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Princípios Radiográficos

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Nathália Gomes Bernardo Aula 1- Diagnóstico por Imagem – Prof. Vanessa 
PRINCÍPIOS RADIOGRÁFICOS 
 
PROPRIEDADES DOS RAIOS X 
 
▪ radiação eletromagnética. 
▪ ↓λ ↑f , ou seja, curto/baixo comprimento de onda e alta frequência. 
 Quando a radiação incide sobre uma determinada área, parte da radiação é absorvida pelo paciente – 
e ocorrem algumas mudanças nas células- e parte atravessa o paciente e sensibiliza o filme. Então a radiação 
é absorvida e sensibilizada em diferentes quantidades e é isso que gera os diferentes tons de cinza do filme. 
Um fator determinante na quantidade de radiação absorvida pelo paciente é tipo de tecido: ar, gordura, 
metal, osso, água, etc. 
▪ ↑f: alto poder de penetração da energia através do espaço da matéria. Então quanto maior a 
frequência, mais os raios penetração o paciente. Lembrando que frequência é o número de repetições 
da onda. 
▪ ↓λ ↑f = ↑penetração. 
▪ os raios x caminham em linha reta (nunca fazem curva). 
 Sendo assim, a direção pode até ser alterada, porém continua seguindo em linha reta. 
▪ algumas substâncias tornam se fluorescentes quando recebem radiação, como por exemplo o 
tungstato de cálcio presente no ecrã; então o ecrã fica dentro do chassi e fluoresce quando recebe a 
radiação e isso permite que se trabalhe com menos radiação. 
 (Fluorescência é o fenômeno pelo qual uma substância emite luz quando exposta a radiações do 
tipo ultravioleta, raios catódicos ou raios X. As radiações absorvidas (invisíveis ao olho humano) transformam-
se em luz visível, ou seja, com um comprimento de onda maior que o da radiação incidente) 
▪ RX tem capacidade de excitar ou ionizar os átomos do corpo do paciente e, a partir disso, causa efeitos 
secundários. 
▪ RX produzem imagem invisível: é necessário revelar a imagem. 
AMPOLA RADIOGRÁFICA 
▪ É o emissor de raios x. Dentro da ampola tem dois lados: catodo e anodo, e os elétrons viajam de uma 
extremidade e se chocam na outra extremidade, e a partir desse choque de elétrons que se tem a 
radiação. 
▪ A ampola também tem o braço da ampola, a mesa e a gaveta onde se coloca o filme. O filme pode ser 
colocado na gaveta (usando a grade) ou na própria mesa. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fen%C3%B4meno_f%C3%ADsico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raios_ultravioleta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raios_cat%C3%B3dicos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raios_X
https://pt.wikipedia.org/wiki/Olho_humano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comprimento_de_onda
▪ Quanto maior a quilovoltagem (kV) aplicada na ampola, maior a velocidade que os elétrons viajam de 
uma extremidade a outra que gera maior a energia de impacto e menor comprimento de onda. 
▪ ↑kV => corrente de alta tensão através da ampola. 
▪ ↑kV: ↓λ ↑f ↑penetração 
Então se necessário atravessar uma estrutura que possui número atômico maior, como osso, ou que 
tem uma espessura maior é necessário aumentar o kV para se ter maior penetração. 
Sendo assim é o kV que fornece o contraste na radiografia. 
Um kV muito alto penetra muito a estrutura e consequentemente sensibiliza muito a imagem/filme. 
Sendo assim, caso se utilizasse o kV de radiografia de um rádio de equino para radiografar o rádio de um 
passarinho, a imagem radiográfica desse último animal teria baixo contraste porque houve muita penetração 
de raios x. 
 
MILIAMPERAGEM (MA) 
▪ Miliamperagem é o número de elétrons disponíveis para gerar corrente elétrica, ou seja, o número de 
elétrons que viajam de uma extremidade a outra na ampola. 
Conforme o número de elétrons disponíveis, tem-se uma densidade diferente (tons diferentes). 
▪ mAs: miliamperagem por segundo > quantidade de elétrons que viajam em um determinado segundo. 
▪ mA também está muito relacionado com a quantidade de radiação que o equipamento trabalha; 
pensando em radioproteção o ideal é trabalhar com a menor mA possível. 
 
Existem 3 tipos de equipamento radiográfico: portátil, móvel e fixo. 
 
