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TEMAS CONSTITUCIONAIS CONTEMPORÂNEOS

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TEMAS CONSTITUCIONAIS CONTEMPORÂNEOS
Aula 1
Objetivo
1. Analisar as distorções do atual pacto federativo brasileiro, cujo modelo centrífugo de formação contribui para o empoderamento do ente central em detrimento dos governos subnacionais;
2. Identificar as alternativas para a reconstrução do pacto federal brasileiro a partir de visão multidimensional capaz de engendrar um projeto nacional de desenvolvimento;
3. Examinar os elementos teóricos constitucionais que circunscrevem a delimitação do núcleo essencial do princípio federativo no Brasil.
ASSIMILAÇÃO ACRÍTICA DO FEDERALISMO CENTRÍPETO ESTADUNIDENSE
sistema DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA: Gigantismo do ente central em detrimento dos governos subnacionais:
a) Competência da União para legislar sobre direito civil, penal, processual penal, processual civil, comercial etc.;
b) Nos Estados Unidos da América: Cada Estado tem seu próprio Código Penal;
c) Alta dependência dos Estados e, principalmente, dos Municípios às transferências e repasses tributários obrigatórios feitos pela União. 
CARACTERÍSTICAS DO FEDERALISMO TRIDIMENSIONAL BRASILEIRO
ORGANIZAÇÃO DO PODER POLÍTICO NO ESPAÇO BRASILEIRO do centro para a periferia: a soberania da República Federativa do Brasil exercida pela União:
a) Entes Federativos meramente autônomos: capacidade de auto-organização política, administrativa e financeira;
b) O Município como terceira dimensão do pacto federal brasileiro;
c) Elementos de desconstrução do Município como ente federativo autônomo. 
AUTONOMIA MUNICIPAL COMO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL SENSÍVEL
1. Agenda política própria dos municípios: além da competência local, os Municípios participam da Repartição Vertical de Competências (comum ou concorrente).
2. Inexistência de hierarquia:
a) entre leis federais, estaduais e municipais;
b) entre poderes executivo e legislativo.
DESAFIOS DO PACTO FEDERATIVO BRASILEIRO 
O cenário político brasileiro se caracteriza por grandes desigualdades regionais que se potencializam a partir de acentuadas assimetrias na distribuição da renda e da riqueza nacionais:
· revolução dos programas partidários em termos de projetos geopolíticos de desenvolvimento nacional;
· plena efetivação dos direitos fundamentais mínimos do cidadão brasileiro, independentemente de sua região.
MAIOR DENSIDADE ESTRATÉGICA DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL 
autenticidade programática
a) Questão da fidelidade partidária;
b) Questão legendas de aluguel dos partidos menores;
c) Questão financiamento das campanhas eleitorais;
d) Questão da redução da força política do poder econômico
das empresas, sejam as multinacionais, sejam as nacionais situadas na cadeia transnacional de produção. 
e) Questão da crise de legitimidade democrática.
CONSTRUÇÃO DO NÚCLEO ESSENCIAL 
1. RECONFIGURAÇÃO A PARTIR DO FEDERALISMO DE REGIÕES:
Valorização política da esfera regional dentro da tridimensionalidade federativa brasileira. 
2. ELEMENTOS NUCLEARES DO FEDERALISAMO: 
Autonomia dos governos subnacionais, correção de desvios do federalismo centrífugo brasileiro, princípio da separação vertical de poderes e delimitação do mínimo constitucional inviolável do pacto federal. 
EXERCÍCIOS
1. Considere a seguinte situação hipotética: determinados Estados resolveram formar, por meio de um tratado internacional, um pacto de colaboração a fim de promoverem o desenvolvimento conjunto, bem como de se protegerem no campo da segurança internacional. No aludido pacto, permitia-se a denúncia do tratado a qualquer tempo, consagrando-se, assim, o direito de retirada do pacto. Diante de tal fragmento, indique a resposta correta: Caracteriza-se aqui o pacto confederal dissolúvel, na medida em que se trata de uma união de Estados soberanos com pleno direito de secessão, vinculados por um tratado internacional denunciável.
