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MARC 02 - PUERICULTURA

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Kamilla Galiza / 6º P 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
1. Revisar o calendário vacinal infantil. 
2. Revisar as condutas de avaliação ao nascer (APGAR e 
triagem neonatal). 
3. Compreender a anamnese e o exame físico da 
puericultura. 
4. Discorrer sobre a introdução alimentar e 
suplementações. 
5. Analisar os marcos de desenvolvimento e as curvas de 
crescimento. 
 
Score APGAR 
O escore de APGAR é um dos métodos mais utilizados para a 
avaliação imediata do recém-nascido (RN). 
• Esta avaliação é feita no primeiro minuto de nascimento 
e é repetida novamente 5 minutos após o parto. 
• Avalia 5 sinais objetivos, atribuindo a cada sinal uma 
pontuação de 0 a 2: cor da pele, frequência cardíaca, 
irritabilidade reflexa, tônus muscular e respiração. 
 
Para cada grupo é dado o valor correspondente à resposta 
que melhor representa o estado do bebê no momento. No 
final, essa pontuação é somada para obter um valor único, 
que irá variar entre 0 e 10. Interpretação dos resultados 
 
De 0 a 3 – Asfixia grave 
De 4 a 6 – Asfixia moderada 
De 7 a 10 – Boa vitalidade, boa adaptação 
 
O normal é que um bebê saudável nasça, no mínimo, com 
uma pontuação de 7 ao primeiro minuto. Este tipo de 
pontuação inferior a 10 no primeiro minuto de vida é bastante 
comum e acontece porque a maioria dos bebês precisa ser 
aspirado para retirar todo o líquido amniótico dos pulmões 
antes de conseguir respirar normalmente. No entanto, por 
volta dos 5 minutos é comum que o valor aumente para os 
10. O surgimento de uma pontuação inferior que 7, ao 1º 
minuto, é mais comum em bebês que nasceram: 
• Após uma gravidez de risco; 
 
 
• Por cesárea; 
• Após uma complicação no parto; 
• Antes das 37 semanas. 
 
Nestes casos, a pontuação inferior não é motivo de 
preocupação, no entanto, deve aumentar após 5 minutos. 
 
O que acontece quando o resultado é inferior 
A maior parte dos bebês com valor inferior a 7 na escala de 
APGAR é saudável e, por isso, esse valor aumenta ao longo 
dos primeiros 5 a 10 minutos de vida. No entanto, quando o 
resultado se mantém baixo pode ser necessário ficar 
internado numa unidade de neonatologia, para receber 
cuidados mais específicos e garantir que está se 
desenvolvendo da melhor forma possível. 
 
Crescimento e desenvolvimento da criança 
Definição 
A puericultura consiste na consulta médica periódica de uma 
criança onde devem estar presentes: orientações educativas, 
ações de promoção da saúde, ações relacionadas à 
prevenção de doenças e observação dos riscos e 
vulnerabilidades sob a qual está submetida a respectiva 
criança. 
 
Atualmente, diferente do que foi considerado há um tempo, a 
puericultura não se restringe a uma consulta meramente 
educativa do médico direcionado à criança e sua família, 
mas parte da importância de pensar junto com a família da 
criança orientações que façam sentido para a mesma com 
o intuito de promover uma vida mais saudável, minimizando 
efeitos das condições adversas a qual a criança e sua família 
podem estar submetidas. Além disso, é papel da puericultura 
observar fatores de risco e vulnerabilidades que cercam as 
diferentes fases do processo de crescimento e 
desenvolvimento da criança. 
• Vulnerabilidades: baixo peso ao nascer, obesidade, 
deficiências imunológicas, dinâmica familiar e o modo 
como a criança se expressa (agressividade, agitação, 
timidez), os ambientes em que convive (escola, espaços 
de lazer) e as oportunidades de acesso a saúde. 
 
Frequência de consultas 
Nos primeiros 2 anos de vida as consultas são mais 
frequentes devido ao processo de crescimento e 
desenvolvimento ser mais intenso, por isso: 
 
Marc 02 
Kamilla Galiza / 6º P 
• No 1º ano de vida é recomendado um mínimo de 7 
consultas de rotina: na 1ª semana, no 1º/2º/4º/6º/9º e 12º 
mês; 
• No 2º ano de vida, deve se ter um mínimo de 2 consultas 
de rotina: no 18º e 24º mês. 
• A partir dos 2 anos de idades as consultas podem se 
tornar anuais. 
• Além da oportunidade de avaliar o desenvolvimento da 
criança, tal organização da frequência de consultas 
adotada pelo Ministério da Saúde toma como base o 
calendário de vacinação, permitindo a verificação do 
cartão vacinal em meses oportunos: ao nascimento, 
com 1, 2, 3, 4, 5, 6, 12 e 15 meses. 
• Outras consultas podem ser feitas conforme 
necessidades devido a problemas de saúde. 
 
Consulta completa 
O nascimento de uma criança representa uma mudança 
importante no cotidiano de uma família, logo, é preciso que o 
profissional que irá atender a criança esteja atento às 
possíveis dúvidas, inquietações e inseguranças relativas ao 
cuidado com o bebê. Logo, a primeira etapa de uma consulta 
completa é: 
• Apresentar-se 
• Perguntar o nome dos familiares e da criança 
• Ouvir não somente os responsáveis, mas também a 
própria criança, estimulando sua participação ainda 
que a mesma não tenha o domínio da linguagem. 
 
Independente da etapa da infância, é preciso realizar uma 
anamnese completa, pois algumas vezes é possível que a 
primeira consulta de uma criança seja quando a mesma 
esteja em idade mais avançada, até mesmo na 
adolescência. 
 
Perguntas abertas facilitam a compreensão dos motivos 
para a consulta, além de permitirem que o profissional 
explore condições que não tenham sido bem explicadas. 
Exemplos: 
• “O que você gostaria de me contar hoje?” ou 
• “Ocorreu alguma mudança importante na família desde 
a nossa última consulta?” ou 
• “Existe algo no comportamento do fulano que os 
preocupa?” 
 
É importante ainda evitar abordagens intrusivas ou 
interpretativas que não propiciem a descrição natural dos 
fatos: 
• “Ele está dormindo mal?” ou 
• “Por que você não o trouxe antes?” 
 
Obs: Sempre informar claramente, certificar-se de ter sido 
entendido e resumir o que foi combinado até a próxima 
consulta. 
 
