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DESCRIÇÃO A legislação trabalhista que rege as modalidades de contratação de colaboradores. PROPÓSITO Compreender a legislação e as rotinas de registro e controle de colaboradores é muito importante na atuação de um profissional da área de Administração. PREPARAÇÃO Não exige preparação antecipada de ferramentas ou conhecimentos pretéritos. No entanto, sugere-se consultar, sempre que necessário, a legislação trabalhista mais recente. OBJETIVOS MÓDULO 1 Definir registro e contrato de trabalho MÓDULO 2 Reconhecer a composição da jornada de trabalho MÓDULO 3 Listar as situações de contrato de trabalho suspenso ou interrompido INTRODUÇÃO Neste tema, teremos por base e direcionamento a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho −, que, inicialmente, foi promulgada como um Decreto-lei pelo governo de Getúlio Vargas e composta de diversas leis anteriormente promulgadas no Brasil sobre esse tema. Sua inspiração foi a Carta Del Lavoro, promulgada por Mussolini, na Itália, durante o regime Fascista, que durou vários anos e que acabou com a Segunda Guerra Mundial. A CLT procurou abarcar em seu escopo todos os pontos relacionados às leis trabalhistas e vigora até os dias atuais, pois foi recepcionada no ordenamento jurídico atual pela Constituição Federal. Os aspectos tratados nessa Consolidação foram sendo modificados e atualizados ao longo do tempo. Nesse processo, pensamentos e procedimentos modernos foram sendo incorporados por meio de novas leis, aprovadas pelo Congresso Nacional, que procuraram, além da modernização, flexibilizar a relação de trabalho e abordar todos os aspectos que as concernem. Questões como o home office – chamado de teletrabalho na Consolidação – também ganharam destaque e regramento básico, mostrando que, apesar de demorar um pouco, essa legislação procura acompanhar a realidade do nosso tempo. MÓDULO 1 Definir registro e contrato de trabalho Imagem: Shutterstock.com PRIMEIRAS PALAVRAS Neste módulo, trataremos dos diversos tipos de empregados e suas peculiaridades, buscando diferenciá-los e abordar as obrigações, tanto do empregado, como do empregador a respeito de cada tipo. Essas informações serão necessárias para a prática futura do profissional de Administração, principalmente, se ele for atuar na área de Recursos Humanos (RH) das empresas. Em todos os casos aqui tratados, procuraremos identificar a base legal que cria e sustenta cada uma das modalidades de relações trabalhistas. Essa forma de apresentar os temas garante que os alunos poderão, em sua prática posterior, aplicar cada um desses conhecimentos com firmeza e retidão, procurando seguir a ética e a verdade em seu proceder. Foto: Shutterstock.com EMPREGADOS Como o artigo 3º da CLT define o empregado? O artigo 3º da CLT define o empregado como “... toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. Complementando essa definição em seu parágrafo primeiro, a lei dita: “Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.” Podemos assegurar, portanto, que, para que um trabalhador seja considerado empregado, são necessárias algumas premissas: Imagem: Shutterstock.com Que seja uma pessoa física. As empresas não podem ser equiparadas a empregados. Essa restrição coloca todas as empresas como iguais, podendo suas relações ser regidas por contrato e pela lei civil, mas nunca pela lei trabalhista. Imagem: Shutterstock.com Que o serviço não pode ser de natureza eventual. Isso quer dizer que precisa existir habitualidade para que o serviço prestado pela pessoa física caracterize a condição de emprego. Trabalhos esporádicos ou mesmo de cunho individual, ou seja, com prazo de finalização e únicos, não caracterizam vínculo empregatício. Imagem: Shutterstock.com Por fim, é necessário haver subordinação e dependência entre o empregador e o empregado. Não há vínculo, portanto, se a pessoa física não estiver subordinada ao empregador, fazendo seu horário de forma independente do tomador do serviço ou exercendo o trabalho com o emprego de meios próprios, sem dependência do tomador do serviço. EXEMPLO EM QUE NÃO SE ESTÁ CARACTERIZADO O VÍNCULO EMPREGATÍCIO: No caso das costureiras, que tomam o serviço e os executam sob sua responsabilidade em máquina própria, em seus estabelecimentos e sem nenhuma fiscalização dos tomadores de serviço. Imagem: Shutterstock.com Já no parágrafo único, o legislador procura equiparar todas as profissões, não deixando que haja distinções ou privilégios de uns sobre os outros. Equipara, portanto, o trabalho manual, o técnico e o intelectual, dando-lhes o mesmo valor frente às leis e regulações, indicando que qualquer um desses trabalhadores pode se encaixar como empregado. Essa questão dificulta a defesa da Pejotização do trabalho intelectual, movimento que vem crescendo entre essa categoria de trabalhadores. PEJOTIZAÇÃO Contratação de trabalhadores intelectuais por meio de empresas, Pessoas Jurídicas (PJ), para realizarem o trabalho que um empregado faria. Essa forma de organização do trabalho, normalmente, é exercida pela própria pessoa dona da empresa, que, na realidade, continua a realizar seu trabalho de quando era empregado, mas sem os encargos e o vínculo empregatício anterior. javascript:void(0) Foto: Shutterstock.com JOVEM APRENDIZ Jovem aprendiz é uma categoria de empregado que tem entre 14 (quatorze) e 24 (vinte e quatro) anos. Nessa condição, ele deve estar estudando e sua contratação tem como objetivo desenvolver suas habilidades em alguma profissão que ele queira aprender, para posterior empregabilidade. DE ACORDO COM OS ARTS. 430 E 431 DA LEI Nº 13.420, DE 2017, QUEM PODE REALIZAR ESSA CONTRATAÇÃO? RESPOSTA RESPOSTA De acordo com os artigos citados, essa contratação pode ser realizada pela empresa em que o aprendiz irá trabalhar ou pelas entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional. javascript:void(0) Estas contratações devem ser registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e pelas entidades de prática desportiva das diversas modalidades filiadas ao Sistema Nacional do Desporto e aos Sistemas de Desporto dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Essa contratação por entidade não gera vínculo empregatício entre o jovem aprendiz e a entidade contratante. Imagem: Shutterstock.com A CLT, no Art. 431, parágrafo único, indica que as empresas e entidades que selecionarem menores para a função de jovem aprendiz, em caso de reprovação, devem fornecer orientação aos não selecionados no intuito de direcioná-los às atividades que melhor explorem as suas aptidões. Essa orientação procura evitar que esses jovens fiquem sem perspectiva, procurando direcioná- los a um local onde possam se desenvolver e crescer profissionalmente. O trabalho como aprendiz, de acordo com o Art. 432 e com a redação dada pela Lei nº 10.097, de 2000. Não deve ultrapassar as seis horas diárias, não podendo exceder esse horário nem mesmo para a compensação de horas em geral. É vetada a imposição de horas extras, pois essa forma de trabalho é tratada como uma forma excepcional de trabalho. O intuito é a aprendizagem do jovem aprendiz e não servir uma empresa com o serviço deste. Esse horário só pode ser estendido até oito horas, se o aprendiz já tiver terminado o ensino fundamental e se o aprendizado teórico estiver incluso nesse horário, de acordo com o inciso 1º. EXEMPLO O padrão de estender o horário acontece no ensino técnico que o SENAI oferece aos jovens aprendizes, pois, além da parte prática, estes têm aulas teóricas, inclusive, de Português e Matemática. O contrato de trabalho do jovem aprendiz, de acordo com o Art. 433 da CLT, encerra-se, obrigatoriamente, quando este completa 24 (vinte e quatro) anos, podendoser de prazo inferior, não excedendo 2 (dois) anos de duração, exceto para portadores de necessidades especiais, que também poderão ter idade superior a 24 (vinte e quatro) anos (Art. 428, parágrafo terceiro). Esse contrato é tratado de forma especial e só vale se o contratado estiver inscrito em programa de aprendizagem de formação técnico-profissional metódica. É necessário que o aprendiz cumpra com suas obrigações de forma zelosa e com diligência, caso contrário, o contrato pode ser rescindido antes do prazo estipulado. O Art. 433 também estabelece que o contrato possa ser rescindido antecipadamente caso: Imagem: Shutterstock.com Desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) Falta disciplinar grave. (Incluído pela Lei nº 10.097, de 19.12.2000) Imagem: Shutterstock.com Imagem: Shutterstock.com Ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo. (Incluído pela Lei nº 10.097, de 19.12.2000) A pedido do aprendiz. Imagem: Shutterstock.com Para que tenham validade, esses contratos precisam ser anotados na Carteira de Trabalho e