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Educação de jovens e adultos

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Educação de jovens e adultos
APRESENTAÇÃO
A educação de jovens e adultos (EJA) é uma modalidade de ensino destinada às pessoas que não 
tiveram acesso à educação ou não concluíram seus estudos na idade apropriada. Seu principal 
objetivo é erradicar o analfabetismo entre jovens e adultos, além de favorecer, por meio dos 
estudos, a inclusão social, política e econômica dessas pessoas. Essa modalidade de ensino tem 
amparo legal e busca articular-se com a educação profissional.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer um pouco da história da educação de 
jovens e adultos, como ela está organizada e algumas de suas principais políticas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Discutir o histórico da educação de jovens e adultos no Brasil.•
Definir a organização e os objetivos da educação de jovens e adultos.•
Indicar dados relativos à educação de jovens e adultos e políticas contemporâneas.•
DESAFIO
Nos dias atuais, pessoas que nunca completaram os estudos passaram a ter que correr atrás 
de formação para ocupar vagas no mercado de trabalho. Para tentar resolver esse problema e 
ajudar essas pessoas é que existe o sistema EJA (educação de jovens e adultos).
Você é licenciado em Pedagogia, com especialização em alfabetização e letramento, e durante 
sua carreira docente passou grande parte de seus anos de trabalho como 
professor alfabetizador nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Reflita sobre essa situação. O que você acredita que pode ter acontecido? Como você pode 
reverter esse quadro?
INFOGRÁFICO
A educação de jovens e adultos no Brasil passou por várias reconfigurações nas últimas décadas 
até chegar ao conceito que existe hoje, principalmente visto que, hoje em dia, jovens e adultos 
necessitam do Ensino Básico concluído para conseguir inserção no mercado de trabalho.
Acompanhe no Infográfico alguns aspectos particulares da modalidade da educação básica para 
jovens e adultos.
CONTEÚDO DO LIVRO
A preocupação com a educação de jovens e adultos no Brasil não é recente, pois remonta ao 
início do século XX, quando seu foco era a erradicação de um grande contingente de adultos 
analfabetos que compunham a sociedade brasileira e representavam assim entraves para o 
desenvolvimento econômico do país, uma vez que, até mesmo para ocupar os postos de trabalho 
mais rudimentares, não apresentavam a qualificação necessária. Com o passar das décadas, essa 
visão sobre a educação de jovens e adultos vai se reconfigurando, acompanhando as próprias 
mudanças sociais, e seu conceito se amplia em busca de outros objetivos, que hoje vão muito 
além da simples reparação da escolarização ou preparação para o trabalho, envolvendo inclusão, 
preparo profissional e aprendizagem ao longo da vida.
No capítulo Educação de jovens e adultos, da obra Organização e legislação da educação, base 
teórica para esta Unidade de Aprendizagem, você vai se apropriar do histórico da educação de 
jovens e adultos no Brasil, sua organização, seus objetivos, os dados e as políticas 
contemporâneas relativas a essa modalidade educacional.
Boa leitura.
ORGANIZAÇÃO E 
LEGISLAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO
Pablo Rodrigo Bes
Educação de jovens 
e adultos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Discutir o histórico da educação de jovens e adultos no Brasil.
  Definir a organização e os objetivos da educação de jovens e adultos.
  Indicar dados relativos à educação de jovens e adultos e políticas 
contemporâneas.
Introdução
A preocupação com a educação de jovens e adultos no Brasil não é 
recente, remontando ao início do século XX, quando o seu foco era 
a erradicação de um grande contingente de adultos analfabetos que 
compunham a sociedade brasileira e apresentavam, assim, entraves para 
o desenvolvimento econômico do País, uma vez que, até mesmo para 
ocupar os postos de trabalho mais rudimentares, não apresentavam a 
qualificação necessária. 
Com o passar das décadas, essa visão sobre a educação de jovens 
e adultos foi se reconfigurando, acompanhando as próprias mudanças 
sociais, assim, seu conceito se ampliou em busca de outros objetivos que 
hoje vão muito além da simples reparação da escolarização ou prepara-
ção para o trabalho, envolvendo inclusão social, preparo profissional e 
aprendizagem ao longo da vida.
Neste capítulo, você vai ler sobre o histórico da educação de jovens 
e adultos (EJA) no Brasil, a sua organização, os seus objetivos, os dados 
e as políticas contemporâneas relativas a essa modalidade educacional.
Histórico da educação de jovens e adultos 
no Brasil
Ao começarmos nosso percurso histórico sobre a EJA no Brasil, vamos nos 
reportar à Constituição Federal de 1988, que propunha a obrigatoriedade e 
gratuidade do ensino primário a todos (BRASIL, 1988). Esse foi o primeiro 
impulso para as primeiras ações de escolarização da grande massa de adultos 
analfabetos existentes na época, ao menos com o ensino primário, ou seja, 
alfabetização. 
Essa ideia se firmou a partir do início da década de 1940 como uma política 
nacional para a EJA. Destacamos que “[...] na década de 1940, quando come-
çaram as primeiras iniciativas governamentais para lidar com o analfabetismo 
entre adultos, entendia-se que o seu fim seria fundamental para o crescimento 
econômico do país. O analfabetismo era visto como um mal social e o anal-
fabeto como um sujeito incapaz” (BRASIL, 2006a, p. 26). 
