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ANÁLISE DA INSALUBRIDADE E DA PERICULOSIDADE NO AMBIENTE DE TRABALHO Vanda Cristina Botelho 1 Fabrício dos Santos Baptista 2 1. INTRODUÇÃO O objetivo geral desta pesquisa é identificar a insalubridade e periculosidade em um ambiente de trabalho; como objetivos específicos especificar a história dos direitos trabalhistas aqui tratada de forma resumida, analisar a insalubridade e a periculosidade no ambiente de trabalho e suas implicações na vida do empregado e do empregador. No desenvolvimento deste trabalho, utilizou-se a metodologia exploratória, quanto à abordagem, trata-se de uma abordagem qualitativa os meios utilizados foram revisão literária utilizando livros, artigos, sites e diversas informações mediante trabalhos científicos publicados em sites como Google Acadêmico e Books Google, bem como, busca no Capes periódicos. Concluiu-se, como resultado dessa pesquisa, que é muito importante o profissional da saúde e da segurança no trabalho, entenda que faz parte do seu trabalho eliminar ou neutralizar as fontes de riscos, bem como caracterizar e classificar adequadamente as atividades para que o trabalhador tenha direito ao adicional sobre o salário. 1 Nome da acadêmica 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Seg102 – Prática do módulo 4 – 01/11/2020 2 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 HISTÓRICO Entender e conhecer os direitos individuais dos trabalhadores, torna-se uma tarefa importantíssima quando falamos em ergonomia. Começa-se pelo maior e primeiro direito de todo trabalhador, o direito à liberdade de trabalho. Segundo Delgado (2009), este direito foi reconhecido, pela primeira vez, com a declaração francesa de direitos de 1793, artigo XVII (apud Direitos Humanos: Instrumentos..., 1990), e pode ser definido como a faculdade que os homens possuem de escolher e exercer uma profissão da maneira que melhor lhes convêm. Em todo o período remoto da história, o homem primitivo é conduzido direta e amargamente pela necessidade de satisfazer a fome e assegurar sua defesa pessoal. Ele caça, pesca e luta contra o meio físico, contra os animais e contra seus semelhantes. A mão é o instrumento do seu trabalho. Nesta época, o “trabalho” era uma constante luta pela sobrevivência. Apenas muito tempo depois é que se instalaria o sistema de troca e o regime de utilização, em proveito próprio, do trabalho alheio. No que se refere a direitos dos trabalhadores no Brasil, sabe-se que foi marcado durante quatro séculos pela escravidão. Segundo Pinho et al (2017), com isso, o país não contava com qualquer forma de legislação social, uma vez que a exploração absoluta era a relação entre trabalhadores e proprietários. A primeira constituição, outorgada em 1824, assegurava direitos políticos e civis, mas nada falava sobre direitos socais. Em 1891 foi promulgada a segunda constituição brasileira, num contexto social completamente diferente da primeira, pois a escravidão já havia sido abolida e o Brasil vivia um sistema republicano, no entanto isso não redundou em ganhos no que concerne aos direitos sociais. “Os direitos sociais, conhecidos também como de segunda dimensão dos direitos fundamentais, partem do princípio de que o Estado é quem deve intervir nos interesses das pessoas, ou seja, sendo um direito positivado”. (OLIVEIRA, 2016, p. 23). A história das relações de trabalho no Brasil apresentam características que impulsionaram conquistas trabalhistas, porém, não foram conquistas fáceis. Foram décadas de embates entre patrões e empregados tanto nas áreas urbanas como nas áreas rurais. 3 No Brasil, iniciou-se mudanças significativas, com a promulgação das Cartas Magnas de1934, de 1946, de 1967 e a Constituição Democrática de 1988.Antes disso, em 1919, foi criada a Organização Internacional do Trabalho –OIT, cuja função era promover o trabalho seguro, produtivo e com equidade e dignidade. Além disso, a Declaração Nacional dos Direitos Humanos (1948) prevê que “todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e a proteção contra o desemprego”. (DELGADO, 2003 p. 74). É assim surge o adicional de insalubridade, mas com sentido diferente da que temos hoje, foi criado para suprir as necessidades calóricas de alimentação dos trabalhadores. De acordo com Delgado (2003, p.76), no Brasil foi verificada a mesma