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CAPITULO 1. INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DAS REACÇÕES QUÍMICAS 1.1. INTRODUÇÃO Etapas de um processo industrial: OPERACOES UNITARIAS Transporte, Filtracao, Moagem, Secagem, etc. PROCESSO UNITARIO Reaccao Quimica (Reactor Quimico) OPERACOES UNITARIAS Transporte, Filtracao, Moagem, Secagem, etc. Funções principais dos Reactores Químicos: Assegurar o tipo de contacto ou modo de fluir dos reagentes no interior do aparelho, para se conseguir uma mistura desejada das fases presentes. Proporcionar o tempo suficiente de contacto entre as substâncias e com o catalizador, neste caso para conseguir a extensão desejada da reacção. Permitir condições de pressão, temperatura e composição de modo que a reacção tenha lugar no grau e à velocidade desejadas, atendendo aos aspectos termodinâmico e cinético da reacção. Tarefa do Engenheiro Químico no Projecto e Operação de Reactores: No projecto de um reactor químico, o engenheiro deve escolher o tipo de reactor, o modo e condições operacionais, funcionamento e o dimensionamento, de maneira a obter um máximo de "lucro" dentro das restrições impostas pela natureza das matérias primas, pelos custos dos produtos, do capital e da mão de obra, das necessidades de segurança, de controle de poluição, de economia de energia, etc. Antes, responder às questões: 1. Que mudanças se espera que ocorram? → Termodinâmica 2. Com que velocidade ocorrerão as mudanças? → Cinética Química Objectivos: 1. Projecto de uma nova instalação 2. Operação/Optimização de uma instalação já em operação Centro das atenções desta disciplina O que um Engenheiro Químico deve saber: - Composição da matéria prima? - Tipo de processo (homogêneo, heterogêneo)? - Conversão? - Condições operatórias (T, P, C, etc)? - Natureza do fluxo (contínuo, descontínuo, transiente)? - Fluxos de calor (isotérmico, adiabático,...)? - Dimensões? - Custo? Existem várias escalas de estudo dos reactores: Escala laboratorial: experimentação em escala reduzida Escala piloto: avaliação em condições "reais" para assegurar o “scale-up”. Preparação de produtos para testes comerciais. Optimização do processo. Escala industrial: Nesta escala a experimentação é muito difícil, pois seria muito dispendiosa e não se deve perturbar a produção. Quando o reactor não é ideal, devem fazer-se as correcções necessárias após a consideração e cálculo inicial como se fosse ideal. 1.1.1. Estrutura da Disciplina de Reactores Químicos Disciplinas de Reactores Químicos I e Reactores Químicos II tem por objectivo dar respostas a estas questões, assim: Em RQ I - Projecto de Reactores Ideais E, em RQ II - Projecto de Reactores Reais 1.2. TIPOS DE REACTORES QUIMICOS Classificação de Reactores Químicos: Semicontinuos Reactores Quimicos ContinuosDescontinuos Reactor intermitente ou por partidas (BATCH) Sem alimentacao nem efluente Com alimentacao e sem efluente ou vice-versa (Semi- BATCH) Alimentacao e efluentes continuos Reactor Tubular (PFR ou PBR) Reactor de Agitacao (CSTR) Plug Flow Reactor ou Packed Bed Reactor Continuous Stirred Tank Reactor (Reactor Continuo de Agitacao Perfeita) Reactor BATCH homogêneo Basicamente, são cinco os tipos de reactores químicos comumente usados na indústria: Batch, Semi-batch, CSTR, PFR e PBR. Cut-away view of a stirred-tank chemical reactor with a cooling jacket Chemical reactor with half coils wrapped around it Cross-sectional diagram of Continuous stirred-tank reactor http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/5/5c/Batch_reactor.2.