionalizado e tratado dignamente, pois não 
adianta estar em casa e ser visto como um peso, sem 
atividades, sem respeito e sem valor. Afirmou Waidman (2001 
p.74) 
 
Contudo, a promoção de saúde está relacionada a todas as práticas e 
condutas que procuram melhorar o nível de saúde da população por meio de 
medidas que não se restringem a resolver problemas de doenças ou 
qualquer desordem orgânica, mas sim que visam a aumentar a saúde e o 
bem-estar geral (Santos & Bógus, 2007). 
No entanto, é importante considerar outros dois importantes critérios 
relevantes ao entendimento do conceito de promoção de saúde, sob pena de 
se usar o termo indiscriminadamente, como se toda prática de intervenção 
fosse, por si só, promotora de saúde. 
 
26 
 
CONCLUSÃO 
 
Esta pesquisa identificou diversos fatores psicossociais associados a 
problemas de saúde mental do adolescente, como o desenvolvimento de 
habilidades emocionais podem evitar prejuízos na saúde emocional do 
adolescente em seu contexto familiar. Esses fatores devem ser considerados 
em propostas de programas de promoção, prevenção e tratamento da saúde 
mental dos adolescentes. Em síntese, a produção científica analisada 
evidenciou algumas e fatores precursores do surgimentode problemas de 
saúde mental do adolescente, como as psicoses, os transtornos de ansiedade, 
de conduta ou alimentares e o abuso de substâncias tóxicas. 
No que se refere aos fatores de risco de maior probabilidade para 
problemas de saúde mental do adolescente, as violências física, psicológica e 
sexual sofridas no ambiente intrafamiliar constituem fator de maior gravidade, 
que pode provocar o surgimento de psicopatologias, principalmente na fase 
inicial da adolescência. Para uma atenção adequada a esses problemas, é 
fundamental o desenvolvimento de ações que focalizem as características de 
resiliência e saúde individual, familiar e coletiva, norteadas pela compreensão e 
identificação dos quadros clínicos. 
Essas ações são essenciais à intervenção sobre as situações 
identificadas e à elaboração de diretrizes políticas. Assim, o profissional de 
saúde em especial o (a) psicólogo (a), a partir de sólido conhecimento, deve 
contribuir para a efetivação de serviços comunitários, subsidiados por 
diretrizes, legislação e políticas públicas em saúde mental. Essa ação contribui 
para a prevenção de todos os tipos de violência sofrida pelo adolescente. É 
importante frisar que a proteção à saúde mental do adolescente inicia-se com 
os pais e os demais familiares, as escolas e a comunidade. 
Sem dúvida, o cuidado desenvolvido por meio de uma abordagem 
dessa natureza pode assumir um poder multiplicador e contribuir para que a 
família, a escola e a comunidade possam ajudar a aumentar as habilidades 
sociais, melhorar a capacidade de solucionar problemas e intensificar a 
autoconfiança o adolescente. Nessa faixa etária, o cuidado pode amenizar 
 
27 
 
os problemas de saúde mental. Os familiares denotam dificuldade no 
entendimento inicial da doença mental, mas principalmente demonstram que 
a estrutura familiar encontra-se abalada. O sentimento de impotência com 
relação às resoluções e as situações geradas pela doença mental. 
As constatações apontam para que haja um trabalho prévio junto à 
população e os próprios familiares de doentes mentais. O trabalho em saúde 
mental tem suas particularidades, uma vez que não lida somente com 
fatores e causas concretas. Porém a atenção em saúde mental deve levar 
em consideração as consequências individuais, familiares e nas 
repercussões. 
As ações de prevenção de agravos à saúde do adolescente, 
independentemente do cenário de práticas, devem romper com as visões 
biomédica e tecnicista, que não consideram a integralidade do adolescente 
como ser em formação. Por isso as ações em saúde mental devem ser 
consideradas como algo transdisciplinar, pois os problemas psíquicos e 
emocionais que afetam o adolescente repercutem nas fases seguintes da sua 
vida. 
 
 
28 
 
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