2. Com relação à organização político-administrativa do Estado Brasileiro, marque a alternativa correta. Diferentemente do modelo centrípeto estadunidense, o sistema federativo centrífugo do Brasil promove grande concentração de competências na União, gerando alto grau de dependência dos governos subnacionais.
Aula 2
Objetivo
1. Examinar as razões pelas quais o positivismo jurídico entrou em declínio;
2. Analisar as transformações do Direito constitucional contemporâneo, que busca reaproximar o Direito e a ética a partir da força normativa de regras e princípios;
3. Estabelecer as argumentações teórico-conceituais que circunscrevem a crítica ao neoconstitucionalismo pós-positivista.
TRANSFORMAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL CONTEMPORÂNEO
Superação do positivismo jurídico:
a) Predomínio do silogismo e da subsunção (aplicação mecânica da Lei); 
b) Princípios jurídicos não são considerados normas jurídicas;
c) Crença na completude do direito. 
SURGIMENTO DO NEOCONSTITUCIONALISMO 
Reaproximação entre o direito e a ética 
NATUREZA DOS PRINCÍPIOS JURÍDICOS: Comandos de Otimização aplicados mediante uma dimensão de peso, que somente pode ser aferida no caso concreto. 
NORMATIVIDADE DOS PRINCÍPIOS: Ponderação de valores de normas com a mesma dignidade constitucional em colisão.
CARACTERÍSTICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO PÓS-POSITIVISTA
· Dignidade da pessoa humana como novo eixo axiológico-normativo do Estado Democrático de Direito:
a) Ativismo judicial como criação jurisprudencial do direito;
b) Efetividade ou eficácia social dos direitos fundamentais;
c) Revisão hermenêutica da teoria da norma, buscando atribuir força jurígena às decisões judiciais a partir da sua legitimação pela comunidade aberta de intérpretes da Constituição (Peter Häberle). 
· Compilação do quadro teórico-conceitual do neoconstitucionalismo: o cenário pós-positivista do direito caracteriza-se por um certo protagonismo judicial em detrimento da autonomia do legislador democrático, o que pode acarretar:
1. Violação do princípio da separação de poderes;
2. Riscos de implantação de um Estado Judicial de Direito.
DESCONSTRUÇÃO NEOPOSITIVISTA 
Falta de cientificidade das decisões judiciais: 
1. DECISIONISMO DO JUIZ SOLIPSISTA: Decisão judicial baseada na mera pré-compreensão do magistrado. 
2. MERO MODISMO HERMENÊUTICO: A discricionariedade judicial é indicada pela crítica neopositivista como o grande problema jurídico capaz de corromper a ordem legal posta. Ou seja, o novo paradigma seria mais positivista do que o próprio modelo positivista. 
EXERCÍCIOS
1. A partir da segunda metade do século XX, o positivismo jurídico entra em declínio, despontando em seu lugar o chamado pós-positivismo. Esse novo paradigma apresenta como uma de suas principais inovações dogmáticas a ideia-força de que o sistema de proteção dos direitos fundamentais é aberto e dinâmico. Com base na quebra de paradigma, aponte a resposta correta: O cenário pós-positivista do Direito caracteriza-se por certo protagonismo judicial em detrimento da autonomia do legislador democrático, mas, em benefício da força normativa da Constituição.
2. A decisão judicial baseada na mera pré-compreensão do magistrado denomina-se: Decisionismo judicial.
Aula 3
Objetivo
1. Discriminar as diferenças conceituais entre os fenômenos da judicialização da política, ativismo judicial e politização da justiça;
2. Analisar o conceito de dificuldade contra majoritária do Poder Judiciário e seus desdobramentos no âmbito de um Estado Democrático de Direito;
3. Examinar a questão do controle intersubjetivo das decisões judiciais criadoras de Direito e sua legitimação democrática pela comunidade aberta de intérpretes da Constituição.
CONSTITUCIONALISMO E DEMOCRACIA 
Bases de um estado democrático de direito.
1. SEPARAÇÃO DE PODERES: Poderes independentes e harmônicos entre si, sem predominância cêntrica de nenhum deles. 
2. CATÁLOGO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS ACIMA DO PRÓPRIO ESTADO: A proteção dos direitos das minorias contra o poder discricionário das maiorias legislativas. 
DIREITO CONSTITUCIONAL CONTEMPORÂNEO
Contexto do neoconstitucionalismo pós-positivista:
a) Ativismo judicial; 
b) Judicialização da Política;