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0e/Final_half_coil_vessel.JPG http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/be/Agitated_vessel.svg Tubular reactor schematic. Longitudinal tubular reactor. Tubular reactor photo. Tubular reactor for production of Dimersol G. Longitudinal catalytic packed-bed reactor. Tabela 1 – Comparação dos cinco tipos de Reactores Químicos Tipo de Reactor Características Usos Vantagens Desvantagens Batch • O reactor é carregado (pode ser através de aberturas no topo do tanque); enquanto a reacção é processada nada mais é adicionado/retirado até que o processamento seja interrompido/terminado; tanque facilmente aquecido/arrefecido. • Produção em pequena escala • Producão intermediária ou única • Produtos farmacêuticos • Fermentações • Elevada conversão por unidade de volume em cada processamento • O mesmo reactor pode ser usado para produzir um produto num processamento e outro produto no outro processamento. • Elevados custos operatórios (mão-de-obra) • Qualidade dos produtos mais variável que em operação conínua Semibatch • Um reagente é carregado e o outro alimentado continuamente (em pequenas concentrações); ou um dos produtos pode ser removido continuamente (para evitar reacções secundárias). • Produção em pequena escala • Reacções concorrentes • Boa selectividade; alimentação pode ser controlada, o que minimiza reacções paralelas. • Elevados custos operatórios (mão-de-obra) • Qualidade dos produtos mais variável que em operação conínua CSTR • Funciona em estado estacionário com contínuas correntes de reagentes e produtos; a alimentação assume uma composição uniforme em todo o reactor, e composição do efluente tem a mesma composição que o interior do tanque. • Quando fôr requerida agitação • Configuração em série para correntes de concentrações diferentes • Operação contínua • Bom controlo de temperatura • Bom controlo • Simplicidade de construção • Baixos custos operatórios (mão-de-obra) • Máis baixa conversão por unidade de volume • Possível ocorrência de by-pass e “channeling” com pobre agitação. PFR • É um reactor longo ou vários reactores curtos num tanque em forma de tubo; não tem variação radial da velocidade da reacção (e concentração); concentração varia ao longo do reactor. • Produção em larga escala • Reacções homogêneas • Produção contínua • Elevada temperatura. • Máxima conversão por unidade de volume • Baixos custos operatórios e de mão de obra • Operação continua • Boa transferência de massa • Podem existir gradientes térmicos indesejáveis • Fraco controlo de temperatura • O “shutdown” e a limpeza podem ser caros PBR • Reactor tubular com enchimento de partículas sólidas de catalisador • Usado principalmente em reacções catalíticas heterogêneas em fase gasosa • Máxima conversão por unidade de massa de catalisador • Baixos custos operatórios • Operação continua • Podem existir gradientes térmicos indesejáveis • Fraco controlo de temperatura • Pode ocorrer o “channeling” 1.3. BALANÇO MÁSSICO EM REACTORES QUÍMICOS As equação básica para o dimensionamento de um reactor é a equação de balanço mássico (ou molar). Pode escrever-se uma equação para cada componente da reacção. 1.3.1.Equação Geral de Balanço Mássico Para fazer-se o balanço mássico (ou molar) de qualquer sistema, em primeiro lugar devem ser estabelecidos os limites do sistema. Equação de balanço: ENTRADA GERACAO SAIDA ACUMULACAO ENTRADA GERACAO SAIDA ACUMULACAO O balanço é efectuado em torno de um sistema de composição e temperatura constantes. Fluxo molar do componente que entra/sai do sistema: j j F v C Unidades: moles de j/min com v : caudal volumétrico da corrente [m3/min] Cj: concentração de j na corrente [moles de j/m 3] Para correntes líquidas: Caudal volumétrico (quase) independente da pressão e da temperatura Para correntes gasosas: Caudal volumétricopode ser aproximado a um gás ideal: R T v n p Onde n : fluxo molar total A concentração pode ser obtida apartir da equação de estado dos gases ideais, se a pressão parcial fôr conhecida: j j j j j n n y p pp C v n R T R T R T System volume Geração/consumo de j no sistema Gj Volume do Sistema Fluxo de j entrando para o sistema, Fj,0 Acumulação de j no sistema, dNj/dt