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Ana Melo + As parasitoses intestinais estão intrinsicamente relacionadas com os determinantes sociais; Saneamento Básico Pobreza Educação Morada Higiene Entre outros.... Deve-se existir uma maior intervenção nessas doenças; Maior número de políticas públicas DESCRIÇÃO: A esquistossomose mansônica é uma doença infecciosa parasitária, causada pelo Schistosoma mansoni, que vive na corrente sanguínea (sistema porta-hepático) do hospedeiro definitivo, cuja evolução clínica pode variar desde formas assintomáticas até formas extremamente graves. Foi descrida no Egito em 1851 por um médico. Fica no sistema porta-hepática e não no intestino -> Pode gerar hipertensão portal (varizes esofagianas) EPIDEMIOLOGIA – MUNDO Schistosoma sp. ▪ Doença endêmica em 76 países Ásia, África, América; ▪ Cerca de 220 milhões de pessoas infectadas; ▪ 660 milhões vivem em área endêmicas e estão expostas a infecção; ▪ 200.000 mortes por ano. Schistosoma Mansoni. ▪ Cerca de 54 milhões de pessoas infectadas; ▪ 400 milhões vivem em área endêmicas e estão expostas a infecção; ▪ 20.000.000 complicações da fase crônica – quase metade: fibrose periportal. ▪ Diagnóstico tardio de varizes esofagianas: 70% Mortalidade: 30% Mansoni é o único com caráter endêmico no Brasil. EPIDEMIOLOGIA-BRASIL ▪ Doença importada com o tráfico de escravos; ▪ Detectada primeiramente por Pirajá da Silva, em 1908, na Bahia; ▪ Popularmente conhecida como xistose, doença do caramujo, moléstia de Pirajá da Silva, barriga d`água; ▪ 25 milhões de pessoas em risco; ▪ Brasil: maior transmissão de esquistossomose mansônica do mundo; ▪ 5 a 6 milhões de infectados; ▪ Doença endêmica em 19 estados, e no Distrito Federal. A contaminação não é fecal-oral, mas a questão do saneamento da mesma forma. Distribuição da esquistossomose no Brasil O molusco é um vetor biológico (agente etiológico se multiplica dentro dele) Tem um Fit. Adaptativo = Diminui o tempo de vida, a oviposição O músculo é hermafrodita o que facilita ele ser o vetor Parasitologia Parasitologia 2ªEtapa Parasitoses Intestinais aaaaaaa Esquistossomose Mansônica aaaaaaa Ana Melo - Biomphalaria glabrata: R. Grande do Norte, norte de MG - Biomphalaria straminea: Ceará, Pará, Goiás. - Biomphalaria tenagophila: RJ, SP, SC, MG, RS e ES -> A linhagem TAIM é resistente (refratária) a infecção (gene dominante); São naturalmente resistentes Marcadores Moleculares: Região genômica que trazem alguma informação; Região em desequilíbrio de ligação CICLO DE VIDA do Schistosoma mansoni • Agente etiológico: Schistosoma mansoni. -> Tem macho e fêmea (macho com canal ginecóforo); • Hospedeiros Definitivos: Homem, mamíferos e marsupiais. • Hospedeiros Intermediários: moluscos aquáticos da família Planorbidae. • Doença relacionada com a baixa qualidade de vida • Condições de saneamento precárias FORMAS EVOLUTIVAS Adultos • Delgados e longos • Dimorfismo sexual • Macho: mede cerca de 1 cm • Fêmea: mede cerca de 1,5 cm Ovo • Espículo Lateral (fácil de identificar no exame de fezes) • 300 ovos/dia -> 1/3 alcança a Luz intestinal: O ovo é o problema da esquistossomose; Podem permanecer em vários locais do corpo; Desencadeiam uma resposta inflamatória que gera um granuloma Dentro do ovo tem uma larva Miracídio -> Transformação do ovo em miracídio (eclosão): temperaturas altas, luz intensa e oxigenação da água Endotélio do vaso, submucosa, mucosa, eliminado com as fezes. Ingerir o ovo não dá em NADA; Miracídio • Larva livre natante • Cílios • Fototropismo • Vive em média 8 horas • Terebratorium (papila apical) -> Facilita a penetração Cercárias • Cauda longa e bifurcada • Glândulas de penetração Ana Melo Perde a cauda e vira esquistossômulo Esquistossômulo • Larva alongada • Penetra um vaso sanguíneo, coração e Pulmões, sistema porta-hepático • Só a cabeça da cercária Moluscos transmissores da Esquistossomose • Filo: Mollusca • Classe: Gastropoda • Subclasse: Pulmonata • Família: Planorbidae • Gênero: Biomphalaria • Espécies transmissoras da esquistossomose no Brasil: Biomphalaria glabrata Biomphalaria tenagophila Biomphalaria straminea • Esquistossômulos - adultos - maturação - veia mesentérica inferior, na altura da parede intestinal – acasalam – postura dos ovos. • 1 fêmea produz 300 ovos/dia (sobrevive 3-10 anos). 7 • Relatos – mais de 40 anos! TRANSMISSÃO → Penetração ativa por cercárias Contato humano com águas que contêm cercárias, devido a atividades domésticas, tais como lavagem de roupas e louças, de lazer, banhos em rios e lagoas; e de atividades profissionais, cultivo de arroz irrigado, alho etc. • Período de incubação (quando desenvolve sintomas) 2 a 6 semanas após a infecção • Período de transmissibilidade: Homem: a partir de 5 semanas após a infecção pode eliminar ovos viáveis Caramujo: semanas a três meses após a infecção pode eliminar cercárias Susceptibilidade e imunidade • - Susceptibilidade humana: Universal • - imunidade absoluta é desconhecida; diminuição da intensidade da infecção e da incidência em pacientes de áreas endêmicas. A transmissão depende: - Da presença de portador humano, eliminando ovos do verme nas fezes; Ana Melo - Da existência de hospedeiro intermediário, que é o caramujo; e - Do contato do homem com a água contendo cercárias de S. mansoni Classificação clínica 1) Fase aguda Dermatite cercariana – Fase de penetração das cercárias através da pele: dermatite urticariforme, com erupção papular, eritema, edema e prurido Febre de Katayama – febre, anorexia, dor abdominal, cefaleia, diarreia, náuseas, vômitos, tosse seca; hepatoesplenomegalia discreta (granulomas). 2) Fase crônica Intestinal (associada à postura de ovos): Diarreia sanguinolenta, emagrecimento, cólicas. Hepato-intestinal : Lesões hepáticas mais intensas, aumento do fígado (fígado palpável). Hepato-esplênica (forma grave): Lesões no fígado e baço. Bordos dos órgãos palpáveis. Hipertensão porta, varizes esofagianas, hemorragias, esplenomegalia, ascite. -> Pode evoluir para óbito PATOGENIA Resposta granulomatosa Os granulomas geram uma fibrose fibrose de Symmers ou fibrose em haste de cachimbo de barro. Hipertensão portal gera varizes esofagianas (dilatação das veias) -> Risco de hematêmese e morte. DIAGNÓSTICO Padrão Ouro: Exame parasitológico de fezes É importante acompanhar o paciente -> Avaliando a cura com as técnicas parasitológicas; Verificação de cura: Medicar e acompanhar Técnicas parasitológicas Kato Katz (PADRÃO OURO) • Quantitativo • Visualização e contagem dos ovos por grama de fezes, fornecendo um indicador seguro para se avaliar a intensidade da infecção e a eficácia do tratamento • Fácil operacionalização e baixo custo • Método de referência • Cargas parasitárias altas- resultado satisfatório. • Limitação: Poucos ovos nas fezes PROFILAXIA E CONTROLE Tratamento Oxamniquine • Formas adultas • 