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2 - Livro - Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual

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CUIDADO 
INTEGRAL À 
SAÚDE DA 
MULHER 
Amanda Caroline Sartori
Anatomia e fisiologia 
do aparelho reprodutor 
feminino e ciclo menstrual
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você apresentará os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a anatomia do aparelho reprodutor feminino.
 � Identificar as funções fisiológicas do aparelho reprodutor feminino.
 � Descrever as etapas do ciclo menstrual.
Introdução
O sistema genital feminino abrange os órgãos da cavidade pélvica inter-
nos, os principais órgãos do aparelho reprodutor feminino envolvendo 
ovários, tubas uterinas, útero e vagina, e externos, que correspondem a 
monte do púbis, lábios maiores e menores do pudendo, clitóris, bulbo 
do vestíbulo e glândulas vestibulares maiores e glândulas de Skene.
Neste capítulo, você estudará sobre a anatomia e as funções fisioló-
gicas do aparelho reprodutor feminino, bem como as etapas do ciclo 
menstrual.
Anatomia do aparelho reprodutor feminino
O sistema genital feminino (Figura 1) é responsável por produzir os óvulos 
— os gametas femininos e os hormônios sexuais femininos (o estrógeno e a 
progesterona) —, e suas estruturas compreendem o espaço de fecundação, 
implantação e desenvolvimento do ovo ou zigoto, além de representarem o 
local do canal do parto (MARTINI; TIMMONS; TALLITSC, 2009).
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Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual2
Genitália interna
Ovários
Referem-se a gônadas femininas com formato ovalado e coloração cinzento-
-rósea, medindo cerca de 5 cm de comprimento, 2,5 cm de largura e 8 mm de 
espessura (Figura 2), localizadas na cavidade peritoneal pélvica, à frente do 
ligamento largo do útero, em cavidades nomeadas fossas ováricas, e presas 
à porção superolateral do útero pelo ligamento útero-ovárico (BECKER et 
al., 2018).
Os ovários atuam no desenvolvimento das células germinativas femininas, 
denominadas óvulos, e funcionam como glândulas endócrinas na produção 
dos hormônios estrógeno e progesterona, responsáveis por controlar o desen-
volvimento das características sexuais femininas secundárias e agir sobre o 
útero nos mecanismos de implantação.
O interior dos ovários é revestido por epitélio germinativo, apresentando 
a região do córtex, uma região periférica, na qual se encontram os folículos 
ováricos primários, e o estroma, a extensão central do ovário, além de tecido 
conjuntivo e vasos sanguíneos.
Ademais, a superfície do ovário permanece lisa e brilhante até a fase da 
puberdade, ficando rugoso ao dar início a puberdade e as outras fases seguintes, 
em decorrência da expulsão dos ovócitos (BECKER et al., 2018).
3Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual
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Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual4
Tubas uterinas
Trata-se de órgãos tubulares musculares ocos com cerca de 13 cm de com-
primento (Figura 3), cuja função consiste em captar o ovócito na cavidade 
peritoneal e levá-lo até o útero, além de representarem o local de fecundação 
e segmentação (MARIEB; HOEHN, 2009).
Nas extremidades das tubas uterinas, são encontradas fendas nomeadas 
óstio abdominal da tuba uterina, que está rodeada por fímbrias. Quando há a 
ovulação, as tubas uterinas fazem movimentos semelhantes aos de varredura 
na cavidade peritoneal, na tentativa de encontrar o ovócito, pegando-o por 
meio das fímbrias e levando-o para o seu interior por meio do óstio abdominal 
da tuba uterina.
A tuba uterina apresenta quatro partes distintas (MARIEB; HOEHN, 2009): 
 � Parte uterina (intramural): situada na espessura da parede uterina e 
que abrange o óstio uterino da tuba.
 � Istmo: área fina e próxima do útero, que corresponde ao terço medial 
da tuba uterina. 
 � Ampola: com diâmetro um pouco mais elevado e que corresponde ao 
terço lateral da tuba uterina. 
