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1 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 Marc 2 - Pediatria OBJETIVO 1: ANALISAR O SCORE DE APGAR. - A escala de Apgar foi proposta em 1953 pela médica Virgínia Apgar, inicialmente sendo uma rápida análise clínica do recém- nascido. Após mudanças, a escala tornou-se um padrão de avaliação do bebê, sendo a soma de cinco sinais, determinados nos primeiros um e cinco minutos de vida da criança. É uma avaliação feita na sala de parto e a pontuação é anotada na Caderneta da Criança. - Em inglês, a palavra APGAR constitui também um acrônimo referente aos parâmetros orgânicos considerados, em que as letras correspondem, respectivamente a: A - Activity (tônus muscular); P - Pulse (frequência cardíaca); G - Grimace (prontidão reflexa); A - Appearance (coloração da pele); R - Respiration (respiração). - Ele é o método que melhor avalia as condições de vitalidade do recém-nascido, sua adaptação à vida extrauterina e determina se ele precisa ou não de assistência médica imediata. - Os sinais são avaliados e, para cada um, é aplicada uma nota que varia de zero, nota que indica a ausência do sinal, e dois, nota que indica a plena existência desse sinal. Os sinais avaliados são: força muscular, frequência de batimentos do coração, reflexo, respiração e cor. A somatória desses sinais gera uma nota que varia de 0 a 10. - Dessa forma, o índice total do bebê ao nascer pode variar de zero a dez, indicando desde as piores condições (zero) até as melhores possíveis (dez). Os cinco sinais objetivos devem ser avaliados no primeiro e quinto após o nascimento e são: Frequência cardíaca. Respiração. Tônus muscular. Prontidão reflexa. Cor da pele. - O Apgar é afetado pela idade gestacional, pelo uso de medicações pela gestante, por condições neurológicas do recém-nascido e por possíveis manobras de intervenção cardiorrespiratória que ele demande. - Os sinais avaliados são: coloração da pele, pulso, irritabilidade reflexa, esforço respiratório, tônus muscular, conforme mostra a tabela abaixo. O somatório da pontuação (no mínimo 0 e no máximo 10) resultará no Escore de Apgar. - A avaliação do primeiro minuto mede as reações do bebê ao parto e a avaliação do quinto diz respeito a sua adaptação à vida extrauterina. - O resultado do primeiro minuto geralmente está relacionado com o pH do cordão umbilical e traduz asfixia intraparto. - Já o Apgar do quinto minuto se relaciona com eventuais sequelas neurológicas. Além disso, escore menor que 7 é indicativo de asfixia perinatal. - O escore deixou de ser usado com o objetivo de determinar a reanimação neonatal e passou a ser usado para avaliar a resposta do RN às manobras realizadas. - O Teste ajuda a detectar eventuais problemas respiratórios ou cardíacos, permitindo um tratamento precoce, quando for o caso. Uma primeira avaliação baixa não é necessariamente sinal de alarme. Ela pode apenas ser indicativa de que o bebê requer alguns cuidados, como aspiração das vias respiratórias ou administração de oxigênio. - Há bebês que demoram um pouco mais para se adaptarem à vida extrauterina, o que pode ser um fator que explique um valor inicial mais baixo. - Um valor baixo no primeiro minuto também pode ocorrer em bebês nascidos de uma gravidez de risco, de cirurgia cesariana (devido à anestesia aplicada à mãe) ou de um parto prematuro ou simplesmente mais prolongado e/ou complicado. - É frequente que as avaliações feitas cinco minutos após o nascimento sejam mais positivas que as tomadas um minuto após o nascimento. - A frequência cardíaca é avaliada em batimentos cardíacos por minuto; a respiração pode ser verificada através do choro fraco ou vigoroso; o tônus muscular pela flexibilidade e movimentação das pernas; os reflexos pelas caretas, tosse ou espirro ante uma estimulação específica; a cor da pele pode ser caracterizada como pálida, azulada ou rosada. Cada um desses parâmetros deve ser pontuado da seguinte maneira: A. Frequência cardíaca: 0, ausente; 1, menor que 100 batimentos por minuto; 2, maior que 100 batimentos por minuto. B. Respiração: 0, ausente; 1, irregular; 2, forte (choro). C. Tônus muscular: 0, flácido; 1, flexão de pernas e braços; 2, movimentos ativos. D. Cor da pele: 0, cianose central ou palidez; 1, cianose das extremidades; 2, rosado. E. Respostas reflexas: 0, ausente; 1, algum movimento; 2, espirros, tosse, choro. de 0 a 3 – Asfixia grave de 4 a 6 – Asfixia moderada de 7 a 10 – Boa vitalidade, boa adaptação - Um índice igual a dez é incomum, sobretudo no primeiro minuto; entre oito a dez indica que o bebê nasceu sem asfixia; entre cinco e sete que sofreu asfixia leve; índice três ou quatro, demonstra asfixia moderada e entre zero e dois, asfixia grave. Cerca de 90% de bebês nascidos sadios e de parto normal ficam com notas entre oito e dez. Geralmente um índice acima de sete não requer intervenção médica imediata. https://www.medicina.ufmg.br/observaped/caderneta-da-crianca/ https://www.medicina.ufmg.br/observaped/caderneta-da-crianca/ 2 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 OBJETIVO 2: ABRANGER COMO OCORRE A CONSULTA PEDIÁTRICA: AVALIAÇÃO DE CD, CALENDÁRIO VACINAL ATÉ 2 ANOS. PUERICULTURA - A puericultura consiste na consulta médica periódica de uma criança onde devem estar presentes: orientações educativas, ações de promoção da saúde, ações relacionadas à prevenção de doenças e observação dos riscos e vulnerabilidades sob a qual está submetida a respectiva criança. - Puericultura é a consulta periódica de uma criança feita com o propósito de avaliar seu crescimento e desenvolvimento de maneira próxima. - Atualmente, diferente do que foi considerado há um tempo, a puericultura não se restringe a uma consulta meramente educativa do médico direcionado à criança e sua família, mas parte da importância de pensar junto com a família da criança orientações que façam sentido para a mesma com o intuito de promover uma vida mais saudável, minimizando efeitos das condições adversas a qual a criança e sua família podem estar submetidas. - é papel da puericultura observar fatores de risco e vulnerabilidades que cercam as diferentes fases do processo de crescimento e desenvolvimento da criança. FREQUÊNCIA DAS CONSULTAS - a puericultura deve planejar suas ações com base nas características específicas da criança tomando como base cada faixa etária e as demandas envolvidas no processo de crescimento e desenvolvimento correspondente. - Nos primeiros 2 anos de vida as consultas são mais frequentes devido ao processo de crescimento e desenvolvimento ser mais intenso, por isso, no 1º ano de vida é recomendado um mínimo de 7 consultas de rotina: na 1ª semana, no 1º/2º/4º/6º/9º e 12º mês; além disso, no 2º ano de vida, deve se ter um mínimo de 2 consultas de rotina: no 18º e 24º mês. - Além da oportunidade de avaliar o desenvolvimento da criança, tal organização da frequência de consultas adotada pelo Ministério da Saúde toma como base o calendário de vacinação, permitindo a verificação do cartão vacinal em meses oportunos: ao nascimento, com 1, 2, 3, 4, 5, 6, 12 e 15 meses. - A partir dos 2 anos de idades as consultas podem se tornar anuais. - Outras consultas podem ser feitas conforme necessidades devido a problemas de saúde. A CONSULTA COMPLETA - O nascimento de uma criança representa uma mudança importante no cotidiano de uma família, logo, é preciso que o profissional que irá atender a criança esteja atento às possíveis dúvidas, inquietações e inseguranças relativas ao cuidado com o bebê. - A primeira etapa de uma consulta completa é apresentar-se, perguntar o nome dos familiares e da criança e então ouvir não somente os responsáveis, mas também a própria criança, estimulando sua participação ainda que a mesma não tenha o domínioda linguagem. - Idealmente, a primeira consulta de uma criança deve ser na sua 1a semana de vida, porém, algumas vezes é possível que a primeira consulta de uma criança seja quando a mesma esteja em idade mais avançada, até mesmo na adolescência. - Independente da etapa da infância, é preciso realizar uma anamnese completa de modo a compreender melhor aspectos da vida e da saúde da criança e de sua família, devendo ser realizadas perguntas que auxiliem na compreensão de quais pessoas estão envolvidas no cuidado à criança, o que construirá a base para o atendimento integral da mesma. ANAMNESE - A anamnese deve ser completa, com todos os itens de uma anamnese comum, mas devendo também abordar: Antecedentes pessoais da criança com informações desde a sua concepção, com ênfase nos antecedentes patológicos e alimentares, questionando acerca da gestação, nascimento e período neonatal. Gestação: uso de medicamentos, no de consultas no pré-natal, doenças; Nascimento: tipo de parto, motivo do parto, peso e comprimento ao nascer; Período Neonatal: tempo de permanência na unidade neonatal, doenças; Patológicos: idade de aparecimento das doenças, duração e tratamentos recebidos, acidentes, cirurgias, internações; Alimentares: período de amamentação exclusiva com leite materno, início e motivo do desmame, época de introdução de alimentos complementares ao leite materno e quais, aceitação dos alimentos, se há intolerância alimentar. Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) onde é preciso colher um relato da família sobre o aparecimento de habilidades motoras, aquisição de linguagem gestual e falada, controle esfincteriano e desenvolvimento socioafetivo da criança com membros da família e amigos. 3 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 Antecedentes vacinais devendo além de registrar as vacinas tomadas e períodos em que foram realizadas, registrar eventos adversos (locais ou sistêmicos) caso tenham ocorrido. Quais já foram aplicadas, no de doses, idade em que foram aplicadas; Questionar acompanhante sobre efeitos adversos (locais e/ou sistêmicos) de cada vacina; História de formação da família, relacionamento dos pais e aceitação da criança neste processo. Relação entre os pais, se a criança foi planejada, significado da mesma na vida destes; Se pais separados, perguntar de quem é a guarda e como a criança lida com isso; Como os pais dividem o cuidado com a criança; Outros familiares que participam da vida da criança. Habitação é um ponto importante para a compreensão do profissional acerca das condições de vida e saúde da criança e sua família, de modo a conseguir compreender se existem fatores de risco para doenças respiratórias, infecto- parasitárias e dermatológicas. - Características do bairro e da rua; Características da casa: - Fatores de risco para doenças infecto-parasitárias: relação pessoa- cômodo ≥ 3, ausência de água tratada e esgoto não tratatado; - Fatores de risco para doenças respiratórias: ventilação inadequada, umidade, poeira (tapetes, pelúcia), animais e plantas; - Fatores de risco para doenças dermatológicas: presença de insetos e outros animais. Hábitos atuais da criança também devem ser questionados à família, abarcando seus respectivos hábitos: alimentares, intestinais, urinários, sono, higiene corporal e bucal, lazer e atividade física. Neste ponto, é relevante também questionar, quanto tempo a criança fica exposta a telas de telefone, tablets, televisão, etc. Alimentares: quem ajuda a criança a comer/ como a mesma se alimenta, descrição do dia alimentar (detalhar horários e composição de todas as refeições); Intestinais e urinários: frequência e características; Sono: períodos de sono, despertares noturno, em que quarto e cama dorme, quem coloca para dormir, se há problemas relacionados ao sono ou hora de dormir; Banho corporal: nº de vezes, produtos utilizados; Higiene bucal: como é realizada limpeza da boca/ escovação dentária; Lazer e tempo de tela: quais brinquedos mais utiliza, com quem brinca, tempo de uso de telas, frequência de passeios. OBS: Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou Diretrizes acerca da “Atividade psíquica, comportamento sedentário e sono” onde recomenda que crianças menores de 2 anos não devem passar nenhuma hora na frente de telas e que, entre 2 e 5 anos de idade o tempo máximo destinado a atividades na frente de uma tela (smartphone, computador ou TV) deva ser de no máximo 1 hora. Desta forma, espera-se que o haja menor sedentarismo entre as crianças, melhor desenvolvimento de atividades motoras e, melhor qualidade do sono. EXAME FÍSICO - No momento do exame físico, é preciso lançar mão de algumas outras estratégias de interação (além das citadas acima) como forma de estabelecer uma relação de confiança com a criança. - Logo, ter paciência e calma neste momento é fundamental, pois é importante que seja realizado um exame físico completo durante as consultas da Puericultura. - Deve-se explicar para a criança (e para os pais) o que será feito no momento do exame físico independentemente da idade que esta tenha. - Apresentar à criança os instrumentos que serão utilizados em cada etapa do exame (estetoscópio, espátula, fita métrica, etc.) auxilia na compreensão da mesma acerca de tais objetos, o que pode facilitar a tarefa do médico. - Além disso, é importante que durante toda a consulta algum dos responsáveis esteja no consultório podendo solicitar a ajuda destes durante as etapas do exame físico. - Na Puericultura nem sempre será possível realizar o exame físico na sequência craniocaudal com costuma-se realizar nas outras áreas da Medicina, assim, é possível iniciar parte do exame físico com a criança ainda no colo de um dos seus familiares. - Na fase entre os 7 meses e 2 anos de idades as crianças estranham mais a realização do exame físico. - Uma boa estratégia é deixar o exame da orofaringe e a otoscopia para serem realizados ao final, pois estes costumam causar maior desconforto na criança e se feitos logo no início podem dificultar a avaliação dos outros órgãos e sistemas. - A 1ª consulta de toda criança deve ser ainda na sua 1ªsemana de vida é importante ressaltar alguns, dentre todos os sistemas que não devem ser esquecidos nesta consulta com o recém-nascido. PESO O peso da criança deve ser analisado em relação ao peso ideal ao nascer (baixo peso ao nascer < 2.500g; macrossomia > 4.000g), sendo considerado normal uma perda de até 10% ao nascer e recuperação até o 15o dia de vida. FACE Pesquisar assimetria, malformação, deformidade ou aparência sindrômica. PELE Edema: (se for generalizado: pense em doença hemolítica perinatal, iatrogenia por uso de coloides ou cristaloides em excesso, insuficiência cardíaca, sepse; se for localizado: sugere trauma de parto); 4 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 Palidez: (sangramento, anemia, vasoconstrição periférica ou sinal de arlequim – palidez em um hemicorpo e eritema do lado oposto, por alteração vasomotora e sem repercussão clínica); Cianose: (se for generalizada: pense em doenças cardiorrespiratórias graves; se for localizada nas extremidades ou na região perioral, pense em hipotermia); Icterícia: atentar-se caso a icterícia tenha se iniciado nas primeiras 24 horas ou depois do 7o dia de vida, caso tenha > 1 semana no RN a termo, > 2 semanas no prematuro e se a tonalidade for amarela com matiz intenso ou se espalha pelo corpo, atingindo pernas e braços. Pesquise a possível presença de assaduras, pústulas (impetigo) e bolhas palmo-plantares (sífilis). Esclareça a família quanto à benignidade do eritema tóxico. CRÂNIO Realizar exame das fontanelas: a fontanela anterior mede de 1- 4cm, tem forma losangular, fecha-se do 9º ao 18º mês e não deve estar fechada no momentodo nascimento. A fontanela posterior é triangular, mede cerca de 0,5cm e fecha-se até o segundo mês. Não devem estar túrgidas, abauladas ou deprimidas. Em caso de presença de bossa serossanguínea, a mesma desaparece espontaneamente. OLHO Em caso de secreção purulenta é importante fazer coleta do material com swab e enviar para análise bacteriológica (importante descartar infecção por gonococo, clamídia e herpes vírus). Após a coleta deve-se iniciar imediatamente tratamento com colírio de tobramicina ou ofloxacina e, após o resultado da análise deve-se tratar de acordo com o agente etiológico. Estrabismo e nistagmo lateral são normais nos RN, pois a visão binocular só fica bem desenvolvida entre 3-7 meses. TÓRAX Importante observar presença de assimetrias que possam sugerir malformações cardíacas, pulmonares ou óssea. Observar se há sinais de sofrimento respiratório (tiragem intercostal, estridor, retração xifoidiana, batimento de asa de nariz). Verificar os pulsos, frequência cardíaca (FC) e se há presença de sopros cardíacos. ABDOME Como nesta fase a respiração é basicamente abdominal, deve-se realizar a contagem dos movimentos respiratórios abdominais que variam de 40-60 mrm. Observar se há presença de hérnia inguinal, a qual indica cirurgia imediatamente devido ao risco de estrangulamento/ encarceramento e, em caso de hérnia umbilical deve-se aguardar sua regressão espontânea até os 12 meses. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICO Observe os reflexos de: sucção, preensão palmo-plantar e Moro que são atividades próprias do recém-nascido a termo, sadio. A postura de flexão generalizada e a lateralização da cabeça costumam permanecer até o final do primeiro mês. Vale ressaltar que, o tônus normal é de semiflexão generalizada. - Segundo o Ministério da Saúde, as consultas seguintes à primeira não devem obrigatoriamente contar com todos os elementos de um exame físico completo, no entanto, até os 10 anos de idade recomenda que procedimentos específicos não deixem de ser realizados: dados antropométricos, rastreamento para displasia evolutiva do quadril, ausculta cardíaca, avaliação da visão e audição, aferição da pressão arterial e rastreamento para criptroquirdia. ANTROPOMETRIA - A avaliação do crescimento e desenvolvimento faz parte da avaliação básica da Pediatria, cabe aqui destacar a contribuição dos dados antropométricos nesta avaliação. Esse acompanhamento sistemático permite o monitoramento das condições de saúde e nutrição da criança assistida. - Nesta etapa do exame físico deve-se realizar as medidas de: peso, comprimento/altura, índice de massa corpórea (IMC), perímetro cefálico, perímetro torácico (até os 3 anos de idade) e circunferência abdominal. - As informações do peso, altura, IMC e perímetro cefálico devem ser transpostas para as curvas disponíveis na Caderneta de Saúde da Criança e as informações devem ser compartilhadas com os pais. - Os gráficos disponíveis na Caderneta são baseados em recomendações da OMS para crianças de qualquer país ou etnia, no entanto, o diagnóstico de algum desvio no crescimento da criança deve ser analisado com base no meio e condições de vida que a mesma se encontra. - Os parâmetros disponíveis na caderneta para avaliação do crescimento utilizam os seguintes gráficos: perímetro cefálico (até os 2 anos), peso x idade (0 até 10 anos), comprimento/altura x idade (0 até 10 anos) e IMC x idade (0 até 10 anos). - As curvas possuem diversos pontos de corte classificados em escores z que indicam unidades do desvio-padrão do valor da mediana (escore z 0 ou linha verde), um ponto que não esteja entre as linhas vermelhas (escore z ≤ +2 e ≥ -2) indica um problema de crescimento, logo, uma criança que está crescendo adequadamente tem pontos do gráfico paralelo à linha verde (acima ou abaixo dela). Crianças nascidas antes do termo, ou seja, com idade gestacional (IG) < 37 semanas, devem ter um acompanhamento diferenciado e, em se tratando do DNPM e das curvas de crescimento, recomenda- se que seja realizada a correção da idade cronológica em função do grau de prematuridade para que tais crianças não tenham seu crescimento e desenvolvimento subestimados durante a avaliação. - Considerando que o ideal seria nascer com 40 semanas, um prematuro que nasce com 36 semanas e tem idade cronológica de 2 meses de vida (ou seja, 8 semanas) deve ter sua idade corrigida “descontando” da sua idade cronológica as semanas que faltavam para alcançar o termo e, o que “resta” de semanas é sua idade cronológica corrigida. 5 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 - Na Caderneta de Saúde da Criança devem ser anotadas as medidas na idade corrigida correspondente: 40 semanas-36 semanas=4 semanas 8 semanas (2 meses de vida)- 4 semanas=4 semanas (ou 1mês de vida) Idade cronológica corrigida = 1 mês - O perímetro cefálico deve ser corrigido até 1 ano e meio e os outros dados antropométricos, assim como o DNPM devem ser corrigidos até os 2 anos de idade. PESO E COMPRIMENTO - A aferição do peso e comprimento/altura, é realizada por métodos diferentes a depender das características da criança examinada. - O peso pode ser aferido por meio da balança pediátrica que deve ser utilizada para crianças de até 25 kg ou 2 anos ou até a criança poder ficar em pé, quando então poderá ser pesada na balança em pé. - A medida do comprimento é realizada com a régua antropométrica com haste fixa que deve ficar na cabeça e a haste móvel é colocada logo abaixo do pé da criança, mais uma vez é fundamental o auxílio dos pais neste momento; em crianças a partir dos 2 anos é possível medir a altura da criança com estadiômetro onde a mesma em pé e cabeça retificada. - O IMC já foi validado como bom marcador de adiposidade e sobrepeso, apresentando correlação com outros parâmetros que avaliam porcentagem de gordura corpórea e, em crianças, alguns estudos mostram que a mensuração do IMC na infância pode ser preditivo do IMC na adolescência e idade adulta. Quando o IMC da criança está entre os escores z ≥ -2 e +1, fala-se que a mesma está com IMC adequado. PERÍMETRO CEFÁLICO - O perímetro cefálico (PC) deve ser medido em todas as consultas até os 2 anos de vida. - A circunferência da cabeça deve ser medida com uma fita métrica maleável envolvendo os maiores diâmetros frontoccipital na testa no sulco supra orbital e na porção mais proeminente do occipital. - Na Caderneta do Ministério da Saúde é possível correlacionar tal medida com a idade, de modo que, se escore z < -2 fala-se que o PC está abaixo do esperado e se > +2 está acima do esperado para idade. - A medida do PC é um dado clínico fundamental no atendimento pediátrico, podendo constituir a base diagnóstica de um grande número de doenças neurológicas, sobretudo, a microcefalia. - Segundo a OMS, a microcefalia deve ser diagnosticada dentro das primeiras 24h até a 1ª semana de vida se a medida do PC estiver no escore z < -2, em casos de medidas < -3 no escore z, fala-se em microcefalia grave. - Para RN a termo, pode-se usar os gráficos de idade x PC, no entanto, em se tratando de prematuros recomenda-se utilizar como referência a tabela Estudo Internacional de Crescimento Fetal e do Recém-Nascido: Padrões para o Século 21 (Intergrowth). Além disso, é possível relacionar os gráficos de PC com os gráficos de peso x comprimento/altura, pois sempre que houver uma ascensão do traçado de PC deve haver uma ascensão do traçado peso x altura. Em caso de traçado positivo do PC com traçado negativo do peso x altura em mais de 2 consultas pode ser indicativo de macrocefalia. - No 1º trimestre de vida, o PC costuma crescer em média 2 cm/mês, no 2º trimestre este valor cai para 1cm/mês, enquanto que no 3º trimestre passa para 0,5 cm/mês. Ao final de um ano o crescimento do crânio chegaa 12 cm. Rastreamento para displasia evolutiva de quadril - Outro ponto importante na avaliação do exame físico na Puericultura é o rastreamento para displasia do quadril. - Apesar de não haver consenso sobre a efetividade da redução dos desfechos clínicos, o rastreamento auxilia no diagnóstico precoce (antes dos 3-6 meses) e, com isso, na escolha de tratamentos menos invasivos e com menores riscos de complicações. - Os principais fatores de risco para displasia do desenvolvimento do quadril são: sexo feminino, história familiar de displasia congênita do quadril e parto com apresentação pélvica. - Duas manobras devem ser realizadas logo nas primeiras consultas até os 2 meses, testando um membro de cada vez a partir das manobras de Barlow (provocativa do deslocamento) e Ortolani (sua redução). - Quando a manobra de Ortolani é positiva faz-se o diagnóstico de displasia do desenvolvimento do quadril indicando avaliação com cirurgião ortopédico especialista que avalie a melhor abordagem. - Após os 3 meses é possível avaliar se a criança possui limitação da abdução dos quadris e encurtamento de um dos membros. - Quando a criança começa a deambular é pode-se observar se há Trendelenburg positivo, ou seja, a não sustentação da pelve após a elevação do membro inferior do lado oposto. 