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M a r i a L u i z a P e i x o t o F M T - L X I I | 1 INTRODUÇÃO Pode ocorrer quando há oxigênio ou na ausência total dele. É a sequência de reações que converte Glicose em Piruvato. Havendo produção de ATP. Possui duas fases: investimento de energia e pagamento de energia Via de degradação/oxidação da glicose. OXIDAÇÃO AERÓBICA E ANAERÓBICA DA GLICOSE: Oxidação = perda de elétrons. Estudos da Via Glicolítica: Pasteur = estudos da conversão de açúcar em álcool. Embden e Fritz Meyerhof = Estudos da via glicolítica. IMPORTÂNCIA DO ATP: → conversão de glicose em piruvato. → descoberta do ATP = sendo a energia celular OXIDAÇÃO DA GLICOSE → Glicose sendo convertida em ácido pirúvico (via independente de oxigênio = não há necessidade de oxigênio, acontecendo na presença ou na ausência desse elemento) Saldo de 2 ATP’s. → Ac. Pirúvico em ácido lático (fermentação anaeróbica). → Ac. Pirúvico pode ser encaminhado para mitocôndria para realizar respiração celular e gerando um saldo maior de geração de energia (Saldo: ~32 ATP’s) → Fermentação anaeróbica = fermentação de glicose em ácido lático formando 2 ATPs → Mitocôndria é a organela capaz de gerar ATP, porém é dependente do oxigênio. → A via glicolítica é importante em situações anaeróbicas, em que na ausência do oxigênio, a glicose convertida em piruvato disponibiliza 2 ATP 's para o meio. → Etapa de conversão da glicose em ac. pirúvico gera por si só energia para as células. → As enzimas da via glicolítica são citosólicas, estão presentes no citosol das células TECIDOS DEPENDENTES DE GLICÓLISE ERITRÓCITOS: Dependem da via glicolítica por serem anucleados e por não apresentarem mitocôndrias, mas apresentam citosol dotado de enzimas que realizam a glicólise. MEDULA RENAL: É uma região que possui baixa concentração de O2. Logo, são dependentes de glicose. CÉREBRO: M a r i a L u i z a P e i x o t o F M T - L X I I | 2 A barreira hematoencefálica restringe a passagem de algumas substâncias através dos capilares que chegarão nos neurônios, como os ácidos graxos, muito espessos. A glicose consegue passar pela barreira por seres menores. TECIDOS DO OLHO Pouca mitocôndria, se tivesse muita atrapalharia a visão. • Córnea (dependência parcial) • Retina (dependência parcial) • Cristalino REAÇÕES DA VIA GLICOLÍTICA: 1. Conversão da Glicose em glicose-6-fosfato. → Conversão realizada pela enzima hexoquinase, através de fosforilação. A qual retém a glicose dentro das células. 2. Glicose-6-fosfato → Frutose-6-fosfato → Isômeros; → Enzima hexose fosfato isomerase 3. Frutose-6,fosfato → Frutose-1,6-bisfosfato → Ação da enzima fosfoquinase (PFK); → Entra uma molécula de ATP e sai uma de ADP (processo de fosforilação); → Formando uma molécula de frutose 1,6-bifosfato ETAPA DE INVESTIMENTO CELULAR = processo da glicose até frutose1,6-bifosfato Inicialmente, a célula gasta ATP, para depois produzir mais ATP, a fim de adquirir um saldo positivo de produção de ATP (etapa de investimento) 4. Divide a molécula Frutose-1,6-bisfosfato: → Dihidroxiacetona-Fosfato (que será convertido em gliceraldeído 3-fosfato) → Gliceraldeído 3-fosfato → Processo realizado pela enzima Aldolase. → Por conta dessa etapa, serão formadas futuramente 2 moléculas de Piruvato. 5. O gliceraldeído 3-fosfato sofre 2 processos: → incorporação de fosfato inorgânico presente no citosol OBS: Coenzima NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo) derivada da niacina* Região da nicotinamida (onde ocorre a reação do NAD): • Estrutura capaz de receber dois elétrons e dois prótons (processo de redução) • Ocorrendo a redução da NAD • Liberação de um próton H⁺ • Formação de um NADH⁺ 6. Formação do 1,3-bifosfoglicerato: → formado a partir do gliceraldeído 3-fosfato; → enzima: Gliceraldeído-3-fosfato Desidrogenase; → logo, serão formadas 2 moléculas a partir de uma molécula de glicose. → 2Pi + 2 NADH⁺ → NADH + 2H⁺ 7. 