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Economia Internacional I

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Prévia do material em texto

ECONOMIA 
INTERNACIONAL I
Professora Dra. Luciane Cristina Carvalho
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; CARVALHO, Luciane Cristina. 
Economia Internacional I. Luciane Cristina Carvalho. 
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
208 p.
“Graduação - EaD”.
1. Economia. 2. Internacional. EaD. I. Título.
ISBN: 978-85-459-1244-6
CDD - 22 ed. 337
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
Silvio Castro
Designer Educacional
Agnaldo Ventura
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
José Jhonny Coelho
Qualidade Textual
Silvia Caroline Gonçalves
Ilustração
Marcelo Goto
Bruno Pinhata
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Pró-Reitor de 
Ensino de EAD
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
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RR
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Professora Dra. Luciane Cristina Carvalho
Pós-doutora em Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Maringá 
– UEM. Doutora em Teoria Econômica (2014) pela Universidade Estadual de 
Maringá – UEM, com estágio de doutoramento Sanduíche na Université du 
Québec à Trois-Rivières - CA. Mestra em Integração Latino-Americana pela 
Universidade Federal de Santa Maria (2007), graduada em Ciências Econômicas 
pela Universidade Federal de Santa Maria (2004). Com experiência na área de 
teoria econômica e finanças. Atualmente é professora da Universidade Federal 
do Mato Grosso do Sul - UFMS.
Currículo Lattes: 
<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4753253Y8>
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a).
Seja bem-vindo(a) à nossa disciplina de Economia Internacional I. Esperamos ampliar 
seus conhecimentos e lhes proporcionar a integração teórica e prática a partir dos 
exemplos reais destacados ao longo do nosso livro. 
Nosso estudo inicia com a importância dos principais agentes econômicos, sendo a socie-
dade como um todo, o governo por suas funções, as empresas entre outros. Logo no início, 
vamos perceber que o comércio internacional é muito importante para todos nós, visto 
que é por meio dele que nossas necessidades de diversos produtos e serviços são sanadas. 
Dessa forma, vamos conhecer, na primeira unidade, que a economia internacional estu-
da a importância do comércio e como a economia mundial se organiza atualmente. Nes-
sa mesma unidade, destacaremos o balanço de pagamentos como instrumento em que 
os países podem mensurar suas atividades com relação às transações de mercadorias, 
bens e movimento de capitais com o resto do mundo. Além disso, vamos estudar como 
funciona o preço da moeda estrangeira com relação à moeda local. Para isso, conhece-
remos um pouco como as taxas de câmbio são determinadas.
No entanto, salientamos que essas atividades de países devem ser coordenadas, pois, ao 
adotar certas medidas, estas podem causar crises entre os países. Por isso, cada política 
deve procurar amenizar as distorções que podem surgir ao adotar determinadas políti-
cas. E, por fim, discutiremos acerca do mercado internacional de capitais. 
Na Unidade 2 iremos analisar os agentes que negociam no mercado internacional, con-
siderando que o comércio internacional proporciona às nações aproveitamento em 
termos de tecnologia, trabalho, favorece as trocas e, com isso, beneficia o país com a 
diversificação de bens e, claro, proporciona o alcance dos serviços. 
Vamos perceber que, com o tempo, o comércio internacional sofreu diversas modifica-
ções. Tais mudanças também resultaram em alterações de conduta dos países. Observare-
mos que houve acordos comerciais resultantes da proximidade territorial entre os países 
e, assim, a formação de blocos econômicos, como NAFTA e Mercosul. Além da integraçãoregional, analisaremos a globalização como um fenômeno de mudanças internacionais. 
Apesar de haver discussões quanto ao tema, pode-se definir que a globalização é proces-
so econômico e social que estabelece a integração entre os países e as pessoas. 
Ainda nesta unidade, investigaremos o padrão de mutante do comércio, ou seja, a mudan-
ça do comércio internacional com maior participação dos produtos manufaturados origi-
nários de países em desenvolvimento. Essa mudança é visível, já que esses países possuí-
am como maior pauta de produtos a serem transacionados os produtos de commodities.
Na terceira unidade, vamos estudar as teorias do comércio internacional, iniciando com 
o Mercantilismo, que, apesar de não ser uma teoria do comércio internacional, trouxe 
contribuições importantes para essa dinâmica. Veremos as teorias clássicas do comér-
cio, que têm como principais formuladores Adam Smith, com a formulação da teoria 
das vantagens absolutas, e David Ricardo, com as teorias das vantagens comparativas.
APRESENTAÇÃO
ECONOMIA INTERNACIONAL I
Posteriormente à teoria clássica, estudaremos a teoria neoclássica do comércio in-
ternacional, que se aproxima de uma teoria moderna, com ênfase em quatro teore-
mas. O primeiro a ser estudado é o Hechscher-Ohlin sob a teoria das proporções dos 
fatores de produção; o segundo é o Teorema de Equalização dos Preços, indicando 
que há uma convergência de preços no comércio internacional; terceiro teorema 
é de Stolper-Samuelson, em que procuraram estudar os efeitos de uma tarifa que 
altera o preço sem afetar os preços mundiais; e o quarto, e último, é o Teorema de 
Rybycnski, que discute as variações das quantidades dos fatores de produção sobre 
as mercadorias produzidas. 
E, por último e ainda na terceira unidade, veremos a economia moderna, a qual 
trata-se de uma extensão ao modelo das vantagens comparativas. Esta se baseia na 
economia de escala e estuda a estrutura de mercado, sendo mais realista o mercado 
de concorrência monopolística. 
A quarta unidade abordará as políticas comerciais, ou seja, as ações que os gover-
nos decidem frente ao comércio mundial. O comércio pode ser considerado livre, no 
entanto, há argumentos tanto a favor quanto contra o comércio. Assim, teceremos 
comentários a essas duas vertentes. O que se pode dizer que se uma nação optar 
por livre comércio pode depender do tamanho de sua economia. Apesar de, atual-
mente, pensarmos em livre comércio, há medidas protecionistas por toda parte. Tais 
medidas são a imposição de tarifas a determinados produtos, subsídios, cotas (ou 
quotas), restrições voluntárias às exportações, entre outras. 
A nossa última unidade tratará de comércio internacional e desenvolvimento. Ao 
avançarmos nosso estudo, você perceberá que o comércio tem a importante função 
de proporcionar o desenvolvimento. Nesta unidade, vamos conhecer dois modelos 
de desenvolvimento, uma desenvolvida por R. Prebisch e adotada por países perifé-
ricos, e outra por Nurske, tendo o comércio como motor do desenvolvimento. 
Vamos estudar também o papel do comércio e da industrialização. Nesse ponto, 
selecionamos dois modelos para o estudo, um baseado no ciclo do produto e outro 
com ênfase no modelo dos Gansos Voadores. Tais modelos são considerados como 
propulsores de tecnologia nas economias.
Esta unidade foca nas relações entre os países, com vistas a acordos comerciais. Es-
ses acordos podem ser via integração econômica, acordos em razão da regionaliza-
ção ou multilaterais. Assim, também iremos discutir um pouco sobre o processo da 
globalização financeira e produtiva. 
Desejamos um ótimo estudo a você!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
15 Introdução
16 Do que trata e qual a importância do Comércio Internacional 
21 O Balanço de Pagamentos 
26 Determinantes da Taxa de Câmbio 
30 A Coordenação Internacional de Políticas 
34 O Mercado Internacional de Capitais 
37 Considerações Finais 
UNIDADE II
COMÉRCIO MUNDIAL: UMA VISÃO GERAL
49 Introdução
50 Quem Negocia com Quem? 
52 As Fronteiras e os acordos comerciais 
62 Globalização: Passado e Presente 
65 O padrão mutante do Comércio 
69 O Brasil e o Comércio Internacional 
75 Considerações Finais 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
87 Introdução
88 Teoria Clássica do Comércio Internacional: Vantagens Absolutas 
94 Teoria Clássica do Comércio Internacional: Vantagens Comparativas 
101 Teoria Moderna: Os quatro Teoremas Fundamentais 
111 O Modelo de Heckscher-Ohlin 
115 Extensões da teoria da vantagem Comparativa: Economias de Escala, 
Competição Imperfeita e Comércio Internacional
119 Considerações Finais 
UNIDADE IV
POLÍTICAS COMERCIAIS
129 Introdução 
130 Instrumentos de Política Comercial 
142 Política de Estratégia Comercial 
147 Política Comercial para países em Desenvolvimento 
154 Argumentos para restringir o Comércio 
159 Argumentos a Favor do Comércio 
163 Considerações Finais 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
COMÉRCIO INTERNACIONAL E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
175 Introdução 
176 Teoria do desenvolvimento Econômico 
180 Comércio e a Industrialização 
186 Processo de Substituições de Importações (PSI) 
190 Integração Econômica, Regionalismo e Multilateralismo 
197 Globalização Financeira e Produtiva 
201 Considerações Finais 
208 Conclusão 
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Profa. Dra. Luciane Cristina Carvalho
INTRODUÇÃO À ECONOMIA 
INTERNACIONAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar qual a abrangência do comércio internacional, bem como 
sua importância para o crescimento e desenvolvimento das nações.
