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FUNDAMENTOS DE DIREITO DO TRABALHO E LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA Aula 7: A SEGURANÇA, SAÚDE E MEDICINA DO TRABALHO Apresentação Além das regras pertinentes ao contrato de trabalho, o gestor deve conhecer as normas protetivas do ambiente do trabalho. Assim, convidamos você a conhecer os principais aspectos referentes à segurança e medicina do trabalho, os re�exos quanto aos deveres do empregador e do empregado, o papel do Ministério Público do Trabalho e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Objetivos Conhecer as principais normas sobre segurança e medicina do trabalho; Identi�car o regramento dos adicionais de insalubridade e periculosidade; Reconhecer as obrigações do empregado e do empregador, no que se refere às normas de segurança e medicina do trabalho. Segurança e Medicina do Trabalho De acordo com o Artigo 225 da Constituição Federal, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Saiba mais A previsão constitucional, no que diz respeito ao ambiente especí�co do trabalho, é encontrada no Artigo 200, inciso VIII da Constituição Federal, quando delega ao sistema único de saúde a atribuição de colaborar com a proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. Já a CLT cuida do ambiente do trabalho no Capítulo V, que trata da segurança e medicina do trabalho. Dada a importância da temática, nossa legislação afasta a possibilidade de supressão ou redução por meio de negociação coletiva, conforme podemos detectar no Artigo 611-B, XVII da CLT. Esta proteção começa antes mesmo de o estabelecimento empresarial iniciar seu funcionamento, nos termos do que dispõe a NR-8 e os Artigos 170 a 174 da CLT mencionados a seguir: Art. 170 - As edi�cações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita segurança aos que nelas trabalhem. Art. 171 - Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé-direito, assim considerada a altura livre do piso ao teto. Parágrafo único - Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condições de iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução ao controle do órgão competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. Art. 172 - 0s pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais. Art. 173 - As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou de objetos. Art. 174 - As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de segurança e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito estado de conservação e limpeza. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem inspeção prévia e aprovação das instalações pela autoridade regional do Ministério do Trabalho, nos termos do Artigo 160 da CLT. Já o Artigo 161 do mesmo diploma legal permite ao delegado regional do trabalho a interdição do estabelecimento, à vista de laudo técnico ou o embargo de obra, sempre que ofereçam grave e iminente risco para o trabalhador. O Ministério do Trabalho, órgão �scalizador, faz inspeção prévia e periódica nas instalações das empresas e pode interditá-las caso ofereçam risco à saúde e à vida dos empregados. A estrutura física, as máquinas e equipamentos dos estabelecimentos devem observar as regras relativas à edi�cação, iluminação, conforto térmico, instalações elétricas, manutenção, armazenagem e manuseios de materiais. No que tange à iluminação, o Artigo 175 da CLT estabelece que em todos os locais de trabalho deve ser adequada, natural ou arti�cial, apropriada à natureza da atividade; deve ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a �m de evitar ofuscamento, re�exos incômodos, sombras e contrastes excessivos e deve obedecer aos níveis mínimos de iluminamento estabelecidos pelo Ministério do Trabalho. Veja o que diz outros Artigos da CLT. Clique nos botões para ver as informações. Deve haver também conforto térmico, nos termos do dispõem os Artigos 176 a 178 da CLT, que preveem: Existência de ventilação natural no ambiente de trabalho, compatível com o serviço realizado; Instalação de ventilação arti�cial sempre que a natural não preencher as condições de conforto térmico; Uso de vestimenta adequada e instalação, no ambiente de trabalho, de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento térmico ou outros recursos similares, para que os trabalhadores �quem protegidos contra as radiações térmicas, em virtude de instalações geradoras de frio ou de calor. Artigos 176 a 178 Em relação às instalações elétricas, os Artigos 179 a 181 da CLT pregam que as condições de segurança e as medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia serão estabelecidas pelo Ministério do Trabalho. Somente pro�ssional quali�cado pode instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas; os que trabalham