Na década de 1940, mais da metade da população com 15 anos ou mais 
era analfabeta e, como o País estava passando por um processo tardio de 
industrialização e urbanização na época, era importante a alfabetização 
de jovens e adultos trabalhadores, uma vez que a educação era vista como 
o caminho em direção ao desenvolvimento do País. Com o objetivo de 
erradicar o analfabetismo entre os jovens e adultos, foram propostas as 
primeiras ações e programas do governo federal (DI PIERRO; JOIA; 
RIBEIRO, 2001):
  Fundo Nacional do Ensino Primário (1942);
  Serviço de Educação de Adultos (1947);
  Campanha de Educação Rural (1952);
  Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (1958);
  Programa Nacional de Alfabetização de Adultos (1964).
Essas ações, além de buscar a erradicação do analfabetismo entre os adultos, 
a partir da escolarização, também visavam atingir e melhorar a participação 
das crianças na escola, a partir do exemplo e da iniciativa de seus pais. Além 
disso, na década de 1950, somente tinham direito a votar os alfabetizados, o 
que também contribuiu para que os adultos tivessem interesse em se alfabe-
tizar. Segundo Ceratti (2007, documento on-line), na década de 1950, “[...] a 
alfabetização de adultos teve o propósito de transformar o analfabeto em um 
eleitor em potencial”.
Educação de jovens e adultos2
Na década de 1960, o Brasil vivenciou inúmeras discussões em torno da educação 
de adultos, destacando-se como principal expoente em nível nacional o educador 
Paulo Freire. Nessa década, foram organizados espaços de discussão da temática, com 
o engajamento de vários grupos populares nessas problematizações pertinentes à 
educação de adultos pobres e analfabetos. 
No começo da década de 1960, a alfabetização se juntou aos movimentos estudantis 
e sindicais, e a questão do analfabetismo passou a ser vista como consequência direta 
da pobreza e de uma política de manutenção de desigualdades (BRASIL, 2006a, p. 26). 
Nessa época, a educação de adultos passou, então, a ser uma bandeira política em 
busca de igualdade de acesso à educação para todos. 
Ao se referirem a esse período do início da década de 1960, Di Pierro, Joia 
e Ribeiro (2001, documento on-line) comentam que:
Embaladas pela efervescência política e cultural do período, essas experiên-
cias evoluíam no sentido da organização de grupos populares articulados a 
sindicatos e outros movimentos sociais. Professavam a necessidade de realizar 
uma educação de adultos crítica,voltada à transformação social e não apenas 
à adaptação da população a processos de modernização conduzidos por forças 
exógenas. O paradigma pedagógico que então se gestava preconizava com 
centralidade o diálogo como princípio educativo e a assunção, por parte dos 
educandos adultos, de seu papel de sujeitos de aprendizagem, de produção 
de cultura e de transformação do mundo.
As ideias compunham a essência do pensamento de Paulo Freire sobre a 
busca de uma pedagogia que dialogasse com os educandos, procurando, por 
meio da educação, conectar-se com sua cultura, seu jeito de ser, viver e pensar 
o mundo e, por fim, emancipá-los. Entendia-se que, a partir dessa mudança, 
poderia ser modificada também a nação brasileira. Com base nas ideias de 
Paulo Freire, o Ministério da Educação criou, em 1964, o Programa Nacional 
de Alfabetização de Adultos. 
Porém, com a assunção dos governos militares em 1964, Paulo Freire foi 
exilado. Durante o seu período de exílio, o educador continuou a desenvolver 
suas estratégias voltadas para a alfabetização de adultos, entre elas, o uso das 
palavras geradoras. Bes (2017, p. 43) explica como funcionava a técnica das 
palavras geradoras:
3Educação de jovens e adultos
[...] partindo do conhecimento da experiência do educando em sua vida social 
cotidiana, selecionavam-se palavras que cercassem esse campo de vida bem 
particular e, a partir daí, além de buscar uma alfabetização em si, eram pro-
blematizadas de forma crítica a própria vida dos alunos, visando modificar/
acrescentar outras possíveis ideias às visões de mundo deles.
As ideias educacionais freireanas continuaram vivas na época a partir 
de iniciativas de educação não formal, ocupando associações comunitárias, 
igrejas e outros espaços, sendo que, até os dias atuais, apresentam seguidores 
no universo acadêmico.
A segunda Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional — Lei 
Federal nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971 — ampliou a obrigatoriedade do 
ensino da educação básica de quatro para oito anos e trouxe também avanços 
para a EJA, pois instituiu a educação supletiva possível para esse primeiro 
grau de escolarização (BRASIL, 1971). Ou seja, aqueles que não puderam 
concluir o ensino obrigatório na idade apropriada poderiam concluir a partir 
de “[...] cursos supletivos, centros de estudo e ensino a distância, entre outras” 
(DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001, documento on-line). 
Os estudos supletivos que inicialmente eram voltados aos adultos em busca 
da conclusão de seu processo de alfabetização e dos anos de ensino obriga-
tórios, porém, começaram a receber inúmeros jovens que, em virtude de sua 
inserção e exigências do mercado de trabalho, buscavam uma aceleração em 
seus estudos. Sobre esse aspecto da inserção de jovens no ensino supletivo, 
Di Pierro, Joia e Ribeiro (2001, documento on-line) destacam que:
A entrada precoce no mercado de trabalho e o aumento das exigências de 
instrução e domínio de habilidades no mundo do trabalho constituem os 
fatores principais a direcionar os adolescentes e jovens para os cursos de 
suplência, que aí chegam com mais expectativas que os adultos mais velhos 
de prolongar a escolaridade pelo menos até o ensino médio para inserir-se ou 
ganhar mobilidade no mercado de trabalho.
