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Unopar
A escolarização de jovens e adultos analfabetos ou com baixa escolaridade
Rio de Janeiro
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO	4
CONSIDERAÇÕES FINAIS	8
REFERÊNCIAS	9
INTRODUÇÃO
A educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação no Brasil a partir da década de 30, quando finalmente começa a se consolidar um sistema público de educação elementar no país. Neste período, a sociedade brasileira passava por grandes transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos. A oferta de ensino básico gratuito estendia-se consideravelmente, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos. [footnoteRef:1] [1: BRASIL, Ministério da Educação. Proposta Curricular 1º Segmento: Educação para Jovens e Adultos. Brasília: MEC-SEF, 1995.] 
A Educação de Jovens e Adultos representa uma possibilidade de resgate social, com este segmento da população brasileira ceifada na época certa de ter acesso à educação básica e com ela o acesso e domínio da leitura e da escrita como bens sociais, como aponta a as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, documento datado de 2000[footnoteRef:2] [2: SILVA et al. Educação de Jovens e adultos. XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba] 
A partir disto, o presente trabalho tem como finalidade abordar e refletir sobre o ensino de Jovens e Adultos no Brasil; destacando o processo de aprendizagem como uma forma de garantir a permanência na escola; mas para garantir que o processo seja feito de forma adequada, os professores de EJAS precisam ser extremamente preparados, pois a modalidade abrange diversos alunos de diferentes faixas etárias e classes sociais. 
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DESENVOLVIMENTO 
“A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS”.
No Brasil, há mais de 35 milhões de pessoas maiores de catorze anos que não completaram quatro anos de escolaridade. Esse grande contingente constitui o público potencial dos programas de educação de jovens e adultos correspondentes ao primeiro segmento do ensino fundamental. Além dos 20 milhões identificados como analfabetos pelo Censo de 1991, estão incluídas nesse contingente pessoas que dominam tão precariamente a leitura e a escrita que ficam impedidas de utilizar eficazmente essas habilidades para continuar aprendendo, para acessar informações essenciais a uma inserção eficiente e autônoma em muitas das dimensões que caracterizam as sociedades contemporâneas. Em países como o Brasil, marcados por graves desníveis sociais, pela situação de pobreza de uma grande parcela da população e por uma tradição política pouco democrática, baixos níveis de escolarização estão fortemente associados a outras formas de exclusão econômica e política. [footnoteRef:3] [3: BRASIL, Ministério da Educação. Proposta Curricular 1º Segmento: Educação para Jovens e Adultos. Brasília: MEC-SEF, 1995.] 
O ensino no EJA, foi arrastado por muitos anos em tentativas mal sucedidas; de acordo com Lima, 2019, 
Em 198, o MOBRL (Movimento Brasileiro de Alfabetização ) foi extinto, sendo substituído pela Fundação Educar. O contexto da redemocratização possibilitou a ampliação das atividades da EJA . Estudantes, educadores e políticos, organizaram-se em defesa da escol a pública e gratuita para todos. Contudo a partir dos anos 1 990, a EJA começou a perder espaço nas ações governamentais. Em Março de 1990, com início do governo COLLOR , a Fundação Educar foi extinta e todos os seus funcionários colocados em disponibilidade. 
Em 1996 surge um novo programa nacional de educação, onde foi 
promulgada a Nova Lei de Diretrizes e ases da Educação - LDB , que por sua vez determina u e a Educação de Jovens e Adultos seja denominada uma modalidade de ensino, passaria e n tão os Jovens e Adultos terem direito a educação não infantilizada, mas sim uma educação de base.