em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico. Artigos 179 a 181 O Artigo 183 da CLT estabelece, por sua vez, em relação à movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, que as pessoas que trabalhem com esse tipo de atividade deverão ser familiarizadas com os métodos racionais de levantamento de cargas. Artigo 183 Já o Artigo 182 da CLT a�rma que o Ministério do Trabalho deve estabelecer normas sobre as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de pessoal habilitado. Há exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais, inclusive quanto às condições de segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e aos equipamentos de proteção individual e à obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de transporte. Esses mesmos cuidados devem ser tomados em relação aos avisos de proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das recomendações de primeiros socorros e de atendimento médico e símbolo de perigo, segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados. Artigo 182 Em relação às máquinas e equipamentos, os Artigos 184 a 186 da CLT preveem que as máquinas e equipamentos devem ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se �zerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental. É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso daqueles que não atendam a essas exigências. Os reparos, limpezas e ajustes somente podem ser realizados com as máquinas paradas, salvo se a movimentação for indispensável à realização do ajuste e medidas de segurança das máquinas e equipamentos, relativas, entre outros, à proteção das partes móveis, distância entre elas, vias de acesso às máquinas e equipamentos de grandes dimensões. É estabelecido ainda pelo Ministério do Trabalho o emprego de ferramentas, sua adequação, bem como medidas de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas. Artigos 184 a 186 Os Artigos 187 e 188 da CLT trazem previsão quanto às caldeiras, fornos e recipientes sobre pressão: Caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão devem dispor de válvula e outros dispositivos de segurança, que evitem sejaultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência, além de estarem sujeitos a outras normas complementares expedidas pelo Ministério do Trabalho, relativas, especialmente, ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e a outros meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde; Inspeções periódicas das caldeiras realizadas por engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho; Toda caldeira deve ser acompanhada de “Prontuário”, com documentação original do fabricante, abrangendo, no mínimo: especi�cação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes realizados durante a fabricação e a montagem, características funcionais e a pressão máxima permitida, esta última indicada em local visível, na própria caldeira; O proprietário da caldeira deve organizar, manter atualizado e apresentar, quando exigido pela autoridade competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematicamente, as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer outras ocorrências; Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão devem ser submetidos à aprovação prévia do órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho. Artigos 187 e 188 NRs Clique no botão acima. Existem ainda diversas normas regulamentadoras que disciplinam a segurança, higiene e medicina do trabalho. Dentre elas, temos: NR 01 - Disposições Gerais; NR 02 - Inspeção Prévia; NR 03 - Embargo ou Interdição; NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho; NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI; NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional; NR 08 – Edi�cações; NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais; NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade; NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais; NR 12 - Máquinas e Equipamentos; NR 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tabulações e Tanques Metálicos de Armazenamento; NR 14 – Fornos; NR 15 - Atividades e Operações Insalubres; NR 16 - Atividades e Operações Perigosas; NR 17 – Ergonomia; NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; NR 19 – Explosivos; NR 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com In�amáveis e Combustíveis; NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto; NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração; NR 23 - Proteção Contra Incêndios; NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; NR 25 - Resíduos Industriais; NR 26 - Sinalização de Segurança; NR 27 - Registro Pro�ssional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (revogada pela Portaria GM n.