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Bruna Rubinato – Medicina Piracicaba/Turma 1 CADERNO DE METODOLOGIA E PESQUISA II 6º semestre Conceito de Saúde e Doença e Epidemiologia SAÚDE • Não representa a mesma coisa para todas as pessoas ✓ Dependerá ➢ Da época; ➢ Do lugar; ➢ Da classe social; ➢ Dos valores individuais; ➢ De concepções científicas, religiosas, filosóficas. • Medicina mágico-religiosa: o processo de adoecimento era resultante de transgressões individuais ou coletivas – para o restabelecimento da saúde, relação com divindades (deuses caprichosos, espíritos bons). DETERMINANTES DE SAÚDE EPIDEMIOLOGIA • Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações humanas; • Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades; • Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades. PESQUISAS 1. Coleta de dados; 2. Análise estatística; 3. Indicadores; 4. Resultados; 5. Protocolos e indicações. Indicadores de Morbidade – 17/02/2021 INDICADORES DE SAÚDE • Os indicadores de saúde correspondem às formas de medir as condições de saúde; • O indicador, como o próprio nome diz, aponta quais as causas de morte, de doença ou de agravo. INTRODUÇÃO • Finalidade: medir a ocorrência de doenças, lesões e deficiências na população ➔ expressos em incidência ou a prevalência; • O cálculo das taxas de morbidade requer a observação direta (com inquéritos) e outras pesquisas, a notificação dos eventos aos sistemas de vigilância e a notificação de doenças nos sistemas de informação de ambulatórios, hospitais ou em outros registros. INCIDÊNCIA • Número de casos novos da doença que iniciaram no mesmo local e período. • Ideia de intensidade com que acontece uma doença numa população; • Mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de novos casos de doença na população; • Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer. PREVALÊNCIA • Prevalecer = ser mais, preponderar, predominar; • A prevalência indica a qualidade do que prevalece; • Implica em acontecer e permanecer existindo num momento considerado; • Número total de casos de uma doença, existentes num determinado local e período. • Mais utilizado para doenças crônicas de longa duração. Ex: hanseníase, tuberculose, AIDS, tracoma ou diabetes; • Casos prevalentes = sendo tratados (casos antigos) + descobertos ou diagnosticados (casos novos); • A prevalência, como ideia de acumulo, de estoque, indica a força com que subsiste a doença na população. • Pode ser: ✓ Pontual (instantânea ou momentânea): frequência de doença ou pelo seu coeficiente em um ponto definido no tempo, seja o dia, a semana, o mês ou o ano. No intervalo de tempo definido da prevalência pontual, os casos prevalentes excluem aqueles que evoluíram para a cura, para óbito ou que migraram. ✓ Num período ou lápsica: abrange um lapso de tempo mais ou menos longo e que não concentra a informação em um dado ponto desse intervalo. Estão incluídos todos os casos prevalentes, inclusive os que curaram, morreram e emigraram. TAXA DE ATAQUE • Coeficiente ou taxa de incidência de uma determinada doença para um grupo de pessoas expostas ao mesmo risco limitadas a uma área bem definida. - útil para investigar e analisar surtos de doenças ou agravos à saúde em locais fechados. ONDE ESTÃO OS DADOS? • Fonte de dados: ✓ Primários: evidência direta de um evento. Ex: censo; ✓ Secundários: foram coletados para outro. • Sistemas de informação: ✓ Sistema de Informação de Mortalidade (SIM); ✓ Sistema de Informação Ambulatorial (SIA); ✓ Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab); ✓ Sistema de Informação Hospitalar (SIH); ✓ Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc). Características Primários Secundários Vantagens Maior controle da qualidade e coleta mais adequada com a normalização dos procedimentos, melhor definição das variáveis e da população-alvo de interesse, entre outros fatores. Menor dificuldade de estratificar os indicadores em subgrupos populacionais de interesse (contanto que tenham sido coletadas as variáveis para atender aos propósitos de estratificação). Maior comparabilidade dos indicadores no tempo e espaço devido à possibilidade de estabelecer maior normalização das definições e procedimentos usados entre os grupos, bem como à ampliação do período de análise (mais adequado aos objetivos propostos). Menor custo e maior senso de oportunidade na obtenção de dados e elaboração de indicadores. Desvantagens Maior custo e consumo de tempo para obter o dado, o que pode comprometer o senso de oportunidade do indicador (sobretudo no uso na gestão da saúde) e limitar o potencial de uso. Maior esforço analítico para extração, definição e interpretação dos indicadores de interesse devido a: possibilidade de serem inadequados (quanto aos objetivos e indicadores de interesse) para definir o caso e a população alvo, dúvidas quanto à qualidade dos dados (falta de normalização dos procedimentos e capacitação dos encarregados por gerar os dados). Maior dificuldade de estratificar os indicadores em subgrupos populacionais de interesse por potencial falta de variáveis relevantes que permitam essa estratificação. Maior dificuldade de comparar os indicadores no tempo e espaço por possíveis mudanças nas definições e procedimentos usados. FATORES QUE PODEM IMPACTAR NA MEDIÇÃO DOS EVENTOS MÓRBIDOS • Qualidade dos dados: comprometida pela diversidade de fontes de dados (sistemas de vigilância, hospitais públicos e privados de rotina, registros de pacientes internados e ambulatoriais, pesquisas preparadas por instituições nacionais, e pesquisas conduzido por grupos acadêmicos) • A validade dos instrumentos de medição: A precisão dos testes de diagnóstico médico (probabilidade de erros de diagnóstico, como falsos positivos e falsos negativos) e a validade dos dados e instrumentos de coleta utilizados nas pesquisas. O uso de mais testes de diagnóstico preciso pode ter um efeito significativo na identificação de casos (casos incidentes ou prevalentes) e podem destacar mudanças aparentes, mas não reais, nas tendências de esses indicadores. • Gravidade da doença: uma doença pode se manifestar com diferentes graus de gravidade, resultando em hospitalização (informações capturadas) ou nenhuma hospitalização (informações não capturadas). Uma doença também pode ocorrer mais de uma vez em uma determinada vida, o que pode resultar na atribuição de vários episódios para uma única pessoa. • Normas culturais: as percepções culturais afetam os comportamentos de busca de saúde e a maneira como diferentes doenças são detectadas e gerenciadas por