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Introdução: Doenças febris agudas - tem a característica de ser uma febre de surgimento no máximo em até 7 dias, de instalação abrupta que podem ou não cursar com manifestação hemorrágicas. Então, muitas das vezes a gente está falando que uma doença é uma febre hemorrágica, mas dependendo da evolução/história natural dela ainda não deu tempo de ser observada uma manifestação hemorrágica exuberante. O paciente pode ter pequenos sinais de sangramento, ou mesmo sangramento provocado, como a gente viu na prova do laço em que é possível observar lesão capilar e nas febres hemorrágicas em geral esse conceito é valido. - Petéquias; Sufusões; Equimoses e exantema purpúrico; Epistaxe, gengivorragia; Hemoptise; Melena. Podem ou não cursar com manifestações hemorrágicas:- Nas formas mais avançadas e graves o paciente vai ter petéquias, sufusões hemorrágicas, qualquer outro tipo de manifestação hemorrágica... epistaxe, hemoptise, melena mostrando sangramento no TGI, sendo que esse sangramento pode ser em qualquer órgão ou sistema. Muitas vezes a gente espera o sangramento visível no exame clinico e o paciente pode estar sangrando no SNC e não ser observado, ou no pulmão, no TGI, enfim, são várias possibilidades de manifestações e as doenças causadora delas são aglomeradas nesse corpo maior de febre hemorrágica (febre amarela, zika, dengue... e vamos observar outras doenças não virais causadora de febres hemorrágicas) Doenças com alta letalidade; Podem ocorrer casos isolados (geralmente as doenças bacterianas pela maior dificuldade de transmissão) ou em surtos (transmissão mais exuberante, geralmente doenças virais); Difícil diagnóstico diferencial - se eu estou diante de uma febre hemorrágica eu não consigo diferenciar muito bem qual é a etiologia dessa febre hemorrágica. Eu vou encarar ela como tal e tratar como tal até eu conseguir fazer o diagnóstico, pois até fazer o diagnóstico muitas vezes não deu tempo e o paciente evolui rapidamente para óbito. Então muitas das vezes pela dificuldade do diagnóstico diferencial por várias doenças parecidas, muitas das vezes vamos fazer o tratamento empírico, vamos então considerar a hipótese de dengue e hidratar o paciente, ou como na aula de hoje, considerar hipótese de leptospirose e tratar como tal; Limitações no diagnóstico laboratorial - muita das vezes na primeira fase dessas Pontos importantes e comuns nas febres hemorrágicas:- Clara Aguiar e Raissa Novelli T.67 Febres Hemorrágicas domingo, 29 de novembro de 2020 08:06 Página 1 de INFECTO Limitações no diagnóstico laboratorial - muita das vezes na primeira fase dessas doenças a gente só tem uma bactéria e um vírus circulando, consequentemente só por diagnóstico molecular (PCR) que a gente consegue fazer esse diagnóstico, que é um custo mais elevado, precisa de uma alta suspeição diagnóstica e na maioria das vezes a gente não consegue fazer esse diagnóstico e muitas das vezes vamos fazer o tratamento empírico. A gente vai pensar na doença que tem o potencial mais danoso para o paciente e encarar como tal; Tratamento empírico; Necessitam de suporte clínico (hidratação precoce, UTIs, hemodiálise, ventilação mecânica, protocolo de sepse, etc.) Febres Hemorrágicas: Temos um leque enorme de doenças que se manifestam como febres hemorrágicas, pinceis as principais e mais prevalentes e hoje vamos falar de duas doenças bacterianas que provocam bem essa síndrome, leptospirose e febre maculosa Leptospirose;- Febre Maculosa;- Hantavírus;- Hepatites virais;- Febre amarela;- Dengue;- Febre tifoide;- Sepses bacterianas, paciente com choque séptico avançado;- Meningococecemia e doença meningocócica;- Outras – Ebola, Chikungunya.