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Relatório 7 - Ensaio de Impacto-Tração na Altona

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2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO BLUMENAU – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
DISCIPLINA DE ENSAIO DE MATERIAIS
ACADÊMICO: CLÁUDIO LUÍS MORETTO JÚNIOR
MATRÍCULA: 15102879
PROFESSOR DR.: WANDERSON SANTANA DA SILVA
RELATÓRIO 7: ENSAIO DE IMPACTO E TRAÇÃO – 
VISITA A ELETRO AÇO ALTONA
 
Blumenau, 2018.
SUMÁRIO
RESUMO	3
1 INTRODUÇÃO	4
2 RELATO DA VISITA	5
2 MATERIAIS E MÉTODOS	6
2.1 Materiais e procedimentos	6
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	6
3.1 Ensaio de tração	6
3.1.1 Curva tensão-deformação de engenharia	9
3.1.2 Curva tensão-deformação real	9
3.1.3 Aspectos de fratura	9
3.2 Ensaio de impacto	10
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES	13
4.1 Ensaio de tração	13
4.2 Ensaio de impacto	18
5 CONCLUSÃO	19
REFERENCIAS	20
RESUMO
Este trabalho relata sobre visita técnica realizada na Electro Aço Altona SA, no dia 14 de junho de 2018. Nesta visita técnica conhecemos as instalações da empresa, principalmente seu laboratório de metalografia e sua área fabril. Durante a visita tivemos a oportunidade de acompanhar a realização de um ensaio de tração e um ensaio de impacto Charpy. Neste trabalho descrevemos alguns aspectos da visita. Exploramos conceitos e estrutura do ensaio de tração, abordando os métodos de obtenção de dados assim como um breve relato de como abordar estes dados. Apresentamos os conceitos do ensaio de impacto abordando algumas de suas nuances. A partir dos dados obtidos nos ensaios realizamos tratamento dos dados, objetivando apresentar algumas das medidas das propriedades as quais conseguimos. Concluímos que a visita é uma oportunidade ímpar para ampliar nossos conhecimentos, principalmente com observação da indústria em seu pleno funcionamento, algo que não faz parte do escopo da academia. Por fim verificamos que o material analisado exibe ótimas propriedades de resistência mecânica.
Palavras-chave: Tração. Impacto. Módulo Elasticidade. 
 
