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Semio- Assistência ao parto (2º,3º e 4º período) Objetivos de aprendizagem: • Reconhecer o momento do nascimento (2º período do parto) • Aplicar adequada assistência ao parto e dequitação (3º período do parto) • Aplicar adequada assistência ao 4º período do parto Taxa de Cesáreas Em 1985 a OMS declarava que a taxa de partos cesáreos ideal era entre 10-15%, um estudo realizado pela própria OMS evidenciou que taxas maiores que 19-30% indicam uma menor taxa de morbimortalidade materna e neonatal. Entretanto, o parto Cesário só deve acontecer caso haja indicação médica para realiza-lo. Classificação de Robson – permite classificar a gestante de acordo com número de partos, antecedentes, inicio do t parto, número de fetos, apresentação do feto, etc aceitando % diferentes de cesárias Revisando... Períodos do parto: 1º Período: Dilatação (É o trabalho de parto ativo) 2º Período: Expulsão (É o parto propriamente dito) 3º Período: Dequitação ou delivramento ou secundamento (É a saída da placenta) 4º Período: 1ª hora pós dequitação – pós parto imediato (É o puerpério) Parto Normal A Portaria nº353, de 14 de fevereiro de 2017, que aprova as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal é publicada. Objetivos das diretrizes: • Sintetizar e avaliar sistematicamente a informação científica disponível em relação às práticas mais comuns na assistência ao parto e ao nascimento fornecendo subsídios e orientação a todos os envolvidos no cuidado, no intuito de promover, proteger e incentivar o parto normal Objetivos específicos: • Promover mudanças na prática clínica, uniformizar e padronizar as práticas mais comuns utilizadas na assistência ao parto normal; • Diminuir a variabilidade de condutas entre os profissionais no processo de assistência ao parto; • Reduzir intervenções desnecessárias no processo de assistência ao parto normal e consequentemente os seus agravos; • Difundir práticas baseadas em evidências na assistência ao parto normal; e • Recomendar determinadas práticas sem, no entanto, substituir o julgamento individual do profissional, da parturiente e dos pais em relação à criança, no processo de decisão no momento de cuidados individuais. Estas diretrizes se prestam para mulheres em trabalho de parto com parto normal planejado (espontâneo ou induzido) entre 37 e 42 semanas de gestação com feto único, vivo e em apresentação cefálica 2º Período do parto (parto propriamente dito) – Assistência ao período expulsivo Dilatação Total: 10 cm Fase inicial ou passiva: • Dilatação total sem sensação de puxo – contrações de expulsão (involuntárias). • Cabeça do feto ainda relativamente alta na pelve. Fase ativa: • Dilatação total do colo, com sensação de puxo – contrações de expulsão (involuntárias). • Cabeça do bebê visível (na ausência de contrações). O que fazer? 1. Esvaziar o conteúdo vesical (espontâneo) 2. Posição para parir – Escolha da mulher, aquela que for mais confortável: • Litotomia: É a posição mais convencional. Deitada sobre o dorso, deve-se elevar a cabeceira para verticalização do corpo da mulher, e colocar os pés ou pernas em suportes. A maioria dos hospitais tem macas que são mais adequadas para essa posição, com alavancas que facilitam as manobras de empurrar. É a posição adotada quando se faz necessária intervenção do obstetra, para ajudar no nascimento. • Cócoras: Exige um maior preparo físico da mulher, que apoia todo seu peso em suas próprias pernas. É uma posição mais intuitiva, normalmente é necessário apoio do acompanhante para ajudar na sustentação da mulher, segurando por trás, por baixo dos braços • Quatro ou seis apoios: A mulher pode apoiar joelhos e mãos, ou joelhos, cotovelos e mãos no chão. Promove alívio da dor lombar, amplia o diâmetro da pelve óssea e incide em menor chance de laceração do períneo • Banqueta de parto: É uma banqueta que fornece suporte para o parto de cócoras. A mulher apoia o quadril na banqueta e o meio é vazado, para a passagem do bebê. • Lateral: É uma posição confortável para a mulher, que durante o momento de força pode segurar e levantar a perna. Permite boa oxigenação fetal e bom controle da força, diminuindo as chances de laceração do períneo. Informar às mulheres que há insuficiência de evidências de alta qualidade, tanto para apoiar como para desencorajar o parto na água Se as contrações estiverem inadequadas no início do segundo período, considerar o uso de ocitocina e realização de analgesia regional. Se houver prolongamento do segundo período do trabalho de parto, ou se a mulher estiver excessivamente estressada, promover medidas de apoio e encorajamento e avaliar a necessidade de analgesia/anestesia. 