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Síntese 1 B BC 9 (Intestinos delgado e grosso)

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Síntese 1B BC 9 (Intestinos delgado e grosso) 
 
BRENO ALVES 1 
 
Síntese – Anatomia 
1. Intestino delgado: estende-se do piloro até a 
junção ileocecal; Formado por duodeno, jejuno e íleo; 
2. Duodeno: 
2.1. O duodeno segue um trajeto em formato de C 
ao redor da cabeça do pâncreas. 
2.2. Começa no piloro no lado direito e 
termina na flexura (junção) duodenojejunal no lado 
esquerdo. Essa junção ocorre aproximadamente no 
nível da vértebra L II, 2 a 3 cm à esquerda da linha 
mediana. 
2.3. A maior parte do duodeno está fixada pelo 
peritônio a estruturas na parede posterior do abdome 
e é considerada parcialmente retroperitoneal. 
2.4. É dividido em 4 partes: superior, descendente, 
inferior e ascendente. 
2.5. Os primeiros 2 cm da parte superior do 
duodeno, imediatamente distais ao piloro, têm 
mesentério e são móveis. Essa parte 
livre, chamada ampola (bulbo duodenal). Os 3 cm 
distais da parte superior e as outras três partes do 
duodeno não têm mesentério e são imóveis porque são 
retroperitoneais. 
2.6. A parte superior do duodeno ascende a partir 
do piloro e é superposta pelo fígado e pela vesícula 
biliar. O peritônio cobre sua face anterior, mas não há 
peritônio posteriormente, com exceção da ampola. 
2.7. A parte descendente do duodeno. 
Inicialmente, situa-se à direita da VCI e paralela a 
ela. Os ductos colédoco e pancreático principal entram 
em sua parede posteromedial. Esses ductos 
geralmente se unem para formar a ampola 
hepatopancreática, que se abre em uma eminência, 
chamada papila maior do duodeno. A parte 
descendente do duodeno é totalmente retroperitoneal. 
2.8. A parte inferior (horizontal) do duodeno 
segue transversalmente para a esquerda, passando sobre 
a VCI, a aorta e a vértebra L III. É cruzada pela artéria 
e veia mesentéricas superiores e pela raiz do mesentério 
do jejuno e íleo. Superiormente a ela está a cabeça do 
pâncreas e seu processo uncinado. A face anterior da 
parte horizontal é coberta por peritônio, exceto na parte 
em que é cruzada pelos vasos mesentéricos superiores e 
pela raiz do mesentério. 
2.9. A parte ascendente do duodeno segue 
superiormente e ao longo do lado esquerdo da aorta para 
alcançar a margem inferior do corpo do pâncreas. Aí, 
ela se curva anteriormente para se unir ao jejuno na 
flexura duodenojejunal, sustentada pela fixação de um 
músculo suspensor do duodeno (ligamento de Treitz). 
A contração desse músculo alarga o ângulo da flexura 
duodenojejunal, facilitando o movimento do conteúdo 
intestinal. O músculo suspensor do duodeno passa 
posteriormente ao pâncreas e à veia esplênica e 
anteriormente à veia renal esquerda. 
2.10. As artérias do duodeno originam-se do tronco 
celíaco e da artéria mesentérica superior. 
2.11. O tronco celíaco, por intermédio da artéria 
gastroduodenal e seu ramo, a artéria 
pancreaticoduodenal superior, supre a parte do 
duodeno proximal à entrada do ducto colédoco na parte 
descendente do duodeno. A artéria mesentérica 
superior, por meio de seu 
ramo, a artéria pancreaticoduodenal inferior, supre o 
duodeno distal à entrada do ducto colédoco. As artérias 
pancreaticoduodenais situam-se na curvatura entre o 
duodeno e a cabeça do pâncreas e irrigam as duas 
estruturas. A anastomose das artérias 
pancreaticoduodenais superior e inferior (i. e., entre o 
tronco celíaco e a artéria mesentérica superior) ocorre 
entre a entrada do ducto biliar (colédoco) e a junção das 
partes descendente e inferior do duodeno. 
2.12. As veias do duodeno acompanham as artérias 
e drenam para a veia porta, algumas diretamente e 
outras indiretamente, pelas veias mesentérica superior 
e esplênica. 
2.13. Os vasos linfáticos do duodeno acompanham 
as artérias. Os vasos linfáticos anteriores drenam para 
os linfonodos pancreaticoduodenais, localizados ao 
longo das artérias pancreaticoduodenais superior e 
inferior, e para os linfonodos pilóricos, situados ao 
longo da artéria gastroduodenal. Os vasos linfáticos 
posteriores seguem posteriormente à cabeça do 
pâncreas e drenam para os linfonodos mesentéricos 
superiores. Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos 
duodenais drenam para os linfonodos celíacos. 
2.14. Os nervos do duodeno derivam do nervo vago 
e dos nervos esplâncnicos (abdominopélvicos) maior 
e menor por meio dos plexos celíaco e mesentérico 
superior. Os nervos seguem para o duodeno via plexos 
periarteriais que se estendem até as artérias 
pancreaticoduodenais. 
 