1,3-Bisfosfoglicerato → 3-fosfoglicerato: → Retirada de um fosfato = Fosfoglicerato Quinase, enzima atuante; → Processo que converte 2 ADP 's em 2 ATPs. 8. 3-fosfoglicerato → 2-fosfoglicerato → Mudança da posição do fosfato (carb.3 → carb.2); → Enzima: Fosfoglicerato Mutase. 9. 2-fosfoglicerato → Fosfoenol-piruvato → enzima: Enolase; → Reação de desidratação (-2 H2O). 10. Fosfoenol-piruvato → Piruvato → Retirada de mais um fosfato (desfosforilação);→ Utilizando 2 ADPs e convertendo em 2 ATPs M a r i a L u i z a P e i x o t o F M T - L X I I | 3 EQUAÇÃO GERAL DA VIA GLICOLÍTICA: SALDO FINAL = Produz 4 ATPs, porém no processo são utilizados 2 ATPS, logo, o saldo final será de 2 ATPs. REGULAÇÃO DA VIA GLICOLÍTICA : → Setas em ambas as direções: reações reversíveis → Setas unidirecionais: reações irreversíveis. • São as vias regulatórias da via glicolítica. • A irreversibilidade é dada pela inibição por algumas moléculas que vão se ligar em seu sítio regulatório, que podem inibir ou estimular a ação desta via. Ex: Frutose 6-fosfato → Frutose 1.6-bisfosfato • Ativado por AMP, F2, 6-bisfosfato: aumento da produção de ATP • Inibido por ATP e Citrato: diminui a produção de ATP • Comandam a velocidade da reação REGULAÇÃO DA GLICÓLISE 1. INIBIÇÃO DA HEXOQUINASE PELO SEU PRODUTO: → A Hexoquinase faz a conversão de Glicose em Glicose 6-fosfato • Caso não ocorra a fosforilação, a glicose pode sair da célula ou o próprio excesso de glicose 6-fosfato pode inibir a glicose da célula caso não ocorra o uso do ATP produzido. • Ocorre nas células musculares (hexoquinase muscular I e II) 2. REGULAÇÃO DA HEXOQUINASE E DA GLICOQUINASE (HEXOQUINASE IV NO FÍGADO) PELA AFINIDADE PELO SUBSTRATO (KM): • Hexoquinase atinge rapidamente sua velocidade máxima, logo, possui um baixo Km. • Glicoquinase possui uma maior Vmáx, possuindo assim um Km maior. • Km indica afinidade, com isso, pode-se dizer que a hexoquinase possui uma afinidade maior com a glicose que será disponibilizada do que a Glicoquinase. • Glicoquinase só será ativada quando houver uma concentração muito alta de glicose no sangue, enquanto a hexoquinase não necessita de uma alta concentração para ser ativada. • Em uma situação de jejum, a Glicoquinase não estará saturada, o que favorece a saída da glicose. M a r i a L u i z a P e i x o t o F M T - L X I I | 4 3. REGULAÇÃO DA GLICOQUINASE (HEXOQUINASE IV) PELA FRUTOSE 6-P E PELA GLICOSE: • Acúmulo de Frutose 6-fosfato (sua inutilização é dada pela inibição de etapas posteriores): favorece o “sequestro” da glicoquinase (GK) pelo núcleo, inativando-a. • Retorno da GK ao citosol: estimulado pelo aumento da concentração de glicose no citosol. Assim, a GK volta a atuar na conversão da Glicose em Glicose 6- fosfato. DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO: → Carga energética baixa: Mais AMP do que ATP → A atividade muscular utiliza o ATP convertido em ADP + Pi. Este ADP pode ser transformado novamente em ATP + AMP. A presença de AMP indica uma situação de pouca energia disponível, ativando a enzima PFK. → , mostra a atividade muscular e o consumo de ATP pelo músculo. → PFK muscular pode ser ativado pelo AMP. → O aumento da Frutose 1,6-bisfosfato desencadeia uma série de reações que levarão ao aumento da atividade da Piruvato quinase (retroalimentação positiva), formando os 2 Piruvatos. → O piruvato pode ser convertido, em uma fermentação anaeróbica, em Lactato (ex: sprint). Caso o músculo esteja recebendo oxigênio, como em um atleta mais preparado(bem condicionado, maior numero de vasos sanguineos, melhor cardiorespiratório), o piruvato pode ser consumido de maneira aeróbica, sendo convertido em CO2 + H2O. → A liberação de ATP estimula, durante o exercício, a contraçãodas fibras musculares. DURANTE O REPOUSO MUSCULAR: → A síntese de