ABSORÇÃO DO FEIXE: 
Os pacientes que recebem os raios x tem diferentes 
densidades e diferentes números anatómicos. Sendo assim, 
tem-se cinco opacidades encontradas: gás, gordura, líquido ou 
tecidos moles, osso e metal. Baseado nisso, é possível 
comparar a opacidade de estruturas que se vê com as 
mencionadas anteriormente, ex. ‘estou vendo em estômago 
uma estrutura que tem opacidade de osso’ -> isso que dizer 
que é a mesma densidade radiográfica de osso. 
O ar não absorve radiação, a radiação ultrapassa o ar e sensibiliza o filme totalmente -> filme preto -> 
radiolucente ou radiotransparente. 
Já o metal absorve muita radiação e não sensibiliza o filme -> filme branco-> radiopaco. 
Então o osso é menos radiopaco que o metal; a água é menos radiopaca que o osso; a gordura é menos 
radiopaca que a água e mais radiopaca que o ar. 
 
 
 
 
 
 
 
 Quando a radiação atravessa mais o paciente – pouco absorvida pelo paciente- o filme fica mais 
escuro/radiolucente e quando a radiação atravessa menos o paciente – mais absorvida pelo paciente- o filme 
fica mais claro/ radiopaco. 
Porém, além de se levar em consideração o tipo de tecido, também 
temos que levar em consideração a espessura. Ex.: por exemplo o radio de um 
equino e o radio de um passarinho. Quando maior a espessura mais a absorção 
da radiação e menos sensibilização do filme. 
 Então, se aplicar a mesma quantidade de radiação tanto no radio do 
equino quanto no radio do passarinho, o equino vai absorver uma quantidade 
maior de raios x que o passarinho -> osso equino é mais radiopaco(claro) que 
do passarinho. 
 Sendo assim, não se pode utilizar o mesmo kV para todo tipo de osso. A 
técnica radiográfica depende do tipo de tecido e da espessura do que será radiografado. Quanto mais espesso 
maior o kV, porque quanto maior o kV menor o comprimento de onda e maior a frequência e, 
consequentemente, maior a penetração. 
Ex.: um tórax de equino não é possível ultrapassar radiação porque é muito espesso. 
 
1: um corpo estranha dentro do estômago (final do estômago). 
2: ossos da coluna vertebra-> um pouco menos branca que o metal-> metal mais 
radiopaco que osso. 
3: fígado. 
4: espaço retroperitonial: gordura. 
5: pulmão-> não é totalmente escuro porque não tem apenas ar, tem o tecido do 
órgão. 
 Nessa radiografia também é possível ver gás (ar-> escuro/radiolucente) no intestino. 
 
Tecido com alta 
capacidade de absorção 
 
50 
100 100 
Tecido com baixa 
capacidade de absorção 
 
70 
 Supondo que em uma determinada radiografia (não é o casa das demonstradas aqui), sejam possível 
ver densidade radiográfica de ar em topografia de fígado – ou seja, o fígado é mais menos radiopaco que o 
ar, mas na localidade de fígado se ver uma densidade semelhante a de ar- . -> pode ser devido um abcesso de 
bactérias produzindo ar. 
INTERAÇÃO DOS RAIOS X COM A MATÉRIA 
Quando a radiação parte da ampola e atinge o paciente: parte da radiação é absorvida, parte da 
radiação tem sua trajetória desviada -mas em linha reta- e parte atravessa o paciente e sensibiliza o filme. 
Como parte da radiação tem a trajetória desviada é imprescindível o uso de EPI. 
Grade antidifusora: placas de chumbos que tem função de absorver a radiação que viaja em sentido 
diferente para o filme não borrar. 
Quando se coloca o filme na gaveta, 
se faz o uso da grade; já quando se 
coloca o filme diretamente na mesa, 
não se faz uso da grade. 
Quando se trabalha com 
radiação em grande quantidade tem mais radiação viajando em sentido alterado e, assim, é necessário usar 
a grade. Alguns autores defendem que é necessário usar a grade -filme n gaveta- para estruturas que possuem 
mais que 10 cm e outros autores defendem ser 15cm. No HV geralmente se radiografa membro com o filme 
em cima da mesa e tórax e abdome com o filme dentro da gaveta. 
GEOMETRIA DO FEIXE DE RAIOS X E FORMAÇÃO DA IMAGEM RADIOGRÁFICA 
 