º 262/2008); NR 28 - Fiscalização e Penalidades; NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário; NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário; NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura; NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde; NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Con�nados; NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, Reparação e Desmonte Naval; NR 35 - Trabalho em Altura; NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados; NR 37 - Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo. Essas normas regulamentadoras incorporam-se aos contratos de trabalho como cláusulas contratuais obrigatórias, constituindo parte do conteúdo mínimo dos referidos pactos laborais. Seu descumprimento equivale a inadimplemento contratual. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Periculosidade e insalubridade As regras de proteção ao ambiente do trabalho têm como objetivo proporcionar um meio saudável para que não haja danos à saúde e a vida do trabalhador. Ocorre que determinadas atividades desenvolvidas pelas empresas podem não atender ao que preconizam as normas protetivas, e os trabalhadores podem, excepcionalmente, desenvolver suas atividades em um ambiente perigoso ou insalubre, desde que haja autorização legal expressa neste sentido. Raimundo Simão de Melo a�rma que o trabalho em condições inadequadas e em ambientes insalubres, perigosos e penosos ou em razão de acidentes de trabalho pode gerar responsabilidades de diversas naturezas: Responsabilidade administrativa — Imputação pelos órgãos de �scalização do trabalho de multas pela prática de infrações relativas à medicina e segurança do trabalho. Independentemente da imposição de multas, existindo grave e iminente risco para o trabalhador, o órgão de �scalização do trabalho pode determinar a interdição do estabelecimento, do setor de serviço, das máquinas ou dos equipamentos ou, em caso de obra, pode embargá -la (art. 161, CLT). Responsabilidade previdenciária — Caracterizada pelas reparações previdenciárias a cargo do INSS, consistentes, para as hipóteses de acidente do trabalho e de doença ocupacional, em auxílio -doença acidentário, aposentadoria por invalidez, auxílio -acidente, pensão por morte e habilitação e reabilitação pro�ssional e social. Responsabilidade trabalhista — Compreende o pagamento de adicionais (periculosidade e insalubridade) e a garantia de estabilidade no emprego para o acidentado no trabalho e para o representante dos trabalhadores na CIPA. Responsabilidade penal — Caracterização, dependendo das consequências do acidente do trabalho, dos crimes de homicídio, de lesão corporal ou de perigo, previstos respectivamente nos arts. 121, 129 e 132 do Código Penal. A responsabilidade penal, que é pessoal, pode ser imputada ao empregador, ao preposto do empregador, ao membro da CIPA, ao engenheiro ou ao técnico de segurança do trabalho, ou a qualquer outra pessoa que seja responsável pela adoção de medidas de proteção e segurança no trabalho. O art. 19, § 2º, da Lei n. 8.213/91 prevê que constitui contravenção penal, punida com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. Em relação à imputação penal por descumprimento das normas de segurança e saúde no trabalho podem ainda ser citados os seguintes dispositivos legais: art. 15 da Lei n. 6.938/81; arts. 3º, 8º, 21 e 22 da Lei n. 9.605/98; e art. 16 da Lei n. 7.802/89. Responsabilidade civil — Consistente no pagamento pelo empregador de indenizações por danos material, moral e estético decorrentes de acidente do trabalho, com fundamento no art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal. O ambiente de trabalho é perigoso quando expõe a vida e saúde do empregado a risco acentuado, quando em contato permanente ou eventual com explosivos, in�amáveis, eletricidade, radiações ionizantes, radioatividade, risco de roubo e de outras espécies de violência física e condução de motocicleta. O adicional de periculosidade corresponde a 30% sobre o salário-base, com exclusão de prêmios, grati�cações, participações nos lucros ou qualquer outra parcela considerada sobressalário (Artigo 193, parágrafo 1º da CLT). A Portaria Nº 1.885/2013 regulamentou o artigo 193 da CLT e listou as atividades que oferecem risco de roubo ou de outras espécies de violência física relativamenteaos pro�ssionais de segurança pessoal ou patrimonial. Saiba mais Dessa forma, são considerados pro�ssionais de segurança os empregados das empresas prestadores de serviço nas atividades de segurança privada ou que integrem serviço de organização privada, devidamente registradas e autorizadas pelo Ministério da Justiça, conforme a Lei 7.102/83, e os empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal com instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados diretamente pela administração pública direta ou indireta. As atividades ou operações perigosas a quem podem ser submetidos os pro�ssionais mencionados são os seguintes: Atividades ou operações Descrição Vigilância patrimonial Segurança patrimonial e/ou pessoal na preservação do patrimônio em estabelecimentos públicos ou privados e da incolumidade física de pessoas. Segurança de eventos Segurança patrimonial e/ou pessoal em espaços públicos ou privados, de uso comum do povo. Segurança nos transportes coletivos Segurança patrimonial e/ou pessoal nos transportes coletivos e em suas respectivas instalações. Segurança ambiental e florestal Segurança patrimonial e/ou pessoal em áreas de conservação da fauna, flora natural e de reflorestamento. Transporte de valores Segurança no acompanhamento de qualquer tipo de carga ou de valores. Escolta armada Segurança no acompanhamento de qualquer tipo de carga ou de valores. Segurança pessoal Acompanhamento e proteção da integridade física de pessoa ou de grupos. Supervisão/fiscalização operacional Supervisão e/ou fiscalização direta dos locais de trabalho para acompanhamento e orientação de vigilantes. Telemonitoramento/telecontrole Execução de controle e/ou monitoramento de locais, através de sistemas eletrônicos de segurança. Fonte: Cairo Junior (2018, p.1010). Ainda neste contexto, a Portaria do TEM Nº 1.565/14 regulamentou a classi�cação do trabalho perigoso com o uso de motocicletas. Já segundo Cairo Junior (2018, p.1011): “ Consideram-se perigosas as atividades em contato permanente com in�amáveis, tais como: transporte, da carga e descarga de in�amáveis, do reabastecimento de aviões ou de caminhões-tanques e de postos de serviço, enchimento de latas e tambores, dos serviços de manutenção e operação em que o trabalhador se encontre sempre em contato com in�amáveis, em recintos onde estes são armazenados e manipulados ou em veículos em que são transportados. Sobre a mesma matéria trata a Súmula 39 do TST que dispõe que os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade.” - Cairo Junior (2018, p.1011) Por outro lado, o direito ao adicional de periculosidade não se estende à tripulação da aeronave enquanto é feito o abastecimento ou empregados de outras categorias pro�ssionais que acompanham, dentro do veículo, o seu abastecimento, nos termos da Súmula 447 do TST. A Portaria do MTE Nº 518/03 também disciplina o adicional de periculosidade ao empregado que exerce atividades de risco em potencial concernentes a radiações ionizantes ou substâncias radioativas. Segue o resumo das atividades perigosas e os agentes insalubres: Perigoso Insalubre Explosivos Agentes químicos Inflamáveis Agentes físicos Eletricidade Agentes biológicos Radiações ionizantes - Substâncias radiotivas - Roubos - Outras espécies da exposição a atos de violência física - Trabalho com o uso de motocicletas - Fonte: Cairo Junior (2018, p.1013). Nos termos do Artigo 189 da CLT, são consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados aos agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância �xados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição de seus efeitos. O adicional de insalubridade varia entre 10%, 20% e 40% sobre o salário mínimo, a depender se o grau de risco da empresa for considerado mínimo, médio ou máximo (artigo 192 da CLT). Veja: Fonte: ROMAR (2018, p.743). Nos termos da Súmula Vinculante Nº 4, o salário mínimo não pode ser a base de cálculo desse adicional, nem o juiz pode substituí-la. Vale acrescentar que a Súmula 448 do TST nos ensina que não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classi�cação da atividade insalubre em relação o�cial elaborada pelo Ministério do Trabalho. No mesmo sentido, a Súmula 460 do STF estabelece que, para efeito do adicional de insalubridade, a perícia judicial, em reclamação trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade entre as insalubres, que é ato da competência do Ministro do Trabalho e Previdência Social. Comentário Segundo José Cairo Junior (2018, p. 1027) os adicionais de insalubridade e periculosidade servem para compensar o labor do empregado em condições adversas, ou seja, quando se encontrar exposto a agente insalubres ou sob risco de vida. Em que pese existir essa compensação legal, os aludidos adicionais adquirem natureza salarial, pois são devidos em decorrência do trabalho, e não como forma de recompor o patrimônio econômico do empregado pelo exercício do seu trabalho. Por isso, incorporam-se à remuneração para todos os efeitos legais. Pela regra consolidada no Artigo 193, parágrafo 2º da CLT, o empregado não pode receber cumulativamente adicional de periculosidade e insalubridade, devendo optar por aquele que lhe seja mais vantajoso. Em regra, exige-se a realização de perícia em cada ambiente de trabalho para veri�car se, de fato, há insalubridade ou periculosidade, nos termos do Artigo 195 da CLT: https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0301/aula7.