glicogênio, no repouso, diminui os níveis de Glicose 6-fosfato no citosol, havendo assim a inibição da Hexoquinase (retroalimentação negativa) → A inibição diminui o gasto de ATP. → O excesso de ATP aumenta a razão ATP/AMP, representando uma carga energética alta. → A PFK e a Piruvato quinase serão inibidas pelo excesso de ATP. → Nesse caso, não haverá reações de fermentação anaeróbica, com a produção de lactato, e as fibras musculares ficarão relaxadas, por não haver quebra do ATP. → Esses ligantes diminuem o Km das enzimas, ou seja, aumenta sua afinidade pelo substrato (com baixa [ATP]). → O aumento da concentração de frutose 2,6- bisfosfato diminui o Km, ou seja, aumenta a afinidade do substrato pela enzima (PFK 1). Assim, ele é considerado com um ativador da enzima PFK 1. Logo, a frutose 2,6-bifosfato é uma molécula regulatória. M a r i a L u i z a P e i x o t o F M T - L X I I | 5 • A frutose 2,6-bifosfato é derivada diretamente da frutose 6-fosfato com ação da enzima PFK2, na qual a frutose 6-fosfato é produzida da glicose a partir da via glicolítica. • Logo, quando tem uma grande concentração de frutose 6-fosfato ela pode ser convertida pela enzima PFK2 em frutose 2,6-bifosfato, no entanto frutose2,6- bifosfato pode ser ativada a partir da enzima PFK1 e ser convertida em frutose 1,6-bifosfato. • Assim como a frutose 1,6-bifosfato pode derivar diretamente da frutose 6-fosfato a partir da via glicolítica. OBS: PFK2 é uma enzima bifuncional, podendo atuar como quinase e fosfatase dependendo da necessidade da produção, ou de frutose 2,6-bifosfato ou da conversão da mesma para frutose 6-fosfato novamente. NO FÍGADO EM JEJUM: • Em jejum ocorre liberação de glucagon que se ligara ao receptor que está associado à proteína G que ativará o adenilato ciclase e ira gerar AMP, que ativa a PKA, estimulando a cascata de fosforilação. • Com a cascata de fosforilação, ocorre a fosforilação na enzima bifuncional, ativando a atividade fosfatase da enzima bifuncional. • Logo, qualquer frutose 2,6-bifosfato que estiver na proximidade será convertida em frutose. • Com a conversão, ocorre a diminuição da concentração de frutose 2,6-bifosfato, com essa baixa concentração a enzima PFK1 é desativada, logo não tem produção de frutose 1,6-bifosfato, impedindo assim a continuação de via glicolítica e da formação de piruvato. • Com a falta de glicose e com a baixa concentração de frutoses o fígado para de utilizar a glicose e começa a ativação da gliconeogênese, para a produção de glicose e esta ser liberada no sangue e manter o controle glicêmico. • Portanto, o glucagon é inibidor da função quinase da enzima bifuncional. NO CORAÇÃO: • A adrenalina é liberada em situações de exercícios, estresse agudo, entre outras situações que precisa ocorrer o aumento do funcionamento cardíaco. • Logo, há uma necessidade maior de energia pro corpo, intensificando assim o funcionamento da via glicolítica. • Com isso a PFK1 é ativada e sua função intensificada, e ocorre uma produção maior de frutose 1,6-bifosfato. • Portanto a adrenalina é inibidora da função fosfatase da enzima bifuncional. M a r i a L u i z a P e i x o t o F M T - L X I I | 6 Quando ocorre a inibição da PKF considera-se tambem que ocorre a parada do ciclo de krebs, pois não há a necessidade de produção de mais ATP. • Muito citrato significa que tem muita energia já. • PIRUVATO QUINASE (última enzima da via): → É uma isoenzima = enzimas que fazem a mesma reação, é encontrada em vários locais. → É inibida por excesso de ATP. 5. Regulação da Piruvato Quinase • Isoenzima do músculo e cérebro (forma M) → Inibição alostérica por ATP → Inibição alostérica por alanina → Ativado por frutose 1,6-bisfosfato • Isoenzima do fígado (forma L) → Idem forma M → Inibição por fosforilação • Piruvato quinase transforma fosfoenolpiruvato em piruvato. • Ativa na forma desfosforilada, quando