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho apresentamos realização de visita técnica na Electro Aço Altona SA. Este tipo de atividade é complementar a disciplina de ensaio de materiais e é muito importante na formação acadêmica. Nestes momentos temos a oportunidade de conhecer o ambiente empresarial, ou seja, o ambiente em que estaremos inseridos durantes os estágios obrigatórios, bem como depois da conclusão do curso.
 A Altona foi a primeira fundição de aço de Santa Catarina, e uma das primeiras do Brasil a utilizar a eletricidade como força motriz. Hoje é conhecida mundialmente devido a sua presença nos mais variados segmentos, com peças de grande porte e alta qualidade. 
Realizamos visita no parque fabril e no laboratório de metalografia. Fomos apresentados aos processos de moldagem, vazamento, desmoldagem, acabamento, tratamento térmico, ensaios não destrutivos e usinagem, além de uma ampla visão do dia-a-dia do andamento e dificuldades da fábrica. 
No laboratório de pesquisa da empresa foram realizados dois ensaios com um aço inoxidável martensítico, sendo um ensaio de tração e um ensaio de impacto, além de algumas análises metalográficas do acervo do laboratório. Os equipamentos antigos e rebuscados resultaram em dados precisos que foram impressos e cedidos ao professor para posterior análise dos estudantes.
O presente relatório traz uma abordagem bibliográfica dos conceitos relevantes, além de uma pesquisa e discussão acerca dos resultados obtidos. A partir dos dados calculamos diversas propriedades dos corpos de prova analisados.
2 RELATO DA VISITA
Como forma de complementar a visão sobre os ensaios de materiais, no dia 14 de junho de 2018, os estudantes de engenharia de materiais da Universidade Federal de Santa Catarina, matriculados na disciplina de Ensaio de Materiais, realizaram uma visita técnica acadêmica na Electro Aço Altona S.A. Acompanhou supervisionando a visita o Professor Doutor Wanderson Santana da Silva.
O primeiro momento foi uma recepção no auditório da empresa. Lá houve uma introdução sobre as atividades da empresa, assim como breve histórico da indústria. Foi muito salientado as normas de segurança vigentes, as quais foram seguidas fielmente. Antes de iniciar a visita propriamente dita recebes EPS, entre eles citamos as botas com reforço, capacetes, protetores auriculares, óculos e máscaras respiratórias.
A visita iniciou-se com a visita ao laboratório de pesquisa, análise e controle de qualidade. Neste são realizados ensaios de tração, impacto, preparação e análise metalográfica. Presenciamos a realização de ensaio de tração a um aço inoxidável martensítico, em equipamento de origem alemã, adquirido pela empresa na década de 50. Para outra amostra foi realizado ensaio de impacto tipo Charpy, além de analisar algumas microestruturas do acervo material do laboratório.
O interior da indústria foi a etapa seguinte da visita. A empresa estava dentro de seu expediente normal. A visita foi acompanhada por técnico de segurança e estagiário, que é acadêmico UFSC no mesmo curso, em semestre de estágio. Fomos conduzidos pelos processos de moldagem, acabamento, tratamento térmico e usinagem. 
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Materiais e procedimentos
Por tratar-se de empresa privada, os alunos não conduziram nenhum dos experimentos, apenas realizando o acompanhamento dos processos. Foi realizado ensaio de tração e ensaio de impacto Charpy.
Para os ensaios foi utilizado aço inoxidável martensítico. Este aço da série 420 possui teores de carbono entre 0,1 e 1 %, além de cromo entre 12 e 17 %, elemento característico dos aços inox e que confere elevada resistência a corrosão e oxidação. Possui uma microestrutura composta de ferrita e carboneto sendo o único endurecível por tratamento térmico em comparação com os aços inox austenítico e ferrítico. É caracterizado pela alta resistência mecânica e geralmente aplicado em artigos de cutelaria e instrumentos cirúrgicos (ALTONA, 2018).
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Ensaio de tração
O ensaio de tração consiste em um procedimento estático e destrutivo, no qual o corpo de prova com dimensões previamente medidas é fixado pelas suas extremidades por garras. O corpo então é submetido a uma força trativa uniaxial exercida pela máquina. Este teste concede informações sobre a resistência mecânica e ductilidade de um material quando submetido a esforços trativo uniaxiais e são regulamentados por normas como a ASTM E8 e ASTM D638 (GARCIA; SPIN; SANTOS, 2008).
	
Figura 1 -- Desenho esquemático de um ensaio de tração realizado em uma máquina de ensaios universal. Fonte – CALLISTER (2002).
Durante a aplicação da tensão a máquina computa os dados em uma tabela e fornece o um gráfico de tensão-deformação. Enquanto ocorre o processo de carga, a máquina também sofre uma deformação, que é computada por seus detectores, e, portanto, é apontada no gráfico. É possível evitar este erro de medida com a utilização de um extensômetro no corpo de prova. Este aparato faz a medição de deformação localizada, ou seja, apenas do corpo de prova, descartando a deformação sofrida pela máquina (GARCIA, 2000).
O gráfico fornecido pela máquina é o gráfico tensão-deformação de engenharia. Isso significa que toda tensão apresentada no gráfico é calculada 6 de acordo com a área de seção inicial do material. Na realidade, conforme o corpo é tracionado, o material tende a diminuir a seção transversal. Porém, a simplificação é conveniente, pois para conhecer as propriedades para engenharia não se faz necessário a consideração da diminuição da seção, uma vez que a maior diferença entre os aços nos gráficos é notada acima do regime elástico, onde o material já perdeu sua função de engenharia. Além disto, esta simplificação facilita diversos cálculos e processamentos (CALLISTER, 2002). 
Através do gráfico do ensaio de tração fornecido pela máquina, é possível determinar algumas características do material como: módulo de elasticidade, limite de escoamento, resiliência, ductilidade, encruamento, tenacidade, limite de ruptura e outros (CALLISTER, 2002).. A Figura 2 mostra uma curva tensão-deformaçãoobtida neste ensaio mecânico. Entretanto, essas características dependem não só do material analisado em questão, como também das suas dimensões, portanto, algumas normas devem ser seguidas como a ABNT, ISO e ASTM.
	
