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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIENCIAS AGRARIAS DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS ALBERTO MOURAO EDUARDO GLDA GABRIEL OLIVEIRA SOLUBILIDADE PONTA GROSSA 2022 ALBERTO MOURAO EDUARDO GDLA GABRIEL OLIVEIRA SOLUBILIDADE Relatório apresentado como requisito parcial para a aprovação na disciplina de ensaios no curso de Engenharia de Materiais na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Área: Polímeros Professora: Adriane Bassani Sowek PONTA GROSSA 2022 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Solubilização do polímero em dois estágios............................................................5 Figura 2: Gráfico de solubilidade do poliestireno nos três solventes.....................................12 Tabela 1: Comportamento PS; PEAD e PEBD nos solventes Acetona, Xileno e Clorofórmio.............................................................................................................................11 Tabela 2: Parâmetro de solubilidade.....................................................................................12 SUMARIO 1. Introdução.......................................................................................................5 2. Objetivos.........................................................................................................8 3. Materiais e Métodos ......................................................................................9 4. Resultados e Discussão...............................................................................10 5. Conclusao......................................................................................................14 Referencias....................................................................................................15 1. INTRODUÇAO Solubilização de um polímero é um processo físico reversível, que não altera a estrutura química na cadeia polimérica. Este se diferencia do ataque químico, que é um processo químico irreversível e que leva 21 degradação da cadeia polimérica. A solubilização é um processo lento que acontece em dois estágios como mostra a Figura abaixo. (1) Figura 1: Solubilização do polímero em dois estágios. Fonte: Canevarolo. O polímero sólido em contato com o solvente tende a inchar através da difusão das moléculas do solvente para dentro da massa polimérica, formando um gel inchado. Este estágio não acontecerá se as estruturas químicas do polímero e do solvente forem muito diferentes, se existir alta densidade de ligações cruzadas e se as interações polímero-polímero forem muito maiores que as interações polímero- solvente. (1) No segundo estágio, a entrada de mais solvente leva i desintegração do gel inchado, com a consequente formação de uma solução verdadeira. Este estágio será prejudicado (mas não necessariamente inviabilizado) se na massa polimérica estiverem presentes: cristalinidade, pontes de hidrogênio, ligações cruzadas (em baixas concentrações) e se as interações polímero-polímero forem maiores que as interações polímero-solvente. (1) Há também algumas regras básicas da solubilização de um polímero após ser observado alguns trabalhos rotineiros nos laboratórios, foi sistematizado nas regras a seguir: 1-Deve existir semelhança química e estrutural entre o polímero e o solvente. Semelhante dissolve semelhante. 2-Para um dado par polímero/solvente, a solubilidade é acrescida com o aumento da temperatura e/ou redução da massa molecular da cadeia polimérica. 3-Poiímeros termoplásticos altamente cristalinos apresentam solubilidade somente a temperaturas próximas i temperatura de fusão cristalina (Tm). Pode ocorre também o efeito do tipo de cadeia polimérica na solubilização, ocorre principalmente nos termoplásticos que são materiais poliméricos com cadeias lineares ou ramificadas. Isso permite sua solubilização em solventes apropriados. Por outro lado, a presença de cristalinidade dificulta (mas não impede completamente) a solubilização, sendo que: 1-Para TP semicristalino apolar, a solubilização pode somente ocorrer a temperaturas próximas a Tm. Este é o caso do polietileno que é solúvel em xileno somente a T > 70°C. 2-E para TP semicristalino polar, podem ocorrer interações específicas entre o solvente e o polímero, facilitando a solubilização. Apesar da alta cristalinidade, náilons são solúveis em ácido fórmico a temperatura ambiente. No caso de elastômeros vulcanizados, têm-se cadeias com baixa densidade de ligações cruzadas, que vão impedir que a solubilização atinja o segundo estágio, permitindo apenas inchamento. Por fim, os termofixos, que possuem cadeias com alta densidade de