15 mg/kg de peso do paciente, dose única, via oral • Somente S.mansoni Praziquantel • Formas adultas • 40 mg/kg de peso do paciente, dose única, via oral • Todas as espécies de Schistosoma sp. Ana Melo Esquistossomose ectópica/Neuroesquistossomose • 0,3% e 4% dos portadores de esquistossomose. • Brasil: em torno de 51.000 a 680.000 pessoas; • Ovos/vermes deslocam via fluxo venoso retrógrado pelo plexo venoso vertebral epidural de Batson. • Importante diagnosticar com exame de imagem Quadro clínico e tratamento – Paraparesia (paralisia dos membros), na maioria das vezes, de evolução progressiva e, às vezes, paraplegia. – Paraparestesia(perda das funções motoras) e hipoestesia (redução da sensibilidade) principalmente em região selar (S1 a S5). – Alterações esfincterianas vesical e retal, incontinência ou retenções. – Impotência sexual. • Tratamento: corticosteroides e com o anti-helmíntico praziquantel ou oxamniquina • Doença de ruminantes causada por dois trematódeos: Fascíola hepática e Fascíola gigantíca. (não tem no brasil a gigantíca) • Doença humana importante nas últimas décadas. (é uma zoonose) • Doença tropical negligenciada. Fascíola hepática • Parasito de canais biliares de ovinos, bovinos, suínos, caprinos, camelídeos e do homem (eventualmente; acidentalmente); • Brasil – RS, SC, PR, SP, RJ, ES, MG, MT; • Áreas úmidas, alagadiças ou sujeitas inundações periódicas; FASCIOLOSE aaaaaaa Ana Melo • Popularmente – baratinha do fígado. Distribuição global da Fasciolose (2015) Presente em 90% do globo Ambiente alagadiço, sem saneamento básico MORFOLOGIA • Aspecto foliáceo; • Fasciola hepatica:3cm de comprimento e 1,5cm largura, pardo-acinzentada; • Fasciola gigantica: 5cm de comprimento e 1,2 cm largura • Hermafroditas (órgão copulador); • Tegumento com espinhos. Ovos e Larvas • Ovos → Miracídios → Esporocistos → Cercárias →Metacercárias Perde a cauda e vira metacercária que é a forma infectante Cercária fica no talo submerso do capim se fixa e libera uma substância cimentante que evita a desidratação, podendo sobreviver por anos: METACERCÁRIAS No tubo digestivo dos animais as metacercárias perdem as carapaças e passam a formas jovens. • Jovens penetram na mucosa intestinal → caem na cavidade peritonial perfurando o peritônio visceral do fígado; • Migram até os ductos biliares - adultos se alimentam de sangue e após 8 semanas da infecção já liberam os ovos. VETORES – Lymnaea sp Ciclo da Fascíola Hepática Ana Melo Hepatomegalia, alteração da estrutura do fígado -> Icterícia Hepática (acontece com a cronicidade; crônica tardia) Obstrução dos ductos biliares -> Icterícia Pós Hepática (crônica inicial) Ingerir ovos de fascíola -> NÃO TEM NADA -> Porque não é a forma infectante (e não ocorre o desenvolvimento para a forma infectante) PATOGENIA • Infecção inicial no fígado → Com formação de lesões necróticas e fibrosas; • Pode migrar para outros locais, mas o tropismo maior é no fígado • Hiperplasia dos canalículos biliares com necrose dos lóbulos hepáticos; • Inflamação; • Cirrose. Tempo de incubação -> O tempo antes dos sinais e sintomas -> Não é muito bem definido para fasciolose FASE AGUDA : – Febre, – Aumento doloroso do fígado e diarreia; – Vômito, icterícia, má digestão e absorção. – Eosinofilia (não é específico, mas contribui para o diagnóstico) MIGRAÇÃO PARA OS DUCTOS BILIARES FASE CRÔNICA : • Obstrução dos ductos é principal. • Dor abdominal e diarreia, • Inflamação e Hiperplasia – hepatomegalia: obstrução dos ductos, • Anemia e hiperbilirrubinemia (conjugada); • Perda de peso e cirrose; • Síndrome de Halzoun: reação de hipersensibilidade na faringe quando ocorre tropismo VERME ADULTO DIAGNÓSTICO – Laboratorial –eosinofilia e EPF – Sorologia: casos inconclusivos • TRATAMENTO - Bithionol: 50mg/kg/dia, durante 10 dias - Deidroemetina - uso oral (drágeas com 1Omg) e injetáveis (30 e 60mg), na dose diária de l mg/kg durante 10 dias - Triclabendazol PROFILAXIA .• Higiene dos alimentos; • Diagnóstico e tratamento dos infectados; • Conhecer a doença; • Controle da doença nos animais (porque é uma zoonose) Histórico: Trichomonas vaginalis – descrito em1836, por Donné em uma mulher com vaginite TRICOMONOSE OU TRICOMONÍASE Ana Melo Epidemiologia - Mais frequente IST não-viral do mundo; - Ampla distribuição geográfica; - Alta prevalência entre grupos de baixo nível socioeconômico; - Homens: geralmente doença assintomática (presença de zinco no líquido prostático e a fisiologia dos órgão sexuais masculinos; zinco mata o tricomona) - Um dos principais patógenos do homem e da mulher, associado a graves complicações para a saúde (HIV, infertilidade, complicações na gravidez e predispõe ao câncer). - O parasito pode viver 48h no exsudato vaginal, 3h urina, 6h sêmen ejaculado, 24h toalhas molhadas. - O protozoário sobrevive mais de uma semana no prepúcio do homem após coito com mulher infectada. - Destruição pelo calor a 44C. - Preservativos (monoxil-9) tem ação tricomonicida. - Maior frequência em gestantes: interrupção de contraceptivos, aumento das relações sexuais. Local de infecção Trato geniturinário de homens e mulheres Reprodução Divisão binária longitudinal Não há formação de cistos Fisiologia Anaeróbio facultativo Fonte de energia: glicose, maltose, galactose Não possui mitocôndria, presença de vesículas (hidrogenossomos) com hidrogenases.– Formação de ATP e H2 Mantém o glicogênio em reserva – variações do ambiente vaginal Transmissão •Homem: vetor – ejaculação: tricomonas na mucosa da uretra → mulher •Transmissão: homem/mulher e mulher/mulher • Transmissão não sexual: rara - Roupas de cama, assentos de vasos sanitários, artigos de toalete, água de piscinas, roupas íntimas -> Muito questionável • Tricomonose neonatal (durante o parto), • Virgens e crianças: suspeita. Evasão do Sistema Imune •Interação de proteínas da superfície do parasito com células epiteliais do hospedeiro • Cisteína proteinases: citotóxicas e hemolíticas. Degradam IgG, IgM e IgA Ana Melo Trichomonas e HIV EPIDEMIOLOGIA • Grupo de doenças parasitárias intestinais: Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e ancilostomídeos: Ancylostoma duodenale e Necator americanus. • Doenças negligenciadas: populações com vulnerabilidade social que residem principalmente em áreas com déficit em saneamento básico e provimento de água. • A associação desses fatores com a falta de informação específica sobre os parasitos, se configura como grave problema de saúde pública, afetando primordialmente as populações desfavorecidas. • Para fins de controle se agrupam devido a semelhança em sua distribuição geográfica; nos grupos vulneráveis que acometem; pela similaridade no tratamento e diagnóstico e ainda, por afetarem a saúde humana seguindo mecanismos similares. • Amplamente distribuídas em áreas tropicais e subtropicais (África Subsaariana, Américas, China e