Previdência Social do aprendiz. O menor salário que o empregador pode pagar ao aprendiz é o salário-mínimo por hora de trabalho, ou seja, ele deve ganhar o salário-mínimo dividido por 200 (duzentas) horas mensais (súmula 431, TST), multiplicado pelo número de horas que ele fizer em sua jornada de trabalho como aprendiz. SAIBA MAIS Dentro dessa categoria de jovem aprendiz, as empresas são obrigadas a matricular entre 5% (cinco por cento) e 15% (quinze por cento) de sua força de trabalho com pessoas que precisem de formação técnica. Essas matrículas são feitas em cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem. As entidades sem fins lucrativos estão desobrigadas de matricular esse percentual de aprendizes. ESTAGIÁRIOS O estágio supervisionado é regido por lei própria e não integra a CLT, pois o estagiário não figura como empregado da empresa em que presta estágio, não criando vínculo empregatício (Art. 3º, Lei nº 11.788/08). Foto: Shutterstock.com Para que essa condição seja verdadeira, a Lei nº 11.788/08 – Lei do Estágio − coloca já em seu artigo primeiro que só é considerado estágio se o trabalhador estiver matriculado regularmente em curso superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos, sendo que esse último é o único tratado pela CLT, por ser considerado um contrato de trabalho especial. VEJA O QUE DIZ NA ÍNTEGRA O ART. 1º DA LEI Nº 11.788/08: Art. 1º − Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. § 1º − O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando. § 2º − O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho. O estágio supervisionado é considerado parte do curso e, por isso, pode ser obrigatório ou não obrigatório, seguindo a determinação das diretrizes curriculares do curso. Cada parte envolvida nesse processo tem suas responsabilidades e direitos, sendo que o seu não cumprimento pode ensejar a criação ou reconhecimento do vínculo empregatício entre o estagiário e a empresa que o acolhe (Art. 3º, parágrafo 2º da Lei nº 11.788/08). Imagem: Shutterstock.com CONTRATO DE EXPERIÊNCIA NORMAL O que é o contrato de experiência normal? É aquele que precede o contrato por tempo indeterminado. Segundo o Art. 455 da CLT, esse prazo não pode exceder 90 (noventa) dias. Normalmente, esse contrato é celebrado com um prazo de 45 (quarenta e cinco) dias prorrogáveis por mais 45 (quarenta e cinco) dias, sendo que, se for interrompido em prazo inferior a esse, deve ser pago por completo. Essa exigência protege o empregado de uma demissão antes de cumprido o prazo estipulado. Quando o prazo do contrato de experiência é cumprido, se esse não for encerrado, ele se transforma em um contrato por tempo indeterminado, mesmo que não haja nenhuma formalização dessa condição. Quando esse contrato de experiência é celebrado, essa condição já fica tácita, não sendo necessária nenhuma formalização. No entanto, para que esse contrato se encerre e não surta os efeitos de um contrato por tempo indeterminado, é necessário que o empregador formalize a sua extinção. Imagem: Shutterstock.com CLT − Artigo 455 − Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967). Outro ponto importante na contratação de empregado é a questão da comprovação de experiência prévia. A CLT determina que os empregadores podem pedir até 6 (seis) meses de experiência para trabalhos da mesma atividade que o empregado irá exercer no novo emprego. Essa restrição de tempo padronizou a relação da empresa com o candidato ao cargo oferecido, evitando abusos e direcionamentos durante processos seletivos. Além disso, a empresa não poderá exigir experiência em outras atividades que não as do cargo oferecido. Muitas pessoas, porém, têm reclamado que, mesmo com essa restrição, várias empresas exigem habilidades dos candidatos, que, facilmente, seriam treinados pela própria empresa. CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO Os contratos de trabalho com prazo determinado são: Destinados, normalmente, à prestação de serviços específicos e com tempo de duração preestabelecido. Procuram resolver problemas dos empregadores que, se contratassem algum funcionário por prazo indeterminado, ao término do serviço destinado a este, não teriam onde o reaproveitar. Nesses casos, a legislação possibilita que o empregador contrate um profissional com um contrato específico para o cumprimento dessa tarefa. EXEMPLOS DESSE TIPO CONTRATAÇÃO: Profissionais especializados em etapas específicas do processo de desenvolvimento de softwares e desenvolvimento de projetos de Engenharia. Esses profissionais são extremamente caros e sua mão de obra deve ser empregada em momentos específicos do desenvolvimento, sendo que, no restante do processo, eles não serão utilizados. Nesses casos, o empregador poderia contratá-los apenas para cumprirem essa função e, ao terminar a tarefa, dentro do prazo acordado, encerrar o contrato de trabalho sem os custos totais de um encerramento de um contrato indeterminado. Í VEJA O QUE DIZ NA ÍNTEGRA O ART. 443 – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO: Art. 443 − O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017). § 1º − Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. (Parágrafo único, renumerado pelo Decreto- lei nº 229, de 28.2.1967). § 2º − O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: (Incluído pelo Decreto- lei nº 229, de 28.2.1967). a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; (Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967). b) de atividades empresariais de caráter transitório; (Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967).c) de contrato de experiência. O contrato de trabalho temporário não poderá exceder 2 (dois) anos, podendo ser renovado por uma vez, sendo que, se renovado pela segunda vez, passa automaticamente a vigorar sem prazo determinado (CLT, Art. 451). Nesses casos, para que o contrato por prazo determinado não seja considerado como renovado, é preciso um interstício de tempo de 6 (seis) meses entre o fim do primeiro contrato e o início do segundo. Essa condição extingue a continuidade entre os contratos e garante a sua descontinuidade. ATENÇÃO A regra de 6 (seis) meses de intervalo entre os contratos é suspensa se o contrato por tempo indeterminado for relacionado à execução de trabalho específico, situação em que a nova contratação não gera a presunção de um contrato por prazo indeterminado. Essa condição de suspensão da exigibilidade do intervalo vale também para contratos que se findam com a realização de algum acontecimento específico, que não poderia ser totalmente predeterminado no momento da contratação. Imagem: Shutterstock.com CONTRATOS TEMPORÁRIOS Normalmente, são chamados de temporários os funcionários que tenham aderido a um contrato de trabalho por prazo determinado, mas que não estejam executando trabalhos específicos e que tenham prazo para terminar, ou seja, os funcionários que fazem trabalhos não especiais. Esse senso comum entre os trabalhadores não é verdadeiro, pois todos os funcionários que têm um contrato de trabalho por tempo determinado são temporários dentro da empresa. Imagem: Shutterstock.com HOME OFFICE Teletrabalho, mais comumente conhecido como home office , é uma modalidade de trabalho bastante recente, e que ganhou bastante força com a Pandemia da COVID-19. Devido ao afastamento social, prescrito como única solução para se evitar a propagação descontrolada da doença, esse processo, que já vinha acontecendo há algum tempo, foi acelerado. A legislação sobre o home office surgiu com a Reforma Trabalhista de 2017 e foi incorporada à CLT pela Lei nº 13.567, de 2017. Esse regramento procura atender às especificidades dessa modalidade de trabalho, que vem ganhado grande destaque, como já explicado. QUAL A DEFINIÇÃO DO QUE É TELETRABALHO, DADO PELO ARTIGO 75-A? RESPOSTA RESPOSTA “Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.” No parágrafo único desse artigo, o legislador colocou que a ida do trabalhador ao estabelecimento do empregador, desde que, para resolver questões relacionadas ao trabalho que não possam ser resolvidas por meios remotos, não descaracteriza o teletrabalho. A condição de teletrabalho deve ser anotada na carteira de trabalho do empregado contratado nessa modalidade (Art. 75-A da CLT). Além dessa anotação, devem ser descritas as atividades que o contratado desempenhará em sua jornada de trabalho. Essas exigências visam assegurar que não se está usando o teletrabalho como uma forma de desvio de responsabilidades por parte do empregador e servem como garantia ao empregado. javascript:void(0) ATENÇÃO Qualquer mudança de teletrabalho para trabalho presencial deve ser anotada na carteira profissional do contratado por meio de aditivo ao contrato de trabalho original. Quando em acordo entre as