membros da família. • Confidencialidade: O desejo de confidencialidade por parte dos pacientes e a omissão de eventos em relatórios (Ex: aborto ilegal) afetam a precisão dos dados. • Sistemas de informação em saúde: existência ou ausência de sistemas de informação em saúde capazes de gerar dados confiáveis de hospitais, pacientes ambulatoriais, registros de doenças notificáveis, câncer QUAL FONTE UTILIZAR • Depende da pergunta da pesquisa • Amplitude (abrangência) da questão inicialmente identificada; • Falta de habilidade com os métodos de pesquisa; • Custos; • Problemas éticos. DESENHO DO ESTUDO ESTUDO DESCRITIVO • Descreve as características do evento estudado, segundo tempo, lugar e características dos indivíduos. • Não existe grupo controle - não é possível gerar hipóteses; • Vantagens: rápido e barato e é importante para doenças novas e raras. • Exemplos: os censos, inquéritos, estudos de caso ou estudo de uma série de casos. ESTUDO ANALÍTICO • Estudo Transversal (Estudo seccional ou estudo de prevalência) ✓ Diagnósticoinstantâneo da situação de saúde de uma população com base na avaliação individual de seus membros; ✓ Corte no histórico da doença, onde exposição e desfecho ocorrem ao mesmo tempo; ✓ Não há acompanhamento dos indivíduos, não sendo possível estimar risco. • Estudo Longitudinal ✓ Neste tipo de estudo são realizadas, pelo menos, duas observações na mesma população em tempos distintos. ✓ Prospectivo: exposição e a doença são mensuradas durante a investigação - Estudo de Coorte. ✓ Retrospectivo: exposição e a doença são mensuradas após sua ocorrência, usando-se registros ou relatos - Estudo de Caso Controle • Estudo Ecológico ✓ Informação obtida e analisada no nível agregado. ✓ Unidade de análise: população ou um grupo de pessoas de uma área geográfica definida; pessoas de uma área geográfica definida ✓ Avaliação: contextos social e ambiental x saúde de grupos ✓ “Um estudo ecológico ou agregado focaliza a comparação de grupos, ao invés de indivíduos. A razão subjacente para este foco é que dados a nível individual da distribuição conjunta de duas (ou talvez todas) variáveis estão faltando internamente nos grupos; neste sentido um estudo ecológico é um desenho incompleto”. (Morgenstern, cap. Ecologic Studies - in Rothmans, Modern Epidemiology, 2ª Ed., 1998) Indicadores de Mortalidade – 24/02/2021 INTRODUÇÃO • Conjunto dos indivíduos que morreram num dado intervalo do tempo; • Representa o risco ou probabilidade que qualquer pessoa na população apresenta de poder vir a morrer ou de morrer em decorrência de uma determinada doença; • Representam o “peso” que os óbitos apresentam numa certa população. TIPOS • Coeficientes ou taxas de mortalidade geral; • Mortalidade infantil; • Mortalidade por causa; • Letalidade DIVISÕES COEFICIENTES DE MORTALIDADE INFANTIL CURVA DE MORTALIDADE DE ACORDO COM A EFICIÊNCIA DO SISTEMA DE SAÚDE ONDE ENCONTRAM-SE OS DADOS? • Sistema de Informação de Mortalidade (SIM); • Sistema de Informação Ambulatorial (SIA); • Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab); • Sistema de Informação Hospitalar (SIH); • IBGE TIPOS DE ESTUDO Validade e Confiabilidade de Testes – 15/03/2021 CONFIABILIDADE • Capacidade em reproduzir um resultado de forma consistente no tempo e no espaço, ou a partir de observadores diferentes; • Coerência, precisão, estabilidade, equivalência e homogeneidade; • Não é fixo; • Capacidade de adaptação de acordo com a população e local estudados; • Estabilidade, consistência interna e equivalência de uma medida; • Afetada por/pelos: ✓ Avaliadores; ✓ Características da amostra; ✓ Tipo de instrumento; ✓ Método de administração; ✓ Método estatístico. • Critérios ✓ Estabilidade ➢ Grau em que resultados similares são obtidos em dois momentos distintos - estimativa da consistência das repetições das medidas; ➢ Confiabilidade tende a diminuir à medida que o tempo de reaplicação do teste é prolongado; ➢ Intervalo de 10 a 14 dias entre o teste e o reteste; ➢ Amostra: pelo menos 50 sujeitos; ➢ Análise estatística: uso do coeficiente de correlação intraclasse (ICC); ➢ Interpretação dos resultados: valores mínimos de 0,70 entre as classes ✓ Consistência interna ➢ Homogeneidade; ➢ Indica se todas as subpartes de um instrumento medem a mesma característica (constructo); ➢ Análise estatística: uso do coeficiente alfa de Cronbach - reflete o grau de covariância entre os itens de uma escala; ➢ Interpretação dos resultados: se as correlações forem altas, há evidência de que os itens medem o mesmo construto, satisfazendo a avaliação da confiabilidade - correlação entre os itens superiores a 0,30. ✓ Equivalência ➢ Grau de concordância entre dois ou mais avaliadores quanto aos escores de um instrumento (preenchido pelos avaliadores) - confiabilidade interobservadores. ➢ Confiabilidade depende de um treinamento adequado dos avaliadores e de uma padronização da aplicação do teste (Calibração); ➢ Quando existe elevada concordância entre os avaliadores, infere-se que os erros de medição foram minimizados; ➢ Análise estatística: uso do coeficiente Kappa - medida de concordância entre os avaliadores e assume valor máximo igual a 1,00; ➢ Interpretação dos resultados: Quanto maior o valor de Kappa, maior a concordância entre os observadores. VALIDADE • Instrumento medir exatamente o que se propõe a medir • Três principais: ✓ Validade de conteúdo: ➢ Grau em que o conteúdo de um instrumento reflete adequadamente o construto que está sendo medido; ➢ Avaliação do quanto uma amostra de itens é representativa de um universo definido ou domínio de um conteúdo; ➢ Uso de estatística qualitativa. ✓ Validade de critério: ➢ Consiste na relação entre pontuações de um determinado instrumento e algum critério externo; ➢ Critério: medida amplamente aceita, com as mesmas características do instrumento de avaliação, ou seja, um instrumento ou critério considerado “padrão-ouro”. ✓ Validade de construto ➢ Conjunto de variáveis realmente representa o construto a ser medido; ➢ Previsões com base na construção de hipóteses, e essas previsões são testadas para dar apoio à validade do instrumento; ➢ Quanto mais abstrato o conceito, mais difícil é estabelecer a validade de construto. • O fator mais importante a se observar é que não há apenas uma única maneira de se medir confiabilidade e validade. EXEMPLO • Validade e confiabilidade da triagem: “teste da linguinha” • Objetivo: verificar as propriedades psicométricas de validade e confiabilidade, bem como a sensibilidade, especificidade e valores preditivos da Triagem Neonatal proposta a partir do Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês. • Conclusão: A Triagem Neonatal do Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês – “Teste da Linguinha” demonstrou ser um instrumento válido e confiável, assegurando acurácia no diagnóstico das alterações do frênulo lingual Leitura Crítica de Estudos de Causalidade – 17/03/2021 POR ONDE COMEÇAR? • Acesso on-line às bases de dados possibilitou o aumento da disponibilidade da informação; • Porém, 10-15% do material publicado apresenta real valor científico e segue rigorosamente os preceitos metodológicos robustos; • Antes de modificar a prática clínica com base em dados encontrados nas publicações ➔ avaliar se o método é válido, considerando: ✓ Originalidade do artigo; ✓ Validade dos dados; ✓ Tipo de estudo; ✓ Análise dos dados. SEQUÊNCIA • Título; • Resumo; • Introdução; • Método; • Resultados; • Discussão; • Conclusão • Referência bibliográfica. TÍTULO • Informativo; • Curto; • Interessante; • Deve conter: ✓ Tipo do estudo; ✓ Variáveis investigadas; ✓ Amostra. • Analisar: ✓ Existe algum estudo similar? Se sim – este estudo adiciona algo novo? ✓ Há uma amostra maior, ou metodologia mais rigorosa do que o anterior? ✓ Foi selecionada uma amostra diferenciada? ✓ Utilizou medidas de resultados mais apropriadas? RESUMO • Discursivo; • Conciso; • Sem muitos detalhes; • Não deve exceder 250 palavras, e “ir direto ao ponto”. • Apresentar informações essenciais: ✓ Qual é o problema do estudo? ✓ Quem eram os sujeitos? ✓ O que foi encontrado? ✓ Quais foram as conclusões? INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA • Expor o problema da pesquisa; • Linguagem clara, deve trazer a justificativa para a realização do estudo, bem como seus objetivos; • Deve criar o interesse para o problema; ✓ Objeto do estudo; ✓ Referências sobre o assunto; ✓ Justificativa; ✓ Objetivos; ✓ Hipóteses. • Pontos relevantes: ✓ Data de publicação das citações! ✓ Análise ampla e imparcial da literatura sobre o tema. MÉTODO • Requer mais tempo para a análise crítica ✓ Informações detalhadas; ✓ Deve permitir a reprodução;✓ Amostra: ➢ De onde vieram os sujeitos? (clínica, instituição); ➢ Como foram recrutados? Por conveniência ou aleatoriamente? ➢ Sexo, idade, classe social, características clínicas. ➢ Critérios de inclusão e exclusão (restritos ou abertos?) ➢ Representam a condição clínica estudada na vida real? ➢ Me permite comparar com meus pacientes, a ponto de eu tomar uma decisão clínica com base neste estudo? ✓ Critérios de seleção; ✓ Tamanho e cálculo amostral; ✓ Tipo de estudo: ➢ Diretamente ligado à pergunta da pesquisa. ➢ Analisar se o tipo escolhido é o mais adequado para responder ao que foi levantado pelos autores. ➢ Revisões sistemáticas e meta-análises tendem a ter um peso maior para determinar a confiabilidade dos resultados do estudo e sua aplicabilidade prática. Em seguida, ensaios clínicos aleatorizados, estudos de coorte, estudos de caso-controle, séries de casos e pesquisas experimentais em animais. ✓ Instrumentos de avaliação: ➢ Medidas, questionários, índices, escalas. ➢ O instrumento é válido e confiável? ➢ O instrumento fornece resultados que se aplicam na prática profissional? ➢ Houve treinamento prévio? ✓ Cegamento de avaliadores; ✓ Análise dos dados: ➢ Estatística! ➢ Características das variáveis dependentes determinarão a correta escolha do teste estatístico. ➢ Nível de significância adotado. ➢ Métodos estatísticos comuns podem ser usados sem grandes explicações. RESULTADOS • Objetividade; • Precisão; • Sequência; • Lógica; • Onde se apresenta a novidade para a comunidade acadêmica. • O mais claro possível. ✓ Descrições gerais dos experimentos (sem repetir detalhes); ✓ Apresentar resultados principais e significativos; ✓ Resultados breves e atraentes (mais curta do que as outras); ✓ Ilustrações facilitam a compreensão do leitor (gráficos, tabelas ou figuras); ✓ Perdas amostrais. DISCUSSÃO • Realçar os pontos mais importantes, explicar as ocorrências, apontar implicações e aplicabilidade dos resultados. • Não apenas comparar os resultados com os achados da literatura. • Motivo pelo qual se deve acreditar nos resultados. • Resultados sustentam as conclusões? • Há novas proposições de ideias? CONCLUSÃO ✓ Breve; ✓ Direta; ✓ Deve responder aos objetivos do estudo; ✓ Respaldada nos principais achados nos resultados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • São atuais? • Revistas de impacto e de grande expressão na área? • Há muita citação de textos do próprio autor? • Índice Qualis – CAPES, ou Journal Citation Report (JCR). • Artigos publicados em revistas mais conceituadas dão mais credibilidade ao estudo, pois teoricamente, seguiram critério de avaliação mais rigoroso. • Analisar a revista em que o artigo foi publicado. • Analisar o tempo entre a submissão e a real publicação do estudo – periodicidade da revista, ou ainda necessidade de ajustes e correções solicitados pelos revisores. Pesquisa Científica e Relatórios de Pesquisa – 24/03/2021 CIÊNCIA • É um processo de investigação – este processo deve ser planejado. • Planejar: traçar o curso de ação que deve ser seguido no processo da investigação científica; • Prever as possíveis alternativas existentes para se executar algo. • Flexibilidade- característica principal do planejamento da pesquisa. • A investigação deve estar em função das normas, mas em função do seu objetivo que é buscar a explicação para o problema investigado; • Pesquisar significa identificar uma dúvida que necessita ser esclarecida e construir e executar o processo que apresenta a sua solução, ou quando não há teorias que expliquem, ou quando as teorias que existem não estejam aptas para fazê-lo. • Não existe um método rígido a ser seguido, mas sim critérios gerais norteadores, orientadores da pesquisa científica, que facilitam o processo de investigação científica. TIPOS DE PESQUISA • Procedimento geral usado para investigar o problema: ✓ Pesquisa bibliográfica: conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou problema. ✓ Pesquisa experimental: relação entre causas e efeitos de um determinado fenômeno. ✓ Pesquisa descritiva: avalia as relações entre variáveis à medida que elas se manifestam espontaneamente em fatos, situações e nas condições que já́ existem. Não há manipulação a priori das variáveis. • “ Em primeiro lugar, é preciso saber formular problemas. E, digam o que disserem, na vida cientifica os problemas não se formulam de modo espontâneo. É justamente esse sentido do problema que caracteriza o verdadeiro espirito científico. Para o