 Quando se está iluminandouma estrutura e essa se afasta da parede a sombra fica maior e borrada; 
Enquanto, quando se está iluminando a estrutura e essa está próxima a parede a sombra fica com tamanho 
mais próximo do real e os contornos mais nítidos -> Sendo assim, quanto mais próximo do filme que se está 
radiografando, a imagem fica com tamanho mais próximo do real e os contornos mais nítidos. 
 Isso é importante porque várias vezes se utiliza a radiografia para se fazer medida do paciente e 
planejamento de cirurgia. 
 Outro detalhe importante é a abertura do feixe radiográfico, que está representado no slide como o 
tamanho da fonte de luz; a menor abertura de feixe radiográfico leva a contornos mais nítidos. 
 
A estrutura a ser radiografada tem que ficar o mais próximo e paralelo ao filme e é necessário emitir 
o feixe radiográfico direcionado no ponto médio e menor feixe possível. 
 
 
 
 
LIMITANDO A RADIAÇÃO DISPERSA 
▪ kV o mais baixo possível: o kV deve ser o suficiente para 
radiografar a estrutura, mas o mais baixo. 
▪ Uso de borracha de chumbo abaixo do chassi do filme 
▪ Uso de grade difusora: para estruturas a cima de 10 cm 
- 2-4mm de espessura 
- tamanho 
- finas lâminas de chumbo intercaladas com alumínio 
- filtro> radiação em um só sentido 
- radiação fora do sentido> absorvida pelo chumbo 
 
 
->Esse é o sistema chassi filme. 
 
 O branco é o revestido por ecrã (tela que intensifica a imagem). 
Ao trabalhar com chassi que tem ecrã é possível utilizar kV menor. 
Hoje em dia não existe mais no mercado chassi sem ecrã. 
 Os filmes só podem ser abertos em câmera escura porque a luz 
branca vela o filme. 
 Existem vários tamanhos de chassi para tamanhos de filme; o 
filme deve ficar bem certinho dentro do chassi. 
 
Perigos da radiação: 
 A radiação interfere nos tecidos biológicos, dependendo do tipo de tecido e da quantidade de 
radiação. Tecidos celulares que sofrem mais multiplicação celular sofrem mais com os efeitos, como: gônadas 
(ovários e testículos), pele, medula óssea. 
 Os efeitos da radiação podem ser: 
- Somático: causando inflamação, atraso do crescimento celular ou necrose (por isso é utilizada 
como radioterapia para tumores). 
- Carcinogênico: esse efeito obviamente não é imediato e ocorre principalmente em glândulas 
e linfonodo -> importante proteger tireoide. 
- Genético: efeito a longo prazo que pode causar anormalidades hereditárias nas gerações 
futuras. 
 
Proteção radiográfica 
 Uma das formas de limitar a radiação dispersa e, 
consequentemente, gerar proteção é colimar (limitar) o feixe útil 
de raios x. -> menor colimação possível. No centro da luz é onde 
tem maior incidência de raios x, então é importante direcionar 
ao centro da estrutura a ser radiografada. 
 É imprescindível utilizar aventais de proteção: protegem 
os linfonodos, gônadas. A campo, pode-se optar por aventais que 
também protegem as costas. As luvas também são essenciais, principalmente se a mão estiver dentro do feixe 
de colimação; e o óculos protege o cristalino> alguns estudos afirmam que o primeiro local a ser atingindo é 
o cristalino e causa catarata anos depois (muita das vezes nem é associada aos raios x por já ter passada muito 
tempo). 
Rotina de Segurança 
 
▪ Os técnicos utilizam dosímetro que tem objetivo que avaliar quanta radiação a pessoa está 
recebendo> leitura mensal. 
▪ Nos EUA ninguém segura os pacientes, pois esses são radiografados com contenção química. Além de 
evitar repetição de exame é mais seguro. 
▪ A radiação tem efeito acumulativo ao longo da vida. 
▪ Gestantes não podem participar porque o feto tem muita divisão celular. 
▪ Menos de 18 também tem muita divisão celular. 
▪ Sempre fechar a porta da sala (que tem chumbo); as paredes são baritadas e impedem que a radiação 
atravesse a sala do lado. 
▪ Os auxiliares tem que ficar fora do feixe primário. 
▪ Usar menor miliamperagem em possível. 
▪ Em radiologia de campo, a segurança para as demais 
pessoas que não estão participando do procedimento é 
ficar atrás da ampola (porque a ampola direciona os raios x 
em linha reta) 2 metros; a radiação secundária pode viajar 
por 2 m. Quem segura o animal tem que usar EPI porque 
recebe feixe primário. 
 
