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11/11/2020 1 Síndromes Geriátricas Profª Mestre Tallita Mello D. Machado Enf. Especialista em Gerontologia - UFF AVALIAÇÃO DAS SÍNDROMES GERIÁTRICAS PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM 11/11/2020 2 OBJETIVOS DA AULA: Apresentar e definir as síndromes geriátricas mais comuns: 1 - Incapacidade cognitiva 2 - Instabilidade postural 3 – Imobilidade 4 - Incontinência esfincteriana 5 – Iatrogenia 6 - Incapacidade comunicativa 7 - Insuficiência familiar 8 - Insuficiência nutricional 9 - Insônia Identificar os fatores de risco e classificações disponíveis em cada síndrome geriátrica apresentada Levantar alguns diagnósticos e intervenções de enfermagem em cada uma das síndromes geriátricas SÍNDROMES GERIÁTRICAS São condições clínicas mais prevalentes nos idosos. Desde o nascimento, cada indivíduo apresenta uma quantidade limitada de reserva para tolerar estressores fisiológicos. Durante o processo de envelhecimento, há um declínio na capacidade de reserva homeostática de todos os sistemas orgânicos, tornando os indivíduos mais suscetíveis a riscos. Quando há estressores que sobrecarregam a capacidade de reserva, há o desenvolvimento de síndromes geriátricas. Essas síndromes apresentam etiologia multifatorial e se associam a múltiplas comorbidades e desfechos negativos, como incapacidade e piora da qualidade de vida. 11/11/2020 3 SÍNDROMES GERIÁTRICAS Apresentam como critérios de definição: (1) São distúrbios com causas relacionadas à idade (2) Causam declínio funcional (3) Envolvem múltiplos sistemas (4) Apresentam etiologia multifatorial complexa (5) Quanto maior a demora de identificação pior o prognóstico (6) Podem ser tratáveis com abordagem multidisciplinar, mas geralmente não tem cura (7) Exigem cuidados de longa duração, geralmente. Desta forma, não são quadros esperados no processo de envelhecimento (senescência), mas sim associados a doenças (senilidade) e interferem na capacidade funcional, isto é, no grau de autonomia e independência, que são avaliados pela capacidade de execução das atividades de vida diária (AVDs) e atividades instrumentais de vida diária (AIVDs). SÍNDROMES GERIÁTRICAS Autonomia: capacidade individual de decisão e comando sobre as suas ações, dependendo diretamente da cognição e do humor. Independência: capacidade de execução de atividades pelos seus próprios meios e depende diretamente da mobilidade e comunicação. Logo, a Capacidade funcional / Funcionalidade: determinada por quatro domínios funcionais: Cognição, humor, mobilidade e comunicação. O comprometimento ou perda dessas funções resulta nas grandes síndromes geriátricas. 11/11/2020 4 SÍNDROMES GERIÁTRICAS ATENÇÃO: Inicialmente, eram denominados como os 5 ‘is’: incapacidade cognitiva, instabilidade postural, imobilidade, incontinência esfincteriana e iatrogenia. Posteriormente, as alterações nas percepções sensoriais levaram ao acréscimo da incapacidade comunicativa. Aspectos familiares, por serem capazes de alteração do bem-estar biopsicossocial, foram incluídos na insuficiência familiar. A multifatorialidade das questões nutricionais no idoso levaram aos estudos da insuficiência nutricional, bem como da insônia. ATUALMENTE DISCUTE-SE 09 SINDROMES GERIÁTRICAS PRINCIPAIS! SÍNDROMES GERIÁTRICAS ATENÇÃO: Essas síndromes podem acontecer isoladamente, contudo, geralmente o idoso apresenta mais de uma delas ao mesmo tempo, pois uma pode ser fator de risco ou consequente da outra. EXEMPLOS: 1) A.F.M, idoso em estágio demencial grave (ou seja, com incapacidade cognitiva) apresenta maior risco de incontinência esfincteriana devido a dificuldade de reconhecimento da necessidade de ida ao banheiro. 2) R.L.P, idoso com insônia, apresenta limitação de atenção e risco de queda por instabilidade postural. 11/11/2020 5 INCAPACIDADE COGNITIVA DEFINIÇÃO: A Cognição é o conjunto das funções cerebrais compostas pela: • Memória - armazenamento das informações • Função executiva - capacidade de planejamento, antecipação, sequenciamento e monitoramento de tarefas • Linguagem - compreensão e expressão da linguagem escrita e oral • Praxia - capacidade de executar um ato motor • Gnosia - capacidade de reconhecimento estímulos visuais, auditivos e táteis • Função visuoespacial - capacidade de localização no espaço e percepção das relações entre os objetos INCAPACIDADE COGNITIVA ATENÇÃO O idoso diagnosticado com incapacidade cognitiva é aquele que tem a execução das atividades de vida diárias prejudicada, devido ao comprometimento de uma ou mais áreas da cognição que comprometem uma das funções descritas anteriormente. As principais etiologias / causas da incapacidade cognitiva abrangem os chamados 4 ‘d’s: Demência Depressão Delirium Doenças mentais. 