espírito científico, todo conhecimento é resposta a uma pergunta. Se não há pergunta, não pode haver conhecimento científico. Nada é evidente. Nada é gratuito. Tudo é construído” (BACHELARD, 1996). FLUXOGRAMA DA PESQUISA CIENTÍFICA • Etapa preparatória ✓ Tema ➔ Temas que estejam ao alcance da sua capacidade e do seu nível de conhecimento. ✓ Delimitação do problema ➔ Definição e enunciado. Provisória – pode ter alteração com a revisão da literatura, a construção do marco de referência teórica, e se estende até o término da elaboração do projeto. ✓ Revisão bibliográfica ➔ Capacita o investigador, evidencia a base teórica já disponível na ciência sobre o problema investigado. ✓ Hipóteses! • Elaboração do projeto de pesquisa a) Tema, problema, justificativa; b) Objetivos; c) Referência teórica; d) Hipóteses, variáveis; e) Metodologia (população, amostra, instrumentos e plano de coleta, análise dos dados); f) Descrição do estudo piloto; g) Orçamento e cronograma; h) Referências bibliográficas; i) Anexos. • Execução ✓ Realização da coleta dos dados. ✓ Treinamento prévio de entrevistadores. ✓ Tabulação, digitação dos dados, análise estatística. ✓ Avaliação das hipóteses. • Elaboração do relatório ✓ Expor sua investigação, dificuldades, limitações e resultados obtidos. ✓ Capacidade crítica – não agir com proteção tendenciosa dos resultados. OS RELATÓRIOS/TRABALHOS CIENTÍFICOS: • Artigo para ser publicado em algum periódico; • Monografia com objetivos acadêmicos (TCC, dissertação de mestrado ou tese de doutorado); • Obra para ser publicada; • Coerência lógica, coesão textual e normas técnicas padronizadas e convenções tradicionais devem ser respeitadas. Investiga-se “o” problema (um único, e não vários) – trabalhos monográficos. ESTRUTURA DOS RELATÓRIOS DE PESQUISA • Elementos pré-textuais a) Capa b) Folha de rosto c) Errata (opcional) d) Folha de aprovação: autor, título por extenso, local e data de aprovação, nome, assinatura e instituição dos membros componentes da banca examinadora. e) Dedicatória (opcional): Aparece após a folha de aprovação, nas teses e dissertações; nos outros trabalhos após a folha de rosto. f) Agradecimentos (opcional) g) Epígrafe (opcional) h) Resumo na língua vernácula i) Resumo na língua estrangeira: limitado a 250 - 300 palavras. Em dissertações de mestrado ou teses de doutorado há necessidade de se apresentar também a tradução em, no mínimo, uma língua estrangeira. j) Sumário k) Lista de ilustrações (opcional): tabelas, gráficos ou ilustrações - listá-los, especificando o número, o título e indicando as páginas em que se encontram no texto. • Elementos textuais a) Introdução: problema, objetivos, justificativa, hipóteses b) Desenvolvimento: detalhamento do problema, revisão, referência teórica, sujeitos, amostragem, apresentação e discussão dos resultados, avaliação crítica das hipóteses. ➢ População: indivíduos, critérios de inclusão e exclusão ➔ idade, sexo, peso, IMC, raça, comorbidades; ➢ Delineamento experimental: como será feito o recrutamento? As avaliações e intervenções? De onde vêm os pacientes; como serão abordados; quantos dias serão avaliados; intervenção: duração do programa, frequência; acompanhamento(por telefone? Pessoalmente?) ➢ Instrumentos de avaliação e estatística: ❖ Cálculo de amostra. ❖ Testes estatísticos utilizados. ❖ Instrumentos devem ser colocados no anexo. Podem ser clínicos, ou questionários. o Clínicos: paciente submetido a alguma avaliação (ex: teste timed up and go; goniometria, teste de força). Analisar a relevância – testes padrão ouro. Curvas de normalidade. o Questionários ou entrevistas: avaliações obtidas por meio de perguntas e respostas. ➢ Metodologia: ❖ Estudos de coorte: um grupo de sujeitos é seguido por um tempo; ❖ Estudos transversais: medições feitas em um único momento; ❖ Estudos observacionais: indivíduos acompanhados sem uma intervenção; ❖ Estudos clínicos aleatorizados: o objetivo é comparar a efetividade das intervenções. ➢ Referências bibliográficas: ❖ A citação informada deve ser autêntica. ❖ Inovação; ❖ Equilíbrio entre citações antigas e recentes (< 5 anos), 50%. ❖ Padronização. ❖ Origem – nacionais e internacionais, incluir a regionalização sobre o tema. ❖ Cientificismo – atenção ao citar livros e referências da internet. ➢ Anexos ❖ Incluir todos os documentos citados, na ordem em que aparecem, numerados. – Inclui termo de consentimento livre e esclarecido. ➢ Cronograma ❖ Adequação: mostra ao revisor a exequibilidade do projeto. ❖ Ser realista: o início normalmente é mais lento. ❖ Incluir todas as variáveis: número de indivíduos, elaboração de artigos e resumos para congressos, qualificação e defesa, relatórios a serem apresentados, levantamento bibliográfico, período para análise estatística. Usar bimestre/trimestre. ➢ Orçamento ❖ Se muito baixo, informar “recursos próprios”. ❖ Questionários: papel, toner de impressora, transporte, mão de obra do pesquisador. ❖ Material permanente e de custo de vida útil média (5 anos) – mobiliário de escritório, computadores, macas, bicicletas ergométricas, televisores, etc. ❖ Material de consumo e outros renovados a cada sujeito: gaze, algodão, etc. ❖ Pagamentos de terceiros: empresas que consertam equipamentos, encadernações de teses, serviços de engenharia, etc. ❖ Transporte: para pacientes e pesquisadores, passagens para congressos c) Conclusão: síntese e avaliação das limitações da pesquisa. d) Notas e) Citações • Elementos pós-textuais a) Referências bibliográficas: lista ordenada das obras citadas. b) Apêndice (opcional): textos complementares elaborados pelo autor. c) Anexo (opcional): documento que fundamenta ou ilustra o texto. d) Glossário (opcional): lista em ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas usados no texto, com suas respectivas definições. ARTIGO CIENTÍFICO • Identificação ✓ Título do trabalho; ✓ Autores/coautores; ✓ Qualificação dos autores (profissional e acadêmica). • Abstract ✓ Resumo do que foi pesquisado, objetivos pretendidos, metodologia e resultados alcançados. Para periódicos, deverá vir em língua estrangeira também (inglês). • Palavras-chave ✓ Termos (palavras ou frases curtas) que indicam o conteúdo do artigo, em português e na língua estrangeira (sugestão: DeCS). APRESENTAÇÃO DOS RELATÓRIOS DE PESQUISA • Normas e orientações ✓ NBR 6023 – ATUALIZADA 2020 – referências; ✓ NBR 14724 – estrutura partes interna e externa; ✓ NBR 10520 – citações em documentos. • Paginação ✓ Folhas contadas sequencialmente, embora nem todas numeradas, a partir da folha de rosto. ✓ Números arábicos, canto superior