 
CÁLCULO DA TÉCNICA RADIOGRÁFICA 
▪ Mediar a espessura da estrutura a ser radiografada a posição que ocorrerá a 
radiografia, porque o tórax por exemplo tem uma espessura quando um animal 
está em decúbito lateral e outra quando em decúbito dorsal. 
▪ Avaliar a espessura com um espessômetro ou régua. 
▪ kV= 2 vezes a espessura mais o coeficiente do aparelho. 
▪ O coeficiente do aparelho varia de 20 a 40; aparelhos utilizam coeficiente menor. 
▪ Para osso o mAs=kV. 
▪ Para tórax: mAs= kV/10 
▪ Para abdome o mAs= kV . 2 
▪ Tem aparelhos que o mAs é um botão único e tem equipamentos que tem um botão do mA e um do 
tempo. 
 
DISTÂNCIA FF 
 A distância da ampola e o filme é de 1m; a literatura diz de 80cm a 1,5. 
 Então a ampola fica a 1m do paciente. 
PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO 
 
Existe a revelação manual e a automática. 
Na manual, mergulha o filem no mergulhador, depois lavar, fixar, lavar novamente e colocar na 
secadora. Esse processo te que ser feito dentro da câmera escura porque caso contrário o filme vela. 
 
 
 
 
 
 
Na revelação automática tem a bandeja onde se coloca o filme que é puxado pela máquina e passa 
pelo químico revelador, depois fixa, lava, seca e saí pela outra ponta na gaveta. Esse processo dura certa de 3 
a 5 minutos. 
Existem 2 tipos de radiologia digital: a radiologia computadorizada (CR) e a 
radiografia digital (DR). Na CR não se utiliza chassi e filme, se utiliza cassete; dentro 
do cassete tem uma placa de fosforo que é sensibilizada pela radiação. Depois que 
a placa é sensibilizada, o cassete é encaixado no equipamento que puxa a placa de 
fosforo e a imagem aparece no monitor e a placa de fosforo é devolvida ao cassete 
já apagada. 
Não é necessário câmara escura. 
A desvantagem desse sistema é que a imagem apaga em um ‘curto’ período 
de tempo; então para grandes animais em que se realiza a radiologia em fazendas não é útil porque a imagem 
já teria apagado da placa durante o percurso de volta da fazenda ao HV. 
Também tem o sistema DR, radiografia digital, em que elimina a 
necessidade do dispositivo que revela a placa de fósforo; é como se a placa de 
fosforo fosse ligada diretamente no computador e ao receber a radiação a imagem 
já aparece no monitor. É um ótimo método para grandes animais. Existem 
equipamento fixos e móveis. 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE CÁLCULOS DE TÉCNICA RADIOGRÁFICA 
COENFICIENTE DO EQUIPAMENTO=20 
 
1) OSSO DE EQUINO DE 7CM 
kV= 2xE + cf mAs= kV 
kV= 2x7 +20 mAs= 34 
kV= 14+20 
kV= 34 
 
2) TÓRAX DE 25 CM 
kV= 2xE + cf mAs=kV/10 
kV= 2x25 +20 =70 mAs= 7 
3) ABDOME DE 35 CM 
kV= 2xE + cf mAs= kVx2 
kV= 2x35 +20= 90 mAs= 180 
 
 
Existe uma regra que diz que é possível elevar o kV e 10 e dividir a mAs por 2 até conseguir mAs adequado 
ao aparelho e ao animal -> até porque mAs é quantidade de radiação. 
 Então nesse último exemplo, de animal com abdome de 35 cm, é possível aumentar o kV para 100 e 
diminuir o mAs para 90; aumentar o kV para 110 e diminuir o mAs para 35. 
 
E o contrário também é válido: aumentar o kV em 10 e multiplicar o mAs por 2. 
 
O ideal é trabalhar com mAs o menor possível, porém um valor que o equipamento aceite.

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