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FUNCIONAMENTO DAS ATENÇÕES NO SUS - primária, secundária e terciária.

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FUNCIONAMENTO DAS ATENÇÕES NO SUS. 
Qual é a definição de atenção primária? 
A atenção primária à Saúde (APS) é uma estratégia de organização voltada para responder de forma regionalizada, contínua e sistematizada a maior parte das necessidades de saúde de uma população, integrando ações preventivas e curativas, bem como a atenção a indivíduos e comunidades.
Em 1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) realizaram a I Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde em Alma-Ata, no Cazaquistão, antiga União Soviética, e propuseram um acordo e uma meta entre seus países-membros para atingir o maior nível de saúde possível até o ano de 2000, através da APS. Essa política internacional ficou conhecida como “Saúde para Todos no Ano 2000”. A Declaração de Alma-Ata, como foi chamado o pacto assinado entre 134 países, defendia a seguinte definição de APS, aqui denominada: cuidados primários de saúde (FIOCRUZ,2009). 
A atenção básica ou atenção primária em saúde é conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica funciona, portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos.
 
No Brasil, há diversos programas governamentais relacionados à atenção básica, sendo um deles a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo. Consultas, exames, vacinas, radiografias e outros procedimentos são disponibilizados aos usuários nas UBSs. 
A atenção básica também envolve outras iniciativas, como: as Equipes de Consultórios de Rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que busca alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades etc. 
A Atenção Primária é o primeiro nível de atenção em saúde e se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde das coletividades.
A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. 
A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos “atenção básica” e “Atenção Primária à Saúde”, nas atuais concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos: os princípios e as diretrizes definidos neste documento. A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica. A qualificação da Estratégia Saúde da Família e de outras estratégias de organização da atenção básica deverá seguir as diretrizes da atenção básica e do SUS, configurando um processo progressivo e singular que considera e inclui as especificidades locorregionais. (Fonte: PNAB)
2. Quais profissionais são necessários para montar uma equipe de saúde da família e quais as competências de cada um? Quais ações essa equipe deve realizar?
 O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os integrantes da equipe e aqueles com o saber popular do Agente Comunitário de Saúde.
A equipe é composta por, no mínimo, 1 médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, 1 enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, 1 auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde (6) (ACS). Pode-se acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal(ou equipe de Saúde Bucal-eSB): cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. 
As possibilidades de profissionais para composição do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) são: assistente social; profissional de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; profissional com formação em arte e educação (arte educador); nutricionista; psicólogo; terapeuta ocupacional; médico ginecologista/obstetra; médico homeopata; médico pediatra; médico veterinário; médico psiquiatra; médico geriatra; médico internista (clínica médica); médico do trabalho; médico acupunturista; e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas. 
Agente Comunitário de Saúde (ACS) Considerado o elo com a comunidade, não há dúvidas quanto às suas atribuições; entretanto, nem sempre é considerado “membro efetivo” da Equipe de Saúde da Família, por não participar das reuniões com demais profissionais (salvo com o enfermeiro), ou por não ter acesso ao prontuário e às informações (questiona-se a possibilidade de manutenção do sigilo) (JUNGES et al., 2009).seis (6) agentes comunitários de saúde, o número de agentes deverá ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por agente comunitário e de 12 agentes por equipe de Saúde da Família. Cabe ao ACS: I - Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividade; II - Trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a microárea; III - Estar em contato permanente com as famílias desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da saúde e à prevenção das doenças, de acordo com o planejamento da equipe; IV - Cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados; V - Orientar famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; VI - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e de agravos, e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito daquelas em situação de risco; VII - Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade, de acordo com as necessidades definidas pela equipe; e VIII - Cumprir com as atribuições atualmente definidas para os ACS em relação à prevenção e ao controle da malária e da dengue, conforme a Portaria nº 44/GM, de 3 de janeiro de 2002.
Auxiliar e Técnico de Enfermagem
 Este profissional da equipe acompanha as visitas domiciliares com maior frequência e, entre as atribuições listadas abaixo, é o principal responsável pelas ações educativas na unidade. É de sua competência: I - Participar das atividades de assistência básica, realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na Unidade de Saúde Familiar (USF) e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.); II - Realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a famílias em situação de risco, conforme planejamento da equipe; e III - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. 
Enfermeiro
 Segundo o Anexo I da Portaria,compete ao enfermeiro: I - Realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade; II - Conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações; III - Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS; IV - Supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem. 