direito, a 2cm da borda superior e 2cm da borda direita. ✓ Margens e espaçamento: ❖ Papel, margens e espaçamento. ❖ Espaçamento 1,5cm. ❖ Fonte 12 para texto, e 10 para citações longas e notas de rodapé (neste caso, espaço simples). ❖ Dois espaços duplos entre os títulos que encabeçam as partes e subdivisões e entre o texto e o início de uma citação longa. • Citação • Referências bibliográficas Artigo para a N1 – Principais pontos! Desenvolvimento, validade e confiabilidade de um questionário para avaliar padrões de perda rápida de peso em judocas. INTRODUÇÃO • Alguns estudos relataram que os lutadores perdem uma quantidade significativa de peso corporal alguns dias antes das competições, buscando alguma vantagem contra oponentes mais fracos e menores ao se classificar em uma classe de peso mais leve ➔ restrição severa da ingestão de alimentos e líquidos, exercícios com roupas de borracha o plástico, saunas, uso de pílulas diuréticas e até vômitos. • Considerando a popularidade do judô em todo o mundo, o número de atletas em risco de lesões à saúde devido à rápida perda de peso tornou-se uma preocupação no campo da medicina esportiva. Assim, novos estudos devem ser realizados a fim de caracterizar os padrões de perda rápida de peso nesse esporte. No entanto, para abordar os padrões de perda rápida de peso nessa classe de atletas, é necessário haver um questionário especificamente elaborado para esses atletas. Até então, não havia um questionário assim, sendo este o objetivo do projeto: desenvolver um questionário para avaliar os padrões de perda rápida de peso de judocas competitivos e avaliar a validade de conteúdo, discriminante, convergente e a confiabilidade. MATERIAIS E MÉTODOS • Participantes: recrutaram 254 atletas para participar do estudo. Eles já tinham pelo menos 2 anos de experiência no esporte, com idade maior que 11 anos e estavam em competições. • Design do estudo: foi realizado em duas etapas diferentes. Na primeira foi elaborado o questionário e o sistema de pontuação de cada item específico e o total. A segunda etapa baseou-se na avaliação da validade do questionário. • Desenvolvimento do questionário: desenvolveram o Rapid Weight Loss Questionnare (RWLQ), um instrumento de autorrelato, baseado em questionários antigos utilizados em estudos anteriores focados em lutadores em geral. Foi usado um estilo de linguagem simples e clara, além de um layout básico e fácil. Consultaram judocas e treinadores experientes sobre os termos mais adequados. Questões que avaliavam transtornos alimentares foram excluídos. Atribuímos pontuações individuais a todas as questões que avaliaram os comportamentos de perda rápida de peso. Portanto, o RWLQ gerou uma pontuação total que refletiu o nível de dano e agressividade dos padrões de perda rápida de peso. Quanto maior a pontuação alcançada por um atleta, mais agressivas e prejudiciais tendem a ser suas estratégias de controle de peso. • Validade convergente: foi avaliada pela correlação entre a pontuação do RWLQ e a pontuação da Restraint Scale, escolhido como padrão externo porque, embora não avalie os padrões de perda rápida de peso, é uma ferramenta válida para identificar pessoas que estão excessivamente preocupadas com o peso corporal. • Validade discriminante: o RWLQ foi adm a dois grupos de atletas, sendo eles os que estavam com peso abaixo do limite da sua classe de peso individual e atletas com peso corporal acima do limite de sua classe de peso individual. Escolheram essa abordagem porque, teoricamente, os atletas abaixo do limite da classe de peso geralmente não precisam reduzir o peso antes das competições e são menos propensos aos riscos de perda rápida de peso em comparação com os atletas acima do peso. Portanto, para ser considerado válido, o RWLQ deve ser capaz de discriminar atletas com diferentes níveis de agressividade em seus comportamentos de controle de peso pré-competitivo. • Confiabilidade: o teste e o reteste do RWLQ foram realizados para avaliar a confiabilidade. Foi detalhado que o melhor intervalo de tempo para realizar os dois testes é de 3 meses, pois evita as lembranças das respostas. Porém, quando um período tão longo pode gerar diferenças nas respostas devido a mudanças naturais de comportamento, deve-se usar um período mais curto, preferencialmente com duração de cerca de 1 mês, o que foi o caso desse estudo, exceto quando os atletasiriam competir neste período. Nesse caso, usaram o maior período possível, no mínimo 2 semanas entre o teste e o reteste. ANÁLISE ESTATÍSTICA • Os resultados são expressos como média e desvio padrão; • Para medir a validade convergente, foi usado o teste de correlação de Spearman entre os escores RWLQ e RS; • A validade discriminante foi avaliada usando um teste (Mann-Whitney ?); • Para avaliar a confiabilidade de todas as perguntas cujas respostas foram numéricas e paramétricas, usamos um método bidirecional ➔ modelo ANOVA aleatório do coeficiente de correlação interclasse. Usaram a porcentagem de concordância entre as pontuações do teste e reteste para as questões cujas respostas eram dicotômicas (sim ou não). Para aqueles cujas respostas estavam em uma escala de 5 pontos, calcularam a proporção de participantes que registraram a mesma resposta nas duas ocasiões ou discordaram por apenas 1 ponto na escala. Em uma das questões, o item “não uso mais” foi analisado separadamente e não foi usado para calcular o intervalo. Além disso, avaliaram a confiabilidade do resumo do questionário usando o método de Spearman. A fim de identificar vieses sistemáticos, testaram os escores do RWLQ obtidos no teste e no reteste por meio do Teste de Classificação Sinalizada de Wilcoxon. O uma valor foi definido anteriormente em 5%. Todas as análises foram realizadas no software SPSS 14. • O RWLQ foi avaliado positivamente pelos especialistas. Nenhuma questão foi considerada irrelevante, pouco clara ou ambígua por mais de dois especialistas (20%). Encontraram uma correlação moderadamente alta e significativa entre os escores do RWLQ e do RS, conforme ilustrado na fig. 1 Não foram encontradas diferenças estatísticas entre os escores do RWLQ obtidos no teste e no reteste (fig. 2). As questões cujas respostas foram paramétricas pareceram bastante estáveis, conforme evidenciado pelos altos ICCs (Tabela 1) • Além disso, a confiabilidade do resumo foi muito alta, conforme evidenciado pela correlação de Spearman entre as pontuações do teste e reteste sendo 0,92 ( P o 0,001; n 5 94) e pelo de Cronbach uma sendo 0,98. Da mesma forma, as proporções de atletas que registraram