6 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 Aulsculta Cardíaca - Assim como em todo atendimento médico, a ausculta da frequência cardíaca (FC) deve ser realizada na Puericultura. Logo, é importante saber as faixas de FC, bem como a FC média em cada etapa da infância, podendo em caso de discrepâncias pensar em possibilidades diagnósticas: Aferição da pressão arterial - Segundo o Ministério da Saúde, recomenda-se que a pressão arterial (PA) seja aferida em crianças uma primeira medida aos 3 anos de idade e segunda medida aos 6 anos. .- O manguito apropriado deve ter largura correspondente a 40% da circunferência do braço (no ponto médio entre o acrômio e olécrano). Caso não haja o manguito com no ideal para a criança, deve-se escolher um imediatamente maior que deixe a fossa cubital livre e com cumprimento suficiente para circundar o braço da criança com o mínimo de superposição; - Manguitos menores podem falsear elevações na PA. A medida deve ser feita de preferência no braço direito, com a criança em repouso de 3 a 5 minutos. - Os valores de PA sistólica e diastólica podem ser relacionados com o percentil da estatura da criança e o sexo da mesma em tabelas apropriadas. - A PA normal é inferior ao percentil 90, pré-hipertensão entre percentil 90-95 e hipertensão é definida por valores superiores ao percentil 95. Rastreamento para criptorquidia - A criptorquidia é uma relevante anomalia congênita com isso, o Ministério da Saúde recomenda que, caso os testículos não sejam palpáveis ou sejam retráteis na 1a consulta da Puericultura o rastreamento deve ser realizado nas próximas consultas de rotina. - Se aos 6 meses não houver testículos palpáveis, a criança deve ser encaminhada à cirurgia pediátrica. Se forem retráteis, deve ser monitorado a cada 6-12 meses entre os 4-10 anos de idade, pois pode ocorrer da criança crescer mais rápido do que o cordão espermático e haver saída dos testículos da bolsa escrotal. - Vale ressaltar que, o tratamento precoce da criptoquirdia resulta em diminuição do risco de câncer de testículo e problemas de fertilidade em adultos. Avaliações específicas da saúde da criança - Algumas avaliações específicas de saúde devem ser realizadas na criança, tanto no período em que a mesma é recém-nascida, quanto em fase pré-escolar e escolar: NOS RECÉM-NASCIDOS Programa Nacional de Triagem Neonatal: A Triagem Neonatal, conhecida como Teste de Pezinho, foi instituída como prática obrigatória no país desde 2001 e inclui os testes de rastreamento para anemia falciforme, hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e fibrose cística. Triagem auditiva: Existe a recomendação para o rastreamento das perdas auditivas em todos os RNs antes de completarem 1 mês de vida, com o teste da orelhinha, que inclui a emissão otoacústica seguida da resposta auditiva do tronco cerebral. Teste do reflexo vermelho: Essa avaliação da transparência e da integridade das câmaras oculares deve ser feita com o oftalmoscópio, logo ao nascer e nas consultas subsequentes. NOS PRÉ-ESCOLARES E ESCOLARES Triagem da acuidade visual: A realização do teste de Snellen para avaliação da acuidade visual pode ser feita nas consultas de rotina da criança a partir dos 4 anos de vida. Entretanto, a operacionalização desse exame feito nas escolas, aos 4 anos, apresenta melhores resultados, principalmente em função da participação dos professores no preparo das crianças para o teste. Recomenda-se também a realização desse teste aos 7 anos para abranger as crianças que não frequentaram pré-escola e, por isso, não tiveram acesso ao exame previamente. Levantamento epidemiológico da cárie e doença periodontal: Esses procedimentos fazem parte das ações dirigidas aos pré- escolares e escolares realizados nas escolas e são parte das ações coletivas em saúde bucal. DIAGNÓSTICOS - Ao final de toda consulta de Puericultura devem ser elaborados no mínimo 6 diagnósticos: 7 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR - Do ponto de vista biológico, o sucesso do desenvolvimento depende da integridade dos vários órgãos e sistemas, principalmente o nervoso. - Este cresce e amadurece sobretudo nos primeiros anos de vida, portanto, nesse período, é mais vulnerável aos agravos e às adversidades das condições ambientais, mas também, por sua grande plasticidade, é nessa época que a criança melhor responde aos estímulos que recebe e às intervenções. - O estudo do desenvolvimento compreende alguns domínios de função interligados que se influenciam entre si, são eles: sensorial, motor (dividido em habilidades grosseiras e finas), da linguagem, social, adaptativo, emocional e cognitivo. A criança deve atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada ou motivada no devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. AVALIAÇÃO - A avaliação deve ser um processo contínuo de acompanhamento das atividades relativas ao potencial de cada criança, com vistas à detecção precoce de desvios ou atrasos. Essa verificação pode ser realizada de forma sistematizada por meio de testes. - A Caderneta de Saúde da Criança fornecida pelo Ministério da Saúde dispõe do instrumento de vigilância para o acompanhamento dos marcos do desenvolvimento de zero a 3 anos de vida. - Além disso, com base na presença ou ausência de alguns fatores de risco e de alterações fenotípicas, a caderneta orienta para tomadas de decisão. - É fundamental o conhecimento do contexto familiar e social, dos fatores de risco para distúrbios do desenvolvimento, da opinião da mãe em relação ao desenvolvimento do filho e observar durante todo o atendimento o comportamento da família e da criança (quem traz, como é carregada, sua postura, seu interesse pelo ambiente e interação com as pessoas e o vínculo com a mãe). Na primeira etapa de vida, a avaliação deve ser feita mês a mês, seguindo as instruções de como pesquisar o marco do desenvolvimento por faixa etária. Caso aconteça falha em alcançar algum marco, deve-se antecipar a consulta seguinte, e iniciar uma investigação quanto ao ambiente em que a criança vive e a sua relação com os familiares. - O objetivo inicial é orientar a família a estimular a criança, com foco em atividades que a ajudem a superar as dificuldades observadas. A persistência de atrasos do desenvolvimento por mais de duas consultas, indica a necessidadede encaminhar a criança para um serviço de maior complexidade e estimulação precoce neuropsicomotora, essenciais ao prognóstico favorável. Consultas Preconizadas 15 dias - Entre 1 e 2 meses: predomínio do tônus flexor, assimetria postural e preensão reflexa. - Apoio plantar, sucção e preensão palmar: desaparecem até o 6º mês - Preensão dos artelhos: desaparece até o 11º mês - Reflexo cutâneo plantar: obtido pelo estímulo da porção lateral do pé. No RN, desencadeia extensão do hálux. A partir do 13º mês, ocorre flexão do hálux. A partir desta idade, a extensão é patológica. - Reflexo de Moro: medido pelo procedimento de segurar a criança pelas mãos e liberar bruscamente seus braços. Deve ser sempre simétrico. É incompleto a partir do 3º mês e não deve existir a partir do 6º mês. - Reflexo tônico-cervical: rotação da cabeça para um lado, com consequente extensão do membro superior e inferior do lado facial e flexão dos membros contralaterais. A atividade é realizada bilateralmente e deve ser simétrica. Desaparece até o 3º mês. 1 mês - Entre 1 e 2 meses: percepção melhor de um rosto, medida com base na distância entre o bebê e o seio materno. 2 meses - Em torno de 2 meses: inicia-se a ampliação do seu campo de visão (o bebê visualiza e segue objetos com o olhar). - Entre 2 e 3 meses: sorriso social. - Entre 2 e 4 meses: bebê fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros. 4 meses - Aos 3 meses: o bebê adquire noção de profundidade. - Aos 4 meses: preensão voluntária das mãos. - Entre 4 a 6 meses: o bebê movimenta a cabeça na direção de uma voz ou de um objeto sonoro. 6 meses - Em torno dos 6 meses: inicia-se a noção de “permanência do objeto”. - Entre 6 e 8 meses: o bebê apresenta reações a pessoas estranhas. - A partir do 7o mês: o bebê senta-se sem apoio. - Entre 6 e 9 meses: o bebê arrasta-se, engatinha. 