11/11/2020 6 INCAPACIDADE COGNITIVA INCAPACIDADE COGNITIVA FATORES DE RISCO Idade avançada Estado civil (solteiros ou viúvos) Baixa escolaridade Tempo de institucionalização, Desnutrição Dependência para realização das atividades básicas da vida diária 11/11/2020 7 Principais instrumentos de avaliação Além da aplicação dos instrumentos específicos para avaliação da cognição, é indicada a avaliação da funcionalidade através das atividades de vida diária AVDs e AIVD’s. Para tanto, os testes mais utilizados são: Índice de Katz e o de Barthel (AVD’s) Escala de Lawton (AIVD’s) Alguns exames clínicos complementares também são de interesse como a avaliação hematológica, glicemia, função renal, hepática e da tireóide, vitamina B12,e os exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética). PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 11/11/2020 8 PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME RISCO DE SOLIDÃO Intervenções de enfermagem - NIC: Redução da ansiedade; treinamento da assertividade; modificação do comportamento: habilidades sociais; apoio ao cuidador; construção de relação complexa; melhora do enfrentamento; aconselhamento; apoio emocional; controle de energia; controle do ambiente; promoção do envolvimento familiar; mobilização familiar; manutenção do processo familiar; apoio familiar; facilitação do processo de pesar; promoção de esperança controle do humor; presença; redução do estresse por mudança melhora da autopercepção; fortalecimento da autoestima; melhora do sistema de apoio facilitação da visita SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA Intervenções de enfermagem: Apoio emocional; assistência quanto a recursos financeiros; construção de relação complexa; controle do humor; esclarecimento de valores; estabelecimento de metas mútuas; facilitação da aprendizagem; facilitação da autorresponsabilidade; fortalecimento da autoestima; melhora da autopercepção; melhora do sistema de apoio; orientação quanto ao sistema de saúde; presença; promoção de esperança; proteção dos direitos do paciente; redução do estresse por mudança; reestruturação cognitiva; treinamento da assertividade PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME 11/11/2020 9 DESESPERANÇA: Intervenções de enfermagem: Apoio à tomada de decisão; apoio emocional; assistência na automodificação; contrato com o paciente; controle de energia; controle do humor; estabelecimento de metas mútuas; facilitação da autorresponsabilidade; facilitação do crescimento espiritual; fortalecimento da autoestima; grupo de apoio CONHECIEMNTO DEFICIENTE: Intervenções de enfermagem: Educação em Saúde PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME MEMÓRIA PREJUDICADA: Intervenções de enfermagem: Controle da demência; controle de medicamentos; controle do ambiente; controle do ambiente: segurança; controle do delírio; controle hídrico; controle hidroeletrolítico; cuidados cardíacos; estimulação cognitiva; monitoração de eletrólitos; monitoraçãohídrica; monitoração neurológica; oxigenoterapia; promoção da perfusão cerebral; redução da ansiedade; supervisão. PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME 11/11/2020 10 CONFUSÃO AGUDA: Intervenções de enfermagem: Estimulação cognitiva melhora do sono monitoração de sinais vitais monitoração neurológica orientação para a realidade prevenção contra quedas reclusão redução da ansiedade tratamento para o uso de drogas; controle de ideias delirantes controle de medicamentos; controle do ambiente: segurança PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME CONFUSÃO CRÔNICA: Intervenções de enfermagem: apoio emocional; apoio familiar; controle da demência: banho; controle da demência: perambulação; controle de energia; controle do ambiente; controle do ambiente: segurança; controle do humor; estimulação cognitiva; humor ;identificação de risco; melhora do sono; musicoterapia; orientação para a realidade; presença; promoção do envolvimento familiar; redução da ansiedade; restrição de área; supervisão; técnicas para acalmar; terapia de recordações PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME 11/11/2020 11 INSTABILIDADE POSTURAL Durante o processo de envelhecimento, pode ocorrer o declínio físico no idoso, principalmente motor, muscular e sensitivo. Este evento pode comprometer o desempenho da execução das AVDs e a consequente limitação e diminuição do controle postural e, principalmente, quedas. As quedas se associam com restrição na mobilidade, fraturas, depressão, incapacidade funcional, perda da independência e autonomia, institucionalização, declínio da qualidade de vida, implicações socioeconômicas e sobrecarga para os sistemas de saúde. INSTABILIDADE POSTURAL FATORES DE RISCO PARA QUEDAS NOS IDOSOS: INTRÍNSECOS: Idade avançada Sexo feminino Comorbidades (articulares, hipertensão arterial, artrose, má circulação, cardiopatias, doença de Parkinson, incontinências, insônia, déficit visual e auditivo, depressão) Hipotensão postural Uso de medicamentos (sedativos, anti-hipertensivos, polifarmácia com 5 ou mais medicamentos ) Percepção de negativa de saúde Uso de dispositivo auxiliar de marcha (muletas, por exemplo) Déficit cognitivo Incapacidade funcional para AVD História de quedas Síndrome do medo de cair FATORES DE RISCO PARA QUEDAS NOS IDOSOS: 11/11/2020 12 INSTABILIDADE POSTURAL FATORES DE RISCO PARA QUEDAS NOS IDOSOS:FATORES DE RISCO PARA QUEDAS NOS IDOSOS: EXTRÍNSECOS: Superfícies escorregadias Objetos no chão (obstáculos) Aspectos estruturais (escadas e superfícies irregulares) Má iluminação Ausência de cuidador Principais Instrumentos de Avaliação da Instabilidade Postural e/ou Risco de Quedas 11/11/2020 13 PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM IDOSOS COM ESTA SÍNDROME Risco de solidão Risco para quedas Deambulação prejudicada Mobilidade física prejudicada Intolerância à atividade Déficit no autocuidado: Estilo de vida sedentário Padrão respiratório ineficaz PRINCIPAIS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA ESTA SÍNDROME Intervenções de Enfermagem – ILPI: Avaliação do risco de queda Sinalização à beira do leito ou pulseira do paciente com risco de queda Agendamento dos cuidados de higiene pessoal Revisão periódica da medicação Atenção aos calçados utilizados pelos pacientes Educação dos pacientes e dos profissionais Revisão da ocorrência de queda e identificação de suas possíveis causas Intervenções de Enfermagem – DOMICÍLO: Adaptação ou modificação do ambiente doméstico Incorporação de um programa de exercícios físicos, em específico de força, equilíbrio e marcha. Suplementos de vitamina D para idosos com deficiência Avaliação da hipotensão postural 11/11/2020 14 IMOBILIDADE Mobilidade envolve o movimento ou deslocamento no espaço através da independência do indivíduo. Quando limitada, caracteriza-se o processo de imobilidade e deterioração dos sistemas corporais provocados pela inatividade musculoesquelética. A imobilidade se prolongada pode levar ao comprometimento funcional progressivo dos demais sistemas físicos, aumentando o custo financeiro da família e dos serviços de saúde. Como comorbidades comuns da imobilidade, destaque para: - delirium - demência - quedas - fragilidade - incontinência - Iatrogenia IMOBILIDADE As causas da imobilidade, geralmente, são progressivas. Entretanto, alguns eventos agudos como traumas podem ser responsáveis pela imobilidade do paciente. Destacam-se os possíveis fatores de risco: • Idade avançada • Sexo feminino • Baixa escolaridade • Insuficiência familiar • Contenção física • Baixa renda familiar • Ausência de cuidador • Doenças musculoeaqueléticas prévias, principalmente, sarcopenia • Sedendarismo • Internação hospitalar • Fratura, principalmente, de fêmur • Incapacidade cognitiva 11/11/2020 15 IMOBILIDADE Como principais características da imobilidade, destaque para: - déficit cognitivo avançado - rigidez - contraturas generalizadas e múltiplas - afasia - disfagia - incontinência - lesões de pressão Seu estágio mais avançado é conhecido como síndrome de imobilização ou da imobilidade e torna o idoso completamente dependente. A complexidade do quadro de Imobilidade, representa causa de prejuízo importante da qualidade de vida. A gravidade é variável e progressiva. IMOBILIDADE – AVALIAÇÃO: A classificação da gravidade da imobilidade é importante para prever a necessidade iminente de um cuidador, além da proposição de diagnósticos e intervenções específicos de enfermagem. A avaliação da capacidade funcional através da aplicação do: Índice de Katz ou Escala de Lawton podem auxiliar. Entretanto, a classificação mais específica considera a capacidade do idoso em deambular, transferir, sentar, mudar de decúbito e dos membros. A partir disso, o paciente em imobilidade pode estabelecer o grau de: I, II, III, IV ou V 11/11/2020 16 Classificação da gravidade da imobilidade: I. Capaz de permanecer sentado sem apoio e de se levantar da cadeira sem auxílio. Necessita de suporte para deambulação, mas consegue fazer transferência sem ajuda. II. Capaz de permanecer sentado sem suporte e de movimentar braços, mas não é capaz de movimentar com eficácia as pernas, de levantar da cadeira e permanecer em pé sem auxílio. III. Capaz de movimentar membros, mas não é capaz de permanecer sentado sem suporte. É capaz de rolar na cama sem ajuda. IV. Não é capaz de sustentar o corpo na posição sentada. É capaz de movimentar membros com dificuldade, mas não é capaz de rolar na cama sem auxílio. V. Imobilidade completa; o paciente não é capaz de sustentar o corpo na posição sentada nem de movimentar braços e perna IMOBILIDADE – AVALIAÇÃO: CAPACIDADE DE TRANSFERÊNCIA PREJUDICADA Intervenções de enfermagem: Assistência no autocuidado: banho/higiene; assistência no autocuidado: transferência; assistência no autocuidado: uso de vaso sanitário; assistência no autocuidado: vestir-se/arrumar-se; ssistência para redução de peso. PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME 11/11/2020 17 DEAMBULAÇÃO PREJUDICADA Intervenções de enfermagem: controle de energia; controle do ambiente; ensino: exercício prescrito; posicionamento; prevenção contra quedas; promoção da mecânica corporal; promoção do exercício; promoção do exercício: alongamento; promoção do exercício: treino para fortalecimento; terapia com exercício: controle muscular; terapia com exercício: deambulação; terapia com exercício: equilíbrio; terapia com exercício: mobilidade articular; transporte: inter-hospitalar; transporte: intra-hospitalar. PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COMESTA SÍNDROME MOBILIDADE FÍSICA PREJUDICADA Intervenções de enfermagem: Assistência no autocuidado; assistência no autocuidado: atividades essenciais da vida diária; assistência no autocuidado: transferência; controle da dor; controle de energia; controle do ambiente; controle do humor; cuidados com a tração/imobilização; cuidados com o repouso no