tendência de constitucionalização das relações de trabalho. Isso prevaleceu nas constituições tanto de caráter democrático quanto autocrático, ou seja, nas constituições de 1934, 1937, 1967 e 1969. Contudo, os preceitos constitucionais mais modernos ganharam corpo com a Constituição de 1988, que deu maior importância jurídica à pessoa humana que passou a ser o centro das forças de atuação estatais. A legislação trabalhista no Brasil, tenta através da Consolidação Leis Trabalhistas, proteger o trabalhador que executa funções em atividades insalubres ou perigosas, em forma do pagamento de adicionais, equivalentes ao risco que estão submetidos e baseados em porcentagem do salário mínimo ou salário base. 2.2 ANALISANDO INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE As organizações devem estar atentas as condições de trabalho oferecidas aos seus colaboradores de tal forma a garantir um ambiente de trabalho que permita ao indivíduo exercer sua capacidade produtiva sem alterações causadas pelas condições inadequadas ao trabalho. Em muitas atividades laborais, porém, são identificadas condições inadequadas em razão da existência de agentes agressivos. Essas situações são caracterizadas como atividades insalubres e atividades perigosas. Essa caracterização é muito importante sob a ótica da saúde e da segurança no trabalho, que deverá atuar como objetivo de eliminar ou neutralizar as fontes de riscos, 4 bem como caracterizar e classificar adequadamente essas atividades para que o trabalhador tenha direito ao adicional sobre o salário. 2.2.1 INSALUBRIDADE As atividades ou operações insalubres são classificadas segundo a Norma Regulamentadora 15 (NR15), atividades e operações insalubres, a fundamentação legal desse NR está prevista nos artigos 189, 190, 191 e 192 da Consolidação das Leis Trabalhistas, (BRASIL, 1988 s\p). Em seu artigo 189, a CLT considera atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho exponham os empregados a agentes nocivos à saúde. Segue transcrição desses artigos tão importantes para garantir os direitos dos trabalhadores. Art. . 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos. Art. . 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo. Art. 192 - O exercíciode trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. § 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. 5 § 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. Art. . 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. (BRASIL, 1988). Por meio da NR 15 “os trabalhadores expostos aos agentes agressivos a saúde, obtiveram o direito de receber adicional de insalubridade, podendo este ser de grau máximo, médio ou mínimo, cada um deles originando um percentual, respectivamente, de 40, 20 ou 10% sobre o salário mínimo” (Soto et al., 2010 p.13). Portanto, a insalubridade se encontra dentro dos princípios da higiene ocupacional ou saúde ocupacional. Segundo Saliba e Correa (2011), a higiene do trabalho, por sua vez, cuida do reconhecimento, da avaliação e do controle dos agentes agressivos que podem resultar em doenças profissionais aos trabalhadores, e estão assim divididos: agentes físicos – ruído, calor, radiações, frio, vibrações e umidade; agentes químicos – poeira, gases e vapores, névoas e fumos; e agentes biológicos – micro- organismos, vírus e bactérias. Já a NR 15, são descritas as atividades consideradas insalubres, nela também constam os valores do adicional a que o trabalhador terá direito, de acordo com o seu ambiente de trabalho e atividade. Segue na tabela a descrição das atividades insalubres. Tabela 1: Atividades Insalubres 6 Fonte: Jornal Contábil No entanto, o empregador tem a obrigação de fornecer os equipamentos de proteção individuais (EPI’s) ao trabalhador, equipamentos estes que devem ter sido aprovados pelo MTE, segundo a NR nº 6 da Portaria 3.214/78. Os EPI’s devem, no mínimo, garantir a neutralização da intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. “Porém, para que esta neutralização mencionada tenha eficácia é necessário que o empregador fiscalize se os trabalhadores utilizam corretamente os EPI’s, bem como efetue a troca periódica dos EPI’s, de acordo com o período de validade de cada um”. (ANDRADE, 2015, p.4). Segundo Andrade (2015), é importante que as empresas procurem eliminar a insalubridade utilizando medidas especiais ou