 � Infundíbulo: a área terminal e distal da tuba uterina, bastante dilatada 
e semelhante a um funil.
Normalmente, a fecundação ocorre na região dilatada da tuba uterina, 
nomeada ampola, contexto no qual é formado o zigoto, que se deslocará pela 
tuba uterina durante cerca de 3 dias, até encontrar o útero. Conforme o zigoto 
percorre, a tuba uterina segmenta-se, formando-se a mórula, que avança em 
direção ao útero, região em que forma o blastocisto; normalmente no 8º dia 
posterior à fecundação, implanta-se a mucosa uterina.
Segundo Marieb e Hoehn (2009), a túnica mucosa da tuba uterina apresenta 
várias pregas longitudinais, chamadas de pregas tubárias ciliadas, embora 
algumas células tenham cílios e outras não. Desse modo, as células não ci-
liadas na mucosa da tuba uterina são secretoras e produzem um fluido usado 
para auxiliar na deslocação do óvulo até o útero, além de de obstaculizar a 
passagem de microrganismos do útero para a cavidade peritoneal. Ainda, o 
batimento ciliar e os movimentos peristálticos proporcionados pela contração 
da camada muscular lisa da tuba uterina são procedimentos que ajudam no 
transporte do óvulo para o útero.
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Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual6
Útero
Segundo Vanputte; Regan e Russo (2016), o útero compreende um órgão 
muscular e oco, com o tamanho e o formato de uma pequena pera e que se 
localiza na pelve menor, entre o reto e a bexiga, sendo fixado na cavidade 
pélvica por meio do ligamento largo do útero, do ligamento redondo do útero, 
do ligamento útero-sacral e dos ligamentos cardinais.
Uma das funções do útero refere-se a fixar a implantação e o desenvol-
vimento do embrião, além de contribuir para o mecanismo do nascimento 
pela contração de suas paredes, causando a expulsão do feto (VANPUTTE; 
REGAN; RUSSO, 2016).
O útero (Figura 4) é composto por três regiões: o fundo do útero, área 
situada sobre a implantação das tubas uterinas, que apresenta os óstios ute-
rinos da tuba; o corpo do útero, área com o maior volume; e o colo, também 
denominado cérvice do útero, uma área abaixo e estreita. O colo do útero pode 
ser dividido em duas partes, a porção supravaginal — localizada acima da 
vagina — e a porção vaginal — a área do colo uterino que se projeta para o 
interior da vagina e apresenta o óstio do útero, que se comunica com a vagina.
A cavidade uterina na altura do corpo do útero tem o aspecto de uma fenda 
triangular de base superior, que se dilata por volta do final do 1º trimestre de 
gestação. No colo, a cavidade uterina é fusiforme, sendo menor e nomeada canal 
da cérvice, que não sofre dilatação até o momento do parto. Por fim, a cavidade 
uterina ainda sofre transformações cíclicas relacionadas à menstruação.
A parede uterina é formada por três camadas distintas (VANPUTTE; 
REGAN; RUSSO, 2016).
 � Perimétrio: camada caracterizada por ser delgada, composta por uma 
membrana serosa, que reveste a parte externa do útero e auxilia no 
desenvolvimento dos ligamentos que contribuem na manutenção do 
útero em sua posição.
 � Miométrio: camada caracterizada por ser espessa, na qual se encontram 
as fibras elásticas, colágenas e musculares, formando um sistema de 
espirais cruzadas.
 � Endométrio: considerado a membrana mucosa que reveste a cavidade 
do útero. Perante a ação do estrógeno e da progesterona, que são hor-
mônios ovarianos, o endométrio sofre transformações associadas ao 
ciclo menstrual.
7Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual
Durante o período gestacional, o tamanho do útero aumenta em decorrência da 
hiperplasia do tecido conjuntivo, da hipertrofia das fibras musculares lisase do desen-
rolamento das espirais contínuas do miométrio. Ressalta-se que esse desenrolamento 
é gradual e segue o crescimento do feto. Durante a gestação, as fibras musculares 
do colo continuam enroladas. No momento em que as fibras musculares alcançam 
o máximo de sua capacidade de desenrolamento, são distendidas diretamente e, 
sob influência de hormônios, começa o trabalho de parto, de modo que as fibras se 
contraem e empurram o feto para o canal cervical. Desse modo, as fibras musculares 
do colo se desenrolam, dilatam o canal cervical, contraem as fibras musculares do 
miométrio e, com a pressão abdominal, acarretam no esvaziamento uterino.