Fluxo de j saindo do sistema, Fj Geração/consumo de j no sistema: j j sistema G r V Unidades: moles de j/min com rj : Velocidade da reacção de formação de j no sistema normalizado com respeito ao volume do sistema/reacção [moles de j/(min.m3)] Vsistema: volume do sistema [m3] rj > 0: j está sendo formado na reacção química que tem lugar no sistema (PRODUTO) rj < 0: j está sendo consumido na reacção química que tem lugar no sistema (REAGENTE) rj = 0: velocidade de formação de j é igual à velocidade do seu consumo na reacção química que tem lugar no sistema (j pode ser um INERTE) Para sistemas líquidos: O volume do sistema é independente da pressão e da temperatura Para sistemas gasosos: O volume pode ser constante (mas a pressão pode ser variável durante a reacção); O volume varia se o número de moles variar devido à reacção E a pressão é mantida constante sistema R T V n p Um reactor é tipicamente feito de muitos sistemas pequenos Total reactor volume V rj,2 rj,1 V1 V2 Total reactor volume V rj,2 rj,1 V1 V2 r f C,T Geração no sub-volume: j,k j,k kG r V Geração em todo o reactor: k M k M j j,k j,k k k 1 k 1 G G r V Fazendo os sub-volumes infinitamente pequenos (i.e. ΔVK0 e M) j j V G r dV Acumulação de j no sistema: j dN dt : Variação do número de moles de j com o tempo no sistema Unidades: moles de j/min Estão já definidos todos os termos da equação geral de balanço molar.... Substituindo todas as variáveis na equação de balanço molar para o composto j j j,0 j j dN F G F dt ou j j,0 j j dN F F G dt j j,0 j j V dN F F r dV dt Equação Geral de Balanço Molar A tarefa no dimensionamento de um reactor é determinar o volume do reactor através da aplicação do balanço molar. Reactores ideais e isotérmicos: Reactores no estado transiente: Reactor batch ideal e isotérmico: Não há fluxo nem de entrada nem de saída do reactor A composição e a temperatura são idênticas em qualquer posição dentro do reactor A composição no interior do reactor varia com o tempo Reactor semi-batch ideal e isotérmico: Não há fluxo que entra para o reactor, mas existe fluxo saindo do reactor ou vice-versa (para reacções na fase líquida, o volume varia com o tempo!!) A composição e a temperatura são idênticas em qualquer posição dentro do reactor A composição dentro do reactor varia com o tempo Reactores de fluxo contínuo: Reactor contínuo de agitação perfeita (CSTR): A composição e a temperatura são idênticas em qualquer posição dentro do reactor A composição dentro do reactor não varia com o tempo Reactor tubular (PFR) A composição e a temperatura variam em função da posição dentro do reactor A composição em qualquer ponto dentro do reactor não varia com o tempo Condições operatórias do PFR ideal: - Perfil de velocidades não é parabólico; - Perfil de temperatura não varia com a concentração; - Não há resistência à transferência de massa (miscibilidade infinita), considerando as variações axiais e não as longitudinais. 1.3.2. Reactor batch ideal e isotérmico: Substituindo na equação de balaço molar j j,0 j j V dN F F r dV dt : j j dN r V dt CASO 1: Reactor BATCH a Volume Constante (por ex. em reacções que tem lugar na fase líquida ou reacções na fase gasosa em que não há variação no número de moles durante a reacção): Equação de balanço molar para o reactor batch: j j dN1 r V dt Balanço molar para o reactor batch a volume constante: Pressão no reactor: reactor R T t p t n t V Pressure gage Pressure gage Sem fluxo para o interior nem para fora do reactor j,0 j F F 0 A composição e a temperatura são idênticas em qualquer ponto no interior do reactor j j V r dV r V A composição no interior do reactor varia com o tempo j j N C V e j j 1 dC dN V Em reacções na fase gasosa a pressão pode variar se o número de moles variar durante a reacção Equação de dimensionamento de um reactor BATCH j j dC r dt CASO 2: Reactor BATCH a Pressão Constante, volume variável (somente