VI - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
Médico 
As competências inerentes à prática clínica não são simplificadas para que atendam aos pressupostos da atenção básica, mas devem se articular com a determinação social da saúde. São atribuições do médico, segundo o Anexo I da Portaria nº 648/GM: I - Realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos,diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade; II - Realizar consultas clínicas e procedimentos na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.); III - Realizar atividades de demanda espontânea e programada em clínica médica, pediatria, gineco-obstetrícia, cirurgias ambulatoriais, pequenas urgências clínico cirúrgicas e procedimentos para fins de diagnósticos; IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a serviços de média e alta complexidade, respeitando fluxos de referência e contrarreferência locais, mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário, proposto pela referência; V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento do usuário; VI - Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente dos ACS, Auxiliares de Enfermagem, ACD e THD; VII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
Auxiliar de Saúde Bucal (ASB) 
São atribuições do auxiliar: I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde; II - Proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados; III - Preparar e organizar instrumental e materiais necessários; IV - Instrumentalizar e auxiliar o cirurgião-dentista e/ou o THD nos procedimentos clínicos; V - Cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos; VI - Organizar a agenda clínica; VII - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; e VIII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
Técnico de Saúde Bucal (TSB)
 Cabe ao técnico de saúde bucal: I - Realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção, prevenção, assistência e reabilitação) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, segundo programação e de acordo com suas competências técnicas e legais; II - Coordenar e realizar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos; III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; IV - Apoiar as atividades dos ACD e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal; e V - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. 
Cirurgião-Dentista 
São competências específicas do cirurgião-dentista, de acordo com o Anexo I da Portaria nº 648/GM: I - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal; II - Realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais; III - Realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento local, com resolubilidade; IV - Encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de assistência, mantendo sua responsabilização pelo acompanhamento do usuário e o segmento do tratamento; V - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; VI - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; VII - Contribuir e participar das atividades de educação permanente do THD, do ACD e do ESF.
VIII - Realizar supervisão técnica do THD e do ACD; e IX - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. 
Nota-se que a integração com ações de saúde de forma multidisciplinar está colocada de forma sutil, mas, segundo o documento que subsidia a discussão acerca das competências profissionais para egressos de cursos de especialização em Saúde da Família da Universidade Aberta do SUS, essa é a primeira competência destacada para essa categoria profissional, qual seja: trabalhar integrado com os profissionais da Equipe de Saúde da Família, entendendo a limitação das atividades específicas de cada profissão. 
3.Quais os princípios do trabalho de uma equipe de saúde da família, que garanta um olhar ampliado de saúde na atenção primária? Qual o funcionamento/estratégia de uma equipe de saúde da família e como organizar as necessidades individuais?
1 DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA
 A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. 
É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. 
Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde de maior frequência e relevância em seu território, observando critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos. É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das pessoas. 
Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde. Orienta-se pelos princípios MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica 20 da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. A atenção básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzira atenção integral. 
A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes: 
I - Ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com impacto na situação, nos condicionantes e nos determinantes da saúde das coletividades que constituem aquele território, sempre em consonância com o princípio da equidade;
 II - Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da rede de atenção, acolhendo os usuários e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde. O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde que parte do princípio de que a unidade de saúde deva receber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de modo universal e sem diferenciações excludentes. O serviço de saúde deve se organizar para assumir sua função central de acolher, escutar e oferecer uma resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população e/ou de minorar danos e sofrimentos desta, ou ainda se responsabilizar Política Nacional de Atenção Básica 21 pela resposta, ainda que esta seja ofertada em outros pontos de atenção da rede. A proximidade e a capacidade de acolhimento, vinculação, responsabilização e resolutividade são fundamentais para a efetivação da atenção básica como contato e porta de entrada preferencial da rede de atenção;
 III - Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A adscrição dos usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. O vínculo, por sua vez, consiste na construção de relações de afetividade e confiança entre o usuário e o trabalhador da saúde, permitindo o aprofundamento do processo de corresponsabilização pela saúde, construído ao longo do tempo, além de carregar, em si, um potencial terapêutico. A longitudinalidade do cuidado pressupõe a continuidade da relação clínica, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida dos usuários, ajustando condutas quando necessário, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da coordenação do cuidado;
 IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integrando as ações programáticas e demanda espontânea; articulando as ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica 22 vigilância à saúde, tratamento e reabilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins e à ampliação da autonomia dos usuários e coletividades; trabalhando de forma multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; realizando a gestão do cuidado integral do usuário e coordenando-o no conjunto da rede de atenção. A presença de diferentes formações profissionais, assim como um alto grau de articulação entre os profissionais, é essencial, de forma que não só as ações sejam compartilhadas, mas também tenha lugar um processo interdisciplinar no qual progressivamente os núcleos de competência profissionais específicos vão enriquecendo o campo comum de competências, ampliando, assim, a capacidade de cuidado de toda a equipe. Essa organização pressupõe o deslocamento do processo de trabalho centrado em procedimentos, profissionais para um processo centrado no usuário, onde o cuidado do usuário é o imperativo ético-político que organiza a intervenção técnico-científica; e 
V - Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território, no enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, na organização e orientação dos serviços de saúde a partir de lógicas mais centradas no usuário e no exercício do controle social. A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos “atenção básica” e “Atenção Primária à Saúde”, nas atuais concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos: os princípios e as diretrizes definidos neste documento. A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua Política Nacional de Atenção Básica 23 estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica. A qualificação da Estratégia Saúde da Família e de outras estratégias de organização da atenção básica deverá seguir as diretrizes da atenção básica e do SUS, configurando um processo progressivo e singular que considera e inclui as especificidades locorregionais.
