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Comissão A comissão é devida em percentual por participação direta do empregado no resultado dos negócios, como exemplo a venda realizada pelo empregado, desde que pactuada. O empregado compõe o seu salário a partir de sua produtividade na empresa, o que acarreta a possibilidade de valores salariais diferentes a casa mês. Em decorrência de constituir-se em uma forma de contraprestação do empregador e ser parcela percebida pelo empregado em razão da execução do seu contrato de trabalho, a comissão tem natureza jurídica de salário, e como tal, deve integrar a remuneração para todos os efeitos legais, nos moldes do art. 457 da CLT. O pagamento é devido somente depois de ultimada a transação. Concluídos os negócios, as comissões a eles relativas serão pagas mensalmente, ocmo é estabelecido no art.466, caput, da CLT. O pagamento das comissões nas transações realizadas por prestações sucessivas ocorrerá de acordo com a periodicidade combinada para liquidação, portanto, no vencimento de cada parcela – art. 466. § 1º, da CLT. Caso o empregado não esteja mais trabalhando quando do vencimento da parcela, terá direito ao recebimento das comissões incidentes sobre as demais parcelas. Para proceder com o pagamento deve o empregador saldar mensamente o valor da comissão do empregado, por meio de termo de rescisão complementar, bem como fazer a projeção das comissões sobre o FGTS, férias e 13º salário, uma vez que o direito a comissão já se encontrava adquirido antes da extinção do contrato. O pagamento dos valores referentes a comissão, pode ser efetuado além do prazo máximo de um mês, como determina o art. 459 da CLT. A Lei 3.207/57 permite o pagamento trimestral. Em consonância com o art. 7º, VII, da CF e com a Lei 8.716/93, não havendo salário fixo, o valor da comissão não pode, no mês, ser inferior ao saláiro- mínimo. No caso do pagamento trimestral, o empregador deverá garantir ao empregado o valor do salário-mínimo mensal nos meses em que não houver o pagamento das comissões, pois a Lei 8.716/93 estabelece para os que têm remuneração variável e para os que têm salário misto, a garantia de salário-mínimo, sendo vedado qualquer compensação posterior. Caso a categoria do empregado tenha piso salarial, este será garantido ao empregado comissionista. Para que se verifique se o piso foi alcançado, deverão ser somados as comissões e o repouso semanal remunerado calculado sobre as comissões. Mesmo havendo salário misto, parte variável e parte fixa, o valor final não pode ser inferior ao salário-mínimo ou piso da categoria. Se o empregado tiver ausências injustificadas, o empregador somente poderá fazer desconto no salário do empregado da parte fixa, se esta existir, pois na parte variável, não comparecendo ao trabalho injustificadamente, o mesmo deixa de auferir comissões, já que não efetua vendas. Já na ausência justificada do empregado, a empresa terá que remunerá-la ao mesmo. Para calcular a falta justificada, procede-se da seguinte forma: A comissão também pode ser ajustada quando o empregado tenha salário fixo. Nesta hipótese, salário fixo mais comissões, compõem a remuneração do empregado, é a denominada remuneração mista. A comissão, por ter natureza jurídica de salário, é base de cálculo para apuração das horas extras. Se a remuneração é composta somente pela comissão, as horas extras já estão inclusas pelo seu valor principal, cabendo apenas o acréscimo da hora extra; mas se a remuneração for composta de salário fixo mais comissão, as horas extras devem ter o valor do principal Total das comissões apuradas no mês = valor de um dia Número de dias trabalhados Valor de um dia X número de dias de faltas justificadas = valor a pagar pela Faltas justificadas mais adicional para a comissão, conforme demonstrado no tópico relativo às horas extras do comissionista. Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, inclusive o comissionista, preferencialmente aos domingos. O valor da comissão também integrada o DSR – descanso semanal remunerado – e DR – descanso remunerado – pela média. Neste caso, como a comissão normalmente é paga por mês, basta dividir o valor da comissão recebida no mês pelo número de dias úteis do mês e multiplicar pelo número de DSR e DR devidos no mês. O sábado para efeito legal é dia útil, salvo se recair em dia de feriado, quando deverá ser concedido o descanso remunerado. Tratando-se de salário misto é devido o pagamento, relativamente à parte variável (comissões), do valor correspondente ao descanso semanal remunerado, já que a parcela referente ao DSR está embutida apenas no salário fixo. As comissões integram também a remuneração para o cálculo das férias mais o terço constitucional, 13º salário prévio indenizado, FGTS, etc. Na gratificação natalina – 13º salário -; nas férias mais 1/3 (um terço) constitucional; no aviso prévio indenizado e no FGTS. Para cálculo desses valores, como as comissões são auferidas nos dias úteis de trabalho e a média deve ser sempre mensal, somam-se o valor da comissão e o valor dos reflexos em DSRs e DRs para apuração dos reflexos em férias mais 1/3, 13º salário, aviso prévio. Ambos os valores – comissões e reflexos em DRS/DR – sofrem incidência do FGTS. Para a integração nas férias, aviso prévio e 13º salário, os valores devem ser corrigidos mês a mês até o mês de pagamento da verba. Na gratificação natalina integral -13º salário Os empregados que recebem salário por comissão, recebem a primeira parcela do 13º salário, com base na soma das importâncias variáveis devidas nos meses trabalhados até o anterior àquele em que se realizar o adiantamento. Quando o empregado receber parte fixa terá o respectivo valor somado à parte variável. Para pagamento da segunda parcela, apura-se pela média das comissões referente ao período do denominado ano calendário, ou seja, os meses compreendidos de janeiro a dezembro. Porém, ainda não conhecido o valor das comissões de dezembro, apura-se até novembro. Assim, para apuração da média na gratificação natalina – 13º -, devido até 20 de dezembro, tornam-se os valores das comissões e reflexos em DSRs/DRs do mês de janeiro e o corrige até dezembro; o valor do mês de fevereiro, com correção até dezembro; o de março também com correção monetária até dezembro, e assim sucessivamente. Corrigido e somados os valores, basta dividir o resultado por 11, para encontrar a média mensal atualizada. Como se apurou sem a inclusão as comissões do mês de dezembro, até o dia 10 de janeiro de cada ano, deve-se proceder o recálculo e computar a parcela da comissão referente ao mês de dezembro, e o cálculo da gratificação natalina será revisto para 1/12 (um doze avos) do total devido no ano anterior, processando-se a correção do valor da respectiva gratificação com o pagamento ou compensação das possíveis diferenças. Quando no ajuste do pagamento da diferença do décimo terceiro salário o saldo for positivo para o empregado, deverá o empregador proceder com o pagamento da diferença encontrada. Caso a diferença seja a favor do empregador, o valor poderá se compensado na folha de pagamento do empregado. Na gratificação natalina proporcional -13º salário proporcional Para o pagamento do 13º salário proporcional, torna-se por base a média dos meses do ano calendário até mês anterior ao do desligamento, acrescendo-se ao final os duodécimos referentes ao período do aviso prévio indenizado. É importante no pagamento do 13º salário proporcional apurar-se separadamente o número de duodécimos devidos até data do desligamento com o duodécimo devido pelaintegração do aviso prévio indenizado, pois para este não há incidência de INSS e IRRF, e para aquele sim. Nas férias integrais acrescidas de um terço A Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso XVII, assegura o gozo de férias anuais com, pelo menos, um terço a mais do salário norma (1/3 constitucional). Para apuração das férias do comissionista apurar-se-á a média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precederem