Leste da Ásia). • 1,5 bilhões de pessoas infectadas no mundo (24% da população mundial); • 267 milhões de crianças em idade pré-escolar e mais de 568 milhões de crianças em idade escolar vivem em áreas onde esses parasitos são endêmicos; Epidemiologia no Brasil • Infecções presentes em todas as regiões, principalmente nas zonas rurais e periferias de centros urbanos - ausência de saneamento básico e pouco conhecimento sobre transmissão e prevenção. • Não são de notificação obrigatória -> Dificulta saber o real quadro Inquérito de Geo-helmintoses realizados entre os anos 2005 e 2016, por região do Brasil: Os índices de infecções encontram-se mais elevados onde há saneamento básico precário e o nível do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é baixo. • Atraso no crescimento físico-ponderal, no desenvolvimento psicomotor e dificuldade de aprendizado • Grupo de risco: sistema imune imaturo, maior contato com outras crianças e adultos, alta vulnerabilidade (hábitos de higiene inadequados). Aspectos da doença • Agente etiológico: Ascaris lumbricoides. • Hospedeiro definitivo: homem. • Nome popular: lombrigas ou bichas Lombriga sai por orifícios -> Infecção maciça (carga parasitária muita alta) Aspectos Epidemiológicos • Grave problema de saúde pública em todoo mundo (1,5 bi); Geohelmintíases aaaaaaa ASCARIDÍASE Ana Melo • Crianças mais atingidas; Fatores que interferem na prevalência do Ascaris lumbricoides: • Baixo nível socioeconômico; • Precárias condições de saneamento básico; • Má educação sanitária; • Mau estado nutricional; • Produção de ovos pela fêmea do parasito (200.000 ovos/dia) - viabilidade e resistência dos ovos no solo (até 1 ano). • Alta atividade espoliativa (sucção de sangue): Nutrem-se basicamente de proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e C -> Leva ao depauperamento físico e mental Obs: Crianças com manchinhas brancas no rosto pode ser relacionado com a hipovitaminose por A e C Fatores socioambientais importantes: - Pouca acessibilidade a bens e serviços; - Número alto de pessoas morando no mesmo domicílio e alta densidade por cômodo; - Baixo nível de instrução materno; - Presença de menores de cinco anos no domicílio; - Não lavar as mãos após defecar; - Higiene incorreta dos alimentos. MORFOLOGIA Macho → Mede 20 a 30 cm, cor leitosa, boca contornada por 3 lábios, cauda curvilínea. Fêmea → Mede 30 a 40 cm, mais grossa, cauda retilínea. Grávida – 27 milhões de ovos! OBS: Os vermes adultos vivem em torno de dois anos. OVO → Mede cerca 50 μm, cor castanha, envolvidos por três membranas protetoras. ✓ Membrana interna → impermeável, constituída por 25% de proteína, 75% de lipídeos (que confere grande resistência ao ovo contra dessecação). ✓ Membrana média → constituída por quitina e proteínas. ✓ Membrana externa → constituída por mucopolissacarídeos → mamilonada. Facilita a aderência (fica fortemente aderido a superfícies) Larva rabditoide (L1 – esôfago com 2 dilatações) -> L2 Larva filarioide (L3 infectante (filariose) – esôfago retilíneo). CICLO BIOLÓGICO Dependendo da carga parasitária pode ter lesão no fígado; Poderia gerar icterícia hepática HÁBITAT Formas adultas vivem no intestino delgado (DUODENO E JEJUNO) dos hospedeiros. TRANSMISSÃO Ingestão de ovos com L3 -> Não usar fezes humanas como adubo Ana Melo Moscas e baratas (veículos). -> Cobrir alimentos Material abaixo das unhas. Suspensos no ar com a poeira. CICLO EVOLUTIVO - Monoxênico (Sem hospedeiro intermediário -> Homem a homem) PATOGENIA LARVAS → Lesões hepáticas e pulmonares (infecções maciças) Hepáticas → Focos hemorrágicos e de necrose Pulmonares → Edema dos alvéolos, com infiltrado eosinofílico, febre, bronquite, pneumonia, tosse (síndrome de Löeffler) -> Causada pelo ciclo de loss Catarro pode conter larvas do helminto e ser sanguinolento -> Crianças – estado imunitário e nutricional. VERMES ADULTOS infecções médias (30-40) ou maciças (100 ou mais) Espoliativa → Consomem grande quantidade de vitaminas (A e C), proteínas, lipídeos, carboidratos → Desnutrição e depauperamento físico e mental. Tóxica → Antígenos parasitários X Anticorpos do hospedeiro: Edema, urticária e convulsões (lesões de pele- alergia). Mecânica → Irritação da parede intestinal ou enovelamento de casais ou grupos de parasitos - obstrução. Ação ectópica → Vermes migratórios (áscaris errático) podem, espontaneamente ou após medicação, atingir locais indevidos: duto biliar (obstrução); duto pancreático (pancreatite aguda); apêndice cecal (apendicite) e a eliminação do verme pela boca e narinas.. ASPECTOS CLÍNICOS Aparecimento das lesões depende Número de larvas, tecido onde se encontram, sensibilidade do hospedeiro. Síndrome de Löeffler → Febre, tosse, broncoespasmo, eosinofilia sanguínea elevada. Intestinal desconforto abdominal (cólicas), dor epigástrica e má digestão; náuseas, perda de apetite, emagrecimento; irritabilidade, sono intranquilo e ranger dos dentes à noite, volvo, manchas brancas na pele. Crianças subnutridas e altamente parasitadas: aumento exagerado do volume abdominal (abdome proeminente) além do aspecto geral de depauperamento físico e mental, palidez e tristeza. Complicação: obstrução intestinal: 45% crianças com menos de 2 anos. Manchas brancas no rosto: “pano” Falta de vitaminas A e C DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Reconhecimento de formas adultas nas fezes Detecção de ovos no material fecal Exame de fezes Método quantitativo → Kato – Katz Método qualitativo → Hoffmann, Pons e Janner (liberação diária de ovos)/ HPJ ou sedimentação espontânea PROFILAXIA ✓ Melhoria das condições de saneamento básico e água tratada. ✓ Educação em saúde (26%). ✓ Diagnóstico e tratamento dos infectados; ✓ Cobrir os alimentos; ✓ Lavar as mãos antes de manipular os alimentos e após usar o banheiro; ✓ Tratamentos em massa em áreas endêmicas. TRATAMENTO OMS: recomenda o uso dos benzimidazois para o tratamento dos geo-helmintos. Ana Melo ALBENDAZOL → 400 mg (larvicida) dose única. MEBENDAZOL → 500 mg (dose única). Age bloqueando a captação de glicose e aminoácidos. IVERMECTINA → 0,2 mg/kg (dose única). TRATAMENTO PARA COMPLICAÇÕES (oclusão): - Manter o paciente em jejum, com uso de sonda administrar hexahidrato de piperazina (paralisa o verme) e óleo mineral. - Paralisia dos vermes e desobstrução; Sem resolução do processo oclusivo: cirúrgico. Ancilostomose – Subfamília Ancylostominae: mais de 100 sp. – 3 patogênicas aos humanos. • Cápsula bucal com dentes; • Gênero Ancylostoma • Ancylostoma duodenale • A. ceylanicum (humanos, canídeos, felídeos) – Subfamília Bunostominae • Cápsula bucal com placas cortantes • Gênero Necator • Necator americanus Doença negligenciada – 900 milhões de infectados, 60 mil mortes anuais; • Ampla distribuição geográfica: - A. duodenale → Velho Mundo - N. americanus → Novo Mundo • Ocorre preferencialmente em crianças com mais de 6 anos, adolescentes e adultos, independente do sexo. • Os vermes podem sobreviver por até 18 anos, produzindo em média, diariamente, de 9.000 a 22.000 ovos. • Solos arenosos e ricos em matéria orgânica favorecem o desenvolvimento dos ovos. • L3: viáveis por vários meses em condições favoráveis. • Segunda causa de anemia parasitária por deficiência de ferro depois da malária. 