c) Politização da Justiça. 
O PODERJUDICIÁRIO COMO PODER CONTRAMAJORITÁRIO 
O conceito de dificuldade contra majoritária de Bickel:
a) Poder Judiciário não é eleito pelo povo;
b) Possui, portanto, um certo déficit democrático na formulação de políticas públicas;
c) O poder contra majoritário do poder judiciário como garantidor de direitos fundamentais. 
CONTROLE INTERSUBJETIVO DAS DECISÕES JUDICIAIS
Comunidade aberta de intérpretes da constituição
LEGITIMIDADE DEMOCRÁTICA DAS DECISÕES JUDICIAIS
Superação da dificuldade contra majoritária do Poder Judiciário na formulação de políticas públicas. 
EXERCÍCIOS
1. Analise as assertivas sobre o neoconstitucionalismo e o positivismo jurídico, apontando a única opção correta: O discurso pós-positivista surge da necessidade de superação do paradigma exegético de aplicação mecânica da subsunção silogística nos casos de colisão de princípios constitucionais.
2. Analise as assertivas sobre o ativismo judicial, o poder contra majoritário, a judicialização da política, o decisionismo solipsista e a politização da justiça, e aponte a única opção correta: A judicialização da política, no contexto brasileiro, é um fato, uma circunstância que decorre do modelo constitucional que se adotou, e não um exercício deliberado de vontade política.
Aula 4
Objetivo
1. Descrever os impactos da globalização e do fim da Guerra Fria sobre a efetividade dos direitos sociais de segunda dimensão;
2. Comparar a natureza jurídica dos direitos individuais e os direitos sociais;
3. Esclarecer a questão da insuficiência financeira do Estado para garantir todos os direitos sociais previstos na Constituição a partir do conceito de reserva do possível.
CONSTITUCIONALISMO DA PÓS-MODERNIDADE 
Fim da guerra fria e da bipolaridade geopolítica:
1. ESTADO NEOLIBERAL DE DIREITO: retomada do arquétipo constitucional pré-weimariano.
2. CRISE DO WELFARISMO CONSTITUCIONAL: a desconstrução da segunda dimensão de direitos. 
QUESTÃO DA JUSFUNDAMENTALIDADE MATERIAL 
Seriam os direitos sociais direitos fundamentais em sentido material?
a) Direitos sociais mínimos; 
b) Escolhas dramáticas do legislador democrático;
c) Legitimidade da formulação de políticas públicas. 
O CONCEITO DE RESERVA DO POSSÍVEL 
Falta de recursos financeiros do estado:
a) Falta de previsão constitucional no que tange às leis orçamentárias;
b) Possui, portanto, um certo déficit democrático na formulação de políticas públicas;
c) O poder contra majoritário do poder judiciário como garantidor de direitos fundamentais. 
DELIMITAÇÃO DO NÚCLEO ESSENCIAL Dos direitos fundamentais
Garantia do conteúdo jurídico mínimo das normas constitucionais:
Natureza jurídica dos direitos sociais
Direitos estatais prestacionais submetidos à reserva do possível, fática e jurídica. 
EXERCÍCIOS
1. A intensificação da atuação positiva (criação de direito novo) de juízes e tribunais pode ser identificada em diversas causas. Aponte a única opção que se coaduna com tal postura: Garantia do conteúdo jurídico mínimo dos direitos sociais.
2. Na concretização dos direitos sociais, a criação jurisprudencial do direito, a partir do caso concreto, encontra um grande empecilho representado pela falta de recursos financeiros do Estado para atender a todas as demandas sociais. Tal óbice denomina-se: Reserva do possível fática.
Aula 5
Objetivo
1. Distinguir as regras para atribuição de nacionalidade;
2. Esclarecer as inovações introduzidas pela Lei 13.445/2017 para os imigrantes no Brasil.
A NACIONALIDADE NA CONSTITUIÇÃO
Nacionalidade originária – art.12, I, a, b, c
I. natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
II. naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
LEI DE MIGRAÇÃO 
Direitos dos estrangeiros no brasil
1. MUDANÇA DE PARADIGMA:
Supremacia da Segurança Nacional – Lei 6815/80
Dignidade da Pessoa Humana - Lei 13.445/2017 
2. PRINCIPAIS ASPECTOS: Desburocratização do processo de regularização migratória, a institucionalização da política de vistos humanitários, a não criminalização por razões migratórias, além de conferir uma série de direitos aos migrantes que até então não eram garantidos
EXERCÍCIOS