a mesma resposta ou que discordaram apenas por 1 ponto nas questões da escala de 5 pontos foram 4 80% (Tabelas 3 e 4). A Figura 3 mostra que o questionário foi capaz de discriminar muito bem os atletas que precisam constantemente de redução de peso antes das competições (peso corporal acima do respectivo limite de classe de peso) daqueles que não precisam de constante DISCUSSÃO • Existem vários riscos relacionados à rápida perda de peso e ciclagem de peso, como atividade imunológica deprimida, desequilíbrio no estado hormonal, redução da densidade óssea, obesidade na meia-idade, comprometimento temporário do crescimento e hipertermia. O risco individual para um atleta depende da interdependência entre a quantidade de peso corporal reduzido, o tempo de redução, a frequência dos episódios e os métodos utilizados. O RWLQ foi desenvolvido para resolver essas questões e pode ser útil para medir o risco de um atleta ou de uma população como um todo. • A confiabilidade é uma característica muito importante de qualquer ferramenta de medição válida. De acordo com Nevill et al. (2001), mais importante do que avaliar a confiabilidade de uma "estatística resumida" (como a correlação teste-reteste de uma pontuação geral) é realizar uma análise de confiabilidade item por item. Essa abordagem evita que itens individuais com baixa estabilidade sejam negligenciados no processo de cálculo da média ou cancelamento. O RWLQ é composto por diversos tipos de questões, incluindo questões cujas respostas são numéricas, dicotômicas ou em escala ordinal de 5 pontos. Os resultados indicaram que RWLQ tem estabilidade e confiabilidade muito boas, já que o ICC ou a proporção de concordância de todas as questões individuais era bastante alta. Além disso, as correlações altas e significativas e a falta de diferenças significativas entre os escores do teste e reteste indicam que os escores do RWLQ eram confiáveis e livres de viés sistemático. Juntos, esses resultados mostram que o RWLQ é altamente confiável e que os atletas são capazes de responder às perguntas com boa precisão e exatidão. • A validade discriminante se refere à capacidade de uma ferramenta de medição de detectar diferenças entre grupos que são sabidamente diferentes. Dessa forma, avaliaram se o RWLQ foi capaz de diferenciar atletas com peso corporal abaixo ou acima da classe de peso. Teoricamente, os atletas acima de suas classes de peso precisam constantemente ajustar o peso corporal para competir e, consequentemente, seus comportamentos de emagrecimento tendem a ser mais agressivos. De acordo com os resultados, o RWLQ apresentou boa habilidade em diferenciar esses dois grupos de atletas e, portanto, o questionário teve boa validade discriminante. • Os estudos de validação foram realizados com amostra relativamente grande e heterogênea, incluindo competidores de ambos os sexos, ampla faixa de nível competitivo e faixa etária. Apesar disso, todos os aspectos da validação apresentaram resultados muito positivos, o que indica que o RWLQ pode ser respondido com precisão por quase todos os judocas engajados em competições oficiais, independente de idade, sexo ou nível competitivo. • Pontos problemáticos: questionário em inglês precisa passar por rigorosa validação, não apresenta pontos de corte para os escores do RLWQ que podem ser usados para avaliar e classificar atletas em determinadas categorias de risco e o peso usado para as questões, pois apesar de terem sido concebidos para produzir pontuações mais altas conforme o nível do dano, não se pode presumir uma relação linear entre a pontuação e o nível do dano. Técnicas e Instrumentos de Coleta de Dados em Pesquisa – 14/04/2021 SEGUIR FLUXOGRAMA METODOLOGIA • Coleta de dados: processo de recolhimento de dados utilizando técnicas e instrumentos específicos; • Análise de dados: tratamento de dados (estatística). TÉCNICA E INSTRUMENTO • Técnica: maneira de tratar detalhes técnicos ou de usar movimentos do corpo ou de executar um procedimento. ✓ Entrevista; ➢ Encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de um determinado assunto; ➢ Tipos de entrevista ❖ Estruturada: o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido. Não é permitido adaptar as perguntas a determinada situação, inverter a ordem ou elaborar outras perguntas; ❖ Não estruturada: o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção. Permite explorar mais amplamente uma questão. ❖ Semi estruturada. ❖ Vantagens o Pode ser utilizada com todos os segmentos da população se usado termos adequados; o Há maior flexibilidade: o entrevistador pode repetir a pergunta; formular de maneira diferente; garantir que foi compreendido; o Permite obter dados que não se encontram nas fontes documentais; o Informações mais precisas; o Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento estatístico, mas não todos. ❖ Desvantagens o Necessidade de contato inicial; o Formulação das perguntas em ordem lógica; o Registro das respostas; o Dificuldade de expressão de ambas as partes; o Incompreensão do entrevistado em dar informações desnecessárias; o Ocupa muito tempo; o Tamanho da amostra menor que o questionário. ✓ Questionários; ➢ Instrumento de coleta de dados constituído por uma série de perguntas, que devem ser respondidas por escrito; ➢ Técnica mais utilizada; ➢ Uso de questionários validados; ➢ Uso de questionários idealizados pelo pesquisador. ➢ Material: papel, eletrônico, uso de softwares (RedTec) e programas específicos; ➢ Aplicações: pelo pesquisador, pela equipe de pesquisaou autoaplicação; ➢ Escolha do instrumento: depende o que se quer avaliar, ➢ Desvantagens ❖ Quando enviados: o Porcentagem pequena dos questionários que voltam; o Perguntas sem resposta. ❖ Feito pelo pesquisador: o Limitação em auxiliar o informante em questões mal compreendidas; o Dificuldade de compreensão gera uniformidade aparente. ➢ Vantagens ❖ Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados; ❖ Atinge maior número de pessoas simultaneamente; ❖ Abrange uma área geográfica mais ampla; ❖ Economiza pessoal; ❖ Obtém respostas rápidas e exatas; ❖ Liberdade de repostas. ➢ Tipos de pergunta ❖ Aberta: são as que permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria e emitir opiniões; o Dificulta a resposta ao próprio informante, que deverá redigi-la; o Processo de tabulação; o O tratamento é estatístico e a interpretação; o A análise é difícil, complexa, cansativa e demorada. ❖ Fechada: são aquelas em que o informante escolhe sua resposta entre duas opções; o São aquelas em que o informante escolhe sua resposta entre