9 meses - Entre 9 meses e 1 ano: o bebê engatinha ou anda com apoio. - Em torno do 10º mês: o bebê fica em pé sem apoio. 12 meses - Em torno de 1 ano: o bebê possui a acuidade visual de um adulto. - Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses: o bebê anda sozinho. 15 meses - Entre 1 ano e 6 meses a 2 anos: o bebê corre ou sobe degraus baixos. 2 anos - Em torno dos 2 anos: o bebê reconhece-se no espelho e começa a brincar de faz de conta (atividade que deve ser estimulada, pois auxilia no desenvolvimento cognitivo e emocional, ajudando a criança a lidar com ansiedades e conflitos e a elaborar regras sociais) - Entre 2 e 3 anos: o bebê diz seu próprio nome e nomeia objetos como seus. - Entre 2 e 3 anos: os pais devem começar aos poucos a retirar as fraldas do bebê e a ensiná-lo a usar o penico. 8 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 DESENVOLVIMENTO MOTOR - O recém-nascido (RN) possui padrão motor muito imaturo, com a presença do reflexo tônico cervical assimétrico, que lhe confere postura assimétrica, com predomínio do tônus flexor nos membros e intensa hipotonia na musculatura paravertebral. - Seus movimentos são, geralmente, reflexos, como sucção, preensão palmar, plantar e da marcha, que passarão em poucos meses a ser atividades voluntárias. Outros, como o reflexo de Moro e o tônico cervical assimétrico, desaparecerão em breve, sendo que não devem persistir no 2º semestre de vida. - Durante os primeiros meses, há uma diminuição progressiva do tônus flexor e substituição pelo padrão extensor na direção craniocaudal. - A partir do 2º semestre, não ocorre mais predomínio de padrão flexor ou extensor, e assim, a criança, por meio de alternância entre os tônus, consegue primeiramente, rolar e, posteriormente, já tendo dissociado os movimentos entre as cinturas escapular e pélvica, consegue mudar da posição deitada para sentada. A regra do desenvolvimento motor é que ocorra no sentido craniocaudal e proximodistal e, por meio de aquisições mais simples para mais complexas. Assim, a primeira musculatura a ser controlada é a ocular. Depois, há o controle progressivo da musculatura para a sustentação da cabeça e depois do tronco. - Durante o 3º trimestre, a criança adquire a posição ortostática. O apoio progressivo na musculatura dos braços permite o apoio nos antebraços e as primeiras tentativas de engatinhar, mas algumas crianças andam sem ter engatinhado, sem que isso indique algum tipo de anormalidade. - O desenvolvimento motor fino se dá no sentido proximodistal. - Ao nascimento, a criança fica com as mãos fechadas na maior parte do tempo, no 3º mês as mãos ficam abertas por período maior de tempo, e as crianças conseguem agarrar os objetos, embora ainda sejam incapazes de soltá-los. - Entre o 5º e o 6º mês, conseguem apreender um objeto voluntariamente e iniciam o movimento de pinça. - A partir dos 2 anos, o contexto cultural em que a criança se insere passa a ter uma influência maior e, consequentemente, também há maior variação entre os marcos. DESENVOLVIMENTO SENSORIAL - Deve-se indagar se a criança focaliza objetos e os segue com o olhar e se prefere o rosto materno. - No exame dos olhos, deve-se estar atento ao tamanho das pupilas, pesquisar o reflexo fotomotor bilateralmente e o reflexo vermelho. - A audição inicia-se por volta do 5o mês de gestação, portanto, ao nascimento, a criança já está familiarizada com os ruídos do organismo materno e com as vozes de seus familiares. Deve-se perguntar se o bebê se assusta, chora ou acorda com sons intensos e repentinos, se é capaz de reconhecer e se acalmar com a voz materna e se procura a origem dos sons. - Quanto à interação social, o olhar e o sorriso, presentes desde o nascimento, representam formas de comunicação, mas, entre a 4ª e a 6ª semana de vida surge o “sorriso social” desencadeado por estímulo, principalmente pela face humana. - Já no 2º semestre de vida, a criança não responde mais com um sorriso a qualquer adulto, pois passa a distinguir o familiar do estranho. - Relativo à linguagem, durante os primeiros meses de vida, o bebê expressa-se por meio de sua mímica facial e, principalmente, pelo choro. - Entre o 2º e o 3º mês, a criança inicia a emissão de arrulhos e, por volta do 6º mês, de balbucio ou sons bilabiais, cujas repetições são realizadas pelo simples prazer de se escutar. - Entre 9 e 10 meses, emite balbucios com padrão de entonação semelhantes à linguagem de seu meio cultural. - A linguagem gestual também aparece no 2º semestre de vida e é fruto da significação dada pelos adultos do seu meio. Nessa fase, é comum a criança apontar e obedecer aos comandos verbais como bater palmas, acenar. - Por volta dos 12 meses de idade, surgem as primeiras palavras denominadas palavras-frase. Aos 18 meses, a criança inicia frases simples e, a partir daí, ocorre um grande aumento em seu repertório de palavras. Nessa fase, também começa o diálogo com troca de turnos (criança fala e depois aguarda a resposta do outro para nova interferência). FATORES DE RISCO DE ALTERAÇÕES FÍSICAS Os fatores de risco são: • Ausência ou pré-natal incompleto; • Problemas na gestação, parto ou nascimento; • Prematuridade (idade gestacional < 37 semanas); • Peso abaixo de 2.500g; • Icterícia grave; • Hospitalização no período neonatal; • Doenças graves, como meningite, traumatismo craniano e convulsões; • Parentesco entre os pais; • Casos de deficiência ou doença mental na família; • Fatores de risco ambientais, como violência doméstica, depressão materna, drogas ou alcoolismo entre os moradores da casa, suspeita de abuso sexual etc. As alterações físicas são: • Perímetro cefálico: o Recém-nascidos (RN) meninas com 37 semanas ou mais PC < 31,5 cm o RN pré-termo PC < -2 desvios- padrão • Presença de alterações fenotípicas: Fenda palpebral oblíqua, Olhos afastados, Implantação baixa de orelhas, Lábio leporino, Fenda palatina, Pescoço curto e/oulargo, Prega palmar única, 5º dedo da mão curto e recurvado. 9 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 OBJETIVO 3: COMPREENDER A AMAMENTAÇÃO E A INTRODUÇÃO ALIMENTAR. AMAMENTAÇÃO - O aleitamento materno (AM) protege mãe e criança contra algumas doenças (a proteção se mantém enquanto a criança for amamentada, independentemente da idade) e promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além do bem- estar de ambas. O padrão de AM pode ser classificado em: • AM exclusivo (AME): criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, sem outros líquidos ou sólidos; • AM predominante: além do leite materno, recebe água ou bebidas à base de água e sucos de frutas; • AM complementado: além do leite materno, recebe alimentos complementares, definidos como qualquer alimento sólido ou semissólido; e • AM misto ou parcial: além do leite materno, recebe outros tipos de leite. - A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam AM por 2 anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros 6 meses. A introdução precoce de alimentos aumenta a chance de adoecer por infecção intestinal e o risco de alergia alimentar e diminui a duração do AM, interfere na absorção de micronutrientes importantes nele existentes, como ferro e zinco, e reduz a eficácia da lactação na prevenção de novas gestações. - Uma alimentação saudável se inicia com o aleitamento materno, que isoladamente é capaz de nutrir de modo adequado a criança nos primeiros 6 meses de vida. - Os profissionais de saúde devem disponibilizar o tempo que for necessário para dar apoio à mãe e ao seu bebê durante o início e a manutenção da amamentação. - O apoio à amamentação deve ser disponibilizado independentemente do local de prestação de cuidados. Além disso, as mães devem receber informações de como buscar suporte à prática de amamentar. - A frequência e a duração ilimitada (livre demanda) das mamadas devem ser incentivadas. A mãe deve ser orientada sobre os sinais que indicam que o bebê está pronto para mamar (movimento dos olhos, da cabeça, sinais de procura com a língua para fora, agitação dos braços, mãos na boca, etc.), não sendo necessário esperar