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RELATÓRIO PRATICAS PEDAGOGICAS GENERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA

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FACULDADE DE SUCESSO
PRÁTICAS PEDAGÓGICA 
GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
 PEDAGOGIA M
GRACIELE DE MORAES TORRES
PRÁTICAS PEDAGÓGICA 
GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
PETROLINA - PE
2020
FACULDADE DE SUCESSO 
GRACIELE DE MORAES TORRES
RELATÓRIO PRÁTICAS PEDAGÓGICA 
 GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
Relatório apresentado a Faculdade Sucesso como requisito para a disciplina de práticas pedagógicas do curso de licenciatura plena em pedagogia.
PETROLINA - PE
2020
INTRODUÇÃO
Pensar a escola numa perspectiva da promoção da educação para a diversidade humana implica em superar os inúmeros desafios que ainda persistem neste campo, mas também, reconhecer a escola como um espaço de convívio com a diferença e um dos lugares mais importantes para a discussão e formação de atitudes. 
Conforme Ortiz (2007), tratar da diversidade na escola requer posicionar-se contra processos de discriminação e preconceitos e também perceber que nos diferentes contextos históricos, políticos, sociais e culturais algumas diferenças foram naturalizadas e inferiorizadas gerando tensões e conflitos. 
O mesmo autor ainda contribui dizendo que as sociedades são marcadas pela diversidade e existe em situações históricas determinadas, e encontra-se situada num contexto determinado. Toda diferença é produzida socialmente e é portadora de sentido histórico (ORTIZ, 2007).
Com essa concepção, compreendemos que a diversidade está inserida na cultura e esta é uma construção histórica criada pelos seres humanos em decorrência de sua adaptação ao meio social nas diferentes épocas e modelos de sociedade, e se constitui em meio a relações de poder politicamente construídas. 
Chauí (2000), recorrendo a antropólogos e autores como Marx, Kant, dentre outros, nos mostra que a cultura tem vários significados como as obras humanas que se manifestam em determinada civilização, mas também a relação que os humanos estabelecem com os outros humanos, com o tempo e com o espaço. A autora acrescenta ainda que a cultura representa as lutas reais de seres humanos reais que produzem e reproduzem suas relações sociais, se diferenciando da natureza e dos demais seres em diferentes classes sociais.
A construção social da diversidade é muito mais complexa do que simplesmente uma classificação do que é diferente, pois ela abrange uma série de questões políticas, sociológicas, linguísticas que vai desde as particularidades das comunidades à universalização de direitos.
No Brasil, de acordo com Gomes (2012), são os movimentos sociais, principalmente os de caráter identitário (indígenas, negros, quilombolas, feministas, dentre outros) que colocam na pauta social esses direitos à diversidade. Esses movimentos atuam questionando a forma como a escola, o Estado e as políticas públicas tratam a diversidade cobrando respostas públicas e democráticas e reivindicando que a escola nos seus diferentes níveis e modalidades considere a relação entre desigualdade e diversidade. Como a escola é uma instituição social que está inserida na cultura, produz e reproduz os valores presentes na sociedade propagando discriminações e preconceitos, essas desigualdades sociais transformam-se em desigualdades escolares. Neste contexto, o gênero enquanto construção social do feminino e do masculino e elemento das relações sociais surgem como uma dessas vozes silenciadas na sociedade e está presente particularmente na escola. 
Os padrões de comportamento pertencentes às culturas, como visto anteriormente, durante muito tempo fundamentaram-se em argumentos biológicos que reproduzem desigualdades sociais relevantes entre os sexos. A diferença entre homem e mulher era abordada de forma naturalizada, pois a diferença orgânica e fisiológica representava o corte simbólico entre homens e mulheres. 
Louro (1997, p. 41) comenta:
A princípio, às distinções biológicas, a diferença entre os gêneros serviu para explicar e justificar as mais variadas distinções entre mulheres e homens. Teorias foram construídas e utilizadas para "provar" distinções físicas, psíquicas, comportamentais; para indicar diferentes habilidades sociais, talentos ou aptidões; para justificar os lugares sociais, as possibilidades e os destinos "próprios" de cada gênero. 
Nesta perspectiva, Goellner (2007) nos lembra que se faz necessário pensar também a produção cultural, o papel do corpo, a importância que tem a linguagem nessa construção e como essas diferenças físicas se tornaram desigualdades. A autora chama a atenção, salientando que o corpo faz parte de um contexto histórico e não pode ser apenas natural. Ele é mutável e suscetível a intervenções. As diferenças que hierarquizam homens e mulheres estão constantemente sendo produzidas no meio social através de discursos, filmes, músicas, revistas, livros, imagens, propagandas entre outras (GOELLNER, 2007). 