- Leptospirose Introdução: Espiroquetas – Leptospira - É uma doença causada por uma bactéria involuída, ou seja, aquela que não são as bactérias unicelulares, com parede celular e tudo mais, e no caso da leptospirose são bactérias chamadas de espiroquetas, um grande exemplo de uma bactéria dessa classe é o treponema pallidum, causadora da sífilis. É uma bactéria involuída que tem potencial de gravidade de causa lesão principalmente no capilar. Então se lá na dengue falamos que o problema era alteração da permeabilidade capilar, na febre amarela o problema era hepatotropismo - lesão direta no fígado, aqui a lesão é uma inflamação do capilar. Então, não temos só alteração da permeabilidade, aqui temos reação inflamatória nos capilares por conta da circulação dessa bactéria, a espiroqueta. E no ser humano e mamíferos em geral ela tem grande predileção pelas células do túbulo renal proximal, então são dois locais onde a bactéria se aloja nos capilares e no túbulo renal proximal e causa bastante reação inflamatória e resposta imune, que é o que vai causar toda sintomatologia associada a doença; - Icterícia; Insuficiência Renal; Hemorragias. Forma grave – 10% - Na forma grave ela tem o nome de Síndrome Weil que é quando a gente tem acometimento renal, hepático e sangramento. E no ponto de vista epidemiológico ela Síndrome de Weil Página 2 de INFECTO acometimento renal, hepático e sangramento. E no ponto de vista epidemiológico ela pode chegar na forma grave em até 10% dos casos e normalmente a forma grave é acometimento desses três sistemas: sistema de coagulação com hemorragias, sistema renal e hepático. Temporários: domésticos (cães, suínos, animais de produção); Permanentes: roedores. Ratos – qualquer animal- As leptospiras, bactérias causadoras da leptospirose são bactérias que podem sobreviver em qualquer animal, principalmente nos mamíferos e, exceto nos roedores, elas são de vida temporária no ciclo de vidas. Então cães, suínos, ser humano o ciclo de vida de vida dela é temporário, então ela faz a multiplicação, mas depois ela não tem a manutenção do meio ambiente. Já nos roedores a bactéria tem a característica de ser um ciclo de vida permanente, pois nos ratos ela não causam doença e por consequentemente ela se alojar principalmente nos túbulos proximais do sistema renal, uma vez que um rato for contaminado por uma leptospira ele vai ser permanentemente infectante, então ele vai continuar eliminado aquela leptospira pelo resto da vida. Então eles são os mantedores da doença no ambiente urbano. A gente sabe que os roedores são pragas urbanas e tem essa importância da leptospira, pois muitas vezes está muito próximo ao convívio humano e consequentemente a gente pode ter incidentalmente a infecção por essa bactéria. Inalação Ferida, pele íntegra, mucosas, ingestão – URINA- Outro ponto importante no que se refere na transmissão da leptospira, as pessoas se lembram da leptospirose do contato com enchente, nadar em águas não saneadas, ou mesmo ingerir a urina do rato que pode ser um dos grandes potenciais inóculos de bactéria. Mas mesmo na água de enchente a leptospira tem o potencial de atravessa em pele íntegra, não só em feridas, mas pela pele íntegra, mucosas e ingestão. Existem alguns relatos da leptospira ser transmitida até por inalação, então, naqueles galpões, locais onde tem muitas ratazanas já teve relatos de transmissão por inalação, a esporulação daquela urina contaminada no ambiente e consequentemente a transmissão da leptospira. enchente, que a gente geralmente comenta que são as águas não saneadas, mas também pode ter transmissão direta para cada um desses animais. Então eles alimentam o meio ambiente e alimentam o ciclo dos outros hospedeiros. Doença infecciosa (de um para outro) febril ABRUPTA - febre de no máximo 7 dias de Aqui está o ciclo de vida da leptospira. O homem é o hospedeiro temporário, como os demais animais. Já o rato é o hospedeiro definitivo e permanente, então ele não adoece pela leptospira e ela fica alojada dentro do túbulo renal proximal, sendo eliminada pela urina do roedor, que é eliminada no contato com águasde Página 3 de INFECTO Doença infecciosa (de um para outro) febril ABRUPTA - febre de no máximo 7 dias de evolução; - Amplo espectro de manifestações - aqui a característica mais importante é justamente a