Depois do parto, o útero permanece se contraindo e, após um tempo, retorna a 
um tamanho semelhante ao anterior à gestação, em decorrência do enrolamento 
das fibras. Importa destacar que as contrações uterinas posteriormente ao parto são 
muito importantes, pois possibilitam o pinçamento natural das artérias e das arteríolas 
que se romperam no momento do descolamento da placenta, ou seja, quando não 
há contrações uterinas após o parto, podem ocorrer quadros hemorrágicos graves e 
até mesmo a morte (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016).
Vagina
Refere-se a um tubo musculomembranoso, com 7 a 8 cm de comprimento, que 
se estende do colo do útero até o óstio vaginal, sendo aberto no vestíbulo, área 
situada entre os lábios menores do pudendo. A vagina é o órgão copulador da 
mulher e a via de eliminação do sangue da menstruação e das secreções do 
útero e da passagem do feto durante o parto. Esse órgão localiza-se na cavidade 
pélvica, na área inferior ao útero, à frente da uretra, antes do reto e do canal 
anal, e fazendo parte da espessura das estruturas no períneo (COUTINHO; 
COSTA; SILVA, 2018).
Denomina-se óstio da vagina o orifício responsável pela comunicação da 
vagina com o meio externo, situado no períneo, depois do óstio externo da 
uretra e antes do orifício anal. Em mulheres que nunca tiveram relações sexuais, 
o óstio da vagina pode ser parcialmente coberto por uma membrana delgada e 
pouco vascularizada, chamada hímen (COUTINHO; COSTA; SILVA, 2018).
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual8
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9Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual
A vagina tem uma parede média formada por fibras musculares lisas e 
uma membrana mucosa com pregas transversais, nomeadas rugas vaginais. A 
parede precedente da vagina é mais curta que a posterior, entretanto as paredes 
estão juntas constituindo uma cavidade que se dilata somente no momento do 
parto ou durante o ato sexual.
Na mucosa vaginal, existem glândulas produtoras de muco e células que, 
quando estão sob ação de estrógeno, produzem glicogênio e partículas de 
gorduras, usadas pelos lactobacilos da flora vaginal (bacilos de Doderlein), 
acarretando na produção de ácido láctico, que concede à vagina pH ácido 
(COUTINHO; COSTA; SILVA, 2018). Na Figura 5, são exibidos os órgãos 
genitais femininos externos.
Figura 5. Órgãos genitais femininos externos.
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsc (2009, p. 738).
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual10
Genitália externa
Constitui-se por monte do púbis, lábios maiores e menores do pudendo, clitóris, 
bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares maiores e de glândulas de Skene 
(TORTORA; DERRICKSON, 2017).
A demarcação externa do pudendo feminino é determinada pelo monte 
do púbis, que se caracteriza por seu volume e proeminência, em decorrência 
do tecido adiposo subjacente à pele anterior à sínfise púbica, e pelos lábios 
maiores, contornam e cobrem moderadamente os lábios menores, além de 
serem recobertos pelo tecido adiposo subjacente, embora as regiões mais 
internas apresentem menos pelos.
Os lábios menores se definem por serem duas pregas pequenas de pele, que 
não têm pelos. As glândulas vestibulares maiores são estruturas circulares, 
que se localizam na parte posterior do bulbo do vestíbulo e que, no momento 
da relação sexual, são comprimidas e secretam muco, com a finalidade de 
lubrificar a vagina. Ainda, as glândulas de Skene são glândulas mucosas pe-
quenas com a função de lançar secreções no vestíbulo da vagina (TORTORA; 
DERRICKSON, 2017).