pela utilização de Equipamentos de Proteção Individual - artigo 191 da CLT. Ressalta-se que, para que seja caracterizado o exercício de atividade insalubre há a necessidade de perícia, com apresentação de laudo 7 técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente registrados no Ministério do Trabalho (Artigo 195 da CLT). (BRASIL, 1988). Tabela 2: Agentes causadores de doenças ao trabalhador Fonte: Google Imagens É importante mencionar que a ocorrência de doença profissional, dentre outros fatores depende da natureza, da intensidade e do período de exposição ao agente agressor. Para Oliveira (2007, p. 36) “É muito criticada a solução adotada no Brasil de compensar com remuneração adicional (monetização do risco) o trabalho em condições insalubres, perigosas ou penosas. Afirma-se que o procedimento implica venda da saúde do trabalhador e sugere-se a redução da jornada com maior período de descanso.” O autor afirma ainda que, assim, dentre a existência de múltiplas formas de combater à insalubridade, as quais temos: remunerar o trabalho, proibir o trabalho, reduzir a jornada, proibir horas extras, conceder descanso ou férias mais longas, a legislação brasileira optou pela monetização do risco com a criação do adicional de insalubridade. 8 2.2.2 PERICULOSIDADE Segundo Pereira e Castello (2009, p.19), que o termo perigoso tem origem no latim periculosu, "significa a situação em que há perigo, que causa ou ameaça perigo, situações em que pode ocorrer perigo de vida, e que a palavra periculosidade significa a qualidade ou estado de perigo, caracterizando o adicional”. Andrade (2015), revela que, o adicional de periculosidade é devido ao empregado que presta serviços exposto a inflamáveis ou explosivos, roubos e demais situações onde possa ocorrer violência física em decorrência da atividade de segurança patrimonial. Atualmente, na legislação brasileira, a Norma Regulamentadora 16 (NR 16), de responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), é a norma que dispõe sobre as atividades periculosas; as leis existentes dependem de aplicabilidade e regulamentação ministerial. A Norma Regulamentadora 16 trata das atividades laborais e operações que apresentam Periculosidade para o empregado. Segundo ela, “Periculosidade é a definição ou situação daquilo que é considerado arriscado ou perigoso para a vida de acordo com a regulamentação do Ministério de Trabalho e Emprego”. (BRASIL, NR 16, 2019). Portanto, segundo Andrade (2015), se atividade laboral, por sua natureza ou método de trabalho, implicar ao trabalhador o contato permanente com inflamáveis, explosivos, substâncias radioativas, radiação ionizante ou energia elétrica, em condição de risco acentuado, ou ainda, a roubos ou outras espécies de violência física quando de atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial, o funcionário fará jus ao respectivo Adicional nos termos da referida norma (BRASIL NR 16, 2019). Quando o trabalhador é exposto a uma permanente situação de risco de morte definidas como perigosa pela legislação tais como, contato com substâncias inflamáveis, explosivos, energia elétrica, radiação ionizante ou substâncias radioativas, denominamos estas situações de Periculosidade. O Adicional de Periculosidade é um valor pecuniário que é devido aos empregados que ficam expostos à Periculosidade durante a jornada de trabalho. Tais atividades periculosas estão contidas e definidas na NR 16 do MTE. Vários são os exemplos de trabalhadores nestas condições como, por exemplo, os frentistas de postos de combustível, operadores de distribuidoras de gás, trabalhadores no setor 13 de energia elétrica, trabalhadores de usinas nucleares, fabricantes de explosivos, entre outros definidos na NR16 (BRASIL, NR 16, 2019 s\p). 