partes, não existe prazo de carência para essa mudança, mas, quando determinada pelo empregador, esse deve respeitar o prazo de 15 (quinze) dias para efetivar a mudança. Todas as condições para que o teletrabalho ocorra − como infraestrutura, equipamentos e demais condições, mesmo os custos pagos pelo empregado − devem ser objeto de acordo entre as partes e anotadas no contrato de trabalho, como estabelecido no Art. 75-D. Foto: Shutterstock.com Esses valores reembolsados pelo empregador não integram a remuneração do empregado, que deverá prestar contas ao empregador, de acordo com o parágrafo único do mesmo artigo. HOME OFFICE E DEMAIS TRABALHOS REMOTOS NAS EMPRESAS Neste vídeo, um especialista vai abordar esse tema bastante atual, que é o home office , por meio de exemplos e abordando questões relacionadas a essa modalidade. CONTRATO INTERMITENTE A CLT define o que é um contrato de trabalho intermitente no parágrafo 3º do seu Art. 443: [...] “CONSIDERA-SE COMO INTERMITENTE O CONTRATO DE TRABALHO NO QUAL A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, COM SUBORDINAÇÃO, NÃO É CONTÍNUA, OCORRENDO COM ALTERNÂNCIA DE PERÍODOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E DE INATIVIDADE, DETERMINADOS EM HORAS, DIAS OU MESES, INDEPENDENTEMENTE DO TIPO DE ATIVIDADE DO EMPREGADO E DO EMPREGADOR”. Essa definição é bem esclarecedora, pois traz todos os elementos necessários à caracterização do trabalho intermitente. ATENÇÃO Vale ressaltar que revezamentos longos, como os dos funcionários de petroleiras que ficam embarcados em plataformas, não se caracterizam como trabalho intermitente, pois têm regularidade e continuidade durante o tempo. Imagem: Shutterstock.com Para que seja considerado trabalho intermitente não deve ter regularidade, mas sim uma alternância de prestação do serviço e não prestação de serviço, independentemente do tempo de descanso remunerado obrigatório. Esse descanso deve ser cumprido pelo empregado intermitente se sua prestação de serviço ultrapassar uma semana, como todos os outros empregados da empresa. No contrato de trabalho do empregado intermitente, de acordo com o Art. 452-A, deve constar todos os detalhes de sua contratação, como o valor da hora de trabalho − que não pode ser inferior à hora de trabalho do salário-mínimo −, sendo que é obrigatória a equiparação salarial com os demais empregados da empresa que exerçam a mesma função. Para a convocação desse empregado, o empregador deve utilizar de meios eficazes a essa comunicação, deixando essa decisão de qual o melhor meio ao empregador. No entanto, o legislador colocou uma restrição, pois determinou que essa comunicação deve acontecer com no mínimo de 3 (três) dias de antecedência. Ao receber a convocação, o empregado tem 1 (um) dia para responder ao chamado, sendo que sua recusa é tácita caso não responda. Demais condições e detalhes estão expressos nos parágrafos e incisos do Art. 452-A da CLT e podem ser consultados a seguir: A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) remuneração; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) férias proporcionais com acréscimo de um terço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) décimo terceiro salário proporcional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) repouso semanal remunerado; e (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) adicionais legais. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) A cada doze meses, o empregado adquire direitoa usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (FAU, 2016) À LUZ DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS, SOBRE OS CONTRATOS DE TRABALHO ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA: A) Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. B) Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. C) O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressa, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. D) Regra geral, para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade. E) O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo e em se tratando de atividades empresariais de caráter transitório. 2. (INSTITUTO AOC, 2016) SOBRE O CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, pode ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, inclusive, no que concerne a comissões, porcentagens e gratificações. B) Ao empregador, é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, sendo considerada transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. C) As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção absoluta, mas apenas presunção relativa. D) Ao empregado afastado do emprego não são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa. E) Extinguindo-se a empresa, mesmo por motivo de força maior, ao empregado estável despedido é garantida a indenização por rescisão do contrato por prazo indeterminado, paga em dobro. GABARITO 1. (FAU, 2016) À luz da Consolidação das Leis Trabalhistas, sobre os contratos de trabalho assinale a alternativa incorreta: A alternativa "E " está correta. Segundo a CLT, é possível que o contrato de trabalho temporário seja firmado para trabalhos regulares da empresa, como nos casos de substituição do empregado afastado por motivos de doença, por exemplo. 2. (Instituto AOC, 2016) Sobre o contrato individual do trabalho, assinale a alternativa correta: A alternativa "C " está correta. Segundo o Art. 443 da CLT, o contrato de trabalho pode ser tácito. Isso quer dizer que a realidade tem maior valor que a formalidade. Em outras palavras, não existe presunção absoluta nas formalidades contidas no contrato de trabalho se elas não estiverem espelhando a realidade. MÓDULO 2 Reconhecer a composição da jornada de trabalho Foto: Shutterstock.com PRIMEIRAS PALAVRAS A composição da jornada de trabalho de um empregado que tem seus direitos e deveres garantidos pela CLT seguirá seus ditames e recomendações, não podendo exceder certos limites. É desses limites que iremos tratar neste módulo. Iniciaremos falando dos limites relacionados à duração da jornada em sua composição mensal, semanal e diária. Em seguida, falaremos sobre apuração das faltas, registro de ponto e alguns casos especiais de tratamento dentro da apuração de frequências e faltas. Por fim, abordaremos as políticas de faltas e atrasos permitidos na CLT e a forma de sua implementação. Imagem: Shutterstock.com A JORNADA DE TRABALHO MENSAL, SEMANAL E DIÁRIA A composição da jornada de trabalho mensal de um empregado está diretamente ligada a sua carga horária diária. Nela, o legislador colocou alguns limites e obrigações que o empregador deve cumprir, garantindo, assim, condições dignas de trabalho ao empregado. O primeiro ponto a ser frisado nessas questões é a periodicidade dos pagamentos, que não pode ultrapassar um mês, inclusive, em relação a comissões, porcentagens e gratificações. Essa periodicidade procura garantir que os empregadores não abusarão de suas prerrogativas e que o empregado poderá se programar financeiramente, visto que as diversas contas e obrigações do mercado têm frequência mensal, como as contas de luz, água, telefone etc. No entanto, o empregador pode estabelecer períodos menores que um mês para pagamento dos ganhos de seus empregados. Essa periodicidade pode ser semanal, quinzenal ou mesmo em sistema mensal com adiantamento. Essa liberdade de acordo pode ser feita entre as partes ou em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Quanto à carga horária diária, semanal e mensal dos trabalhadores, o Art. 58 da CLT dita que a carga horária diária normal não pode exceder 8 (oito) horas, desde que não seja estabelecido outro limite. COMENTÁRIO Esse estabelecimento de outro limite pode ser feito entre as partes ou em acordo ou convenção coletiva de trabalho, sendo que, para trabalhos em turnos alternados, não pode ultrapassar 6 (seis) horas diárias e 36 (trinta e seis) horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho que estabeleça outro tipo de regime de revezamento. Um exemplo de outra forma de revezamento é o dos trabalhadores que ficam embarcados em plataforma de petróleo, que, normalmente, trabalham por um período embarcados e depois têm folga por um período contínuo. Além dessas indicações específicas, o legislador procurou regrar a tolerância para o atraso e quando começa se contar a hora extra. Essa definição procura padronizar esse tratamento e exclui a interpretação por parte do empregado e do empregador. Na CLT, é dado um limite de 5 (cinco) minutos, tanto para o adiantamento como para o atraso, somando no máximo 10 (dez) minutos por dia. Para a carga horária mensal, o TST, em sua súmula 431, definiu que o divisor para uma jornada semanal de 40 (quarenta) horas deveria ser de 200 (duzentas) horas mensais. Com isso, as