Para Freire, (MOURA, 1999), a competência geral do educador tem início com a compreensão de que “mudar é difícil, mas é possível”. Essa compreensão deve ser possibilitada através de conhecimento que permitem aos educadores entenderem as condições objetivas e subjetivas em que todos nós nos encontramos. Se de um lado essas condições se constituem em barreiras de difícil superação para o comprimento das tarefas históricas de mudar o mundo, por outro lado, enquanto dificuldades e obstáculos, elas não se eternizam.[footnoteRef:4] [4: SILVA et al. Educação de Jovens e adultos. XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba] 
O pensamento pedagógico de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização de adultos, inspiraram os principais programas de alfabetização e educação popular que se realizaram no país no início dos anos 60.[footnoteRef:5] [5: BRASIL, Ministério da Educação. Proposta Curricular 1º Segmento: Educação para Jovens e Adultos. Brasília: MEC-SEF, 1995.] 
Paulo Freire (1996) enfatiza o compromisso do professor com seu fazer e com seu aluno, um compromisso ético. As idéias de democracia, conscientização, transformação, diálogo, respeito ao aluno e de educação como intervenção na realidade estão pautadas nesse compromisso e sem ele não podem ser colocadas em prática.[footnoteRef:6] [6: SAMPAIO. Educação de jovens e adultos: uma história de complexidade e tensões. Dossiê temático. 2009] 
O método de alfabetização de Paulo Freire, apesar de ser aplicada de forma diferenciada de qualquer outra, não constituía somente na oralidade. A leitura e a escrita também eram aplicadas. Entretanto antes do aluno arriscar-se a ler e escrever, ele era convidado a repensar o significado de cada palavra geradora, para o seu mundo. 
Por isso, a função social da escola é a formação de indivíduos críticos e criativos que possam exercer plenamente a cidadania, participando dos processos de transformação e construção da realidade. Ter clareza da função social da escola e do homem que se pretende formar é essencial para que a prática pedogógica seja competente e socialmente comprometida, assim mais claramente as funções do Ensino de Jovens e Adultos (E JA), mostram para a sociedade atual seu valor e necessidade de existir.[footnoteRef:7] [7: ] 
Para Sampaio, 2009
“conhecer a história da EJA e a história das lutas do povo brasileiro em seus movimentos sociais; compreender que a marginalização deste público requer atenção especial à auto-estima e dá o tom de uma educação fora do padrão, que necessita de adequação da escola e do trabalho pedagógico do professor à vida e às necessidades do aluno adulto, que são diferentes da criança; reconhecer e valorizar os alunos como sujeitos, capazes não só de aprender, mas de administrar sua vida e sua sobrevivência pessoal e familiar, participar ativamente da comunidade com autonomia, sem vê-los como receptores passivos da assistência e do favor alheios; perceber que a proposta pedagógica praticada na sala de aula influencia diretamente no envolvimento dos alunos na aprendizagem e na superação de suas dificuldades, desafiando-os positivamente a aprender e incentivando-os a querer retornar todos os dias. Por isso, refazer esta história da EJA nunca é demais, é preciso conhecê-la para respeitar os sujeitos que nela sempre estiveram e estão envolvidos”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação de jovens e adultos é uma luta antiga, conquistada depois de muitas batalhas, e é uma vitória para nós brasileiros, pois somente com uma educação igualitária, que atenda e chegue para todos, podemos pensar em uma sociedade igualitária e justa. O educador deve estar preparado para acolher os alunos que chegam as aulas do EJA, a capacitação dos professores é fundamental para que essa educação chegue com qualidade para todos. Devemos nos lembrar sempre que a educação é um direito garantidoa todos, inclusive para os jovens e adultos que não tiveram oportunidade de acessar a educação durante a infância e adolescência. 
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação. Proposta Curricular 1º Segmento: Educação para Jovens e Adultos. Brasília: MEC-SEF, 1995.
 SILVA et al. Educação de Jovens e adultos. XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
SAMPAIO, Marisa Narcizo. Educação de jovens e adultos: uma história de complexidade e tensões. Dossiê temático. 2009
LIMA, Débora dos Reis Pereira. A escolarização de Jovens e Adultos. Uniderp. 2019

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