3. Jejuno e íleo 
3.1. A segunda parte do intestino delgado, o jejuno, 
começa na flexura duodenojejunal, onde o sistema 
digestório volta a ser intraperitoneal. A terceira parte do 
intestino delgado, o íleo, termina na junção ileocecal, a 
união da parte terminal do íleo e o ceco. 
3.2. A maior parte do jejuno está situada no 
quadrante superior esquerdo (QSE) do compartimento 
infracólico, ao passo que a maior parte do íleo está no 
quadrante inferior direito (QID). 
3.3. O mesentério é uma prega de peritônio em 
forma de leque que fixa o jejuno e o íleo à parede 
posterior do abdome. 
3.4. A origem ou raiz do mesentério (com 
aproximadamente 15 cm de comprimento) tem direção 
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oblíqua, inferior e para a direita. Estende-se da flexura 
duodenojejunal no lado esquerdo da vértebra L II até a 
junção ileocólica e a articulação sacroilíaca direita. 
3.5. Entre as duas camadas do mesentério estão os 
vasos mesentéricos superiores, linfonodos, uma 
quantidade variável de gordura e nervos 
autônomos. 
3.6. A artéria mesentérica superior (AMS) irriga 
o jejuno e o íleo via artérias jejunais e ileais. 
3.7. A AMS geralmente origina-se da parte 
abdominal da aorta no nível da vértebra L I, cerca de 1 
cm inferior ao tronco celíaco, e segue entre as camadas 
do mesentério, enviando 15 a 18 ramos para o jejuno e 
o íleo. As artérias se unem para formar alças ou arcos, 
chamados arcos arteriais, que dão origem a artérias 
retas, denominadas vasos retos. 
3.8. A veia mesentérica superior drena o jejuno e 
o íleo. Situa-se anteriormente e à direita da AMS na raiz 
do mesentério. A VMS termina posteriormente ao colo 
do pâncreas, onde se une à veia esplênica para formar a 
veia porta. 
3.9. Os vasos linfáticos especializados nas 
vilosidades intestinais (pequenas projeções da túnica 
mucosa) que absorvem gordura são denominados 
lactíferos. Eles drenam seu líquido leitoso para os 
plexos linfáticos nas paredes do jejuno e do íleo. 
Por sua vez, os vasos lactíferos drenam para os vasos 
linfáticos entre as camadas do mesentério. No 
mesentério, a linfa atravessa sequencialmente três 
grupos de linfonodos: 
Linfonodos justaintestinais: localizados perto da 
parede intestinal 
Linfonodos mesentéricos: dispersos entre os arcos 
arteriais 
Linfonodos centrais superiores: localizados ao longo 
da parte proximal da AMS. 
3.10. Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos 
mesentéricos drenam para os linfonodos mesentéricos 
superiores. Os vasos linfáticos da parte terminal do íleo 
seguem o ramo ileal da artéria ileocólica até os 
linfonodos ileocólicos. 
3.11. A AMS e seus ramos são circundados por um 
plexo nervoso periarterial por meio do qual os nervos 
são conduzidos até as partes do intestino irrigadas por 
essa artéria. As fibras simpáticas nos nervos para o 
jejuno e o íleo originam-se nos segmentos T8 a T10 da 
medula espinal e chegam ao plexo mesentérico 
superior por intermédio dos troncos 
simpáticos e nervos esplâncnicos (maior, menor e imo) 
torácicos abdominopélvicos. As fibras simpáticas pré-
ganglionares fazem sinapse nos corpos celulares dos 
neurônios simpáticos pós-ganglionares nos gânglios 
celíaco e mesentérico superior (pré-vertebral). As 
fibras parassimpáticas nos nervos para o jejuno e íleo 
provêm dos troncos vagais posteriores. As fibras 
parassimpáticas pré-ganglionares fazem sinapse com os 
neurônios parassimpáticospós-ganglionares nos plexos 
mioentérico e submucoso na parede intestinal. 
3.12. A estimulação simpática reduz a atividade 
peristáltica e secretora do intestino e atua como um 
vasoconstritor, reduzindo ou interrompendo a digestão 
e disponibilizando sangue (e energia) para “fugir ou 
lutar”. A estimulação parassimpática aumenta a 
atividade peristáltica e secretora do intestino, 
restaurando o processo de digestão após uma reação 
simpática. O intestino delgado também tem fibras 
sensitivas (aferentes viscerais). O intestino é insensível 
à maioria dos estímulos dolorosos, inclusive incisão e 
queimadura; entretanto, é sensível à distensão que é 
percebida como cólica (dor abdominal espasmódica). 
 