cargas horárias menores terão seus valores mensais calculados seguindo essa proporção, ou seja: UMA CARGA HORÁRIA SEMANAL DE 36 (TRINTA E SEIS) HORAS FARÁ UMA CARGA HORÁRIA MENSAL DE 180 (CENTO E OITENTA) HORAS. UMA CARGA HORÁRIA SEMANAL DE 26 (VINTE E SEIS) HORAS, A CARGA HORÁRIA MENSAL SERÁ DE 130 (CENTO E TRINTA) HORAS. Veja o que foi estipulado pela Reforma Trabalhista de 2017 (Lei nº 13.467): Deslocamento do empregado de sua residência até o estabelecimento de trabalho e seu retorno após o final do expediente não integram o horário de trabalho normal do empregado, o que antes era previsto em alguns casos. Com essa mudança, não existem mais casos em que esse deslocamento é incorporado ao horário normal do empregado, independentemente se esse deslocamento é feito por transporte fornecido pela empresa ou por conta do próprio funcionário. O QUE É O REGIME PARCIAL DE TRABALHO? RESPOSTA RESPOSTA São os trabalhos que completam a jornada semanal de até 36 (trinta e seis) horas. Isso quer dizer que todo trabalho com menos de 6 (seis) horas diárias é considerado parcial. Essa condição é dada também para aqueles regimes de trabalho que têm até 26 (vinte e seis) horas semanais com restrição de horas extras de no máximo 6 (seis) horas suplementares, de acordo com o Art. 58-A (Lei nº 13.467, de 2017). Nesses casos, o empregado é considerado como trabalho em tempo parcial, o que lhe garante a possibilidade de assumir outro serviço que complete sua jornada de trabalho, desde que os horários sejam compatíveis. Para essa jornada parcial de trabalho, é permitido o estabelecimento de salário inferior ao empregado que cumpra a carga horária completa. Essa redução do salário deve ser proporcional à sua jornada e não pode ser maior que a redução das horas que o empregado em tempo parcial tenha em relação ao empregado com cargahorária completa, conforme estabelecido no inciso 1º, incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001. Já o inciso 2º estabelece que: § 2º − Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001). Com a Reforma Trabalhista de 2017, em seu Art. 58-A, incisos 3 e 4, as horas excedentes à carga parcial do empregado nessa condição serão acrescidas de 50% (cinquenta por cento). javascript:void(0) Essa forma garante ao empregado uma compensação pela prestação de horas extras, evitando que o empregador utilize a redução da carga horária como artifício para prejudicar o trabalhador. A remuneração com adicional de 50% (cinquenta por cento) é estendida aos regimes de jornada parcial, mesmo que essas sejam inferiores a 26 (vinte e seis) horas. Além disso, existe uma restrição de, no máximo, 6 (seis) horas extras por semana. Quanto ao intervalo dentro da jornada de trabalho, a CLT, no Art. 71 e seus incisos, prescreve que: Imagem: Shutterstock.com Para jornadas superiores a 6 (seis) horas diárias é necessário um intervalo de 1 (uma) a 2 (duas) horas, salvo outra proposta incluída em acordo ou convenção coletiva de trabalho. Imagem: Shutterstock.com Para os trabalhos que não excedam 6 (seis) horas e sejam superiores a 4 (quatro) horas é obrigatório um intervalo de no mínimo 15 (quinze) minutos. Esse intervalo de descanso não será incluído nas horas normais de trabalho, ou seja, o empregado não terá direito à remuneração por essa hora de intervalo. Se o empregador, por qualquer que seja a razão, deixar de oferecer esse intervalo, o período que o empregado deixar de cumprir será remunerado e acrescido de 50% (cinquenta por cento), pois esse horário será considerado como horas extraordinárias. Algumas categorias listadas no parágrafo 5º do Art. 71 da CLT podem ter seu horário de intervalo fracionado para melhor atendimento das especificidades de suas funções. Essa exceção só se aplica a essas categorias, não podendo ser estendida a outros casos, mesmo que similares, pois a regra geral garante o direito ao empregado de um intervalo sem interrupções. Outro ponto importante estabelecido pela CLT, no Art. 230 − § 2º, é que os intervalos destinados à alimentação dos empregados que cumpram trabalho diurno não poderão ser antes das 10h ou depois das 13h e o intervalo referente ao jantar, antes das 16h e depois das 19h 30min. Veja mais sobre o Art. 71: O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabelecido no § 1º poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de cada viagem. (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) A CLT trata os empregados, independentemente de seu gênero, de forma igual, inclusive em suas cargas horárias, demais benefícios e salário. Essa igualdade entre os sexos é prescrita formalmente em seu Art. 5º: “A todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção de sexo.” Essa prescrição está alinhada com a CF88, que dita que todos são iguais perante a lei, sem distinção de raça, sexo etc. Com isso, o legislador procurou reforçar essa prescrição constitucional e direcioná-la ao Direito do Trabalho. Foto: Shutterstock.com BANCO DE HORAS E HORAS EXTRAS Com a Reforma Trabalhista de 2017, o banco de horas recebeu um tratamento mais flexível. Quais foram as principais mudanças? O acordo para o banco de horas passou a ser feito entre o empregado e o empregador; e a compensação pode acontecer em até um período de 6 (seis) meses após a hora ter deixado de ser cumprida. Com isso, esse processo ficou muito mais dinâmico e rápido, apesar de ainda ser possível. Essas alterações aconteceram no segundo e no quinto parágrafos do Art. 59 da CLT. Não havendo mais a necessidade de consulta prévia ao sindicato, esse processo ganhou em agilidade: BANCO DE HORA NEGATIVO BANCO DE HORA POSITIVO BANCO DE HORA NEGATIVO Para a compensação dessas horas que não foram cumpridas, o empregador pode adicionar até 2 (duas) horas extras em cada jornada de trabalho ou em outra forma previamente combinada com os empregados no momento da formalização do banco de horas. Essa informação prévia garante ao empregado previsibilidade na compensação de seu banco de horas quando negativo. BANCO DE HORA POSITIVO Para o banco de horas positivo, em que o empregado faz a hora extra e pode compensá-la posteriormente, o acordo deve ser feito diretamente com o empregador, procurando a melhor data para essa compensação. JORNADA DE TRABALHO EXCEPCIONAL Foto: Shutterstock.com Mesmo com a determinação de que a jornada diária do empregado não pode exceder 8 (oito) horas, com uma jornada semanal de no máximo 44 (quarenta e quatro) horas, e que essa pode ser acrescida de até 2 (duas) horas extras diárias, o legislador, ao fazer a reforma trabalhista de 2017, acrescentou que em alguns casos a jornada de trabalho normal pode ser de 12 (doze) horas. Foto: Shutterstock.com Nesses casos, o intervalo entre as jornadas de trabalho, que, geralmente, é limitada a no mínimo 11 (onze) horas, é limitada a no mínimo 36 (trinta e seis) horas. Esse regime de horário de trabalho coloca o empregado em uma periodicidade de trabalhar um dia e folgar outro. Profissionais de segurança ou de enfermagem, por exemplo, foram bastante beneficiados com esse novo regime. Essa forma de organizar o trabalho garante maior flexibilidade à empresa, que pode controlar melhor as suas escalas de funcionários, e garante ao empregado que, após trabalhar por um período de 12 (doze) horas, terá um dia de descanso para se recuperar e assumir novamente as suas funções. OS DIVERSOS TIPOS DE JORNADA DE TRABALHO Neste vídeo, o especialista vai falar sobre jornada de trabalho e suas diversas restrições e peculiaridades. Foto: Shutterstock.com APURAÇÃO DE FREQUÊNCIA E PONTUALIDADE REGISTRO DE PONTO O registro de ponto é outro assunto muito importante para a apuração da frequência e da pontualidade dos empregados de um estabelecimento. ANTES DA LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA (LEI Nº 13.874, DE 2019) DEPOIS DA LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA (LEI Nº 13.874, DE 2019) ANTES DA LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA (LEI Nº 13.874, DE 2019) Os estabelecimentos com mais de 10 (dez) empregados já estavam obrigados a ter ponto eletrônico de controle de frequência. DEPOIS DA LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA (LEI Nº 13.874, DE 2019) Após a aprovação dessa lei, essa quantidade passou a ser de, no mínimo, 20 (vinte) empregados, de acordo com a CLT, Art. 74 e seus incisos. A Lei facilitou para os pequenos empresários, pois manterum sistema de ponto eletrônico é bastante custoso. No entanto, essa prática traz maior segurança jurídica a ambas as partes, pois garante transparência nos horários cumpridos pelo empregado em sua jornada de trabalho. Foto: Shutterstock.com Essa regra de registro de ponto pode ser flexibilizada em acordo formal individual entre o empregador e o empregado ou em acordo ou convenção