Beauvoir (1967, p. 9), com a célebre frase: “Não se nasce mulher, torna-se mulher,” mostrou ao mundo que a mulher não tem um destino biológico, ela é formada dentro de uma cultura que define politicamente qual o seu papel no seio da sociedade. Segundo Louro (1997), desde o seu início, a instituição escolar que nos foi legada se incumbiu de separar os sujeitos através de vários mecanismos de classificação que vão desde separar adultos de crianças, ricos de pobres bem como meninos de meninas. 
É indispensável questionar não somente o que se ensina, mas também a forma como se ensina. Esses questionamentos estão em consonância com documentos que apresentam diretrizes sobre o papel do Estado Democrático brasileiro que norteiam a Educação. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), a escola é responsável por uma educação que envolva os alunos no meio social, político e histórico do país buscando a cidadania como forma de transformação da sociedade. O documento afirma também que a escola deve valorizar a pluralidade cultural e posicionar-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de orientação sexual, de etnia ou outras características individuais e sociais (PCNS, 1998). Também reconhece os sujeitos dessas relações como sujeitos de classe, com direitos civis e sociais que precisam ser garantidos nos espaços escolares.
Contribuindo com a reflexão sobre a escola, Freire (2003) considera que educar é construir, libertar homens e mulheres do determinismo, passando a reconhecer o seu papel na história, considerando a sua identidade cultural na sua dimensão individual e coletiva. 
Nesse sentido, entende-se que o espaço escolar reproduz, produz, mas também pode desconstruir relações que oprimem e construir relações que libertem tendo em seus princípios a dignidade humana e a igualdade de direitos.
OBJETIVOS
Nesta perspectiva, o objetivo deste estudo foi o de implementar um Projeto de Intervenção Pedagógica aplicando uma proposta com o tema diversidade de gênero, analisando os discursos e identificar os conhecimentos e contradições sobre relações de gênero, sexualidade, orientação sexual e identidade sexual sob a ótica da bibliografia específica levantada.
MATERIAIS UTILIZADOS
Livros, Videos, Meios de Comunicação, Websites, Revistas entre outros.
METODOLOGIA
Conforme a pesquisa relatada acima podemos afirmar que a invisibilidade do outro vivida na escola exige dos educadores um exercício de pensamento no sentido de criar possíveis estratégias pedagógicas que dialoguem com as demandas sociais emergentes. Contribuindo com esse pensamento Louro (2004), afirma que não basta apenas atribuir aos currículos ou planos políticos pedagógicos, disciplinas transversais, sem uma postura e um compromisso ético dos educadores e gestores educacionais.
Para Ortiz (2007), a noção de diferença e diversidade encontra-se associada e intimamente ligada à ideia do outro. Mas quem é o outro? Neste sentido é oportuno lembrar os autores Duschaky e Skliar (2001), que nos fazem pensar sobre o discurso a respeito da diversidade. Estes em muitas ocasiões servem apenas para tranquilizar nossas consciências, pois se disfarçamde democráticos fazendo uso de palavras da moda, nos dando a ilusão de profundas transformações, mas que apenas renomeiam formas tradicionais de dominação. Também propõem a reflexão sobre os estereótipos que são reproduzidos nas práticas culturais que reforçam a hegemonia da normalidade. Com relação ao sistema educativo, apresentam três versões discursivas do pensamento moderno e pós-moderno:
A primeira seria “o outro como fonte de todo o mal” que predominou nas relações culturais, sociais e políticas durante o século XX. Hobsbawn (1998) assinala que este foi o século mais mortífero da história, não só por causa da envergadura dos conflitos bélicos, mas pelos genocídios sistêmicos, as matanças étnicas, o apartheid, as ditaduras militares, a violência física e legalista contra os imigrantes etc.
Segundo os mesmos autores este controle da alteridade aparece também como violência interna através de leis costumes e moralidades, da fabricação de estereótipos e de sua utilização para garantir uma homogeneização de identidades antes já existentes numa forma velada de diluir os conflitos. A modernidade inventou uma lógica binária para denominar o outro como componente negativo: Marginal, Indigente, Louco, Deficiente, Drogado, Homossexual, Estrangeiro.