o choro do bebê. - Os profissionais devem conversar sobre a experiência de amamentar e identificar as dificuldades da amamentação. PRODUÇÃO DO LEITE - O início da secreção de leite (fase II da lactogênese) ocorre graças à queda do progestogênio após o nascimento e a expulsão da placenta, com consequente liberação da produção de prolactina pela hipófise anterior. Assim, a “descida do leite”, que costuma ocorrer até o 3o ou 4o dia após o parto, ocorre mesmo sem a sucção do peito e é de controle hormonal. - Em seguida, inicia-se a fase III da lactogênese (galactopoese) que persiste por toda a lactação e é de controle autócrino e depende da sucção e do esvaziamento da mama. O não esvaziamento diminui a secreção do leite por inibição mecânica. - A secreção de leite aumenta de menos de 100 mL/dia no início da lactação para aproximadamente 600 mL no 4º dia, em média. O volume de leite produzido na lactação já estabelecida varia de acordo com a demanda da criança. Em média, é de 850 mL por dia no 6o mês na amamentação exclusiva. COMPOSIÇÃO DO LEITE - A composição é homogênea no mundo todo, à exceção de desnutridas graves. - O leite maduro só é secretado por volta do 10º dia, inicialmente é secretado o colostro que contém mais proteínas e menos lipídios e é rico em imunoglobulinas, em especial IgA. - O leite de mães de recém-nascidos pré-termo é diferente. - O leite possui 90% da sua composição de água, suprindo as necessidades hídricas no AME. O principal carboidrato é a lactose e a principal proteína é a lactoalbumina. As gorduras são o componente mais variável e são responsáveis por suprir até 50% das necessidades energéticas, os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa são essenciais no desenvolvimento cognitivo e visual e na mielinização dos neurônios. - A concentração de gordura aumenta no decorrer da mamada, sendo o leite final mais rico em gorduras, levando a saciedade. - Há recomendações de suplementação de algumas vitaminas em crianças amamentadas devido a baixas concentrações no leite materno: vitamina K ao nascimento e vitamina D diária até os 18 meses para crianças sem exposição regular ao sol. - O ferro deve ser suplementado a partir da introdução da alimentação complementar, quando diminui a ingesta de leite materno e a absorção do ferro da dieta ainda é reduzida, até os 2 anos. - A cor e o aspecto do leite varia ao longo da mamada (coloração de água de coco no início devido ao teor de água e os constituintes hidrossolúveis, depois coloração branca opaca devido a aumento de caseína e no final coloração amarelada devido aos pigmentos lipossolúveis) e com a dieta da mãe (ex: amarelado com dieta rica em betacaroteno e esverdeado em dietas ricas em riboflavina). - O leite humano possui vários fatores imunológicos específicos e não específicos que conferem proteção ativa e passiva contra infecções nas crianças amamentadas. A IgA secretória é a principal imunoglobulina. Outros fatores de proteção: leucócitos, lisozima e lactoferrina, que atuam sobre bactérias, vírus e fungos, oligossacarídeos. - Alguns dos fatores de proteção do leite materno são totais ou parcialmente inativados pelo calor, razão pela qual o leite humano 10 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5°C por 30 minutos) não tem o mesmo valor biológico que o leite cru. - A mãe pode referir que está com pouco leite, nesses casos, geralmente, o bebê ganha menos de 20g e molha menos de 6 fraldas por dia, a orientação é colocar a criança mais vezes no peito para amamentar inclusive durante a noite, observando se a pega está correta. TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO - A técnica de amamentação, em especial o posicionamento da dupla mãe-bebê e a pega/sucção do bebê, são importantes para a retirada efetiva do leite pela criança e proteção dos mamilos. A técnica de amamentação está adequada quando: • A cabeça do bebê está no mesmo nível da mama da mãe e o queixo está tocando-a. • A boca está bem aberta. • O lábio inferior está virado para fora. • As bochechas estão arredondadas (não encovadas) ou achatadas contra a mama. • Vê-se pouco a aréola durante a mamada (mais a porção superior da aréola do que a inferior). • A mama parece arredondada, não repuxada. • As sucções são lentas e profundas: o bebê suga, dá uma pausa e suga novamente (sucção, deglutição e respiração). • A mãe pode ouvir o bebê deglutindo. • O corpo do bebê está totalmente voltado para o corpo da mãe (posição de barriga com barriga) e um dos braços está ao redor do corpo da mãe. • A cabeça e o corpo do bebê estão alinhados. • A mãe está sentada de forma confortável e relaxada. • Não é necessário limpar os mamilos antes das mamadas. Banho diário e uso de um sutiã limpo são suficientes. Caso se observe alguma das situações relacionadas a seguir, faz-se necessária reavaliação da técnica de amamentação: • O bebê apresenta as bochechas encovadas durante a sucção ou realiza ruídos audíveis da língua. • A mama da mãe está esticada/deformada durante a mamada ou os mamilos estão com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê larga a mama. • A mãe apresenta dor durante a amamentação. Orientações básicas que devem ser repassadas às mães/famílias: • Início da amamentação: tão logo quanto possível após o parto, sendo recomendado contato pele a pele na 1a hora de vida, a maioria dos bebês suga na 1a hora se lhe for dada essa oportunidade, a sucção precoce da mama reduz o risco de hemorragia pós-parto ao liberar ocitocinae de icterícia no recém- nascido (RN) por aumentar a motilidade do trato gastrointestinal. • Frequência das mamadas: é comum o bebê em AME sob livre demanda mamar de 8-12x/dia. Toda criança experimenta períodos de aceleração do crescimento em que aumenta a demanda por leite, dura de 2-3 dias e pode ser interpretado como insuficiência da produção pela mãe, por isso esses episódios devem ser antecipados na orientação à mãe, bebês prematuros podem apresentar vários episódios; • Duração das mamadas: não deve ser preestabelecida porque o tempo de esvaziamento da mama varia; • Uso de suplementos: águas, chás e sobretudo outros leites devem ser evitados, porque estão associados a desmame precoce (algumas crianças desenvolvem preferência pela mamadeira) e aumento da morbimortalidade infantil; • Uso de chupetas: desaconselhado, as crianças em geral são amamentadas com menor frequência e há relação com desmame precoce, além de afetar a formação do palato. DESMAME - O ideal seria que o desmame ocorresse naturalmente (desmame natural), na medida em que a criança, sob a liderança da mãe, vai adquirindo competência para isso. Esse tipo de desmame proporciona transição amamentação/desmame mais tranquila, menos estressante para a mãe e a criança. - O desmame abrupto deve ser desencorajado, pois, se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e, muitas vezes, rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, estase do leite e mastite. - No desmame natural, a criança se autodesmama gradualmente, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre 2 e 4 anos, e, raramente, antes de 1 ano. A mãe tem participação ativa no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade. CONTRAINDICAÇÕES PARA A AMAMENTAÇÃO - São poucas as situações em que pode haver indicação médica para a substituição parcial ou total do leite materno. - Mães infectadas pelo HIV (vírus da AIDS), HTLV1 e HTLV2 (vírus que comprometem as defesas do organismo) ou em uso de algum medicamento incompatível com a amamentação, por exemplo, no tratamento contra diversos tipos de câncer. - Mães usuárias regulares de álcool ou drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, anfetamina, ecstasy e outras) não devem amamentar seus filhos enquanto estiverem fazendo uso dessas substâncias. - Em determinadas situações, como algumas infecções, consumo eventual de álcool e/ou drogas ilícitas, vacina contra febre amarela em mães de crianças menores de 6 meses, ou que sejam submetidas a algum exame com radiofármacos, recomenda-se a interrupção temporária da amamentação, sob supervisão de profissionais de saúde, pois o tempo que a mulher deve ficar sem amamentar varia de acordo com