duas opções; o Facilita o trabalho do pesquisador e também a tabulação, pois as respostas são mais objetivas. ❖ Múltipla escolha: são perguntas fechadas, mas que apresentam uma série de possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto o Facilmente tabulável e proporciona uma exploração em profundidade quase tão boa quanto a perguntas abertas; o Mais informações sobre o assunto, sem prejudicar a tabulação. ✓ Observação ➢ Utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Consiste em ver, ouvir e examinar fatos ou fenômenos. ➢ Passo a passo 1. Definição do problema; 2. Decisão sob formas de observação; 3. Decisão sobre o levantamento de dados; 4. Determinação das características a serem observadas; 5. Verificar os critérios científicos; 6. Construção do sistema final de observação; 7. Aplicação do inventário de observação. ➢ Tipos ❖ Sistemática: baseada em critérios científicos, planejada, controlada; ❖ Não sistemática: observação diária sem critérios científicos; ❖ Estruturada: sistema diferenciado de categorias, alto grau de confiabilidade; ❖ Não estruturada: categorias gerais e abertas; liberdade de observação. ➢ O Principal problema é que a presença do pesquisador pode provocar alterações no comportamento dos observados, destruindo a espontaneidade dos mesmos e produzindo resultados pouco confiáveis. ➢ É considerada científica quando: ❖ É planejada sistematicamente; ❖ É registrada metodicamente; ❖ Está sujeita a verificação e controles sobre a validade e segurança. • Instrumento: objeto simples ou constituído por várias peças, que serve para executar um trabalho, fazer uma medição ou observação. Comissão de Ética em Pesquisa – 05/05/2021 CÓDIGO DE NUREMBERG (1947) • Criado por juízes dos EUA para julgar os médicos nazistas acusados; • O consentimento voluntário do ser humano é absolutamente essencial. Isso significa que as pessoas que serão submetidas ao experimento devem ser legalmente capazes de dar consentimento; essas pessoas devem exercer o livre direito de escolha sem qualquer intervenção de elementos de força, fraude, mentira, coação, astúcia ou outra forma de restrição posterior; devem ter conhecimento suficiente do assunto em estudo para tomarem uma decisão lúcida. • Não deve ser conduzido qualquer experimento quando existirem razões para acreditar que pode ocorrer morte ou invalidez permanente; exceto, talvez, quando próprio médico pesquisador se submeter ao experimento; • O participante do experimento deve ter a liberdade de se retirar no decorrer do experimento, se ele chegou a um estado físico ou mental, no qual a continuação da pesquisa lhe parecer impossível. DECLARAÇÃO DE HELSINKI (1964) • Princípios éticos para as pesquisas médicas em seres humanos; • Documento de princípios éticos, para fornecer orientações aos médicos e outros participantes de pesquisas clínicas envolvendo seres humanos. INTRODUÇÃO • Todos os procedimentos de pesquisas realizados com seres humano direta ou indiretamente devem ser avaliados por um comitê de ética em pesquisa; • Modo de abordagem dos participantes da pesquisa; • Justificativa para participação de grupos vulneráveis; • Análise crítica de benefícios diretos esperados; • Descrição das medidas de monitoramento da coleta de dados e proteção à confidencialidade; • Previsão de ressarcimento de gastos; • Previsão de indenização e/ou reparação de danos. 3 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO • Documento que afirma a anuência do voluntário na pesquisa; • Assinado pelo voluntário ou representante legal (população vulnerável); • Explicação da pesquisa de forma simples; • Dispensado quando não é possível obtenção. Comunicação Científica – 12/05/2021 INTRODUÇÃO • A comunicação não deve ser pensada como um fenômeno de mão única, do emissor ao receptor, mas como um sistema interacional • Refere-se à informação apresentada em congressos, simpósios, semanais, reuniões, encontros, sociedades científicas, que serão posteriormente publicadas em anais e revistas. ASPECTOS • Finalidade: ✓ Levar as pessoas à reflexão, fazendo-as perceber as coisas do cotidiano de modo diferente e persuadindo-as com argumentos; ✓ A pessoa que comunica as informações tem como objetivo tornar comum a outras pessoas os frutos de seu saber, de seu aprendizado, de sua atividade. • Informações: ✓ Apresentar determinados temas ou problemas originais, criativos, inéditos e divulgar os últimos resultados das pesquisas científicas e/ou do desenvolvimento das ciências; ✓ É fundamental saber o que se quer comunicar, para quem, quando e onde. • Estrutura ✓ Formatação das informações de acordo com os padrões internacionais estabelecidos para trabalhos científicos. Os assuntos podem divergir quanto ao conteúdo, ao material, mas não em relação ao aspecto formal; ✓ Introdução, desenvolvimento e conclusão. • Linguagem ✓ Rigor no uso da linguagem; ✓ Correção gramatical; ✓ Exposição clara, concisa e objetiva; ✓ Linguagem direta, precisão e rigor com o vocabulário técnico; ✓ Ordem lógica – organizar as informações e as ideias. ESTÁGIOS DA COMU NICAÇÃO • Preparação: domínio das informações que se pretende comunicar. O autor deve estar apto, portanto, para responder às perguntas que poderão ser formuladas sobre o tema; • Apresentação: pronunciar com clareza o que está escrito. Dar velocidade razoável à leitura , para prender a atenção dos ouvintes (evitar a fala monótona). Dar ênfase às palavras-chaves; • Arguição: prestar atenção às questões formuladas para responde-las adequadamente. Se não souber responder, reconheça. Porém, você pode sugerir uma resposta. APRESENTAÇÃO FORMAL EM CONGRESSOS • Mesa: constituída por um presidente, um secretário e um orador; • Tempo de exposição estabelecido com antecedência, assim como o da arguição; • Se orais: devem ser anotadas pelo orador, para não haver engano de respostas; • Se escritas: o presidente pode agrupar as questões para facilitar as repostas; • Geralmente é uma exposição oral, mas pode destinar-se à publicação; • Pensar, planejar; • Geralmente Datashow; • Em pé ou sentado, em frente ao público, sem fixar uma pessoa, tentando atrair a atenção e o respeito dos que ouvem; • Evitar cacoetes e tiques, variar tom de voz e velocidade, falar com autoridade e clareza; • Vocabulário técnico, porém adequado, compreensível e de acordo com o nível e número de pessoas; • A conferência ideal leva cerca de 30 minutos; cinco para introdução e cinco para a conclusão. COMUNICAÇÃO EM POSTER • É a exposição de um cartaz, acompanhada da apresentação feita pelo autor para o público que se aproxima