1. A Constituição Federal trouxe significativas mudanças no que diz respeito à matéria de nacionalidade. Tendo em vista o texto atual, podemos afirmar que: São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, mesmo que a serviço de seu país.
2. Assinale a opção correta: Apenas o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado e, mesmo assim, caso tenha cometido crime comum, antes da naturalização, ou haja comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
Aula 6
Objetivo
1. Definir refugiado, de acordo com a Convenção de 1951 e com a Lei 9474/97;
2. Esclarecer a tutela jurídica do refúgio no Brasil.
CONVENÇÃO SOBRE ESTATUTO DOS REFUGIADOS DE 1951
A Lei 9474/97 E O CONCEITO DE REFUGIADO (art. 1º, Lei 9474/97): 
· devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país;
· não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias
· devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país
· (Inspiração na Declaração de Cartagena de 1984)
SOLICITAÇÃO DO STATUS DE REFUGIADO NO BRASIL 
O procedimento previsto na lei para reconhecimento do status do refugiado compreende algumas etapas, quais sejam, a solicitação do refúgio através da Polícia Federal; a análise do pedido realizada pelas Cáritas Arquidiocesanas e, posteriormente, a decisão proferida pelo Comitê Nacional para Refugiados (CONARE). Aquele que recebe o status de refugiado no Brasil possui os direitos e deveres dos estrangeiros no Brasil:
Art. 5º, CRFB: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”
O refugiado no Brasil também tem direito a cédula de identidade comprobatória de sua condição jurídica, carteira de trabalho e documento de viagem e não está sujeito à medida de saída compulsória.
EXERCÍCIOS
1. Segundo dados do CONARE, o Brasil possuía, no fim de 2014, 6.492 refugiados de 80 nacionalidades. Como é sabido, o Brasil ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, bem como promulgou a Lei nº 9.474/97, que define os mecanismos para a implementação dessa Convenção. 
Assinale a opção que, conforme a lei mencionada, define a condição jurídica do refugiado no Brasil: Possui os direitos e deveres dos estrangeiros no Brasil, bem como direito a cédula de identidade comprobatória de sua condição jurídica, carteira de trabalho e documento de viagem.
2. Em 22 de julho de 1997, foi promulgada a Lei nº 9.474, que define os mecanismos para implementação da Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, da qual o Brasilé signatário. A respeito dos mecanismos, termos e condições nela previstos, assinale a afirmativa correta. O refugiado poderá exercer atividade remunerada no Brasil, ainda que pendente o processo de refúgio.
Aula 7
Objetivo
1. Identificar os princípios constitucionais que regem a República do Brasil em suas relações internacionais;
2. Analisar a incorporação dos tratados internacionais de Direitos Humanos;
3. Descrever as possíveis contradições entre o Estatuto de Roma e a Constituição Federal.
princípios constitucionais que regem o Estado nas relações internacionais
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I. independência nacional;
II. prevalência dos direitos humanos;
III. autodeterminação dos povos;
IV. não-intervenção;
V. igualdade entre os Estados;
VI. defesa da paz;
VII. solução pacífica dos conflitos;
VIII. repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX. cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X. concessão de asilo político.
Parágrafo único: A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS
Art. 5º § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
ESTATUTO DE ROMA
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
EXERCÍCIOS
1. De acordo com o posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a hierarquia dos tratados internacionais de direitos humanos, consideram-se tratados de hierarquia constitucional:
I. Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça da Infância e Juventude − Regras de Beijing.
II. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu respectivo Protocolo Facultativo − Convenção de Nova Iorque.
III. Convenção Americana Sobre Direitos Humanos − Pacto de San José da Costa Rica.