4. O intestino grosso é formado pelo ceco; 
apêndice vermiforme; colos ascendente, transverso, 
descendente e sigmoide; reto e canal anal. 
4.1. Apêndices omentais do colo: projeções 
pequenas, adiposas, semelhantes ao omento 
4.2. 
Tênias do colo: três faixas longitudinais distintas: (1) 
tênia mesocólica, à qual se fixam os mesocolos 
transverso e sigmoide; (2) tênia omental, à qual se 
fixam os apêndices omentais; e (3) tênia livre, à qual 
não estão fixados mesocolos nem apêndices omentais 
Saculações: saculações da parede do colo entre as 
tênias Calibre (diâmetro interno) muito maior. 
4.3. As tênias do colo (faixas espessas de músculo 
liso que representam a maior parte da camada 
longitudinal) começam na base do apêndice vermiforme 
como a camada longitudinal espessa do apêndice 
vermiforme que se divide para formar três 
faixas. As tênias seguem por todo o comprimento do 
intestino grosso, com alargamento abrupto e nova fusão 
na junção retossigmoide, formando uma camada 
longitudinal contínua ao redor do reto. Como sua 
contração tônica encurta a parte da parede associada, o 
colo adquire uma aparência sacular ou “de bolsas” entre 
as tênias, formando as saculações. 
4.4. O ceco é a primeira parte do intestino grosso; é 
contínuo com o colo ascendente. É uma bolsa intestinal 
cega, que mede aproximadamente 7,5 cm de 
comprimento e largura. Situa-se na fossa ilíaca do 
quadrante inferior direito do abdome, inferiormente à 
sua junção com a parte terminal do íleo. Quando 
distendido por fezes ou gases, o ceco 
pode ser palpável através da parede anterolateral do 
abdome. 
4.5. O ceco geralmente está situado a 2,5 cm do 
ligamento inguinal; é quase totalmente revestido por 
peritônio e pode ser levantado livremente. 
4.6. Entretanto, não tem mesentério. Em vista de sua 
relativa liberdade, pode ser deslocado da fossa ilíaca, 
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mas costuma estar ligado à parede lateral do abdome por 
uma ou mais pregas cecais de peritônio. 
4.7. Na dissecção, o óstio ileal entra no ceco entre 
os lábios ileocólico e ileocecal (superior e inferior), 
pregas que se encontram lateralmente e formam cristas 
chamadas de frênulos do óstio ileal. O óstio, porém, 
geralmente é fechado por contração tônica, 
apresentando-se como uma papila ileal no lado cecal. 
A papila provavelmente atua como uma válvula 
unidirecional relativamente passiva, que impede o 
refluxo do ceco para o íleo quando houver contrações 
para impulsionar o conteúdo para o colo ascendente e 
colo transverso. 
4.8. O apêndice vermiforme é um divertículo 
intestinal cego (6 a 10 cm de comprimento) que contém 
massas de tecido linfoide. Origina-se na face 
posteromedial do ceco, inferiormente à junção 
ileocecal. O apêndice vermiforme tem um 
mesentério triangular curto, o mesoapêndice, originado 
da face posterior do mesentério da parte terminal do 
íleo. O mesoapêndice fixa-se ao ceco e à parte proximal 
do apêndice vermiforme. A posição do apêndice 
vermiforme é variável, mas geralmente é retrocecal. 
4.9. A irrigação arterial do ceco é realizada pela 
artéria ileocólica, o ramo terminal da AMS. A artéria 
apendicular, um ramo da artéria ileocólica, irriga o 
apêndice vermiforme. A drenagem venosa do ceco e 
do apêndice vermiforme segue por uma tributária da 
VMS, a veia ileocólica. 
4.10. A drenagem linfática do ceco e do apêndice 
vermiforme segue até os linfonodos no mesoapêndice e 
até os linfonodos ileocólicos situados ao longo da 
artéria ileocólica. Os vasos linfáticos eferentes seguem 
até os linfonodos mesentéricos superiores. 
4.11. A inervação do ceco e do apêndice 
vermiforme provém dos nervos simpáticos e 
parassimpáticos do plexo mesentérico 
superior. As fibras nervosas simpáticas originam-se 
na parte torácica inferior da medula espinal, e as fibras 
nervosas parassimpáticas provêm dos nervos vagos. 
As fibras nervosas aferentes do apêndice vermiforme 
acompanham os nervos simpáticos até o segmento T10 
da medula espinal. 
 