pancapilarite, ou seja, a inflamação dos capilares em qualquer órgão ou sistema do organismo associada a lesão do túbulo renal proximal, essa é a principal característica da leptospirose; - Alta letalidade nas formas graves (10 – 40%);- Incubação – até 30 dias (média de 5 a 14 dias) - diferente das doenças virais aqui na leptospirose pode se ter um período de incubação mais dilatado, então até 30 dias após o contato com água de enchente, água de cachoeira, um banho de córrego, enfim, um contato com uma água não saneada pode se ter ainda a incubação da doença; - Zoonose (doença transmitida por animais) – meio rural > disseminação cidades principalmente as que não tem saneamento básico; - Adultos jovens – sexo masculino - os trabalhadores são geralmente as pessoas mais expostas que vão ser mais acometidos; - Peixeiros; Lavradores; Criadores de animais; Garis; Rede de esgoto. Enchentes:- Em doenças infecciosas é muito difícil, muitas vezes, a gente determinar o diagnóstico quando o paciente está de frente para a gente em um primeiro momento, então a gente vai por um raciocínio macro, sindrômico “o que que esse paciente tem? Tem febre há 3 dias, dor de cabeça, dor no corpo e está apresentando sinais de sangramento” O que que pode ser? Pode ser dengue? Pode. Ai você vai avaliar a história do paciente. “Ele tem cartão vacinal? Deixa-me ver, tem vacina de febre amarela? Tem então, provavelmente não é febre amarela” Viajou para a algum lugar? Teve contato com cachoeira, enchente? A história é fundamental, é extremamente importante, é aqui que vocês vão pensar algum ponto, alguma chave para o quebra cabeça, para poder direcionar o diagnóstico. Muito importante investigar o paciente, a profissão, o que que ele trabalha, o que ele fez, que contato que ele teve com algum tipo de animal, que isso vai ajudar na hora de fazer algum diagnóstico. Iterrogans, kirchneri, noguchii, alexanderi, weilii, alstonii, borgpetersenii, santarosai, kmety Leptospira:- Mais de 200 sorovares que podem causar doença no ser humano - são subtipos da mesma bactéria que traz dois impactos: primeiro no diagnóstico, pois quando vamos pedir a sorologia da leptospirose, muitas das vezes a gente só vai conseguir identificar o anticorpo para aquele determinado antígeno, se é para leptospira interrogoans, noguchii, etc; o outro problema é na demora da realização do exame, até a gente consegui fazer a identificação dos mais de 200 sorovares isso pode demorar o diagnóstico e consequentemente, se não for uma equipe atenta, atrasar o tratamento, e a gente vai ver que atrasar o tratamento implica diretamente no desfecho do paciente; - Página 4 de INFECTO ver que atrasar o tratamento implica diretamente no desfecho do paciente; Vive em organismos vivos mas podem sobreviver até por meses no solo ou na água - Limpar latinha de coca-cola antes de tomar é verdade, pois caso de fato tenha tido contato com a urina contaminada aquela bactéria pode sobreviver ali por um bom tempo. - Normalmente IgG acima de 14 dias que a gente começa a observar, mas podemos ter reação cruzada, então, quero dizer que, mesmo o paciente que já tem a IgG positiva para leptospira não é possível excluir diagnóstico uma vez que tem vários sorovares e a gente pode ter um contato prévio com outro subtipo e pode estar tendo contato com um novo subtipo nesse momento. Fisiopatologia: Então do ponto de vista fisiopatológico como a doença se dá? Ela dá a relação da pancapilarite difusa, então se lá na dengue eu falei de alteração da permeabilidade capilar, se na febre amarela eu falei de hepatotropismo, aqui a gente está falando de pancapilarite difusa. E como se dá? Penetração da bactéria, seja por ingestão, inalação, mucosa ou pele íntegra ou ferida. E como a gente viu nas doenças virais, um período chamado de septicêmico ou não toxemico, é a bactéria na corrente sanguínea e lá ela vai produzir reação inflamatória/resposta inflamatória/liberação de citocinas. Nesse período toxemico temos a mesma coisa que tínhamos nas outras doenças: febres, dor no corpo, mialgia, prostração, intolerância gastrointestinal... os sintomas são muito A figura não ficou muito boa, mas é só para mostrar as várias espécies, então a gente tem a leptospira interrogans e os mais variados sorotipos e isso tudo impacta no que eu disse para vocês: demora no diagnóstico (por ser anticorpo específico) e muitas das vezes a gente pode ter reação cruzada. Então as vezes o paciente já teve leptospirose, não teve a forma grave, mas ai de novo o paciente volta ao contexto de um quadro clinico muito parecido e ai quando vamos fazer a sorologia para diagnóstico ele vem com IgG, por exemplo, para leptospirose. “Mas não é uma doença aguda?” Página 5 de INFECTO no corpo, mialgia, prostração, intolerância gastrointestinal... os sintomas são muito parecidos, pois aqui de novo é a bactéria circulando e causando resposta inflamatória. Em até 90% dos casos os pacientes podem evoluir para melhora clínica, ou seja, a gente consegue produzir anticorpos suficientes para neutralizar a bactéria, esfriar o processo e evoluir de uma forma satisfatória. No entanto, tem pessoas que mesmo com a resposta imune satisfatória, a gente tem o chamado deposição de imunocomplexo como a gente via lá na chikungunya, que é uma doença muito mais reumatológica, e isso também é possível na leptospira, apesar de raro, por isso tem a setinha de que mesmo a pessoa que evolui para imunidade pode evoluir para pancapilarite difusa. Mas o mais frequente é que no período septicêmico as bactérias circulando comece a ter a resposta inflamatória principalmente nos capilares que gera a forma mais grave da doença. 4 a 7 dias – toxemia – 85 a 90%. É a fase do período septicêmico. Febre, mialgias (lombar e panturrilha) - muito semelhante ao das outras doenças. Antigamente tinha uma associação dor na panturrilha com leptospirose, mas não é regra. Isso por conta da lesão capilar, pode ter lesão nos capilares musculares e, como a panturrilha é uma das musculaturas mais utilizadas no ser humano, normalmente era um músculo mais afetado e consequentemente a gente tinha mais localização da dor naquele local, mas não é uma condição sinequanon, é só mais frequente; Remissão – 2 a 3 dias - esse período septicêmico pode ter uma remissão de 2 a 3 dias e o paciente evoluir bem, e não ter mais nada e nem aparecer no hospital, porque ele teve uma febre/ dor no corpo e com 4/5 dias melhorou, obviamente, fora do contexto de COVID-19, pois agora isso ganha muita importância. Mas se ele não melhora, e mesmo que melhore um pouco ele pode ir para essa segunda fase, que é a fase imune e é a fase imune que a gente tem dano direto dos capilares e as manifestações mais graves da doença. Essa fase quando é depois da fase de remissão geralmente é aquela deposição de imunocomplexo que é a fase imune. Primeira fase:- Exantema; Meningite; Uveíte; sufusão conjuntival; Hemorragia alveolar; Hemorragia TGI Segunda fase – imune:- Aqui tem uma grande discussão na literatura se vale a pena a gente fazer intervenção aqui, pois a intervenção da leptospirose é dar antibiótico para matar a bactéria, mas normalmente quando a gente está nessa fase imune a bactéria já fez o seu papel, já deu start no processo e eu teria que muitas das vezes, controlar os danos que a bactéria causou. Aí é uma discussão na literatura se faz diferença antibioticoterapia na fase imune, ou seja, 7 dias após. Normalmente a gente vai fazer, mas existe essa discussão. E aí que eu chamo a atenção de vocês, pensou em febre hemorrágica e na possibilidade de leptospirose,o antibiótico tem que ser na primeira fase, é aqui que PANCAPILARITE Página 6 de INFECTO possibilidade de leptospirose, o antibiótico tem que ser na primeira fase, é aqui que vamos salvar esse paciente e tira-lo de ir para a forma mais grave. Então é necessária alta suspeição, que só virá se for investigada a história do paciente. Manifestações Clínicas: Aumento de bilirrubina total/ transaminases (100) - lesão multiorgânica, logo, tem transaminanse elevada, aumento de