a concessão das férias, portanto, deve ser utilizado o mesmo critério de soma das comissões do empregado. Importante a verificação da existência de convenção ou acordo coletivo, já que em muitas categorias a convenção estabelece a quantidade de meses que deverá ser considerado para cálculo das férias. É comum a utilização nas convenções coletivas, de cálculo por apuração da média dos últimos 6 (seis) meses e a dos últimos 3 (três) meses, pois podem se mais favoráveis ao empregado. Quando o empregado percebe salário fixo mais comissões, na média das comissões será adicionado o valor do salário fixo percebido pelo empregado. Nas férias proporcionais acrescidas de um terço Quando do pagamento de férias proporcionais, torna-se por base a média dos meses do período aquisitivo até o mês anterior ao do desligamento, acrescendo-se ao final os duodécimos referentes ao período do aviso prévio indenizado, e, posteriormente, acrescer o terço constitucional. Mesmo não havendo incidência de INSS, FGTS e IRRF, os valores para pagamento deverão estar separados na guia de rescisão contratual, pois tratam-se de pagamento de parcelas diferentes. No aviso prévio indenizado – empregado com mais de um ano de serviços ao empregador O cálculo do aviso prévio corresponderá à média das comissões auferidas no último ano de serviço ou nos meses trabalhados, no caso de empregado com menos de 12 meses de serviço. Quando o empregado tiver mais de um ano de serviço ao empregador deve-se dividir a média por trinta e multiplicar pelo número de dias correspondentes ao período do aviso prévio indenizado. No aviso prévio indenizado – empregado com menos de um ano de serviços ao empregador O empregado eu tiver menos de 1 (um) ano de serviço, a média será encontrada somando-se os valores recebidos pelo mesmo nos meses trabalhados até o mês encontrada somando-se os valores recebidos pelo mesmo nos meses trabalhados até o mês anterior à dispensa. Em seguida divide-se pelo número de meses. Nesse caso, o aviso prévio indenizado é de 30 dias. Aviso prévio trabalhado No aviso prévio trabalhado a remuneração do empregado será relativa às comissões correspondentes às vendas efetuadas no período do referido aviso, com o acréscimo dos reflexos em DSR também do período. Remuneração Mista No aviso prévio indenizado, gratificação natalina e nas férias acrescidas do terço constitucional, além da média apurada das comissões, também deve- se apurar o valor devido referente ao salário fixo, no caso de remuneração mista, ou seja, aquela em que o empregado recebe tanto salário fixo quando por comissão, acrescida do repouso semana remunerado do período. Horário de Trabalho Horário de Trabalho A duração do trabalho representa a quantidade de energia horário gasta pelo empregado, por dia, semana ou mês, enquanto o mesmo está à disposição do empregador executando ou aguardando ordens. A limitação do tempo despendido no trabalho é uma conquista dos empregados, prevista na Constituição Federal no art. 7º, XIII. Atualmente, a duração é limitada a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, salvo para aqueles que trabalham em jornada especial, como as previstas em lei ou acordos e convenções coletivas. Também ao doméstico a duração normal do trabalho não excederá de 8 (oito) horas e 44 (quarenta e quatro) horas semanais. Ao doméstico, quando em viagem acompanhando o empregador serão consideradas horas normais de trabalho somente as efetivamente trabalhadas no período. Horas Normais É possível pactuar jornadas inferiores com pagamento de salários proporcionais. Nesse caso, o empregador deverá anotar no livro ou ficha de registro do empregado e na CTPS. Importante salientar a existência de jornadas específicas, estabelecidas em lei ou negociação coletiva, fato que deverá ser observado pelo empregador. Controle de Jornada A empresa que possuir até 10 empregados, deverá ter o horário de trabalho discriminado em um quadro de horário organizado conforme modelo expedido pelo Ministério