3. Assepsia e antissepsia Mecanismo: • Insinuação • Descida e flexão da cabeça • Rotação interna • Desprendimento da cabeça • Deflexão da cabeça • Rotação externa • Saída das escápulas (ombro anterior e posterior) • Saída do restante do corpo Limites de tempo de duração normal da fase ativa do 2º período do trabalho de parto: Duração normal da fase ativa do segundo período do trabalho parto: Atualmente, se considera que não existe um período estabelecido, enquanto o feto tem boa vitalidade, pode-se aguardar o parto. Primíparas: 0,5-2,5hs sem peridural e 1-3 hs com peridural Multíparas: Até 1h sem peridural e 2hs com peridural Não esperar mais de 4hs em qualquer situação. Desprendimento 2 técnicas para proteção do períneo: 1. “mãos sobre” – Polegar e indicador em forquilha “A proteção manual do períneo visa evitar deflexão brusca da cabeça e proteger o períneo de rotura.” 2. “mãos prontas” – Sem tocar o períneo e a cabeça fetal, mas preparadas para tal. Auxiliar o desprendimento – • Rotação externa da cabeça • Liberação do ombro anterior • Liberação do ombro posterior • Saída do restante do corpo Em geral o feto faz o movimento de rotação interna e externa sem necessidade de intervenção do profissional.Algumas vezes pode ser necessário fazer as manobras para o desprendimento e por isto todo médico deve saber como realizar este procedimento Episiotomia Não realizar episiotomia (corte no períneo) de rotina Caso necessite realizar episiotomia – fazer no modo “médio-lateral” da fúrcula para o lado com um angula de 45 a 60 graus do eixo vertical Fazer Analgesia antes da episiotomia. As seguintes informações devem ser oferecidas à mulher: • A analgesia regional só está disponível no ambiente hospitalar; • É mais eficaz para alívio da dor que os opióides; • Não está associada com aumento na incidência de dor lombar; • Não está associada com primeiro período do parto mais longo ou aumento na chance de cesariana; • Está associada com aumento na duração do segundo período do parto e na chance de parto vaginal instrumental; • Necessita de nível mais elevado de monitoração e a mobilidade pode ser reduzida. Uma vez que a segurança da realização de analgesia farmacológica no ambiente extra- hospitalar ainda não foi estabelecida, esta é restrita ao complexo hospitalar, seja bloco cirúrgico ou PPP (sala de pré-parto, parto e pós-parto). Outros procedimentos de assistência • Vacum extrator • Fórceps de alívio Estes procedimentos não são feitos de rotina, estão aqui para os estudantes saberem que existem, mas são usados em situações de exceção, e só por pessoas com treinamento e experiência em usar os instrumentos. No IMIP existe forcepes, não existe até o momento o vácuo extrator • Manobra de Kristeller - NUNCA Após o desprendimento do polo cefálico: • Limpeza das vias aéreas superiores com gaze • Ligadura e corte do cordão umbilical após parada da pulsação do cordão (aprox. 3 min) e nuca menos de 1min a menos que seja necessário manobras de ressuscitação do RN • Assistência ao Recém Nascido (RN) Vários estudosconcluíram que o clampeamento em tempo oportuno do cordão umbilical é benéfico em comparação ao clampeamento imediato com relação aos índices hematológicos (quando a criança atinge a idade de 3 a 6 meses). O RN a termo com boa vitalidade deve ser secado e posicionado sobre o abdome da mãe ou ao nível da placenta por, no mínimo, um minuto, até o cordão umbilical parar de pulsar (aproximadamente 3 minutos após o nascimento), para só então realizar-se o clampeamento. Após a administração de ocitocina, pinçar e seccionar o cordão. • Não realizar a secção do cordão antes de 1 minuto após o nascimento, a menos que haja necessidade de manobras de ressuscitação neonatal. • Pinçar o cordão antes de 3 minutos após o nascimento para realizar a tração controlada do cordão como parte da conduta ativa 3º Período do parto - Dequitação ou delivramento ou secundamento (É a saída da placenta) Após saída do feto até a expulsão da placenta. O manejo fisiológico do 3º período do parto envolve um pacote de cuidados que inclui os seguintes componentes: Até 60 min • Sem uso rotineiro de uterotônicos • Clampeamento do cordão após parar a pilsação • Expulsão da placenta por esforço materno O manejo ativo do 3º período envolve um pacote de intervenções com os seguintes componentes: Até 30 min • Uso rotineiro de drogas uterotônicas • Clampeamento e secção precoce do cordão umbilical • Tração controlada do