coletiva de trabalho, seguindo o registro apenas dos horários que fugirem aos habitualmente praticados. Isso diminui a burocracia diária de registro de ponto, mas pode expor as partes a maiores riscos. Essa possibilidade deve ser bastante ponderada, e ser muito bem documentada para que as partes não tenham dissabores futuros. Foto: Shutterstock.com Para os empregados que exercem suas atividades externas ao estabelecimento base da empresa, normalmente, em trabalho remoto nos clientes ou em sua casa, o registro do horário contará em seu cartão de ponto ou outro tipo de registro, automatizado ou não, que deverá ficar em seu poder. Esse registro remoto é necessário dentro das demais condições de flexibilização trazidas por essa lei e pelo regramento trazido pela CLT. Atualmente, com os smartphones, esse registro pode acontecer de forma remota com bastante eficiência. Foto: Shutterstock.com Nas atividades insalubres, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho. Estas, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim. PROFESSORES Os professores, principalmente, em escolas particulares, têm alguns direitos específicos em relação a sua frequência e demais condições. Conforme os Arts. 318 e 319 da CLT, os professores podem: Lecionar mais de um período na mesma escola, normalmente, dobrando a sua carga horária de 20 (vinte) para 40 (quarenta) horas semanais. Isso lhes garante maior estabilidade, pois evita os deslocamentos entre instituições de ensino em caso de mais de um emprego. Além disso, lhes é assegurado um intervalo para refeições entre esses períodos, como se os dois períodos formassem apenas uma jornada única de trabalho. Outra restrição é a prestação de aulas aos domingos, dentro dessa jornada de trabalho, mesmo que para aplicação de exames e provas em geral. Isso não impede a contratação de pessoas para exercerem a profissão de professor ou de examinador aos domingos, mas sim que a jornada normal de um professor preveja aulas e exames aos domingos. PROTEÇÃO DA MULHER Durante o tempo em que a mulher estiver amamentando seu bebê, terá o direito a dois períodos de 30 (trinta) minutos cada para cumprir essa função, limitado a 6 (seis) meses com possibilidade de aumento desse prazo se exigido por problemas de saúde do filho, quando autorizado por autoridade competente. Foto: Shutterstock.com Esses intervalos serão acordados com o empregador de forma livre, podendo ser em horários predefinidos entre as partes envolvidas. Também garantem à mãe a proximidade com o seu bebê e preservam a saúde dessa criança, pois o leite materno é um dos alimentos mais ricos que existem. Além da mãe biológica, esse direito foi estendido à mãe adotiva, que pode exercê-lo nos mesmos moldes que a mãe natural, conforme o Art. 396, da CLT. VEJA O QUE DIZ O ART. 396: Para amamentar seu filho, inclusive, se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 1º − Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2º − Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em acordo individual entre a mulher e o empregador. Foto: Shutterstock.com POLÍTICA DE FALTAS E ATRASOS Dentro da prerrogativa do empregador de ser o tomador do serviço de seu empregado, quando este falta sem justificativa ou sem que haja algum dispositivo que lhe dê esse direito − como os casos de interrupção ou suspensão do contrato de trabalho −, esse empregador pode descontar o valor correspondente ao salário do empregado. Além do desconto do dia de trabalho em que houve falta sem justificativa, o empregador pode deixar de pagar o descanso remunerado desse empregado (conforme veremos mais profundamente no próximo módulo). Essa política de faltas é dada pela própria CLT e não pode ser implementada de forma mais restritiva que a prescrita. No entanto, a critério da empresa, essa pode ser mais flexível, mais benéfica ao empregado. Quanto à política de atrasos, as empresas podem impor regimes mais flexíveis que os ditados pela CLT, porém, não podem exceder o prescrito na lei. Política para atrasos Como já dito anteriormente, o empregado tem o direito de se atrasar em até 5 (cinco) minutos em sua entrada, e ter um atraso de até 5 (cinco) minutos em sua saída. Ele também não pode entrar em horário superior a 5 (cinco) minutos antes de seu horário regular, caracterizando hora extra caso isso ocorra. Essa premissa de hora extra vale tanto para a entrada como para a saída, somando no máximo 10 (dez) minutos diários. Política para falta sem justificativa Quando o empregado falta sem justificativa por mais de 5 (cinco) dias durante o período de aquisição de suas férias, passa a ter seu tempo de férias remuneradas reduzido. O Art. 130 da CLT trata desse assunto e prescreve os dias de faltas e os correspondentes em dias de férias que serão devidos pelo empregador a cada período de aquisição. Outro ponto importante é que o empregador não tem o direito de descontar as faltas injustificadas do empregado em seus dias de férias, mesmo que se procure fazer algum tipo de acordo entre as partes. Isso quer dizer que, mesmo reduzido, o período de férias do empregado deve seguir o prescrito nesse artigo, independentemente da vontade do empregado. Segundo o Art. 130 − Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: (Redação dada pelo Decreto- lei nº 1.535, de 13.4.1977) Imagem: Shutterstock.com 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Imagem: Shutterstock.com 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Imagem: Shutterstock.com 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Imagem: Shutterstock.com 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º − É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º − O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (FCC, 2018) VALÉRIA, EMPREGADA DA EMPRESA “R", ESTÁ PREOCUPADA COM AS MUDANÇAS OCORRIDAS NA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO, NOTADAMENTE COM O SEU INTERVALO PARA REPOUSO OU ALIMENTAÇÃO. CONSIDERANDO QUE ELA POSSUI JORNADA DE TRABALHO DIÁRIA DE 5 (CINCO) HORAS, O SEU INTERVALO PARA REPOUSO OU ALIMENTAÇÃO: A) Passou a ser obrigatório de, no mínimo, 30 (trinta) minutos. B) Continua sendo obrigatório de, no mínimo, 30 (trinta) minutos. C) Continua sendo obrigatório de, no mínimo, 20 (vinte) minutos. D) Passou a ser obrigatório de, no mínimo, 1 (uma) hora.E) Continua sendo obrigatório de, no mínimo, 15 (quinze) minutos. 2. (FCC, 2014) O CONCEITO DE TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO DIZ RESPEITO AO TIPO DE JORNADA A QUE SE SUBMETE O EMPREGADO, CARACTERIZANDO-SE PELA ALTERNÂNCIA PERIÓDICA DE HORÁRIOS EM QUE A REFERIDA JORNADA É PRESTADA. VISANDO COMPENSAR OS PREJUÍZOS AO TRABALHADOR DECORRENTE DESSA MODALIDADE DE JORNADA, O CONSTITUINTE ESTABELECEU JORNADA ESPECIAL DE TRABALHO DE: A) 6 (seis) horas diárias em uma semana e 8 (oito) horas diárias na outra semana, de forma alternada B) 8 (oito) horas diárias e 40 (quarenta) horas semanais C) 6 (seis) horas diárias, salvo negociação coletiva D) 8 (oito) horas diárias, salvo negociação coletiva E) 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais GABARITO 1. (FCC, 2018) Valéria, empregada da empresa “R", está preocupada com as mudanças ocorridas na Consolidação das Leis do Trabalho, notadamente com o seu intervalo para repouso ou alimentação. Considerando que ela possui jornada de trabalho diária de 5 (cinco) horas, o seu intervalo para repouso ou alimentação: A alternativa "E " está correta. A Reforma Trabalhista implantada pela Lei nº 13.467, de 2017, e a flexibilização do contrato de trabalho de 2019 não alteraram esse dispositivo, ficando fixado que as jornadas de trabalho de 4 (quatro) a 6 (seis) horas devem ter um intervalo mínimo de 15 (quinze) minutos. 