leito; ensino: exercício prescrito; posicionamento; posicionamento: cadeira de rodas; posicionamento: neurológico; promoção da mecânica corporal; promoção de exercício: alongamento; promoção do exercício; promoção do exercício: treino para fortalecimento; terapia com exercício: controle muscular; terapia com exercício: deambulação; terapia com exercício: equilíbrio; terapia com exercício: mobilidade articular PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME 11/11/2020 18 RISCO DE SÍNDROME DO DESUSO Intervenções de enfermagem: administração de analgésicos; cuidados com o repouso no leito; controle intestinal; cuidados com aparelho gessado: manutenção; controle de edema cerebral; promoção da perfusão cerebral; controle de energia; controle do ambiente; promoção do exercício: alongamento; terapia com exercício: mobilidade articular; terapia com exercício: controle muscular; controle hídrico; monitoração hídrica; monitoração da pressão intracraniana (pic); administração de medicamentos; controle de medicamentos; controle da dor; posicionamento; controle da pressão; supervisão da pele. PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME INCONTINÊNCIA ESFINCTERIANA A palavra continência descreve a capacidade normal no acúmulo de eliminações fisiológicas (fezes e urina), com controle consciente sobre o tempo e lugar para desprezá-los. O indivíduo continente esfincteriano deve: • Reconhecer a necessidade de eliminações • Procurar o local correto para fazê-lo • Alcançar o local num período de tempo suficiente • Reter a urina até que o local tenha sido seguramente alcançado, sendo, então, capaz de urinar e/ou defecar ao chegar ao local adequado. 11/11/2020 19 INCONTINÊNCIA ESFINCTERIANA Inicialmente a perda involuntária de urina conhecida como incontinência urinária era a única associada como síndrome geriátrica. Entretanto, estudos mais recentes associam também a incontinência fecal. Fatores associados: - Sexo feminino - Idade de 70 anos ou mais - Cor da pele amarela/parda/indígena - Pouca escolaridade - Associação com incapacidade funcional, depressão, deficit cognitivo e autopercepção de saúde péssima/ruim. As intervenções variam de acordo com cada tipo de classificação, a qual baseia-se no desenvolvimento e etiologia / causas dos sintomas. Frequentemente pode ser resolvida com o controle das causas que a predispõe. Algumas dessas causas podem estar relacionadas ao anagrama DIURESE, que abrange: INCONTINÊNCIA ESFINCTERIANA 11/11/2020 20 CLASSIFICAÇÃO DA INCONTINÊNCIA MICCIONAL / URINÁRIA: 1) Incontinência por urgência - mais comum das incontinências, pode ser definida como perda involuntária de urina associada ao sentimento urgente de necessidade de urinar. Características: perda de urina de moderada a grave e inabilidade a eliminação, além de aumento da frequência urinária, noctúria, e volume residual. 2) Incontinência por estresse ou esforço - Ocorre quando a pressão intravesical excede a pressão uretral máxima, devido a elevação da pressão intrabdominal e ausência da contração do detrusor. Este tipo descreve a perda da urina durante exercícios ou em situações de espirro ou riso. 3) Incontinência mista - Combinação de mais de um tipo de incontinência anteriormente descrita, mas geralmente, observa-se a associação entre as incontinências de urgência e estresse. INCONTINÊNCIA ESFINCTERIANA CLASSIFICAÇÃO DA INCONTINÊNCIA MICCIONAL / URINÁRIA: 4) Incontinência Urinária Funcional - o trato urinário inferior, geralmente, não apresenta anormalidades, mas há perda involuntária da urina associada a incapacidade ou falta de vontade de usar o toalete apropriadamente. Pode estar relacionada às perdas cognitivas e físicas dos idosos e a fatores psicológicos e ambientais que influenciam o uso do toalhete. 5) Incontinência por sobrefluxo, transbordamento ou overflow – mais comum em pacientes homens devido aos problemas de próstata. Este tipo de incontinência pode estar relacionado a alguma obstrução do canal uretral que leva ao esvaziamento incompleto da bexiga e consequente presença de volume residual. INCONTINÊNCIA ESFINCTERIANA 11/11/2020 21 CLASSIFICAÇÃO DA INCONTINÊNCIA FECAL: 1. Incontinência fecal por sobrefluxo - desconforto pélvico com eliminação de fezes semilíquidas, várias vezes ao dia, podendo simular um quadro de diarreia 2. Incontinência fecal funcional - o paciente é incapaz de chegar ao banheiro por limitação física, cognitiva, psíquica ou ambiente desconfortável. 