Na educação, "o outro como fonte de todo mal" assumiu distintas formas, expressamente violentas ou repentinamente excludentes, porém todas implicaram uma tentativa de descartar o componente negativo, o não idêntico, nas palavras de Adorno (DUSCHAKI; SKLIAR, 2001). 
Para os autores, a segunda forma ocorre quando: 
Os outros como sujeitos plenos de uma marca cultural: Onde entende-se que as pessoas que pertencem a um mesmo grupo cultural vivessem de forma homogênea, harmônica. Como se não houvesse relações de poder e hierarquia na sua constituição. Faz uma severa crítica ao multiculturalismo que de maneira geral ensina a diversidade cultural e não a educação da alteridade. Os outros estão ao alcance das mãos, porém afastados, marcados em fotos, pinturas, músicas, teatros, bandeiras, festas escolares, etc.
O outro como alguém a tolerar propõe o repensar sobre as ambiguidades que o discurso da tolerância expressa. Do mesmo modo que é um ponto de partida para a vida social também pode retirar das pessoas o comprometimento ético frente ao social e ao Estado, transformando-se em indiferença. A tolerância pode materializar a morte de todo diálogo e, portanto, a morte do vínculo social, sempre conflitivo. A tolerância, sem mais, despoja os sujeitos da responsabilidade ética frente ao social e ao Estado, da responsabilidade institucional de assumir a realização dos direitos sociais. O discurso da tolerância na mão das políticas públicas, bem poderia ser o discurso da delegação das responsabilidades, à disponibilidade das boas vontades individuais ou locais.
Os mesmos autores finalizam com uma reflexão, que é impossível a tarefa de educar para quem pretende formatar o outro ou regular-lhe o pensamento e a sensibilidade, mas que para muitos é possível educar deixando o outro ser ele mesmo. 
A tolerância é associada ao diálogo e ao respeito e, portanto, parece insuspeita. Mas pensemos atentamente: quem tolera? E quem é tolerado? A noção de tolerância costuma ser ligada à condescendência, à permissão, à indulgência — atitudes que são exercidas, quase sempre, por aquele ou por aquela que se vê como superior.
Nas mais antigas mitologias e sociedades primitivas já existia uma dualidade: A do Mesmo e a do Outro. Esta divisão não foi estabelecida inicialmente tendo como base a divisão dos sexos, pois a alteridade seria uma categoria fundamental do pensamento humano. Nenhuma coletividade, portanto, se definiria como Uma sem colocar imediatamente a Outra diante de si. O sujeito afirma-se como essencial fazendo do outro o objeto, mas a descoberta pela consciência do Outro sobre a reciprocidade das relações tira o sentido absoluto da ideia de outro e se descobre a relatividade.
Os estudos feministas que buscaram desnaturalizar a condição da mulher na sociedade e problematizaram a ideia de que determinadas características são da natureza feminina e outras da natureza masculina. Como, por exemplo: delicadeza, sensibilidade, obediência, afetividade, ser mãe, seriam da essência da mulher, enquanto agressividade e competitividade seriam essencialmente masculinas, como se estivesse na carga genética.
O feminismo adquiriu uma enorme importância “ao questionar a organização sexual, social, política, econômica e cultural de um mundo profundamente hierárquico, autoritário, masculino, branco e excludente”. O feminismo como movimento social e político, inicialmente, pode ser pensado como o momento no qual as mulheres reivindicaram visibilidade, espaços na vida social, cultural e política, denunciando a dominação sexista, ideológica e cultural dos homens. Carvalho e Tortato (2009), também concordam que ao limitar o conceito de gênero nas diferenças sexuais desconsidera-se toda a aprendizagem social que se inicia ainda hoje antes do nascimento com as expectativas criadas pelos pais e pelo meio assim que sabem o sexo do bebê. E isso se reflete desde a escolha da decoração do quarto até a forma como a mãe se comunica com o bebê em seu ventre.
Conforme as Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual, existe uma diferenciação entre os dois termos: 
Sexo: características referentes a questões biológicas e anatômicas que distingue macho e fêmea. Não determina a orientação sexual de uma pessoa. Gênero: construção cultural que procura demarcar oposição entre o sexo biológico. Também é uma categoria de análise relacional criada com o propósito de explicar a condição feminina nas relações sociais e questionar a ideia reducionista de natureza, a qual durante muito tempo definiu homem e mulher limitando seu desenvolvimento total. 