bilirrubina. Aqui, obviamente não a transaminase no montante que a gente via na febre amarela, pois lá é lesão direta do vírus e aqui é uma lesão mais indireta, a gente tem aumento da transaminase, que é um marcador de lesão do hepatócito, mas não tão exuberante como a gente via na febre amarela; Aumento de reabsorção de sódio - túbulos proximais - Ela é não oligúrica e hipocalêmica, pois aqui é a fisiopatologia da bactéria no túbulo renal proximal, normalmente as insuficiências renais agudas elas são pré-renais, então a gente está tendo dificuldade de chegar O2 no tecido renal, ou por hipovolemia, choque hipovolêmico, ou hipertensão, ou choque distributivo, enfim, o choque em geral causa hipoxemia renal e sofrimento renal, aí que que o rim faz? Ele segura e para de urinar, então normalmente a gente tem uma insuficiência renal oligúrica. Mas na fase inicial da leptospirose não, aqui não a falta de aporte de oxigênio e nutriente para o rim, mas sim a lesão direta no túbulo proximal. E além dela não ser inicialmente não oligúrica, ou seja, o paciente urina normalmente, ela tem essa característica de ser hipocalêmica, a lesão direta da leptospira nos túbulos renais proximais faz com que haja uma maior reabsorção sódio nos túbulos renais proximais (tira todo sódio do túbulo e coloco na corrente sanguínea); ○ Aumento do aporte de sódio distal > redução de potássio - Para eu tirar o tanto de sódio na fase inicial, lá na parte final a gente aumenta o aporte de sódio. Esse aumento é uma troca, no túbulo distal em que a gente precisa de eliminar sódio e a gente o elimina através da troca do potássio e normalmente a gente tem uma concentração sérica inicial de baixa de potássio.. ○ IRA não-oligúrica e hipocalêmica - fase inicial: E a característica da IRA da leptospirose é: não oligúrica e hipocalêmica, que é somente na fase inicial. NTA - pouca resposta volêmica○ IRA oligúrica e até hipercalcêmica - injúria pré-renal - Quando eu chego na fase da pancapilarite sistêmica eu já tenho uma chamada injúria pré-renal pois já tenho uma dificuldade de manter a oxigenação nas minhas células renais pela perda progressiva de volume intravascular, aí nessa fase ela vira uma IRA clássica oligúrica e hipercalêmica e muitas das vezes com pouca resposta volêmica por conta de ser uma necrose tubular aguda. Então isso é cobrado, mas é só na fase inicial que ela é não oligúrica e hipocalêmica, e depois ela vira oligúria hipercalêmica. Forma ictérica - grave - ATB? Então na forma ictérica, forma grave onde temos lesão hepática, tem lesão multiorgânica se o papel do ATB aqui vai fazer diferença ou não. - Figura mostrando por microscopia eletrônica a célula do Túbulo renal com leptospiras aderidas à superfície Página 7 de INFECTO NTA - pouca resposta volêmica○ Pergunta: Não entendi porque a IRA é não oligúrica. Resposta (ficou muito confusa a explicação dele): quando tem a lesão do túbulo renal proximal, temos maior reabsorção de sódio, então normalmente tem mais sódio dentro do túbulo do que fora, então saindo lá do néfron no túbulo proximal a gente tem mais sódio dentro do túbulo que do capilar, então mais sódio fora do que dentro. Quando a gente chega lá no túbulo distal, para ter maior concentração de sódio no túbulo distal há uma troca para equilibrar, então eu começo a ter mais sódio dentro do capilar, e expulso e passo pra fora, pois um é antagônico do outro, porque o sódio troca pelo potássio sempre. Então, na fase distal para eu ter muito sódio concentrado dentro do túbulo eu vou reabsorver, esse sódio vai entrar para dentro do capilar, mas para ele entrar dentro do capilar o potássio tem que sair, e quando eu tiro o potássio eu estou tirando o potássio do capilar, e ele vai para o túbulo, ai quando eu doso no sangue o potássio está baixo. A não oligúria é justamente porque quando a gente tem lesão no túbulo proximal a gente ainda tem o chamado aporte pré-renal do rim, pois o rim trabalha com o aporte de sangue que lhe é ofertado, então se a gente está euvolêmico, ou seja, a