Essa questão iniciada na década de 1970 perpetua-se até os dias atuais, 
uma vez que a EJA absorve uma quantidade significativa de jovens que visam 
conciliar seus trabalhos com a sua escolarização, que, aliás, é cada vez mais 
exigida pelo mercado de trabalho.
A visão que ainda hoje recai sobre a EJA foi discutida a partir de 1990, prin-
cipalmente após a realização da Conferência Mundial de Jomtien, proposta por:
  Organização das Nações Unidas (ONU); 
Educação de jovens e adultos4
  Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(Unesco); 
  Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); 
  Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef); 
  Banco Mundial. 
Essa conferência resultou na Declaração Mundial sobre a Educação para 
Todos, que propôs o aumento global dos níveis de educação básica. 
Sobre a EJA, irão recair discursos e ações que possuem caráter prospectivo, que projetam 
para o futuro e reforçam a necessidade de estudar e buscar uma alfabetização funcional, 
que torne o sujeito capaz de exercer plenamente a sua cidadania, participando das 
questões sociais e atuando em prol de seus direitos e deveres em relação ao seu 
país. Um dos importantes cuidados que o professor deve ter ao trabalhar na EJA é 
não infantilizar suas atividades, devendo valer-se mais dos princípios da andragogia 
(educação de adultos) do que da pedagogia.
Objetivos e organização da educação de jovens 
e adultos
A LDB de 1996 foi alterada em 2018, por meio da Lei nº. 13.632, de 6 de março 
de 2018, defi nindo em seu art. 37 que:
Art. 37 A EJA será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade 
de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá 
instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida (BRASIL, 
2018a, documento on-line).
Esse conceito é importante para a EJA, pois permite o entendimento de 
que essa modalidade educacional da educação básica vai além de simples 
reparação ou compensação daqueles que não tiveram oportunidade de estudar 
na época mais apropriada, mas também deve proporcionar que esses jovens e 
adultos possam continuar seus estudos ao longo da vida. Para isso, cabe aos 
sistemas de ensino assegurarem “[...] gratuitamente aos jovens e aos adultos, 
5Educação de jovens e adultos
que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacio-
nais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, 
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (BRASIL, 1996, 
documento on-line). 
Além disso, a LDB de 1996 também impõe que a EJA deverá articular-se 
com a educação profissional desses jovens e adultos. O art. 38 define formas 
de organização para a EJA:
 Art. 38 Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que 
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosse-
guimento de estudos em caráter regular.
 § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
 I — no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze 
anos;
 II — no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
 § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios 
informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames (BRASIL, 1996, 
documento on-line).
A partir do art. 38, fica estabelecido que as instituições de ensino devem 
ofertar turmas no ensino regular relativas ao ensino fundamental para jovens 
maiores de 15 anos e no ensino médio para aqueles maiores de 18 anos de 
idade. Também faz menção ao uso dos exames supletivos, que atualmente 
ocorrem a partir do Exame Nacional para Certificação de Competências de 
Jovens e Adultos (BRASIL, [2018b]) 
O Encceja é uma avaliação aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que visa avaliar as “[...] competências, habilidades 
e saberes adquiridos no processo escolar ou nos processos formativos que se de-
senvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nos movimentos 
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais, entre outros” 
(BRASIL, 2018b, documento on-line). Podem fazer essa avaliação os jovens com 15 
anos completos para o ensino fundamental e 18 anos para o ensino médio, sendo 
extensivo a todos os jovens e adultos residentes no Brasil e no exterior, bem como a 
pessoas privadas de liberdade.
Educação de jovens e adultos6
Para que possamos conhecer melhor os objetivos da EJA, precisamos 
analisar o Parecer do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação 
Básica (CNE/CEB) nº. 11/2000, que versa sobre as Diretrizes Curriculares 
Nacionais (DCNs) para a EJA. Esse parecer esclarece que a EJA deve ser vistaa partir das seguintes funções (BRASIL, 2000):
  reparadora;
  equalizadora;
  qualificadora.
A partir da análise dessas funções, podemos entender os objetivos que a 
EJA possui. A função reparadora diz respeito à busca pela escolarização 
não realizada na época mais apropriada pelos adolescentes, jovens ou adultos, 
entendida como essencial na atualidade para que se cumpram os papéis sociais 
exigidos na contemporaneidade. 
Nesse sentido, “[...] a Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa uma 
dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a e nem domínio 
da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido 
a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de 
obras públicas” (BRASIL, 2000, documento on-line). 
Isso não significa que esse público seja inculto ou destinado a funções 
desqualificadas no mercado de trabalho, pois muitos podem ter adquirido 
outras experiências educativas informais próprias da cultura da qual participam, 
como é o caso, por exemplo, da “[...] literatura de cordel, o teatro popular, o 
cancioneiro regional, os repentistas, as festas populares, as festas religiosas 
e os registros de memória das culturas afro-brasileira e indígena” (BRASIL, 
2000, documento on-line).
A V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V Confintea), realizada 
em 1997, em Hamburgo, na Alemanha, ratifica que “[...] educação de adultos inclui a 
educação formal, a educação não formal e o espectro da aprendizagem informal e 
incidental disponível numa sociedade multicultural, onde os estudos baseados na 
teoria e na prática devem ser reconhecidos” (BRASIL, 2007, documento on-line).