3. Incontinência fecal secundária - associada a alguma doença do cólon ou reto. 4. Incontinência fecal reto-esfincteriana - causada por lesões neuromusculares das estruturas sensitivo-motoras. INCONTINÊNCIA ESFINCTERIANA Alguns instrumentos podem auxiliar no processo de avaliação das incontinências esfincterianas: INCONTINÊNCIA ESFINCTERIANA - AVALIAÇÃO 11/11/2020 22 Algumas intervenções como o uso de catetes urinários, fraldas ou absorventes precisam ser selecionadas com CAUTELA e NÃO devem ser a primeira escolha devido aos seus riscos, como infecção urinária e dermatite associada a incontinência. Além do risco de piora do quadro de incontinência, a indicação deve ser restrita aos pacientes em condições graves de déficit motor, incontinências e comprometimento cognitivo. A Escala de avaliação do uso de fraldas e absorventes (Escala AUFA) apresenta os principais critérios para sua utilização: Escala de avaliação do uso de fraldas e absorventes (Escala AUFA) Escala AUFA 11/11/2020 23 A partir do uso da escala AUFA, um algoritmo foi desenvolvido na seleção de intervenções aos pacientes incontinentes: Escala AUFA Incontinência urinária de esforço Incontinência urinária de urgência Incontinência urinária por transbordamento Incontinência urinária funcional Incontinência urinária de reflexa Intervenções de enfermagem: controle da eliminação urinária; controle de medicamentos; controle do peso; ensino: indivíduo; ensino: medicamentos prescritos; treinamento do hábito urinário; controle do ambiente; monitorização hídrica; exercícios para a musculatura pélvica; cuidados com sondas: urinária. PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME 11/11/2020 24 INCONTINÊNCIA INTESTINAL Intervenções de enfermagem: assistência no autocuidado: uso de vaso sanitário; controle da diarreia; controle do prolapso retal; controle intestinal cuidado perineal; ensino: treinamento dos esfíncteres; supervisão da pele PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME IATROGENIA Refere-se a qualquer alteração patológica causada a um paciente pela prática inadequada de profissionais de saúde. Essas práticas são evitáveis. Não necessariamente são intencionais, mas podem estar relacionadas ao desconhecimento das particularidades do processo de envelhecimento nas práticas de saúde. Pacientes idosos apresentam comorbidades que aumentam o risco de terapêuticas múltiplas e erros. O aumento de eventos adversos a medicamentos pode ser explicado pelo aumento do número de patologias ou complicações destas, número de medicamentos utilizados a longo prazo. Como resultado, há alteração nos processos de excreção e eliminação pela função renal e metabolização hepática. 11/11/2020 25 IATROGENIA Identificar pacientes de alto risco para Iatrogenia é o primeiro passo na prevenção. Principais sinais de alerta ao risco iatrogênico:Idade avançada número de comorbidades complexidade das patologias uso de múltiplos medicamentos tempo de internação gravidade da doença no momento da internação limitações cognitivas e funcionais IATROGENIA Principais situações que podem envolver a Iatrogenia em idosos: Iatrofarmacogenia: relacionada uso de medicamentos, polifarmácia, interação medicamentosa e do desconhecimento das alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas associadas ao envelhecimento Internação hospitalar: traz riscos ao declínio funcional, subnutrição, imobilidade, lesão por pressão e da infecção hospitalar Iatrogenia da palavra: associada a comunicação de más notícias Iatrogenia do silêncio: dificuldade de ouvir adequad. paciente/família; Subdiagnóstico: tendência a atribuir as queixas do idoso a idade Cascata propedêutica: solicitação de exames de forma desnecessária, extensiva e sem justificativa ou indicação precisa Prescrição de intervenções fúteis e/ou sem comprovação científica: impõem ao idoso o risco desnecessário; Iatrogenia do excesso de intervenções reabilitadoras: excesso de “equipe interdisciplinar”. 11/11/2020 26 IATROGENIA A Iatrofarmacogenia tem início com as prescrições não assertivas para a clientela idosa. ‘Tríade iatrogênica’ é caracterizada pela: - Prescrição inapropriada de pelo menos um medicamento - Polifarmácia: caracterizada pelo uso de cinco ou mais medicamentos simultaneamente - Interação medicamentosa: possíveis interações e reações adversas associadas ao uso de medicamentos. Quando há uma relação de um fármaco com outro e efeitos não esperados nessa associação. IATROGENIA Interações medicamentosas mais utilizadas e consideradas potencialmente ou totalmente inapropriados compreendem: Enalapril e Metformina - risco aumentado de hipoglicemia Ácido acetilsalicílico (AAS) e Enalapril - diminuição da eficácia do anti-hipertensivo Hidroclorotiazida e AAS - diminuição da eficácia do diurético e nefrotoxicidade Enalapril e Furosemida - hipotensão postural Cálcio X hidroclorotiazida - risco aumentado de hipercalcemia Digoxina e Omeprazol - toxicidade digitálica Amitriptilina e Ibuprofeno - risco aumentado de sangramento Alprazolan e Omeprazol - toxicidade benzodiazepínica Diclofenaco e Ibuprofeno - risco de hemorragia 11/11/2020 27 IATROGENIA A enfermagem também precisa atentar ao risco de Iatrogenias inerentes a equipe de enfermagem, como: Infiltração, obstrução ou flebite em acesso venoso periférico Obstrução de cateter para hemodiálise e de cateter venoso profundo Lesão por pressão Lesão por contenção Perda de sonda nasoenteral e de cateter vesical Reação alérgica ou adversa medicamentosa Queda PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM PARA IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCO E DE EVENTOS IATROGÊNCOS Risco de Infecção Nutrição Desequilibrada menor que as necessidades corporais Hipertermia Hipotermia Risco de Glicemia Instável Volume de Líquido Deficiente Risco de Integridade da Pele Prejudicada Integridade da Pele Prejudicada Diarreia Risco de Constipação 11/11/2020 28 PRINCIPAIS INTERVENÇÕES PARA PREVENÇÃO DOS EVENTOS IATROGÊNICOS Identificação dos idosos de alto