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Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 3 - 27/08/20 1 VIAS METABÓLICAS – VIA GLICOLÍTICA (GLICÓLISE) Relembrar é viver – Glicose Glicose ocupa posição central no metabolismo • rica em energia potencial → bom combustível • oxidação completa da glicose → CO2 + H2O • precursor versátil → dá origem a vários intermediários na biossíntese o Piruvato o DNA o Glicogênio o Colesterol o Aminoácidos o Ácidos graxos Regulação da via requerida → indicação molecular (hormonal, elétrica, sensorial...) → Glicose é degradada numa série de reações catalisadas (enzimas) Produção de energia e a síntese de produtos finais estejam de acordo com as necessidades da célula. Vias metabólicas • Catabólica = degradar - Quebra moléculas complexas, produzindo moléculas simples o 1x Glicose → 2x Piruvato • Anabólica = síntese - formam produtos finais complexos a partir de precursores simples o xGlicoses→Glicogênio Em uma via, o produto de uma reação serve como substrato para a reação subsequente. • A via é composta por sequências de enzimas, onde cada uma pode exibir importantes características regulatórias Diferentes vias também podem formar intersecções, formando uma rede integrada de reações químicas com propósitos definidos. Mapa Metabólico O mapa é útil para traçar conexões entre as vias, visualizando o "movimento", propósitos definidos, de metabólitos intermediários, e para perceber o efeito do bloqueio de uma via sobre o fluxo de metabólitos. Via Glicolítica Glicólise → quebra da glicose → ATP • Quebra = oxidação da glicose É a via preferencial de produção de ATP, uma molécula de glicose é degradada, em uma série de reações catalisadas por enzimas, gerando duas moléculas de piruvato (composto de três átomos de carbono) 1x Glicose → 2 piruvatos 9 reações → saldo final 2 ATP (+2 NADH) (parte da energia livre é conservada) Os produtos líquidos da oxidação completa do alimento incluem ATP, NADH, CO2 e H2O Gliconeogênese → glicose sintetizada a partir de outro substrato • TAG (Triacilglicerol) ou TGL (Triglicerídeos) • Aminoácido • Ácido Láctico Glicogenólise → quebra glicogênio (armazenado) • Liberando glicose no sangue Glicogênese → produção de glicogênio • Para armazenar (fígado, musc esquelético) Ao praticar exercício físico → aumentar massa = • Aumentar o tamanho da fibra (hiperplasia) o Tudo que tem dentro aumenta, dada a demanda específica ▪ Corredor de 100m • Mitocôndrias ▪ Maratonista • Reserva glicogênio Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 3 - 27/08/20 2 (mamífero) Quebra glicolítica da glicose é a única ou principal fonte de energia em alguns tecidos/células • eritrócitos, medula renal, cérebro e esperma CINASES → ATP / DESIDROGENASE→ NAD+ ou FAD+ As reações são dependentes umas das outras, tanto com relação ao substrato, quanto energeticamente • Reações exergônicas • Reações endergônicas A via Glicólise aeróbia, nas células com mitocôndrias e fornecimento adequado de oxigênio, o piruvato é o produto final e, então, prepara as condições necessárias para a descarboxilação oxidativa do piruvato a acetil-CoA, o principal combustível do ciclo do ácido cítrico (a próxima etapa) • A via tem 10 reações → vamos considerar 9 o a professora não considera a reação (x) di-hidroxicetonaP → gliceraldeído3-P • A via tem dois sentidos o Via glicolítica: Glicose → Piruvato o V. gliconeogênese: Piruvato → Glicose 1. As reações irreversíveis (i) são as reações CINASE (envolvem ATP) → 1 – 3 – 9 i. Hexocinase ii. PFK1 (fosfofrutocinase) iii. Piruvato-cinase b. Cinases são as enzimas regulatórias X 2. Todas as outras reações