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0301/aula7.html Art.195 - A caracterização e a classi�cação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. § 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias pro�ssionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classi�car ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. § 2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. § 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação �scalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex o�cio da perícia. Precisamos mencionar que o Artigo 193, inciso II e parágrafo 4º da CLT dispensa a realização da perícia para constatação de periculosidade nos casos de motocicleta e roubos ou outras espécies de violência física nas atividades pro�ssionais de segurança pessoal ou patrimonial. Outro assunto que merece atenção está disciplinado nos Artigos 198 e 199, que tratam da prevenção à fadiga, estabelecendo o peso máximo a ser suportado pelo empregado e a adoção de medidas adequadas para aqueles que trabalham sentados, destacando-se as seguintes determinações: Peso máximo que um empregado pode remover individualmente: Homem — 60 kg (art. 198, CLT); Mulher — 20 kg para trabalho contínuo ou 25 kg para o trabalho ocasional (art. 390, CLT); Menor — 20 kg para trabalho contínuo ou 25 kg para o trabalho ocasional (art. 405, § 5º, CLT); As restrições relativas ao peso não se aplicam em relação à remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou de quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo, em tais casos, o Ministério do Trabalho �xar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores a suas forças; Colocação obrigatória de assentos que assegurempostura correta ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que trabalhe sentado; Disponibilização aos empregados que trabalham de pé de assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir. Adolescentes e gestantes Clique no botão acima. No que tange ao trabalho de adolescente e gestante em local insalubre, temos que mencionar as normas protetivas. O artigo 7º, inciso XXXIII da Constituição Federal estabelece a proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos. O artigo 67 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente prega que ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não, é vedado trabalho perigoso, insalubre ou penoso. Já a CLT, em seu Artigo 405, preconiza que ao menor não será permitido o trabalhado nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse �m aprovado pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. No que se refere a gestante, o Artigo 394 da CLT estabelece que, mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à gestação. Já o Artigo 394-A a�rma que, sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de atividades consideradas insalubres: I - Em grau máximo, enquanto durar a gestação; II - Em grau médio ou mínimo, durante a gestação; III - Em qualquer grau, durante a lactação. Caberá à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no Art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço (Artigo 394-A, parágrafo 2º da CLT). Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei No 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento (Artigo 394-A, parágrafo 3º da CLT). Deveres do empregado e empregador Veja uma lista de deveres do empregador e do empregado que separamos para você. O empregador, além de cumprir as normas que lhes são direcionadas, deve exigir e �scalizar o cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho por parte dos empregados, sob pena de ser responsabilizado civilmente. O Artigo 157 da CLT dispõe que cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente e facilitar o exercício da �scalização pela autoridade competente. A NR -7 da Portaria do Ministério do Trabalho Nº 3.214/78 estabelece a obrigatoriedade de os empregadores elaborarem e implementarem um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto de seus trabalhadores. O PCMSO precisa ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho e também da constatação da existência de casos de doenças pro�ssionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. Já aos empregados, nos termos do Artigo 158 da CLT, cabe observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do Artigo 157; colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos referentes às normas de segurança do trabalho. Constituirá ato faltoso do empregado a recusa injusti�cada à observância das instruções expedidas pelo empregador e no que se refere ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. O papel do Ministério Público do Trabalho O Artigo 129, inciso III da Constituição Federal prega que são funções institucionais do Ministério Público promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Segundo Carla Romar (2018, p. 732): “ A garantia de um meio ambiente do trabalho seguro e saudável está entre as prioridades do Ministério Público do Trabalho (MPT). Em sua atuação nessa área, o MPT baseia- se no conceito de saúde e segurança elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), nas normas da Organização Internacional do Trabalho, na Constituição Federal, na CLT, bem como nas Portarias e Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. O objetivo principal da atuação do MPT é prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho ou doenças pro�ssionais, para dar reais condições de saúde e segurança ao trabalhador. Para atingir tal objetivo, o MPT adota todas as providências cabíveis para afastar ou minimizar os riscos à saúde e à integridade física dos trabalhadores, obrigando o cumprimento das normas referentes ao meio ambiente de trabalho, adotando, sempre que necessário, procedimentos investigatórios, instaurando inquéritos civis e ajuizando ações civis públicas.” - Romar (2018) O Artigo 83 da Lei Complementar 75/93 estabelece que compete ao Ministério Público do Trabalho: I - Promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis trabalhistas; II - Manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justi�que a intervenção; III - Promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos; IV - Propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores; V - Propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho; VI - Recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que o�ciar como �scal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho; VII - Funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes; VIII - Instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir; IX - Promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de serviços de qualquer natureza, o�ciando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais acordos �rmados antes da homologação, resguardado o direito de recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal; X - Promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho; XI - Atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho; XII - Requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e para a melhor solução das lides trabalhistas; XIII - Intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoajurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional. Já o Artigo 84 da Lei Complementar 75/93 estabelece que incumbe ao Ministério Público do Trabalho, no âmbito das suas atribuições, exercer as funções institucionais previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I, especialmente: I - Integrar os órgãos colegiados previstos no § 1º do Art. 6º que lhes sejam pertinentes; II - Instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores; III - Requisitar à autoridade administrativa federal competente, dos órgãos de proteção ao trabalho, a instauração de procedimentos administrativos, podendo acompanhá-los e produzir provas; IV - Ser cienti�cado pessoalmente das decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, nas causas em que o órgão tenha intervido ou emitido parecer escrito; V - Exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, desde que compatíveis com sua �nalidade. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA A CLT obriga as empresas a criar serviços ou órgãos de proteção à saúde e à vida do trabalhador, dependendo do número de empregados que possua por cada estabelecimento. Nesse sentido, dispõe o Artigo 162 da CLT que as empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho e que as normas estabelecerão: Classi�cação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades; O número mínimo de pro�ssionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se classi�que, na forma da alínea anterior; A quali�cação exigida para os pro�ssionais em questão e o seu regime de trabalho; As demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho nas empresas. Atenção Dentre estes órgãos, existe a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e o SESMT - Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, que atuam em conjunto para manter saudável o meio ambiente do trabalho, diminuindo o risco de acidentes e evitando que o trabalhador adquira doenças ocupacionais. A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador, sendo composta por representantes do empregador e dos empregados. A dimensão da CIPA depende da quantidade de empregados no estabelecimento e do seu grau de risco. A CIPA deve cuidar por adequadas e seguras condições nos ambientes de trabalho, observando e relatando as condições de risco, solicitando ao empregador medidas necessárias para evitar a ocorrência de acidentes e doenças. Além disso, cabe instruir os empregados quanto à prevenção. Artigo 164 Segundo o Artigo 164 da CLT, cada CIPA é composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ministério do Trabalho. Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes são por eles designados. Já os representantes dos empregados, titulares e suplentes são eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de �liação sindical, exclusivamente os empregados interessados. O mandato dos membros eleitos da CIPA tem a duração de um ano, permitida uma reeleição. Atenção Os membros da CIPA eleito pelos empregados, inclusive os suplentes, gozam da estabilidade ou garantia no emprego, a partir do registro da sua candidatura até um ano após o �m do mandato. Já os integrantes da CIPA indicados pelo empregador, inclusive o presidente, não têm garantia de emprego. Neste sentido, o Artigo 165 da CLT estabelece que os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não podem sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou �nanceiro. Já o SESMT tem como objetivo reduzir e até eliminar os riscos à saúde do trabalhador existentes no meio do trabalho e a todos os seus componentes. É composto por médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de segurança do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho, e sua dimensão depende da quantidade de empregados no estabelecimento e do seu grau de risco. Deve haver entrosamento entre os membros da CIPA e do SESMT, pois este é responsável pela execução das solicitações feitas pela CIPA, bem como pelo estudo de suas observações, com o objetivo de propor soluções corretivas e preventivas. Atividades 1. (FGV – XVI Exame de Ordem) Hugo, José e Luiz são colegas de trabalho na mesma empresa. Hugo trabalha diretamente com o transporte de material inflamável, de modo permanente, nas dependências da empresa. José faz a rendição de Hugo durante o intervalo para a alimentação e, no restante do tempo, exerce a função de teleoperador. Luiz também exerce a função de teleoperador. Acontece que, no intervalo para a alimentação, Luiz pega carona com José no transporte de inflamáveis, cujo trajeto dura cerca de dois minutos. Diante dessa situação, assinale a afirmativa correta: a) Como Hugo, José e Luiz têm contato com inflamáveis, e os três têm direito ao adicional de periculosidade. b) Apenas Hugo, que lida diretamente com os inflamáveis em toda a jornada, tem direito ao adicional de periculosidade. c) Hugo faz jus ao adicional de periculosidade integral; José, ao proporcional ao tempo de exposição ao inflamável; e Luiz não tem direito ao adicional, sendo certo que a empresa não exerce qualquer atividade na área de eletricidade. d) Hugo e José têm direito ao adicional de periculosidade. Luiz não faz jus ao direito respectivo. e) Apenas Luiz, que lida diretamente com os inflamáveis em toda a jornada, tem direito ao adicional de periculosidade. 2. (FGV – XVIII Exame de Ordem) Nelson foi contratado como vigilante, diretamente pelo Banco Moeda Firme, empresa que assinou sua carteira profissional. Ele atua em diversas agências bancárias e recebe adicional de periculosidade em seu contracheque. Sobre a categoria profissional de Nelson e em relação ao adicional de periculosidade, assinale a opção correta, de acordo com a jurisprudência do TST: a) Nelson não é bancário. b) O recebimento do adicional de periculosidade é uma liberalidade do empregador. c) Nelson integra a categoria dos bancários, já que seu empregador explora essa atividade. d) A situação é irregular, pois o serviço de vigilante precisa ser terceirizado. e) A situação é regular, pois o serviço de vigilante fica caracterizado com a contratação direta pelo Banco Moeda Firme. 3. (FGV – XXIV Exame de Ordem) Solange é comissária de bordo em uma grande empresa de transporte aéreo e ajuizou reclamação trabalhista postulando adicional de periculosidade, alegando que permanecia em área de risco durante o abastecimento das aeronaves, porque ele era feito com a tripulação a bordo. Iracema, vizinha de Solange, trabalha em uma unidade fabril, recebendo adicional de insalubridade, mas, após cinco anos, sua atividade foi retirada da lista de atividades insalubres, por ato da autoridade competente. Sobre as duas situações, segundo a norma de regência e o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta: a) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade, e Iracema perderá o direito ao adicional de insalubridade. b) Solange tem direito ao adicional de periculosidade, e Iracema manterá o adicional de insalubridade por ter direito adquirido. c) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade, e Iracema manterá o direito ao adicional de insalubridade. d) Solange tem direito ao adicional de periculosidade, e Iracema perderá o direito ao adicional de insalubridade. e) Solange e Iracema têm direito ao adicional de periculosidade. 