risco Minimização do uso de medicamentos ou intervenções desnecessários Revisão de medicamentos, evitando o uso de medicamentos potencialmente inapropriados Sistemas de prescrição eletrônicos e avaliação geriátrica abrangente Manejo e controle rigoroso de doenças crônicas Reserva de cuidados intensivos em reais necessidades Comunicação entre os sistemas de atendimento em saúde ao idoso para discutir terapêuticas Engajamento da família, principalmente em idosos com problemas cognitivos ou de comunicação Restrição de automedicação Discussão com a equipe multidisciplinar sobre as particularidades do processo de envelhecimento Incentivo ao relato dos eventos iatrogênicos para mapeamento e intervenções precoces INCAPACIDADE COMUNICATIVA A comunicação é a capacidade de relação produtiva com o meio, compartilhar informações, mostrar desejos, ideias e sentimentos. Além disso, pode ser a compreensão e emissão de mensagens de maneira independente e eficiente à demanda do cotidiano a partir de condições físicas e mentais. O comprometimento da capacidade comunicativa interfere na compreensão e emissão de mensagens de modo independente e coerente com a demanda do dia a dia. 11/11/2020 29 COMUNICAÇÃO.... INCAPACIDADE COMUNICATIVA Para que haja a comunicação, são necessários três subsistemas funcionais: visão, audição e produção/motricidade orofacial. A junção desses subsistemas compreende as habilidades comunicativas que estão estritamente relacionadas com a linguagem, responsável pela compreensão e expressão dos símbolos linguísticos verbais (orais e gráficos) e gestuais (linguagem de sinais). Quando um ou mais desses subsistemas funcionais é afetado pode ser observada a incapacidade comunicativa. 11/11/2020 30 INCAPACIDADE COMUNICATIVA Envolve: Perda ou restrição da participação social (funcionalidade) - ISOLAMENTO Comprometimento da capacidade de execução das decisões tomadas Comprometimento da independência do indivíduo Resulta na desconexão com mundo externo e abarca uma série de frustrações emocionais para seu portador INCAPACIDADE COMUNICATIVA Incapacidades comunicativas: Perda da audição (Presbiacusia): caracterizada por alteração no órgão auditivo e/ou vias auditivas decorrentes do processo de envelhecimento. Inicia com perdas de percepção das frequências altas (detecção dos sons agudos) e a discriminação da fala. Apresenta início gradual e pouco perceptível e evolui para perdas auditivas mais acentuadas. Neste estágio, apresenta interferências biopsicossociais devido a dificuldades de comunicação, com consequente isolamento social, baixa autoestima, sintomas depressivos e risco aumentado de declínio cognitivo. 11/11/2020 31 INCAPACIDADE COMUNICATIVA Incapacidades comunicativas: Déficit visual: corresponde ao comprometimento cumulativo e progressivo da acuidade visual, ou seja, o parâmetro que expressa de forma mais genérica a capacidade de discriminação de formas e contrastes, além do reconhecimento da distância entre dois pontos no espaço. Idosos com baixa visão apresentam maior número de doenças de olho e anexos, maiores pontuações para humor deprimido, dificuldade de execução nas atividades instrumentais de vida diária e risco aumentado a quedas. INCAPACIDADE COMUNICATIVA Incapacidades comunicativas: Oromotricidade: caracterizada por alterações de voz, fala e mastigação/deglutição. Referem-se a alterações estruturais e fisiológicas gerais. As disfunções geralmente estão associadas a alterações dos dentes, ossos faciais, órgãos fonoarticulatórios e controle neurológico das fibras musculares, o que pode determinar a diminuição sensório- motora e funcional dessas estruturas. 11/11/2020 32 INCAPACIDADE COMUNICATIVA INCAPACIDADE COMUNICATIVA - AVALIAÇÃO A avaliação abrange os subsistemas separadamente. A partir disso, há a necessidade de diferentes instrumentos e avaliação clínica específica. 11/11/2020 33 COMUNICAÇÃO VERBAL PREJUDICADA Intervenções de enfermagem: Apoio à tomada de decisão; controle da demência; controle de medicamentos; controle do ambiente; escuta ativa; intermediação cultural; melhora da comunicação: deficit auditivo; melhora da comunicação: deficit da fala; melhora da comunicação: deficit visual; redução da ansiedade; terapia de validação; toque; treinamento da memória. PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME INSUFICIÊNCIA FAMILIAR FAMÍLIA: Definida como um sistema interpessoal composto por pessoas que se relacionam por diferentes motivos, como afetividade e reprodução, dentro de um processo histórico de vida, habitando no mesmo lugar ounão. Pode ser considerada um grupo de pessoas ligadas por vínculos de parentesco, dependência doméstica ou convivência. Constitui um espaço de proteção social, à medida que se caracteriza como lugar de apoio, solidariedade, reprodução e de cuidados a seus membros. Com as particularidades físicas, mentais, emocionais e sociais os idosos precisam de suporte na execução de atividades. A família é a principal fonte de apoio, considerando a proximidade de detectar, com rapidez a maioria das alterações do avançar da idade. 