1919: 2/3 da população brasileira infectada "17 milhões são caricaturas derreadas no físico e no moral pela ancilostomíase; a inteligência do amarelado atrofiase e a triste criatura vive em soturno urupê humano, incapaz de ação, incapaz de vontade, incapaz de progresso; os escravos dos vermes; em consequência da escravização do homem ao verme, fez o país em andrajosa miséria econômica, resultado natural da miséria fisiológica.“ Como está o Brasil após 102 anos? Estes dados continuam alarmantes, denunciando que ainda não existe um programa de iniciativa pública para o controle da ancilostomose no país! BH-23%, Amazonas87% Morfologia: - Verme adulto: • Forma cilíndrica • Cor róseo-avermelhada • Macho: 8 a 11mm (A. duodenale) 5 a 9 mm (N. americanus) • Fêmea: 10 a 18 mm (A. duodenale) 9 a 11 mm (N. americanus) - Ovo: • 60 µm • Forma oval • A duodenale: 22 mil ovos/dia • N. Americanus 9 mil ovos/dia -Larvas: Rabditóide / Filarioide AMARELÃO aaaaaaa Ana Melo Alta atividade espoliativa -> Se nutre por sangue, proteínas Biologia: • Hábitat - Adultos - Intestino delgado do homem • Ciclo biológico – Monoxênico • Transmissão: Via cutânea (ativamente) / Via oral (passivamente) Não lesiona → Larva penetra na pele íntegra PATOGENIA ▪ Etiologia primária ou secundária ▪ Carga parasitária e Estado nutricional do paciente Fase aguda: a) Invasiva (cutânea / penetração das larvas / dermatite/ hiperemia/ prurido/ edema) infecções secundárias b) Migração (Alteraçõespulmonares: pouco comuns, embora possa ocorrer tosse de longa ou de curta duração) c) Intestinal (Dor epigástrica, diminuição de apetite, indigestão, cólica, indisposição, náuseas, vômitos, flatulências, às vezes diarreia sanguinolenta ou constipação). HEMATOFAGIA: A. duodenale: 0,05 a 0,3mL/sg/dia, N. americanus suga 0,01 a 0,04mL/sangue/dia (anemia e hipoproteinemia) Ancilostomose – Patogenia Fase crônica: determinada pelas presença do verme adulto (hematofagismo) → Espoliação sanguínea / Deficiência nutricional – curso pode ser fatal → ANEMIA A fixação dos parasitos no intestino causa processos inflamatórios e pequenas áreas de hemorragia, determinando lesões na mucosa do intestino delgado. Patogenia secundária: ▪Anemia microcítica e hipocrômica; ▪Desnutrição; ▪Perda de apetite e apetite depravado ALOTRIOFAGIA – Síndrome de Pica: compulsão por substâncias não alimentares – solo, argila, tijolos, areia Diagnóstico Clínico -> Anamnese, observando a associação de sintomas cutâneos, pulmonares e intestinais, seguidos ou não de anemia Diagnóstico pelo exame de fezes (padrão- ouro). Medidas importantes • Dar destino seguro as fezes humanas (privadas e fossas); • Lavar sempre as mãos antes das refeições; • Higienizar os alimentos que são consumidos crus; • Beber água filtrada ou previamente fervida; Ana Melo • Incorporar uma suplementação de proteínas e Ferro à dieta diária; • Usar calçados e luvas ao ter contato com solo ou manipular objetos contaminados; • Tratar os pacientes; • Educação em Saúde Tratamento medicamentoso e dietético • Vermífugos a base de benzimidazois (mebendazol e albendazol) têm sido os mais indicados. • Alimentação suplementar diária rica em proteínas e, especialmente, em Ferro. • Sulfato ferroso!!! • Acompanhamento laboratorial após 20 dias – medicamento não mata as larvas; • Instruções para a prevenção! • Tratamento em massa no Brasil – pouco efetivo – reinfecção • Cestoda:“kestos” ou cinto, corpo segmentado • Escólex, colo e estróbilo com proglótides • Vivem vários anos • Nutrem-se através do tegumento • Hermafroditas Agentes Etiológicos Taenia saginata Taenia solium Echinococcus granulosus Hymenolepis nana Complexo Teníase – Cisticercose • Vermes hermafroditas, endoparasitas, com o corpo comprido e achatado. • Podem apresentar vários metros. • Taenia solium : tênia do suíno. •Taenia asiática: tênia do suíno. • Taenia saginata: tênia do bovino. • Nome popular: solitária Epidemiologia TENÍASE: •Importante problema de saúde pública - Cosmopolita; •Tipo de criação e hábito coprofágico do suíno; • Contaminação do bovino no pasto; •Prejuízo econômico: carcaças infectadas - abate. •Prevalência subestimada - notificação não é obrigatória! CISTICERCOSE: • Principal causa prevenível de convulsão do mundo! •Helminto mais comum do sistema nervoso humano; •Neurocisticercose: 50 mil mortes, elevada morbidade: Convulsões Teníase e Cisticercose • Teníase: presença da forma adulta da Taenia no intestino delgado do homem (hospedeiro definitivo). • Cisticercose: presença da larva Cysticercus (“canjiquinha”) nos tecidos de seus hospedeiros intermediários normais (suíno ou bovino) e acidentalmente no homem, no cão, no gato. CESTOIDES aaaaaaa Ana Melo Morfologia Corpo dividido em escólex, colo e estróbilo. • Órgão de fixação na mucosa do intestino delgado. • 4 ventosas. •Taenia solium: rostelo ou rostro armado (ganchos) - fileira de 25 a 50 acúleos (espinhos). Colo • Situado após o escólex; • Não tem segmentação, células em constante atividade reprodutora: dá origem às proglotes. • Zona de crescimento. Estróbilo • Corpo do helminto. • Formado pela união de proglotes. • Pode conter de 800 a 1000 proglotes • Proglotes: - Individualidade alimentar e sexual; - Jovens, maduras e grávidas; - Hermafroditas. Ovos • Microscopicamente idênticos (T. solium e T. saginata). • Esféricos, 30 m. • Dentro do embrióforo (casca protetora) encontra-se a oncosfera ou embrião hexacanto. Cisticerco • Racemoso; • Cellulosae. Taenia solium (Linnaeus, 1758) • Hábitat: 1/3 superior do Intestino Delgado • rostelo em forma de sol • 2 a 3 metros (máx. 10m) com 800 a 1.000 segmentos • Acúleos: 20 a 50 no rostro. • Proglótides anteriores: mais largas • Proglótides posteriores: mais compridas • Cada proglótide grávida: até 50.000 ovos -> Transmissão é bem facilitada • Hospedeiro intermediário: Porco e humano (acidental) Taenia saginata (Goeze, 1782) • Hábitat: 1/3 superior do Intestino Delgado; • sem rostro nem acúleos • 4 a 10m com até 2.000 segmentos • Proglótides anteriores: mais largas e proglótides posteriores: mais compridas até 3 vezes a largura. • Cada proglótide grávida: até 100.000 ovos • Oviposição na região perianal • Hospedeiro intermediário: Bovino Método de Graham ou Fita gomada -> Dupla face transparente em um swab ou tubo de ensaio e passa na região anal perianal do indivíduo -> Quando coloca o Durex na lâmina é possível ver as proglotes Liberação de ovos diária → Facilita no exame de fezes