2. (FCC, 2014) O conceito de turnos ininterruptos de revezamento diz respeito ao tipo de jornada a que se submete o empregado, caracterizando-se pela alternância periódica de horários em que a referida jornada é prestada. Visando compensar os prejuízos ao trabalhador decorrente dessa modalidade de jornada, o constituinte estabeleceu jornada especial de trabalho de: A alternativa "C " está correta. Segundo a CLT, quem trabalha em revezamento de turnos terá seu horário diário de 6 (seis) horas e 36 (trinta e seis) horas por semana, excetuado os casos em que acordo ou convenção coletiva prescrever algo diferente. MÓDULO 3 Listar as situações de contrato de trabalho suspenso ou interrompido Imagem: Shutterstock.com PRIMEIRAS PALAVRAS O contrato de trabalho pode ter validade determinada ou ser estipulado por tempo indeterminado, como já vimos no primeiro módulo. Ambos os casos podem sofrer interrupção ou suspensão durante a sua vigência, não se caracterizando como o fim do vínculo empregatício. A extinção de um contrato de trabalho se dá pela decorrência do prazo determinado, no caso dos contratos com tempo de duração definida, ou por sua rescisão, no caso dos contratos com tempo indeterminado. Trataremos, neste módulo, apenas dos casos de suspensão e interrupção do contrato de trabalho. Interrupção do contrato de trabalho É a paralisação da prestação do serviço por parte do empregado. Nessa modalidade, o salário do empregado é devido pelo patrão e a contagem do tempo de serviço para efeitos legais não é interrompida. Suspensão do contrato de trabalho É a suspensão de seus principais efeitos. Ou seja, ela desobriga o empregador ao pagamento de salários, enquanto durarem seus efeitos. Diversos outros direitos e deveres do patronato deixam de ser exigíveis, enquanto que a obrigação de prestação de serviço por parte do empregado fica suspensa. A seção da CLT que trata da interrupção e da suspensão do contrato de trabalho se inicia com o Art. 471. Preconiza que todos os empregados afastados por meio dessas duas figuras jurídicas têm o direito de receber todas as vantagens e demais ganhos, como reajustes e outras benesses de caráter coletivo, quando de sua reintegração, nos casos de suspensão ou mesmo durante a vigência da interrupção do contrato de trabalho. Essa garantia é colocada de tal forma que os empregados nessas condições não serão prejudicados. Art. 471 − Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa. Tendo essas duas definições bem assentadas, podemos partir para a análise dos casos de interrupção e suspensão listados na CLT. INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO A interrupção do contrato de trabalho se refere aos casos em que o salário do empregado continua a ser devido pelo empregador, ou seja, o empregado pode faltar e não ter o seu dia de trabalho descontado. Essa condição se caracteriza como um direito que o trabalhador tem para resolver diversos assuntos específicos ou em razão de acontecimentos que fogem de seu controle. Foto: Shutterstock.com O caput do Art. 473 da CLT garante essa prerrogativa ao empregado, e seus incisos e parágrafos listam todos os casos e os prazos máximos para cada tipo de interrupção do contrato de trabalho. Vamos conhecer agora os motivos considerados para interrupção do contrato de trabalho nos incisos do Art.473 da CLT: INCISO I Trata de casos de falecimento entre familiares, aqui listados como cônjuge, ascendente, descendente e irmão, garantindo até 2 (dois) dias de afastamento do serviço por parte do empregado. Esse afastamento foi instituído como uma forma de garantir ao empregado condições de tratar de suas obrigações junto a seus familiares próximos e de cumprir um luto mínimo entre os seus. null Foto: Shutterstock.com É importante salientar que a esses familiares foi equiparado pessoas que vivam no mesmo teto e dependam economicamente do empregado, desde que esse indique essa dependência em sua carteira de trabalho. INCISO II Já para o caso de casamento do empregado, esse pode se ausentar de seu serviço por um prazo de até 3 (três) dias, sem a perda de seu salário. Esse direito é importante para que as pessoas possam gozar de seu matrimônio sem a obrigação de cumprir suas obrigações com seu empregador. Dessa forma, os nubentes podem realizar suas cerimônias com maior tranquilidade. null Foto: Shutterstock.com INCISO III No caso de nascimento de filhos, o legislador concedeu o direito aos pais de faltarem durante 1 (um) dia de trabalho para tratarem de questões legais de registro e demais assuntos relacionados. Essa interrupção do contrato de trabalho é, normalmente, destinada ao pai, pois a mãe já está gozando da licença-maternidade. null Foto: Shutterstock.com INCISO IV O legislador também concedeu 1 (um) dia para que os empregados possam ser doadores de sangue. Essa licença é apenas para essa função, não se confundindo com as licenças para comparecimento a exames ou consultas. Foto: Shutterstock.com Para gozar dessa folga remunerada, o trabalhador precisa comprovar a doação com documento hábil, emitido pelo centro de doações de sangue em que o funcionário compareceu. INCISO V A interrupção do contrato de trabalho se dá por até 2 (dois) dias para que o empregado possa se alistar como eleitor. Esse direito é dado pois em nosso sistema eleitoral o ato de votar é obrigatório para todos os brasileiros maiores de 18 (dezoito) anos e menores de 70 (setenta) anos. Para as pessoas com idade entre 16 (dezesseis) e 18 anos (dezoito) e maiores de 70 (setenta) anos, o direito ao voto é facultativo. INCISO VI A prestação do serviço militar se caracteriza como suspensão do contrato de trabalho. Esse inciso está tratando de obrigações diversas que os empregados possam ter com o serviço militar, mas que não caracterize como o serviço militar obrigatório aos homens com idade de 18 (dezoito) anos. INCISO VII Para as pessoas que forem prestar vestibular para ingresso em Universidade é garantido o direito de folgarem nos dias em que, comprovadamente, estiverem prestando as provas obrigatórias de seleção. Esse direito procura garantir ao empregado a prerrogativa de se preparar para seu desenvolvimento pessoal e profissional por meio do estudo, melhor forma de incremento em seu nível salarial. INCISO VIII Quando a pessoa é convocada a comparecer em juízo, independentemente se como réu, requerente ou testemunha, seu dia de trabalho é garantidoperante o empregador. Nessa situação, o contrato é interrompido, devendo o contratante pagar seu salário e demais encargos. Esse direito é estendido por todo o tempo necessário ao cumprimento da convocação, não sendo restrito a um número fixo de dias. INCISO IX Para os participantes de corpo sindical, é garantida a ausência do serviço, para participação em reuniões oficiais de organismo internacional, desde que o Brasil seja membro. Essa prerrogativa é restrita a reuniões em organismos internacionais, sendo que a ausência regular é regulamentada por outra legislação. É importante frisar que essa ausência não tem um tempo predeterminado, sendo que se estende por todo o período necessário ao cumprimento da obrigação assumida junto ao órgão internacional. autor/shutterstock INCISO X O direito de acompanhamento à futura mãe, durante as suas consultas, é restrito a 2 (dois) dias, sendo que o legislador não restringiu as consultas pré-natais, mas a qualquer consulta que a futura mãe necessite. Normalmente, esse direito é utilizado pelo esposo ou companheiro para as consultas relacionadas ao bebê, principalmente, nos exames de ultrassom. autor/shutterstock INCISO XI Para os pais que trabalham, é concedido o direito a acompanhar seu filho a consultas, limitados a 1 (um) dia por ano, sem que haja desconto em seu salário. Esse direito garante aos pais a prerrogativa de acompanhar mesmo que o outro responsável não exerça função externa ao lar ou remunerada. INCISO XII Devido às diversas campanhas de prevenção ao câncer desenvolvidas pelo Governo Federal junto à nossa população, foi incluído em 2018 o direito dos empregados de se ausentarem de seus serviços para exames de prevenção. Esse direito procura incentivar que as pessoas façam exames para a identificação de cânceres em seus estágios iniciais, o que aumenta muito a taxa de sucesso em tratamentos relacionados. CLT − Art. 473 − XII − até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada. (Incluído pela Lei nº 13.767, de 2018). IMPORTANTE Todos esses casos tratados até aqui não impactam no tempo de serviço do empregado para aposentadoria, ou seja, não deixam de ser contados em seu tempo de contribuição. Essas interrupções também não impactam no prazo de aquisição das férias remuneradas. AFASTAMENTO POR DOENÇA O afastamento por doença pode se encaixar doutrinariamente tanto como interrupção do contrato de trabalho − seus primeiros 15 (quinze) dias de afastamento, quando o empregado faz jus a seus diretos arcados pelo empregado em sua totalidade − como suspensão, após esses 15 (quinze) primeiros dias de afastamento. Foto: Shutterstock.com Nessa segunda etapa, o empregado passa a ter direito apenas ao benefício concedido pelo INSS (Art. 60, § 3º, da Lei nº 8.213/91). Após os 15 (quinze) dias de afastamento, o empregador continuará a dever o recolhimento do FGTS do empregado (Art. 15, § 5º da Lei nº 8.036/90). IMPORTANTE A interrupção do contrato de trabalho em caso de aborto espontâneo, apresentado no Art. 395. Nesses casos, a mulher terá o direito de se ausentar por 2 (duas) semanas para se recuperar do ocorrido. Essa é uma forma de proteger a mulher que sofreu um aborto espontâneo, pois, em muitos casos, esse é um processo bastante penoso, tanto física, como psicologicamente. Imagem: Shutterstock.com SUSPENSÃO DO CONTRATO Qual a principal característica da suspensão do contrato de trabalho? É o fato de o empregador não dever os salários e demais encargos ao empregado. Essa característica pode ser flexibilizada em alguns casos, quando a legislação mantém para o empregado alguns de seus direitos, como no caso de recolhimento do FGTS para os aposentados por invalidez ou a manutenção do plano de saúde para essa mesma condição. O Art. 472 da CLT trata da suspensão do contrato de trabalho pela prestação do serviço militar obrigatório aos homens maiores de 18 (dezoito) anos. Nesse artigo, são tratados os casos exclusivos desse afastamento, não se referindo a casos de convocação ou prestação de serviços militares pontuais. No Art. 472, é garantida a continuidade do contrato de trabalho na mesma forma e com os mesmos direitos após o fim da suspensão. 