volemia está normal, a gente vai manter o nível de filtração normal e o fluxo urinário vai funcionar. No entanto, quando chegamos na segunda fase, a gente tem uma capilarite difusa e a ter choque circulatório, vem sangramentos, e fica difícil manter o aporte de volume para o funcionamento renal. Ai que tenho o mecanismo de defesa do organismo com o rim segurando, parando de filtrar porque ele entende se não está chegando volume em mim, é porque eu estou com pouco volume, então não posso perder mais volume, e ai o paciente vai para a IRA clássica que é a IRA oligúrica. Por isso que é uma fase dinâmica, inicialmente ela é não oligúrica, porque o pré-renal está bom, mas quando o paciente chega na fase imune, o paciente não tem tanto aporte renal e fica oligúrica. Outra coisa que eu queria chamar a atenção que eu já discuti com vocês aqui é justamente esse quadro comparativo mostrando a frequência dos sintomas em cada uma dessas doenças. Todas essas doenças aqui são febres hemorrágicas, principalmente eu queria chamar a atenção de vocês para a leptospirose e para a dengue que são sintomas muito parecidos. A taxa de febre é muito parecida, dor de cabeça, então os sintomas Figura mostrando por microscopia eletrônica a célula do Túbulo renal com leptospiras aderidas à superfície epitelial renal causando lesão Página 8 de INFECTO muito parecidos. A taxa de febre é muito parecida, dor de cabeça, então os sintomas são muito parecidos, o que muitas vezes vai diferenciar é a história do paciente em exposição aos fatores de risco. Mortalidade - O paciente as vezes tem manifestação de hemorragia alveolar, vai compensando e não aparenta sangramento em lugar nenhum, e ai o paciente vai piorando, vai entrando naquela fase imune do choque circulatório, e começa a ter hipotensão e perda de volume, ai quando vai entubar o paciente é sangue puro na traqueia, muito sangue, porque há uma lesão em todo capilar alveolar. Então o que mais leva o paciente a morrer/ a principal causa de leptospirose é a hemorragia alveolar; Anictéricos - pode acontecer mesmo antes do paciente chegar ictérico, pela lesão hepática ou IRA, muitas vezes o pulmão pode ser o primeiro órgão a ser afetado justamente por ser o mais rico em capilar. Muitas vezes a lesão pulmonar fica na penumbra por um tempo até que a gente consiga identificar; 20-70%; SARA; Rx de Toráx - Então, muitas das vezes é imprescindível que esse paciente faça um RX de tórax quando considera a possibilidade de leptospirose, pois muitas vezes ele vai chegar “estou com febre de 4 dias de evolução, dor no corpo, dor de cabeça, tive uma epistaxe” mas como ele não tem nenhum sintoma respiratório não se pede RX e ai a gente perde a oportunidade de as vezes já avaliar a hemorragia alveolar clara e evidente no RX. A história é soberana, se o paciente não teve contato com água de enchente, com nenhum animal, e se por exemplo está tendo um surto de dengue na região talvez não pede, mas o exame complementar é para auxiliar no diagnóstico, logo se tem suspeita de leptospirose pede RX. A decisão é do momento, se tiver dúvida pede tambem. Positivo fala ao nosso favor, negativo não exclui tambem. Hemorragia alveolar:- Atenção: Os casos da "Forma Pulmonar Grave de Leptospirose", podem evoluir para insuficiência respiratória aguda,hemorragia maciça, ou síndrome de angústia respiratória do adulto. Muitas vezes precede o quadro de icterícia e insuficiência renal. O óbito pode ocorrer nas primeiras 24 horas de internação. Lesão hepática direta - menos frequente do que como na febre amarela; Colestase intra-hepática. Hepatite aguda:- Icterícia rubínica: Além da icterícia eu tenho o rush do exantema, tenho lesão capilar cutânea, então é a soma do vermelho da pele mais a icterícia. Fica uma icterícia mais avermelhada, alaranjada. - Aqui são autópsias de roedores, mas isso é comum no ser humano a hemorragia alveolar. Página 9 de INFECTO Vasculite + Icterícia. avermelhada, alaranjada. Definição de caso: FEBRE + CEFALEIA + MIALGIA - sinais e sintomas