Figura 2 - Comportamento sob tração de materiais metálicos em sua maioria. Fonte: CALLISTER(2002).
Através da curva acima é possível extrair alguns parâmetros:
Resistência Mecânica: relacionada com a capacidade de um material de resistir a um esforço;
Tenacidade: definida como a habilidade de um material absorver energia e se deformar plasticamente antes da fratura, a qual envolve nucleação e crescimento de defeitos. Um material tenaz possui a combinação de resistência e ductilidade. Esta propriedade mecânica é subdividida em duas formas: tenacidade ao impacto e tenacidade à fratura. A tenacidade ao impacto é a energia absorvida por um dado material, que representa o trabalho realizado na fratura do corpo de prova. Enquanto a tenacidade à fratura é uma propriedade indicativa da resistência de um material à fratura quando uma trinca já está presente, ou seja, não envolve a nucleação e crescimento de defeitos;
Módulo de elasticidade: corresponde à resistência do material à deformação elástica, e está diretamente ligado com a força das ligações interatômicas. Um material mais rígido tem um módulo de elasticidade mais elevado. É descrita com a tangente da curva do regime elástico;
Limite de Proporcionalidade: a lei de Hooke é estabelecida até um determinado valor de tensão, a partir deste ponto a deformação deixa de ser diretamente proporcional à tensão aplicada;
Resiliência: é a capacidade do material de absorver energia quando deformado elasticamente e liberá-la quando descarregado, ou seja, sem sofrer deformação permanente. Basicamente é a área abaixo da reta;
Limite de Escoamento: corresponde à tensão necessária para promover uma deformação permanente de 0,2% (denominada de “tensão limite de escoamento”). O valor de σ corresponde a interseção entre a linha paralela construída e a curva. Porém em alguns casos, o limite de escoamento é bem definido, não havendo a necessidade de construir uma linha reta paralela para verificar o valor;
Limite de Resistência à Tração: é a tensão máxima da curva tensão-deformação, a qual corresponde à tensão máxima que pode ser suportada antes de iniciar a estricção do corpo de prova;
Ductilidade: propriedade qualitativa que mede a capacidade de o material ser deformado plasticamente sem que ocorra ruptura. As medidas convencionais da ductilidade são através do alongamento percentual que depende do comprimento útil do corpo de prova ou pela redução da área percentual da seção transversal.
3.1.1 Curva tensão-deformação de engenharia
A curva tensão-deformação de engenharia não dá uma indicação verdadeira das características de deformação de um metal porque ela é inteiramente baseada nas dimensões originais do corpo de prova, e essas dimensões são alteradas continuamente durante o ensaio. Como os valores de resistência são muito baixos, este caso não compreende segurança do ponto de vista de projeto.
A tensão de engenharia (S) é dada pela razão entre a carga aplicada (F) pela área da seção transversal inicial (A0), conforme 1: 
Já a deformação de engenharia (e) é dada pela variação do comprimento (ΔL) da seção transversal pelo comprimento de referência inicial (L0), conforme: .
3.1.2 Curva tensão-deformação real
Ludwik foi o primeiro a propor a definição de deformação real (Ԑ), onde a variação no comprimento é relacionada ao comprimento instantâneo (Li) do corpo de prova ao invés do comprimento original (L0) [3], conforme: .
A tensão real (σi) é estabelecida por uma sequência de etapas de carregamento, ou seja, a carga a cada instante (Fi), dividida pela área da seção transversal sobre a qual ela é aplicada (Ai), conforme: .
Caso não ocorra variação de volume durante a deformação, as tensões e deformações verdadeira e engenharias estão relacionados de acordo com as expressões: e .
Equações válidas somente até a estricção e, para alguns metais e ligas, a região da curva tensão-deformação verdadeira desde o início da deformação plástica até o ponto onde tem início o pescoço pode ser aproximado pela relação: .
Onde H e n são constantes que variam de acordo com o material. E o parâmetro n, é denominado como coeficiente de encruamento, a capacidade de o material absorver deformação sem entrar no limite de resistência.
3.1.3 Aspectos de fratura
Consiste na separação de um corpo em duas ou mais partes em resposta à imposição de uma tensão estática (isto é, que é constante ou que varia lentamente ao longo do tempo). Pode-se apresentar de duas formas: fratura dúctil e fratura frágil.
A fratura dúctil acontece quando o material absorve bastante energia antes de fraturar, ou seja, ocorre após uma extensa deformação plástica na vizinhança de uma trinca que está avançando em resposta à imposição de uma tensão, procedendo de forma lenta conforme o comprimento de trinca aumenta.
Já uma fratura frágil se dá de maneira aleatória, normalmente ocorre logo após a fase elástica do material. Esse tipo de fratura não apresenta empescoçamento, e não há diminuição da área se seção transversal.
Na Figura 3 a seguir, é possível observar a diminuição da área próxima a fratura nas fraturas dúcteis, geralmente a 45º da carga aplicada. Enquanto na fratura frágil não acontece essa redução de área, o material rompe de forma frágil a 90º do carregamento.
	