do Trabalho, fixado em local visível, como determina o art. 74, caput, da CLT. Para as empresas acima de 10 (dez) empregados é necessário o controle de jornada para registro dos horários de entrada e saída, devendo haver pré- assinalação do horário de repouso. O registro de horário poderá ser através de livro de ponto, cartão de ponto mecânico, magnético ou digital, necessitando sempre ser anotado pelo próprio empregado e por ele assinado. Ao doméstico o registro de ponto é obrigatório, independentemente do número de empregados, por qualquer meio idôneo, seja manual, mecânico ou eletrônico. Quando o empregado prestar serviços fora do estabelecimento, é obrigatório ficha ou papeleta constando o horário de trabalho. As empresas que são obrigadas a cumprir as determinações do art. 74 da CLT podem sofrer punição administrativa, caso não possuam o controle de jornada. A portaria 2.686, de 27.12.11, do Ministério do Trabalho, regulamentou o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SREP), que se constitui em um conjunto de equipamentos e programas informatizados destinado ao registro do horário de trabalho dos empregados. O registro de ponto do empregado por meio desse sistema ocorre através de um equipamento denominado Registro Eletrônico de Ponto – REP, utilizado apenas para registro de jornada de trabalho. Esse sistema emite documentos que podem ser utilizados pela fiscalização e pelo próprio empregado, como meio de conferir a real jornada de trabalho. A Portaria nº 373/11 do TEM permite a utilização pelas empresas de sistemas alternativos de registro de ponto, desde que autorizados em negociação coletiva. Os sistemas alternativos não podem, no entanto, restringir a marcação de ponto, conter marcação automática, alterar os dados registrados pelo empregado ou exigir que o empregado solicite prévia autorização para registra seu trabalho extraordinário. Caso o controle de jornada seja feito por meio eletrônico – magnético ou digital – necessário que em cada anotação seja emitido comprovante. O comprovante deverá ficar na posse do empregado. Ônus de Comprovação nos Autos A empresa é obrigada a possuir o registro de ponto se possuir mais de dez empregados, por essa razão, caso o empregado proponha reclamação trabalhista pedindo horas extras, o empregador fará a juntada dos controles de jornada, pois constitui-se em ônus para a mesmo. Caso não juntados todos os cartões do período imprescrito, o cálculo dar- se-á pela média dos anteriores ou conforme determinado em sentença. As anotações de ponto não são absolutas, podendo ser elididas por prova em contrário. Registre-se, ainda, que o controle de ponto sem variação diária de horáio não é admitido pela Justiça do Trabalho. O empregador terá o ônus de provar o real horário de trabalho do empregado, e caso não consiga provar, será considerado o horário da peça inicial. Jornada Normal A duração norma de trabalho está limitada a 8 (oito) horas diárias. Trabalho realizado acima desse parâmetro é considerado extraordinário. O limite máximo de trabalho poderá ser acrescido de 2 (duas) horas extraordinárias, desde que o total de horas não ultrapasse 10 (dez) diárias. Esse limite objetiva impedir que o empregador exija do empregado excesso de jornada, evitando a fadiga, o estresse. No entanto, se o empregadotrabalhar mais horas do que as permitidas, deverá ser remunerado por todas, sem qualquer limitação, conforme súmula 376 do TST. O artigo 318 da CLT teve redação alterada pela Lei 13.415/2017, autorizando o professor empregado trabalhar em 2 (dois) turnos diários ao memo estabelecimento de ensino, respeitado o limite semanal de 44 (quarenta e quatro) horas. Jornada de 12 (doze) horas A jornada de trabalho deve ser aquela estabelecida pela Constituição Federal e pela legislação trabalhista, entretanto o art. 59-A da CLT considera válida a jornada de 12 (doze) horas de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de descanso, desde que pactuado em acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho, observando-se