TENÍASE • Habitat - Verme adulto: intestino delgado do homem • Longevidade do verme adulto: T. solium 3 anos; T. saginata, 10 anos. - Proglotes grávidas são liberadas diariamente • Ciclo biológico: heteroxênico Ana Melo - Hospedeiro definitivo: homem - Hospedeiro intermediário: boi (T. saginata) porco (T. solium) TRANSMISSÃO • Teníase: ingestão de carne bovina (T. saginata) ou suína (T. solium) crua ou mal cozida contendo cisticercos. Patogenia e sintomatologia • Teníase - Frequentemente assintomática - Dor abdominal, náuseas, perda de peso e prurido anal - Hemorragia e inflamação - Diarreia ou constipação Homem infectado com o verme adulto libera as proglotes grávidas que estão cheias de ovos. Em regiões sem saneamento básico contaminam solo da região e caprinos e bovinos podem ingerir esses ovos. Dentro dos ovos tem a larva (oncosfera). A oncosfera se desenvolve nos músculos, no tecido e quando a carne é ingerida mal-cozida e essa larva se diferencia no intestino humano gerando TENÍASE. CISTICERCOSE • Habitat do Cisticerco: SNC; Tecido muscular; Olhos. • Ciclo: monoxênico (homem -> homem) Apenas ovo de Taenia Solium Métodos de imagem -> Padrão ouro para a cisticercose Distribuição Mundial TRANSMISSÃO Ingestão acidental de ovos de T. solium. Os ovos de T. saginata e T. asiatica não são infectantes para o homem. Ciclo da Teníase Patogenia e sintomatologia - Convulsões (muito prevalentes), distúrbios psíquicos e demenciais, cefaleia e náusea, hidrocefalia (prognóstico ruim com hidrocefalia); - Lesões oculares; - Calcificações: epileptogênese. Epilepsias ( até 90%) - Forma Racemosa e Cellulosae Forma Racemosa • O cisticerco racemoso é uma forma da larva da T. Ana Melo solium que desenvolve várias vesículas lembrando cachos de uva, mas não apresenta escólex. • Presença da larva nas cisternas do espaço subaracnóideo e ventrículos podendo atingir grande tamanho (até alguns centímetros), comprimindo deformando consideravelmente o cérebro. • Rara Forma Cellulosae • Forma mais comum: vesícula esférica (1-2 cm), contendo líquido incolor. O escólex está invaginado na vesícula e presa à parede interna por um colo. • Atingem as meninges e os ventrículos, causando discreta reação inflamatória crônica. • A sobrevida é de 3 a 6 anos. Quando morre, a liberação de antígenos agrava a reação inflamatória. A larva necrótica pode sofrer calcificação ou desaparecer. • As larvas que se alojam nos ventrículos podem ser arrastadas para o espaço subaracnóideo ou ficar aprisionadas nos ventrículos, onde podem causar bloqueio súbito com hipertensão intracraniana aguda,podendo levar a quadros de hidrocefalia. Via de disseminação -> hematogênica (só pela corrente sanguínea) Calcificação (os pontinhos brancos) Ana Melo Cisto Viável -> Cisto coloidal (quando começa a liberar antígenos parasitários) -> Granuloma -> Calcificação Forma Ocular • Geralmente situado na coroide e com seu crescimento descola a retina ou a perfura e ganha o humor vítreo. • Causa reação inflamatória em diversas partes do globo (uveíte), evoluindo para opacificação e cegueira Diagnóstico • Clínico: -Teníase: difícil - Cisticercose: alterações mais evidentes. • Laboratorial: - Teníase: EPF - Proglotes (Graham/fita gomada); Ovos (Kato Katz); • Imunológico: Detecção de coproAg e Ag soro. • Molecular: MultiplexPCR: espécie-específico • Imagem: Tomografia, RM (cisticercose). PADRÃO OURO Profilaxia •Saneamento básico; •Impedir o acesso dos porcos às fezes; • Diagnóstico e Tratamento; • Não comer carne mal cozida; • Melhoria do sistema de criação dos animais; •Higienizar adequadamente os alimentos; •Higiene Pessoal; •Cobrir os alimentos; •Controle e congelamento da carne; •Educação em saúde. TRATAMENTO: • Teníase: Niclosamida ou Praziquantel (4 comprimidos (150mg) de 2 em 2 com intervalo de uma hora pela manhã – 2 cls leite de magnésio – eliminar proglotes. • Neurocisticercose: Albendazol (8 dias – 10- 15mg/kg), antinflamatórios, anticonvulsivantes e corticosteroides. ✓ Cirurgia – casos de hidrocefalia. Ana Melo Himenolepíase Tênia anã porque é pequena Dois tipos de ciclo: monoxênico ou heteroxênico dependendo do tipo de contaminação Tem paciente que evolui para cura sem tratar Hymenolepis nana • Menor e mais comum dos cestoda que parasita o homem (tênia anã). Morfologia • Vermes adultos: Medem de 3 a 5cm com 100 a 200 proglotes bastante estreitas.. Possuem escólex com quatro ventosas e um rostro armado com ganchos. • Ovos: com embrião hexacanto • Cisticercoide (larva) Epidemiologia • Prevalência na população: 0,04 a 3,5%. • Prevalência de dois a nove anos: 40%. • Promiscuidade e maus hábitos higiênicos; • Presença de hospedeiros intermediários próprios no ambiente. • O homem é o reservatório da doença; • Cosmopolita (ampla distribuição mundial) • Hábito de viver em ambiente fechado e densidade populacional. Biologia do parasito • Habitat (verme adulto): intestino delgado do homem. • Mecanismos de transmissão: - Ingestão de ovos presentes nas mãos ou em alimentos contaminados (monoxênico) - Ingestão de insetos contendo larva cisticercoide. (heteroxênico) Patogenia e Sintomatologia • Em geral assintomática; • Sintomática: agitação, insônia, irritabilidade, diarreia, perda de peso e eosinofilia; • Pode ocorrer desaparecimento dos sintomas espontaneamente, sem tratamento. Diagnóstico Clínico De pouca utilidade e difícil; Sintomas muito comuns Parasitológico Exame de fezes pelos métodos de rotina (HPJ) - eliminação de ovos irregular Profilaxia • Higiene individual; • Uso de sanitários ou fossas; • Uso de aspirador de pó*; • Diagnóstico e Tratamento precoce dos doentes; • Combate às pulgas e insetos de cereais; Ana Melo • Educação em Saúde. Tratamento • A droga de escolha é o Praziquantel, na dose oral de 25mg/kg, intervalada de dez dias. Esse intervalo é importante porque o medicamento só atua contra as formas adultas e não sobre as larvas cisticercoides. • Niclosamida, na dose de 2g para adultos e 1g para criança, também é eficiente, como a anterior, recomenda-se dar o medicamento em duas vezes, com intervalo de dez dias. Hidatidose Etiologia: Echinococcus granulosus • Filo: Platyhelminthes • Classe: Cestoda • Família: Taeniidae • Gênero: Echinococcus • A equinococose é uma zoonose parasitária do ser humano e de vários mamíferos causada pelo estágio larvário de cestódios do gênero Echinococcus. • Parasitos adultos: interior dos intestinos de vários canídeos domésticos e silvestres (hospedeiros definitivos). • Ampla distribuição geográfica (cosmopolita), Brasil – Rio Grande do Sul Hidatidose – Morfologia Verme adulto: Mede cerca de 4 - 6 mm; Possui escólex globoso com 4 ventosas e um rostro com dupla fileira de acúleos. Apresenta 3 proglotes contendo 500 a 800 ovos. Ovos: apresentam embrióforo espesso (“casca”) e embrião hexacanto Cisto hidático (hidátide): estrutura vesicular formada pela