 ■ Conceituar o balanço de pagamentos de forma introdutória.
 ■ Expor os determinantes, tipos de taxa de câmbio e os principais 
regimes adotados pelos países.
 ■ Destacar a importância da coordenação internacional de políticas e 
efeitos possível dessa coordenação. 
 ■ Mostrar a importância do mercado de capitais para financiar 
atividades econômicas e financeiras.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Do que trata e qual a importância do comércio Internacional
 ■ O Balanço de pagamentos
 ■ Determinantes da taxa de câmbio
 ■ A coordenação internacional de políticas
 ■ O mercado internacional de capitais
Introdução
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15
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo a esta unidade de estudo!
Convidamos você para um estudo sobre a economia internacional; trata-se 
de uma área da ciência econômica que estuda as relações de comércio de bens, 
serviços e capitais de um país com outros países. Essa é uma área do conheci-
mento que é atual e sempre está em pauta nas discussões, pois os governos estão 
sempre procurando dinamizar suas transações, como também adotar medidas 
de forma a proteger a economia local. Assim, vamos destacar a importância do 
comércio internacional para os governos, sociedade, empresas, entre outros 
agentes. Notamos que a economia internacional nos trouxe um novo desenho 
de economia global, no qual há integração entre economias, acordos preferen-
ciais de comércio, formação de blocos econômicos, entre outros.
Sendo assim, vamos conhecer um pouco sobre a importância do comér-
cio internacional. O comércio internacional é benéfico, gerador de ganhos. No 
entanto, há problemas resultantes da interação econômica entre as nações, ou 
Estados Soberanos e a economia internacional propõe a coordenação de políti-
cas para amenizar os efeitos.
Vamos conhecer, também, o balanço de pagamentos que consiste em um 
registro contábil de todas as transações de um país com outros países, ou seja, 
as transações de agentes domésticos e estrangeiros, das empresas não financei-
ras, governo e também as instituições monetárias e financeiras.
Estudaremos os determinantes da taxa de câmbio e como ela atua no comér-cio mundial. Por definição, a taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira 
medido em unidade da moeda nacional. Veremos também como a taxa de câm-
bio é determinada no mercado. 
Abordaremos sobre a coordenação de políticas internacionais, que trata de 
arranjos que minimizem os efeitos da decisão de uma política em outro país. 
E, por fim, será desenvolvido sobre o mercado internacional de capitais, que é 
semelhante e tão importante quanto o mercado de bens e serviços. Desejamos 
um ótimo estudo a todos!
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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DO QUE TRATA E QUAL A IMPORTÂNCIA DO 
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Vamos estudar sobre o comércio internacional e qual a sua importância para 
os países participarem desse mercado, considerado mundial. Primeiramente, 
sabemos que nenhum país é isolado e, ao mesmo tempo também, dizemos que 
nenhum país é totalmente autossuficiente e que não necessita comercializar com 
outras nações. Assim, assumimos que toda sociedade realiza transações e toda 
nação vende ou compra em maior ou menor medida para outras nações. 
O comércio internacional é uma subárea da economia e estuda os motivos e 
o comportamento dos indivíduos que os levam a transacionar no comércio inter-
nacional, ou mesmo comercializar domesticamente. Conforme Wessels (2003), 
devemos nos lembrar que aquilo que é verdadeiro no comércio também é verda-
deiro para o comércio internacional. Podemos elencar alguns pontos, sendo estes:
 ■ O comércio é mutuamente benéfico: essa é uma situação em que duas 
pessoas lucram, lembrando que, quando uma pessoa ganha, não neces-
sariamente a outra perde.
Do que trata e qual a importância do Comércio Internacional
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17
 ■ Exportação/venda e importação/compra: destacamos que as transa-
ções relacionadas à venda de bens e serviços refere-se à exportação e 
quando ocorre a compra de bens e serviços referimos à importação. 
Frequentemente ouvimos falar que a exportação é boa, pois esse argu-
mento mostra que é melhor vender do que comprar, indicando que o país 
eficiente tenta obter o máximo possível em troca do que vende.
 ■ Quanto mais barata as importações, melhor para o país: Isso indica que 
quanto menos a importação custa para um país, um certo montante de 
suas importações comparam mais importações.
 ■ As entradas tendem a igualar as saídas de moeda: Os países vendem para 
obter a moeda local com o qual compram outros bens e serviços.
Já definimos os principais conceitos introdutórios sobre o comércio internacional e 
destacamos que o assunto de economia internacional é importante, pois consiste nos 
problemas levantados pela interação econômica entre as nações ou Estados Soberanos. 
Assim, vamos estudar os principais temas que justificam o comércio internacional. 
OS GANHOS COM O COMÉRCIO INTERNACIONAL 
Em um dos pontos destacados anteriormente, afirmamos que o comércio é 
mutuamente benéfico, ou seja, é uma percepção de que o comércio internacio-
nal promove ganhos baseados na troca de bens e serviços. 
Então podemos pensar: será que o comércio internacional é benéfico quando 
os países envolvidos apresentam disparidades econômicas? A resposta é sim, 
há ganhos mesmo quando as nações possuem diferenças em produtividade ou 
mesmo salário. Krugman (2005) exemplifica duas situações: 
 ■ Uma em que o país envolvido possui tecnologia menos desenvolvida e, 
geralmente, preocupa-se caso sua economia promovesse a abertura eco-
nômica, preocupação justa, visto que suas empresas não serão capazes de 
competir com as empresas estrangeiras. 
 ■ Um segundo caso é justamente o contrário: quando a sociedade de uma 
nação tecnologicamente mais avançada, em que os trabalhadores ganham 
altos salários, preocupa-se com o comércio com países menos avançados, 
com salários mais baixos, que derrubem seu padrão de vida.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Podemos dizer que, mesmo que um país é mais eficiente que o outro, ambos 
podem ganhar com o comércio: o mais eficiente ganha em produtividade e 
os produtores do país menos eficiente compete pagando salários mais baixos. 
Destacamos que o comércio internacional permite aos países exportarem bens 
que foram produzidos com uso intensivo de recursos localmente abundantes, 
exemplo de mão de obra, fato este semelhante aos países em desenvolvimento. 
Enquanto esses mesmos países importam bens com uso de recursos localmente 
escassos, tecnologia, geralmente esses bens são produzidos por países desenvolvi-
dos. Dessa forma, o comércio internacional permite que os países se especializam 
nos bens que os proporcionem melhor eficiência, pois irá produzir com o fator 
produtivo que cada país possui abundantemente. 
Devemos levar em conta que, além do que comentamos sobre as disparida-
des, o preço relativo do bem também influencia na hora da transação. De acordo 
com Wessels (2003), dois países devem negociar sempre que os preços relati-
vos dos bens (antes de uma abertura comercial) forem diferentes. Calculamos o 
preço relativo da seguinte forma: 
preço relativo de A = Pª / Pb’ 
em que Pª é o preço do bem A e Pb’ o preço do bem. Vejamos um exemplo: Se 
o bem A custa $ 12 e o bem B custa $ 6, o preço relativo do bem A é 2. Dessa 
forma, é preciso abandonar duas unidades de B para se adquirir uma uni-
dade de A.
Devemos observar que não importa o quanto os preços relativos são diferentes, 
mas sim que sejam diferentes. Essa, digamos, hipótese de preços relativos ocorre 
numa situação em que não houve abertura comercial, pois quando se efetivar 
essa abertura os preços tendem a se igualar. 
Podemos perguntar: por que os preços relativos são diferentes entre as 
nações? São três os motivos dessa diferença. O primeiro é que há diferenças nos 
custos relativos da produção dos bens; o segundo é que pode-se afirmar que é 
devido às diferenças nas preferências; e o terceiro refere-se às diferenças de clima 
e recursos naturais.
Do que trata e qual a importância do Comércio Internacional
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Devemos observar também que os ganhos do comércio internacional não são 
apenas oriundos das trocas de bens – podemos considerar outros tipos de tran-
sações. Exemplo disso é a migração, assim como os empréstimos, os quais são 
considerados como forma de comércio que resultam em benefício. Nesse caso, tro-
cam-se trabalho por bens e serviços e trocam-se bens atuais por promessa de futuro. 
Além disso, tem-se as trocas no mercado de capitais – estes referem-se a ati-
vos de risco, tais como ações e títulos, os quais podem beneficiar a medida que 
proporciona a diversificação de riqueza e redução de variabilidade de rendas.
Destacamos a existência de um grupo de teóricos do comércio internacio-
nal o qual enfatiza que, apesar dos benefícios oriundos dessa atividade, há outro 
grupo que pode ser prejudicado, considerando que o comércio internacional 
pode ter fortes efeitos sobre a distribuição de renda. Eles apontam dois fatores 
preocupantes, conforme Krugman (2005): 
 ■ O comércio internacional pode afetar negativamente os proprietários de 
recursos específicos para as indústrias que concorrem com importações. 