IV. Tratado de Marraqueche para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades para aceder ao texto impresso.
Está correto o que se afirmar em: II e IV, apenas.
2. De acordo com o art. 5⁰, LXVII, da CRFB/1988, “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentar e a do depositário infiel”. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos Pacto de San José da Costa Rica , que proíbe a prisão por dívida decorrente do descumprimento de obrigações contratuais, à qual o Brasil aderiu, foi internalizada com o status de: Norma supralegal e infraconstitucional.
Aula 8
Objetivo
1. Descrever o conceito de controle de convencionalidade;
2. Reconhecer a importância do controle de convencionalidade;
3. Analisar os casos submetidos à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
ORIGEM DO CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE E PREMISSAS 
Decisão francesa 74-54DC proferida em 1975:
Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias 
· Caso Van Gend En Loos (1963) 
· Caso Costa vs. Enel (1964) 
· Caso Simmenthal (1968)
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 
Como pode ocorrer o controle segundo a corte interamericana:
1) realizado pela própria Corte, que reputa “inconvencional” a norma doméstica oposta à Convenção Americana de Direitos Humanos, como ocorreu nos casos La última tentación de Cristo e Boyce vs. Barbados; 
2) realizado pelos juízes locais, como um segundo nível de controle, por orientação da Corte Interamericana, para que os juízes nacionais possam exercer o controle de convencionalidade, como foi o caso de Almonacid Arellano
JURISPRUDÊNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
· La Cantuta (2006, considerando 173)
· Boyce vs. Barbados (2007, considerando 78)
· Fermín Ramírez y Raxcacó Reyes (2008, considerando 63)
· Heliodoro Portugal (2008, considerandos 180/1)
· Manuel Cepeda Vargas (2010, considerando 208 e nota 307)
· Comunidad Indígena Xákmok Kásek (2010, considerando 311)
· Fernández Ortega (2010, considerando 237)
· Rosendo Cantú (2010, considerandos 219 e 220)
· Ibsen Cárdenas y otro (2010, considerando 202)
· Velez Loor (2010, considerando 287)
· Gomes Lund (2010, considerando 176)
· Cabrera Garcia-Montiel Flores (2010, considerando 225)
Recentemente, no caso Duque vs. Colômbia, decidido em 26 de fevereiro de 2016, no considerando 85.
CASO GOMES LUND E OUTROS VS. BRASIL
1) GUERRILHA DO ARAGUAIA
2) ADPF nº 153 
3) Lei nº 6.683/79
EXERCÍCIOS
1. Assinale a alternativa que somente contém casos da Corte Interamericana de Direitos Humanos nos quais se utilizou a teoria do Controle de Convencionalidade: Gomes Lund e outros vs. Brasil, julgado em 2010; Heliodoro Portugal vs. Panamá, julgado em 2008; e Duque vs. Colômbia, decidido em 2016.
2. Em relação ao controle de convencionalidade e à jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o tema, assinale a opção incorreta:
a) Segundo parte majoritária da doutrina, o direito brasileiro conta com um controle jurisdicional de convencionalidade das leis, que se distingue do controle de constitucionalidade.
b) De acordo com a CF, os tratados internacionais de direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, terão status de norma constitucional. Tais tratados podem fundamentar tanto o controle de constitucionalidade quanto o controle de convencionalidade.
c) A expressão bloco de constitucionalidade pode ser entendida como o conjunto normativo que contém disposições, princípios e valores materialmente constitucionais fora do texto da CF formal.
d) Nenhum juiz nacional pode reconhecer a incompatibilidade da Convenção Americana de Direitos Humanos em face das leis ordinárias brasileiras, pois ambas possuem a mesma hierarquia.
e) Paralelamente ao conhecido controle de constitucionalidade, há na sistemática da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1969) o chamado “controle de convencionalidade”, que pode ser exercido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, bem como pelo Poder Judiciário interno dos Estados-partes na Convenção.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 1
 