clássicos, geralmente acompanhados de algum desses sintomas abaixo Sufusão conjuntival; Sinais de insuficiência renal aguda (incluindo alterações no volume urinário); Icterícia e/ou aumento de bilirrubinas; Fenômeno hemorrágico; Vínculo epidemiológico com um caso confirmado por critério laboratorial; Residir ou trabalhar em áreas de risco para a leptospirose. Critério 2: Pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas:- Anemia normocrômica - por conta dessa fase inicial, de resposta infamatória pode acontecer uma anemia normocítica normocrômica muito leve, hemoglobina de 11 no máximo; Leucocitose - bastonetes - diferente do que a gente via nas doenças virais aqui a gente tem leucocitose, produção mesmo de resposta neutrófilos contra bactérias, então tem mais leucocitose; Trombocitopenia; Exames laboratoriais:- Alterações de perfil hepático - 50% dos casos - com as transaminases; Aumento de CK total - miosite/ CKMB (miocardites) - e por conta da lesão capilar muscular ocorre muita respiração anaeróbia a nível muscular, daí a característica da dor na panturrilha, e tem muita elevação de CK marcador de lesão muscular, e não só de musculo esquelético, mas também de músculo cardíaco, a gente pode ter miocardite, o paciente pode entrar em insuficiência cardíaca; Aumento de Ur + Cr - K+ normal - na fase inicial: aumento da ureia e creatinina muito das vezes e potássio baixo ou normal. E alterações multiorgânicas: Diagnóstico: É difícil, só vou conseguir fazer o diagnóstico muitas das vezes pela sorologia, pois são mais de 200 sorovares, não tem como eu fazer pesquisa um por um, a não ser hoje com uma tecnologia chamada painéis em que a máquina já tem os 200 sorotipos ela vai lá e analisa DNA por DNA para saber qual é, mas isso não realidade nem privada do Brasil. Aqui o diagnóstico é sorológico. 7 e após 14 dias - PAREADA; Microaglutinação – padrão ouro. Parece com VDRL, você vai pegar a amostra e vai aglutinar com reagente e vai olhar no MO se vai aglutinar ou não; Sorologia: o anticorpo só é produzido a partir do 7 dia, mas o rendimento melhor é sempre após 14 dias. E aqui vamos fazer a sorologia pareada, pois muitas das vezes o paciente já teve uma leptospirose anteriormente e da positivo no sétimo dia e eu tenho que avaliar o aumento do valor do título dele no decimo quarto dia. Exemplo: sétimo dia -> IgG positivo de 1:200 na diluição, ele tem que aumentar no mínimo de 2 a 4x a diluição para eu falar que esse exame é positivo em 14 dias. Para confirmar diagnóstico ele tem que ter no mínimo 1:800 ou 400 em 14 dias. - Página 10 de INFECTO aglutinar com reagente e vai olhar no MO se vai aglutinar ou não; Macro e ELISA. Giemsa;○ Prata;○ Imunofluorescência.○ Microscopia de campo escuro: Pesquisa direta: - Sangue, LCR – 5 a 60 dias; Urina – após 2ª semana. Cultura: é mais difícil ainda que pesquisa direta, pois como é uma bactéria involuída, não é gram – nem +, é difícil o meio de cultura e o crescimento é lento. Demora 60 dias para sair, na doença aguda paciente teve seu desfecho sendo ele favorável ou não - Obs.: O resultado NEGATIVO (não reagente) de qualquer exame sorológico para a leptospirose (Elisa-IgM, microaglutinação), com amostra sanguínea coletada antes do sétimo dia do início dos sintomas, não descarta o caso suspeito. Outra amostra sanguínea deverá ser coletada, a partir do sétimo dia do início dos sintomas, para auxiliar na interpretação do diagnóstico, conforme referido anteriormente (lembrar do pico de produção de anticorpos dá-se a partir do decimo quarto dia do início dos sintomas. Gráfico: tempo com relação ao sintoma e diagnóstico da doença. Na primeira fase a gente tem febre, mialgia, dor no corpo, etc, e nessa fase se diagnóstico apenas com identificação da leptospira no sangue com PCR ou cultura (muito difícil fazer), logo nessa fase no brasil, não é possível fazer diagnóstico, então se eu tiver suspeita vou tratar como tal, pelo alto potencial de letalidade. Na segunda fase é que a gente começa a ter a produção de anticorpo então é aqui que a gente faz o diagnóstico. Critérios de internação: Critérios de gravidade, saber o nível do perigo, o quanto esse paciente tá afetado e precisa ser observado melhor. Tosse, dispneia, taquipneia, hemoptóicos;- Alterações urinárias, geralmente oligúria;- Fenômenos hemorrágicos;- Hipotensão;- Alterações no nível de consciência; Página 11 de INFECTO Alterações no nível de consciência;- Vômitos frequentes; - Icterícia.