Louro (1997), complementa dizendo que esse conceito de gênero como relacional, além de ser analítico também é político, pois, leva em conta o contexto em que os indivíduos estão inseridos, as relações de poder, as crenças, as etnias etc.
O conceito passa a ser usado, então, com um forte apelo relacional já que é no âmbito das relações sociais que se constroem os gêneros. Deste modo, ainda que os estudos continuem priorizando as análises sobre as mulheres, eles estão agora, de forma muito mais explícita, referindo-se também aos homens. O conceito passa a exigir que se pense de modo plural.
Como e porque compreender isso na escola? A esse respeito vale lembrar Os Cadernos Secad - Gênero e Diversidade Sexual na Escola (2007), onde deixam claro que a preocupação como os sujeitos e suas relações de gênero e sexo sempre estiveram presentes nas políticas públicas brasileira e no sistema educacional, mas estes tinham o propósito de fazer da escola um espaço de disciplinamento e ajustamento heteronormativo de pessoas. Enfatizam que é muito recente a inclusão dessas questões numa perspectiva que vise problematizar a lógica hegemônica que produz e reproduz desigualdades. Somente a partir da década de 70 o movimento feminista consegue por algumas ações dentro das escolas e nas décadas seguintes vários estudos são realizados a respeito das condições das mulheres na sociedade brasileira, com isso amplia-se as ações na educação.
Também contribuem com esse debate afirmando que a temática de gênero e diversidade sexual já acontecem no espaço escolar, principalmente quando há problemas com alunos e alunas homossexuais que obrigam a escola a sair da rotina. E que essas conversas muitas vezes cheias de moralismos, de posições religiosas, de senso comum, não fazem a reflexão e acabam por reforçar a discriminação e a exclusão de inúmeros estudantes do espaço escolar. Uma exclusão invisível e aceita que só é vista quando os sujeitos conscientes de seus direitos os exigem. 
Em relação a isso, Louro (1997) comenta que historicamente a escola de certa forma coloca para fora sujeitos que resistem a normatização de suas identidades sexuais e de gênero, a partir de padrões hegemônicos, assim comotambém exclui quando tratam de outras identidades como raciais ou de classes que também são consideradas sem valor pela sociedade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a realização de pesquisas e leituras feitas, houve apropriação de conhecimento proposto inicialmente a temática desenvolvida foi relevante para contribuir com o trabalho.
Para identificar possíveis mudanças de concepção acerca das questões de gênero e avaliar as contribuições do curso, na aquisição de conhecimento sobre o tema. Construi algumas indagações sobre conhecimentos a respeito de gênero e as diversas peculiaridades que compõe o tema.
Observei uma mudança do meu pensamento muito relevante, na questão de gênero e diversidade.
Mais do que uma distinção entre os sexos, o gênero representa uma produção cultural, onde, o papel do corpo faz parte de um contexto histórico, no qual as diferenças físicas hierarquizam homens e mulheres e estão constantemente sendo produzidas no meio social através de discursos, filmes, músicas, revistas, livros, imagens, propagandas entre outras.
Neste sentido, Carvalho e Tortato (2009), compreendem que o termo “Gênero” apresenta muitos significados conforme as diferentes correntes teóricas, abordagens e focos de análises que existem sobre a construção social do feminino e do masculino pela sociedade e pela cultura. Uma construção relacional onde homens e mulheres representam papeis definido pela sociedade que interferem na maneira de relacionar-se entre os sexos.
Desta forma, Louro (1997), complementa dizendo que esse conceito de gênero como relacional, além de ser analítico também é político, pois, leva em conta o contexto em que os indivíduos estão inseridos, as relações de poder, as crenças, as etnias etc. Segundo a autora, é no campo social que se reproduzem as relações de desigualdades entre os sujeitos.
O estudo considerado relevante a abordagem do tema “Gênero e Diversidade na escola”.
Nesta perspectiva, a compreensão da escola como instituição social que está inserida na cultura, produz e reproduz os valores presentes na sociedade propagando discriminações e preconceitos é particularmente necessária para superar os inúmeros desafios que ainda persistem neste campo, mas também, reconhecer a escola como um espaço de convívio com a diferença e um dos lugares mais importantes para a discussão e formação de atitudes. Assim, é possível retomar a concepção de Chauí (2000), que afirma que a cultura representa as lutas reais de seres humanos reais que produzem e reproduzem suas relações sociais, se diferenciando da natureza e dos demais seres em diferentes classes sociais.