5. Colo 
5.1. O colo é dividido em quatro partes — 
ascendente, transversa, descendente e sigmoide — 
que sucedem uma à outra formando um arco. 
5.2. O colo ascendente é a segunda parte do 
intestino grosso. Segue para cima na margem direita da 
cavidade abdominal, do ceco até o lobo hepático direito, 
onde vira para a esquerda na flexura direita do colo 
(flexura hepática). Essa flexura situase profundamente 
às costelas IX e X e é superposta pela parte inferior do 
fígado. 
5.2.1. O colo ascendente é coberto por peritônio 
anteriormente e nas suas laterais; entretanto, tem um 
mesentério curto em aproximadamente 25% das 
pessoas. 
5.2.2. O colo ascendente é separado da parede 
anterolateral do abdome pelo omento maior. 
5.2.3. Um sulco vertical profundo revestido por 
peritônio parietal, o sulco paracólico direito, situa-se 
entre a face lateral do colo ascendente e a parede 
adjacente do abdome. 
5.2.4. A irrigação arterial do colo ascendente e da 
flexura direita do colo provém de ramos da AMS, as 
artérias ileocólica e cólica direita. Essas artérias 
anastomosam-se entre si e com o ramo direito da 
artéria cólica média, o primeiro de uma série de arcos 
anastomóticos que é continuado pelas artérias cólica 
esquerda e sigmóidea para formar um canal arterial 
contínuo, o arco justacólico (artéria marginal). Essa 
artéria é paralela ao colo e acompanha 
todo seu comprimento perto de sua margem 
mesentérica. 
5.2.5. A drenagem venosa do colo ascendente segue 
por meio de tributárias da VMS, as veias cólica direita 
e ileocólica. A drenagem linfática segue primeiro até 
os linfonodos epicólicos e paracólicos, perto dos 
linfonodos cólicos direitos intermediários e ileocólicos, 
e daí para os linfonodos mesentéricos superiores. A 
inervação do colo ascendente é derivada do plexo 
mesentérico superior. 
5.3. O colo transverso é a terceira parte do 
intestino grosso, a mais longa e mais móvel. Atravessa 
o abdome da flexura direita do colo até a flexura 
esquerda do colo, onde se curva para baixo e dá origem 
ao colo descendente. A flexura esquerda do colo 
(flexura esplênica) geralmente é superior, mais aguda e 
menos móvel do que a flexura direita do colo. Situa-se 
anteriormente à parte inferior do rim esquerdo e fixa-se 
ao diafragma através do ligamento frenocólico. 
5.3.1. O colo transverso e seu mesentério, o mesocolo 
transverso, faz uma volta para baixo, amiúde inferior ao 
nível das cristas ilíacas. O mesentério adere à parede 
posterior da bolsa omental ou se funde com ela. A raiz 
do mesocolo transverso situa-se ao longo da margem 
inferior do pâncreas e é contínua com o peritônio 
parietal posteriormente. 
5.3.2. A irrigação arterial do colo transverso 
provém principalmente da artéria cólica média um 
ramo da AMS. Entretanto, o colo transverso também 
pode receber sangue arterial das artérias cólicas direita 
e esquerda por meio de anastomoses, parte da série de 
arcos anastomóticos que coletivamente formam o arco 
justacólico (artéria marginal). 
5.3.3. A drenagem venosa do colo transverso é feita 
pela VMS. 
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5.3.4. A drenagemlinfática do colo transverso se dá 
para os linfonodos cólicos médios, que, por sua vez, 
drenam para os linfonodos mesentéricos superiores. 
5.3.5. A inervação do colo transverso provém do 
plexo mesentérico superior via plexos periarteriais das 
artérias cólicas direita e média. Esses nervos conduzem 
fibras nervosas simpáticas, parassimpáticas (vagais) e 
aferentes viscerais. 
5.4. O colo descendente ocupa posição 
secundariamente retroperitoneal entre a flexura 
esquerda do colo e a fossa ilíaca 
esquerda, onde é contínua com o colo sigmoide. 
5.4.1. Assim, o peritônio cobre o colo anterior e 
lateralmente e o liga à parede posterior do abdome. 
Embora retroperitoneal, o colo descendente, sobretudo 
na fossa ilíaca, tem mesentério curto 
em aproximadamente 33% das pessoas. 
5.4.2. Como o colo ascendente, o colo descendente 
tem um sulco paracólico (o esquerdo) em sua face 
lateral. 
5.5. O colo sigmoide, caracterizado por sua alça em 
forma de S com comprimento variável, une o colo 
descendente ao reto. O colo sigmoide estende-se da 
fossa ilíaca até o terceiro segmento sacral (S III), onde 
se une ao reto. O fim das tênias do colo, a 
aproximadamente 15 cm do ânus, indica a junção 
retossigmoide. 
5.5.1. O colo sigmoide geralmente tem mesentério 
longo — o mesocolo sigmoide — e, portanto, tem 
grande liberdade de movimento, principalmente sua 
parte média. A raiz do mesocolo 
sigmoide tem fixação em formato de V invertido, que 
se estende primeiro medial e superiormente ao longo 
dos vasos ilíacos externos e, depois, medial e 
inferiormente a partir da bifurcação dos vasos ilíacos 
comuns até a face anterior do sacro. O 
ureter esquerdo e a divisão da artéria ilíaca comum 
esquerda situam-se no retroperitônio, posteriormente ao 
ápice da raiz do mesocolo sigmoide. 
5.5.2. Os apêndices omentais do colo sigmoide são 
longos; eles desaparecem quando o mesocolo sigmoide 
termina. As tênias do colo também desaparecem quando 
o músculo longitudinal na parede do colo se alarga para 
formar uma camada completa no reto. 
5.5.3. A irrigação arterial do colo descendente e do 
colo sigmoide provém das artérias cólica esquerda e 
sigmóidea, ramos da artéria mesentérica inferior. 
Assim, aproximadamente na flexura esquerda do colo, 
há uma segunda transição na irrigação da parte 
abdominal do sistema digestório: a AMS que irriga a 
parte oral (proximal) à flexura (derivado do intestino 
médio embrionário), e a AMI que irriga a parte aboral 
(distal) à flexura (derivada do intestino posterior 
embrionário). As artérias sigmóideas descem 
obliquamente para a esquerda, onde se dividem em 
ramos ascendentes e descendentes. O ramo superior da 
artéria sigmóidea superior anastomosa-se com o ramo 
descendente da artéria cólica esquerda, assim formando 
uma parte da artéria marginal. 
5.5.4. A drenagem venosa do colo descendente e do 
colo sigmoide é feita pela veia mesentérica inferior, 
geralmente fluindo para a veia esplênica e, depois, para 
a veia porta em seu trajeto até o fígado. 
5.5.5. A drenagem linfática do colo descendente e 
do colo sigmoide é conduzida por vasos que seguem até 
os linfonodos epicólicos e paracólicos e depois através 
dos linfonodos cólicos intermediários ao longo da 
artéria cólica esquerda. A linfa desses linfonodos segue 
para os linfonodos mesentéricos inferiores situados ao 
redor da AMI. Entretanto, a linfa proveniente da flexura 
esquerda do colo também pode drenar para os 
linfonodos mesentéricos superiores. 
5.5.6. Oralmente (em direção à boca ou proximal) à 
flexura esquerda do colo, as fibras simpáticas e 
parassimpáticas seguem juntas a partir do plexo 
aórtico abdominal através dos plexos periarteriais para 
chegarem à parte abdominal do trato alimentar; 
entretanto, aboralmente (em sentido oposto à boca ou 
distal) à flexura, seguem vias distintas. 
5.5.7. A inervação simpática dos colos descendente 
e sigmoide provém da parte lombar do tronco simpático 
via nervos esplâncnicos lombares (abdominopélvicos), 
do plexo mesentérico superior e dos plexos periarteriais 
que acompanham a artéria mesentérica inferior e seus 
ramos. 
A inervação parassimpática provém dos nervos 
esplâncnicos pélvicos através do plexo e nervos 
hipogástricos (pélvicos) inferiores, que ascendem 
retroperitonealmente a partir do plexo, 
independentemente da irrigação arterial para essa parte 
do sistema digestório. 
5.5.8. Oralmente à porção média do colo sigmoide, 
fibras aferentes viscerais que conduzem a 
sensação de dor seguem retrogradamente com fibras 
simpáticas para os gânglios sensitivos dos nervos 
espinais toracolombares, enquanto aquelas que 
conduzem informações reflexas seguem com as fibras 
parassimpáticas para os gânglios 
sensitivos vagais. Aboralmente à porção média do colo 
sigmoide, todas as fibras aferentes viscerais 
acompanham as fibras parassimpáticas retrogradamente 
até os gânglios sensitivos dos nervos espinais S2–S4. 
 