7Educação de jovens e adultos
A função reparadora busca reparar o direito à educação escolar a todos, que, 
por inúmeros fatores histórico-sociais, favoreceu alguns grupos elitizados durante 
o percurso moderno de expansão da dimensão escolar. 
Pensar dessa forma é endossar as palavras da V Confintea sobre a educação de 
adultos, da qual o Brasil fez parte e que afirma que “[...] a alfabetização, concebida 
como o conhecimento básico, necessário a todos, num mundo em transformação, 
é um direito humano fundamental. Em toda a sociedade, a alfabetização é uma 
habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de 
outras habilidades” (BRASIL, 2007, documento on-line). Para que consigamos 
viver em uma sociedade em que a base da organização se dá pela escrita, precisamos 
ser capazes de codificar e decodificar esses códigos escritos com eficiência. Essa 
habilidade também é essencial para que prossigamos aprendendo ao longo da vida.
A função equalizadora da EJA visa possibilitar a reentrada de jovens e adultos 
que tiveram a interrupção de seus estudos forçada por algum motivo, “[...] seja pela 
repetência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência ou 
outras condições adversas, deve ser saudada como uma reparação corretiva [...]” 
(BRASIL, 2000, documento on-line). 
Nesse cenário, podemos considerar donas de casa, migrantes, aposentados, 
encarcerados e outros sujeitos que, por motivos contingenciais, não tenham tido 
condições de prosseguir com seus estudos, situação que deve ser corrigida pela 
EJA. O Parecer CNE/CEB nº. 15/98 refere-se a esse perfil de alunos como:
[...] adultos ou jovens adultos, via de regra mais pobres e com vida escolar mais 
acidentada. Estudantes que aspiram a trabalhar, trabalhadores que precisam 
estudar, a clientela do ensino médio tende a tornar-se mais heterogênea, tanto 
etária quanto socioeconomicamente, pela incorporação crescente de jovens adultos 
originários de grupos sociais, até o presente, sub-representados nessa etapa da 
escolaridade (BRASIL, 1998, documento on-line).
A função equalizadora traz a visão de que a EJA não deve ser somente vista como um 
processo de alfabetização, mas sim deve promover o acesso à leitura de livros e das 
múltiplas linguagens que envolvem nossa vida cotidiana, sempre considerando se tratar 
de alunos com experiências e histórias de vida maiores e que devem ser consideradas. 
Trabalhar em busca da equidade implica considerar que a falta de escolarização coloca 
esses estudantes em condição desigual em relação às oportunidades disponíveis na vida 
social. A função qualificadora relaciona-se diretamente com o princípio da educação 
ao longo da vida, sendo vista como a função permanente e o próprio sentido da EJA. 
Educação de jovens e adultos8
A função equalizadora parte da ideia de incompletude do ser humano em 
relação aos conhecimentos, sendo que sempre temos novos saberes a adquirir. 
Entra também em sintonia com o proposto no Relatório da Unesco, Educação: 
um tesouro a descobrir (UNESCO, 2010, documento on-line), que cita:
Uma educação permanente, realmente dirigida às necessidades das sociedades 
modernas não pode continuar a definir-se em relação a um período particular 
da vida — educação de adultos, por oposição à dos jovens, por exemplo — ou 
a uma finalidade demasiado circunscrita — a formação profissional, distinta 
da formação geral. Doravante, temos de aprender durante toda a vida e uns 
saberes penetram e enriquecem os outros.
Essa visão atual de que devemos estudar de forma permanente ao longo de 
nossas vidas — que vai ao encontro das necessidades humanas de se manter 
em busca de qualificação e de aprimoramento de conhecimentos — permite 
que na EJA também se encontrem alunos em busca desse aperfeiçoamento, 
dessa realização pessoal em sua fase adulta. 
Essa função vai muito além da simples reparação ou equalização, pois 
permite a todos que possam exercer a busca de sua formação profissional ou 
pessoal para aliar-se com as exigências tanto do mercado de trabalho quanto 
da própria vida em sociedade. A função reforça a ideia de que “[...] em todas 
as idades e em todas as épocas da vida, é possível se formar, se desenvolver e 
constituir conhecimentos, habilidades, competências e valores que transcendam 
os espaços formais da escolaridade [...] (BRASIL, 2000, documento on-line). 
A EJA propõe que a educação dos jovens e adultos deva, assim, transcen-
der os espaços da escola, pois existem aprendizagens e desenvolvimento de 
competências em todos os âmbitos de experiência de nossas vidas que devem 
ser considerados. Para conseguir contemplar essas funções da EJA, cabe 
aos Estados e municípios organizarem a sua oferta, que pode ser realizada a 
partir da realização de cursos e exames, o que normalmente segue a seguinte 
distribuição:
  ensino fundamental: primeiro segmento;
  ensino fundamental: segundo segmento;
  ensino médio;
  Encceja.
A proposta curricular da EJA para o primeiro segmento contempla os anos 
iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º anos). Ribeiro (2001, p. 14) salienta 
que “[...] a educação de jovens e adultos que correspondente a esse nível de 
9Educação de jovens e adultos
ensino caracteriza-se não só pela diversidade do público que atende e dos 
contextos em que se realiza, como pela variedade dos modelos de organização 
dos programas, mais ou menos formais, mais ou menos extensivos”.