4. (TRT — 14ª Região — Magistratura — 2013) Sobre segurançae medicina do trabalho, assinale a opção correta: a) Será facultativa a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. b) Em todos os locais de trabalho, deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da atividade. Além disso, a iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos e incômodos, sombras e contrastes excessivos. c) A critério do empregador, os locais de trabalho deverão ter ventilação natural ou artificial, compatível com o serviço realizado. As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho. d) As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão deverão dispor de válvula e outros dispositivos de segurança, que evitem que seja ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência. As caldeiras serão submetidas a inspeções de segurança, antes do início das atividades da empresa, sendo desnecessária sua realização periódica. e) É de 90 Kg (noventa quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher. 5. (TRT — 18ª Região — Magistratura — 2014) A CLT, em capítulo especí�co, dispõe sobre as condições de segurança e medicina do trabalho. Em relação às normas de prevenção à fadiga previstas no texto celetista: a) O peso máximo que um empregado pode remover individualmente é de 60 Kg, para o homem; para as mulheres e menores, o peso máximo é fixado em 25 Kg para trabalho contínuo ou 30 Kg para o trabalho ocasional. b) A limitação de peso para o empregado remover individualmente somente não é exigida se houver autorização expressa do Ministério do Trabalho e Emprego. c) Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que trabalhe sentado. d) Quando o trabalho deva ser executado em pé, o empregador deve conceder intervalos obrigatórios de quinze minutos a cada uma hora e trinta minutos de trabalho, para que o empregado possa se sentar. e) O legislador estabelece uma série de medidas que devem ser adotadas em relação à postura dos empregados que trabalham sentados, mas não estabelece regras em relação aos que trabalham em pé, deixando que tal regulamentação seja feita através de previsão nas normas coletivas das respectivas categorias. Notas Base de cálculo Neste sentido a Súmula 16 do TRT2, 46 do TRT3, 62 do TRT4, 28 do TRT8 e a súmula nº 24 do TRT9. Súmula 448 No mesmo sentido tem-se a Súmula nº08 do TRT4, a Súmula nº 61 do TRT2, a Súmula nº 40 do TRT3, a OJ nº 347 (utilizada por analogia), OJ nº 173, Súmula nº 88 do TRT15, Súmula nº 58 do TRT18, Súmula nº 59 do TRT18 e Súmula nº 34 do TRT9. Referências BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 6. ed. São Paulo: LTr, 2010. BRASIL. Decreto-Lei Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília, maio. 1943. Disponível em: https://www planalto gov br/ccivil 03/decreto lei/Del5452 htm Acesso em: 23 jul 2020 javascript:void(0); Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm. Acesso em: 23 jul. 2020. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 23 jul. 2020. CAIRO JUNIOR, José. Curso de Direito do Trabalho. 14. ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 2018. CISNEIROS, Gustavo. Direito do Trabalho Sintetizado. 2. d. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2018. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. São Paulo: LTr, 2010 e 2019. LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. MELO, Raimundo Simão de. Direito ambiental do trabalho e a saúde do trabalhador. 2013. PIMENTA, Adriana Calvo. Manual de Direito do Trabalho. 4. ed. São Paulo, 2019. RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2020. ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Próxima aula Dano moral; Assédio moral e sexual; Responsabilidade decorrente de acidente de trabalho; Doença ocupacional. Explore mais Assista aos seguintes vídeos: Saúde e segurança do trabalho são debatidas em tempo real nas redes sociais do TST. Fabricadora Bonsucesso é condenada a pagar adicional de periculosidade a empregado Comissária de voo obtém direito a adicional de periculosidade sobre horas variáveis. Leia os seguintes textos: Sentença obtida pelo MPT coíbe assédio moral e obriga empresa de call center a adequar meio ambiente de trabalho e regularizar jornada. Pandemia Covid-19: veja aqui notas técnicas, recomendações e a atuação do MPT nos estados. Norma Regulamentadora Nº 5. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);
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