Anamnese 
Deve ser completa, com todos os itens de uma anamnese 
comum, mas devendo também abordar: 
1. Antecedentes pessoais da criança com informações 
desde a sua concepção, com ênfase nos antecedentes 
patológicos e alimentares, questionando acerca da 
gestação, nascimento e período neonatal. 
2. Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) onde é 
preciso colher um relato da família sobre o 
aparecimento de habilidades motoras, aquisição de 
linguagem gestual e falada, controle esfincteriano e 
desenvolvimento socioafetivo da criança com 
membros da família e amigos. 
3. Antecedentes vacinais devendo além de registrar as 
vacinas tomadas e períodos em que foram realizadas, 
registrar eventos adversos (locais ou sistêmicos) caso 
tenham ocorrido. 
4. História de formação da família, relacionamento dos 
pais e aceitação da criança neste processo. 
5. Habitação é um ponto importante para a compreensão 
do profissional acerca das condições de vida e saúde 
da criança e sua família, de modo a conseguir 
compreender se existem fatores de risco para doenças 
respiratórias, infecto-parasitárias e dermatológicas. 
6. Hábitos atuais da criança também devem ser 
questionados à família, abarcando seus respectivos 
hábitos: alimentares, intestinais, urinários, sono, higiene 
corporal e bucal, lazer e atividade física. Neste ponto, é 
relevante também questionar, quanto tempo a criança 
fica exposta a telas de telefone, tablets, televisão, etc. 
 
Exame físico 
No momento do exame físico, é preciso lançar mão de 
algumas outras estratégias de interação como forma de 
estabelecer uma relação de confiança com a criança, uma 
vez que estar em contato com uma figura desconhecida 
como a do médico muitas vezes pode causar estresse para 
a mesma. 
• Deve-se explicar para a criança (e para os pais) o que 
será feito no momento do exame físico 
independentemente da idade que esta tenha. 
• Apresentar à criança os instrumentos que serão 
utilizados em cada etapa do exame (estetoscópio, 
espátula, fita métrica, etc.) auxilia na compreensão da 
mesma acerca de tais objetos, o que pode facilitar a 
tarefa do médico. 
• É importante que durante toda a consulta algum dosresponsáveis esteja no consultório podendo solicitar a 
ajuda destes durante as etapas do exame físico. 
 
Na Puericultura nem sempre será possível realizar o exame 
físico na sequência crânio-caudal com costuma-se realizar 
nas outras áreas da Medicina, assim, é possível iniciar parte 
do exame físico com a criança ainda no colo de um dos seus 
familiares. Sobretudo, na fase entre os 7 meses e 2 anos de 
idades as crianças estranham mais a realização do exame 
físico. Além disso, uma boa estratégia é deixar o exame da 
orofaringe e a otoscopia para serem realizados ao final, pois 
estes costumam causar maior desconforto na criança e se 
feitos logo no início podem dificultar a avaliação dos outros 
órgãos e sistemas. Lembrando que a 1ª consulta de toda 
criança deve ser ainda na sua 1ª semana de vida é 
importante ressaltar alguns, dentre todos os sistemas que 
não devem ser esquecidos nesta consulta com o recém-
nascido. 
Kamilla Galiza / 6º P 
 
 
Segundo o Ministério da Saúde, as consultas seguintes à 
primeira não devem obrigatoriamente contar com todos os 
elementos de um exame físico completo, no entanto, até os 
10 anos de idade recomenda que procedimentos específicos 
não deixem de ser realizados: dados antropométricos, 
rastreamento para displasia evolutiva do quadril, ausculta 
cardíaca, avaliação da visão e audição, aferição da pressão 
arterial e rastreamento para criptroquirdia. 
 
Dados antropométricos 
A avaliação do crescimento e desenvolvimento faz parte da 
avaliação básica da Pediatria. Esse acompanhamento 
sistemático permite o monitoramento das condições de 
saúde e nutrição da criança assistida. Nesta etapa do exame 
físico deve-se realizar as medidas de: 
• Peso 
• Comprimento/altura 
• Índice de massa corpórea (IMC) 
• Perímetro cefálico 
• Perímetro torácico (até os 3 anos de idade) 
• Circunferência abdominal. 
 
As informações do peso, altura, IMC e perímetro cefálico 
devem ser transpostas para as curvas disponíveis na 
Caderneta de Saúde da Criança e as informações devem ser 
compartilhadas com os pais. 
 
Os gráficos disponíveis na Caderneta são baseados em 
recomendações da OMS para crianças de qualquer país ou 
etnia, no entanto, o diagnóstico de algum desvio no 
crescimento da criança deve ser analisado com base no 
meio e condições de vida que a mesma se encontra. Os 
parâmetros disponíveis na caderneta para avaliação do 
crescimento utilizam os seguintes gráficos: 
• perímetro cefálico (até os 2 anos) 
• peso x idade (0 até 10 anos) 
• comprimento/altura x idade (0 até 10 anos) 
• IMC x idade (0 até 10 anos). 
As curvas possuem diversos pontos de corte classificados em 
escores z que indicam unidades do desvio-padrão do valor 
da mediana (escore z 0 ou linha verde), um ponto que não 
esteja entre as linhas vermelhas (escore z ≤ +2 e ≥ -2) indica 
um problema de crescimento, logo, uma criança que está 
crescendo adequadamente tem pontos do gráfico paralelo 
à linha verde (acima ou abaixo dela). 
 
 
 
 
Aferição do peso e comprimento/altura 
É realizada por métodos diferentes a depender das 
características da criança examinada. 
• O peso pode ser aferido por meio da balança pediátrica 
que deve ser utilizada para crianças de até 25 kg ou 2 
anos ou até a criança poder ficar em pé, quando então 
poderá ser pesada na balança em pé. 
• A medida do comprimento é realizada com a régua 
antropométrica com haste fixa que deve ficar na 
cabeça e a haste móvel é colocada logo abaixo do pé 
da criança, mais uma vez é fundamental o auxílio dos 
pais neste momento; em crianças a partir dos 2 anos é 
possível medir a altura da criança com estadiômetro 
onde a mesma em pé e cabeça retificada. 
 
IMC 
Já foi validado como bom marcador de adiposidade e 
sobrepeso, apresentando correlação com outros parâmetros 
que avaliam porcentagem de gordura corpórea e, em 
Kamilla Galiza / 6º P 
crianças, alguns estudos mostram que a mensuração do IMC 
na infância pode ser preditivo do IMC na adolescência e 
idade adulta. 
• Quando o IMC da criança está entre os escores z ≥ -2 e 
+1, fala-se que a mesma está com IMC adequado. 
 