 ■ O comércio, também, pode alterar a distribuição de renda entre grupos, 
como de trabalhadores e o de proprietários de capital. 
Portanto, apesar dos ganhos obtidos do comércio internacional, ainda há dis-
cussão sobre seus efeitos. No entanto, com o objetivo de suprir a necessidade da 
sociedade, as transações comerciais são realizadas, apostando que seus ganhos 
sejam maiores que seus efeitos negativos. 
PADRÃO DE COMÉRCIOA discussão em torno do comércio internacional está mais focada nos efeitos cau-
sados por essa atividade. No entanto, há um viés que procura estudar o padrão 
do comércio, ou seja, quem vende o quê e para quem? Essas são preocupações 
dos teóricos da área.
Por esse entendimento, Krugman (2005) destaca que é simples de entender 
quando o clima e os recursos explicam as transações – por exemplo, o Brasil 
exporta café, no entanto, não é tão simples explicar o padrão de comércio no Japão, 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
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o qual exporta automóveis e os Estados Unidos, que exporta aviões. Veremos 
algumas respostas ao longo de nosso estudo, porém, podemos antecipar que o 
pensador David Ricardo procurou explicar o padrão do comércio em termo de 
diferenças internacionais na produtividade do trabalho. E uma explicação mais 
alternativa num período mais recente relaciona o padrão do comércio a uma 
interação entre as ofertas relativas dos recursos nacionais, ou seja, capital, tra-
balho e terra, com o uso relativo desses fatores na produção de diferentes bens. 
QUANTO COMÉRCIO PERMITIR
Partindo do pressuposto de que os ganhos do comércio são mais importantes na 
economia internacional, então resta saber quanto comércio permitir. Vamos pen-
sar que, desde o surgimento das nações-Estado, os governos têm se preocupado 
com os efeitos da concorrência internacional sobre a prosperidade das indús-
trias nacionais. Por essa razão, procuram uma forma de proteger tais indústrias 
da concorrência externa, impondo limites à importação de bens ou subsidiando 
as exportações, por exemplo. 
Do âmbito político, desde o período da Segunda Guerra Mundial, os países 
avançados (liderados pelos Estados Unidos) procuraram uma ampla remoção 
de barreiras ao comércio internacional. De acordo com Krugman (2005, p. 4), 
“[...] essa política refletia a opinião de que o livre comércio era uma força não 
somente para a prosperidade, mas também para promover a paz mundial”. E, 
com isso, novos acordos de livre comércio foram negociados a partir da década 
de 90, por exemplo o Acordo de Livre Comércio da América do Norte – NAFTA, 
entre o Canadá, Estados Unidos e México. E o importante acordo da Rodada do 
Uruguai, que acabou por fundar a Organização Mundial do Comércio – OMC. 
Esse movimento de livre comércio trouxe novos adeptos para um grupo con-
trário a essa forma de acordo e ideias de globalização. Esse grupo se preocupava 
com as ideias tradicionais do protecionismo. 
Bem, então quanto comércio permitir?
Um dos argumentos de quanto comércio permitir é fundamentado na ideia 
de preço relativo, como argumenta Wessels (2003, p. 463): “Um país deve vender 
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os bens que os outros valorizam com um maior preço relativo. Um país deve 
comprar os bens que os outros países estão dispostos a vender a um menor preço 
relativo. Compre barato, venda caro”.
Um outro argumento está em Krugman (2005), no qual, dado os efeitos das 
políticas governamentais que afetam o comércio internacional, deve-se analisar 
o custo-benefício e definir critérios de intervenção do governo para o bom fun-
cionamento da economia. 
No entanto, destacamos que, na vida real, não é tão simples assim, mesmo por-
que o fator determinante do comércio internacional são as políticas governamentais. 
O BALANÇO DE PAGAMENTOS
O balanço de pagamentos consiste em um registro contábil de todas as transações de 
um país com outros países. Podemos, ainda, conceituar como sendo o registro dos 
pagamentos efetuados entre os residentes e os não residentes em determinado país. 
Vamos detalhar um pouco mais: o balanço registra toda movimentação que 
ocorreu num país com relação às atividades com outros países. Essas ativida-
des podem ser de exportação, importação, seguro viagem, frete, movimentação 
financeira, entre outras. 
Agora, definindo quem são os residentes de um país – por exemplo, no caso 
do Brasil –, são considerados residentes todas as pessoas que residam no país de 
forma permanente. Além disso, também é considerado residente aquelas pes-
soas que exercem atividades assalariadas às autarquias e repartições do governo 
brasileiro no exterior, e também aquelas que ingressaram no Brasil com visto 
permanente ou até mesmo temporário. 
Definidos os conceitos iniciais, vamos trabalhar um pouco mais sobre o 
balanço de pagamentos. O referido balanço é um instrumento de contabilidade 
nacional e que registra a conta do agente no exterior, das famílias, das empresas 
não financeiras e governo e, também, as instituições monetárias e financeiras. 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
Um ponto importante que devemos nos dar conta diz respeito à compra e venda 
de moeda estrangeira. Essa transação também é registrada no balanço de paga-
mentos, pois é por meio dela que se processam as trocas com o resto do mundo. 
Bem, no caso de compra de moeda estrangeira, justifica-se para pagar a impor-
tação de mercadorias de outros países, ou para pagamento de serviços prestados 
por estrangeiros a brasileiros, ou ainda para que empresas estrangeiras instaladas no 
país enviem seus lucros aos países de origem. Pode justificar-se também para paga-
mentos de juros estrangeiros ou pagamentos de royalties e patentes a outras nações. 
Em contrapartida, a venda de moedas estrangeiras ocorre pelos exportadores 
que recebem como pagamento pelas firmas estrangeiras que estão se instalando 
no país ou mesmo filiais e precisam de moedas domésticas – no caso, reais – ou 
pelas entidades que receberam empréstimos de outros países e precisam reali-
zar pagamentos em reais. 
Como o balanço de pagamentos das contas nacionais é semelhante ao de 
um balanço empresarial, ou seja, segue o mesmo princípio das partidas dobra-
das. Isso indica que, para cada transação entre dois agentes, são envolvidos dois 
fluxos em sentido contrário, sendo um de débito e outro de crédito. Assim, as 
compras de moeda estrangeira são registradas no lado esquerdo do balanço 
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de pagamentos, pois trata-se de lançamentos a débito. E as vendas de moedas 
estrangeira são registrados no lado direito do balanço de pagamentos indicando 
lançamento a crédito, como mostra o esquema abaixo.
Do lado esquerdo - Débito
Compra de moeda estrangeira
Do lado direito - Crédito
Venda de moeda estrangeira
Lembrando que o balanço de pagamentos precisa estar em equilíbrio e, para isso, 
o montante de débito deve ser igual ao montante de crédito. 
O balanço de pagamentos segue o padrão sugerido pelo Fundo Monetário 
Internacional – FMI – e é composto de duas categorias: as transações correntes e 
movimento de capital e o grupo de contas que as compõem, como se apresenta abaixo: 
Transações correntes
1. Balança comercial: representa o saldo líquido das exportações menos as 
importações de bens e serviços.
2. Balança de serviços: representa o saldo líquido das receitas e despesas em 
divisas externas com viagens ao exterior, frete, seguros, serviços gover-
namentais, entre outras.
3. Transações unilaterais: representam transações que não envolvem con-
trapartida, por exemplo: donativos privados e oficiais.
Movimentos de capitais
1. Investimentos estrangeiros líquido
2. Empréstimos a médio e longo prazo
3. Empréstimos a curto prazo
4. Amortizações.
O balanço de pagamentos segue o mesmo padrão do balanço patrimonial empre-
sarial, no entanto, o primeiro refere-se às transações de um país com relação ao 
exterior. As condições de equilíbrio ou desequilíbrio,sendo o déficit ou supe-
rávit, é resultado ou saldo líquido de cada categoria mencionada acima. Para 
melhor visualização do balanço de pagamentos, segue a síntese de sua estrutura.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
BALANÇO DE PAGAMENTOS
1. Balança comercial
1.1 Exportações 
1.2 Importações 
2. Balança de serviços
2.1 Transportes: fretes, seguros, etc.
2.2 Turismo e viagens internacionais 
2.3 Rendas de capital: remessa de lucros, lucros reinvestidos e juros 
2.4 Serviços governamentais 
2.5 Diversos
3. Transferências unilaterais 
4. Saldo do balanço de pagamentos em transações correntes: 1 + 2 + 3
5. Movimento de capitais
5.1 Investimentos diretos 
5.2 Reinvestimentos
5.3 Empréstimos e financiamentos
5.4 Amortizações de empréstimos 
5.5 Capitais de curto prazo 
5.6 Empréstimos de regularização 
5.7 Outros capitais 
6. Erros e omissões 
7. Saldo total do balanço de pagamentos: 4 + 5 + 6
8. Variação das reservas
Quadro 1 - Estrutura do Balanço de Pagamentos.