6. Reto e canal anal 
6.1. O reto é a parte terminal fixa (basicamente 
retroperitoneal e subperitoneal) do intestino grosso. 
É contínuo com o colo sigmoide no nível da vértebra S 
III. A junção ocorre na extremidade inferior do 
mesentério do colo sigmoide. O reto é contínuo 
inferiormente com o canal anal. 
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Síntese – Fisiologia 
 
1. O intestino delgado e o colo não apenas 
absorvem grande quantidade de eletrólitos 
(Na+, Cl-, HCO3- e K+) e água, mas as células epiteliais 
que circundam as criptas do intestino delgado também 
secretam líquido e eletrólitos. Essa secreção adicional 
contribui para o volume já presente no lúmen intestinal, 
que, então, deve ser absorvido. 
2. Os mecanismos para absorção de líquido e de 
eletrólitos, no intestino, envolvem vias celulares e 
paracelulares. A permeabilidade das junções 
ocludentes (junções fechadas) entre as células 
epiteliais determina se os líquidos e os eletrólitos vão se 
mover pela via paracelular ou pela via celular. As 
junções ocludentes, no intestino delgado, são 
“vazadoras” (têm baixa resistência) e permitem 
significativo movimento paracelular, enquanto as 
junções ocludentes no colo são “rígidas” (têm alta 
resistência) e não permitem o movimento paracelular. 
3. Absorção intestinal 
3.1. As células epiteliais intestinais que revestem as 
vilosidades absorvem grandes volumes de líquido. A 
primeira etapa, nesse processo, é a absorção do soluto, 
seguido pela absorção de água. O fluido absorvido é 
sempre isosmótico, significando que a 
absorção do soluto e da água ocorre proporcionalmente 
entre si. O mecanismo da absorção isosmótica é similar 
ao do túbulo renal proximal. Os mecanismos de 
absorção de soluto variam ao longo do jejuno, do íleo e 
do colo. 
3.2. Jejuno 
3.2.1. O jejuno é o principal local para a absorção de 
Na+ no intestino delgado. 
3.2.2. Os mecanismos para o transporte de eletrólitos, 
no jejuno, são idênticos aos do túbulo proximal do rim. 
3.2.3. A membrana apical contém 
cotransportadores Na+-monossacarídeos (Na+-
glicose e Na+-galactose), cotransportadores Na+-
aminoácido, e trocadores Na+-H+. 
3.2.4. Depois do Na2+ entrar na célula, com seu 
transportador acoplado, ele é expelido, através da 
membrana basolateral, via Na+-K+ ATPase. Note 
que a fonte de H+ para o trocador Na+-H+ é o CO2 
intracelular e H2O, que são convertidos a H+ e HCO3- 
em presença da anidrase carbônica. O H+ é secretado 
no lúmen pelo trocador Na+-H+, e o HCO3- é 
absorvido pelo sangue. 
3.3. Íleo 
3.3.1. O íleo contém os mesmos mecanismos de 
transporte que o jejuno, mais um mecanismo trocador 
Cl—HCO
3-
, na membrana apical, e transportador Cl-, 
em vez de transportador de HCO3-, na membrana 
basolateral. 
3.3.2. Dessa forma, o H+ e o HCO3- são gerados 
dentro das células epiteliais no íleo, o H+ é secretado 
parao lúmen, via trocador Na+-H+, e o HCO3- é, 
também, secretado para o lúmen, via trocador Cl-- 
HCO3- (em vez de ser absorvido pelo sangue, como no 
jejuno). O resultado da combinação do trocador Na+-H+ 
e do trocador Cl--HCO3- na membrana apical é o 
movimento efetivo de NaCl para o interior da célula, de 
onde é absorvido. Assim, no íleo, existe absorção 
efetiva de NaCl, enquanto, no jejuno, existe absorção 
efetiva de NaHCO3. 
3.4. Colo 
3.4.1. Os mecanismos celulares do colo são similares 
aos observados nas células principais do túbulo 
convoluto distal e ductos coletores dos rins. 
3.4.2. A membrana apical contém canais de Na+ e K+, 
que são responsáveis pela absorção de Na+ e pela 
secreção de K+. Assim como as células principais 
renais, a síntese dos canais de Na+ é induzida 
pela aldosterona, que leva ao aumento da reabsorção 
de Na+ e, secundariamente, a aumento da secreção de 
K+. 
4. Secreção intestinal 
4.1. As células epiteliais que revestem as criptas 
intestinais secretam líquido e eletrólitos (comparados 
às células que revestem as vilosidades, que absorvem 
líquido e eletrólitos). 
4.2. A membrana apical contém canais de Cl-. 
Além de ter a Na+- K+ ATPase, a membrana basolateral 
também tem cotransportador Na+-K+-2Cl-, similar 
ao encontrado no ramo ascendente espesso da alça de 
Henle. Esse cotransportador de três íons, traz Na+, Cl- e 
K+ do sangue para o interior das células. O Cl- se move 
para o interior das células, pelo cotransportador Na+-
K+-2Cl- e, então, se difunde para o 
lúmen, pelos canais de Cl- na membrana apical. O Na+ 
segue passivamente a secreção de Cl-, movendo-se por 
entre as células. Por fim, a água é secretada no lúmen, 
acompanhando a secreção de NaCl. 
4.3. Os canais de Cl-, na membrana apical em geral 
estão fechados, mas eles podem se 
abrir, em resposta à ligação de vários hormônios e 
neurotransmissores nos receptores da membrana 
basolateral. Essas substâncias ativadoras incluem, mas 
não estão apenas limitadas à ACh e ao VIP. Os 
neurotransmissores ou os hormônios se ligam ao 
receptor basolateral, ativando a adenilato ciclase e 
gerando AMPc nas células das criptas. O AMPc abre 
canais de Cl-, na membrana apical, iniciando a secreção 
de Cl-; o Na+ e a água seguem o Cl- para o lúmen. 
Normalmente, os eletrólitos e a água, secretados pelas 
células das criptas intestinais, são absorvidos pelas 
células intestinais vilares. No entanto, em doenças em 
que a adenilato ciclase é maximamente estimulada 
(p. ex., cólera), a secreção de líquido pelas células da 
Síntese 1B BC 9 (Intestinos delgado e grosso) 
 
BRENO ALVES 7 
 
cripta sobrepuja a capacidade absortiva das células 
vilares e causa diarreia severa, com risco de vida. 
 