Perímetro cefálico (PC) 
Deve ser medido em todas as consultas até os 2 anos de vida. 
• A circunferência da cabeça deve ser medida com uma 
fita métrica maleável envolvendo os maiores diâmetros 
frontoccipital na testa no sulco supra orbital e na porção 
mais proeminente do occipital. 
• Na Caderneta do Ministério da Saúde é possível 
correlacionar tal medida com a idade, de modo que, se 
escore z < -2 fala-se que o PC está abaixo do esperado 
e se > +2 está acima do esperado para idade. 
• Segundo a OMS, a microcefalia deve ser diagnosticada 
dentro das primeiras 24h até a 1ª semana de vida se a 
medida do PC estiver no escore z < -2, em casos de 
medidas < -3 no escore z, fala-se em microcefalia grave. 
• Além disso, é possível relacionar os gráficos de PC com 
os gráficos de peso x comprimento/altura, pois sempre 
que houver uma ascensão do traçado de PC deve haver 
uma ascensão do traçado peso x altura. Em caso de 
traçado positivo do PC com traçado negativo do peso x 
altura em mais de 2 consultas pode ser indicativo de 
macrocefalia. 
 
OBS: No 1º trimestre de vida, o PC costuma crescer em média 
2 cm/mês, no 2º trimestre este valor cai para 1cm/mês, 
enquanto que no 3º trimestre passa para 0,5 cm/mês. Ao final 
de um ano o crescimento do crânio chega a 12 cm. 
 
Rastreamento para displasia evolutiva de quadril 
Apesar de não haver consenso sobre a efetividade da 
redução dos desfechos clínicos, o rastreamento auxilia no 
diagnóstico precoce (antes dos 3-6 meses) e, com isso, na 
escolha de tratamentos menos invasivos e com menores 
riscos de complicações. 
• Os principais fatores de risco para displasia do 
desenvolvimento do quadril são: sexo feminino, história 
familiar de displasia congênita do quadril e parto com 
apresentação pélvica. 
• Duas manobras devem ser realizadas logo nas 
primeiras consultas até os 2 meses, testando um 
membro de cada vez a partir das manobras de Barlow 
(provocativa do deslocamento) e Ortolani (sua 
redução). 
• Após os 3 meses é possível avaliar-se a criança possui 
limitação da abdução dos quadris e encurtamento de 
um dos membros. 
• Quando a criança começa a deambular é pode-se 
observar se há Trendelenburg positivo, ou seja, a não 
sustentação da pelve após a elevação do membro 
inferior do lado oposto. 
Ausculta cardíaca 
Assim como em todo atendimento médico, a ausculta da 
frequência cardíaca (FC) deve ser realizada na Puericultura. 
Logo, é importante saber as faixas de FC, bem como a FC 
média em cada etapa da infância, podendo em caso de 
discrepâncias pensar em possibilidades diagnósticas: 
 
 
Aferição da pressão arterial 
Segundo o Ministério da Saúde, recomenda-se que a pressão 
arterial (PA) seja aferida em crianças uma primeira medida 
aos 3 anos de idade e segunda medida aos 6 anos, no 
entanto, outras referências não fazem menção a idades 
específicas para a medida. O manguito apropriado deve ter 
largura correspondente a 40% da circunferência do braço (no 
ponto médio entre o acrômio e olécrano). Caso não haja o 
manguito com nº ideal para a criança, deve-se escolher um 
imediatamente maior que deixe a fossa cubital livre e com 
cumprimento suficiente para circundar o braço da criança 
com o mínimo de superposição; manguitos menores podem 
falsear elevações na PA. A medida deve ser feita de 
preferência no braço direito, com a criança em repouso de 3 
a 5 minutos. Os valores de PA sistólica e diastólica podem ser 
relacionados com o percentil da estatura da criança e o sexo 
da mesma em tabelas apropriadas. A PA normal é inferior ao 
percentil 90, pré-hipertensão entre percentil 90-95 e 
hipertensão é definida por valores superiores ao percentil 95. 
 
Rastreamento para criptorquidia 
A criptorquidia é uma relevante anomalia congênita com isso, 
o Ministério da Saúde recomenda que, caso os testículos não 
sejam palpáveis ou sejam retráteis na 1ª consulta da 
Puericulturao rastreamento deve ser realizado nas próximas 
consultas de rotina. 
• Se aos 6 meses não houver testículos palpáveis, a 
criança deve ser encaminhada à cirurgia pediátrica. 
• Se forem retráteis, deve ser monitorado a cada 6-12 
meses entre os 4-10 anos de idade, pois pode ocorrer da 
criança crescer mais rápido do que o cordão 
espermático e haver saída dos testículos da bolsa 
escrotal. 
• Vale ressaltar que, o tratamento precoce da 
criptoquirdia resulta em diminuição do risco de câncer 
de testículo e problemas de fertilidade em adultos. 
 
Avaliações específicas da saúde da criança 
Kamilla Galiza / 6º P 
 
 
 
Diagnósticos 
Ao final de toda consulta de Puericultura devem ser 
elaborados no mínimo 6 diagnósticos (havendo outros 
diagnósticos estes devem ser elencados após). Podemos 
usar o mnemônico “CEVADA” para memorizar estes 
diagnósticos: 
 
 
Desenvolvimento neuropsicomotor 
A criança deve atravessar cada fase seguindo uma 
sequência com certa regularidade e, se não for estimulada 
no momento apropriado, não conseguirá superar esse atraso 
no desenvolvimento. Por isso, a avaliação do 
desenvolvimento faz parte do conjunto de cuidados que 
visam promover uma infância saudável. O desenvolvimento 
compreende alguns domínios de função, todos interligados, 
sendo eles: 
• Sensorial 
• Emocional 
• Adaptativo 
• Motor 
• Cognitivo 
• Linguagem 
 
Avaliação 
As consultas pediátricas devem avaliar o desenvolvimento 
neuropsicomotor da criança. Algumas escalas foram 
desenvolvidas com o objetivo de guiar a avaliação 
profissional – como o teste de Gesell, o teste de triagem de 
Denver II, a escala de desenvolvimento infantil de Bayley, 
dentre outros. No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança, do 
Ministério da Saúde, disponibiliza uma sistematização para a 
avaliação do desenvolvimento da criança até os 3 anos de 
idade, contendo os principais marcos do desenvolvimento, 
facilitando o acompanhamento dos ganhos no 
desenvolvimento neuropsicomotor conforme a criança vai 
crescendo. 
 