Ainda no ensino fundamental, as instituições de ensino poderão oferecer 
turmas de EJA para o segundo segmento contemplando os anos finais do ensino 
fundamental (6º ao 9º anos). Cabe lembrar que a organização curricular para 
a EJA deve ser “[...] discutida, buscando inverter a lógica que parte de uma 
grade disciplinar inflexível, para propor como ponto de partida a definição 
de capacidades que se pretende que o aluno construa ao longo do curso” 
(BRASIL, 2002, documento on-line). 
Como podemos perceber, na organização do primeiro e do segundo seg-
mentos da EJA, devem ser buscadas a constituição de uma identidade própria 
para que essa modalidade da educação básica se alie com as características 
desses estudantes, adolescentes, jovens e adultos.
As escolas de educação básica também poderão ofertar turmas de ensino 
médio na modalidade EJA para alunos que possuammais de 18 anos de idade 
no ato da matrícula. Convém lembrar que, a partir de 15 anos de idade, os 
jovens podem realizar as provas do Encceja, uma avaliação aplicada pelo Inep 
e exclusivamente voltada para a conclusão do Ensino fundamental.
Já a partir dos 18 anos de idade, os alunos podem realizar essa mesma 
avaliação para conclusão do ensino médio. Nessa avaliação, caso o estudante 
não atinja o desempenho necessário em todas as áreas do conhecimento, poderá 
obter o atestado parcial de conclusão e continuar cursando as disciplinas fal-
tantes nas turmas de EJA nas escolas municipais e estaduais. Também poderão 
ser ofertados cursos de ensino técnico a esses jovens e adultos, visando sua 
formação profissional no ensino médio.
Durante o governo militar, as taxas de analfabetismo entre jovens e adultos no Brasil 
continuaram a subir. Foi quando — pressionado por organismos internacionais, como 
a ONU e a Unesco — o Ministério da Educação organizou o Movimento Brasileiro 
de Alfabetização (Mobral), em 1967, que se estendeu por todo o território nacional, 
funcionando até sua extinção em 1985.
Educação de jovens e adultos10
Dados relativos à educação de jovens e adultos 
e políticas contemporâneas
A EJA no Brasil ainda precisa ser alvo de maiores investimentos e necessita 
de construção, implementação e acompanhamento de políticas educacionais 
que atinjam a todos os jovens e adultos, a fi m de reverter o quadro atual. O 
Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014–2024 traz, em sua meta nº. 9, 
“[...] elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais 
para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até 
o fi nal da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir 
em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional” (BRASIL, 
2015, documento on-line). 
A primeira parte dessa meta — a elevação da taxa de alfabetização — já 
atingiu o patamar de 93% segundo os dados do Relatório do 2º Ciclo de Mo-
nitoramento das Metas do PNE 2014–2024, porém apresenta desigualdades 
entre as diferentes regiões brasileiras, conforme o Quadro 1.
 Fonte: Adaptado de Brasil (2018c). 
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Brasil 91,4 % 91,7 % 92,1 % 92,3 % 92,8 % 93 %
Norte 90,4% 90,6% 91,1% 90,9% 91,5% 92,0%
Nordeste 82,9% 83,4% 83,9% 84,3% 85,2% 85,5%
Sudeste 95,2% 95,5% 95,7% 95,9% 96,2% 96,5%
Sul 95,2% 95,6% 96,0% 96,1% 96,4% 96,5%
Centro-Oeste 93,1% 93,6% 93,9% 94,1% 94,3% 94,8%
 Quadro 1. Taxa de alfabetização da população com mais de 15 anos de idade para o Brasil 
e regiões geográficas 
11Educação de jovens e adultos
O analfabetismo funcional compreende “[...] a pessoa com 15 anos ou mais 
de idade que possui menos de quatro anos de escolaridade ou que declara 
não saber ler e escrever” (BRASIL, 2018c, documento on-line). A atual taxa 
de analfabetismo funcional brasileira para pessoas com mais de 15 anos é 
16,6% e deve ser reduzida até o patamar de 9,2% até 2024, se atingidas as 
metas do PNE 2014–2024. Atualmente a taxa se encontra em 15,30%, o que 
significa milhares de brasileiros jovens e adultos com menos de quatro anos 
de escolarização, que autodeclaram não saber ler nem escrever (Figura 1).
Figura 1. Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos ou mais de idade.
Fonte: Adaptada de Brasil (2018c).
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil
30%
30%
30%
30%
30%
2012 2013 2014 2015 2016
12,8%
11,5%12,4%
13,4%
13,8%14,1%
15,9%
16,6%17,1%
14,7%
12,7%13,2%13,2%
13,7%
16,5%
16,4%
17,6%18,1%18,3%
21,9% 21,7%
20,4% 20,2%
25,9%26,7%
27,2%27,8%
28,5%
20,1%
Analisando os percentuais referentes ao analfabetismo funcional, percebe-
mos que, mesmo que eles tenham decrescido no período analisado (2012–2016), 
há grande disparidade entre as regiões, destacando as regiões Norte e Nor-
deste, que ultrapassam a marca dos 20%. Para reverter esse quadro relativo à 
população jovem e adulta e sua escolarização, o Ministério da Educação, na 
atualidade, possui ações e programas educacionais, como:
  Brasil Alfabetizado;
  Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem);
  Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Edu-
cação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).