5. Motilidade do intestino delgado 
5.1. No intestino delgado, como acontece com 
outras musculaturas lisas gastrointestinais, a frequência 
das ondas lentas determina a frequência com que os 
potenciais de ação e as contrações ocorrem. Ondas 
lentas são mais frequentes no duodeno (12 ondas por 
minuto) do que no estômago. No íleo, a frequência das 
ondas lentas diminui ligeiramente para nove ondas por 
minuto. Como no estômago, as contrações (chamadas 
complexos mioelétricos migratórios) ocorrem a cada 
90 minutos, para limpar o intestino delgado de quimo 
residual. 
5.2. Existe inervação tanto parassimpática quanto 
simpática no intestino delgado. A inervação 
parassimpática é pelo nervo vago, e a simpática por 
fibras que se originam nos gânglios celíaco e 
mesentérico superior. A estimulação parassimpática 
aumenta a contração da musculatura lisa intestinal, e a 
atividade simpática reduz a contração. 
5.3. Embora muitos dos nervos parassimpáticos 
sejam colinérgicos (i.e., eles liberam ACh), 
alguns deles liberam outros neurócrinos (i.e., são 
peptidérgicos). Os neurócrinos, liberados pelos 
neurônios parassimpáticos peptidérgicos, no intestino 
delgado, incluem o VIP, as encefalinas e a motilina. 
5.4. Existem dois padrões de contração no 
intestino delgado: contrações de segmentação 
e contrações peristálticas. Cada padrão é coordenado 
pelo sistema nervoso entérico. 
5.5. Contrações de segmentação 
5.5.1. As contrações de segmentação servem para 
misturar o quimo e expô-lo às enzimas e 
às secreções pancreáticas, como mostrado na . A região 
do intestino delgado se contrai, dividindo o 
quimo e deslocando-o tanto na direção oral quanto 
caudal. Essa região do intestino, em seguida, se relaxa, 
permitindo que o bolo de quimo que fora dividido 
possa se fundir novamente. Esse movimento para trás e 
para frente serve para misturar o quimo, mas não o 
desloca, efetivamente, no sentido caudal do 
intestino delgado. 
5.6. Contrações peristálticas 
5.6.1. O Passo 1 mostra um bolo do quimo. A 
contração ocorre em certo ponto oral (atrás) do bolo; 
simultaneamente, a porção caudal do intestino (à frente) 
ao bolo se relaxa (Passo 2). O quimo é, dessa forma, 
deslocado na direção caudal. 
5.6.2. Para realizar tais movimentos de propulsão ao 
longo do intestino delgado, músculos circulares e 
longitudinais devem funcionar de forma oposta para 
complementar as ações do outro. 
5.6.3. Portanto a onda peristáltica ocorre como se 
segue. O bolo alimentar no lúmen intestinal é detectado 
por células da mucosa intestinal enterocromafins, que 
libera serotonina (5-hidroxitriptamina, 5-HT). A 5-HT 
se liga a receptores nos neurônios intrínsecos aferentes 
primários (IPANs) que, quando ativados, iniciam o 
reflexo peristáltico nesse segmento do intestino 
delgado. Atrás do bolo, transmissores excitatórios (p. 
ex., acetilcolina, substância P, neuropeptídeo Y) são 
liberados no músculo circular, enquanto, 
simultaneamente, essas vias são inibidas no músculo 
longitudinal; assim, esse segmento do intestino delgado 
estreita e se alonga. Na frente do bolo, as vias 
inibidoras (p. ex., o peptídeo intestinal vasoativo, óxido 
nítrico) são ativados no músculo circular, enquanto vias 
excitatórias são ativadas em músculo 
longitudinal; assim, esse segmento do intestino delgado 
aumenta e diminui. 
6. Motilidade do intestino grosso 
6.1. Contrações de segmentação: As contrações de 
segmentação ocorrem no ceco e colo proximal. Como 
no intestino delgado, essas contrações atuam para 
misturar o conteúdo do intestino grosso. No 
intestino grosso, as contrações são realizadas em 
segmentos em forma de bolsa, chamados saculações. 
6.2. Movimentos de massa: Os movimentos de 
massa ocorrem no colo e funcionam movendo o 
conteúdo do intestino grosso por longas distâncias, 
como do colo transverso para o sigmoide. Os 
movimentos de massa ocorrem por uma a três vezes 
por dia. A absorção da água ocorre no colo distal, 
tornando o conteúdo fecal do intestino grosso 
semissólido e progressivamente mais difícil de se 
mover. O movimento de massa final propele o 
conteúdo fecal para o reto, onde ficará armazenado até 
que ocorra a defecação. 
6.3. Defecação: Quando o reto fica cheio de fezes, 
a parede de musculatura lisa do reto se contrai e o 
esfíncter anal interno se relaxa no reflexo reto-
esfinctérico. A defecação não ocorrerá neste momento, 
no entanto, porque o esfíncter anal externo (composto 
por musculatura estriada e sob controle voluntário) 
ainda está tonicamente contraído. No entanto, uma vez 
que o reto chegue a 25% de sua capacidade, ocorre 
urgência em defecar. Quando for apropriado, o esfíncter 
anal externo é relaxado voluntariamente, a 
musculatura lisa do reto se contrai para criar pressão, 
e as fezes são forçadas através do canal anal. A pressão 
intra-abdominal, criada para a defecação, pode ser 
aumentada pela manobra de Valsalva (expirar contra 
a glote fechada). 
6.4. Reflexo gastrocólico: A distensão do estômago 
pelo alimento aumenta a motilidade do colo e aumenta 
a frequência dos movimentos de massa no intestino 
grosso. Esse longo arcorreflexo, chamado reflexo 
Síntese 1B BC 9 (Intestinos delgado e grosso) 
 
BRENO ALVES 8 
 
gastrocólico, temsua região aferente no estômago, que 
é mediada pelo sistema nervoso parassimpático. A 
região eferente do reflexo, que produz o 
aumento de mobilidade do colo, é mediada pelos 
hormônios CCK e gastrina. 
 