Por outro lado, é essencial que o pediatra saiba conduzir a 
consulta de forma individualizada, levando em consideração 
diversos fatores sociais, familiares e ambientais que possam 
influenciar esse processo. Em todas as consultas deve-se 
realizar a avaliação do desenvolvimento infantil. Observar a 
forma que a mãe a segura, se existe contato visual e verbal 
de forma afetuosa entre ela e a criança, se a criança faz 
busca visual ou tem interesse pelo ambiente ao redor, se a 
criança está em bom estado de higiene e se a mãe ou 
cuidador presta atenção às orientações. 
 
Vale a pena também observar-se há participação paterna, 
se a mãe conta com rede de apoio e observar sinais de 
depressão pós-parto – sendo essencial o encaminhamento 
da mãe a especialistas nesses casos. Antes de falarmos dos 
marcos, precisamos ressaltar a importância de extrair 
informações a respeito de possíveis fatores de risco ou 
alterações físicas associadas a distúrbios do 
desenvolvimento, sendo estes: 
 
 
Desenvolvimento de habilidades 
Recém-nascido 
• Reflexo tônico clônico assimétrico 
• Predomínio do tônus flexor 
• Hipotonia da musculatura paravertebral 
• Movimentos reflexos 
 
É por isso que, ao vermos bebês recém-nascidos, eles tendem 
a estar “encolhidinhos”. Progressivamente, o tônus flexor visto 
no recém-nascido vai sendo substituído pelo padrão 
extensor, de forma gradual. Esse amadurecimento acontece 
na direção craniocaudal, alcançando o quadril e os membros 
inferiores por último. Assim, a partir do segundo semestre de 
vida, não há mais predomínio de quaisquer dos dois padrões 
e, com isso, a criança é capaz de alternar entre flexão e 
extensão e, consequentemente, rolar. Por fim, quando há 
dissociação de movimento entre as cinturas pélvicas e 
escapular, o bebê é capaz de sentar-se. 
Kamilla Galiza / 6º P 
Lactentes 
• Padrão flexor é substituído pelo extensor 
• Direção crânio caudal 
• Alternância entre flexão e extensão 
 
Além de craniocaudal, o amadurecimento também ocorre 
na direção proximodistal. Primeiro com aquisições mais 
simples e, posteriormente, mais complexas. A primeira 
musculatura a ser controlada é a ocular. Depois, a 
musculatura do controle da cabeça e, depois, do tronco. 
Finalmente, no 3º trimestre o bebê adquire a posição 
ortostática. O apoio do bebê na musculatura do braço vai 
leva-lo a posteriormente se apoiar nos antebraços e às 
tentativas de engatinhar. Já entre os 18 e os 24 meses, a 
criança tem melhorias no equilíbrio e agilidade. Com isso, 
passam gradualmente a ser capazes de correr e subir 
escadas. 
 
Em relação ao desenvolvimento motor fino, este ocorre no 
sentido proximodistal. Ao nascer, a criança mantém as mãos 
fechadas pela maior parte do tempo – com as mãos fletidas. 
Lembra do tônus flexor? Justamente. Com a redução desse 
tônus flexor, a criança passa a manter as mãos abertas a 
maior parte do tempo no 3º mês, conseguindo agarrar 
objetos – embora ainda sejam incapazes de soltá-los. Entre o 
5º e o 6º mês, iniciam o movimento de pinça, que irá 
progressivamente se aperfeiçoar até enfim completar-se, 
permitindo o movimento polpa com polpa. Vamos abordar 
agora um pouco da função sensorial, que deve ser avaliada 
logo nos primeiros atendimentos, em especial a visão e a 
audição. 
• O recém-nascido é capaz apenas de focalizar um 
objeto a poucos centímetros e tem preferência por 
rostos humanos. Logo, durante as avaliações, é 
importante perguntar aos familiares se a criança 
focaliza os objetos e os segue com o olhar, além de 
perguntar se prefere o rosto materno – essas respostas 
idealmente serão positivas. 
• Ao examinar os olhos, atentar-se para o tamanho das 
pupilas, pesquisar reflexo motor bilateralmente e o 
reflexo vermelho (em suspeita de opacidades, 
encaminhar o bebê para avaliação mais detalhada). 
• Em relação à audição, o bebê já escuta desde o 5º mês 
de gestação. Inclusive, ao nascer, já existe familiaridade 
com vozes materna e familiares, além de sons do 
organismo materno. Nesse contexto, como parte da 
avaliação auditiva, é interessante perguntar na consulta 
se o bebê se assusta, acorda ou chora com sons altos e 
repentinos, se procura a origem dos sons e se fica mais 
calmo com a voz da mãe. 
 
Já no que tange a sociabilidade, o olhar e o sorriso são 
formas de comunicação desde o nascimento. A partir da 4ª a 
6ª semana – o bebê apresenta o sorriso social, 
desencadeado por estímulos – sendo a face humana o 
principal. No 2º semestre, o bebê consegue distinguir pessoas 
familiares e desconhecidas, passando a sorrir apenas para 
aquelas. Além disso, pode haver medo e recusa do estranho. 
Já a linguagem é expressa pela mímica facial nos primeiros 
meses de vida, especialmente o choro. 
• Entre o 2º e o 3º mês, começa emissão de arrulhos e, por 
volta do 6º, sons bilabiais e balbucio. • Entre 9 e 10 meses, 
já surgem balbucios semelhantes à linguagem do seu 
meio. 
• No 2º semestre, surge a linguagem gestual, resultante 
da significação dada por adultos que convivem com o 
bebê. É comum apontar e obedecer a comandos 
verbais simples (bater palmas e acenar). 
• Aos 12 meses, surgem as primeiras palavras e, aos 18, se 
iniciam frases simples. A partir desse momento, o 
repertório linguístico vai aumentando 
exponencialmente. Também a partir daí a criança 
passa a ter linguagem em dois turnos, ou seja, ela emite 
a mensagem e espera a resposta do interlocutor para 
então tornar a emitir outra mensagem. 
 