Fonte: Paulani e Braga (2007).
Grupo 1 - Balança Comercial: a balança comercial registra a movimentação de 
mercadorias, ou seja, de bens tangíveis. Seu saldo é dado pela diferença entre 
vendas de mercadorias efetuadas pelo país ao exterior e pode ser deficitário 
quando as importações forem maiores que as exportações e superavitário, em 
casos contrários.
Grupo 2 - Balança de serviços: agrega as transações com intangíveis, ou 
seja, incluem as receitas e despesas com transportes, as receitas e despe-
sas decorrentes de viagens internacionais, as rendas de capital, ou seja, as 
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remessas ou recebimentos de juros e lucros os gastos com representações 
diplomáticas e outros tipos de receitas e gastos, como os relacionados com 
patentes e royalties.
Grupo 3 - Transferências Unilaterais: representam pagamentos ou recebimen-
tos sem contrapartida, tais como doações de um país para outro a título de ajuda 
humanitária ou reparação de guerra.
Grupo 4 - Saldo em transações correntes, que é o somatório dos resultados dos 
três grupos anteriores.
Grupo 5 - Movimento de capitais (ou balanço de capitais): registra as transações 
envolvendo investimentos, empréstimos e financiamentos entre países.
Grupo 6 - Erros e omissões: é calculado para tornar nula o resultado do balanço 
de pagamentos.
Grupo 7 - Saldo no total no balanço de pagamentos: mostra o resultado que 
o país obteve no período, portanto, é a apuração do resultado a partir de suas 
operações correntes. Se o saldo é positivo, o país, ao longo de suas operações de 
compra e venda de bens e serviços, acumulou divisas, ou seja, produziu mais 
desses recursos do que deles necessitam. Assim, ou o país utilizou esse superávit 
para realizar investimentos na economia ou concedeu empréstimos.
Grupo 8 - A conta de variação das reservas: demonstra o resultado.
Conforme Paulani (2007), é por meio do balanço de pagamentos que pode-
-se dizer se, em face de um déficit em seu balanço de pagamentos em conta 
corrente, um país pode tentar obter os recursos que faltam por meio de ope-
rações de investimento, empréstimos ou financiamentos, ou mesmo a partir 
dos capitais de curto prazo. O resultado desse esforço que vai determinar 
se o país vai ganhar ou perder reservas no período, ou ainda se terá ou não 
de pedir auxílio a instituições como o FMI ou simplesmente não honrar os 
compromissos.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
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IU N I D A D E26
DETERMINANTES DA TAXA DE CÂMBIO
Conheceremos as taxas de câmbio e como ela atua no comércio mundial. Então 
temos por definição que taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira 
medido em unidade da moeda nacional. Aprimorando o conceito, a taxa de câm-
bio é o preço de uma moeda por outra. A moeda considerada hegemônica, ou 
seja, moeda dominante é o dólar.
Sendo assim, se o Brasil deseja vender soja para os Estados Unidos, é neces-
sário converter o preço da soja em dólares. Essa medida é a taxa de câmbio em 
que, se cada dólar custar R$ 1,00, o quilo de soja em reais são R$ 4,00 e em dólar 
será de US$ 4,00. A taxa de câmbio reflete o custo de uma moeda em relação à 
outra. Normalmente, as cotações apresentam taxas diferenciadas para a com-
pra e para a venda.
A taxa de câmbio é influenciada pela oferta e pela demanda de divisas, isto 
é, pela oferta e demanda da moeda estrangeira em um determinado país. Neste 
caso, temos de um lado os ofertantes de divisas que são os exportadores, ou seja, 
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os que recebem, em troca de suas vendas, moedas estrangeiras que não podem 
ser utilizadas no país e que necessita ser trocada por moeda nacional, portanto, 
precisam convertê-las. Por outro lado, temos a demanda de divisas, ou seja, os 
importadores que necessitam de moeda estrangeiras para efetuar suas compras 
em outros países.
No entanto, deve-se levar em consideração os efeitos psicológicos da oferta 
e demanda. Por exemplo: se a taxa de câmbio for muito alta, muitos produto-
res desejam exportar mais, e a oferta de dólares será muito grande. Vejamos um 
exemplo para melhor ilustração.
Taxa de câmbio 
R$ por dólar
Preço da Soja 
em dólares
Preço da Soja 
em reais Resultado
2,00 4,00 8,00 Exportar mais
1,00 4,00 4,00 Exportar menos
Tabela 1: Demonstração de conversão da taxa de câmbio.
Fonte: adaptado de Montoro Filho (1998) 
Conforme a Tabela 1, podemos perceber que quanto maior a taxa de câm-
bio, maior será o volume que as firmas desejam exportar e, no caso contrário, 
quanto menor a taxa de câmbio menor o volume que as firmas desejam expor-
tar. Lembrando que a oferta de divisas depende das exportações, sendo assim, 
quanto maior a taxa de câmbio, maior a oferta de divisas e quanto menor a taxa 
de câmbio, menor será a oferta de divisas.
Vale lembrar que estudamos até aqui os determinantes da taxa de câmbio 
no mercado, no entanto, há ambientes que são conhecidos como regimes cam-
biais que diferem em seus modelos e em cada país. No caso que apontamos, as 
taxas de câmbio são determinadas pelo mercado, mas nem sempre é tão simples 
assim, e há vários motivos pelos quais é necessário a intervenção do governo na 
fixação das taxas de câmbio.
Um primeiro motivo refere-se à elasticidade da demanda e da oferta, ou seja, 
se as variabilidades das divisas forem muito pequenas, podem provocar gran-
des alterações na taxa de câmbio. O segundo motivo a favor da intervenção do 
governo na taxa de câmbio é a especulação.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E28
Conceituando a especulação, podemos dizer que refere-se à tomada de deci-
sões baseando-se em perspectivas sobre a evolução do mercado. Sendo assim, 
caso se acredite que amanhã a taxa de câmbio será maior que a taxa de câm-
bio de hoje, é conveniente comprar dólares hoje e vender amanhã. Este é um 
fenômeno de mercado e pode provocar variações nos preços, ou ainda, às vezes 
estabilizá-los, ou seja, conseguem fazer com que os preços não variem muito.
Outro ponto a considerar sobre a taxa de câmbio diz respeito à valorização/
apreciação e desvalorização/depreciação. Já ouvimos, principalmente, na década 
de 90, sobre esses conceitos sobre o câmbio brasileiro. Então, o que isso significa?
Bem, dizemos que um câmbio foi desvalorizado quando precisamos de um 
número maior de reais por unidade de moeda estrangeira. Nesse caso, ocorreu 
um aumento na taxa de câmbio causando a desvalorização. Em contrapartida, 
uma valorização cambialindica que a moeda doméstica está mais forte, e preci-
samos de menos reais para pagar por unidade de moeda estrangeira. Nesse caso, 
ocorreu uma queda na taxa de câmbio. Cabe salientar que os termos valorização/
apreciação e desvalorização/depreciação são utilizados para as mesmas situações.
A taxa de câmbio está relacionada com os preços dos produtos exportados 
ou importados. Então, ela pode estimular ou desestimular as exportações con-
forme o patamar da referida taxa.
Taxa de câmbio 
R$ / US$
Unidades 
Vendidas
Preço da Soja 
em US$
Faturamento 
em US$
Faturamento 
em R$
2,00 1.000 50,00 50.000 100.000
Com câmbio desvalorizado em 10%
2,50 1.000 50,00 50.000 125.000
Tabela 2 - Desvalorização da taxa de câmbio
Fonte: Vasconcellos (2004).
Conforme o exemplo, podemos verificar o efeito de uma desvalorização da 
moeda doméstica, isto é, precisamos de mais reais para pagar a mesma quan-
tidade de dólar. No quadro anterior, verificamos uma desvalorização de 10% e 
a taxa de câmbio subiu para 2,50 reais/US$. E vendendo a mesma quantidade, 
que agora passa a valer 125.000 reais, o que proporciona ao exportador vender 
mais e, consequentemente, aumenta a oferta de divisas.
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Do lado do importador, a situação não é a mesma, pois os preços dos produ-
tos importados aumentaram em moeda nacional. Isso provoca um desestímulo 
à importação e, consequentemente, uma queda na procura por divisa.
Além dos estímulos ou desestímulos à atividade de exportação/importação, 
podemos elencar outros efeitos relacionados à valorização ou desvalorização. 
No caso de uma valorização da moeda doméstica frente ao dólar, considerando 
o Brasil, os brasileiros passam a importar mais e, com isso, aumenta a compe-
titividade do produto nacional e importado. Neste caso, a valorização permite 
ancorar os preços internos e reduzir a taxa de inflação. Isso acontece porque os 
empresários são desestimulados a aumentar os preços. 