o intervalo intrajornada ou mesmo indenizando-se, neste caso, se não observado, não sendo devidas as horas após a 8ª (oitava) diária com qualquer acréscimo, desde que haja previsão em lei ou convencionada pelas partes. Neste caso, a redação da súmula 444 do C. TST deverá sofrer alteração. Deve ser assegurado ao empregado que estiver submetido a esta jornada especial, o intervalo de 36 (trinta e seis) horas entre uma jornada e outra, e caso o dia de trabalho recaia em um feriado, este deveria ser remunerado em dobro conforme previa a redação da súmula 444 do C. TST, porém, com a redação do § 1º do art. 59-A da CTT, também os feriados, não somente os domingos, serão considerados compensados. Na adoção dessa modalidade de jornada, a quantidade de horas trabalhadas em cada semana não será uniforme, uma vez que na primeira semana o empregado trabalhará48 (quarenta e oito) horas e na semana seguinte laborará 36 (trinta e seis) hora, o que totaliza mensalmente 210 (duzentos e dez) horas, nestas últimas incluso os DRSs. Para chegar na duração mensal de 210 (duzentos e dez) horas é necessário proceder com o seguinte cálculo: 48 horas: (labor na 1ª semana) + 36 horas (labor na 2ª semana de trabalho) 84 horas + 2 = 42 horas (média semanal de trabalho) 42 horas + 6 dias úteis X 30 dias = 210 horas (nestas inclusos as DSRs) Horário reduzido em um dia da semana Com a adoção do empregador da jornada de 8 (oito) horas, haverá a necessidade de reduzir em um dia o horário de trabalho do empregado, no entanto, não há no ordenamento jurídico determinação alguma de que a jornada inferior seja somente no sábado, podendo recair em qualquer outro dia da semana. Considerando trabalho de segunda-feira a sábado: o empregado labora 5 (cinco) dias de 8 (oito) horas por dia e 1 (um) dia de 4 (quatro) horas. Vinculação do Horário Reduzido Estabelecido pelas partes do dia em que o empregado laborará apenas 4 (quatro) horas, qualquer trabalho além do horário estabelecido será considerado extraordinário. • Exceção – não são extras as horas que ultrapassam a 8ª (oitava) hora diária quando o empregado estiver subemdido à jornada de 12 (doze) por 36 (trinta e seis) horas, desde que pactuado em acordo individual ou com o sindicato em acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho, e em casos excepcionais previstos em lei. Embora a jornada de 12 (doze) horas de trabalho aparente uma irregularidade por contradizer o limite máximo de jornada de 8 (oito) horas, os tribunais a têm admitido, isto porque o regime de 12 (doze) horas de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de descanso gera uma prorrogação de horas com compensação (art. 7º, XIII, da CF, que permite a compensação), tanto que o empregado, nestes casos, trabalha aproximadamente 15 (quinze) dias no, alternado a quantidade de horas trabalhadas na semana, em uma semana labora 48 (quarenta e oito) horas e na semana seguinte 36 (trinta e seis horas. Essa modalidade de compensação é perfeitamente válida, pois admitida pelo C. TST, que ainda permite outras compensações ao empregado, ocmo aquelas em que o mesmo trabalha 48 (quarenta e oito) horas em uma semana e 40 (quarenta) horas na semana seguinte (semana espanhola. Agora também permitida pelo Art. 59- A, da CLT. Conversão de Minutos em Centésimos A necessidade de conversão da hora relógio para hora centesimal ocorre quando o cálculo envolver minutos, isto porque, a hora relógio tem 60 minutos e a hora centesimal tem 100 centésimos. Para fazer a conversão da hora para centesimal, utiliza-se a operação regra de três. Compensação com Conversão de Centésimos em Minutos Em caso de compensação de um dia da semana, o sábado, por exemplo, se esta for total, condicionada à existência de acordo de horário de trabalho, deve-se utilizar como número só dias da semana, os dias entre segunda- feira (inclusive) e sexta-feira (inclusive), ou seja, 5 dias. EXCEÇÕES À JORNADA DE 44 (QUARENTA E QUATRO) HORAS • Bancários – a jornada de trabalho