O desenvolvimento da linguagem ocorre de maneira 
exponencial entre 2 e 5 anos de idade. O vocabulário, antes 
de 50 a 100 palavras, se expande para até 2000 palavras. 
Paralelamente, a estrutura e complexidade das frases 
aumentam e passam a incorporar todos os componentes 
gramaticais. Aos 4 anos, as crianças já usam verbo no 
passado e, aos 5, verbos no futuro. Existe, inclusive, uma 
regrinha para guiar a avaliação do desenvolvimento da 
linguagem: entre 2 e 5 anos, as frases terão tipicamente um 
númerode palavras igual à idade da criança. A aquisição da 
linguagem responde a estímulos ambientais. É interessante 
que pais conversem bastante com as crianças, leiam para 
elas e reforcem o nome dos objetos. Atrasos na linguagem 
podem significar indícios de deficiência intelectual, 
Transtorno do Espectro Autista ou maus tratos. 
 
Principais marcos do desenvolvimento 
É importante ressaltar que esses marcos podem variar 
ocasionalmente em cada criança, sendo necessário avaliá-
las individualmente. 
15 dias 
• Entre 1 e 2 meses: predomina tônus flexor, há assimetria 
postural e preensão reflexa; 
• Reflexos: 
→Apoio plantar 
→ Sucção 
→ Preensão palmar 
→ Desaparecem até o 6º mês 
 
Preensão palmar e plantar 
A primeira se caracteriza pela flexão dos dedos à pressão na 
palma da mão; o segundo é similar, com a flexão dos dedos 
após pressão na base dos artelhos. Este último é o que dura 
mais tempo, podendo ir até os 10 a 11 meses de vida. 
 
 
Reflexo da sucção 
É desencadeado pela estimulação dos lábios, gerando 
sucção vigorosa, e sua ausência significa disfunção 
neurológica grave. O reflexo da busca, estimulado por 
colocação dos dedos nas comissuras labiais da criança 
(criança rotaciona a cabeça como se buscasse pelo 
alimento), desaparece mais precocemente – aos 2 meses. 
 
Kamilla Galiza / 6º P 
 
Reflexo cutâneo-plantar 
caracterizado pela extensão do hálux após estímulo na lateral 
do pé. Ocorre até o 13º mês, a partir do qual a resposta a esse 
estímulo deve ser a flexão – sendo a extensão considerada 
patológica. 
 
Reflexo de Moro 
Realiza-se uma queda súbita da cabeça da criança, 
amparada pela mão do examinador. Isso desencadeia 
extensão e abdução dos membros superiores, seguidas de 
choro. Deve ser sempre simétrico. É incompleto até o 3º mês 
e não deve existir após os 6 meses; 
 
 
Reflexo tônico-cervical (do Esgrimista) 
Rotação da cabeça para um lado, com extensão dos 
membros do lado contralateral e flexão dos membros do lado 
ipsilateral. Exame realizado bilateralmente e deve ser 
simétrico. Desaparece até os 3 a 4 meses de vida. 
 
Reflexo da Marcha 
O bebê inclina o tronco após apoio plantar. As pernas se 
cruzam uma à frente da outra. Presente até os 2 meses de 
vida. 
 
 
Reflexo de Colocação (Placing) 
Desencadeado pelo estímulo tátil do dorso do pé, segurando 
o bebê pelas axilas. O pé irá se elevar como se estivesse 
subindo uma escada. Também dura até os 2 meses de vida. 
 
 
1° mês 
Entre 1 e 2 meses: melhor percepção de um rosto, medido com 
base na distância entre bebê e seio materno. 
 
2 meses 
• 2-3 meses: sorriso social. 
• 3 meses: adquire noção de profundidade. 
• 2-4 meses: fica de bruços, levanta a cabeça e ombros 
na posição prona. 
• Em torno dos 2 meses: ampliação do campo visual. Bebê 
visualiza e segue objetos com o olhar, ultrapassando a 
linha média. Observa rosto, vocaliza (sons diferentes do 
choro), reage a estímulos sonoros. 
 
4 meses 
• Aos 4: preensão voluntária das mãos – agarra objetos 
colocados em sua mão. Observa sua própria mão, 
segue com o olhar até 180º, grita, senta-se com apoio e 
sustenta a cabeça. 
• 4-6 meses: volta a cabeça em direção a estímulo 
sonoro. 
 
6 meses 
• Aos 6 meses: começa a ter noções de “permanência do 
objeto”, procura objetos fora do alcance. 
• Tenta alcançar um brinquedo, volta-se para o som, rola 
no leito e inicia interações. 
• A partir do 7º: senta-se sem apoio. 
• 6-9 meses: arrasta-se, engatinha. 
• 6-8 meses: apresenta reações a pessoas estranhas. 
 
9 meses 
• Aos 9 meses: transmite objetos de uma mão para outra, 
pinça polegar- dedo, balbucia, estranhamento (prefere 
pessoas do seu convívio), brinca de esconde-achou. 
• Em torno dos 10: fica em pé sem apoio. 
• 9-12 meses: engatinha ou anda com apoio. 
 
12 meses 
• 12-18 meses: bebê anda sozinho. 
• Em torno de 1 ano: acuidade visual de adulto. 
• Bate palmas, acena, combina sílabas, faz pinça 
completa (polpa-polpa), segura o copo ou mamadeira. 
 
15 meses 
• 15 meses: primeiras palavras, primeiros passos, é ativa e 
curiosa. 
 
Kamilla Galiza / 6º P 
18 meses 
• 18 meses: anda, rabisca, obedece a ordens, nomeia 
objetos. 
• 18-24 meses: bebê corre e sobe degraus baixos. 
 
2 anos 
• 2-3 anos: diz próprio nome e nomeia objetos como sua 
posse; 
• Aprox. 2 anos: reconhece-se no espelho, brinca de faz de 
conta (deve ser estimulado, pois auxilia no 
desenvolvimento cognitivo e emocional), sobe escadas, 
corre, formula frases simples (“dá água”, “quer papar”), 
retira peça de roupa, tenta impor sua vontade; 
• 2-3 anos: pais devem começar a gradualmente retirar 
as fraldas e ensinar a usar o penico; 
 
4 a 6 anos 
• 3-4 anos: veste-se com auxílio. 
• 4-5 anos: conta ou inventa histórias. 
• Comportamento é egocêntrico. Com o passar do 
tempo, passa a considerar outras crianças. 
• A partir dos 6 anos: passa a pensar com lógica, embora 
seja predominantemente concreta. Memória e 
habilidade linguística aumentam. Ganhos cognitivos 
aumentam capacidade de tirar proveito da educação 
formal. Autoimagem se desenvolve e passa a impactar 
na autoestima. Amigos assumem importância 
fundamental e criança passa a entender constância de 
gênero (segregação de gênero é comum). 
 