11/11/2020 34 INSUFICIÊNCIA FAMILIAR INSUFICIÊNCIA FAMILIAR: Definida como um processo psicossocial de construção complexa fundado na conexão familiar prejudicada e no seu baixo apoio social Marcada pela perda do apoio da família emocional na ajuda instrumental (AVD / AIVD) ATENÇÃO: Caso haja baixo suporte social da família haverá um prejuízo na interdependência do idoso, nas relações afetivas, e no seu bem-estar físico e psicológico INSUFICIÊNCIA FAMILIAR Fatores que podem aumentar o risco da insuficiência familiar: Complexidade nas relações emocionais Diversidade nas estruturas familiares Interdependência dos papéis e funções da família; Padrões e resultados de cuidar OBSERVAÇÃO: Os aspectos legais no Brasil determinam a responsabilidade do cuidado dos idosos na tríade: - Família - Sociedade - Estado - Prioridade: é da família! 11/11/2020 35 INSUFICIÊNCIA FAMILIAR ATENÇÃO: o processo de transformação da rede familiar, resultante de mudanças sociais e culturais em todo o mundo, variações nos valores morais com o individualismo e independência, leva ao Aumento de pessoas que moram sozinhas, resultando no enfraquecimento das relações intergeracionais E afeta a capacidade das famílias na participação dos cuidados INSUFICIÊNCIA FAMILIAR - AVALIAÇÃO A composição e o risco psicossocial familiar devem ser investigados detalhadamente pelos profissionais. Alguns componentes precisam ser o foco de avaliação: Indicadores de violência domiciliar, abuso e maus tratos contra a pessoa idosa, bem como lesões corporais Negligência com a higiene pessoal ou com os cuidados em saúde Discordâncias entre a história do paciente e a do cuidador Internações frequentes por não adesão ao tratamento de doenças crônicas Ausência do familiar na consulta ou recusa à visita domiciliar Instrumentos de APGAR familiar: propõe a avaliação da funcionalidade familiar através de um acrônimo em inglês Genograma familiar Ecopama 11/11/2020 36 INSUFICIÊNCIA FAMILIAR - AVALIAÇÃO INSUFICIÊNCIA FAMILIAR - AVALIAÇÃO Genograma: representação gráfica espacial de todos os membros da família, que permite avaliar a estrutura das famílias, identificando quem faz parte dela. Semelhante a uma árvore genealógica que serve para estudar os vínculos de uma pessoa e de seus parentes mais próximos. Possibilita inclusão das relações que são determinantes para melhorar a explicação do problema de saúde-doença, e todos os aspectos relevantes ao planejamento do cuidado em saúde. 11/11/2020 37 11/11/2020 38 INSUFICIÊNCIA FAMILIAR - AVALIAÇÃO Ecomapa: diagrama que representa as relações da família com o meio externo. Retrata as relações importantes de educação ou aquelas oprimidas por conflitos entre a família e o mundo. Demonstra o fluxo ou a falta de recursos e as privações. Este procedimento de mapeamento descreve a natureza das interfaces e pontos de intermediação, pontes a construir e recursos a serem buscados e mobilizados para os conflitos. Tensão no Papel do cuidador Controle da saúde familiar ineficaz Processos familiares disfuncionais Processos familiares interrompidos Risco de vínculo prejudicado Interação social prejudicada Relacionamento ineficaz Enfrentamento familiar comprometido PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME 11/11/2020 39 Assistência no Controle da Raiva Orientação Antecipada Controle do Comportamento Apoio ao Cuidador Melhora do Enfrentamento Controle de Energia Apoio Familiar Assistência quanto a Recursos Financeiros Orientação quanto a Manutenção do Lar Controle do Humor Promoção da Normalidade Promoção da Resiliência Cuidados durante o Repouso do Cuidador Identificação de Risco Melhora do Papel PRINCIPAIS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME Prevenção do Uso de Drogas Grupo de Apoio Melhora do Sistema de Apoio Ensino: Processo da Doença Ensino: Indivíduo Ensino: Dieta Prescrita Ensino: Exercício Prescrito Ensino: Medicamentos Prescritos Ensino: Procedimentos/Tratamento Ensino: Habilidades Psicomotoras INSUFICIÊNCIA NUTRICIONAL Embora a obesidade seja um agravo nutricional associado à alta incidência de doenças crônicas, nos idosos, a desnutrição é a maior associação com a incapacidade funcional, aumento no número de internações, redução da qualidade de vida, maior susceptibilidade às infecções e, consequentemente, aumento da mortalidade. Trata-se da dieta desbalanceada, insuficiente ou excessiva, de absorção ou uso precário dos medicamentos. Não necessariamente, o aumento de peso signifique boa nutrição, já que boa parte dos idosos obesos apresentam desnutrição. 11/11/2020 40 INSUFICIÊNCIA NUTRICIONAL Fatores de risco para a insuficiência nutricional: Presença de doenças crônicas (obesidade, distúrbios tireoidianos, hipertensão arterial, diabetes mellitus) Alcoolismo Mudanças sensoriais, principalmente, relacionadas com a incapacidade comunicativa Dor Uso de medicamentos (antidepressivos, broncodilatadores, anti- hipertensivos) Problemas de mastigação Questões socioeconômicas Morar sozinho Dificuldade de transporte Incapacidade cognitiva, principalmente demências e depressão INSUFICIÊNCIA NUTRICIONAL - AVALIAÇÃO Alguns instrumentos e estratégias podem facilitar no processo de avaliação nutricional do idoso, como: Índice de massa corporal (IMC): Cálculo referente a razão entre o peso e a altura ao quadrado (peso/altura2). Valores normais entre 22 e 27kg/m2, sendo abaixo de 22 sugestivo de desnutrição e acima de 27kg/m2 obesidade. Exames laboratoriais: Principalmente, Hemograma completo, ureia, creatinina, albumina, glicose, eletrólitos dentre outros. Miniavaliação nutricional (MAN): Avaliação nutricional indicada para pacientes com idade maior ou igual a 65 anos. Abrange avaliação antropométrica, global, dietética e autoavaliação. Escores com valores iguais ou superiores a 24 indicam bom estado nutricional; entre 17 e 23,5 apontam ao risco nutricional; e desnutrição quando inferiores a 17. 