dele; • O poster funciona quando consegue atrair a atenção do público e estimula o interesse; • Geralmente o pôster épendurado em local pré-determinado pelos organizadores do evento; • Permite que grande número de pesquisadores informarem sobre o andamento ou os resultados de seus trabalhos; • O pôster utiliza textos, imagens e outras expressões visuais e também é apresentado oralmente, então é considerado um meio comunicativo multimodal . • Cada evento especifica o formato do pôster, incluindo as dimensões e a forma de exposição. ✓ Formatação: ➢ O pôster deve ser formatado no tamanho A0 (dimensões aproximadas de 0,85 x 1,20m), e apresentado na posição retrato (vertical). ➢ Instruções para elaboração do pôster a) Dimensões do pôster: Largura: 85cm. Altura: 100cm; b) O pôster deve conter: logomarca e titulo idêntico ao resumo submetido ✓ ATENÇÃO: um pôster não é um ar/go comprimido em colunas. Para elaborar a mensagem que o pôster vai transmitir, é fundamental escolher as informações principais, de modo claro e simples. ✓ Observar as regras do evento científico, e qual é o público-alvo. ✓ Imaginar quais elementos gráficos serão visíveis a longas distâncias. ✓ 10m: uma mancha borrada. ✓ 5m: os elementos mais visíveis são o título e as ilustrações mais destacadas – estes elementos visuais precisam estar aptos a comunicar com muita eficiência o tema do trabalho . ✓ 2m: tornam-se legíveis o subtítulo, títulos de seções, chamadas em destaque, fotos e gráficos menores . ✓ 1m: já é possível ler o texto do trabalho, os nomes dos autores, legendas e contatos. • Layout ✓ Quais as melhores cores? ✓ Quantas seções terá o pôster? ✓ Onde e como serão organizadas imagens e figuras? ✓ Espaços em branco: margens, espaços entre colunas, vazios. São necessários espaços livres para evitar uma sensação de excesso de informação e custo de leitura Sobre as cores: fundo escuro e letras claras tornam a leitura cansativa – o ideal é fundo claro e cores escuras. ✓ Use o negrito para ressaltar, mas não em excesso. ✓ Trazer apenas o essencial – para mais, entrar em contato com os autores. ✓ Tipos de fonte: no máximo 2 (ex: Arial Narrow no corpo do texto, e Impact nos títulos) ✓ Sugestão: dividir o layout de texto em três colunas e escolher um tamanho de fonte que permita que cada coluna entre 60 e 80 caracteres no máximo por linha; ✓ Alinhar à esquerda, sem justificar. O texto desalinhado à direita amplia o espaçamento relativo entre colunas, evita a repetição cansativa de um padrão excessivamente enquadrado e ajuda na legibilidade geral . • Programas para formatação de pôsteres: é possível usar Word ou Power Point, ou ainda programas especializados como o Corel Draw e o Adobe Illustrator. • Fundamentais: ✓ Identificação institucional: nome da instituição/ da equipe de autores/ contato dos autores para contatos posteriores. ✓ Identificação de apoio à pesquisa (PIBIC/PIBIT ou CNPq/ FAPESB, etc). ✓ Título para ler a 5m de distância – observar o tamanho da fonte / tipo/ cor/ extensão do título. ✓ Texto sintético e direto. ✓ Linguagem formal, com termos técnicos e específicos da área de conhecimento em questão. Harmonia entre imagens e textos – disposição equilibrada no poster; ✓ Salvar em PDF para levar para a impressão, evitando desconfiguração. Impressão em lona ou papel. COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA ORAL • Sonoridade e ritmo ✓ Falar pausadamente, conversando com a plateia. ✓ Dar tempo para que os ouvintes reflitam sobre o que ouviram, como num diálogo. ✓ Variar a voz para enfatizar alguns pontos do discurso (evitar que fique monótono). ✓ Falar com a certeza de que todos ouvem com clareza, ser firme. • Manutenção da atenção ✓ Evitar que os ouvintes dispersem. ✓ Voltar regularmente à temática principal, situando o ouvinte sobre a trajetória da sua exposição, pois ele pode ter “perdido o fio da meada”. ✓ Alterar o ritmo ajuda a prender a atenção. ✓ Ao perceber que os ouvintes estão cansados: sinalizar que está chegando ao fim (ex: para finalizar; vamos ver mais um aspecto e iremos para o intervalo...) • Uso de recursos audiovisuais ✓ Utilizá-los apenas se forem a melhor opção para comunicar determinado assunto. ✓ Há casos em que o quadro negro ou apenas a arguição oral contemplam a comunicação de forma mais adequada. ✓ Porém, imagens são interessantes – a espécie humana é muito visual. Usar imagens simples. • Fator tempo ✓ Iniciar e encerrar no horário pré-estabelecido é uma questão de respeito. ✓ Em congressos: se uma apresentação tem início atrasada, impede que o ouvinte consiga participar de outra apresentação em outra sala no horário marcado. Ou ainda, reduz o tempo destinado à discussão ao tema ao final da apresentação. ✓ Indicam falta de objetividade do apresentador. Mesmo dentro do tempo permitido, atentar-se para não passar de 45 minutos, pois além disso o ouvinte se cansa. ✓ Filmes: muitos recursos para prender a atenção por 80, 120 minutos. ✓ Basta uma apresentação equivocada para destruir anos de estudo e dedicação! • Eu, nós, ninguém ✓ Qual o tempo verbal a ser usado? ✓ Primeira pessoa do singular: a vantagem é transmitir honestidade. Porém, ao mesmo tempo, transmite “pedantismo”, dependendo da forma de expressão; ✓ Primeira pessoa do plural: inclui o público no discurso, transmite cumplicidade. Porém, passa a ideia de falsa modéstia (diz nós para algo que sabe que foi ele quem fez) impessoal – é frio e distante do público. Não é interessante usar em apresentações, embora seja comum em linguagem escrita. ✓ Técnica de persuasão: usar a primeira pessoa do plural. Ao receber do ouvinte, um ponto de vista do qual o apresentador discorda, pode iniciar a argumentação concordando com a ideia – na primeira pessoa do plural, torna-se cúmplice o ouvinte, e, em seguida, pode inserir suportes adicionais. Como estão todos do mesmo lado, é hora de apresentar seu contra-argumento, que conduzirá a plateia para ir se convencendo a substituir a ideia. • Uso de slides ✓ Para projeção de slides, o ideal é que as luzes do ambiente fiquem apagadas. ✓ Atentar-se para a necessidade ou não de interromper a apresentação muitas vezes para usar o quadro, por exemplo – pois o “liga e desliga” das luzes pode incomodar o sistema visual dos presentes - pode dispersar a atenção. ✓ Uso exagerado de efeitos especiais no Power Point: atrapalha a atenção. ✓ Sinais sonoros: não usar; ✓ Usar hiperlinks; ✓ Usar fundo claro e letras escuras – em ambientes claros; ✓ Usar fundo escuro e letras claras – em ambientes escuros para projeção.
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