Por fim, o clitóris apresenta um tecido erétil, semelhante aos corpos caver-
nosos no homem, localizado antes dos lábios menores do pudendo; e o bulbo 
do vestíbulo são duas massas pequenas, compostas por tecido erétil, situadas 
ao lado do óstio da vagina (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Funções fisiológicas do aparelho reprodutor 
feminino
O sistema hormonal feminino é composto por três hormônios hierárquicos 
distintos, que, vale destacar, são secretados com intensidades muito variadas 
ao longo do ciclo menstrual mensal da mulher (HALL, 2017, p. 1039):
1. “O hormônio de liberação hipotalâmica, o hormônio liberador de gona-
dotropinas (GnRH)” 
2. “Os hormônios sexuais hipofisários anteriores, o hormônio folículo-esti-
mulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), ambos secretados em resposta 
à liberação de GnRH do hipotálamo” 
3. “Os hormônios ovarianos, estrógeno e progesterona que são secretados 
pelos ovários, em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise 
anterior”.
11Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual
Hormônios hipofisários
A hipófise é uma glândula endócrina localizada na sela túnica, cavidade óssea 
encontrada na base do cérebro, e responsável por secretar os hormônios FSH 
e LH, que proporcionam as transformações ovarianas durante o período do 
ciclo menstrual da mulher.
Ressalta-se que, quando não há os hormônios FSH e LH, os ovários não 
são ativados. Desse modo, esses hormônios começam a ser secretados entre 
9 e 12 anos, responsabilizando-se pelo início dos ciclos menstruais. Ainda, 
ocorrem aumento e diminuição dos níveis dos hormônios sexuais hipofisários 
no decorrer dos meses do ciclo menstrual, promovendo alterações ovarianas 
cíclicas (SILVERTHORN, 2017).
O FSH e o LH estimulam suas células-alvo ovarianas ao se combinar com 
receptores muito específicos de FSH e LH, nas membranas das células-alvo 
ovarianas. Os receptores ativados, por sua vez, aumentam a secreção das 
células e, em geral, também o crescimento e a proliferação das células. Quase 
todos esses efeitos estimuladores resultam da ativação do sistema do segun-
do mensageiro do monofosfato cíclico de adenosina, no citoplasma celular, 
levando à formação da proteinocinase e múltiplas fosforilações de enzimas-
-chave que estimulam a síntese dos hormônios sexuais (HALL, 2017, p. 1039). 
Desse modo, o FSH e o LH a cada 28 dias são encarregados pelo crescimento 
de 8 a 12 folículos ovarianos, dos quais somente um alcança a maturidade, 
sendo ovulado aproximadamente no 14º dia do ciclo menstrual (SILVER-
THORN, 2017).
Hormônios ovarianos
O estrógeno e a progestina representam os hormônios sexuais ovarianos, sendo 
o hormônio estradiol o principal dos estrógenos, enquanto a progesterona o 
mais relevante das progestinas (AIRES, 2015).
Em virtude disso, os estrógenos viabilizam o crescimento e a multiplicação 
de células específicas, que têm relação com a formação das características 
sexuais secundárias femininas, e a progestina atua preparando o útero para 
uma possível gestação, do mesmo modo como age nas mamas com a finalidade 
da lactação (AIRES, 2015). 
Nesse contexto, de acordo com Hall (2011), alguns dos efeitos do estrógeno 
são os seguintes.
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual12
 � Órgãos sexuais femininos: na puberdade, os hormônios gonadotrópicos 
hipofisários aumentam 20 vezes mais. Assim, há elevação dos ovários, 
das tubas uterinas, do útero e da vagina, além do aumento do depósito 
de gordura no monte pubiano e nos pequenos e grandes lábios.
 � Tubas uterinas: há o crescimento de tecidos granulares e o aumentodo número de células epiteliais ciliadas, responsáveis por revestir as 
tubas uterinas.
 � Mamas: inicia o desenvolvimento das mamas.
 � Aumento do metabolismo corporal e do depósito de gordura: o 
hormônio eleva moderadamente o metabolismo corporal. Além disso, 
é responsável pelo depósito de quantidades mais elevadas de gordura, 
principalmente em mamas, glúteos e coxas.