Figura 3 - Aspectos de fratura. Fonte: GARCIA(2000).
3.2 Ensaio de impacto
Por meio de choques dinâmicos, o comportamento dúctil frágil dos materiais pode ser caracterizado pelo ensaio de impacto, que consiste basicamente na queda de um pêndulo com altura e massa estabelecida, que submete o corpo em ensaio a uma força brusca e repentina, acarretando no rompimento do material. A partir disso são obtidas informações sobre a energia absorvida pelo material até a fratura
A Figura abaixo esquematiza o impacto de um martelo pendular de massa conhecida, o qual é liberado de uma posição padronizada e uma altura fixada acima do centro do corpo de prova. 
Após a liberação do pêndulo, o choque se dá no concentrador de tensões do corpo de prova, o entalhe, seguido do rompimento do material. O pêndulo continua a sua trajetória circular até uma altura , que é sempre menor que devido a perda de energia potencial no impacto, logo, a energia absorvida no impacto é determinada a partir da diferença entre as alturas final e inicial do pêndulo, as quais são medidas na escala do equipamento.
	
Figura 4 - Esquematização de um ensaio de impacto. Fonte: GARCIA(2000).
Dependendo da configuração geométrica do entalhe e do modo de fixação do corpo de prova na máquina, esse tipo de ensaio pode ser dividido em Charpy, comumente utilizado nos Estados Unidos e Izod, mais conhecido na Europa e é utilizado principalmente nas indústrias navais e bélicas em condições de baixas temperaturas.
A figura abaixo mostra a diferença de posicionamento para os dois tipos de ensaio, onde no Charpy o corpo de prova é colocado horizontalmente de modo a ser barrado por duas contenções em ambos os lados. Já no ensaio Izod, o posicionamento é vertical, de modo a apenas a parte de baixo ficar contida pelos engastes.
	