são reversíveis e participam tanto da via glicolítica, quanto da gliconeogênese Reação 1 (i) – Fosforilação da Glicose • Enzima: Hexocinase • Catalisa transferência o fosfato (ATP → ADP) • Adiciono um grupo fosfato à glicose o Fosforilo a glicose → ativada para reações seguintes Fosforilação irreversível da glicose Mg2+ é um cofator que dá estabilidade GLUT (1,2,3) → presentes na MP, permite o trânsito da glicose (entrar e sair) da célula (gradiente de []) 1. Glicose fosforilada não atravessa facilmente as memb. celulares → não há carreadores • retém na forma glicose-6-fosfato citosólica o Importância: como o sangue possui um volume maior que o citosol, iria entrar apenas quando estivesse glicose em alta concentração e, no restante do tempo não iria entrar e ainda forçaria a saída • GLUT (4) – Hepatócito Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 3 - 27/08/20 3 Isoenzimas → mesma função, mas em local diferente • Regulação → é questão de afinidade química Hexocinases I, II e III (isoenzimas) + IV • Catalisa a entrada da glicose na via glicolítica • Na maioria dos tecidos, temos I, II, III → especificidade ampla quanto ao substrato • Fígado ainda tenho a GLICOCINASE ou hex.IV o Hexocinase IV = GLICOCINASE o Menos afinidade com a glicose que as outras hexocinase • Importância dessa diferença de afinidade: permitir que em momentos de necessidade, as células que precisam (ex. neurônios) tenham prioridade do uso da glicose, do que no hepatócito que usa para formar glicogênio (fica para segundo plano essa ação) Estado alimentado → taca-lhe pau, tudo vai funcionar o Hexos I, II e III → funções celulares diversas o IV ou Glicocinase → sintetizar glicogênio Jejum → prioridades amigão • Fígado para, mesmo que a glicose entre no hepatócito, ela sai e vai para quem demanda Proteção contra HIPOGLICEMIA Regulação da Hexocinase ‘O produto da reação INIBE que esta aconteça (I, II e III)’ • Produto da reação 1: glicose-6-fosfato (G6P) o [G6P] = para a reação no sentido de formação de piruvato, justificativa, já tenho muito para que mais, vou usar a glicose para fazer glicogênio o [G6P] = eu ativo o processo de quebra da glicose para sintetizar ATP ‘O produto da reação (G6P) NÃO INIBE a Glicocinase’ → a célula vai receber e a glicocinase vai continuar fosforilando glicose para poder produzir glicogênio → o fígado ignora o fato que tem bastante produto e usa • Proteína reguladora da glicocinase (GKGR): inibe a glicocinase, caso níveis de glicose permaneçam baixo por muito tempo, levando ou retirando a glicocinase do núcleo • Nível de glicose baixo, levo a Glicocinase para o núcleo. • [glicose] volta ao ideal, levo a glicocinase para o citosol. É uma inibição pela interação reversível com uma proteína reguladora específica do fígado, e a ligação é muito mais forte Reguladora GKGR → fosforila a Glicocinase em baixa [glicose] e a carrega para o núcleo do hepatócito *Regulação – normalmente, promovida por um hormônio A glicocinase funciona como um sensor de glicose no controle da homeostase da glicose plasmática. • Mutações que diminuem a atividade da glicocinase causa diabetes do tipo 2 Reação 2 – Formação do isômero de função da glicose-6 → frutose-6 • Enzima: fosfoglicoseisomerase o Necessário ter frutose para dividir a molécula em 2, nas próximas etapas o G6P → frutose-6-bifosfato Reação 3 (i) – Fosforilação da Frutose • Enzima: PFK-1 ou fosfofrutocinase-1 • Catalisa transferência o fosfato (ATP → ADP) o Adiciono o fosfato à frutose-6-fosfato • Fosforilo a frutose uma segunda vez o F6P→frutose-1,6-bifosfato PFK-1 é a principal enzima regulatória da via glicolítica • Mais