Educação de jovens e adultos12
O Programa Brasil Alfabetizado foi instituído pelo Ministério da Educação em 2003, 
com o objetivo de alfabetizar jovens, adultos e idosos. Segundo o portal do Brasil 
Alfabetizado (2018, documento on-line), o programa é “[...] desenvolvido em todo o 
território nacional, com o atendimento prioritário a 1.928 municípios que apresentam 
taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total, 90% localizam-se na região 
Nordeste”. Esses atendimentos feitos pelo programa vêm ao encontro dos dados que 
analisados anteriormente sobre o analfabetismo funcional e as regiões com maior índice.
O Programa Brasil Alfabetizado funciona a partir da adesão de voluntários, 
que se tornam alfabetizadores e que, para isso, recebem uma bolsa como con-
trapartida pelas tarefas desenvolvidas junto às suas turmas de alunos jovens e 
adultos. As bolsas destinam-se aos professores alfabetizadores, aos tradutores 
intérpretes de Libras e aos coordenadores de turmas. 
Os agentes responsáveis pelo Programa Brasil Alfabetizado são: 
  Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e 
Inclusão (Secadi), que é o órgão do Ministério da Educação responsável 
por formular ações educacionais para a EJA; 
  Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável 
pelo financiamento e pagamento de bolsas e incentivos; 
  Distrito Federal, os Estados e municípios, que são os entes executores 
do programa; 
  Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos 
(Cnaeja), que é o órgão que possui caráter consultivo.
Segundo a Resolução do Conselho Deliberativo do FNDE nº. 32, de 1º de 
julho de 2011, os cursos do Programa Brasil Alfabetizado “[...] poderão ter 
duração e carga horária variável, dentro dos seguintes parâmetros: I — seis 
meses de duração com, no mínimo, duzentas e quarenta horas-aula; II — sete 
meses de duração com, no mínimo, duzentas e oitenta horas-aula; ou III — oito 
meses de duração com, no mínimo, trezentas e vinte horas-aula” (BRASIL, 
2011, documento on-line). 
O número de alfabetizandos deverá obedecer aos seguintes critérios: 
  no mínimo 7 e no máximo 25 alunos por turma em áreas rurais;
13Educação de jovens e adultos
  no mínimo 12 e no máximo 25 alfabetizandos por turma em áreas 
urbanas. 
Os valores das bolsas para os alfabetizadores e para os tradutores intérpretes 
de Libras em 2018 foram de R$ 400,00 para uma turma ativa e R$ 600,00 
para duas turmas ativas. 
O ProJovem é um programa do Ministério da Educação voltado para jovens de 15 a 29 
anos de idade, que se encontrem em situação de vulnerabilidade social (que estejam 
fora da escola e dos cursos de formação e qualificação profissional), tendo como 
objetivo “Reintegrar esses jovens ao processo educacional, promover sua qualificação 
profissional e assegurar o acesso a ações de cidadania, esporte, cultura e lazer” (BRASIL, 
2018, documento on-line). O ProJovem possui quatro modalidades: 
  ProJovem Adolescente; 
  ProJovem Urbano;
  ProJovem Campo;
  ProJovem Trabalhador.
Em 2018, o ProJovem ofereceu 54 mil vagas, das quais 43 mil são destinadas à 
modalidade Urbano e 11 mil à modalidade Campo. 
As formações profissionais oferecidas pelo ProJovem são as mais diversas, 
como, por exemplo:
  administração;
  agroextrativismo; 
  alimentação; 
  arte e cultura; 
  construção e reparos; 
  educação;
  esporte e lazer; 
  metalomecânica. 
A bolsa do ProJovem para 2018 é de R$ 100,00 por aluno, e os cursos 
costumam ter 2.000 horas ao longo de 18 meses.
Educação de jovens e adultos14
O Proeja objetiva oportunizar que a educação profissional se estenda 
aos jovens e adultos ao realizarem seus estudos na educação básica na 
modalidadeda EJA. De acordo com o Decreto nº. 5.480, de 13 de julho de 
2006, esse programa contempla “[...] os seguintes cursos e programas de 
educação profissional: I — formação inicial e continuada de trabalhadores; 
e II — educação profissional técnica de nível médio” (BRASIL, 2006b, 
documento on-line). 
O mesmo decreto ainda firma que esses cursos poderão vincular-se ao 
ensino fundamental ou médio, no caso da formação continuada de traba-
lhadores, de forma integrada ou concomitante (ensino técnico). O Proeja 
pode ser utilizado pelas escolas estaduais e municipais e ainda “[...] pelas 
entidades privadas nacionais de serviço social, aprendizagem e formação 
profissional vinculadas ao sistema sindical (‘Sistema S’)” (BRASIL, 2006b, 
documento on-line). A carga horária dos cursos do Proeja é distribuída 
conforme Quadro 2.
 Fonte: Adaptado de Brasil (2006b). 
Tipo de curso Carga horária mínima
Carga horária 
total mínima
Formação inicial 
e continuada de 
trabalhadores
1.200 horas de formação geral
200 horas de formação 
profissional
1.400 horas
Educação profissional 
técnica de nível médio
1.200 horas de formação geral
1.200 horas específicas 
da formação técnica 
2.400 horas
 Quadro 2. Carga horária dos cursos do Proeja 
São inúmeras as ações do Ministério da Educação voltadas para a EJA 
com os objetivos de promover a continuidade dos estudos na educação básica, 
especialmente na alfabetização, e buscar formação profissional. Cabe lembrar 
que o aluno da EJA deve ser visto como um estudante diferenciado que possui 
características próprias da vida adulta, as quais o professor deverá considerar 
ao preparar suas aulas e conduzir suas atividades pedagógica .