Figura 5 - Posicionamento do corpo de prova para o ensaio Charpy e Izod. Fonte: GARCIA(2000).
As diferentes formas de entalhe são necessárias para assegurar que haja ruptura do corpo de prova, mesmo nos materiais mais dúcteis. Quando a queda do martelo não provoca a ruptura, o ensaio deve ser repetido com outro tipo de amostra, que apresente entalhe mais severo, de modo a garantir a ruptura.
As dimensões do corpo de prova, a forma e o tamanho do entalhe usado determinam um dado estado de tensões que não se distribuem de modo uniforme por todo o material. Por isso, esse ensaio não fornece um valor quantitativo da tenacidade do metal.
Esses parâmetros são determinados pela American Society for Testing and Materials (ASTM), onde o fator mais importante é o ângulona qual esse entalhe é feito e a sua profundidade, pois diferentes configurações acarretam em respostas distintas dos materiais devido ao fator , que é um concentrador de tensão na ponta do entalhe e é dado pela equação a seguir, onde é o ângulo interno do entalhe, feito através de uma brochadeira. .
O objetivo do ensaio é a caracterização do comportamento dos materiais na transição da propriedade dúctil para frágil em função da temperatura, a fim de avaliar as propriedades de interesse para aplicação. Há três fatores que contribuem para o surgimento da fratura frágil em materiais que são normalmente dúcteis a temperatura ambiente: Existência de um estado triaxial de tensões, no caso o entalhe; Baixas temperaturas, as quais diminuem a mobilidade dos átomos; Velocidade de deformação elevada, que não proporciona tempo para adequação.
A Figura 6 abaixo traz uma relação esquemática da energia de impacto em função da temperatura formando uma curva onde observa-se fratura frágil em baixas temperaturas e fraturas dúcteis em altas. Na parte central, o declive apresenta a faixa de temperatura na qual ocorre a transição dos comportamentos, passando de uma menor energia absorvida antes da ruptura com rompimento elástico e depois uma maior energia absorvida na forma de deformação plástica.
	
Figura 6 - Curva resposta do ensaio de impacto. Fonte: GARCIA(2000).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Ensaio de tração
Através de análises computacionais foram obtidos o Gráfico e a Tabela abaixo, onde pode-se tirar algumas conclusões. A curva obtida é de engenharia e, conforme as equações apresentadas na revisão bibliográfica a possível calcular a tensão e a deformação real, conforme Tabela 2. Outro aspecto que pode ser observado é ductilidade do material, apresentando regimes elástico e plástico bem definidos, porém não apresenta região de deslizamentos de discordâncias evidente.
	
Figura 7 - Curva tensão-deformação da amostra. Cedida pela Electro Aço Altona..
	Propriedade
	Grandeza
	Força máxima aplicada no limite de resistência a tração
	11174,75 Kgf
	Limite de resistência a tração - S
	88,21 Kgf/mm²
	Força aplicada no limite do escoamento
	9329,52 Kgf
	Tensão limite de escoamento
	73,648 Kgf/mm²
	Comprimento inicial
	50,00 mm
	Comprimento final
	60,00 mm
	Alongamento elástico
	10,95 %
	Alongamento final - e
	20 %
	Estricção
	53,072 %
Tabela 1 - Grandezas obtidas a partir de um ensaio de tração de um aço inoxidável martensítico.
Tendo como base o gráfico cedido pela Altona, escolhemos visualmente, sem critério, alguns pontos da curva, conforme tabela abaixo:
	Def
	Força
	mm
	Kgf
	4,10
	2000,00
	4,40
	4000,00
	4,75
	6000,00
	5,10
	8000,00
	5,40
	9329,52
	5,90
	10000,00
	8,00
	10800,00
	9,80
	11174,75
	12,00
	10600,00
	14,00
	9200,00
	15,60
	7800,00
Tabela 2 - Pontos obtidos do gráfico do ensaio de tração.
Baseado nestes pontos plotamos o gráfico de deformação por força:
	