Como avaliar o desenvolvimento? 
O Ministério da Saúde (MS) disponibiliza uma planilha que 
deve ser utilizada como guia para a avaliação do 
desenvolvimento de crianças até os 3 anos. Essa planilha é 
preenchida a cada consulta e, a partir dela, podemos definir 
se o desenvolvimento da criança está adequado. 
 
Atrasos de desenvolvimento 
Se todos os marcos para a respectiva faixa etária estão 
presentes, estamos diante de um desenvolvimento 
adequado. Devemos elogiar a mãe ou cuidador, orientá-lo 
(a) a continuar estimulando a criança, informá-lo(a) sobre 
sinais de alerta e orientar retorno para acompanhamento 
conforme rotina do serviço. 
Se todos os marcos estão presentes, mas há 1 ou mais 
fatores de risco, trata-se de um desenvolvimento adequado 
com fator de risco. Devemos informar a mãe ou cuidador 
sobre sinais de alerta – na presença de algum sinal, a criança 
deverá ser reavaliada em 30 dias. 
Se há ausência de um ou mais marcos para a faixa etária, 
trata-se de alerta para desenvolvimento e devemos orientar 
a mãe ou cuidador sobre estimulação da criança e marcar 
retorno em 30 dias. 
Se o perímetro cefálico for <-2 escores z ou >+2 escores z; 
ou se houver presença de 3 ou mais alterações fenotípicas; 
ou ausência de 2 ou mais marcos para a faixa etária anterior, 
trata-se de provável atraso de desenvolvimento e devemos 
referir a criança para avaliação neuropsicomotora. 
 
Aleitamento materno e Alimentação de 0-2 anos 
Durante a infância, a alimentação adequada (equilibrada e 
com os nutrientes necessários) é a garantia de crescimento 
e desenvolvimento adequados, bem como de estar atuando 
sobre a prevenção de doenças. 
 
Alimentação do lactente 
A alimentação adequada do lactente consiste em 
aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida e 
complementado até os 2 anos. Assim, a alimentação 
complementar deve ser introduzida a partir dos 6 meses, não 
havendo qualquer indicação de retardar essa introdução 
alimentar. 
 
Conceitos 
Aleitamento materno exclusivo – aquele em que a 
alimentação do bebê é realizada exclusivamente com o leite 
materno, sem água, chás ou sucos. São permitidas apenas 
doses medicamentosas (em gotas ou suspensões) e a 
suplementação com sulfato ferroso e vitamina D. 
Aleitamento materno predominante – aquele em que além 
do leite materno são dados água, chás e/ou sucos ao bebê. 
Aleitamento materno complementado – aquele em que o 
leite materno é complementado por alimentos sólidos ou 
semissólidos. Idealmente deve ser iniciado aos 6 meses. 
Aleitamento materno parcial ou misto – quando além do 
leite materno, a criança recebe outros tipos de leite. 
 
Essa transição alimentar é realizada por meio de papas: 
• Papa principal (anteriormente denominadapapa 
salgada) – consiste em cereais ou tubérculos, 
leguminosas, proteína (carne branca/ vermelha ou ovo) 
e hortaliças (legumes e verduras); 
• Papa de frutas (anteriormente denominada papa 
doce) – consiste em frutas variadas, podendo priorizar 
as laxantes (abacate, ameixa, mamão, laranja) ou as 
obstipantes (maçã, banana) de acordo com o ritmo 
intestinal da criança, ou até mesmo mesclá-las para 
obter o equilíbrio. 
 
A introdução alimentar deve ser uma transição gradual de 
quantidade e consistência dos alimentos. Dessa forma, 
algumas fases devem ser obedecidas de acordo com a 
idade da criança. 
• Por exemplo, ao completar 6 meses, além do leite 
materno sob livre demanda, a criança deve ser 
alimentada com duas papas de frutas e uma papa 
principal. 
• Com 7 meses, uma nova papa principal é adicionada à 
rotina alimentar da criança. A quantidade de alimentos 
ingeridos por refeição também deve ser aumentada 
gradativamente, assim como a consistência, até chegar 
à consistência da alimentação da família, a qual deve 
ser introduzida com 1 ano de idade. 
 
Kamilla Galiza / 6º P 
Essas orientações e algumas outras foram sumarizadas no 
documento Dez passos para uma alimentação saudável – 
Guia alimentar para crianças menores de dois anos, 
elaborado pelo Ministério da Saúde em parceria com a 
Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização 
Panamericana de Saúde. Entenda cada passo a seguir: 
• Fornecer aleitamento materno exclusivo até os 6 meses 
(sem oferta de água, nem chá e nem suco); 
• Introduzir outros alimentos gradualmente a partir dos 6 
meses; 
• Alimentos complementares após 6 meses: 
→ 3 vezes/dia, se em aleitamento materno (4 vezes/dia 
após 7 meses); 
→ 5 vezes/dia, se criança não estiver sendo 
amamentada; 
→ Oferecer todos os grupos alimentares: cereais, 
tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes e, 
inclusive, ovo (desde que seja cozido). 
• Alimentação sem rigidez de horário: 
→ Respeitando a vontade da criança; 
→De forma geral, orienta-se que haja uma refeição 
regular a cada 2 a 3 horas. 
• Alimentação complementar espessa desde o início: 
→ Os alimentos não devem ser liquidificados, apenas 
amassados, de forma que fiquem espessos, já que 
quanto maior a espessura maior é o aporte calórico-
energético; 
→ É importante evitar sucos! Se for ofertar, que seja no 
máximo 100 mL/dia. Isso porque a capacidade gástrica 
da criança é pequena e o suco, por ocupar grande 
volume, leva a criança a rejeitar outros alimentos, 
fazendo com que o aporte calórico fique abaixo do 
ideal; 
→ A consistência deve ir aumentando gradativamente, 
até que, ao chegar aos 12 meses, a criança consiga 
comer os alimentos da consistência da comida da 
família; 
→ Os alimentos devem ser oferecidos em colher, para 
que a criança comece a treinar a manipulação dos 
utensílios e do alimento. 
• Oferecer alimentos diferentes todos os dias, de forma 
que a alimentação seja diversa e colorida; 
• Estimular o consumo diário de frutas, verduras e 
legumes: 
→ A criança pode precisar de cerca 8 a 10 exposições 
para aceitar o alimento, então é importante aconselhar 
as mães a persistirem. 
• Evitar: açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, 
balas, salgadinhos: 
→ Sal sempre com moderação e açúcar refinado, de 
preferência, só depois dos dois anos. O uso precoce de 
açúcar está associado à presença de cárie. 
• Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos, 
de modo a evitar infecções gastrointestinais: 
→ Higienizar bem os utensílios utilizados para alimentar 
a criança, bem como as mãos antes do preparo; 
→ Os alimentos devem estar bem cozidos. 
• Estimular a criança doente a se alimentar: 
→ Dar alimentos de preferência da criança, oferecendo 
em poucas quantidades, mas várias vezes ao dia. 
 