15Educação de jovens e adultos
Para mais informações sobre a EJA, assista no link a seguir ao Programa Conexão, do 
Canal Futura, que entrevista Paulo Carrano, coordenador do Observatório Jovem da 
Universidade Federal Fluminense (UFF); Sérgio Goti, gerente executivo de educação 
do Serviço Social da Indústria (Sesi); e Sandra Portugal, coordenadora de projetos da 
Fundação Roberto Marinho: 
 https://goo.gl/Tj5yjs
BES, P. Andragogia e educação profissional. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consti-
tuicao/constituicao.htm>. Acesso em: 5 nov. 2018.
BRASIL. Decreto nº. 5.840, de 13 de julho de 2006. Institui, no âmbito federal, o Pro-
grama Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na 
Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, e dá outras providências. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 jul. 2006b. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5840.htm>. Acesso em: 5 nov. 2018.
BRASIL. Educação de jovens e adultos: uma memória contemporânea 1996 – 2004. Brasília: 
MEC, UNESCO, 2007. (Coleção Educação para Todos). Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=657-vol1ejaelt-
-pdf&category_slug=documentos-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Relatório 
do 2° ciclo de monitoramento das metas do plano nacional de educação: 2018c. Brasília, 
DF: Inep, 2018. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485745/
RELAT%C3%93RIO+DO+SEGUNDO+CICLO+DE+MONITORAMENTO+DAS+METAS+DO+P
NE+2018/9a039877-34a5-4e6a-bcfd-ce93936d7e60?version=1.17>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Lei nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino 
de 1 e 2 graus e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 
1971. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-
-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases 
da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível 
em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1996/lei-9394-20-dezembro-1996-
-362578-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 5 dez. 2018.
Educação de jovens e adultos16
BRASIL. Lei nº. 13.632, de 6 de março de 2018. Altera a Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para dispor sobre educação 
e aprendizagem ao longo da vida. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 mar. 2018a. 
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13632-6-marco-2018-
-786231-publicacaooriginal-154957-pl.html>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Brasil alfabetizado. Brasília, DF, [2018d]. disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/brasil-alfabetizado/apresentacao. Acesso em: 6 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer n°. 11, de 7 
junho de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 jun. 2000. Disponível em: <http://
confinteabrasilmais6.mec.gov.br/images/documentos/parecer_CNE_CEB_11_2000.
pdf>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº. 15, de 1° 
junho de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jun. 1998. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/1998/pceb015_98.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretoria de Estudos Educacionais. Plano nacio-
nal de educação (PNE 2014-2024): linha de base. Brasília, DF, 2015. Disponível em: 
<http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485745/Plano+Nacional+de+Educa
%C3%A7%C3%A3o+PNE+2014-2024++Linha+de+Base/c2dd0faa-7227-40ee-a520-
12c6fc77700f?version=1.1>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Encceja. Brasília, DF, [2018b]. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/encceja>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. 
Resolução nº. 32, de 1º de julho de 2011. Estabelece orientações, critérios e procedimen-
tos relativos à transferência automática a estados, municípios e ao Distrito Federal dos 
recursos financeiros do Programa Brasil Alfabetizado no exercício de 2011, bem como ao 
pagamento de bolsas aos voluntários que atuam no Programa. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 2 jul. 2011. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=8465-resolucacao-32-010711-brasilalfabetizado-
-pdf&category_slug=julho-2011-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Proposta Curricular para a educação de jovens e adul-
tos: segundo segmento do ensino fundamental (5ª a 8ª série). Brasília: Secretaria de 
Educação Fundamental, 2002. 148 p. v. 1. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
secad/arquivos/pdf/eja_livro_01.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Secretaria de Governo. ProJovem. Brasília, DF, [2018e]. Disponível em: http://www.
secretariadegoverno.gov.br/noticias/2007/09/not02_05092007. Acesso em: 6 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Trabalhando com a educação de jovens e adultos: alunas 
e alunos da EJA. Caderno 1. Brasília: SECADI, 2006a.
CERATTI, M. R. N. Políticas públicas para a educação de jovens e adultos. Gestão esco-
lar, 2007. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/
producoes_pde/md_marcia_rodrigues_neves_ceratti.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2018.
17Educação de jovens e adultos
DI PIERRO, M. C.; JOIA, O.; RIBEIRO, V. M. Visões da educação de jovens e adultos no 
Brasil. Cadernos Cedes, v. 21, nº. 55, p. 58-77, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S0101-32622001000300005&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso 
em: 5 dez. 2018.
RIBEIRO, V. M. M. (Org.). Educação para jovens e adultos: ensino fundamental: proposta 
curricular — 1º segmento. São Paulo: Ação Educativa; Brasília: MEC, 2001. p. 239.
UNESCO. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão 
Internacional sobre Educação para o século XXI.Brasília: Setor de Educação da Re-
presentação da UNESCO no Brasil, 2010. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/
images/0010/001095/109590por.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2018.
Educação de jovens e adultos18
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
A educação de jovens e adultos (EJA) precisa ser vista como uma modalidade educacional que 
tem características próprias e exige atendimento diferenciado por parte dos professores. Ao lidar 
com público jovem e adulto, devem ser utilizados os princípios da Andragogia.
