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PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS ANCILOSTOMOSE (amarelão) Prevalente na zona rural. Parasitos de intestino delgado humano. Taxonomia: Filo: Nematoda Classe: Secermentea Ordem: Strongylida Família: Ancylostomidae (boca curva) Espécies: Necator americanos e Ancylostoma duodenale Importância: Comum em quase todos os países do mundo, principalmente de clima tropical e subtropical – GEOHELMINTOS Frequência depende das condições climática, ambientais e desenvolvimento da população Aproximadamente 900 milhões de pessoas estão infectadas e cerca de 60 mil morrem anualmente A. duodenale: Ancilostoma do velho mundo (Europa, etc) N. americanos: Ancilostoma do novo mundo (Américas) Morfologia: Boca curva com dentes para fixação e alimentação (HEMATÓFAGOS) – Ancylostoma duodenale Boca curva com placas cortantes para fixação e alimentação (HEMATÓFAGOS) – Necator americanos PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS Ancylostoma duodenale: Dois pares de dentes Macho: 8 a 11mm de comprimento Fêmea: 10 a 18mm de comprimento – elimina de 20 a 30 mil ovos por dia PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS Necator americanos: Macho: 5 a 9mm de comprimento Fêmea: 9 a 11mm de comprimento – elimina de 6 a 11 mil ovos por dia BOLSA COPULATÓRIA: dilatação na região posterior do corpo do macho. OVOS: possuem uma casca lisa e coloração quase transparente. Serão eliminados nas fezes PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS Passam cerca de 1 semana no solo até a eclosão da larva do ovo. A larva evolui de L1 para L2 a partir da alimentação por meio do solo. Quando se torna L2, torna-se L3 (infectante) que permanece até 7 meses no solo e só terminará seu ciclo se encontrar um hospedeiro humano para desenvolvimento. PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS Ciclo biológico: A. duodenale: 35 a 60 dias N. americanus: 42 a 60 dias Os ovos são eliminados pelas fezes do ser humano. L1 quando pronta dentro do ovo, eclode e passa se alimentar no solo de microrganismos e matéria orgânica, evoluindo para L2 e depois L3 (infectante), quando não mais se alimenta e é capaz de invadir o organismo do ser humano, sendo traídas pela química corporal e pelos ferormônios exalados (termo e Quimiotropismo). Depois disso, podem infectar o ser humano através da pele, conjuntiva ou mucosa (comum aos dois causadores) levará as larvas à corrente sanguínea, fazendo um ciclo migratório até o coração direito e depois pulmões, onde evoluirão para L4 (Ciclo de Looss). A partir disso, escalam até a traqueia, onde serão deglutidas, evoluindo para L5 no duodeno e futuramente para adultos a partir da alimentação de sangue. O Ancylostoma duodenale pode infectar o ser humano com a larva L3 infectante a partir da ingestão por meio de alimentos e objetos. A L3 evolui para L4 no duodeno, que se fixa na mucosa intestinal até as células de Lieberkuhn se alimentando de sangue, que evoluirá para L5 e depois adultos. PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS Patogenia: Etiologia primária (fase aguda): migração e instalação dos parasitas no hospedeiro Intensidade das lesões: número de larvas e sensibilidade do hospedeiro. PENETRAÇÃO PELA PELE: lesões traumáticas e fenômenos vasculares, dermatite urticariforme, edema, “sensação de picada”. Pode ocorre infecção secundária. ALTERAÇÕES PULMONARES: tosse e febrícula, podendo haver Síndrome de Loeffler. Etiologia secundária (fase crônica): permanência dos parasitas no hospedeiro – fenômenos bioquímicos e hematológicos Intensidade dos sintomas: número de parasitos PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS Sintomas abdominais: Dor epigástrica Diminuição de apetite Indigestão Cólica Indisposição Náuseas Vômitos Hipotensão (aumento da diferença entre a pressão máxima e mínima) Tonturas vertigens, zumbidos nos ouvidos e manchas no campo visual Dores musculares, sobretudo nas pernas ao caminhar, cefaleia e dores precordiais Fezes muco sanguinolentas Amenorreia, redução da libido e impotência sexual Palpitações, sopros cardíacos, falta de ar aos esforços e icc (carga parasitária muito alta) Patologia: Do sangue evacuado pelos helmintos, 30-40% do Ferro é reabsorvido pelos intestinos. É preciso que a dieta do paciente reponha o Ferro perdido para que não haja esgotamento de suas reservas hepáticas e queda da produção de hemoglobina. Não adianta tratar apenas a verminose. A anemia deve ser tratada também!!! Sintomas abdominais: ANEMIA – hematofagismo N. americanos: 0,01 a 0,04 ml/dia A. duodenale: 0,05 a 0,3 ml/dia PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS DIARRÉIA SANGUINOLENTA DIMINUIÇÃO DO APETITE E APETITE DEPRAVADO (geofagia) – comem terra, por exemplo CASOS FATAIS: observou-se jejuno-ileíte, ulcerações, hemorragias, supuração, necrose, gangrena e peritonite Fatores que favorecem o desenvolvimento das larvas: Solo arenoso, poroso, úmido, rico em matéria orgânica Clima (ou microclima) com umidade e temperaturas favoráveis à vida das larvas Ancylostoma: 23ºC-30ºC Necator: 30ºC-35ºC PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS Diminuição da contaminação do solo Cultivo de capim cidreira, margaridas, arruda e hortelã Profilaxia: Andar calçado Lavar bem frutas, verduras e legumes Tratamento dos doentes Educação sanitária Diagnóstico: Anamnese, associação de sintomas cutâneos, pulmonares e intestinais e anemia Coprocultura: manter as fezes em laboratório em temperatura adequada Exame parasitológico de fezes: métodos qualitativos e quantitativos (numero de machos = fêmeas) PARASITOLOGIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103 - VASSOURAS Tratamento: MEBENDAZOL (100%) ALBENDAZOL (95%) – assim como levamisol PAMOATO DE PIRANTEL (80%) NITAZOXANIDA (70-100%) FERROTERAPIA: administração de sulfato ferroso aos pacientes com anemia para rápida recuperação
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