11/11/2020 41 DEGLUTIÇÃO PREJUDICADA: Intervenções de enfermagem: aspiração de vias aéreas, posicionamento, precauções contra aspiração, relaxamento muscular progressivo, supervisão, terapia de deglutição OBESIDADE: Intervenções de enfermagem: assistência para redução de peso, controle da nutrição, controle do peso, controle hídrico, ensino: dieta prescrita, modificação do comportamento, monitoração nutricional, promoção do exercício PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME NUTRIÇÃO DESEQUILIBRADA MENOR QUE AS NECESSIDADES COPORAIS: Intervenções de enfermagem: aconselhamento nutricional, apoio ao sustento, assistência no autocuidado: alimentação, assistência para ganho de peso, assistência quanto a recursos financeiros, controle da diarreia, controle da nutrição, controle de distúrbios alimentares, controle do peso, controle hídrico, controle hidroeletrolítico, monitoração de sinais vitais, monitoração hídrica, monitoração nutricional, planejamento da dieta, terapia de deglutição, terapia nutricional PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME 11/11/2020 42 INSÔNIA O sono é definido como um estado reversívelde desligamento da percepção do ambiente, com alteração do nível de consciência e de resposta aos estímulos internos e externos. É um fator essencial ao comportamento humano, de modo que envolve múltiplos e complexos mecanismos fisiológicos e comportamentais em vários sistemas e regiões do sistema nervoso central. Atualmente, não existe um padrão-ouro para a quantidade de sono normal no idoso, mas é baseado na percepção do paciente e no impacto no status funcional. Nos idosos há um aumento do risco de distúrbios do sono, como: sonolência excessiva (hiperssonia), dificuldade em iniciar ou manter o sono (insônia) e comportamentos estranhos ou não usuais durante o sono (parassonias). INSÔNIA Problemas do sono em idosos são frequentemente considerados erroneamente como uma parte normal do envelhecimento. Insônia: É o distúrbio do sono mais comum. Trata-se do relato subjetivo de sono insuficiente ou não restaurador, apesar da oportunidade adequada para dormir. Considera-se ainda como uma insatisfação com a qualidade ou quantidade do sono associada a sintomas noturnos, como dificuldade de iniciar ou manter o sono e o despertar matinal precoce. Pode haver prejuízo no funcionamento diurno como sonolência, diminuição da atenção e concentração. 11/11/2020 43 INSÔNIA Fatores que podem interferir na qualidade do sono do idoso: Gênero (sexo feminino) Doenças articulares Noctúria Incontinência urinária Dor Hábitos e ambiente de sono Menopausa e pós-menopausa Medicamentos (Ex: Furosemida) Falta de exercícios físicos Estresse Distúrbios do sono (ex: problemas respiratórios – apneia do sono) Hospitalização Alterações no ambiente do sono Estressores psicossociais agudos ou recorrentes Hábitos: irregularidade dos horários para dormir e acordar e cochilos a tarde; televisão na cama; cafeína e outros estimulantes INSÔNIA – AVALIAÇÃO Classificação quanto as Causas e Duração: transitória ou aguda, presente em algumas noites e associada a circunstâncias adversas da vida e a estresse; de curta duração que pode persistir por tempo inferior a três semanas; crônica, também chamada de longo prazo, sua duração pode ultrapassar três semanas; ou intermitente (associada a distúrbios psiquiátricos como distúrbios de ansiedade). Aspectos clínicos: a) queixa de dificuldade de adormecer e de manter-se dormindo ou de pobre qualidade de sono; b) perturbação de sono pelo menos três vezes por semana durante pelo menos um mês; c) preocupação com a falta de sono e consideração excessiva sobre suas consequências à noite e durante o dia; d) quantidade e/ou qualidade insatisfatória de sono que causa angústia marcante ou interfere com o funcionamento social e ocupacional. 11/11/2020 44 Insônia: Intervenções de enfermagem: administração de medicamentos, aumento da segurança, controle da demência, controle da dor, controle de energia, controle de medicamentos, controle do ambiente, controle do ambiente: conforto, controle do humor, melhora do sono, prescrição de medicamentos, terapia de relaxamento, terapia de reposição hormonal, toque. Privação do sono: Intervenções de enfermagem: controle da demência, controle da dor, controle de energia, controle de medicamentos, controle do ambiente: conforto, controle do delírio, facilitação da meditação, imaginação guiada, melhora do enfrentamento, melhora do sono, promoção do exercício, redução da ansiedade, relaxamento muscular progressivo PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM ESTA SÍNDROME ALGUMAS REFERÊNCIAS... 11/11/2020 45 Obrigada!
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