Devemos considerar as desvantagens de uma valorização. Nessa condição, 
os setores que não estiverem preparados para competição externa sofrerá com 
a queda de suas vendas. Outro ponto é que os exportadores também são preju-
dicados, pois os preços dos produtos nacionais no mercado internacional ficam 
mais caros. Além disso, pode ocorrer um déficit na balança comercial em razão 
da diminuição das exportações e aumento das importações. 
Em contrapartida, em uma desvalorização, os produtos importados ficam mais 
caros. A importação de alguns produtos considerados supérfluos serão reduzidos, 
no entanto, há produtos necessários para o Brasil que ficam mais caros. Essa situação 
pode ocasionar aumento dos custos de produção gerando a chamada inflação de custo. 
Em suma, conhecer a taxa de câmbio e sua importância para a economia 
internacional é de extrema relevância, pois é um instrumento necessário nas 
transações comerciais e financeiras.
Para conhecer as conversões de uma moeda para outra, acesse o link indica-
do. Assim, você poderá simular diversas situações de trocas de moedas, ou 
seja, irá conhecer as diferentes cotações.
<http://www.bcb.gov.br/?TXCAMBIO>
Fonte: a autora. 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
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IU N I D A D E30
A COORDENAÇÃO INTERNACIONAL DE POLÍTICAS
Então, podemos pensar: o que é coordenar? A resposta é possuir capacidade de clas-
sificar elementos diferentes com a finalidade de alcançar um determinado objetivo. 
No nosso caso, o objetivo é coordenar as políticas dada sua importância internacional. 
A economia internacional é ampla e compreende nações soberanas, isto é, 
exerce seu poder e autoridade suprema. Sendo assim, todas as nações são livres 
para escolher suas políticas. Entretanto, nem sempre a decisão de políticas de 
um país é boa para outro. Assim, conforme o exemplo destacado por Krugman 
(2005), o Banco Central da Alemanha elevou as taxas de juros em 1990, com o 
intuito de controlar o impacto inflacionário; essa medida contribuiu para ante-
cipar uma recessão no restante da Europa Ocidental.
Como isso pode ser explicado? Podemos justificar com as diferenças nos obje-
tivos entre países que levam a conflitos de interesse. Destacamos que um problema 
fundamental na economia internacional é como produzir um grau aceitável de 
harmonia entre o comércio internacional e as políticas (fiscal/monetária/cambial) 
de países diferentes sem um governo único que possa orientar sobre o que fazer.
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Para amenizar as diferenças e promover uma melhor coordenação entre 
os países, foram criados os organismos internacionais que contribuem para o 
melhor funcionamento das decisões. Os organismos internacionais surgiram por 
volta da metade do século XX, tendo seu papel ampliado em virtude da integra-
ção global. A finalidade desses organismos internacionais é promover a ordem 
das relações internacionais e influência política. Possuem, também, o papel de 
elaboração e regulação de normas que resultam em acordos entre os países. Os 
principais organismos internacionais são:
 ■ A Organização das Nações Unidas (ONU): é considerada o mais impor-
tante organismo internacional, pois reúne praticamente todas as nações 
do mundo. Ela surgiu ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) 
em substituição à antiga Liga das Nações e objetiva promover a paz e a 
segurança mundial. A principal função decisória da ONU é o Conselho 
de Segurança. 
 ■ A Organização Mundial do Comércio (OMC): é o organismo internacional 
responsável por legislar e acompanhar as transações econômicas e comer-
ciais realizadas entre diferentes países. Objetiva promover a liberalização 
mundial do comércio, visando combater as práticas ilegais de comércio.
 ■ O Fundo Monetário Internacional (FMI): é uma organização financeira 
responsável por garantir a estabilidade econômica internacional. Ele é 
composto por 187 países e foi criado em 1944 na Conferência de Bretton 
Woods. Seu funcionamento, basicamente, ocorre por meio do gerencia-
mento e concessão de empréstimo para aqueles países que o solicitam.
 ■ Banco Mundial (BM): criado em 1945 na Conferência de Bretton Woods 
juntamente ao FMI. É uma organização financeira vinculada à ONU, mas 
que possui a sua própria autonomia. Atualmente, seu objetivo passou a 
ser o de conceder empréstimos a países da Ásia, África e Américas.
 ■ A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) 
é uma instituição atualmente composta por 34 países. Seu objetivo é 
fomentar e incentivar ações de desenvolvimento econômico de seus paí-
ses-membros, além de medidas que visem à ampliação de metas para o 
equilíbrio econômico mundial e melhorem as condições de vida e os índi-
ces de renda e emprego. O Brasil não é um membro dessa organização.
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IU N I D A D E32
Os organismos internacionais desempenham um papel importantíssimo na 
economia mundial. Suas políticas estão muitas vezes em defesa de uma política 
comercial. Países se utilizam do protecionismo para proteger sua economia de 
concorrência externa. Essas medidas protecionistas podem ocorrer por meio de 
tarifas ou barreiras ao comércio. 
O momento em que surgiu a maior parte desses organismos internacionais 
foi com a liberalização do comércio pós-guerra. Nessa época, a negociação inter-
nacional alcançada foi que os governos concordaram em promover redução de 
suas tarifas. Esses acordos resultaram em menor proteção às indústrias nacio-
nais. Esse vínculo contribuiu para compensar algumas dificuldades políticasque 
países insistiam a relutar com relação à política comercial. 
Conforme Krugman (2005), há dois motivos considerados como vantagem 
de negociação. O primeiro é que o acordo mútuo ajuda a atrair apoio para um 
comércio mais livre. O segundo é que tais acordos sobre o comércio ajudam o 
governo a não entrar em guerras comerciais destrutivas. 
Para melhor ilustrar, vamos utilizar o exemplo mostrado em Krugman (2005), 
supondo que haja somente dois países, sendo eles Estados Unidos e Japão. E esses 
países contam com apenas duas opções de política econômica: livre comércio 
ou proteção. Imaginemos que os governos de ambos os países são objetivos e 
capazes de atribuir valores numéricos para a satisfação de cada política. Sendo 
assim, o quadro abaixo mostra os valores atribuídos a cada opção de política.
Estados Unidos 
Japão Livre comércio Proteção
Livre comércio 10 
10
-10 
20
Proteção 20 
10
-5 
-5
Tabela 3 - O problema de guerra comercial
Fonte: Krugman (2005)
Podemos observar que, conforme a tabela, os valores dos ganhos estão funda-
mentados em dois pressupostos:
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1. Supondo que cada país escolheria a proteção, se soubesse não influenciaria 
na escolha do outro país. De forma mais clara, qualquer que seja a polí-
tica escolhida pelo Japão, o governo dos Estados Unidos sairá ganhando 
se proteger suas indústrias.
2. Mesmo que cada governo agindo individualmente saísse ganhando com a 
proteção, ambos se beneficiariam se tivessem escolhido o livre comércio.
 Alguns pontos a considerar no exemplo: os governos devem agir não apenas 
no interesse político, mas também em seu próprio interesse político. Os Estados 
Unidos têm mais a ganhar com a abertura dos mercados japoneses do que têm 
a perder com a abertura dos seus próprios mercados e vice-versa.
Então, se cada país optar pela decisão que for melhor para si, cada governo 
escolherá a proteção. Esse resultado é mostrado no quadrante inferior direito da 
tabela. Em contrapartida, se nenhum escolher a proteção, ambos sairão ganhando. 
Esses resultados estão no quadrante superior esquerdo.
Concluímos com esses resultados que os governos agindo unilateralmente 
deixam de obter ganhos. E, se cada país decidirem proteger seus mercados, pro-
moverá uma guerra comercial que prejudicará a todos.
Esse foi um exemplo de que muitos países estão dispostos a proteger seus 
mercados. Também observamos que a ilustração sugere uma coordenação de polí-
ticas comerciais internacionais, o que acontece por meio de acordos comerciais.
Enfim, os organismos internacionais são atores fundamentais para estabe-
lecer a ordem e a coordenação internacional de políticas, em específico papel 
importante nas negociações comerciais.
Para conhecer a organização mundial do comércio – OMC, seu surgimento, 
seus objetivos, concessões, acordos e outros funcionamentos acesse o link:
<http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/negociacoes-inter-
nacionais/805-omc-organizacao-mundial-do-comercio>
Fonte: a autora.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
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O MERCADO INTERNACIONAL DE CAPITAIS
Vamos estudar sobre o mercado internacional de capitais. Semelhante e tão 
importante quanto o mercado de bens e serviços, o referido mercado apresenta 
problemas que demandam atenção.
O mercado internacional e capitais devem cumprir regulamentações espe-
ciais que diversos países impõem ao investimento estrangeiro. As normas para 
essa atividade existem com a finalidade de exercer certo controle no capital 
estrangeiro que entra no país e, além disso, deve-se considerar os riscos nos 
quais estão inseridos.