Gráfico 1 - Curva alongamento por força
A partir dos pontos calculamos a tensão e deformação de engenharia utilizando as relações: e obtendo a seguinte tabela:
	Deformação (e)
	Tensão (S)
	mm/mm
	MPa
	0,08
	154,82
	0,09
	309,64
	0,10
	464,46
	0,10
	619,28
	0,11
	722,19
	0,12
	774,10
	0,16
	836,02
	0,20
	865,03
	0,24
	820,54
	0,28
	712,17
	0,31
	603,79
Tabela 3 - Pontos de tensão x deformação de engenharia.
Com base nesta tabela plotamos a curva de engenharia:
	
Gráfico 2 - Curva de engenharia
Utilizando as relações conhecida entre a curva de engenharia e a curva real : e . Com isto obtivemos a tabela com os valores de tensões e deformações reais conforme tabela abaixo: 
	Deformação (ε)
	Tensão (σ)
	mm/mm
	MPa
	0,08
	167,51
	0,08
	336,89
	0,09
	508,58
	0,10
	682,44
	0,10
	800,19
	0,11
	865,44
	0,15
	969,79
	0,18
	1034,58
	0,22
	1017,47
	0,25
	911,57
	0,27
	792,18
Tabela 4 - Pontos de tensão x deformação real
Com base nesta tabela plotamos a curva real:
	
Gráfico 3 - Curva real
Assim determinamos os valores das seguintes propriedades:
	Propriedade
	Valor
	Unidade
	Módulo Elasticidade
	6,7
	GPa
	Limite escoamento (Se)
	722,9
	MPa
	Limite resistência (Smax)
	865,03
	MPa
	Tensão ruptura (Sru)
	603,79
	MPa
	Limite escoamento (σe)
	800,19
	MPa
	Limite resistência (σmax)
	1034,58
	MPa
	Módulo tenacidade (UT)
	940,66
	MPa
	Módulo resiliência (UR)
	47,88
	MPa
Determinamos o coeficiente de encruamento (n) e o coeficiente de Hollomon (H) pela linearização dos pontos entre o limite de escoamento (σe) e o limite de resistência (σmax) obtendo o seguinte gráfico:
	