1° PARÁGRAFO Indica que o empregado tem 30 (trinta) dias para informar a intenção de exercer o seu direito de retorno ao serviço anterior à suspensão do contrato de trabalho. A lei indica que a forma de fazer essa opção de voltar ao trabalho é por meio de carta registrada ou telegrama, tornando essa informação oficial e com documentação que tem fé pública. 2° PARÁGRAFO Nos casos de contratos com tempo determinado, o tempo decorrido em que o contrato estava suspenso pode ou não ser computado para a sua data de término, dependendo de acordo entre as partes para a sua efetivação e validade. 3° AO 5° PARÁGRAFO Tratam de convocação extraordinária de empregado, sendo que esse não pode negar essa convocação. Nesses casos, o contrato de trabalho não será suspenso, e o empregador ficará obrigado a pagar o salário do funcionário pelo período de 90 (noventa) dias do afastamento efetivo do empregado. Essa convocação deverá ser feita por autoridade competente, e seu pedido será encaminhado diretamente ao empregador. Vamos ver agora o que diz na íntegra cada parágrafo do Art.472: Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado. Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação. Ocorrendo motivo relevante de interesse para a segurança nacional, poderá a autoridade competente solicitar o afastamento do empregado do serviço ou do local de trabalho, sem que se configure a suspensão do contrato de trabalho. (Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966) O afastamento a que se refere o parágrafo anterior será solicitado pela autoridade competente diretamente ao empregador, em representação fundamentada com audiência da Procuradoria Regional do Trabalho, que providenciará desde logo a instauração do competente inquérito administrativo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966) Durante os primeiros 90 (noventa) dias desse afastamento, o empregado continuará percebendo sua remuneração. (Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966) Que questão é tradada no Art. 474 da CLT? Quando o contrato do empregado é suspenso por período superior a 30 (trinta) dias consecutivos, essa suspensão provoca a rescisão do contrato de trabalho de forma injustificada, ficando o empregador encarregado de pagar todos os direitos trabalhistas dessa modalidade de rescisão do contrato de trabalho. O Art. 475 prevê a suspensão do contrato de trabalho para o empregado em vias de se aposentar por invalidez ou aposentado por invalidez é uma garantia ao empregado para que, caso esse processo se reverta, ele possa voltar ao seu posto de trabalho sem prejuízos de seus salários e demais benefícios. Foto: Shutterstock.com A Legislação Previdenciária citada nesse artigo não foi legislada até o momento, tornando o prazo de duração da suspensão indefinido. Com isso, vale a súmula do 160 do TST, que preconiza: [...] “CANCELADA A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, MESMO APÓS CINCO ANOS, O TRABALHADOR TERÁ DIREITO DE RETORNAR AO EMPREGO, FACULTADO, PORÉM, AO EMPREGADOR, INDENIZÁ-LO NA FORMA DA LEI”. Essa decisão garante que o empregado terá o direito de retornar ao trabalho cancelada a suspensão do contrato de trabalho. No entanto, ao empregador é facultado indenizar o trabalhador e simplesmente encerraro seu vínculo com ele. Essa indenização seguirá as regras ditada na CLT, nos artigos listados no parágrafo primeiro desse mesmo artigo. Por fim, o parágrafo terceiro desse artigo trata dos empregados que foram admitidos como substitutos desse empregado aposentado por invalidez. Nesses casos, a legislação dá ao empregador a prerrogativa de demitir esse empregado sem indenizá-lo, desde que, no momento de sua contratação, essa condição de substituição seja inequivocamente informada, ou seja, formalmente informada ao novo empregado contratado. Isso garante ao empregador essa possibilidade de rescisão e garante ao empregado a plena ciência de sua condição transitória dentro do processo de suspensão do contrato de trabalho do aposentado por invalidez, mesmo que essa seja considerada permanente. EMENTA: RECURSO DE REVISTA. DEPÓSITOS DO FGTS. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. A Lei nº 8.036/90 assegura ao empregado o depósito do FGTS apenas nas hipóteses de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho. Logo, a aposentadoria por invalidez não garante ao empregado o direito aos depósitos do FGTS, uma vez que não se insere nas exceções previstas no mencionado diploma legal. Esta Corte Superior firmou o entendimento de ser indevido o recolhimento dos depósitos do FGTS nos casos em que o empregado esteja aposentado por invalidez. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Vamos conhecer algumas modalidades de suspensão de contrato de trabalho: 1ª MODALIDADE: 2ª MODALIDADE: 1ª MODALIDADE: Quando se trata de seguro-doença ou auxílio-enfermidade pagos pelo INSS a seus segurados, o contrato de trabalho fica suspenso, sendo que a Lei nº 8.036/90 garante o recolhimento do FGTS desses empregados. No Art. 476 da CLT, é garantido que o empregado não receberá tanto da empresa como do INSS. Isso garante ao empregador a prerrogativa de não pagar os salários de seus funcionários que estão recebendo esses benefícios, pois eles têm a exata função de substituir os ganhos do empregado e não onerar a empresa que está deixando de ter o cumprimento da jornada de trabalho por parte do empregado. 2ª MODALIDADE: Suspensão do contrato de trabalho para a participação em curso ou programa de qualificação por parte do empregado, e a previsão legal é tratada no Art. 476-A e seus incisos. Nesse caso, o empregador é quem deve oferecer esse curso, e essa possibilidade deve estar prevista em Convenção Coletiva de Trabalho. Para que essa suspensão se efetive, é necessária a concordância do empregado. Além disso, é garantido ao empregado a volta ao trabalho após o cumprimento e a finalização do curso ao mesmo posto em que estava antes da suspensão do contrato de trabalho, como também os demais direitos dados em caráter coletivo aos empregados da empresa empregadora. No caso da segunda modalidade citada, todo esse trâmite deve ser informado ao Sindicato da categoria do empregado, em prazo não inferior a 15 (quinze) dias do início da suspensão do contrato de trabalho. Foto: Shutterstock.com Qual a finalidade dessa obrigação? Garantir que os Sindicatos possam acompanhar todo o processo e resguardar os diretos dos empregados, fiscalizando as empresas e seus procedimentos em relação a todos os dispositivos legais. COMENTÁRIO Para que a empresa possa fazer nova suspensão do contrato de trabalho desse empregado que participou do curso oferecido, é necessário um interstício de 16 (dezesseis) meses do fim da primeira suspensão até o início da nova suspensão. Esse hiato de tempo garante que a empresa não abusará dessa prerrogativa para deixar de pagar o salário de seus empregados sem rescindir os seus contratos e arcar com todos os custos dessa rescisão injustificada. Como se trata de uma suspensão do contrato de trabalho, como já definido, não é devido pelo empregador o salário dos empregados nessa condição. No entanto, a lei faculta o empregador, quando do acordo ou convenção coletiva de trabalho, a estipulação de um valor, a título de ajuda compensatória mensal, para pagamentos aos empregados que tenham seu contrato de trabalho suspenso para participar de curso de qualificação. Nesses casos, essa ajuda financeira não se caracteriza como salário, podendo ser inferior ao salário mensal do empregado, não caracterizando redução de salário como proibido pela legislação trabalhista. Já os benefícios que o empregador concede ao empregado de forma voluntária, como por exemplo, a cesta básica, continuarão a ser devidos pelo empregador durante a suspensão do contrato de trabalho. Imagem: Shutterstock.com Se o contrato de trabalho for rescindido durante a suspensão ou em seus 3 (três) meses subsequentes, o empregador fica obrigado a pagar todos os direitos que o empregado teria em uma rescisão injustificada, acrescida de multa de no mínimo 100% (cem por