Um dos riscos a ser considerado no mercado internacional de capitais refe-
re-se à flutuação da moeda, que pode resultar em perda de capital – por exemplo, 
se o euro cai em relação ao dólar, os investidores norte-americanos que compra-
ram títulos em euro sofrem uma perda do capital.
Outro risco a ser considerado é a inadimplência da nação. Nesse caso, uma 
nação pode recusar-se a pagar suas dívidas e pode, ainda, não haver nenhuma 
maneira eficaz para que seus credores levem a referida nação aos tribunais.
O Mercado Internacional de Capitais
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Então, podemos dizer que em qualquer economia existe o mercado de capi-
tais e que neste exige-se um conjunto de arranjos, ou alguma coordenação, para 
que os indivíduos e as firmas troquem dinheiro por promessas de pagamento 
no futuro a partir de dois momentos:
1. O crescimento do comércio internacional foi acompanhado pelo mer-
cado internacional de capitais na década de 60.
2. As nações do Oriente Médio, ricas em petróleo, investiram renda oriunda 
desse produto nos principais bancos, banco de Londres ou de Nova York. 
E esses bancos emprestaram dinheiro a governos e empresas a Ásia e na 
América Latina.
Cabe salientar que o mercado internacional de capitais não é único, mas ele é um 
grupo de mercado que está interligado com a finalidade de trocas, envolvendo produ-
tos, serviços e ativos. Para que essas negociações sejam transacionadas, são necessárias 
as transações no mercado de câmbio para as trocas das moedas. Os principais parti-
cipantes do mercado de capitais são: bancos comerciais, grandes firmas, instituições 
financeiras não bancárias, bancos centrais, agentes do governo, entre outros.
Conforme Krugman (2005), a maior parte das negociações no mercado 
internacional de capitais resultam em trocas entre residentes de vários países 
baseado em três categorias: troca de produtos ou serviços por produtos ou ser-
viços; trocas de produtos ou serviços por ativos; e trocas de ativos por ativos. A 
Figura 1 mostra as categorias de transações considerando dois países e os gan-
hos diferentes possíveis de comércio.
BENS E
SERVIÇOS
ATIVOS ATIVOS
BENS E
SERVIÇOS
Figura 1- Os três tipos de transações internacionais.
Fonte: Krugman (2005).
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Na primeira situação mencionada, percebemos que o ganho do país está con-
centrado nas atividades de produto e, parte do que é produzido utiliza para 
pagamento das importações. A segunda situação mostra um ganho referente ao 
ganho intertemporal, isto é, a troca de produtos e serviços por produtos e servi-
ços futuros, ou seja, ativo. A última situação envolve a troca de ativos por ativos, 
por exemplo, a troca de um imóvel localizado em um país por títulos do tesouro 
de um outro país. Dessa forma, podemos concluir que as categorias de trocas são 
benéficas aos países envolvidos, pois movimentam grande volume de comércio.
Enfim, o mercado de capitais internacionais é tão importante quanto o mer-
cado de bens e serviços. Salientando que em ambos os mercados há exigências, 
nos quais os países devem respeitar para que haja o bom funcionamento do mer-
cado internacional. 
De acordo com a Figura 1, a seta horizontal superior mostra a troca de bens e ser-
viços entre o país local e estrangeiro. As setas diagonais indicam a troca de bens 
e serviços por ativos. A seta horizontal inferior indica troca de ativos por ativos.
Como seria a vida das pessoas se não houvesse a possibilidade de troca de 
produtos capitais?
“A transnacionalização do capital” é um artigo que mostra como as firmas 
evoluíram do seu espaço econômico para a internacionalização produtiva. 
Trata das trocas internacionais à transnacionalização do capital. Para saber 
maisacesse o artigo indicado: 
<http://www.scielo.br/pdf/rae/v20n1/v20n1a06.pdf>
Fonte: a autora.
Considerações Finais
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Chegamos ao final de nossa unidade com conhecimentos adquiridos sobre a 
importância do comércio internacional, bem como os principais elementos que 
contribuem para dinamizar esse comércio, como a taxa de câmbio, o balanço de 
pagamentos que serve de controle das transações para um país, as decisões devem 
ser tomadas de forma coordenadas para evitar efeitos negativos ao comércio. 
Assim, esperamos que tenham aproveitado o aprendizado e desejamos ótimo 
estudo a todos! 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da unidade e com o conhecimento básico sobre a economia 
internacional. Estudamos os elementos do comércio que compõe a economia 
global, sendo o produto, serviço e mercado. Vimos que o comércio é benéfico, 
resultante de ganhos mesmo quando se negocia com países de disparidades eco-
nômica. Neste caso, observamos que o país desenvolvido pode trocar o que de 
melhor dispõe, sendo este a tecnologia, enquanto o menos desenvolvido troca 
sua mão de obra, que há em abundância.
Estudamos que, com o comércio internacional, é necessário que o país uti-
lize um instrumento chamado de balanço de pagamentos para controlar suas 
transações com o exterior. 
Vimos que, no comércio internacional, é necessário realizar os pagamentos em 
moeda aceitável, que, no caso, corresponde ao dólar, que é a moeda de transação. 
Para isso, o exportador ou importador, em algum momento para comprar e vender, 
terá de converter a moeda doméstica em dólar. Essa conversão é chamada de taxa 
de câmbio que nada mais é do que o preço da moeda estrangeira pela doméstica. 
O comércio internacional é um mercado global, no qual países de diferen-
tes economias se negociam entre si. No entanto, estudamos que uma decisão de 
política doméstica pode afetar o outro país. E, neste caso, conhecemos a coorde-
nação de políticas econômicas internacionais, a coordenação procura minimizar 
os efeitos dessa política em outros países e também harmonizar as negociações.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E38
Por fim, conhecemos um mercado semelhante ao de bens e serviços, que é o 
mercado de capitais. Esse mercado mostra a importância dos fluxos internacio-
nais de capitais tanto para o setor produtivo quanto para o mercado financeiro. 
Vimos, também, que este mercado apresenta vários riscos a seus participantes, 
que vão desde a perda do capital em decorrência de uma alteração na moeda 
estrangeira – neste caso quando há investimentos atrelada a uma outra moeda, – 
até o risco de inadimplência de uma nação – que, neste caso, o país pode decretar 
moratória e recusar-se de pagar suas obrigações. 
 E, assim, chegamos ao final desta unidade e desejo um ótimo estudo!
39 
1. O comércio internacional é uma subárea da economia e estuda os motivos e 
o comportamento dos indivíduos que os levam a transacionar no comércio 
internacional, ou mesmo comercializar domesticamente. Sobre os argumentos 
para o comércio internacional, assinale a alternativa correta.
a) O Comércio é benéfico de forma unilateral
b) Quanto mais barata as importações, melhor para o país.
c) As entradas não se igualam às saídas de moedas.
d) As exportações indicam um país ineficiente.
e) As importações são melhores quando superam as exportações.
2. A percepção de que o comércio internacional promove ganhos baseados na 
troca e serviços orienta as transações no comércio internacional. Sobre o co-
mercio internacional analise as afirmativas abaixo:
I. O comércio internacional permite que os países se especializam nos bens.
II. Há ganhos mesmo que as nações tenham diferenças em produtividade ou 
mesmo salário.
III. Dois países devem negociar sempre que os preços relativos dos bens forem 
iguais.
IV. O comércio internacional permite que os países exportem bens com uso in-
tensivo de recursos localmente abundantes, enquanto importem bens com 
uso de recursos localmente escassos.
 É correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
3. O balanço de pagamentos: trata-se de um instrumento obrigatório que toda 
nação deve ter para controlar suas transações financeiras e comerciais.Sobre o 
balanço de pagamentos, assinale a alternativa correta.
a) A compra e venda de moeda estrangeira não precisa ser registrada no ba-
lanço de pagamentos.
b) O balanço de pagamentos segue o padrão diferente ao sugerido pelo Fun-
do Monetário Internacional – FMI.
40 
c) As transações de caráter humanitário não devem ser registradas no balanço 
de pagamentos.
d) O balanço de pagamentos das contas nacionais é semelhante ao de um ba-
lanço empresarial, ou seja, segue o mesmo princípio das partidas dobradas.
e) As compras de moeda estrangeira são registradas no lado direito do balan-
ço de pagamentos.
4. A taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidade da 
moeda nacional. Sobre taxa de câmbio, assinale a alternativa correta.
a) A taxa de câmbio é influenciada pela oferta e pela demanda de divisas.
b) Se a taxa de câmbio for muito alta, muitos produtores desejarão exportar menos.
c) Uma desvalorização da taxa de câmbio implica em aumento das importações.
d) O governo faz intervenções diárias na taxa de câmbio.
e) Variações pequenas de divisas não provocam alterações de câmbio.