larva no hospedeiro intermediário -> Areia hidática -> Se for disseminada pode acarretar diversos problemas (choque anafilático) principalmente em indivíduos imunossuprimidos Habitat -Verme adulto: intestino delgado de canídeos – cão, lobo,raposa (hospedeiros definitivos) -Cisto hidático: fígado, pulmões, ossos dos hospedeiros intermediários (ovinos, bovinos, suínos, caprinos - homem).: Cisto cresce de 1 a 5 cm/ano, podendo chegar a 20 cm de diâmetro. • Ciclo biológico: heteroxênico / Homem e animais: ospedeiros intermediários TRANSMISSÃO • O cão se infecta ingerindo vísceras dos hospedeiros intermediários contendo o cisto hidático; • Os hospedeiros intermediários se infectam ingerindo ovos eliminados pelos canídeos infectados; • O homem infecta-se acidentalmente ingerindo ovos. Ana Melo Oncosfera -> Tropismo para o fígado Patogenia e Sintomatologia • Sintomatologia: número de cistos e órgãos em que se desenvolvem: fígado (74%), pulmões, músculos e tecidos conjuntivos, baço, rins e cérebro. Os sinais resultam da pressão exercida pelo crescimento do cisto. • Formas graves: rompimento dos cistos e metástases de novos cistos. - colúria e acolia feca Tratamento e Conduta Albendazol de forma contínua (400mg, 2 doses diárias, 3- 6 meses), ou intermitente (400mg, 2 doses diárias, em 3- 6 ciclos de 28 dias, com intervalos de 14 dias sem medicação). Acompanhar o paciente, explicar para ele a importância; Problemas do tratamento longo - PAIR (Punção, Aspiração, Injeção e Reaspiração do cisto) 5- 15 cm (eficácia questionada por alguns autores - letalidade). - Cirúrgico: Localizações acessíveis e cistos volumosos. Diagnóstico • Métodos de imagem • Testes imunológicos (detecção de anticorpos) • Exame microscópico: metástases (urina, expectoração brônquica) (ruptura do cisto) • Hemograma → eosinofilia (mostra que tem helminto ou alergia, mas é mais geral) Profilaxia • Tratamento dos cães; • Evitar contato do cão com carcaças de ovelhas; • Higiene Pessoal e dos alimentos; • Saneamento básico. Atividade de fixação São hiperendêmicos com alta gravidade. Necessitam de programas de controle Atinge principalmente as populações mais pobres ECTOPARASITOS Seres de espécies diferentes que vivem sobre o hospedeiro: irritação/inflamação, perda de sangue ou peso, transmissão de doenças (vetores ou veículos). Artrópodes como ectoparasitos e como vetores de doenças parasitárias • Filo Artrhopoda = Pés articulados (podas = pés; arthro = articulação). • 1.500.000 espécies já descritas. • Simetria bilateral, com esqueleto externo (exoesqueleto) formado pelo tegumento (epiderme e a cutícula). • Artrópodes: • Classe Insecta: Hemiptera, Diptera, Anoplura e • Siphonaptera. • Classe Arachnida: Acari Muscomorpha e miíases Vetores mecânicos importantes Dípteros muscóides - Grande importância na medicina humana e veterinária e na agricultura; -Saúde humana: vetores, contaminadores e causam miíases; Miíase: “Larvas de dípteros que se alimentam dos tecidos vivos ou necrosados do hospedeiro” – myie = mosca, ase = doença; Fatores de Risco: Higiene pessoal precária.(idosos, moradores de rua, pessoas com doenças mentais)/ Baixa condição socioeconômica DOENÇAS ECTOPARASITÁRIAS aaaaaaa Ana Melo Classificação Anatômica • Dérmica •Sub-dérmica • Naso-faríngea • Ocular • Intestinal ou Entérica • Urogenital Classificação pelas lesões • Traumáticas (lesões abertas) – bicheira • Furunculares (formam cistos) – berne Classificação pela relação parasito-hospedeiro • Podem ser: • Primárias - produzidas por espécies ectoparasitas que são capazes de iniciar uma miíase • Secundárias - não são capazes de iniciar uma miiáse, a não ser secundariamente a uma outra miíase ou ferida. • Pseudomiíases: larvas ingeridas. • Obrigatórias (primárias) - as larvas se desenvolvem exclusivamente em tecidos vivos, não são capazes de sobreviver fora do hospedeiro – larvas biontófagas • Facultativa ou acidental (secundárias) – larvas se desenvolvem em matéria orgânica em decomposição, tais como carcaças, fezes, e ocasionalmente depositam seus ovos ou larvas em tecidos vivos do hospedeiro - larvas necrobiontófagas PRINCIPAIS ESPÉCIES Traumáticas -Cochliomyia hominivorax e Cochliomyia macellaria - Popularmente conhecida como Varejeira, muito comum nas Américas; - Verde com reflexo azul metálico e com três faixas longitudinais no tórax; - Olhos e cabeça amarelados; - Clima quente e úmido. Cochliomyia hominivorax • Larvas parasitam obrigatoriamente tecidos vivos → biontófagas • Fêmeas depositam de 10 a 300 ovos → miíase primária, geralmente de tecido cutâneo. • Larva → pode invadir orifícios naturais (nasal, ocular, auricular, oral, vaginal, anal). • Se não controladas → pode ocorrer alta mortalidade. PRINCIPAIS ESPÉCIES - Traumáticas Chrysomya (necrobiontófaga) - Metálica, verde – três faixas escuras no abdômen. Varias espécies importantes; - Se alimentam de fezes e podem veicular importantes patógenos; - Aspecto geral: Lesão repleta de larvas, são agressivas e podem destruir grandes massas teciduais; - Alerta para ausência de cuidados de determinados grupos (idosos, saúde mental, moradores de rua) – são atraídas pelo cheiro de urina e fezes secas em vestimentas. Tratamento - Deve ser iniciado o mais rápido possível!!! - Limpeza da ferida – anestésico local (quando necessário) - Retirada mecânica das larvas, se não for possível inseticidas próprios (veterinários - Vallecid®); - Bacteriostático: Clindamicina; - Casos mais graves – acompanhamento longo – cirurgia plástica. Furuncular - Dermatobia hominis – berne -Adultos não se alimentam; Ana Melo - Vivem 24 horas; - Após a cópula a fêmea captura outro inseto e deposita ovos em seu abdômen; - Quando a mosca vetora entra em contato com um vertebrado as larvas saem e penetram na pele – 40/60 dias; -Larvas tem fileiras de espinhos em vários segmentos, do corpo e um par de proeminentes ganchos orais. Dermatobia hominis • Peças bucais rudimentares, olhos vermelho-tijolo. • Tórax revestido de cerdas escuras, abdome azul- metálico. Tratamento: - Nunca forçar a saída do berne antes de matá-lo!!! - Raspar os pelos ao redor – colocar com firmeza um esparadrapo e esperar 1 hora; - Retirar o esparadrapo, se o berne não sair – comprimir; -Bacteriostático Musca domestica • Morfologia: Tórax de coloração cinza-amarelado a cinza- escuro; abdômen amarelado. • Local: interior de residências, estábulos, granjas, mercados, matadouros, feiras-livres, etc. • Importância: transmissão de agentes patogênicos a humanos e animais, por frequentarem fezes, urina e matéria orgânica em decomposição => vetores mecânicos (cistos de protozoários, ovos de helmintos). PARASITOS DO TEGUMENTO •ANOPLURA - “PIOLHOS” Piolhos: habitats • Pediculus capitis/Pediculus humanus; • Pthirus pubis; • Pediculus capitis : cabeça • Pediculus humanus : na roupa, em áreas protegidas do corpo • Pthirus pubis : predominantemente na área pubiana. • Os ovos são depositados mediante substância cimentante em fios de cabelo ou de roupas • Ciclo evolutivo: após 10 dias eclode e começa sugar sangue, estádio ninfa, após 14 dias ficam maduros - Ectoparasitos comuns; - São insetos pequenos, sem asas , presença de garras no tarso; - Vivem aderidos aos pelos (cabeça e região pubiana) ou fibras das roupas; - São hematófagos em todos os estágios de desenvolvimento - Pediculus capitis – colocam os ovos na base do fio de cabelo – lêndeas IMPORTÂNCIA Pediculose do couro cabeludo; Pediculose do corpo; Pitiríase, fitiríase, pediculose do púbis; Ana Melo Sintomas: prurido e irritação, infecções secundárias, ínguas e alopecia; Crianças subnutridas: anemia – espoliação sanguínea e estigma – diminuição do rendimento escolar; Casos de automedicação – podem ser fatais!!! A transmissão ocorre por contato- P. capitis; no caso de P. humanus ocorre através de vestes; P. pubis ato sexual; Tratamento: Pediculus humanus – mergulhar a roupa em água com formol ou Lysoform, tratar lesões com pomadas a base de corticoides e antibióticos; Pediculus capitis – medicamentos - grande risco de uso – cabeça extremamente vascularizada. Indução de resistência; Catação manual; Pente fino; Ar quente; Raspagem da cabeça Óleos, cremes, Salina. Hematofagia do piolho → Criança pode desenvolver anemia em caso de infestações severas Medicamentos: Benzoato de benzila – não deve ser usado quando há infecções secundárias; Organoclorados – tóxicos; Piretróides – relatos de resistência; RECOMENDADOS: deltametrina (Deltacid); permetrina (Kwell); bioaletrina (Vapio) – 20 a 30 minutos Tratamento Pthirus pubis - Ivermectina via oral Transmissão: contato sexual, ocasionalmente: roupas de uso pessoal - lençóis de cama e mesmo toalhas. É transmitido por alguém infestado em 95% das relações sexuais. O piolho pubiano habita preferencialmente a região da púbis, mas o fato de possuir garras serrilhadas permite- lhe transitar por todo o corpo humano. •Pulgas e “bicho de pé” •Insetos hematófagos, sem asas; •Existem mais de três mil espécies; •Apenas a fase adulta parasita. • Pulex irritans; • Xenopsila cheopis; •Tunga penetrans Parasitos: espoliadores sanguíneos, provocam ações irritativas (dermatites, alergias). Causam lesão mecânica e podem carrear patógenos. Transmissores de doenças: viroses (coelhos), Yersina pestis (peste bubônica). Salmonella sp. Hospedeiros intermediários – Hymenolepis nana Tunga penetrans Após a cópula as fêmeas penetram na pele – humanos, suínos, caninos e felinos – onde se alimentam de líquido tissular e sangue; Homem: penetram, principalmente, na sola plantar, calcanhar e cantos dos dedos; Sua presença está relacionada ao uso de esterco. - Provocam intenso prurido, grandes infestações podem causar dificuldade de locomoção; - Veiculação de patógenos: Clostridium tetani (tétano) Paracoccidioides brasiliensis (micose). Profilaxia e controle: nenhuma espécie é exclusiva do ser humano, manejo adequado de animais. Higiene intra e peridomiciliar; Higiene pessoal. Controle químico. Tratamento: remoção da pulga, bacteriostático local. Artrópodes de interesse médico: Classe Arachnida, Ordem Acari • Sarcoptes scabiei: - Causador da sarna ou escabiose; - Localização: Palma das mãos, pés ou cabeça; - Transmissão: Contato direto - Patogenia: Causa prurido e crostas salientes. - Infecção ocorre por contato pessoa-pessoa ou objetos contaminados (roupa, pentes, dentre outros) • Dermatophagoides farinae: - Ácaros presentes em poeiras domésticas; Ana Melo - Causadores de dermatites humanas e asma • Carrapatos (Ordem Ixodides) • Espécies que parasitam animais: cães, bovinos – causam importantes prejuízos agropecuários; • Principal espécie que ataca o homem Amblyomma cajennense – “carrapato estrela”. • Transmissor da febre maculosa (Rickettsia rickettsii); Delírio Parasitário • Síndrome de Ekbom • Alteração psiquiátrica: paciente imagina ter parasitos cutâneos (insetos, vermes); • Quadro pode evoluir paraauto mutilação (como prova); • Drogas ilícitas, diabetes, esquizofrenia, depressão; • Síndrome da caixa de fósforos: levam partes ou detritos de insetos encontrados em suas peças EPIDEMIOLOGIA • Geo-helmintíase amplamente difundida. • Prevalência mundial: 800 milhões de casos; •Padrões socioeconômico e higiênico precários; •Afeta o desenvolvimento físico, intelectual e cognitivo; • Prevalência no Brasil: 35 a 39%; • A intensidade da infecção varia com a idade do hospedeiro. • A prevalência está diretamente relacionada com as condições de saneamento básico. • O homem é o principal hospedeiro. • Agente etiológico: Trichuris trichiura (thrix, trikhos = cabelo; oura = cauda) • Conhecidos como “vermes chicote” (whipworm). • Maior prevalência nas regiões tropicais e subtropicais Hábitat ✓São parasitos do intestino grosso do homem (ceco e no cólon sigmoide). ✓ É considerado por muitos um parasito tissular, pois toda a região esofagiana do parasito penetra na mucosa intestinal. ✓ A porção posterior permanece exposta na luz intestinal, facilitando a fecundação e a eliminação dos ovos. Morfologia 1. Adultos = Medem de 3 a 5 cm de comprimento, com o macho menor que a fêmea. 2. Ovos (200/g fezes) = Medem cerca de 50m de comprimento e apresentam formato elíptico. (5 anos no solo). Ciclo Biológico Transmissão • Ovos maduros no ambiente: água, alimentos, poeira. • Podem ser disseminados por mosca doméstica e outros insetos. Diagnóstico • Clínico: Se confunde com o de outras helmintoses, exceto quando há prolapso retal. • Laboratorial: ✓ Ovos nas fezes: HPJ ou Kato (mais usado) ✓ Controle de cura: 7º, 14º e 21º dias TRICURÍASE aaaaaaa Ana Melo Patogenia • As lesões provocadas pelo verme são confinadas ao intestino. Em condições excepcionais - migram para o apêndice ou vesícula biliar • Vermes na mucosa: reação inflamatória - dor abdominal, disenteria, sangramento, tenesmo (vontade de evacuar) e prolapso retal. • Exame físico em crianças: distensão abdominal (timpanismo), palidez, emagrecimento e atraso pôndero- estatural. • Lesões dependem da carga parasitária e do estado nutricional do paciente; • Quadro assintomáticos; • Sintomatologia padrão: diarreia ou disenteria, insônia ou sonolência, irritabilidade, apatia, anorexia, palidez, adinamia. • Sintomatologia com alto grau de parasitismo: cólica, diarreia crônica, prolapso retal, anemia hipocrômica, palidez acentuada, enterorragia, hipodesenvolvimento. Profilaxia e Tratamento - As medidas profiláticas são semelhantes a de outras helmintoses intestinais. ✓ Agente etiológico: Enterobius vermicularis ✓ Antigo genêro Oxyuris ✓ Gênero Enterobius ✓ Distribuição mundial: cosmopolita, mais comum em países de clima temperado Epidemiologia • Possui alta prevalência nas crianças em idade escolar. • Estados Unidos e Europa: 40% • Transmissão doméstica ou em ambientes coletivos (escolas, creches). • Fatores que colaboram na transmissão: ✓ As fêmeas eliminam grande quantidade de ovos. ✓ Em poucas horas os vermes se tornam infectantes. ✓ Os ovos podem resistir até três semanas em ambientes domésticos, contaminando alimentos e a poeira. ✓ Hábito de sacudir as roupas de cama pela manhã Morfologia .1 – Adultos: Filiformes, de cor branca. Na extremidade anterior, lateralmente a boca, possuem expansões vesiculosas chamadas “asas cefálicas”. 