ligações cruzadas, não sofrem nenhum efeito de solubilização, sendo, portanto, inertes. O processo de dissolução é onde ocorre a dissolução de um polímero é um processo lento, que ocorre em dois estágios: primeiramente, as moléculas do solvente penetram entre as moléculas do polímero produzindo um gel. Este primeiro estágio é muito afetado pela presença de cristalinidade ou de fortes ligações secundárias (pontes de hidrogênio). Uma vez vencidas as ligações secundárias de atração, então acontece o segundo estágio, quando se dá a dissolução propriamente dita, ou seja, a desintegração total do gel formando-se uma solução verdadeira. (1) Os eventos envolvendo a solubilização de sistemas poliméricos são mais complexos do que aqueles que ocorrem em compostos de baixa massa molar, devido à diferença de tamanho das moléculas do solvente e do polímero, à alta viscosidade do sistema e aos efeitos de textura e massa molar dos polímeros. (1) O processo de precipitação é onde podemos considerar uma solução de um polímero e um bom solvente, ao se adicionar lentamente um não-solvente (miscível no meio, por exemplo: metanol), chega-se a uma condição em que as forças atrativas entre polímero-polímero e entre polímero-solvente são iguais. Com a próxima adição de mais não-solvente, as forças de atração entre polímero-polímero se sobrepõem, e o polímero precipita. Este estado, na iminência de precipitação do polímero, define AG = 0, isto é, AH = TAS e é chamado de condição 8 e depende de fatores como polímero, temperatura e solvente. Para um dado polímero a uma dada temperatura, pode-se ajustar um solvente de modo a ter-se a iminência de precipitação (condição 8), sendo o solvente chamado de solvente 8. Ou, para um solvente particular, pode- se ajustar a temperatura que defina tal condição, neste caso, a temperatura é chamada de temperatura 8. A identificação experimental do instante quando se tem a precipitação do polímero da solução é feita quando a solução passa de transparente para túrbida (translúcida, esbranquiçada). (1) 2. OBJETIVO O objetivo desse experimento foi analisar as diferentes solubilidades dos polímeros escolhidos em diferentes tipos de solventes, e analisar a temperatura e o tempo em que os polímeros se solubilizam. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Os matérias utilizados durante a pratica foram: béquer, solventes do tipo xileno, clorofórmio e acetona, polímeros do tipo PEAD, PEBD e PS, bastão de vidro, cronometro, placas de vidro, placas de aquecimento. 3.2 Métodos Os métodos utilizados na pratica de solubilização são descritos da seguinte maneira primeiro pegamos um solvente (xileno, clorofórmio ou acetona) e colocamos em um béquer, após isso adicionamos o polímero que será observado (PEAD, PEBD ou PS), com um bastão de vidro mexemos no polímero dentro do béquer com o solvente escolhido para ajudar na solubilização do polímero, quando o polímero gruda no bastão de vidro devemos retira-lo paracontinuar a solubilizar dentro do béquer com o solvente, todo esse procedimento é realizado dentro da capela. Quando as amostras não se dissolvem em temperatura ambiente devemos coloca-las nas placas aquecedoras, como é o caso do PEBD com o solvente de xileno. Com alguns polímeros quando nos realizamos esse procedimento não ocorre a solubilização então devemos fazer o experimento com o béquer em cima de uma placa de aquecimento e ir aumentando a temperatura gradativamente, mas não podendo chegar na temperatura de fusão da amostra escolhida. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Poliestireno Poliestireno é um polímero amorfo que é quando não apresenta fase cristalina, também possui um anel aromático o que dificulta a sua solubilização. Observa-se seu comportamento em diferentes solventes, acetona, xileno e clorofórmio toda a agitação ocorreu em temperatura ambiente. O poliestireno em contato com a acetona e sendo agitado por 10 minutos, ocorreu somente o inchamento dos pallets e não apresentou dissolução e para que isso ocorresse teria que aquecer o béquer enquanto houvesse o agitamento, porém, a acetona tem uma temperatura de ebulição muito baixa e iria evaporar não tendo eficiência, assim não seria viável fazer o aquecimento. E com isso a acetona agiu comente na superfície apresentando uma textura parecida com uma borracha e grudenta sobre os pallets. Já o poliestireno sendo agitado no solvente do xileno por volta de 5 minutos apresentou gel inchado e grudaram entre si, a dissolução começou por volta de 9 minutos e a solubilização completa aos 11 minutos. Utilizando o clorofórmio como solvente, a dissolução começou em 3 minutos apresentando gel inchado e grudando entre si, por volta de 6 minutos e 40 segundos ocorreu a dissolução total do poliestireno. Essas diferenças nos tempos das dissoluções se dão por conta da polaridade e do tipo de cadeia do solvente, por que para que ocorra a dissolução precisa separar as cadeias dos polímeros e a polaridade e o tipo de cadeia afetam diretamente. 