5. O mercado internacional de capitais é semelhante e tão importante quanto o 
mercado de bens e serviços. Sobre o mercado internacional de capitais, assina-
le a alternativa correta.
a) Não há normas para a atividade de capitais internacionais ao ingressarem no 
país.
b) Os riscos na atividade de capitais internacionais são mínimos, quase inexistente.
c) Para que essas negociações sejam transacionadas, são necessárias as transa-
ções no mercado de câmbio para as trocas das moedas.
d) A maior parte das negociações no mercado internacional de capitais resul-
tam em trocas entre residentes de um mesmo país
e) O mercado internacional e capitais devem cumprir regulamentações espe-
ciais que diversos países impõem ao investimento estrangeiro.
41 
O SISTEMA MONETÁRIO E FINANCEIRO 
INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO
O Sistema Monetário Internacional (SMI) 
que emergiu após o colapso do acordo de 
Bretton Woods também se baseou no com-
promisso de manutenção de uma moeda 
chave, ou seja, no dólar. Outros traços 
importantes desse SMI contemporâneo 
são: o regime de câmbio flutuante e a livre 
mobilidade de capitais.
A posição do dólar como principal moeda 
internacional nas transações econômicas 
aconteceu basicamente pelo grande poder 
financeiro dos Estados Unidos em âmbito 
mundial. A atual hegemonia financeira dos 
EUA foi reforçada inicialmente pelo choque 
das taxas de juros de 1979, que consoli-
dou a política norte-americana conhecida 
como “dólar forte”, bem como a desre-
gulamentação/liberalização financeira 
implementada no final dos anos de 1970, 
com o novo regime de “não-sistema”. Logo, 
todo o antigo questionamento em relação à 
confiabilidade do dólar observado durante 
a falência de Bretton Woods se tornou 
subjacente às novas exigências mundiais 
nesse novo período, e o dólar passou a 
cumprir o papel de moeda financeira de 
origem pública, sendo, assim, o denomi-
nador comum da riqueza financeira global 
(TAVARES, 1997, p 59 - 96).
Essa atual situação da moeda norte-a-
mericana é um tanto quanto singular e 
diferente da antiga posição que esta ocu-
pava durante o sistema de Bretton Woods. 
Atualmente, o dólar americano deixou de 
estar vinculado diretamente ao ouro. Logo, 
o Estado norte-americano possui uma 
maior autonomia de política como emis-
sor da moeda-chave, sofrendo esta, apenas 
com as variações das taxas dejuros básicas 
que influenciam decisivamente a direção 
dos fluxos internacionais de capital. Ou seja, 
ao se liberar as “amarras” da conversibili-
dade direta da moeda ao ouro, os Estados 
Unidos passaram a cometer déficits comer-
ciais sucessivos, gerando uma incerteza 
constante em relação às taxas de juros e de 
câmbio norte-americanas, que, dada a sua 
posição central no sistema financeiro inter-
nacional, acaba projetando-se aos demais 
países centrais e periféricos. Dessa conjun-
tura, resulta-se uma cadeia sistêmica de 
incertezas e crises internacionais cíclicas 
(GONÇALVES, 1997, p. 298-312).
Além das inseguranças geradas em rela-
ção à moeda-chave internacional (dólar), 
encontramos no SMI contemporâneo uma 
das principais características que compõe 
a conjuntura econômica internacional: o 
regime de câmbio flutuante. Essa tendên-
cia de um aumento na flexibilidade cambial 
constitui uma consequência inevitável da 
crescente mobilidade de capitais. Nesse 
contexto de câmbio flutuante e regime 
de livre mobilidade de capitais, não há 
uma estabilidade das taxas de câmbio 
em nível mundial, com a consequente eli-
minação dos desequilíbrios das balanças 
de pagamentos (como propagavam os 
defensores desse “não-sistema” financeiro 
após Bretton Woods). Muito pelo contrá-
rio, esse novo contexto implicou em uma 
extrema volatilidade das taxas de câmbio 
e de juros (BELLUZZO, 1995, p. 151-193). 
42 
Toda essa imprevisão na determinação das 
taxas cambiais acaba por gerar especula-
ções nos mercados de câmbio e nos fluxos 
de capitais em curto prazo, o que acentua 
ainda mais a fragilidade e a instabilidade do 
sistema financeiro contemporâneo (BELLU-
ZZO, 1995, p. 151-193).
A globalização financeira que se consoli-
dou ao longo dos anos de 1980, com os 
respectivos processos de liberalização e/
ou desregulamentação financeira, aumen-
tou a importância dos mercados de capitais 
vis-à-vis o mercado de crédito bancário, 
aprofundando, assim, a nova lógica de 
investimento dos agentes econômicos, que 
passaram cada vez mais a adquirir um cará-
ter especulativo. A partir deste raciocínio, os 
investimentos passaram a não ser mais reali-
zados mediante a capacidade de se produzir 
em um fluxo de rendimento, capitalizados à 
taxa de juros correntes, mas sim em função 
do ganho de capital a partir da expectativa 
de variação do valor de mercado do ativo de 
curto prazo. Assim, os agentes econômicos 
(empresas, famílias e até mesmo os bancos) 
nas suas decisões de alocação de riquezas 
passaram a ser guiados predominantemente 
pela lógica especulativa, procurando “prever 
a psicologia do mercado”. Deste modo, o sis-
tema financeiro contemporâneo tornou-se 
débil e imprevisível (PRATES, 2008).
Os investimentos de portfólio (compras e 
vendas de ações e títulos transfronteiriços) 
também caracterizam o atual SMI globa-
lizado, estando também intrinsecamente 
ligados à lógica especulativa dos merca-
dos cambiais e a deterioração do controle 
de capitais: “[...] (os investimentos de por-
tfólio) procuram otimizar globalmente seus 
rendimentos financeiros líquidos mediante 
operações que visam antecipar as variações 
dos preços dos ativos nos diferentes mer-
cados” (CINTRA, 1997).
No entanto, esses luxos de portfólio men-
cionados por Cintra (1997) não dizem 
respeito somente à atuação de agentes 
institucionais, mas os Bancos e as empre-
sas transnacionais são agentes igualmente 
protagonistas nesse mercado internacional 
de capitais. As instituições bancárias tive-
ram um papel fundamental na expansão 
desse tipo de mercado, sendo as principais 
responsáveis pela transferência de recursos 
entre agentes deficitários e superavitários. 
No mercado internacional de capitais, os 
bancos atuam diretamente comprando e 
vendendo securities, administrando cartei-
ras de grandes investidores internacionais e 
estruturando operações financeiras (GUTT-
MANN, 1996, p. 59-96).
De uma forma geral, o atual sistema finan-
ceiro internacional, apesar de permitir 
maior margem de manobra para a adoção 
de políticas econômicas menos restritas e 
proporcionar uma maior rapidez dos luxos 
de capitais (o que favorece a ampliação do 
comércio internacional), bem como todos 
os benefícios também gerados pela glo-
balização, ele ainda está inserido em uma 
lógica de constante deterioração, aumen-
tando, assim, as assimetrias dos mercados 
financeiros contemporâneos. Toda a lógica 
especulativa comentada anteriormente 
tem implicado na formação de bolhas espe-
culativas e posteriores colapsos de preços. 
Gera-se, deste modo, uma extrema vola-
tilidade dos luxos recentes de capitais, o 
que afeta de modo significativo todos os 
países em desenvolvimento (KRUGMAN, 
2005, p. 423-425).
Fonte: Ferreira (2012).
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Economia internacional
Paul R. Krugman e Maurice Obstfeld 
Editora: Pearson Editora
Sinopse: o livro objetiva explicar a economia mundial a partir dos 
avanços e importantes contribuições da economia internacional. Para 
isso, o livro aproxima a teoria da prática sem omitir as percepções 
teóricas e históricas.
Sistema Financeiro Internacional: uma perspectiva histórica-
econômica
Antonio Portugal Duarte 
Editora: Actual
Sinopse: o livro faz uma análise do sistema fi nanceiro internacional desde 
o padrão ouro até a criação da moeda única com a criação da União 
Europeia.
Command ing Heights - The battle for the world economy
Ano: 2012
Sinopse: o documentário mostra de forma muito interessante a batalha entre os ideais de Keynes, 
Hayek e Marx e como os políticos do século XX e XXI incorporaram suas doutrinas. O objetivo 
central é elucidar com a globalização, o comércio mundial, o desenvolvimento econômico, 
os valores e as teorias co-evoluíram nas últimas décadas para determinar o estado atual da 
economia global. Não deixe de conferir.
REFERÊNCIAS
KRUGMAN, P. R., OBSTFELD, M., Economia Internacional: teoria e política. 5. ed, São 
Paulo: Makron Books, 2005.
PAULANI, L. M.; BRAGA. M. B. A nova contabilidade social: uma introdução à ma-
croeconomia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
FERREIRA, V. C. Sistema financeiro internacional: fracassos e necessidades de rees-
truturação macroeconômica. Revista Aurora, Marília, v. 5, n. 1, p. 157-168, jan./jun., 
2012
MONTORO FILHO, A. Teoria monetária. In: VASCONCELOS, M. A.; PINHO, D. B. (Orgs). 