 � Na pele: contribui para o desenvolvimento de uma pele macia e lisa, 
com maior vascularização e é mais quente.
Já as principais funções da progesterona são as seguintes (SILVERTHORN, 
2017).
 � Proporciona modificações secretórias no útero: realiza alterações 
das secreções no endométrio uterino, na fase final do ciclo menstrual, 
objetivando preparar o útero para a implantação do óvulo fertilizado, 
além de diminuir a frequência e a intensidade das contrações uterinas, 
favorecendo e evitando a expulsão do óvulo implantado.
 � Nas tubas uterinas: possibilita o aumento das secreções das tubas 
uterinas, auxiliando na nutrição do óvulo fertilizado.
 � Desenvolvimento das mamas: esse hormônio desenvolve os lóbulos e 
os alvéolos mamários, sucedendo a multiplicação das células alveolares, 
além de passarem a ter natureza secretora e as mamas ficarem inchadas.
Puberdade e menarca
A puberdade está diretamente associada ao início da vida adulta, sendo oca-
sionada pelo aumento progressivo da produção dos hormônios gonadotrópicos 
pela hipófise, que tem início aproximadamente com 8 anos e é finalizado no 
começo da puberdade. Já a menarca, que significa o primeiro ciclo menstrual, 
ocorre frequentemente entre 11 e 16 anos nas meninas (AIRES, 2015).
13Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual
Menopausa
Normalmente, surge entre 40 e 50 anos de idade, na ocasião em que o ciclo 
menstrual passa a ser irregular e não haver mais ovulação em muitos casos. 
Alguns meses ou anos depois, o ciclo sexual é encerrado por completo. Desse 
modo, o momento em que se finaliza o ciclo, e os hormônios femininos caem 
a próximo de zero, é denominado menopausa (AIRES, 2015).
Etapas do ciclo menstrual
O sistema reprodutor feminino dispõe de alterações cíclicas regulares com 
a finalidade de preparar o corpo para a fertilização e a gestação. O ciclo 
menstrual se caracteriza por um sangramento vaginal mensal, que ocorre 
pela descamação do endométrio e com duração média de 28 dias a partir do 
início da menstruação (MARIEB; HOEHN, 2009).
Ciclo ovariano
Desde o momento do nascimento, já existem folículos primordiais sob a 
cápsula ovariana, cada um dos quais com um ovócito imaturo. No começo de 
cada ciclo, diversos folículos se ampliam e uma cavidade se forma ao redor do 
ovócito. Em humanos, um dos folículos em um dos ovários cresce rápido no 
6º dia do ciclo menstrual e se transforma no folículo dominante. Destaca-se 
que ainda não se sabe como ocorre a seleção dos folículos para dominar na 
fase folicular do ciclo ovariano, porém acredita-se que isso tenha relação com 
a habilidade do folículo em secretar estrógeno no seu interior (BARRETT 
et al., 2014; MARIEB; HOEHN, 2009). Ainda nesse contexto, no 14º dia do 
ciclo menstrual o folículo distendido se rompe e o ovócito é mandado para a 
cavidade abdominal, sendo representado pelo processo da ovulação (MARIEB; 
HOEHN, 2009).
As células da granulosa dos ovários representa a principal fonte de estrógeno 
circulante, no entanto as células da teca interna do folículo são indispensáveis 
para secretar estrógeno, visto que elas secretam androgênios aromatizados a 
estrógeno pelas células da granulosa. O ovócito é apreendido pelas fímbrias 
das tubas uterinas, conduzido ao útero e, caso não tenha ocorrido a fertilização, 
eliminado pela vagina (MARIEB; HOEHN, 2009).
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual14
Durante a ovulação, o folículo rompido fica cheio de sangue, mas as células 
da granulosa e da teca do revestimento folicular logo começam a proliferar e 
o sangue coagulado é alterado pelas células luteínicas, formando-se o corpo 
lúteo. Desse modo, esse acontecimento dá início à fase lútea do ciclo ovariano, 
caracterizada pela secreção de estrógeno e progesterona pelas células lúteas 
(MARIEB; HOEHN, 2009).
