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Natália Furlaneto DEFINIÇÃO As helmintíases são parasitoses provocadas por vermes que, geralmente, habitam o intestino. As principais helmintíases são as seguintes: ascaridíase, enterobíase, estrongiloidíase, ancilostomíase, teníase, himenolepíase e esquistossomose EPIDEMIOLOGIA ↑ Índice de mortalidade por parasitoses intestinais. A maior parte: crianças. ↑ Infecção por Ascaris lumbricoides: 39% da população. SALVADOR-BA – CRIANÇAS DE 7 A 14 ANOS 66,1% infectado pelo menos por 1 protozoário/helminto. PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO POR ÁSCARIS LUMBRICOIDES POR FAIXA ETÁRIA 0-1 ano: menor exposição ao ambiente ainda estão sob cuidado de adultos. 6-12 anos: estão mais expostas ao ambiente (andar descalço, brincar na terra, mão na boca, etc) e isso gera maior suscetibilidade. QUESTIONAMENTOS Helmintíases são frequentes na população brasileira SIM. Ascaridíase é frequente em crianças SIM. Ancilostomatídeos são igualmente frequentes na população, especialmente em crianças NÃO, VARIAM DE ACORDO COM AS CONDIÇÕES GEOGRÁFICAS, SOCIOECONÔMICAS. ASCARIDÍASE - CID 10: B77 Doença parasitária do homem, causada por um helminto. QUADRO CLÍNICO Habitualmente, não causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Quando há grande número de parasitas, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal. Em virtude do ciclo pulmonar da larva, alguns pacientes apresentam manifestações pulmonares, com broncoespasmo, hemoptise e pneumonite, caracterizando a síndrome de Löefler, que cursa com eosinofilia importante. Parece bronquite/pneumonia, porém, é passageira. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Sinonímia Infecção por Ascaris. Agente etiológico: Ascaris lumbricoides. Reservatório: O homem. Modo de transmissão: Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas. Período de incubação: O período de incubação dos ovos férteis até o desenvolvimento da larva infectante (L3) OVO EMBRIONADO, no meio exterior e em condições favoráveis, é de aproximadamente 20 dias. Natália Furlaneto L3 se desenvolve/cresce dentro do vaso sanguíneo pulmonar (↑ muco, febre, tosse, expectoração). Infectante: L3!!! No pulmão: L4. O período pré-patente da infecção (desde a infecção com ovos embrionados até a presença de ovos nas fezes do hospedeiro) é de 60 a 75 dias. Período de transmissibilidade: Durante todo o período em que o indivíduo portar o parasita e estiver eliminando ovos pelas fezes. Portanto, longo, quando não se institui o tratamento adequado. As fêmeas fecundadas no aparelho digestivo podem produzir cerca de 200.000 ovos por dia. A duração média de vida dos parasitas adultos é de 12 meses. Depois quando o Ascaris está adulto, os sintomas são gastrointestinais (se prende à mucosa, ação expoliativa absorve nutrientes): enfraquecimento, anorexia. Quando os ovos embrionados encontram um meio favorável, podem permanecer viáveis e infectantes durante anos. OBS: se a pessoa tem 2 larvas é porque ingeriu 2 ovos. O Ascaris não se multiplica, apenas se reproduz (gera mais ovos para infectar o ambiente e, consequentemente, outras pessoas). COMPLICAÇÕES Obstrução intestinal, volvo, perfuração intestinal, colecistite (vesícula biliar), colelitíase (pedra na vesícula), pancreatite aguda e abcesso hepático. DIAGNÓSTICO O quadro clínico apenas não a distingue de outras verminoses, havendo, portanto, necessidade de confirmação do achado de ovos nos exames parasitológicos de fezes. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Estrongiloidíase, amebíase, apendicite, pneumonias bacterianas, outras parasitoses. TRATAMENTO Albendazol (ovocida, larvicida e vermicida), 400mg/ dia, em dose única para adultos; em crianças, 10mg/kg, dose única; Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Não é recomendado seu uso em gestantes. Essa dose independe do peso corporal e da idade. Levamizol, 150mg, VO, em dose única para adultos; crianças abaixo de 8 anos, 40mg; acima de 8 anos, 80mg, também em dose única. Tratamento da obstrução intestinal: Piperazina, 100mg/kg/ dia + óleo mineral, 40 a 60ml/dia + antiespasmódicos + hidratação. Nesse caso, estão indicados sonda nasogástrica e jejum + Mebendazol, 200mg ao dia, dividido em 2 tomadas, por 3 dias. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Objetivo: Não há ações específicas de vigilância epidemiológica. Entretanto, deve-se fazer o tratamento como forma de evitar complicações e diminuir as possibilidades de reinfecções. Notificação - Não é doença de notificação compulsória. MEDIDAS DE CONTROLE Medidas de educação em saúde e de saneamento. Profilaxia- Evitar as possíveis fontes de infecção, ingerir vegetais cozidos e lavar bem e desinfetar verduras cruas, higiene pessoal e na manipulação de alimentos. O tratamento em massa das populações tem sido preconizado por alguns autores para reduzir a carga parasitária. Contudo, se não for associado a medidas de saneamento, a reinfecção pode atingir os níveis anteriores, em pouco tempo. ANCILOSTOMÍASE - CID 10: B76 QUADRO CLÍNICO Infecção intestinal causada por nematódeos, que nos casos de infecções leves, pode apresentar-se assintomática. Apresentações clínicas importantes, como um quadro gastrointestinal agudo caracterizado por náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e flatulência, também podem ocorrer. Em crianças com parasitismo intenso, pode ocorrer hipoproteinemia e atraso no desenvolvimento físico e mental. Com frequência, dependendo da intensidade da infecção, acarreta anemia ferropriva. CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS Sinonímia: Amarelão, opilação, doença do Jeca Tatu. Agente etiológico: Nematoides da família Ancylostomidae: A.duodenale e Necator americanus. Reservatório: O homem. Modo de transmissão: Os ovos contidos nas fezes são depositados no solo, onde se tornam embrionados. Em condições favoráveis de umidade e temperatura, as larvas se desenvolvem até chegar ao 3º estágio, tornando-se infectantes em um prazo de 7 a 10 dias. A infecção nos homens ocorre quando essas larvas infectantes penetram na pele, geralmente pelos pés, causando dermatite característica. As larvas dos ancilóstomos, após penetrarem pela pele, passam pelos vasos linfáticos, ganham a Natália Furlaneto corrente sanguínea e, nos pulmões, penetram nos alvéolos. DaÍ migram para a traqueia e faringe, são deglutidas e chegam ao intestino delgado, onde se fixam, atingindo a maturidade ao final de 6 a 7 semanas, passando a produzir milhares de ovos por dia. Período de incubação: Semanas ou meses após a infecção inicial. Período de transmissibilidade. Não se transmite de pessoa a pessoa, porém os indivíduos infectados contaminam o solo durante vários anos, quando não adequadamente tratados. Em condições favoráveis, as larvas permanecem infectantes no solo durante várias semanas. COMPLICAÇÕES Anemia, hipoproteinemia, podendo ocorrer insuficiência cardíaca e anasarca (edema subcutâneo). A migração da larva através dos pulmões pode causar hemorragia e pneumonite. DIAGNÓSTICO O diagnóstico laboratorial e realizado pelo achado de ovos no exame parasitológico de fezes, por meio dos métodos de Lutz, Willis ou Faust, realizando-se, também, a contagem de ovos pelo Kato-Katz. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Anemia por outras etiologias, outras parasitoses. TRATAMENTO Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Não é recomendado seu uso em gestantes. Essa dose independe do peso corporal e da idade. Pode ser usado Albendazol, 2 comprimidos, VO, em dose única (1 comprimido=200mg), ou 10ml de suspensão (5ml=200mg). O Pamoato de Pirantel pode ser usado na dose de 20- 30mg/kg/dia, durante 3 dias. O controlede cura é realizado no 7º, 14º e 21º dias após o tratamento, mediante exame parasitológico de fezes. CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS Distribuição mundial. Ocorre, preferencialmente, em crianças com mais de 6 anos, adolescentes e em indivíduos mais velhos, independente da idade. No Brasil, predomina nas áreas rurais, estando muito associada a áreas sem saneamento e cujas populações têm o hábito de andar descalças. Mais comum em zona rural que urbana (pavimento, menos