Algumas recomendações adicionais são: 
• Quando a criança já estiver desmamada, a oferta de 
leite em fórmulas deve ser limitada a 600 mL/dia, já que, 
para obter um aporte calórico adequado, ela precisa se 
alimentar das papinhas e isso pode ser inibido com a 
ingestão de grandes quantidades de leite (pelo mesmo 
mecanismo dos sucos já supracitado); 
• É importante evitar mel em menores de 1 ano, pelo risco 
de botulismo; 
• O ambiente alimentar adequado é junto à família toda 
se alimentando, em silêncio e sem telas, para que a 
criança reconheça que aquele é o momento de comer. 
 
Saiba mais! 
Quando o leite materno estiver sendo insuficiente para 
manter o crescimento e desenvolvimento adequados do 
bebê, há duas possibilidades: 
• Se a criança tem menos de 4 meses, deve ser instituído 
o aleitamento por meio de fórmulas. 
• Se a criança tem 4 meses ou mais, a introdução 
alimentar é antecipada e o aleitamento por fórmulas 
fica restrito a 600 mL/dia. 
 
Suplementação alimentar profilática 
Apesar dos inúmeros benefícios do aleitamento materno e da 
introdução alimentar aos 6 meses, estes, na maioria das 
vezes, não conseguem suprir a quantidade demandada de 
algumas vitaminas e minerais. Logo, faz-se necessária a 
suplementação profilática de alguns compostos. Veja a 
seguir as orientações mais recentes do Departamento de 
Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). 
 
Vitamina K 
A vitamina K é administrada ao nascer, como forma de 
prevenção à doença hemorrágica, na dose de 1 mg por via 
intramuscular. 
 
Vitamina D 
Preconiza-se que a vitamina D suplementar seja 
administrada para todos os recém-nascidos a termo, 
independentemente de estar em aleitamento materno 
exclusivo ou fórmula infantil, desde a primeira semana até os 
3 anos de vida. Observe a tabela 3 abaixo. Geralmente, a 
forma de apresentação da vitamina D é em gotas e possui 
concentração de 200 UI/gota, logo de 0 a 1 ano devem ser 
administradas 2 gotas/dia e de 1 a 3 anos devem ser 
administradas 3 gotas/dia. Para recém-nascidos pré-termo, 
orienta-se que a suplementação profilática oral de vitamina 
D (400 UI/dia) seja iniciada apenas quando o peso for 
superior a 1500 gramas e houver tolerância plena à nutrição 
oral. 
 
 
Vitamina A 
A suplementação de vitamina A é recomendada para 
crianças em áreas com alta prevalência de deficiência de 
vitamina A e que tenham o diagnóstico de hipovitaminose. 
Entretanto, na prática, a suplementação é feita para todas as 
crianças. Esta suplementação é realizada em megadoses por 
via oral, geralmente administradas nos postos de vacinação, 
Kamilla Galiza / 6º P 
a cada 4-6 meses. Deve ser administrada dos 6 meses aos 6 
anos, sendo na dose de 100.000 UI para crianças entre 6 e 12 
meses e 200.000 UI para crianças entre 1 e 6 anos. 
 
Ferro 
Preconiza-se que a suplementação profilática de ferro seja 
universal, tendo em vista a alta prevalência de anemia 
ferropriva entre crianças. Para crianças nascidas a termo e 
com peso adequado para a idade gestacional (estando em 
aleitamento materno exclusivo ou não), a recomendação é 
de suplementação oral com 1 mg de ferro elementar/Kg/dia 
dos 3 meses aos 2 anos. Porém há situações especiais em 
que a dose e a idade de início devem ser diferentes. 
 
 
Calendário de vacinação no Brasil 
 
 
 
 
BCG 
• Deve ser aplicada em dose única o mais precocemente 
possível; 
• Não se recomenda a revacinação de crianças que não 
apresentem cicatriz no local da aplicação após 6 
meses. 
• Em recém-nascidos filhos de mãe que utilizaram 
imunossupressores na gestação, ou com história 
familiar de imunossupressão, a vacinação poderá ser 
adiada ou contraindicada. 
 
HEPATITE B 
• A primeira dose da vacina Hepatite B deve ser aplicada 
idealmente nas primeiras 12 horas de vida. � A segunda 
dose está indicada com um ou dois meses de idade e a 
terceira dose é realizada aos seis meses. 
• Desde 2012, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), 
a vacina combinada DTP/Hib/ HB (denominada pelo 
Ministério da Saúde de Penta) foi incorporada no 
calendário aos 2, 4 e 6 meses de vida. 
 
DTP/DTPa 
• Difteria, Tétano e Pertussis (tríplice bacteriana). 
• A vacinaDTPa (acelular), quando possível, deve 
substituir a DTP (células inteiras), pois tem eficácia 
similar e é menos reatogênica. 
• O esquema é de 5 doses, aos 2, 4 e 6 meses com reforço 
aos 15 meses. Um segundo reforço deve ser aplicado 
entre quatro e seis anos de idade e na adolescência, 
uma dose entre 14-15 anos. 
 
dT/dTpa 
• Adolescentes com esquema primário de DTP ou DTPa 
completo devem receber um reforço com dT ou dTpa, 
preferencialmente com a formulação tríplice acelular, 
aos 14 anos de idade 
• No caso de esquema primário para tétano incompleto, 
este deverá ser completado com uma ou duas doses da 
vacina contendo o componente tetânico, sendo uma 
delas preferencialmente com a vacina tríplice acelular. 
 