Gráfico 4 - Determinação coef. encruamento e Hollomon.
Obtivemos H = 1191 e n = 0,18. Sendo a equação .
4.1.2 Aspecto da fratura
Fratura é a separação de um corpo em duas ou mais partes quando submetido a um esforço mecânico. Fratura dúctil ocorre apenas após extensa deformação plástica e se caracteriza pela propagação lenta de trincas resultantes da nucleação e crescimento de microcavidades.
A amostra apresentou aspecto dúctil com formação de estrutura taça cone. A estricção tem início no ponto em que se atinge a máxima carga durante o ensaio de Tração: Surgimento de um Estado Triaxial de Tensões; Início da De coesão Precipitados-Matriz; 
O processo de Deformação se Restringe ao Plano Transversal (Estado Plano de Deformação); Coalescimento de Defeitos;(Surgimento e Crescimento da Trinca); Estado Plano de Tensão (Crescimento da Trinca); Surgimento de um Estado Plano de Tensão - A Trinca Cresce Segundo a Direção de Máximo Cisalhamento (45°).
4.2 Ensaio de impacto
Não foram repassadas informações sobre as alturas iniciais e finais bem como os ângulos de operação, além de não possuirmos imagens sobre o aspecto da fratura devido as orientações passadas pela empresa. Devido a elevada dureza do material, trata-se de uma fratura frágil que se caracteriza pelo aspecto cristalino, rompendo-se sem nenhuma deformação plástica. A energia do ensaio obtida pelo equipamento foi de 90 J. A partir do ângulo do entalhe é possível inferir sobre o concentrador de tensão:
No ensaio de impacto são necessários vários corpos de prova para se obter uma curva característica do ensaio e descobrir a transição dúctil e frágil do material, conforme apresentado na revisão bibliográfica, porém, é possível a constatação de que ângulos maiores absorvem mais energia pois têm menor concentrador de tensão na ponta da trinca, necessitando de maior energia para propagação e então ruptura.
5 CONCLUSÃO
Nesta visita tivemos a oportunidade de conhecer o ambiente no qual estaremos inseridos durante nossa vida como engenheiros. A visita a ALTONA foi de grande importância para os futuros engenheiros de materiais, dando-lhes noções básicas de ensaios feitos nas industrias, das técnicas as quais eles utilizam e de como é o cotidiano de um laboratório industrial.
O ensaio de tração é um dos mais importantes métodos para avaliação de materiais utilizados na indústria. Sua importância reside na definição dos materiais a serem empregados, como seus limites de uso e garantir uma qualidade de produtos gerados pela impressa.
No ensaio de impacto feito pela empresa ALTONA fez-se de utilidade para averiguar as propriedades dos materiais as quais eles utilizam em diferentes condições de aplicações, na qual cada material tem um comportamento mecânico distinto. Por fim verificamos que o material analisado exibe ótimas propriedades de resistência mecânica.
Concluímos que a visita é uma oportunidade ímpar para ampliar nossos conhecimentos, principalmente com observação da indústria em seu pleno funcionamento, algo que não faz parte do escopo da academia. 
REFERENCIAS
ABNT. NBR6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003a. 5 p.
_____. NBR6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de Janeiro, 2002a. 24 p.
_____. NBR6024: Informação e documentação: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003b. 3 p.
_____. NBR10520: informação e documentação:citação em documentos. Rio de Janeiro, 2002b. 7 p.
_____. NBR14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002c. 6 p. 
CALLISTER, Willian D. Jr.; RETHWISCH, David G. Ciência e engenharia de materiais: Uma introdução. 8. ed. Rio de Janeiro/RJ: LTC, 2002. 817 p. Tradução: Sergio Murilo Stamile Soares; Revisão técnica: José Roberto Moraes d´Almeida.
CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos: características gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 6. ed. ampl. e rev. São Paulo: Associação Brasileira de Metais, 1988. 576 p.
ELECTRO AÇO ALTONA SA (Brasil). Produtos. 2018. Disponível em: <http://www.altona.com.br/web/produtos/catalogos>. Acesso em: 30 jun. 2018.
GARCIA, Amauri; SPIM, Jaime Alvares; SANTOS, Carlos Alexandre dos. Ensaio dos Materiais. Rio de Janeiro/RJ: LTC, 2000. 247 p.
Força x Alongamento
Kgf	Força	4.0999999999999996	4.4000000000000004	4.75	5.0999999999999996	5.4	5.9	8	9.8000000000000007	12	14	15.6	2000	4000	6000	8000	9329.52	10000	10800	11174.75	10600	9200	7800	Deformação (mm)
Força (Kgf)
Curva de Engenharia
MPa	Força	8.199999999999999E-2	8.8000000000000009E-2	9.5000000000000001E-2	0.10199999999999999	0.10800000000000001	0.11800000000000001	0.16	0.19600000000000001	0.24	0.28000000000000003	0.312	154.81910813656157	309.63821627312313	464.45732440968459	619.27643254624627	722.19398287110687	774.09554068280761	836.02318393743235	865.03241432452057	820.54127312377614	712.1678974281831	603.79452173258994	Deformação e (mm/mm)
Tensão S (MPa)
Curva Real
MPa	Força	7.8811180424289848E-2	8.4341148433750956E-2	9.0754363268464117E-2	9.712671073072282	1E-2	0.10255658832509215	0.11154137473290751	0.14842000511827322	0.17898265552843995	167.51427500375962	336.88637930515802	508.58077022860459	682.44262866596341	800.19093302118642	865.43881448337902	969.7868933674215	1034.5787675321267	Deformação ε (mm/mm)
Tesnão σ (MPa)
Determinação coeficiente de Holomon
log σ	MPa	
-0.95256400718858014	-0.82850755777042595	-0.74718905266957769	2.9372363691824788	2.9866763103459424	3.01476356121954	log(ε) mm/mm
log (σ) MPa

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