cada situação. Para manter a produção de leite e garantir o retorno da criança ao peito após a interrupção, a mulher deve continuar a retirar regularmente o leite enquanto não estiver amamentando. - Uma criança não deve ser amamentada por outra mulher que não a mãe, nem mesmo receber seu leite em copo, mamadeira ou outro utensílio, mesmo que essa mulher seja da família ou conhecida, por causa do risco de transmissão de doenças pelo leite, como o vírus HIV. 11 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 - Mulheres com vírus das hepatites A, B e C podem amamentar. No entanto, mulheres com o vírus da hepatite C com os mamilos machucados devem procurar um profissional de saúde. - Consumo de cigarros: acredita-se que os benefícios do leite materno para a criança superem os possíveis malefícios da exposição à nicotina via leite materno. Por isso, o cigarro não é uma contraindicação à amamentação. Alimentação antes dos 6 meses em situações em que o aleitamento materno não é praticado ou é praticado parcialmente - Existem condições nas quais as crianças não são mais amamentadas ao peito e não existe mais a possibilidade de reverter tal situação. As referidas orientações devem ser adotadas apenas excepcionalmente, quando estiverem esgotadas todas as possibilidades de relactação da mãe. - Diante da impossibilidade de ser oferecido o aleitamento materno, o profissional de saúde deve orientar a mãe quanto à utilização de fórmula infantil ou de leite de vaca integral fluido ou em pó. - O profissional de saúde deve orientar a mãe quanto aos procedimentos a seguir, que incluem o preparo de leite de vaca integral com a diluição adequada para a idade, a correção da deficiência de ácido graxo linoleico com óleo nos primeiros quatro meses e a suplementação de vitamina C e ferro ou o preparo de fórmulas infantis de acordo com a idade e as recomendações do rótulo do produto. - A fórmula infantil consiste em leite modificado para atender às necessidades nutricionais e para não agredir o sistema digestório do bebê não amamentado. - O leite de vaca “in natura”, integral, em pó ou fluido não é considerado alimento apropriado para crianças menores de um ano pelo risco de anemia, além de apresentar várias inadequações na sua composição. - O consumo regular do leite de vaca integral por crianças menores de 1 ano pode também acarretar a sensibilização precoce da mucosa intestinal dos lactentes e induzir neles a hipersensibilidade às proteínas do leite de vaca, predispondo-os ao surgimento de doenças alérgicas e de micro hemorragias na mucosa intestinal, o que contribui ainda mais para o aumento da deficiência de ferro. Os sistemas digestório e renal dos lactentes são imaturos, o que os torna incapazes de lidar com alguns metabólitos de alimentos diferentes do leite humano. - Para as crianças não amamentadas, deve-se oferecer água nos intervalos entre as refeições de leite. - Até a criança completar 4 meses, o leite diluído deve ser acrescido de óleo, ou seja, 1 colher de chá de óleo para cada 100ml. Após o bebê completar 4 meses de idade, o leite integral líquido não deverá ser diluído e nem acrescido do óleo, já que nessa idade a criança receberá outros alimentos. O preparo de fórmulas infantis deve seguir as recomendações do rótulo do produto. INTRODUÇÃO ALIMENTAR - A partir dos 6 meses, as necessidades nutricionais não são mais atendidas só com o leite, já há maturidade fisiológica e neurológica para receber outros alimentos, o reflexo de protusão da língua diminui facilitando a ingestão de alimentos semissólidos, as enzimas digestivas são suficientes para essa fase e a criança consegue sentar-se facilitando a alimentação por colher. - A partir de 6 meses de idade, a criança precisa de mais nutrientes e outros alimentos devem ser oferecidos, juntamente com o leite materno. - Os alimentos complementares, especialmente preparados para a criança, são chamados de alimentos de transição. - Para que a criança goste de uma variedade de alimentos, é importante apresentar a ela a maior diversidade possível dos alimentos saudáveis que sua família pode obter. - A partir dos 8 meses, já pode receber gradativamente os alimentos preparados para a família, desde que sem temperos picantes, alimentos industrializados, pouco sal e oferecidos amassados, desfiados, triturados ou picados. - A introdução dos alimentos complementares deve ser lenta e gradual, a criança tende a rejeitar as primeiras ofertas. - Se a criança recusa um alimento porque não gosta, é importante que a família continue a oferecê-lo para ela, sem forçar, pois quanto mais oferecer esse alimento maior será a chance de ela aceitar. - A alimentação deve ser complementar ao leite materno e não o substituir. Inicialmente, a quantidade que a criança ingere pode ser pequena e se, após a refeição, a criança demonstrar sinais de fome poderá ser amamentada. - À medida que a criança cresce e aceita melhor o almoço e jantar, o leite materno deve ser oferecido somentese a criança demonstrar que deseja mamar. Esse é um período de transição, por isso a família deve observar qual a melhor estratégia a ser utilizada para que a criança continue mamando no peito e também aceite novos alimentos. - Os alimentos devem ser oferecidos separados no prato, para que a criança possa conhecer os sabores e texturas. - Água é um alimento essencial para hidratar a criança. Ela deve ser dada a partir do momento em que novos alimentos além do leite materno são incluídos na rotina da criança. Outras bebidas não devem ser oferecidas à criança (excesso de peso, cáries, diabetes). - No início, a criança deverá receber a comida amassada com garfo. Em seguida, deve-se evoluir para alimentos picados em pedaços pequenos, raspados ou desfiados, para que a criança aprenda a mastigá-los. Também podem ser oferecidos alimentos macios em pedaços grandes, para que ela pegue com a mão e leve à boca. - Não ofereça preparações líquidas e nem use liquidificador, mixer ou peneira. Se a criança continuar com a consistência líquida, terá dificuldade em aceitar alimentos mais sólidos no futuro, podendo apresentar engasgo e ânsia de vômito. 12 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 A melhor maneira de saber se a quantidade de alimentos consumida está adequada é avaliar o crescimento. O peso e a altura na curva de crescimento devem ser acompanhados por profissionais de saúde. Se o crescimento e o desenvolvimento estiverem de acordo com o esperado, é sinal de que a alimentação está adequada. - Quanto maior a variedade de alimentos in natura ou minimamente processados de diferentes grupos na alimentação, maior a diversidade de nutrientes, o que contribui para um crescimento saudável. - A criança pode e deve, desde o início, ser alimentada com a comida da família, que deve ser preparada com óleo vegetal em pequena quantidade, temperos naturais e com uma quantidade mínima de sal. - Nos dois primeiros anos de vida, frutas e bebidas não devem ser adoçadas com nenhum tipo de açúcar. Também não devem ser oferecidas preparações que tenham açúcar como ingrediente, como bolos, biscoitos, doces. - Nesta idade, a criança deve começar a receber 3 refeições, que podem ser almoço (ou jantar) e 2 lanches; ou almoço, jantar e 1 lanche. Não há regra sobre qual refeição iniciar primeiro. O importante é que, ao completar 7 meses, ela já esteja recebendo 3 refeições. - A partir dos 8 meses de idade do bebê, alguns alimentos da família já podem ser oferecidos à criança (arroz, feijão, carne cozida, legumes) se estiverem amassados ou desfiados e desde que não tenham sido preparados com excesso de temperos (condimentos). - 7-8 meses: O leite materno deve continuar a ser oferecido segundo a vontade da criança, sem substituir almoço e jantar. Ele pode ser oferecido entre as refeições e continua sendo o principal alimento da criança. Passe a ofertar 4 refeições: almoço, jantar e 2 lanches contendo fruta. Varie os sabores e apresente novos alimentos. - 9-11 meses: Embora o leite de peito continue a ser muito importante para a criança, a comida começa a ter uma maior contribuição para atender as necessidades de nutrientes e energia que a criança precisa