E a escola, como objeto desta construção cultural têm a tendência de trazer para dentro da sua estrutura os comportamentos criados pela sociedade. Em relação a isso, historicamente a escola de certa forma coloca para fora sujeitos que resistem a normatização de suas identidades sexuais e de gênero, a partir de padrões hegemônicos, assim como também exclui quando tratam de outras identidades como raciais ou de classes que também são consideradas sem valor pela sociedade.
A sociedade moderna ainda cultiva estereótipos produzidos culturalmente onde são atribuídas características de comportamento e personalidade baseados nas diferenças biológicas de sexo, onde a diferença orgânica e fisiológica representa um corte simbólico entre homens e mulheres.
A questão da distinção biológica para diferenciar os gêneros, relatando que a sociedade buscou justificar a distinção entre homens e mulheres construindo teorias para indicar padrões de comportamento relativos a cada sexo.
A diferenciação sexual também gera situações de preconceito, discriminação e exclusão social.
Saber que existe discriminação e preconceito não basta. É necessário se posicionar contra os mecanismos opressores, que geram discriminação e preconceito, a fim de derrubar barreiras e construir uma sociedade justa.
Quando a escola sai da sua zona de conforto é que essas conversas acontecem, muitas vezes cheias de moralismos, de posições religiosas, de senso comum, que, ao não propor uma reflexão acabam por reforçar a discriminação e a exclusão de inúmeros estudantes do espaço escolar. Uma exclusão invisível e aceita que só é vista quando os sujeitos conscientes de seus direitos os exigem.
Diante disso, a invisibilidade do outro vivida na escola exige dos educadores um exercício de pensamento no sentido de criar possíveis estratégias pedagógicas que dialoguem com as demandas sociais emergentes. 
No entanto, essa reflexão precisa ultrapassar a simples atividade de apenas atribuir aos currículos ou planos políticos pedagógicos e disciplinas transversais, sem uma postura e um compromisso ético dos educadores e gestores educacionais.
CONCLUSÕES
Discutir questões de gênero e diversidade não é uma tarefa fácil, principalmente porque exige uma tomada de posição que, muitas vezes, pode indicar uma opinião opressora e discriminatória. No entanto, é um diálogo necessário, se quisermos construir uma sociedade justa e igualitária. A escola é um espaço privilegiado de luta, no qual é de suma importância o reconhecimento dos mecanismos que sustentam o fazer escolar em suas práticas cotidianas. Desta forma, devem estar presentes no cotidiano escolar, uma vez que a escola é um produto cultural e como tal, tem a tendência de reproduzir os mecanismos de exclusão de preconceito. A escola não é um mundo isolado. As relações sociais interferem no fazer pedagógico e os problemas sociais são incorporados pela escola. Nesta perspectiva, percebe-se a importância dos educadores estarem cada vez mais preparados para enfrentar os desafios de promover uma educação pautada no respeito à diversidade e no fim da intolerância e do preconceito, buscando apenas a promoção da vida, sem rótulos, sem estigmas, sem estereótipos.
As questões de gênero estão muito presentes nos dias atuais, seja nas mídias, nas redes sociais e também na escola. Desta forma, o assunto deve ser objeto de reflexão, no sentido de criar mecanismos para diminuir preconceitos e discriminações e garantir a igualdade entre os sexos.
RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAUVOIR, S. de. O Segundo Sexo, V.I. Tradução Sérgio Milliet: São Paulo, Difusão Europeia do Livro 1970. E Vol. II A Experiência Vivida, 1970.
BELLO, M. C; L. J. Gênero e diversidade sexual na escola: da exclusão social à afirmação de direitos.
CARVALHO, M. G de; TORTATO, Cintia Souza Batista. Gênero: considerações sobre o conceito. In: LUZ, Nanci Stancki da; CARVALHO, Marília Gomes de; CASAGRANDE, Lindamir Salete. Construindo igualdade na diversidade: gênero e sexualidade na escola.
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
DUSCHATZKY, S; SKLIAR, C. Os Nomes dos Outros, Reflexões sobre os usos escolares da diversidade – Revista Educação e Realidade jul/ dez 2000. GOELLNER, VILODRE. Corpo, Gênero e Sexualidade: um debate contemporâneo na educação.
GOMES, N. L. Diversidade étnico-racial, inclusão e equidade na educação brasileira:
LOURO, G.L. Educação e docência: diversidade, gênero e sexualidade. Revista Brasileira de pesquisa sobre formação docente:

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