terra). VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Objetivos: Diagnosticar e tratar precocemente todos os casos, evitando- se, assim, as possíveis complicações. NOTIFICAÇÃO Não é doença de notificação compulsória. Entretanto, os surtos devem ser notificados aos órgãos de saúde locais. MEDIDAS DE CONTROLE Desenvolver atividades de educação em saúde com relação a hábitos pessoais de higiene, particularmente o de lavar as mãos antes das refeições e o uso de calçados. Evitar a contaminação do solo mediante a instalação de sistemas sanitários para eliminação das fezes, especialmente nas zonas rurais (saneamento). Tratamento das pessoas infectadas. ATIVIDADES 1. O artigo descreve que, 60-70 % das crianças hospedam o verme adulto em áreas endêmicas. O agente etiológico é o helminto A. lumbricoides, mas qual é o agente infeccioso que o paciente vai ingerir e causar efetivamente a infecção em crianças e adultos, principalmente nas crianças? L3. 2. Ainda no período de incubação ocorre à migração pulmonar, na fase larval, caracterizando o ciclo de Loss, quando causam uma pneumonite transitória por hipersensibilidade imediata e auto-limitada que se resolve em 2 semanas. Qual é o agente infeccioso causador dessa sintomatologia específica, nesse estágio da doença? L4 3. Na infestação crônica, o verme adulto se fixa para se alimentar dos nutrientes aderidos na mucosa intestinal, no intestino delgado, principalmente no jejuno, e essa ação pode levar a distensão e dor abdominal, anorexia e diarreia. Qual é a estrutura do helminto que permite essa ação na mucosa intestinal? Natália Furlaneto 4. Número grande de Ascaris pode levar ao quadro obstrutivo intestinal, a complicação mais frequente na ascaridíase. As crianças são mais predispostas a desenvolver obstrução devido ao menor diâmetro do seu lúmen intestinal. Em pediatria, 27% dos episódios de suboclusão intestinal por A. lumbricoides ocorre em áreas endêmicas. Qual figura representa esse quadro clinico? 5. Os exames de imagem são fundamentais para o diagnóstico de ascaridíase. A radiografia abdominal confirma a presença de Ascaris em 90% das crianças e em casos de obstrução, podem-se ver sinais obstrutivos gerais. Na ascaridíase biliar, a ultrassonografia (USG) é o exame de escolha. Quanto a obstrução biliar, indique o número da figura correspondente a resposta para essa questão. 6. O tratamento para ascaridíase é com Albendazol (ovocida, larvicida e vermicida), 400mg/ dia, em dose única para adultos; em crianças, 10mg/kg, dose única; Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Não é recomendado seu uso em gestantes. O controle se alcança adotando medida para se evitar as possíveis fontes de infecção, como ingerir vegetais cozidos e lavar bem e desinfetar verduras cruas, higiene pessoal e na manipulação de alimentos. Essas medidas serão efetivas por evitarem a a ingestão de qual forma infectante do Ascaris? 7. O artigo sobre ancilostomíase descreve que, o parasito que apresentou o maior índice de infecção ao longo dos os anos avaliados, foi o A. duodenale. O agente etiológico é o helminto A.duodenale, mas qual é o agente infeccioso que vai efetivamente causar a infecção, principalmente em crianças? 8. Em crianças com parasitismo intenso, pode ocorrer hipoproteinemia e atraso no desenvolvimento físico e mental, entretanto o primeiro sinal clínico da ancilostomíase é a dermatite alérgica. Quem é o agente infeccioso causador dessa sintomatologia específica? 9. A duodenale é um verme adulto que se fixa para se alimentar dos tampões do intestino delgado, e essa ação pode levar a complicações como anemia, hipoproteinemia. Qual é a estrutura do helminto que permite essa ação na mucosa intestinal? 10. Em um estudo, o foco do trabalho educativo foram as crianças, visto que este grupo é especialmente vulnerável à contaminação por parasitos, o que se deve a comportamentos como por exemplo, brincarem descalças. A medida específica usar calçados, entre outros hábitos saudáveis necessários evita efetivamente a infecção por qual forma do A. duodenale?
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