9 Entende-se que, qualquer funcionário que trabalhe nas atividades estabelecidas na NR 16, deve receber seu respectivo Adicional, que é nada mais do que um valor em dinheiro que será acrescido em seu salário mensal, porém, isso não significa que ele irá de deixar de correr riscos. Imagem 1: Cálculo do Adicional de Periculosidade Fonte: Blog Tangerino O Adicional de Periculosidade é um valor pecuniário pago ao empregado que presta serviços, de forma contínua, em razão do labor em ambientes ou profissões associados a risco, na forma da regulamentaçãoaprovada sob a responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego. Para Goulart (2015), a percepção do adicional é levado em conta a existência de duas situações simultâneas: o risco acentuado e a exposição permanente, caso contrário, há a descaracterização do adicional por entender tratar-se de situação de infortúnio. Assim reza o art. 193, caput, incisos I e II e § 4° da CLT portanto, “o adicional de periculosidade é devido ao trabalhador que, em certas circunstâncias, desenvolve suas atividades em condições perigosas. São atividades que potencialmente podem causar um sinistro e resultar em lesão grave ou até mesmo tirar a vida do trabalhador”. (GOULART, 2015, s\p). 10 Imagem 2: Atividades que apresentam riscos e com direito ao Adicional de Periculosidade. Fonte: Enit.trabalho.gov.br Segundo Goulart (2015), assim reza o art. 193, caput, incisos I e II e § 4° da CLT, portanto, o adicional de periculosidade é devido ao trabalhador que, em certas circunstâncias, desenvolve suas atividades em condições perigosas. São atividades que potencialmente podem causar um sinistro e resultar em lesão grave ou até mesmo tirar a vida do trabalhador, também, é devido o adicional ao trabalhador exposto à energia elétrica. O autor afirma ainda que foi incluído, em 12.997/2014, o pagamento do adicional de periculosidade ao trabalhador que exerce sua atividade em motocicleta. Assim como “o adicional de insalubridade, o adicional de periculosidade necessita, para sua identificação, de regulamentação própria que defina se há ou não sua aplicação pela atividade laboral desempenhada”. Utiliza-se para isso, “a análise dos locais e das condições de trabalho descritas nos anexos da NR 16 da Portaria n° 11 3.214/78”, que definem as atividades e operações perigosas (PEREIRA; CASTELLO FILHO, 2009, p.3). Ainda segundo Goulart (2015, p.7), na CLT, o art. 195 confirma: "A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho e Emprego, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrado no Ministério do Trabalho e Emprego". A Leis 12.740/12 e 12.997/14 trouxeram uma inovação ao ordenamento jurídico nacional, isso por abrangerem o pagamento do adicional de periculosidade aos profissionais de segurança patrimonial e também àqueles que exercem suas atividades em motocicletas. No mesmo sentido de proteção, a mesma Lei 12.740/12 não revogou a Lei 11.901/09, que concede aos bombeiros civis o pagamento do adicional. Para fins de pagamento do adicional de periculosidade,” o Anexo 16.2, da NR 16, transcrito pelo art. 193, § 1° da CLT, assegura a percepção de 30% (trinta por cento) do salário básico do empregado, não incidindo o cálculo sobre gratificações, prêmios, participações nos lucros da empresa e nem sobre outros adicionais”. (GOULART, 2015, s\p). Para Miranda (2013), o adicional de periculosidade tem como objeto de proteção o direito à vida dos trabalhadores, estes que recebem um percentual pecuniário por prestarem seus serviços expostos a riscos acentuados. Na situação de periculosidade, “diferentemente da insalubridade, o risco está presente em decorrência da possibilidade de um acontecimento súbito, podendo levar o trabalhador a sofrer lesão física instantânea e definitiva, impossibilitando, em muitos casos, o retorno ao trabalho. Quando pior, poderá ocasionar até a morte do profissional” (MIRANDA, 2013, p.12). Para que se caracterize a atividade de Periculosidade é necessário que a atividade seja atestada através de laudo técnico, emitido por Engenheiro de Segurança do Trabalho ou por Médico do Trabalho. Outro requisito necessário para a caracterização da Periculosidade se refere a riscos imediatos aos quais um trabalhador se expõe, colocando-se em risco iminente para a sua segurança e integridade física. Ou seja, implica em contato imediato com agentes que podem causar acidentes graves capazes de levar à morte, lesão corporal com mutilação parcial ou definitiva (BRASIL, NR16, 2019). O Adicional de Periculosidade integra o salário do empregado, bem como a remuneração de férias e décimo terceiro salário. “É responsabilidade e obrigação do empregador providenciar os laudos que atestem a Periculosidade, ou não, de um 12 ambiente, e delimitar as áreas a que seus efeitos estão presentes”. (BRASIL, NR 16, 2019 s\p). 