4.2 PEAD Apresentou solubilização completa somente com o xileno como solvente durante a agitação e aquecimento. Isso ocorre por conta do grau de cristalinidade e suas cadeias poliméricas, são parâmetros que dificultam a solubilização do PEAD. Com temperatura a 70°C entre 3 minutos não houve algum fenômeno de dissolução, a partir de 90°C e aproximadamente 4 minutos e 30 segundos, apresentou gel inchado e grudava bastante no bastão e nas bordas do béquer e a dissolução completa ocorreu por volta de 10 minutos e sua temperatura em aproximadamente 115°C. 4.3 PEBD A solubilização completa também se deu apenas no xileno como solvente durante seu aquecimento e sua agitação, isso ocorre por conta de sua cristalinidade, dificultando sua dissolução nos solventes como acetona e clorofórmio. Quando a temperatura atinge 40°C com apenas 1 minuto de agitação já é possível observar os pallets grudando entre si e também no bastão e béquer já tem uma diminuição de tamanho significativo, com 2 minutos a 65°C começam a se dissolver parcialmente e com 3 minutos e 30 segundos com a temperatura a 90°C ocorre a solubilização completa do PEBD. Podemos exemplificar os comportamentos dos polímeros e sua solubilização em cada solvente na Tabela 1 a seguir. Tabela 1 – comportamento PS; PEAD e PEBD nos solventes Acetona, Xileno e Clorofórmio. Polímero e solvente Solubilização Temp (°C) e tempo(min) PS e Acetona Não houve solubilização Temp ambiente por 10 min PS e Xileno Completa Temp ambiente aos 11 min PS e Clorofórmio Completa Temp ambiente aos 6 min e 40s PEAD e Xileno Completa 115°C aos 10 min PEAD e Acetona Não houve solubilização - PEAD e Clorofórmio Não houve solubilização - PEBD e Xileno Completa 90°C aos 3 min e 20s PEBD e Acetona Não houve solubilização - PEBD e Clorofórmio Não houve solubilização - Fonte: Os autores Outra maneira de verificar se um polímero será solubilizado com determinado solvente é através dos parâmetros de solubilidade gerais com fim de representar graficamente uma esfera. O seguinte gráfico mostra a relação entre o poliestireno e os três solventes com seus determinados parâmetros de solubilidade. Segue abaixo a Tabela 2 com os parâmetros de solubilidade. Tabela 2 – Parâmetro de solubilidade δ δd δn δp R PS 9,8 8,6 3,0 2,0 3,5 Clorofórmio 9,21 8,65 1,5 2,8 - Xileno 8,80 8,65 0 1,5 - Acetona 9,74 7,58 5,08 3,42 - Fonte: Os autores Figura 2 – Gráfico de solubilidade do poliestireno nos três solventes Fonte: Os autores Vale ressaltar que quanto mais perto do centro da esfera, maior será a interação do solvente com o poliestireno. Observando bem podemos ver que os solventes em que o poliestireno dissolveu, temos o clorofórmio com uma maior interação, por estar localizado mais próximo do centro da esfera. Seguido do xileno que também dissolveu, mas está um pouco mais afastado do centro. Já com a acetona não ocorreu a dissolução, apenas a formação da fase inchada. 5. CONCLUSÃO Através da análise da solubilidade de polímeros tornou-se possível verificar os comportamentos dos polímeros em diferentes solventes. Dentre os fatores que influenciam diretamente a solubilidade de um polímero, verificou-se a influência da composição química, forças intermoleculares e temperatura nos parâmetros de solubilidade. As amostras de PS apresentaram diferentes solubilidades em diferentes solventes, tendo apresentado a formação de solução verdadeira em temperatura ambiente nos solventes xileno e clorofórmio devido à proximidade dos parâmetros de solubilidade. Devido ao caráter polar da acetona, apenas as partes polares dos pellets de PS foram solubilizadas, ocorrendo apenas a formação do primeiro estágio. Nas amostras de PEAD e PEBD, ocorreu formação de solução verdadeira o solvente xileno. Tal formação só foi possível devido a ação da temperatura que age como um facilitador do processo de difusão do gel entre as camadas da massa polimérica. O processo de solubilização no PEBD ocorreu mais rapidamente do que no PEAD devido ao menor grau de cristalinidade do PEBD, o que possibilitou a obtenção da solução verdadeira em menores temperaturas. REFERENCIAS 1. Canevarolo Jr., Sebastião V. Ciência dos polímeros: um texto básico para tecnólogos e engenheiros. 3ed. (2013). 2. Polymer Science Learning Center. Polystyrene. Disponível em:https://pslc.ws/macrog/styrene.htm. Acesso em: 17 ago. 2022.
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