cordão após sinais de separação placentária Considerar terceiro período prolongado após decorridos 30 minutos de manejo ativo ou 60 minutos de manejo fisiológico. O manejo ativo é recomendado na assistência ao terceiro período do parto pois está associado com menor risco de hemorragia e transfusão sanguínea. Se uma mulher com baixo risco de hemorragia pós-parto solicitar manejo expectante (fisiológico), apoiá-la em sua escolha. Para o manejo ativo administrar 10 UI de ocitocina IM (como prevenção de hemorragia pós parto) após o desprendimento da criança (pelo menos após a saída do ombro anterior), antes do clampeamento e corte do cordão. A ocitocina é preferível, pois está associada com menos efeitos colaterais do que a ocitocina associada à ergometrina. Não realizar a secção do cordão antes de 1 minuto após o nascimento, a menos que haja necessidade de manobras de ressuscitação neonatal. Pinçar o cordão antes de 3 minutos após o nascimento para realizar a tração controlada do cordão como parte do manejo ativo. Se uma mulher solicitar o clampeamento e secção do cordão após parada da pulsação, apoiá-la em sua escolha. A tração controlada do cordão, como parte do manejo ativo, só deve ser realizada após administração de ocitocina e sinais de separação da placenta. Mudar do manejo expectante para o manejo ativo se ocorrer: • Hemorragia • A placenta não dequitou 1 hora após o parto Mecanismo de desprendimento da placenta Para verificar se a placenta desprendeu – Tração controlada do cordão • Sinal do pescador de Fabre: Movimento no cordão e observa se o fundo do útero movimenta • Sinal de Kustner: O cordão se desloca ao pressionar o fundo do útero Assistencia ao 3º período do parto (dequitação ou saída da placenta) • Duração – 5 a 15 minutos e máximo 30 min com manobra ativa • Manobras pescador ou Fabre • Jacob-Dublin: Enrolar a placenta sobre seu próprio eixo para evitar que a mesma deixe partes dentro do útero • Desprendimento Bodeloque schutz: 75% - implantação no fundo do útero desprende em forma de guarda chuva • Ducan: Pela borda Sinais de que a placenta já descolou: • Pinçar o cordão próximo a vulva e observar sua descida • Sinal do pescador de Fabre – movimento no cordão e observa-se o fundo do útero ou o contrário de percussão no fundo do útero • Como o cordão se desloca ao pressionar o fundo do útero – sinal de kustner • Manobra de Braer: Ordenhar a parede do ventre • Procedimento de Harvey: Espremer o fundo uterino Deve ser feita rotineiramente o exame da placenta nas duas faces materna e fetal para avaliar se está completa 4º Período do parto - 1ª hora pós dequitação – pós parto imediato (É o puerpério) Globo de segurança de Pinard • Miotamponagem – imediatamente após a saída da placenta – ligaduras vivas de Pinard. • Trombotamponagem – formação de trombos nos grandes vasos Deve ser feita rotineiramente: Revisão do canal de parto/Controle dos sinais vitais /Estimulo ao aleitamento Principais complicações nesse período: • Atonia/hipotonia • Laceração do trajeto • Retenção de placenta ou membrana – Hemorragia / infecção: endometrite A Organização Mundial de Saúde recomenda que o aleitamento materno seja iniciado na primeira hora de vida, pois está associado a menor mortalidade neonatal, maior período de amamentação, melhor interação mãe-bebê e menor risco de hemorragia materna Período de risco de hemorragias onde a mulher deve ser acompanhada ou no próprio centro obstétrico ou em enfermaria com suporte clínico. Estabilizada hemodinamicamente e formado o globo de segurança de Pinard, deverá ser encaminhada ao alojamento conjunto. Este período pode ser chamado também de pós-parto imediato. Apresenta fenômenos de miotamponamento (o útero fica contraído parcialmente), trombotamponamento (fenômenos de coagulação), a fase de indiferença miouterina (cólicas do pós-parto) e estabilização do útero com o tônus aumentado. Equilibrio miotrombotico Puerpério: período do ciclo gravídico puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher, retornam à situação do estado pré-gravídico. Inicia-se uma hora após a saída da placenta e tem término, dependendo do período de lactância e do retorno dos ciclos menstruais. HEMORRAGIAS/CHOQUE ATENDER A EMERGENCIA: PUNÇÃO VENOSA e HIDRATAÇÃO. EXAME FISICO GERAL E GINECOLÓGICO - PROCURAR A CAUSA e CORRIGIR: • Hipotonia / atonia uterina • Laceração do trajeto • Retenção de restos placentários ENDOMETRITE: Febre após o primeiro dia (> 38°C) por 2 dias consecutivos Lóquios purulentos útero amolecido e doloroso
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