Hib 
Kamilla Galiza / 6º P 
• A vacina penta do PNI é uma vacina combinada contra 
difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus 
influenza tipo B (conjugada). 
• A vacina é recomendada em três doses, aos 2, 4 e 6 
meses de idade. 
 
VIP/VOP 
• As três primeiras doses, aos 2, 4 e 6 meses, devem ser 
feitas obrigatoriamente com a vacina pólio inativada 
(VIP). 
• A recomendação para as doses subsequentes é que 
sejam feitas preferencialmente também com a vacina 
inativada (VIP) 
 
PNEUMOCÓCICA CONJUGADA 
• Está indicada para todas as crianças até 5 anos de 
idade. O PNI utiliza a vacina pneumocócica conjugada 
10-valente no esquema de duas doses, administradas 
aos 2 e 4 meses, seguidas de um reforço aos 12 meses, 
podendo ser aplicada até os 4 anos e 11 meses de idade. 
• A SBP recomenda, sempre que possível, o uso da vacina 
conjugada 13-valente, pelo seu maior espectro de 
proteção, no esquema de três doses no primeiro ano (2, 
4, e 6 meses) e uma dose de reforço entre 12 e 15 meses 
de vida 
 
MENINGOCÓCICA 
• Recomenda-se o uso rotineiro das vacinas 
meningocócicas conjugadas para lactentes maiores de 
2 meses de idade, crianças e adolescentes. 
• Sempre que possível utilizar preferencialmente a vacina 
MenACWY pelo maior espectro de proteção, inclusive 
para os reforços de crianças previamente vacinadas 
com MenC. 
 
MENINGOCÓCICA B RECOMBINANTE 
• Recomenda-se o uso da vacina meningocócica B 
recombinante para lactentes, crianças e adolescentes. 
• Para aqueles que iniciam a vacinação entre 3 e 12 meses 
de idade, são recomendadas duas doses com intervalo 
mínimo de 2 meses entre elas, além de uma dose de 
reforço no segundo ano de vida. 
• Aqueles que iniciam a vacinação entre 12 e 23 meses 
devem também receber o esquema de duas doses, 
com dois meses de intervalo entre elas, além de uma 
dose de reforço. 
• Finalmente, para crianças que iniciam a vacinação 
após os dois anos, são indicadas duas doses com 
intervalo de 2 meses entre elas. 
 
ROTAVÍRUS 
• Existem duas vacinas licenciadas. A vacina 
monovalente incluída no PNI, indicada em duas doses, 
seguindo os limites de faixa etária: primeira dose aos 2 
meses (limites de 1 mês e 15 dias até, no máximo, 3 
meses e 15 dias) e a segunda dose aos 4 meses (limites 
de 3 meses e 15 dias até no máximo 7 meses e 29 dias). 
• A vacina pentavalente, disponível somente na rede 
privada, é recomendada em três doses, aos 2, 4 e 6 
meses. 
• A primeira dose deverá ser administrada no máximo até 
3 meses e 15 dias e a terceira dose deverá ser 
administrada até 7 meses e 29 dias. O intervalo entre as 
doses deve ser de 2 meses, podendo ser de, no mínimo, 
quatro semanas. 
 
INFLUENZA 
• Está indicada para todas as crianças e adolescentes a 
partir dos 6 meses de idade. A primovacinação de 
crianças com idade inferior a 9 anos deve ser feita com 
duas doses, com intervalo de 1 mês entre elas. 
• A dose para aqueles com idade entre 6 a 35 meses 
pode variar conforme o fabricante, e a partir de 3 anos 
é de 0,5 mL. 12. Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela 
(vacinas tríplice viral –SCR; tetraviral –SCRV; varicela –V). 
• Aos 12 meses de idade: devem ser feitas, na mesma 
visita, as primeiras doses das vacinas tríplice viral (SCR) 
e varicela (V), em administrações separadas, ou a 
vacina tetraviral (SCRV). 
• A vacina SCRV se mostrou associada a uma maior 
frequência de febre em lactentes que recebem a 
primeira dose com esta vacina quando comparada às 
vacinas varicela e tríplice viral em injeções separadas. 
• Aos 15 meses de idade deverá ser feita uma segunda 
dose, preferencialmente com a vacina SCRV, com 
intervalo mínimo de três meses da última dose de 
varicela e SCR ou SCRV. 
 
HEPATITE A 
• A vacina deve ser administrada em duas doses, a partir 
dos 12 meses de idade. 
• O PNI oferece a vacina em dose única aos 15 meses de 
idade. Adolescentes podem receber a 2 doses da vacina 
de Hepatite A com intervalo de 6 meses ou vacina 
combinada HepA e HepB, como uma série de 3 doses (0, 
1 e 6 meses). 
 
FEBRE AMARELA 
• Indicada atualmente para toda a população brasileira 
e também para pessoas que se deslocam para países 
que exigem a comprovação de vacinação. 
• O PNI oferece duas doses da vacina para crianças 
menores de 5 anos de idade, aos 9 meses e 4 anos. 
Acima de 5 anos o esquema preconizado é de dose 
única. A aplicação de uma segunda dose para crianças 
e adolescentes que iniciaram o esquema acima de 5 
anos de idade é desejável, com o intuito de prevenir 
falhas vacinais. 
• Para viagens internacionais prevalecem às 
recomendações da OMS com comprovação de apenas 
uma dose. 
 
HPV 
• Existem duas vacinas disponíveis no Brasil contra o HPV 
(Papilomavírus humano): a vacina com as VLPs 
(partículas semelhantes aos vírus – “vírus- - like 
particle”) dos tipos 16 e 18 (HPV2) e a vacina com as VLPs 
dos tipos 6, 11, 16 e 18 (HPV4), que são recomendadas em 
duas doses com intervalo de 6 meses entre elas para 
indivíduos entre 9 e 14 anos, e em três doses (0, 1 a 2 e 6 
meses) para maiores de 15 anos. 
• A HPV4 é a vacina disponível no PNI. 
 
DENGUE 
• A vacina dengue foi licenciada em nosso país no 
esquema de três doses (0, 6 e 12 meses) e está 
recomendada para crianças e adolescentes a partir de 
Kamilla Galiza / 6º P 
9 anos até no máximo 45 anos de idade que já tiveram 
infecção prévia confirmada pelo vírus da dengue 
(soropositivos). 
 
Referencias 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: 
crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde, 
2012. 272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33) 
 
Ministério da Saúde. Caderneta de Saúde da Criança: Menino. 
12ª edição. Brasília> 2019.

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