cento) da última remuneração desse empregado. Essa forma de multa/indenização deve constar no acordo ou convenção coletiva de trabalho que aprovar essa modalidade de suspensão, e pode ser de valor superior ao mínimo estipulado na lei. A suspensão desse contrato pode ser prorrogada, desde que aprovado em acordo ou convenção coletiva de trabalho que institua essa possibilidade. No entanto, para que isso se efetue, é necessário que a empresa arque com o ônus dessa prorrogação. Essa extensão do prazo é bastante prejudicial, pois aumenta o tempo em que o empregado poderá ficar sem receber seu salário, mesmo que a empresa se proponha a oferecer uma ajuda compensatória mensal. Essa condição pode ser uma forma de a empresa manter seus empregados em tempos de crise, como aconteceu com as montadoras da região do ABCD nos anos de 2008 a 2011. A súmula 440 do TST garantiu aos empregados com seus contratos suspensos por auxílio- doença acidentário ou aposentadoria por invalidez a manutenção de seus planos de saúde ou assistência médica por tempo indeterminado, ou até o encerramento da suspensão: SAIBA MAIS Súmula do TST 440 − AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. RECONHECIMENTO DO DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA − Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 − Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou de assistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença acidentário ou de aposentadoria por invalidez. 3ª MODALIDADE: O direito de greve garantido pela Constituição Federal a todo empregado, excetuando algumas categorias específicas, também enseja a suspensão do contrato de trabalho como regra geral. Essa forma de encarar a greve pode ser afastada, tanto pela vontade do empregador, como por juízo competente em julgamento da legalidade desta. Esse ponto é muito importante, pois a regra geral não protege o empregado e sim o empregador nos casos de greves das categorias, mesmo aquelas que têm o seu direito de greve garantido pela Constituição Federal. 4ª MODALIDADE: As licenças não remuneradas a pedido e a interesse do empregado, por motivos pessoais. Nesses casos, é o empregado que deve manifestar seu interesse nessa modalidade de suspensão, e esta deve ser negociada diretamente com o empregador. Seu prazo de duração e demais condições são um acordo entre as partes. 5ª MODALIDADE: Suspensão do contrato de trabalho para inquérito judicial para a apuração de falta grave. Essa forma de suspensão é disciplinada pela CLT a partir do expediente para provocar a demissão de empregado estável e deve seguir todos os ditames da CLT, sendo o rito ordinário necessário para que o processo se desenrole. É necessária uma representação formal do empregador junto ao juizado competente para julgar esse tipo de caso na região em que a empresa estiver instalada. As demais regras, como arrolar 6 (seis) testemunhasou ser responsável pelo ônus da prova quando acusador, devem ser seguidas e todo o processo será conduzido pelo juiz do trabalho do caso. INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Neste vídeo, o especialista vai falar sobre interrupção e suspensão do contrato de trabalho, trazendo exemplos práticos e dinâmicos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (VUNESP, 2014) CONSIDERANDO-SE AS POSSIBILIDADES DE SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO NA VIGÊNCIA DO CONTRATO DE TRABALHO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) Sem prejuízo dos salários, o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço por até 3 (três) dias em cada 12 (doze) meses de trabalho, quando estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. B) Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento para a prestação do serviço militar não será considerado na contagem do prazo para a respectiva terminação. C) A aposentadoria por invalidez suspende o contrato de trabalho até a recuperação da capacidade de trabalho, conversão em aposentadoria por idade ou falecimento do empregado, devendo o empregador manter, no período correspondente, o recolhimento do FGTS. D) A suspensão do empregado, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou não, importa na rescisão injusta do contrato de trabalho. E) O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de 2 (dois) a 5 (cinco) meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, pelo período correspondente, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado. 2. (FCC, 2018) INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO EMPREGATÍCIO SÃO INSTITUTOS QUE TRATAM DA SUSTAÇÃO, RESTRITA OU AMPLIADA, DOS EFEITOS CONTRATUAIS DURANTE CERTO LAPSO TEMPORAL. ASSIM, ENQUADRAM-SE COMO MODALIDADES DE INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO, RESPECTIVAMENTE: A) Afastamento por doença até o 15º (décimo quinto) dia − aposentadoria por invalidez. B) Descanso semanal remunerado − depoimento como testemunha judicial ao tempo que for necessário. C) Qualificação profissional para participação do empregado promovido pelo empregador − férias anuais. D) Dias em que estiver realizando exame vestibular para ingresso no ensino superior − licença- paternidade. E) Encargo público não obrigatório − doação de sangue voluntária por 1 (um) dia a cada 12 (doze) meses. GABARITO 1. (Vunesp, 2014) Considerando-se as possibilidades de suspensão e interrupção na vigência do contrato de trabalho, assinale a alternativa correta: A alternativa "E " está correta. Conforme o Art. 476-A da CLT, essa é uma possibilidade de suspensão do contrato de trabalho, desde que o empregador siga todas as regras previstas e o empregado concorde formalmente com tal suspensão. 2. (FCC, 2018) Interrupção e suspensão do contrato empregatício são institutos que tratam da sustação, restrita ou ampliada, dos efeitos contratuais durante certo lapso temporal. Assim, enquadram-se como modalidades de interrupção e suspensão, respectivamente: A alternativa "A " está correta. O afastamento por até 15 (quinze) dias é considerado interrupção, figura jurídica na qual o empregador continua a ter todas as obrigações para com o empregado, inclusive salários. A aposentadoria por invalidez se encaixa na modalidade de suspensão, pois o empregador não tem a obrigação de pagar os salários dos empregados, mas o contrato de trabalho ainda assim não é rescindido, restando a obrigação de reincorporação ou rescisão do contrato com o pagamento das obrigações da dispensa injustificada. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, vimos as modalidades de contratos de trabalho e seus demais aspectos, como a composição da jornada de trabalho e os casos de interrupção e suspensão do contrato. Dessa forma, o futuro profissional tem uma base legal sólida para se aprofundar nas relações de trabalho e emprego contidos em um RH de uma empresa. Esses aspectos mais práticos serão abordados em outros cursos relacionados com as práticas trabalhistas. Esse conhecimento é a base para a construção de uma prática saudável e ética, fundamental para que os gestores de RH tenham sucesso em suas carreiras e para que possam proteger os interesses, tanto da empresa, como dos empregados. Diversos autores colocam a força de trabalho como um elemento que pode trazer grande vantagem competitiva à empresa e, sendo essa força de trabalho bem gerida, esse potencial pode aumentar ainda mais. A gestão de RH não está restrita a administradores, podendo os gestores ser engenheiros, contadores, advogados etc. Essa questão coloca em voga a necessidade de que esse conhecimento seja compartilhado por todas as profissões, pois podem ser úteis a qualquer um. Entender bem os conceitos de empregado, da forma como o contrato de trabalho é confeccionado, e a legislação que os regem é de extrema importância para os gestores em geral. Para além dos que irão trabalhar nessa área, os empregados também podem se beneficiar desse conhecimento, pois podem defender seus direitos com maior habilidade e firmeza. O conteúdo aqui apresentado, portanto, é importante aliado na construção de conhecimento e aprimoramento, representando mais um tijolo na fundação de seu crescimento profissional. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BRASIL. Casa Civil. Decreto-lei nº 5.452 de 1° de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília, 1943. BRASIL. Casa Civil. Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008. Brasília, 2008. EXPLORE+ Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia: A CLT, que é a base para todas as decisões sobre como proceder em relação aos empregados e empregadores. A Lei nº 11.788/08, que trata do estágio supervisionado. CONTEUDISTA Ettore de Carvalho Oriol CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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