 
 
 
Síntese - Histologia 
 
Intestino delgado 
 
1. Camada mucosa 
1.1. Quando observado a olho nu, o revestimento do 
intestino delgado apresenta uma série de pregas 
permanentes, plicae circularis, em forma semilunar, 
circular ou espiral, que consistem em dobras da mucosa 
e submucosa. Essas pregas são mais desenvolvidas no 
jejuno e, embora sejam frequentemente 
observadas no duodeno e íleo, não são características 
desses órgãos. 
1.2. As vilosidades intestinais ou vilos são 
projeções alongadas formadas pelo epitélio e 
lâmina própria, com cerca de 0,5 a 1,5 mm de 
comprimento 
1.3. O epitélio de revestimento dos vilos é do tipo 
cilíndrico simples. É formado principalmente por 
células absortivas (enterócitos) e células caliciformes 
e se continua com o epitélio das criptas, que por sua 
vez contêm algumas células absortivas, células 
caliciformes, células enteroendócrinas, células de 
Paneth e célulastronco. A cripta tem formato tubular e 
representa o compartimento proliferativo do intestino. 
1.4. Células absortivas são células colunares 
altas, cada uma com um núcleo oval em sua porção 
basal. No ápice de cada célula, a membrana plasmática 
se projeta para o lúmen (microvilosidade), criando a 
borda em escova. A membrana celular envolve um 
eixo de microfilamentos de actina associados a 
fimbrina e vilina (proteínas do citoesqueleto) 
1.5. Células caliciformes estão distribuídas entre as 
células absortivas. Elas são menos abundantes no 
duodeno e aumentam em número em direção ao íleo. 
Síntese 1B BC 9 (Intestinos delgado e grosso) 
 
BRENO ALVES 9 
 
Essas células produzem glicoproteínas ácidas 
do tipo rnucina. 
1.6. Células de Paneth, localizadas na porção basal 
das criptas intestinais, são células exócrinas com 
grandes grânulos de secreção eosinofílicos em seu 
citoplasma apical. Esses grânulos contêm lisozima e 
defensina, enzimas que podem permeabilizar e digerir 
a parede de bactérias. Em virtude de sua atividade 
antibacteriana, a lisozima também exerce controle sobre 
a microbiota intestinal. 
1.7. Células-tronco estão localizadas no terço basal 
da cripta, entre as células de Paneth. 
1.8. Células M (microfold) são células epiteliais 
especializadas que recobrem folículos linfoides das 
placas de Peyer, localizadas no íleo. Essas células são 
caracterizadas por numerosas invaginações basais que 
contêm muitos linfócitos e células apresentadoras de 
antígenos, como os macrófagos. Células M podem 
captar antígenos por endocitose e transportá-los para 
os macrófagos e células linfoides subjacentes 
2. Células endócrinas do intestino: sob estímulo, 
essas células liberam seus grânulos de secreção por 
exocitose e os hormônios podem então exercer efeitos 
parácrinos (locais) ou endócrinos (via sangue). 
Células secretoras de polipeptídios do trato 
gastrintestinal podem ser classificadas de duas 
maneiras: tipo aberto, nas quais o ápice da célula 
apresenta microvilosidades e está em contato com o 
lúmen do órgão, e tipo fechado, nas quais o ápice da 
célula está recoberto por outras células epiteliais. 
3. Lâmina própria à serosa 
3.1. A lâmina própria do intestino delgado é 
composta por tecido conjuntivo frouxo com vasos 
sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas e fibras 
musculares lisas. A lâmina própria preenche o centro 
das vilosidades intestinais, onde as células musculares 
lisas (dispostas verticalmente entre a muscular da 
mucosa e a ponta das vilosidades) são responsáveis pela 
movimentação rítmica, importante para a absorção dos 
nutrientes 
3.2. A muscular da mucosa não apresenta qualquer 
peculiaridade neste órgão. A submucosa contém, na 
porção inicial do duodeno, grupos de glândulas 
tubulares enoveladas ramificadas que se abrem nas 
glândulas intestinais. Estas são as glândulas 
duodenais, cujas células secretam muco alcalino. As 
glândulas duodenais são importantes no diagnóstico 
diferencial das regiões do intestino delgado. 
3.3. A lâmina própria e a submucosa do intestino 
delgado contêm agregados de nódulos linfoides 
(GALT), que são mais numerosos no íleo, e neste órgão 
são conhecidos como placas de Peyer. Existem 
aproximadamente 30 placas em humanos, a maioria no 
íleo. Quando observada a partir da superfície luminal, 
cada placa de Peyer aparece como uma área com 
formato arredondado sem vilosidades na superfície. 
Em vez de células absortivas, seu epitélio de 
revestimento consiste em células M. 
4. Vasos e nervos 
4.1. Os vasos linfáticos (lacteais) do intestino 
surgem como capilares de fundo cego no centro das 
vilosidades. 
4.2. Os capilares linfáticos correm em direção à 
lâmina própria acima da muscular da mucosa, onde 
formam um plexo. De lá, direcionam-se para a 
submucosa, onde circundam nódulos linfoides. 
4.3. A contração rítmica das 
vilosidades intestinais auxilia a propulsão da linfa 
contida no interior dos capilares linfáticos para os vasos 
linfáticos mesentéricos. 
4.4. A inervação dos intestinos apresenta um 
componente intrínseco e um componente extrínseco. 
O componente intrínseco está constituído por grupos 
de neurônios que formam o plexo nervoso mioentérico 
(de Auerbach) entre as camadas musculares, circular 
interna e longitudinal externa, e o plexo nervoso 
submucoso (de Meissner) na submucosa. 
Os plexos contêm alguns neurônios sensoriais que 
recebem informações de terminações nervosas 
próximas da camada epitelial e na camada de músculo 
liso com relação à composição do conteúdo intestinal 
(quimiorreceptores) e ao grau de expansão da parede 
intestinal (mecanorreceptores), respectivamente. As 
outras células nervosas são efetoras e inervam as 
camadas musculares e células secretoras de hormônios. 
A inervação intrínseca formada por esses plexos é 
responsável pelas contrações intestinais que ocorrem de 
modo independente da inervação extrínseca. A 
inervação extrínseca pertence ao sistema nervoso 
autônomo e é formada por fibras nervosas colinérgicas 
parassimpáticas que estimulam a atividade da 
musculatura lisa intestinal e por fibras nervosas 
adrenérgicas simpáticas que deprimem a atividade 
da musculatura lisa intestinal. 
 