do empregado que presta serviços em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal, chamados de bancários é de 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, com divisor de 180 (cento e oitenta) horas mensais, neste último incluso os DSRs. - Cargos de gestão e confiança – os bancários que e cargos de direção, gerências, fiscalização, chefia e equivalentes ou que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo, não estão inseridos na exceção, sendo de 8 (oito) horas sua jornada. O divisor será 220 horas. • Telefonistas – Aos empregados que laboram para as empresas de telefonia, telegrafia, radiotelefonia e radiotelegrafia, na condição de operadores, trabalhando com recebimento e à transmissão de mensagens é assegurado uma duração de trabalho de 6 (seis) horas diárias e 36 (trinta e seis) horas semanais, com divisor 180 (cento e oitenta) horas mensais, neste último inclusos os DSRs. • Diferença entre bancários e telefonistas- embora bancários e telefonistas tenham jornada de 6 (seis) horas, o total de horas por semana é diferente. Para os bancários o total é de 30 (trinta) horas semanas, porque o sábado é dia útil não trabalhado, não necessitando compensação, e par aos telefonistas o total é de 36 (trinta e seis) horas semanais, podendo ser o sábado trabalhado ou compensado, desde que haja acordo. • Jornalistas profissionais – em relação a jornada de trabalho do jornalista, o art. 303 da CLT preceitua: “Art.3030. A duração normal do trabalho dos empegados compreendidos nesta Seção não deverá exceder de 5 (cinco) horas, tanto de dia como à noite”. Portanto, o módulo semanal é de 30 (trinta) horas e o divisor mensal 150 (cento e cinquenta) horas, neste último inclusos os DSRs. A jornada de 5 (cinco) horas poderá ser alterada para 7 (sete) horas, desde que por acordo escrito, garantindo um aumento de salário na proporção igual à alteração do horário e com intervalo para repouso e alimentação. Aplica-se também ao Jornalista que não trabalha em empresa jornalística, mas que exerce as funções típicas de sua função, uma vez que o Decreto-lei 972, de 1969, em seu art. 3º, estabeleceu que a jornada especial de 5 (cinco) horas aplica-se aos jornalistas que prestam serviços em empresas jornalísticas, nas empresas a estas equiparadas e ainda àqueles que prestam atividades em entidades públicas ou privada não jornalísticas, mas sobre cuja responsabilidade s edita publicação destinada a circulação externa. • Empregados em minas e subsolo – O art. 293 da CLT dispõe que a duração normal do trabalho efetivo para os empregados em minas no subsolo não excederá de 6 (seis) horas diárias ou de 36 (trinta e seis) semanas. A ampliação dessa jornada é possível, porém observando-se o disposto na própria lei, no caso, o art. 295 da CLT, segundo o qual a jornada poderá ser elevada até 8 (oito) horas diárias, mediante acordo escrito entre empregador ou convenção coletiva de higiene e trabalho. Ainda há expressa previsão legal (art.294 da CLT) no sentido de que o tempo gasto no trajeto entre a entrada da mina e o subsolo será computado no salário. • Operadores cinematográficos e seus ajudantes – Para os operadores cinematográficos e seus ajudantes, a jornada norma de trabalho é de 6 (seis) horas diárias, a teor do disposto no (art. 234 da CLT), sendo 5 (cinco) horas consecutivas de trabalho em cabine, durante o funcionamento cinematográfico, e 1 (uma) hora para limpeza, lubrificação dos aparelhos de projeção, ou revisão de filmes. Os operadores cinematográficos e seus ajudantes poderão ter a duração prorrogada por 2 (duas) horas diárias, para exibições extraordinárias, desde que haja remuneração adicional de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário da hora normal e observado um intervalo de 2 (duas) horas para folga, entre o período compreendido entre após a 5ª hora consecutiva e a 1 (uma) hora complementar para a limpeza. Quando a atividade for realizada em horário noturno, será facultado aos operadores cinematográficos e seus