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Linguagens na Arte Educação formação musical brasileira exercício resolvido

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Linguagens na Arte Educação – formação musical brasileira – exercício resolvido 
 
Os nativos aqui encontrados tinham sua dança e sua música que eram sempre executadas e 
participadas de maneira coletiva, com caráter religioso, guerreiro, dirigido aos deuses protetores. O 
canto dos índios exprimia preces aos deuses, medo de espíritos maus, temores das coisas, cantos de 
vitória, cantos fúnebres, cantos de rituais. Imitavam os cantos dos pássaros, o farfalhar das árvores, o 
barulho das águas, e o sibilar do vento, sendo sempre canções livres, espontâneas e marcadas com 
ritmos fortes. Faziam seus instrumentos com bambu, cabaça, troncos de árvores, ossos, e dentre eles, 
conhecemos as maracás, a trombeta, a flauta feita de ossos. Porém, a contribuição dos índios foi 
pequena. Sabemos que a música brasileira foi formada com a adesão de muitos povos. 
Reflita sobre essa formação musical e elabore um texto dissertativo que responda às seguintes 
perguntas: 
 De que forma podemos entender a formação da música brasileira e a sua importância para 
o ensino de Arte nas escolas. 
 O conhecimento sobre a história da música pode influenciar o gosto musical dos alunos? 
 A partir dos estudos da obra Música para Educadores e dos seus conhecimentos 
adquiridos, você considera necessário ao aluno ter conhecimento técnico musical para 
participar de atividades musicais na escola? 
 