Intestino grosso 
 
1. O intestino grosso é constituído por: ceco, 
cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, 
cólon sigmoide, reto e ânus. 
2. A camada mucosa não tem pregas, exceto em 
sua porção distal (reto), nem vilosidades. 
3. As criptas intestinais são longas e 
caracterizadas por abundância de células caliciformes e 
um pequeno número de células enteroendócrinas. As 
células absortivas são colunares e contêm 
microvilosidades curtas e irregulares. 
4. A lâmina própria é rica em células linfoides e 
em nódulos (GALT) que frequentemente se estendem 
até a submucosa. Essa riqueza em tecido linfoide está 
Síntese 1B BC 9 (Intestinos delgado e grosso) 
 
BRENO ALVES 10 
 
relacionada com a população bacteriana abundante no 
intestino grosso. 
5. A camada muscular é constituída pelas camadas 
circular e longitudinal. No entanto, esta camada é 
diferente daquela observada no intestino delgado 
porque fibras da camada longitudinal externa se 
unem para formar três bandas longitudinais espessas 
denominadas tênias do cólon. 
6. Nas porções livres do colo, a camada serosa é 
caracterizada por protuberâncias pequenas 
pedunculadas formadas por tecido adiposo - os 
apêndices epiploicos. 
7. Na região anal, a camada mucosa forma uma 
série de dobras longitudinais, as colunas retais. 
8. Cerca de 2 cm acima da abertura anal a mucosa 
intestinal é substituída por epitélio pavimentoso 
estratificado. Nesta região, a lâmina própria contém 
um plexo de veias grandes que, quando excessivamente 
dilatadas e varicosas, provocam as hemorroidas. 
9. Apêndice: é um divertículo do ceco; é 
caracterizadopor um lúmen relativamente irregular, 
pequeno e estreito devido a abundantes nódulos 
linfoides em sua parede. Embora sua estrutura geral seja 
similar à do intestino grosso, ele contém menos 
glândulas intestinais, sendo estas menores. Além disso, 
não contém tênias do cólon. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síntese 1B BC 9 (Intestinos delgado e grosso) 
 
BRENO ALVES 11 
 
Síntese - Embriologia 
 Intestino médio 
1. Os derivados do intestino médio são: 
1.1. O intestino delgado, incluindo o duodeno à 
abertura do ducto biliar. 
1.2. O ceco, o apêndice, o colo ascendente e a 
metade direita ou os dois terços do colo 
transverso. 
2. Todos esses derivados são alimentados pela artéria 
mesentérica superior 
3. A alça média fica suspensa na parede abdominal 
dorsal pelo mesentério alongado. 
4. O intestino médio se alonga e forma uma alça 
ventral em forma de U que se projeta para a parte 
proximal do cordão umbilical. Essa projeção, que 
ocorre no início da sexta semana, é chamada de 
herniação umbilical fisiológica. 
5. A alça do intestino médio se comunica com a 
vesícula umbilical através do ducto onfaloentérico 
estreito (pedúnculo vitelínico) até a 10ª semana. 
6. A porção cranial da alça cresce rapidamente e forma 
a maior parte do intestino médio. 
7. A porção caudal desenvolve o divertículo cecal, 
que é o primórdio do ceco e do apêndice. 
 
Rotação da alça do intestino médio 
1. Quando a alça do intestino médio está no cordão 
umbilical, ela gira 90 graus no sentido anti-
horário ao redor do eixo da a. mesentérica superior. 
Essa rotação leva a porção cranial (intestino 
delgado) para a direita, e a porção caudal (intestino 
grosso), para a esquerda. 
2. Retorno do intestino médio para o abdome: durante 
a 10ª semana, com o aumento da cavidade 
abdominal, os intestinos retornam ao abdome. O 
intestino delgado retorna primeiro. Quando o 
intestino grosso retorna, ele sofre uma rotação de 
180 graus em sentido anti-horário. 
 
Ceco e apêndice 
1. O primórdio do ceco e do apêndice aparece na sexta 
semana como uma protuberância na borda 
antimesentérica da porção caudal da alça do 
intestino médio. 
 
 Intestino posterior 
1. Os derivados do intestino posterior são: 
1.1. Do terço esquerdo à metade do colo transverso, 
o colo descendente e o colo sigmoide, o reto e 
a parte superior do canal anal. 
1.2. O epitélio da bexiga urinária, e a maior parte 
da uretra. 
2. Todos esses derivados são alimentados pela a. 
mesentérica inferior. 
Cloaca 
1. Parte terminal expandida do intestino posterior. 
2. Câmara revestida por endoderma que está em 
contato com a superfície ectodérmica da membrana 
cloacal. Essa membrana é composta de endoderma 
da cloaca e de ectoderma do proctodeu. A cloaca 
recebe o alantoide ventralmente. 
3. Divisão da cloaca: 
3.1. É dividida em partes dorsal e ventral pelo 
mesênquima – o septourorretal -, que se 
desenvolve no ângulo entre o alantoide e o 
intestino posterior. 
 
Canal anal 
1. Os dois terços superiores do canal anal adulto são 
derivados do intestino posterior; o terço inferior 
se desenvolve a partir do proctodeu.

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