ajudantes, mediante acordo ou contrato coletivo de trabalho, e com um acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário da hora normal, executar o trabalho em sessões diurnas extraordinárias e, cumulativamente, nas noturnas, desde que isso se verifique até 3 (três) vezes por semana e entre as sessões diurnas e as noturnas haja o intervalo e 1 (uma) hora, no mínimo, de descanso. A duração de trabalho cumulativo não poderá exceder de 10 (dez) horas. Em seguida a cada período de trabalho haverá um intervalo de repouso no mínimo de 12 (doze) horas. • Técnico de radiologia – trabalho de 24 (vinte e quatro) horas semanais e salário profissional igual a 2 (dois) salários mínimos. • Advogados empregados – jornada de 4 (quatro) horas contínuas e 20 (vinte) horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva, o se admitido com jornada de 40 (quarenta) horas antes da edição da lei 8.906 de 1994. O percentual de horas extras para os advogados é de 100% em relação à hora normal, mesmo havendo contrato escrito. O advogado de banco, no exercício da advocacia, não é bancário, nem mesmo está inserida nas exceções dos que exercem cargos de confiança nas agências bancárias. As horas trabalhadas no período das 20h (vinte horas) de um dia até às 5h (cinco horas) do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de 25% (vinte cinco por cento). • MÉDICOS – os médicos têm jornada normal de no mínimo 2 (duas) horas e no máximo 4 (quatro) horas, desde que, na hipótese de ajuste ou contrato de trabalho ser incluído à base-hora, o total da remuneração devida não poderá perfazer quantia inferior a vinte e cinco (25) vezes o valor da soma das duas (2) primeiras horas, conforme o valor horário calculado para a respectiva localidade. O TST , no entanto, interpretou que a Lei nº 3.999/1961 não estipula jornada reduzida para o médico, mas apenas estabelece o salário mínimo para essa categoria, portanto, o acréscimo de horas extras para os médicos ocorre somente em caso de a jornada ultrapassar a 8ª (oitava) hora. • Engenheiros – jornada de 6 (seis) horas ou mesmo mais de 6 (seis) horas se fixadas em contrato de trabalho. Os engenheiros, Arquitetos, Agrônomos, Químicos e Veterinários, têm o salário mínimo da categoria estipulado para jornada de 6 (seis) horas diárias, não existindo horas extras, salvo as excedentes à oitava, desde que seja respeitado o salário mínimo/horário das categorias, pois a Lei 4.950/66 não estipula a jornada reduzida, mas o salário mínimo da categoria para 6 (seis) horas de trabalho, segundo a Súmula nº 370 do TST. • Trabalho em regime de tempo parcial – para permitir a regularização dos contratos trabalhistas em que o empregado não labora 4 (quarenta e quatro) horas por semana e aumentar os postos de trabalho, a CLT foi modificada permitindo o regime e tempo parcial. Regra também observada aos domésticos. Poderão, empregado e empregador, firmar contrato pro tempo parcial desde que não exceda 30 (trinta) horas na semana, sem a possibilidade de horas extras. Se o contrato for firmado entre 27 (vinte e sete) e 30 (trinta) horas semanais, não poderá existir horas extras. Poderão existir horas extras somente no caso de o período semana não exceder 26 horas, em que se poderá contratar até 6 (seis) horas extras semanais, com o adicional mínimo de 50%, ou aquele que for convencionado, se maior. Poderá o contrato com o empregado prever a compensação de horas extras na semana posterior à execução das mesmas (semana espanhola: em uma semana trabalha mais e em outra menos) E, se não compensada na semana posterior, não poderá fazê-la na próxima semana, devendo ser pagas as horas extras na folha de pagamento do mês subsequente. O § 1º prevê que o salário por tempo parcial é proporcional ao tempo trabalhado. Assim, o empregador poderá firmar contrato por tempo parcial, por exemplo, para 30 (trinta) horas semanais, com trabalho de 6 (seis) horas diárias de segunda-feira a sexta-feira e pagar somente pelas 30 (trinta) horas trabalhadas. Não