importante ponto de controle – PFK-1 compromete a glicose com a glicólise • passo limitante da velocidade da glicólise • Enzima alostérica altamente reguladora Alosteria – Enzimas Alostéricas são aquelas que possuem “outras formas” ou conformações induzidas pela ligação de moduladores em sítios alostéricos • mudanças conformacionais induzidas por um ou mais moduladores, interconvertem (converte e desconverte) em formas mais ativas e formasmenos ativas da enzima. Efetor Positivo = estimula a atividade da enzima pelo substrato Efetor Negativo = reduz a afinidade enzima-substrato Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 3 - 27/08/20 4 Regulação da PFK-1 1. PFK-1 tem vários sítios reguladores aos quais se ligam os ativadores ou os inibidores alostéricos • PFK-1 é controlada pelas concentrações disponíveis de seus substratos, ATP e frutose- 6-fosfato, e pelas substâncias reguladoras Concentração alta de ATP sinaliza → ATP sendo produzido mais rapidamente do que consumido → o ATP se liga a um sítio alostérico na enzima → inibe a PFK-1 → que reduz sua afinidade pelo substrato F6P → paro a via glicolítica Alta concentração de ADP/AMP atuam alostericamente → ligando ao sítio da PFK1 → retira o ATP → liberar a inibição → recomeço a via glicolítica Citrato (dentro da mitocôndria) é um subproduto do ciclo de Krebs (CK), se o seu nível está elevado, quer dizer que a célula já esta produzindo muito ATP, assim, sua existencia inibe PFK1 Esses efeitos se combinam para produzir atividade enzimática mais elevada quando o ADP e o AMP se acumulam e mais baixa quando o ATP se acumula. • ATP → ADP + Pi • ADP + ADP → ATP + AMP ATP não é somente um substrato para a PFK-1, em excesso inibindo-a, como também um produto final da via glicolítica. 2. Regulação da da PFK1 por Frutose 2,6 Bifosfato • G6P → F6P → PFK1 →F16P → glicólise • G6P → F6P → PFK2 →F26P → PFK1 F26P: é um regulador alostérico extremamente potente e importante, na inibição de PFK1 e FBPase1 • É um metabólito (que parece um substrato) F26P é um produto da PFK2 que estimula mais a PFK1 [F26P] → se liga ao sítio alostérico da PFK1 → aumenta a finidade por F6P → aumenta a velocidade de processamento desse substrato → F16P • Quando a frutose-2,6-bifosfato se liga ao seu sítio alostérico na PFK-1, ela aumenta a afinidade dessa enzima pelo seu substrato, frutose-6-fosfato, e reduz a afinidade pelos inibidores alostéricos ATP e citrato. Resultado: mesmo com [ATP] na célula, o que seria responsável por fazer ela parar a glicólise (inibição), se eu tenho [F26P], a célula ignora o ATP e continua disponibilizando glicose para a via glicolítica • Não pode deixar acumular frutose na célula, no corpo, pois ele bagunça toda a via o Adoçante com frutose emagrece – BALELA, frutose entra na via glicolítica da mesma forma → Ter muito piruvato é um ponto positivo dessa pressão exercida da F26P na célula, pois este poderá ser utilizado como substrato para uma série de compostos orgânicos: Reação 4 – Quebra da F1,6BP em duas • Enzima: aldolase F-1,6-BP é clivada para a formação de duas moléculas Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 3 - 27/08/20 5 Reação 4.1 – Conversão em gliceraldeído-3-fosfato • Enzima: triose-fosfato-isomerase Di-hidroxiacetona-fosfato, é rápida e reversivelmente convertida em gliceraldeído-3-fosfato (essa que deve entrar na fase de pagamentos) Fim dessas reações eu tenho dois compostos, assim, tudo dessa etapa para frente, teremos o dobro de subsequentes substratos e produtos Reação 5 – Oxidação do gliceraldeído • Enzima: Gliceraldeído-3P Desidrogenase o NAD+ → NADH ▪ NAD+ é reduzido em NADH Reação 6 – Remoção do P da 1,3BPG • Enzima: Fosfoglicerato Cinase o Liberação de fosfato • ADP + Pi → ATP (2x) o Nesse estágio zerei o déficit • Produto: 3 fosfofoglicerato Reação 7 – Mudar o P de lugar (iso posição) • Enzima: Fosfoglico Mutase • Produto: 2 fosfofoglicerato Reação 8 – Formação de um enol • Enzima: Enolase o Retiro H2O • Produto: Fosfoenolpiruvato Reação 9 (i) – Remoção do P do Fosfoenolpiruvato • Enzima: Piruvato Cinase o Liberação de fosfato • ADP + Pi → ATP (2x) o Nesse estágio saldo positivo de 2ATP Produto FINAL da via: PIRUVATO (2) Regulação Piruvato-cinase 1. Piruvato-cinase é ativada pela F1,6BP (mais rápida*) → se estou com muita frutose lá na entrada, sinalizo para a piruvato cinase acelerar seu trabalho e processar mais fosfoenol → piruvato 2. Regulação da Piruvato Cinase pelo hormônio GLUCACON (hormônio da fome - jejum) (mais forte*) Glucagon vai fosforilar a piruvato-cinase Fica inativada Razão: justifica a célula do hepatócito continuar a quebra das glicoses, sabendo que outra célula pode ter maior demanda energética Glucagon → AMPc → PKA Caso das hemácias (eritrócitos) • Lembrar não tem mitocôndria • Na reação 6, temos uma enzima mutase o 1,3BPG (capta pulmão) → 2,3BPG (libera na célula) • 2,3BPG: menos reagente com o O2, reduzindo a afinidade da hemoglobina pelo O2 o Assim, a hemoglobina libera o O2 nos tecidos, respiração Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 3 - 27/08/20 6 Fígado = bom moço Dá prioridade para quem precisa e ainda produz para outros usarem Cél. Muscular = cracuda Ela usa o que precisa e ainda pega para depois (e ainda não deixa sair – não tem enzima para) Questões clínicas comentadas em sala 1. Neurônio continua ativo mesmo no sono SONO NÃO-REM a cada 90 min → SONO REM (5 min) → NÃO-REM (90 min) → REM (10 min) → NÃO-REM (90 min) → REM (15) (O CORPO NÃO PARA) A cada ciclo, aumento o sono que não descansa Sono não-rem → baixíssimo estimulo neuronal Sono rem → maior estimulo neural e bloqueio das vias motoras (para não encenação do sonho) Sonambulismo → menor bloqueio da via motora 2.Adrenalina → pode causar em termos bioquímicos • Promover liberação de glicose (glicogenólise) o Principalmente neuronal, pois ele que aciona e da resposta a tudo • Promove quebra de gordura → glicose o Para as outras células todas • Bloqueia a liberação de insulina para que não seja quebrado • Coração e respiração precisam acelerar 3. Eritrócitos e os bancos de sangue Bancos de sangue com problema, pois não sabiam que por mais que o sangue tivesse hemácias/hemoglobinas • Hemácia só tem uma segunda via dentro do organismo vivo, quando o sangue é armazenado o 2,3BPG não é produzido • Assim, a hemácia por ter apenas 1,3BPG continua com alta afinidade com o O2 e não libera estes nos tecidos de que estava recebendo o sangue Fermentação Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 3 - 27/08/20 7 Estudo dirigido – Exercícios 1 – Qual a importância da reação de fosforilação inicial da glicose para o metabolismo da mesma? 2 – Por que a glicocinase não atua em situações onde os níveis de insulina estão reduzidos? Qual a importância deste fato no controle normal da glicemia? 3 – Quais são as enzimas regulatórias da via glicolítica? 4 – Por que o excesso de glicose-6-P pode reduzir a velocidade da glicólise? 5 – Por que a deficiência de triose isomerase pode reduzir a produção de ATP no citosol? Referências Bibliográficas • Bioquimica ilustrada – Pamela o Cap 8 ao 13 – pg 91 + • Principios da Bioquimica – Lehninger o Cap 14 – pg 544 • Fundamentos da BioCel – Alberts o Cap 13 e 14 – pg 419
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