recebe um fosfato ela fica inativada. • Na situação de jejum, em que o glucagon é liberado, isso ativa a PKA, disparando a cascata de desfosforilação. • Logo, a via glicolítica não funciona em jejum, fazendo com que o fígado busque outra fonte de energia. Mas prioritariamente a glicose. • Quando há insulina, ela ativa as fosfatases, fazendo com que o fosfato seja removido da piruvato quinase ativando-a. HIPÓXIA Hipóxia: Ausência de oxigênio suficiente nos tecidos para manter as funções corporais • Hipóxia ativa a via glicolítica, através da ativação de HIF-1. • HIF-1 liga no DNA e dirige a transcrição de determinadas proteínas, que tem relação com crescimentos de vasos sanguíneos e síntese de enzimas glicolíticas. • Hipóxia pode ocorrer em indivíduos que realizam bastante exercício, o que estimula a ativação de HIF- 1, para irrigação muscular. • O exercício físico também favorece o aumento de GLUT 1 e GLUT 3, que são transportadores de glicoses constitutivos, que aumentam a entrada de glicose nas células. TUMOR: Tumores cancerígenos também estimulam a via glicolítica, devido a maior necessidade de irrigação sanguínea. As células precisam produzir mais O2 para irrigar as células do tumor, ativando o HIF-1. Características que servem para diagnosticar o câncer. → EXAME PET SCAN = indivíduo recebe uma dose de glicose marcada com flúor, que sofre um decaimento e emite pósitrons. A detecção ocorre na deposição em locais em que ocorrem as emissões do positron. → As glicoses marcadas se acumulam em células que fazem muita via glicolítica, logo as células do tumor que realizam dessa via são detectadas através dessa imagem. M a r i a L u i z a P e i x o t o F M T - L X I I | 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA VIA GLICOLÍTICA: → Na via glicolítica ocorre a formação até o piruvato. → Sendo que o piruvato na falta de O2 ele será transformado em lactato, e isto acontece porque nessa falta a via glicolítica vai depender da glicose e tem que ter NAD oxidado. → A quantidade de NAD dentro das células é limitada. Esse NAD reduzido, a células têm mecanismos para reoxidá-lo, e a conversão do piruvato ocorre justamente para isso, ocorrendo a reoxidação do NAD. → Quando o piruvato é convertido em lactato, o piruvato captura os hidrogênios da NADH fazendo com que ele volte a ser oxidado, permitindo a manutenção e continuidade da via glicolítica, que é importantíssima na condição anaeróbica. → E a enzima que realiza a retirada de hidrogênios do NADH e transfere pro piruvato transformando-o em lactato é a: lactatodesidrogenase. REFERÊNCIAS: • MARZZOCO, A., TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Livro. (1 recurso online). ISBN 978-85-277-2782-2. • BROWN, T. A. Bioquímica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Livro. (1 recurso online). ISBN 9788527733038. • NELSON, David L. Princípios de bioquímica de Lehninger. 7. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2018. Livro. (1 recurso online). ISBN 9788582715345. • DEVLIN, Thomas M. Manual de bioquímica com correlações clínicas. tradução de Yara M. Michelacci. 7. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2011. 1252 p., il. ISBN 978-85-212-05920. • Anotações da aula QUESTÕES DE FIXAÇÃO: 1. Qual a diferença entre glicólise e via glicolítica? 2. Quais são as enzimas responsáveis pela glicólise? 3. Qual a diferença entre a glicoquinase e a hexoquinase? 4. Quais são os reguladores da Frutose 2,6- bifosfato? 5. Como a PFK2 pode ser regulada? 6. Porque a Frutose 2,6 bifosfato pode ser considerada uma fosfatase e uma quinase? 7. Quais são os reguladores da PFK1? 8. Qual o saldo de ATP da via glicolítica? 9. Explique o papel do Glucagon e da Adrenalina na regulação da via glicolítica. 10. O que é o exame PET SCAM? 11. Qual arelação da hipóxia com a via glicolítica?
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