Assim como o ensino de arte e a alfabetização, a educação musical tem início, no Brasil, com 
a chegada dos Jesuítas. Membros da ordem religiosa dedicada à pregação da fé católica conhecida 
como Companhia de Jesus, os jesuítas são os responsáveis pelo início da educação no país. Pautados 
pela moral, pelos costumes e pela religiosidade europeia, eles aliavam à catequese o trabalho 
educativo, com vistas a evangelização dos povos nativos brasileiros e ao atendimento das intenções 
da Coroa portuguesa. 
A ligação da música com a Igreja Católica iniciada com a chegada dos jesuítas perdurou 
durante todo o Período Colonial, sendo a prática musical e o canto caracterizados por seguirem as 
formas e padrões europeus. 
Com as mudanças ocasionadas pela chegada da Família Real Portuguesa o país começa a 
receber as influências dos ideais iluministas da Independência dos EUA e da Revolução Francesa, e as 
artes passam a ter um tratamento especial. Nessa época, o Rio de Janeiro torna-se sede da Coroa e 
com a construção do Teatro São João, começa a receber companhias estrangeiras. O repertório 
musical, contudo, ainda permanece sendo marcado pela influência europeia. Não se tem referências 
sobre o ensino musical. 
O primeiro Conservatório é fundado no Brasil apenas em 1841, por Francisco Manuel da 
Silva, na cidade do Rio de Janeiro. Mais tarde, em 1851, a música é incluída nas Escolas Públicas de 
Instrução Primária apenas nas primeiras séries. Três anos depois, com o Decreto Federal de 1854, 
tem-se a inclusão de música também para a segunda série e na Instrução Secundária. 
É somente o Decreto Federal nº 891, de 1890, que marca o começo da profissão do professor 
de música. Já o ensino de música nas escolas em âmbito nacional é implantado no Brasil apenas nas 
décadas de 1930/1940, com a criação da Superintendência de Educação Musical e Artística (SEMA), 
dirigida por Villa-Lobos, “uma das figuras mais importantes da Educação Musical, pois escreveu o 
Canto Orfeônico, responsável pela implantação do projeto canto-coral em todas as escolas públicas 
do país” (LIMA, 2013, p.31). 
Apesar de ligado ao Estado Novo de Getúlio Vargas e marcado pelas ideias de moral e 
civismo, o trabalho realizado por Villa Lobos é muito importante para a educação musical brasileira, 
pois possibilitou o levantamento de músicas, canções, versos, costumes, instrumentos e danças 
folclóricas relacionados a regiões que dificilmente seriam reconhecidas em âmbito nacional, 
contribuindo assim para a preservação da diversidade e da musicalidade brasileira. O projeto Canto 
Orfeônico, contudo, encontrou muitas dificuldades de implantação, principalmente relacionadas com 
a falta de mão de obra especializada em música. 
Na década de 1960, com o Brasil já vivendo um novo contexto político, a Lei de Diretrizes e 
Bases nº 4.024 é promulgada e a Educação Musical é apresentada em substituição ao Canto 
Orfeôncio. 
Na década de 1970, o curso de licenciatura em Educação Artística é instituído em 
substituição ao Curso de Educação Musical. A música passa então a compor uma das quatro áreas da 
Educação Artística (em conjunto com as Artes Plásticas, as Artes Cênicas e o Desenho), que foi 
instituída como atividade obrigatória no currículo do 1º e 2º graus. Nesse contexto, as escolas de 
cursos superiores em música passam a oferecer a Licenciatura em Educação Artística com habilitação 
em música, artes plásticas, artes cênicas ou desenho ou Bacharelado em Música, com habilitação em 
instrumento, canto, regência ou composição. 
Já a partir da Lei nº 9.394/96, tem-se o surgimento da atividade musical como componente 
curricular nas escolas relacionada a área de Artes, que engloba também as Artes Visuais, o Teatro e a 
Dança. 
Em 2008, a Lei nº 11.769, altera a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, dispondo sobre a 
obrigatoriedade do ensino da música na Educação Básica. Segundo a referida legislação, a partir de 
2011 todas as escolas brasileiras deveriam incluir a música em seus conteúdos obrigatórios. Contudo, 
sabe-se que tal feito nunca foi alcançado. Atualmente, o ensino de música no Ensino Básico brasileiro 
está contido no componente curricular Artes, que também é composto pelas Artes Visuais, pela 
Dança, pelo Teatro e seu hibridismo. 
Diante do exposto, sem deixar de considerar as práticas executadas pelos povos originários, 
vemos que o início da formação musical brasileira no que se refere aos registros históricos de sua 
prática esteve muito relacionado à cultura europeia e ao catolicismo. Essa característica é comum ao 
seu ensino, que foi impulsionado por ordens religiosas, com destaque para os jesuítas. No que se 
refere a presença da música no ensino formal brasileiro, vemos que foram realizadas sucessivas 
tentativas para sua consolidação na grade curricular, algumas com maior outras com menor impacto 
e abrangência. 
A música pode tanto ilustrar tópicos trabalhados em determinadas disciplinas, como ser 
elemento transversal na aprendizagem ou ainda aparecer como assunto central enquanto disciplina 
específica. Atualmente, a música aparece no currículo escolar como uma das linguagens da Arte e, 
sem dúvidas, trabalhar a educação musical assim contextualizada é bastante interessante, pois a 
música é uma das linguagens da Arte mais presentes na vida do ser humano. Como coloca Lima 
(apud BRASIL, 1998, p. 47): “Existe música para adormecer, música para dançar, para chorar os 
mortos, para conclamar o povo a lutar, o que remonta à sua função ritualística”. 
Somos seres musicais. E trabalhar a musicalização na escola é uma forma de dar mais 
subsídios para que os alunos se expressem também por meio da linguagem musical. O ensino de 
música no contexto escolar não prescinde de conhecimento técnico musical prévio, todos podem 
participar. Vivenciar a música e o universo sonoro contribui para o desenvolvimento da inteligência e 
para a integração social da pessoa humana. 
Outro ponto importante é que trabalhar a musicalização é também uma forma de contribuir 
para a autonomia individual. Conhecer sobre a história da música, compreender o esteticamente 
belo e discernir entre as construções artísticas e os produtos musicais para consumo é uma das 
contribuições do ensino da música que certamente influencia no gosto musical dos alunos e 
impulsiona a formação de adultos muito mais críticos e menos suscetíveis aos mecanismos 
midiáticos da Indústria Cultural.

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