3. METODOLOGIA O procedimento metodológico utilizado para o desenvolvimento deste trabalho foi a revisão bibliográfica por meio de artigos científicos publicados em periódicos, trabalhos de conclusão de curso, base de dados do Google Acadêmicos e principalmente nos portais de leis e normas do governo federal. Este levantamento possibilitou uma comparação entre as normas, nacionais e internacionais, vigentes e os principais estudos relacionados a saúde e segurança no trabalho, notadamente com ergonomia e segurança do trabalho. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi possível verificar na pesquisa que as leis que acrescentam e garantem direitos individuais aos trabalhadores são frutos de muita luta pela sua implantação, o nosso país apresenta um passado com muitas contradições no tange a direitos. Verificou-se que os adicionais de Insalubridade e Periculosidade são, direitos e garantias fundamentais do trabalhador, provenientes do princípio da dignidade da pessoa humana, que permeia todos os Direitos Humanos existentes, tanto na Carta Constitucional quanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Direitos que surgiram como forma de incentivar o empregador a se utilizar de meios para evitar a exposição dos trabalhadores aos riscos que determinam os adicionais, empregando no ambiente de trabalho formas de minimizar a exposição aos riscos. No Brasil, os adicionais são utilizados de forma a amenizar os riscos os quais o trabalhador se expõe, sendo uma compensação e, de outro lado, uma forma de incentivar o empregador a investir na mitigação de tais riscos que o trabalhador é exposto, utilizando-se de meios os quais possam, além de garantir uma melhor condição de trabalho ao obreiro, uma forma de incentivo à acabar com os riscos no ambiente de trabalho. 13 REFERÊNCIAS ANDRADE, Jackeline Polin. O acúmulo no pagamento dos adicionais de insalubridade, e adicionais de insalubridade e periculosidade. 2015. 56/57. Monografia (Pós Graduação Latu Sensu em Direito do Trabalho e Processual do Trabalho) - Fundação Armando Alvares Penteado, Ribeirão Preto. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: Acesso em: 15 maio.2016. BRASIL. Norma Regulamentar 16. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR16.pdf. Acesso em: 25 out. 2020. BRASIL. Normas Regulamentadoras (Português). Disponível em: http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no- trabalho/normatizacao/normasregulamentadoras. Acesso em: 22 Out. 2020. DELGADO, Maurício G. Curso de Direito do Trabalho. 8. ed. São Paulo: LTR, 2009. 1344p ESCOLA NACIONAL DA INSPEÇÃO DO TRABALHO. Tabelas de insalubridade. Disponível em https://enit.trabalho.gov.br/. Consultado em 18 de Out. de 2020. FORMOLO, Fernando. A acumulação dos adicionais de insalubridade e de periculosidade. Justiça do trabalho: doutrina, jurisprudência, legislação, sentenças, tabelas. Porto Alegre: Editora Ltda., 2011. GOULART, Maria Silvia de Albuquerque Gouvêa. Dos adicionais de insalubridade e de periculosidade. Curitiba: Juruá, 2015. MARTINEZ, Luciano. Curso de direito do trabalho: relações individuais, sindicais e coletivas do trabalho. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 16. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 15. MIRANDA, MariaBernadete. O adicional de periculosidade. Disponível em: Acessado em 02.jun.2016. OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Estrutura normativa da Segurança e Saúde do Trabalhador no Brasil. Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte. V. 45. N° 75, jan./jun. 2007. PEREIRA, Fernandes José; CASTELLO FILHO, Orlando. Manual prático-Como elaborar uma perícia técnica de insalubridade, de periculosidade, de nexo causal das doenças ocupacionais e das condições geradoras do acidente do trabalho. 3 ed. São Paulo: DLTR, 2009. https://enit.trabalho.gov.br/ 14 SALIBA, Tuffi Messias; CORRÊA, Márcia Angelim Chaves. Insalubridade E Periculosidade: Aspectos Práticos E Técnicos. 10. ed. São Paulo: LTr, 2011. SOTO, J. M. O. G.; SAAD, I. F. S. D.; GIAMPAOLI, E.; FANTAZZINI, M. L. Norma Regulamentadora (NR)-15, da Portaria n. 3.214, de 8. 6. 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego): Um pouco de sua história e considerações do grupo que a elaborou. Revista ABHO de higiene ocupacional, ano 9, n° 21, São Paulo/SP, 2010. ANÁLISE DA INSALUBRIDADE E DA PERICULOSIDADE NO AMBIENTE DE TRABALHO Vanda Cristina Botelho 1
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