Objetivo
 
1.
 
Analisar as distorções 
do atual pacto federativo brasileiro, cujo modelo 
centrífugo de formação contribui para o empoderamento do ente central 
em detrimento dos governos subnacionais;
 
2.
 
Identificar as alternativas para a reconstrução do pacto federal 
brasileiro a partir de visão m
ultidimensional capaz de engendrar um 
projeto nacional de desenvolvimento;
 
3.
 
Examinar os elementos teóricos constitucionais que circunscrevem a 
delimitação do núcleo essencial do princípio federativo no Brasil.
 
 
ASSIMILAÇÃO ACRÍTICA DO FEDERALISMO CENTRÍPETO ESTADUNIDENSE
 
sistema
 
DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA
: 
Gigantismo do ente central em 
detrimento dos governos subnacionais:
 
a) Competência da União para legislar sobre dire
ito civil, penal, 
processual penal, processual civil, comercial etc.;
 
b) Nos Estados Unidos da América: Cada Estado tem seu próprio Código 
Penal;
 
c) Alta dependência dos Estados e, principalmente, dos Municípios às 
transferências e repasses tributários obrigatórios feitos pela União. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO FEDERALISMO TRIDIMENSIONAL BRASILEIRO
 
ORGANIZAÇÃO DO PODER POLÍTICO NO ESPAÇO BRASILEIRO do centro para a 
periferia
: 
a
 
soberania da República Federativa do Brasil exercida pela União:
 
a) Entes Federativos meramente autônomos: capacidade de auto
-
organização 
polí
tica, administrativa e financeira;
 
b) O Município como terceira dimensão do pacto federalbrasileiro;
 
c) Elementos de desconst
rução do Município como ente federativo autônomo. 
 
 
TEMAS 
CONSTITUCIONAIS 
CON
TEM
POR
Â
NEOS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 1 
Objetivo 
1. Analisar as distorções do atual pacto federativo brasileiro, cujo modelo 
centrífugo de formação contribui para o empoderamento do ente central 
em detrimento dos governos subnacionais; 
2. Identificar as alternativas para a reconstrução do pacto federal 
brasileiro a partir de visão multidimensional capaz de engendrar um 
projeto nacional de desenvolvimento; 
3. Examinar os elementos teóricos constitucionais que circunscrevem a 
delimitação do núcleo essencial do princípio federativo no Brasil. 
 
ASSIMILAÇÃO ACRÍTICA DO FEDERALISMO CENTRÍPETO ESTADUNIDENSE 
sistema DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA: Gigantismo do ente central em 
detrimento dos governos subnacionais: 
a) Competência da União para legislar sobre direito civil, penal, 
processual penal, processual civil, comercial etc.; 
b) Nos Estados Unidos da América: Cada Estado tem seu próprio Código 
Penal; 
c) Alta dependência dos Estados e, principalmente, dos Municípios às 
transferências e repasses tributários obrigatórios feitos pela União. 
 
CARACTERÍSTICAS DO FEDERALISMO TRIDIMENSIONAL BRASILEIRO 
ORGANIZAÇÃO DO PODER POLÍTICO NO ESPAÇO BRASILEIRO do centro para a 
periferia: a soberania da República Federativa do Brasil exercida pela União: 
a) Entes Federativos meramente autônomos: capacidade de auto-organização 
política, administrativa e financeira; 
b) O Município como terceira dimensão do pacto federal brasileiro; 
c) Elementos de desconstrução do Município como ente federativo autônomo. 
 
TEMAS 
CONSTITUCIONAIS 
CONTEMPORÂNEOS

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