se confunde com o contrato de trabalho intermitente, pois este somente poderá ser celebrado quando há imprevisibilidade da prestação laboral e não continuidade. Para remunera as horas trabalhados como tempo parcial, é necessário apenas dividir o salário de um empregado padrão por220 (duzentos e vinte) e multiplicar pela hora trabalhada. • Turnos ininterruptos de revezamento – ocorre quando o empregado se ativa em todos os turnos da empresa em revezamento, tendo comprometido o seu relógio biológico, não lhe sendo permitida a adaptação a ritmos cadenciados e estáveis. Nesse caso, a jornada é de 6 (seis) horas, perfazendo um total semanal de 36 (trinta e seis) horas. A jornada reduzida para 6 (seis) horas no turno ininterrupto de revezamento não retira do empregado o adicional de 20%, bem como à hora trabalho de 52 minutos e 30 segundos, caso a jornada seja cumprida no período noturno. Essa modalidade de jornada de trabalho muitas vezes possibilita o trabalho em dia de feriado, nesse caso a empresa deverá conceder um outro dia de folga ou então remunerar as horas em dobro. Essa jornada é utilizada pelos petroleiros. Descaracterizam-se se houver instrumento coletivo fixando jornada diversa, superior a 6 (seis) horas e limitada a 8 (oito) horas, não sendo pois, devidas como extras a 7ª (sétima) e 8ª (oitava) horas. Isso somente ocorre se existir instrumento coletivo que fixa jornada diversa, o que vale dizer deve ser acordado com o Sindicato da categoria, pois do contrário as 7ª (sétima) e 8ª (oitava) horas serão extras. É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações pretéritas, estabelece jornada de 8 (oito) horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento. Restabelecido o trabalho em turnos fixo, sem revezamento, não permanece a jornada reduzida porque é benéfico ao empregado, sendo que a medida se insere no poder de comando da empresa. O mesmo ocorre quanto aos petroleiros. Com a modificação do horário de trabalho do empregado de 8 (oito) horas para 6 (seis) horas normais diárias, com salário por hora, deve- se alterar o valor da hora em 22,2222% para que não haja redução salarial mensal, pois para 8 (oito) horas diárias o divisor é 220 (duzentos e vinte) horas e para 6 (seis) horas diárias o divisor é 180 (cento e oitenta) (220 / 180 = 1,222222...) Exemplo: João que percebe R$ 10,00 por hora, tem salário mensal de R$ 2.200,00. Se de 8 (oito) passa para 6 (seis) horas diárias, o valor final mensal deve ser o mesmo, ou seja, R$ 2.200,00. Assim: R$ 10,00 X 180 horas = R$ 1.800,00 X 2,22222 = R$ 2.200,00 Não existindo uma das jornadas, como por exemplo das 7 h às 15h20min, mesmo havendo a interrupção do tuno, aindaresta caracterizada jornada especial de 6 (seis) horas, porque o empregado exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos compreendendo, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário prejudicial à sua saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta. • Redução convencionada par a40 (quarenta) horas semanais- se um empregador convenciona com os empregados 40 (quarenta) horas semanais, o divisor para apuração de uma hora normal de trabalho é 200 (duzentos). Trabalho intermitente - a Lei 13.467/2007 trouxe ao mundo jurídico o trabalho intermitente ( Art. 443, CLT), que autoriza a jornada móvel, devendo ser escrito (art. 452-A, CLT), por ser exceção à regra. A intermitência poderá ser acordada por todos os empregados, com exceção dos aeronautas, e a prestação de serviços ocorrerá sempre com subordinação, de forma que a prestação dos serviços não será contínua, já que haverá alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade (sem prestação de serviço). O contrato poderá prever a intermitência em horas, dias ou meses, nada falando o legislador sobre semanas, mas, se foi mais além ao trazer previsão de alternância mensal, por certo a alternância semanal também poderá ocorrer, pois é permitido o que não está proibido na norma.
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