para o seu crescimento. Então, neste momento, deve-se ter muita atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e à quantidade de comida que ela está comendo. - 1-2 anos: No decorrer do segundo ano de vida, ela pode resistir a experimentar novos alimentos ou recusar alimentos de que gostava anteriormente. Essa situação não é permanente, e a aceitação pode melhorar com a oferta repetida ou com a modificação das formas de preparo. Ofereça os alimentos em pedaços maiores e na mesma consistência da comida da família. Estimule a criança a comer sozinha. Continue ampliando a variedade de alimentos oferecidos. Estabeleça um local tranquilo para a criança se alimentar e evite distraí-la com equipamentos eletrônicos. Alimentação da criança de 6 meses a 2 anos - Obs.: A introdução deve ser lenta e gradual, respeitando-se a aceitação da criança. - Para garantir o aporte de nutrientes, a papa salgada deve conter um alimento de cada grupo desde a primeira oferta, principalmente carne, para prevenir a anemia. CALENDÁRIO VACINAL 13 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 BCG - A vacina BCG é produzida com bacilos vivos atenuados e liofilizados de cepa de Mycobacterium bovis. - Deve ser aplicada em dose única ao nascimento, na dose de 0,1ml intradérmica. Uma segunda dose da vacina está recomendada quando, após seis meses da primeira dose, não se observa cicatriz no local da aplicação. - Contraindicado para RN com <2000g ou com lesões dermatológicas extensas(relativas); imunodeficiências congênitas e adquiridas (absolutas). HEPATITE B - A vacina da hepatite B é composta pelo antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HbsAg). - A primeira dose da vacina Hepatite B deve ser aplicada idealmente nas primeiras 12 horas de vida. A segunda dose está indicada com um ou dois meses de idade e a terceira dose é realizada aos seis meses. - Contraindicações da Hepatite B: Reação anafilática prévia a qualquer componente da vacina e púrpura trombocitopênica pós- vacinal. Desde 2012, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacina combinada DTP/Hib/HB (Penta) foi incorporada no calendário aos 2, 4 e 6 meses de vida. Dessa forma, os lactentes que fazem uso desta vacina recebem quatro doses da vacina Hepatite B. DTP/DTPa – Difteria, Tétano e Pertussis (tríplice bacteriana) - É uma vacina combinada composta por toxoides diftérico e tetânico e pelo componente pertussis. - A vacina DTPa (acelular), quando possível, deve substituir a DTP (células inteiras), pois tem eficácia similar e é menos reatogênica. - O esquema é de 5 doses, aos 2, 4 e 6 meses por meio da pentavalente, com reforço aos 15 meses. Um segundo reforço deve ser aplicado entre quatro e seis anos de idade. Reforços são dados apenas com a DTP. OBS: Pentavalente = Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e meningite por Haemophilus influenzae tipo b. Ou seja, a pentavalente é a vacina DTP somada a Hib e Hep. B. HIB - A vacina Haemophilus influenzae tipo b (Hib) é composta por um Polirribosilfosfato (PRP) (polissacáride capsular) purificado do Hib, conjugado a uma proteína. Existem 4 tipos de vacina de acordo com a proteína conjugada. - A vacina é recomendada em três doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade. Quando utilizada pelo menos uma dose de vacina combinada com componente pertussis acelular (DTPa/Hib/IPV, DTPa/Hib, DTPa/Hib/IPV,HB,etc.), disponíveis em clínicas privadas, uma quarta dose da Hib deve ser aplicada aos 15 meses de vida. VIP/VOP - POLIOMELITE - A vacina injetável de poliovírus inativados (VIP) e a vacina oral de poliovírus vivos atenuados (VOP) apresentam em sua composição poliovírus tipo 1, 2 e 3, sendo a VOP os tipos 1 e 3 e a VIP 1, 2 e 3. - As três primeiras doses, aos 2, 4 e 6 meses, devem ser feitas obrigatoriamente com a vacina pólio inativada (VIP). A recomendação para as doses subsequentes é que sejam feitas preferencialmente também com a vacina inativada (VIP). - Evitar VOP em todas as crianças imunocomprometidas e nos seus contatos domiciliares. Nestas circunstâncias utilizar a VIP. PNEUMOCÓCICA CONJUGADA - Está indicada para todas as crianças até 5 anos de idade. O PNI utiliza a vacina pneumocócica conjugada 10-valente no esquema de duas doses, administradas aos 2 e 4 meses, seguidas de um reforço aos 12 meses, podendo ser aplicada até os 4 anos e 11 meses de idade. ROTAVÍRUS - Existem duas vacinas licenciadas, a monovalente e pentavalente. - A vacina monovalente incluída no PNI, indicada em duas doses, seguindo os limites de faixa etária: primeira dose aos 2 meses (limites de 1 mês e 15 dias até,no máximo, 3 meses e 15 dias) e a segunda dose aos 4 meses (limites de 3 meses e 15 dias até no máximo 7 meses e 29 dias). 14 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 MENINGOCÓCICA CONJUGADA (MENINGO C) - É composta por polissacarídeos dos sorotipos A, C, W, Y W e Y conjugados com a toxina mutante diftérica (MCC-CRM197) ou com o toxoide tetânico (MCC-TT). - Recomenda-se o uso rotineiro das vacinas meningocócicas conjugadas para lactentes maiores de 2 meses de idade, crianças e adolescentes. MENINGOCÓCICA B RECOMBINANTE - É formada pelas Proteínas recombinantes NHBA, NadA, fHbp e vesículas de membrana externa (OMB) de Neisseria meningitidis grupo B. - Recomenda-se o uso da vacina meningocócica B recombinante para lactentes a partir de 2 meses de idade, crianças e adolescentes. INFLUENZA - A vacina influenza é composta por vírus inativados e fragmentados. - Está indicada para todas as crianças e adolescentes a partir dos 6 meses de idade. Existem disponíveis duas vacinas influenza: tri e quadrivalente, sendo que a segunda contempla uma segunda variante da cepa B. - Contraindicações: Reações anafiláticas aos componentes da vacina, Reações anafiláticas a proteínas do ovo. SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA/SCR E SCRV – VARICELA - É composta pela combinação de vírus vivos e atenuados de sarampo caxumba, rubéola e varicela. - Aos 12 meses de idade: devem ser feitas, na mesma visita, as primeiras doses das vacinas tríplice viral (SCR) e varicela (V), em administrações separadas, ou a vacina tetraviral (SCRV). - A vacina SCRV se mostrou associada a uma maior frequência de febre em lactentes que recebem a primeira dose com esta vacina quando comparada às vacinas varicela e tríplice viral em injeções separadas. - Aos 15 meses de idade deverá ser feita uma segunda dose, preferencialmente com a vacina SCRV, com intervalo mínimo de três meses da última dose de varicela e SCR ou SCRV. HEPATITE A - A vacina deve ser administrada em duas doses, a partir dos 12 meses de idade. O PNI oferece a vacina em dose única aos 15 meses de idade. FEBRE AMARELA - A vacina da febre amarela é constituída do vírus vivo atenuado. Está indicada para residentes ou viajantes para as áreas com recomendação da vacina (pelo menos 10 dias antes da data da viagem). - Crianças acima de 9 meses. - Nas áreas com recomendação de vacina, face à situação epidemiológica atual, de acordo com o PNI, recomenda-se apenas uma dose da vacina na vida, sem necessidade de reforços. No entanto, a ocorrência de falhas vacinais primárias, especialmente em crianças com idade inferior a dois anos, faz com que a aplicação de uma segunda dose seja desejável, em geral a partir dos quatro anos de idade. - Lactantes de bebês menores de 6 meses de idade, quando vacinadas, devem ser orientadas para a suspensão do aleitamento materno por 10 dias após a vacinação. - Aguardar idealmente 30 dias para aplicar a vacina de febre amarela após a aplicação da tríplice viral, devido à possível interferência na resposta imune. - Contraindicada em grávidas e reações anafiláticas a ovo. FONTES Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores De 2 Anos – MS 2019 Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 4. ed. Barueri, SP : Manole, 2017. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Cadernos de Atenção Básica, n° 33. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Calendário Nacional de Vacinação – 2020 Calendário de vacinação 2019 da Sociedade Brasileira de Pediatria.
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