Os princípios são a base da organização da Saúde da Família, como o alicerce em uma construção. Portanto são fundamentais para garantir a sustentabilidade do modelo.
A Portaria 648/GM, de março de 2006 (BRASIL, 2006) apresenta cinco princípios gerais da ESF:
• Caráter substitutivo;
• Territorialização;
• Planejamento e programação;
• Intersetorialidade e,
• Espaço de construção da cidadania.
a) Caráter substitutivo: É importante entender que a ESF tem caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica Tradicional. Mas, o que isto significa? Significa que a Saúde da Família deve se organizar de forma diferenciada à dos ambulatórios focados nas especialidades médicas básicas (Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Clínica geral) e principalmente de ações puramente “curativistas”, como era costume.
Este caráter substitutivo deverá promover mudanças na forma de fazer a atenção básica em saúde, portanto, não apenas da ESF, mas também dos gestores e usuários do SUS (CORREIA et al., 2010).
b) Territorialização: A expansão e a qualificação da atenção básica, organizadas pela estratégia Saúde da Família, compõem parte do conjunto de prioridades políticas apresentadas pelo Ministério da Saúde e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde.
Esta concepção supera a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na doença, desenvolvendo-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade (ARRETCHE, 1996).
Aqui a ideia de território não deve apenas se entender como uma socialização do espaço geográfico. A territorialização que emana dos documentos do SUS está baseada também em aspectos gerenciais e técnicos. Territorialização, nesse sentido, teria a função de “identificação de prioridades de intervenção e de conformação de sistemas funcionais de saúde (...) de forma a garantir o acesso dos cidadãos a todas as ações e serviços necessários para a resolução de seus problemas de saúde, otimizando os recursos disponíveis.” (BRASIL, 2004).
Em se tratando de ESF, fica mais claro quando se fala em atuação no território. Mas o que significa isto na prática? Significa que cada equipe atende a uma população definida, que também é conhecida com adscrição da clientela (CORREIA, et al., 2010).
A delimitação do território de atuação da equipe e da população para a qual irá trabalhar possibilita o estabelecimento de vínculo de compromisso entre a equipe e o usuário.
Essa atuação no território se dá principalmente pelo cadastramento das famílias, tarefa feita exclusivamente pelos agentes Comunitários de saúde (ACS), este cadastramento deve ser o começo para a realização de um diagnóstico situacional do território, com o fim de que toda a organização das ações tenha base nos problemas reais de saúde adstrita àquela equipe.
Desde o início da ESF se trabalhou com a adscrição de clientela,e, de acordo com a legislação vigente, a equipe multiprofissional deveria ser responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo a média recomendada de 3.000 (BRASIL, 2006).
A divisão desta territorialização em micro áreas facilita o trabalho da ESF, não apenas pelo fato de mapear as residências por domicílio e de conhecer, de forma mais aproximada a sua clientela, mas, principalmente por poder organizar seus esforços, como monitorar e avaliar suas ações e seus resultados (LEITE, 2001)
c) Planejamento e programação: Baseiam-se no diagnóstico situacional, no qual o foco são as famílias e a comunidade e são organizados através dos resultados obtidos principalmente da atuação no território.
É praticamente impossível obter bons resultados quando não se conhecem as necessidades da comunidade, o que torna impraticável o planejamento e a programação de atividades sem o conhecimento dessas necessidades.