Assista ao vídeo da Dica do Professor e conheça mais sobre esses princípios e suas 
características.
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EXERCÍCIOS
1) Assinale a afirmativa correta a respeito da motivação para as primeiras ações 
voltadas para os alunos jovens e adultos no Brasil.
A) A vontade dos adultos de se qualificarem em nível de pós-graduação no início do século 
XX demandou mudanças.
B) Conter o número de jovens e adultos que saíam do país em busca de estudos nos países 
vizinhos motivou as ações.
C) Era necessário reduzir o grande contingente de jovens e adultos analfabetos no início do 
século XX que colocavam entraves ao desenvolvimento do país.
D) Produzir novos eleitores para eleger membros que continuariam perpetuando a classe 
política da época foi o maior motivador para estas ações da EJA.
E) A imposição de organismos multilaterais, como a ONU e a UNESCO, obrigou o país a 
realizar tais investimentos.
2) Em relação às estratégias pedagógicas utilizadas pelo educador Paulo Freire na 
educação de adultos, assinale a alternativa correta.
A) Paulo Freire utilizava nas suas aulas as palavras geradoras, que faziam parte da vida 
cotidiana de seus alunos e, partindo destas, conduzia seus ensinamentos pautados no 
diálogo e na reflexão.
B) Paulo Freire valia-se da gramática da Língua Portuguesa e de sua eloquência para ensinar 
aos seus alunos da elite paulista e carioca a arte da retórica.
C) Paulo Freire adotou o método peripatético, pelo qual saía caminhando pelas favelas e seus 
alunos o acompanhavam e ouviam enquanto ele falava.
D) Paulo Freire estabeleceu em várias comunidades pobres os seus cursos de filosofia 
existencial, cujo foco era o ensino da leitura de mundo e a mudança de paradigmas 
vivenciados pelos alunos.
E) Paulo Freire foi exilado e permaneceu boa parte de sua vida fora do Brasil, não podendo 
desenvolver nenhum tipo de ação educativa com adultos em nosso país.
3) As três funções que recaem sobre a EJA são:
A) Compensatória; potencializadora; e autorrealizável.
B) Reparadora; equalizadora; e qualificadora.
C) Alfabetizadora; formadora profissional; e incrementadora da erudição.
D) Instrutora; orientadora; e prospectiva.
E) Niveladora; balizadora; e sociológica.
4) “[...] a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou 
continuidade de estudos nos Ensinos Fundamental e Médio na idade própria e 
constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida” 
(BRASIL, 1996). A partir da citação desse artigo da LDB de 1996, pode-se afirmar:
A) A EJA procura prioritariamente a reparação da escolarização àqueles que não puderam 
estudar na época mais apropriada, o que os prejudica ao longo de toda a vida. 
B) A EJA impõe aos seus alunos que terão que passar suas vidas revendo conceitos que 
aprenderam no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
C) A EJA tem como foco a alfabetização desses jovens e adultos que por quaisquer motivos 
não se alfabetizaram quando crianças ou adolescentes e agora colhem as consequências 
de suas más escolhas.
D) A EJA acabou, a partir de suas normatizações, impondo à sociedade que devesse estudar 
ao longo da vida, não somente na Educação Básica.
E) A EJA vai muito além do caráter compensatório àqueles que não estudaram na época 
apropriada, pois se alia à necessidade atual de estudar e se aperfeiçoar ao longo de toda a 
vida.
5) Em relação ao analfabetismo funcional de jovens e adultos no Brasil 
contemporâneo, assinale a alternativa correta.
A) O analfabetismo funcional na atualidade no Brasil encontra-se em patamares muito bons, 
pois menos de 5% da população se encaixa nessa condição.
A taxa de analfabetismo funcional brasileira se encontra em 15,3% da população com mais B) 
de 15 anos de idade que apresenta menos de 4 anos de escolarização e não sabe ler nem 
escrever.
C) O Brasil erradicou o analfabetismo funcional na década de 1990, principalmente 
impulsionado pelo uso das tecnologias da informação e da comunicação em rede.
D) A taxa de analfabetismo funcional no Brasil costuma apresentar-se homogênea dentro das 
regiões brasileiras, pois as realidades sociais são muito semelhantes.
E) As taxas de analfabetismo funcional brasileiras refletem o número de adultos, acima de 18 
anos de idade, que nunca chegaram a frequentar a escola.
NA PRÁTICA
As práticas pedagógicas na educação profissional de jovens e adultos diferenciam-se das 
práticas pedagógicas em outros níveis e modalidades de ensino. Nesse sentido, a formação e a 
orientação dos professores devem ser claras e específicas.
Acompanhe a seguir a experiência da professora Kátia junto à educação profissional de jovens e 
adultos e como a coordenação pedagógica pode atuar nessa modalidade de ensino.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Salto para o futuro | Novas diretrizes curriculares para o ensino médio
O vídeo fala sobre os desafios da educação de jovens coloca em debate as novas DCNEM e os 
desafios para a elaboração e implementação coletiva de uma proposta curricular que integre 
trabalho, ciência e cultura.
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Educação ambiental na EJA: um recorte do currículo capixaba
Neste artigo, os autores analisam como o tema transversal da educação ambiental se faz presente 
nos currículos da rede estadual do Espírito Santo.
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