3. – Ovo: ✓ Mede cerca de 50 micrômetros de comprimento, com o aspecto grosseiro de um “D”. ✓ Possui membrana dupla, lisa e transparente. ✓ No momento que sai da fêmea, já apresenta uma larva em seu interior. Ciclo ✓ O ciclo é monoxênico. ✓ Após a cópula os machos morrem e são eliminados com as fezes. ✓ Fêmeas com “saco de ovos”. ENTEROBIOSE Ana Melo Hábitat ✓ Machos e fêmeas vivem no ceco, apêndice, colo e reto. ✓ As fêmeas repletas de ovos (5 a 16 mil ovos) são encontradas na região perianal. Sintomas ✓ Na maioria dos casos passa desapercebida: assintomática. ✓ Prurido anal e vulvar, principalmente a noite e proctite. ✓ Prurido: infecções secundárias, perda de sono e nervosismo. ✓Prurido vulvar: excitação sexual - pode levar a onanismo (masturbação), principalmente em meninas. ✓Ausência de eosinofilia sanguínea – ausência de fase tecidual. Patogenia ✓ Mucosa congesta com pontos hemorrágicos dispersos, coberta com mucosidade sanguinolenta, contendo ovos ou mesmo exemplares de vermes ✓ Comprometimento extraintestinal raro: ✓ trato genital feminino - migração do verme do ânus para a vagina: reações inflamatórias granulomatosas. ✓ Outros envolvimentos extraintestinais: excepcionalmente descritos em sítios como nariz, seios da face, olhos, ouvido externo, próstata, epidídimo, região inguinal, tecido subcutâneo Diagnóstico Clínico: Prurido anal noturno e contínuo. Laboratorial: Exame de fezes não funciona bem para essa verminose. - Método mais indicado é o da fita adesiva ou fita gomada (ou GRAHAM) TRATAMENTO - Pamoato de pirantel, 10mg/kg, dose única, via oral. - Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Essa dose independe do peso corporal e da idade; - Albendazol, 100mg/kg, dose única (crianças), até o máximo de 400mg. - Nitazoxanita, 7,5 mg/kg, dividido em duas tomadas durante três dias, comprimidos ou suspensão. - Ivermectina, 200 μg/kg em dose única Profilaxia • A roupa de dormir do paciente não deve ser sacudida, mas enrolada e lavada em água fervente. • Tratamento de todas as pessoas parasitadas da família. • Corte rente das unhas, aplicação de pomada na região perianal ao deitar-se, banho ao levantar e limpeza doméstica com aspirador de pó. Principais filárias que infectam o homem no Brasil: • Wuchereria bancrofti • Mansonella ozzardi • Onchocerca volvulus • Dirofilaria immitis FILARIOSES aaaaaaa Ana Melo Filaríoase linfática Doença conhecida na Arábia pelos médicos hindus e persas, alguns séculos antes de Cristo e confundida com a etiologia da lepra e das micoses. • Principais agentes etiológicos: Wuchereria bancrofti, Brugya malayi e B. timori • Mais de um bilhão de indivíduos expostos ao risco de infecção no mundo • Mais de 1 bilhão de indivíduos em risco • 120 milhões de indivíduos atualmente infectados • 40 milhões de indivíduos incapacitados ou desfigurados pela doença em todo o mundo – importante causa de incapacidade física permanente ou de longo prazo no mundo! Aspectos Gerais • Parasito intravascular; • Homem único hospedeiro; • Vetor no Brasil: Culex quinquefasciatus (muriçoca, carapanã) • Origem: Tráfico de escravos • No Brasil: apenas Wuchereria: foco único na região metropolitana de Pernambuco - Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes e Paulista - próximo de alcançar interrupção da transmissão (SVS, 2019) Formas evolutivas: • Vermes adultos: machos e fêmeas têm corpos delgados e leitosos – longevidade de 5-10 anos. - Macho tem 4,0 cm x 0,1 mm e extremidade caudal fortemente enrolada. - Fêmea tem 8-10 cm x 0,3 mm. - Habitam os vasos e gânglios linfáticos: Pernas e no escroto (principalmente) e braços e mamas. Formas Evolutivas • Fertilização: embriões liberados na circulação linfática; • Microfilária: embrião microscópico (~250 µm) revestido por uma bainha cuticular flexível e com coluna de núcleos. •Apresentam periodicidade noturna (Culex) CICLO Fisiopatologia da filariose linfática Linfangiectasia aguda A LFA produz um cordão subcutâneo visível, podendo ou não, ser acompanhado de sinais gerais como febre, cefaléia, fraqueza e dor muscular. A linfadenopatia é causada pelo enfartamento dos gânglios linfáticos comprometidos,os quais formam uma massa palpável compacta de superfície irregular, na qual não se identificam os gânglios isoladamente. Ana Melo Eosinofilia Pulmonar Tropical (EPT) • Amento de IgE total; • Céls inflamatórias nos infiltrados pulmonares (hipereosinofilia); • Infiltração pulmonar de macrófagos – asma, febre, broncopneumonia e abscessos eosinofílicos com microfilárias => fibrose – aleteração da função Diagnóstico • Pesquisa de microfilárias no sangue ou na urina (quilúria e hematúria) • Sangue: gota espessa da polpa digital a noite ou de dia com DEC (coleta após 20-40min) • Classificação Específica na FIOCRUZ-PE; • Pesquisa de vermes adultos: biópsia de linfonodos, US (dança das filárias) Terapêutica • O medicamento de escolha no Brasil, disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é a dietilcarbamazina (DEC); • A DEC apresenta rápida absorção e baixa toxicidade, utilizada na forma de comprimidos de 50mg do princípio ativo. • O esquema padrão de tratamento, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é de 6mg/kg/dia por 12 dias, podendo-se dividir a dose total diária em 3 subdoses. • A DEC é micro e macrofilaricida • Evitar sua administração em crianças com menos de 2 anos, gestantes, mulheres no período de lactação e portadores de doenças crônicas (cardiopatas e renais crônicos) Importante: manejo da morbidade e prevenção de incapacidade (MMPI) - reduzir o sofrimento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes acometidos. • Acesso a cuidados básicos de saúde de qualidade e adequados para esses pacientes: - Hidrocele: tratamento cirúrgico. - Linfedema: repouso do membro afetado, drenagem linfática. - Hábitos de higiene e cuidados com a epiderme: evitar infecções microbianas oportunistas. Caso presente: antibióticos e/ou antifúngico Profilaxia • Diagnóstico e tratamento dos infectados; • Controle vetorial. • Potencialmente erradicável (ausência de reservatórios animais) – em fase de eliminação no país! • Ausência de casos desde 2013. • 2020: dossiê para certificação da eliminação da doença no Brasil encaminhado a OMS. Notificação é compulsória, notificar também filárias adquiridas em outras regiões geográficas.
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