aplicável para reacções na fase gasosa): j j N C V e j j j 1 1 dC dN N d V V ou j j j 1 1 dN dC N d V V j j j 1 1 dN dC C V d V V j j j 2 1 V dN dC C dV V V j j j 1 1 dN dC C dV V V j j j 1 dN dC C d ln V V Equação de balanço molar para o reactor batch: j j dN1 r V dt Balanço molar para o reactor batch a pressão constante: movable piston j j j dC d ln V r C dt dt 1.3.3. Reactores de Fluxo Contínuo 1.3.3.1. Reactor Contínuo de Agitação Perfeita (CSTR) A composição e a temperatura são idênticas em qualquer ponto no interior do reactor, j j V r dV r V E POR ISSO a composição na saída é igual à composição em qualquer ponto no interior do reactor!!!! A composição dentro do reactor não varia com o tempo, j dN 0 dt Substituindo na equação geral de balanço molar, j j,0 j j V dN F F r dV dt j,0 j j F F r V 0 ou j,0 j j F F V r Fj,0 Fj Fj,0 Fj Equação de dimensionamento de um reactor CSTR 1.3.3.2. Reactor Tubular – “Plug Flow Reactor (PFR)” “Plug flow”: um elemento (plug) move-se através do reactor sem interação com o material em frente e atrás do elemento. A composição e a temperatura variam em função da posição no reactor; faz-se um balanço molar no elemento diferencial de volume, no qual a composição e a temperatura podem ser consideradas constantes j j V r dV r V A composição em qualquer ponto no interior do reactor não varia com o tempo; então no elemento diferencial do volume: j dN 0 dt Substituindo na equação geral de balanço molar, j j,0 j j V dN F F r dV dt : j j jF V F V V r V 0 ou j j j F V V F V r V Aplicando o limite quando ΔV0, j j j j v 0 F V V F V dF r lim V dV j j dF r dV V Fj,0 Fj Fj(V) Fj(V+V) V Fj,0 Fj Fj(V) Fj(V+V) Equação de dimensionamento de um reactor PFR 1.3.3.3. “Packed Bed Reactor (PBR)” Os reactores de enchimento (Packed Bed Reactors) são “plug flow reactors” com enchimento no seu interior (de catalisador, por exemplo). A velocidade da reacção é aqui normalizada com respeito à massa de sólido (W) rj’ : Velocidade da reacção de formação de j no sistema normalizada com respeito à massa do sólido (catalisador) [moles de j/(min.kg)] Substituindo na equação geral de balanço molar, j' j,0 j j W dN F F r dW dt : 'j j jF W F W W r W 0 ou j j' j F W W F W r W Tomando o limite quando ΔW0, j j j j W 0 F W W F W dF r lim W dW j' j dF r dW W Fj,0 Fj Fj(W) Fj(W+W) W Fj,0 Fj Fj(W) Fj(W+W) Equação de dimensionamento de um reactor PBR Resumo: Exemplosde Cálculo Exemplo de cálculo 1.1 (Problema P1.11A , in Fogler) A reacção A B é processada isotermicamente num reactor contínuo. Calcule tanto para CSTR como para PFR os volumes necessários para consumir 99% de A (i.e., A A0C 0.01C quando o caudal molar da alimentação fôr 5 mol/h, assumindo que a velocidade da reação –rA é: (a) A 3 mol r k com k 0.05 h dm (Resp.: V = 99 dm3) (b) 1 A A r kC com k 0.0001s (c) 3 2 A A dm r kC com k 3 mol h (Resp.: VCSTR = 66,000 dm 3) O caudal volumétrico da alimentação é de 10 dm3/h. [Nota: A AF C v . Para um caudal volumétrico constante 0v v , então A A 0F C v . Também 3 3A0 A0 0C F v 5mol h 10dm h 0.5mol dm ] Exemplo de cálculo 1.2 (Problema P1.12C , in Fogler) A reacção na fase gasosa A B C é processada isotermicamente num reactor batch de volume constante de 20 dm3. Vinte moles de A puro são inicialmente postos no reactor. O reactor é perfeitamente agitado. (a) Se a reacção fôr de primeira ordem: 1 A A r kC com k 0.865min calcule o tempo necessário para reduzir o número de moles de A no reactor para 0.2 moles. [Nota: A AN C V ]. (Resp.: t = 5.3 min) (b) Se a reacção fôr de segunda ordem: 3 2 A A 2 dm r kC com k mol min calcule o tempo necessário para consumir 19.0 moles de A. (c) Se a temperatura fôr de 127°C, qual é a pressão total inicial? Qual é a pressão total final assumindo que a reacção é completa? Exemplo de cálculo 1.3 Resolva os exemplos de cálculo 1.1. e 1.2 usando o POLYMATH.
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