Com isto, muitas vezes, apesar das equipes trabalharem muito, os resultados obtidos são pequenos, de baixo impacto, pois a organização da sua agenda não tem como base o diagnóstico situacional e, frequentemente, além de sempre lotada, acaba por repetir uma oferta de serviços extremamente tradicional, descaracterizando o primeiro princípio aqui apresentado, que é o caráter substitutivo da ESF (CORREIA, et al., 2010).
d) Intersetorialidade: Também pode ser referido como a busca e integração com instituições e organizações sociais, podendo esta integração ser dentro ou fora da sua área de abrangência com o intuito de desenvolver parcerias que possam contribuir para a produção de saúde e melhoria da qualidade de vida da população (ALMEIDA FILHO, 2000).
Que intersetorialidade é esta? Que tipo de parcerias são essas?
Podem ser desde a mais simples até a mais complexa. O exemplo a seguir facilitará o entendimento sobre esse assunto.
e) Espaço de construção de cidadania: Para melhor entendimento deste quinto e último princípio, é necessário conhecer o conceito de cidadão. Ferreira (2001) refere que ser cidadão é gozar dos direitos políticos e civis de um Estado. E, Correia (2010) conclui que cidadania é a condição de cidadão.
Refere também que o território da Equipe de Saúde da Família é o espaço para reafirmar a cidadania, a intenção é que neste território os direitos individuais e coletivos da população sob cuidados da Saúde da Família sejam praticados. E neste, se envolvem todos os direitos civis, inclusive os relacionados com a saúde, dispostos na Constituição Brasileira e leis regulamentadoras da saúde.
Quando percebido pela comunidade, ou pela equipe, que os direitos não são exercidos, é preciso que haja uma mobilização para que se alcancem condições dignas de vida, em todos os seus aspectos. E isso implica ao profissional a compreensão da abordagem social dos problemas de saúde e o envolvimento do mesmo com a comunidade e desta com a equipe. 
4.Qual a importância de uma atenção primária de qualidade para a população e qual o percentual de problemas de saúde que essa atenção consegue resolver?
O principal pilar do sistema brasileiro é a Atenção Primária à Saúde (APS), que é o primeiro nível de atendimento do paciente, envolvendo ações com foco principalmente na prevenção de doenças, orientação, diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo dos casos.
Ao investir na prevenção e no monitoramento de doenças em seus estágios iniciais, é possível evitar que a população busque atendimento apenas em casos graves, diminuindo a demanda dos hospitais e das unidades de pronto-atendimento.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo desses postos é atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para hospitais.
Até setembro de 2011, o país contava com 38 mil UBSs. Nelas, os usuários do SUS podem realizar consultas médicas, curativos, tratamento odontológico, tomar vacinas e coletar exames laboratoriais. Além disso, há fornecimento de medicação básica e também encaminhamentos para especialidades dependendo do que o paciente apresentar.
5.Como definir ou delimitar a área de abrangência de uma equipe de saúde? O que é a territorialização da saúde?
Unidades Territoriais
É a menor unidade de planejamento regionalizado, com complexidade assistencial superior ao módulo assistencial, podendo corresponder a uma microrregião ou a uma região de saúde.
A regionalização e a municipalização do SUS fez surgir a necessidade de estruturar distritos sanitários, que devem funcionar como unidade operacional básica mínima; cada distrito sanitário deve ter uma base territorial, delimitada geograficamente, de acordo com o perfil epidemiológico e demográfico da população; o distrito sanitário deve ser minimamente resolutivo, atendendo as necessidades em saúde da população de seu território, tanto no que se refere aos cuidados individuais quanto coletivos, promovendo a prevenção, atendendo em nível ambulatorial e em internações.
Território-área
É a área de abrangência de uma unidade básica de saúde, que deve corresponder à corresponsabilidade entre a população e o Poder Público, por meio dos prestadores de serviços à saúde. A área é o espaço de atuação da Unidade Básica de Saúde (UBS), que é formada por microáreas contendo algo em torno de 2400 a 4000 pessoas.
Território-microárea
É a subdivisão do Território-área, cuja característica é concentrar condições socioeconômicas, ambientais, epidemiológicas etc. mais homogêneas, para facilitar a implantação de programas e desenvolver a vigilância em saúde; cada microárea deve contar no máximo 750 habitantes, que será a unidade operacional do Agente de Saúde.
Território-moradia
No início do cadastramento das famílias no PSF considerava-se a família como o conjunto de pessoas que dividiam o mesmo espaço de habitação, o espaço de existência de uma unidade familiar.
6.Quando procurar a atenção primária e quando solicitar a atenção especializada?