Manual de Economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
WESSELS, W. Economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
GABARITO
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Professora Dra. Luciane Cristina Carvalho
COMÉRCIO MUNDIAL: 
UMA VISÃO GERAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender o modelo gravitacional e o papel fundamental do 
comércio internacional.
 ■ Entender melhor sobre as organizações internacionais e os acordos 
que existem, bem como a sua importância.
 ■ Saber o conceito de globalização e suas diferenças do passado para 
os dias de hoje.
 ■ Apreender o funcionamento das transações internacionais e o que 
geralmente é negociado no mercado mundial e suas transformações.
 ■ Visualizar a evolução do Brasil no mercado internacional, bem como 
saber quais são os seus principais parceiros comerciais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Quem negocia com quem?
 ■ As fronteiras e os acordos comerciais
 ■ Globalização: Passado e Presente
 ■ O padrão mutante do comércio
 ■ O Brasil e o comércio internacional
Introdução
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INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo à Unidade II de estudo!
Estamos avançando nosso estudo sobre a Economia Internacional. Essa é 
uma área do conhecimento que é atual e sempre está em pauta de discussões e em 
modificação, além do comércio internacional ser muito importante para os países. 
A existência do comércio internacional propicia às nações o aproveitamentode suas aptidões, empregando os recursos na produção daqueles bens com custos 
relativamente mais baixos e as trocas por bens com custos relativamente maio-
res. Desta forma, os países produzem e trocam entre si uma maior variedade e 
quantidade de bens que seriam menores e custos elevados, caso cada país ten-
tasse ser autossuficiente. 
Nesta unidade, iremos analisar os motivos que levam os países a comer-
cializarem uns com os outros, verificar os benefícios e os custos do comércio 
internacional, além de verificar algumas políticas que incentivam ou restringem 
o comércio entre os países.
Estudaremos também como ocorre as transações comerciais e a estrutura do 
comércio internacional, que está sempre em constante modificação, pois, como 
enfatizam alguns estudiosos, as últimas décadas foram marcadas pelo aumento 
da produção mundial e das trocas internacionais e também por alterações nos 
tipos de bens que compõem o comércio entre os países.
Além disso, vamos destacar proximidade territorial como forma de ampliar 
o comércio por meio de algum “acordo de comércio”. Como acontece com o 
Acordo de Livre Comércio Norte-Americano – NAFTA – em que os Estados 
Unidos da América, Canadá e México fazem parte, acordo este que garante que 
a maioria dos bens comercializados entre esses três países não esteja sujeito a 
tarifas ou outras barreiras ao comércio internacional, além de outros espalha-
dos pelo mundo.
Desejo um ótimo estudo a você!
COMÉRCIO MUNDIAL: UMA VISÃO GERAL
Reprodução proibida. A
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QUEM NEGOCIA COM QUEM?
Conforme Appleyard, Field e Cobb (2010), o mundo encontra-se menor a cada 
dia, e isso não está relacionado somente a melhorias no transporte e comuni-
cações, mas também ao aumento do comércio internacional para a compra de 
bens, serviços e de ativos financeiros. Ainda nas ideias desses autores, esse fenô-
meno não é recente – desde os tempos antigos, o comércio era importante para 
os egípcios, gregos, romanos e fenícios e, mais tarde, para a Espanha, Portugal, 
Holanda e Inglaterra. De maneira geral, todas as grandes nações que eram influen-
tes no passado também eram grandes comerciantes. 
A importância do comércio (e das finanças) internacionais para a saúde 
econômica e para o padrão de vida dos países está cada vez mais visível. É 
possível perceber esses sinais ao nosso redor, pois sempre que compramos 
algum produto, é possível perceber que foram feitos em diversos lugares do 
mundo, isto é, alguns componentes que são utilizados na fabricação de outro 
produto pode ter sido fabricado em outro país e montados em um terceiro 
país, por exemplo. 
Quem Negocia com Quem?
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Vale destacar que, na prática, alguns fatores determinam quem negocia com 
quem. Um seria o tamanho da economia, conhecido como o “modelo de gra-
vidade”, ou “modelo gravitacional”, ou seja, há uma forte relação empírica entre 
o tamanho da economia de um determinado país e o volume da sua corrente 
de comércio (soma das exportações e importações) (KRUGMAN; OBSTFELD; 
MELITZ, 2015). Economistas, ao estudarem o comércio internacional, descobri-
ram uma equação que prevê (com certa precisão) o volume do comércio entre 
dois países, conforme segue:
Tij = A x Yi x Yj
 Dij
Em que A é um termo constante; Tij é o valor do comércio entre o país i e o país 
j; Yi é o PIB do país i; Yj é o PIB do país j; Dij é a distância entre os dois países. 
Dito de outro modo, o valor do comércio entre esses dois países será propor-
cional, ceteris paribus (do latim, significa “tudo o mais mantido constante”), ao 
produto do PIB dos dois países e diminui com a distância entre eles. 
A Equação 4.1 é conhecida como “modelo de gravidade” do comércio inter-
nacional. Conforme Krugman, Obstfeld e Melitz (2015, p. 10), a razão para esse 
nome é uma analogia à Lei de Newton da gravidade: “assim como a atração gra-
vitacional entre dois objetos é proporcional ao produto das suas massas e diminui 
com a distância, o comércio entre dois países é, sendo as outras variáveis iguais, 
proporcional ao produto de seu PIB e diminui com a distância”.
De maneira geral, os economistas realizam uma estimação do modelo gra-
vitacional da seguinte forma:
Tij = A x Yi
a x Yj
b
 Dij
A Equação 4.2 nos diz que os três parâmetros que determinam o volume do 
comércio entre dois países são o tamanho do PIB desses dois países e a distân-
cia entre eles, sem assumir especificamente que o comércio seja proporcional aos 
produtos desses dois PIBs e inversamente proporcional à distância. “a, b” e “c” 
foram escolhidas para se encaixar o mais próximo dos dados reais. Se os valores 
de “a, b” e “c” forem todos iguais a um, a Equação 4.2 ficaria igual a Equação 4.1. 
COMÉRCIO MUNDIAL: UMA VISÃO GERAL
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A modelagem gravitacional funciona porque as grandes economias tendem 
a importar mais devido ao seu nível de renda ser maior, além de atrair gastos 
de outros países, pois produzem uma grande quantidade e variedade de produ-
tos. Então, como as demais variáveis do comércio são iguais (ceteris paribus), o 
comércio entre quaisquer duas economias será maior quanto maior forem essas 
economias.
Vale destacar, conforme bem colocado por Krugman, Obstfeld e Melitz 
(2015), que um dos principais usos da modelagem gravitacional é que ela nos 
ajuda a identificar anomalias no comércio – normalmente, quando o comércio 
entre dois países é muito diferente do que o modelo estimou, os economistas 
procuram uma explicação. Geralmente, as respostas estão na afinidade cultural, 
custos de transporte e a geografia.
O comércio internacional tem um papel fundamental: ele torna possível para 
cada país produzir uma variedade restrita de mercadorias e tirar proveito de eco-
nomias de escala, sem realizar um sacrifício de variedade no consumo. Então, 
economias de escala geram um comércio internacional mutuamente benéfico, 
pois cada país irá se especializar em produzir produtos em que sejam mais efi-
cientes na sua produção, do que se tentasse produzir tudo sozinho. Portanto, as 
economias especializadas irão negociar entre si para que sejam capazes de con-
sumir toda a gama de mercadorias (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015).
AS FRONTEIRAS E OS ACORDOS COMERCIAIS
Torna-se natural pensar que países que são vizinhos comercializam mais quando 
comparados a países que estão longe. Testes empíricos dos modelos gravitacio-
nais evidenciaram um forte efeito negativo da distância no comércio mundial. 
Conforme Krugman, Obstfeld e Melitz (2015), estimativas encontraram que um 
aumento na distância de 1% entre dois países está associada com uma diminuição 
de 0,7% a 1% no comércio entre os países em análise. Essa queda pode refletir, em 
As Fronteiras e os acordos comerciais
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parte, no aumento dos custos de transporte de mercadorias e serviços. Diversos 
economistas também acreditam que fatores menos tangíveis também tenham um 
papel crucial; são eles: o comércio tende a aumentar quando os países mantêm 
um contato pessoal e este contato tende a cair quando as distâncias aumentam. 
Além da proximidade territorial, os países próximos, geralmente, são parte 
de algum “acordo de comércio”. Por exemplo, temos o acordo comercial deno-
minado Acordo de Livre Comércio Norte-Americano – NAFTA – em que os 
Estados Unidos da América, Canadá e México fazem parte, acordo este que 
garante que a maioria dos bens comercializados entre esses três países não esteja 
sujeito a tarifas ou outras barreiras ao comércio internacional. Outros exemplos 
de “acordos” são o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e a União

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