Caso ocorra uma gestação, o corpo lúteo continua e, normalmente, não 
acontece mais menstruação até o nascimento do bebê, ao passo que, se não há 
gravidez, o corpo lúteo inicia seu processo de degeneração 4 dias anteriormente 
à menstruação, ou seja, aproximadamente no 24º dia do ciclo menstrual, e 
é transformado pelo tecido de cicatrização, formando-se o corpo albicante 
(BARRETT et al., 2014; MARIEB; HOEHN, 2009).
Ressalta-se que não são formados novos ovócitos após o nascimento. Desse 
modo, ao nascer, há cerca de 1 a 2 milhões de ovócitos, embora mais de 50% 
deles sofram involução. Assim, um milhão de ovócitos restantes passa pela 
primeira parte de divisão meiótica e entra em uma fase de suspensão em pró-
fase, na qual aqueles que não morrem persistem até a fase adulta. A involução 
permanece durante o desenvolvimento da mulher e, na fase da puberdade, 
são apenas 300 mil ovócitos em ambos os ovários, dos quais somente um 
por ciclo ovariano alcança a maturidade. Após a ovulação, ocorre a primeira 
divisão meiótica completa, na qual o ovócito secundário obtém a maior quan-
tidade de citoplasma; depois, inicia-se a segunda divisão meiótica, porém é 
interrompida na metáfase e somente é concluída quando um espermatozoide 
penetra o ovócito. Nessa ocasião, um segundo corpúsculo polar é degenerado 
e o ovócito fertilizado mantém-se para conceber um indivíduo (BARRETT 
et al., 2014; MARIEB; HOEHN, 2009). 
Ciclo uterino
Na fase menstrual, as camadas do endométrio são eliminadas, com exceção 
daquelas mais profundas. Então, inicia-se o crescimento de um novo endo-
métrio, sob ação dos estrógenos do folículo em desenvolvimento. Ressalta-se 
que a espessura do endométrio cresce muito rápido do 5º ao 14º dia do ciclo 
menstrual; desse modo, conforme a espessura do endométrio aumenta, as glân-
dulas uterinas se estendem e se alongam. Tais modificações são denominadas 
proliferativas, fase do ciclo menstrual nomeada fase proliferativa. Posterior-
mente à ovulação, o endométrio fica muito vascularizado e pouco edematoso 
sob a ação do estrógeno e da progesterona do corpo lúteo. As glândulas passam 
15Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual
a ser espiraladas, dando-se início à produção de líquido claro, caracterizado 
pela fase do ciclo menstrual denominada secretora (BARRETT et al., 2014).
O endométrio é vascularizado por duas artérias: a porção superficial do 
endométrio, descamada durante o período da menstruação, denominada ca-
mada funcional e vascularizada pelas artérias espiraladas; e a camada mais 
profunda do endométrio, não descamada na menstruação, chamada de camada 
basal e irrigada por pequenas artérias basais.
Quando o corpo lúteo regride, a ação dos hormônios no endométrio é sus-
pensa e o endométrio fica mais fino, o que facilita o enrolamento das artérias 
espiraladas. Nesse momento, surgem focos de necrose no endométrio e ocorre 
degeneração das paredes das artérias espiradas, acarretando hemorragias que 
ocasionam um novo fluxo menstrual (fase menstrual) (BARRETT et al., 2014).
Por fim, considerando a função endometrial, a fase proliferativa do ciclo 
menstrual retrata a restauração do epitélio por meio da menstruação ante-
cedente e a secretora refere-se à preparação do útero para a implantação do 
óvulo fertilizado (BARRETT et al., 2014).
AIRES, M. M. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 1335 p.
BARRETT, K. E. et al. Fisiologia médica de Ganong. 24. ed. Porto Alegre: AMGH; Artmed, 
2014. 768 p.
BECKER, R. O. et al. Anatomia humana. Porto Alegre: Sagah, 2018. 560 p.
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Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual16

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