Atenção primária 
Como vimos, a atenção primária é a “porta de entrada” para o sistema de saúde. É um serviço mais acessível, que deve ser buscado para solução de problemas de saúde comuns, como dor de garganta, torção de tornozelo. 
Atenção secundária 
A atenção secundária é uma forma de atendimento voltada para problemas de saúde que requerem cuidados mais especializados ou até mesmo urgentes, que não podem ser resolvidos na atenção primária. 
É o caso, por exemplo, de uma avaliação de um oftalmologista, uma queimadura de terceiro grau. 
Atenção terciária 
Já a atenção terciária deve ser procurada quando o paciente precisa de atendimento para doenças ou condições de saúde relativamente raras, como cirurgias cardíacas, diálise, tratamentos neurológicos. 
Atenção ao primeiro contato
A atenção primária é o primeiro recurso a ser buscado a cada novo problema de saúde ou novo episódio de um problema recorrente. Para que isso aconteça, ele precisa ser mais acessível de todas as formas. 
A localização das unidades de saúde, a organização, tudo deve ser pensado para que a população seja atendida da melhor forma possível. 
Continuidade do atendimento
É Importante manter o vínculo com a pessoa que chega até a APS para que ela seja atendida de forma cada vez mais eficiente. Esse relacionamento criado entre o time de saúde e as pessoas que utilizam o serviço cria um clima de cooperação mútua que é boa para todos os envolvidos. 
Integralidade do serviço
Mesmo que o paciente seja encaminhado para outras unidades (atenção secundária e terciária), o serviço de atenção primária permanece como corresponsável pelo seu atendimento.
Coordenação do cuidado
Diferentes atendimentos, diagnósticos e terapias são centralizadas nas unidades de APS. A ideia é que o indivíduo seja atendido, preferencialmente, pelo mesmo time de profissionais e que eles tenham visão mais contínua do acompanhamento. 
Como funciona a APS na saúde suplementar
A ANS acredita que a atenção primária à saúde é essencial para que as operadoras de plano de saúde possam oferecerum serviço de mais qualidade aos beneficiários.
Para incentivar essa estrutura de atendimento, a agência lançou o Projeto de Atenção Primária à Saúde para conceder uma certificação às operadoras que cumprirem boas práticas voltadas para a APS. 
Apesar de não ser tão forte quanto no sistema público, a APS está ganhando cada vez mais fôlego na saúde suplementar. Inclusive, muitas empresas estão lançando planos mais baratos com esse enfoque. 
Como o serviço varia de acordo com a operadora, você deve verificar o funcionamento da atenção primária à saúde antes da contratação do plano de saúde. 
De modo geral, funciona assim:
Ao invés de procurar por um especialista no portal da operadora após ter uma dor de cabeça, por exemplo,o beneficiário procura uma Unidade de Atenção Primária, que irá nos ajudar a resolver não só esse sintoma, mas também as possíveis causas. 
Apenas se houver necessidade, será realizado um encaminhamento para especialista e, mesmo se isso acontecer, o time de saúde da APS continua o acompanhamento e auxílio em todas as decisões de diagnóstico e terapia. 
Dessa forma, não é preciso ficar perdido no sistema, pingando de médico em médico, para tentar resolver o problema. Com a APS, você pode contar com uma equipe que conhece todo o seu histórico e evita que cada ida a um serviço de saúde seja o começo de uma nova jornada. 
Durante a conferência do dia 14/05 o grupo se reuniu e compartilhou vivências pessoais de atendimento e compartilhamento também de vídeos que ilustram como é dividido e feito os atendimentos à saúde no sistema público brasileiro. Aprendi que a UBS é composta por um médico ginecologista/obstetra, médico pediatra, um generalista, enfermeiro, técnicos de enfermagem, podendo ter também dentista, e os agentes comunitários. A USF (unidade de saúde da família) é composta por uma equipe mais básica, contendo obrigatoriamente: um médico generalista/especializado em saúde da família e comunidade, um enfermeiro, técnicos de enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde. Porém, além desses profissionais, podem fazer parte da equipe outros profissionais que agregam de acordo com a necessidade da unidade, como por exemplo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, educador físico entre outros.
A saúde da família é essencial na prevenção de doenças, tratamento, acompanhamento médico e educação da região.
É de extrema importância saber identificar os problemas para encaminhá-los a tratamentos mais complexos/especializados ou não.
Esse ciclo agrega muito no conhecimento e saber os direitos de cada um, para buscarmos sempre a melhora do nosso sistema único de saúde não só como profissionais da saúde mas também como cidadãos.

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