- Tratamento: Ceftriaxona 1g 12/12h – 7 dias - cefalosporina de 3a geração, excelente para bactérias involuídas, como sífilis também; Amoxacilina 500mg 8/8h – 7 dias.○ Doxiciclina 100mg 12/12h – 7 dias ou como alternativa, que é uma tetraciclina Específico (matar bactéria):- O importante aqui é que lá na história clínica, no primeiro contato com o paciente, e classifiquei ele como grupo C da dengue, pois os sintomas são muitos parecidos. Mas se na história desse paciente tem fator de risco para leptospirose eu vou dar ceftriaxona para ele. É tratamento empírico, pois há maior letalidade sem remédio, não dá para esperar diagnóstico. Hidratação; Hemodiálise; Ventilação mecânica. Não específico:- Profilaxia: Combate aos roedores em áreas urbanas;- Vacinação de animais domésticos – NÃO impede transmissão é controversa;- Vacina humana – sorovar específica (impossível por ser mais de 200) é controversa;- Antibioticoprofilaxia – doxiciclina (05 dias) é controverso, pelos efeitos adversos;- Saneamento básico. - Febre Maculosa Importância: Tambem é uma febre hemorrágica causada por bactéria, mas ao invés de involuída é incelular (tem ciclo de vida dentro da célula do ser humano), que também não classifica em gram. Viajantes; Zona rural. Cosmopolita (presente no mundo todo):- Inúmeros agentes - vários subtipos;- 20-30% Brasil○ ↑ Mortalidade: MINAS 2019 – 9 casos / 6 óbitos. Epidemiologia sugestiva - o PULO DO GATO aqui é que a epidemiologia mata o diagnóstico pois não existe febre maculosa sem contato com carrapato, é uma doença de transmissão estritamente pelo carrapato. Logo, história do paciente de novo muito importante. Então tem picada de carrapato? Então tem possibilidade. Mas se não tem picada ou se paciente fala que não tem possibilidade nenhuma de contato com carrapato, ai seria impossível a possibilidade de febre maculosa. - Apesar da alta mortalidade no Brasil, as taxas são cerca de 10 vezes menores nos EUA. A mortalidade está muito atrelada ao diagnóstico precoce. Uma vez que a terapia é iniciada nos 3 primeiros dias de doença, a mortalidade cai para 2% em crianças e 9% Página 12 de INFECTO iniciada nos 3 primeiros dias de doença, a mortalidade cai para 2% em crianças e 9% em idosos. História: Rocky Mountain spotted fever – sec XIX - Foi descoberto nos EUA - febre das montanhas rochosas - Rickettsia rickettsii - nome da bactéria; Vetor – carrapato. 1906 – Taylor Ricketts- 1929 – São Paulo 1o caso;- Febre petequial - pois rush com exantema maculapapular.- Obs.: Doença com instalação aguda de até 7 dias, com febre + cefaleia + mialgiaintensa; Carrapato como vetor – condição sine qua non (SE NÃO TIVER CARRAPATO NA HISTÓRIA NÃO É FEBRE MACULOSA); Rash cutâneo é na maioria, mas não em todos - não precisa ter rush para considerar, precisa só do carrapato na história. Epidemiologia: Região sudeste;- ↑ atividade do carrapato;• Junho a outubro;• Trasnovariana○ Transestadial○ Manutenção da Rickettsia• Amblyomma - Carrapato estrela: a picada dói (paciente lembra)- Picadas discretas• ↑ repasto• Dermacentor: Mais comum em criança e o carrapato é menor- Cavalos e capivaras;- População alvo x picada- A picada do vetor pode inquirir na população alvo, como no caso do amblyomma que tem uma picada agressiva e frequentemente ataca em grupo com muitos inóculos por paciente. Já no caso do dermacentor, causam picadas discretas, mas permanecem em pastagem por muito tempo, passando desapercebidos e pegando mais crianças. A doença não termina no carrapato, como falei na leptospirose, o rato mantem a doença o carrapato tambem, pois tem transmissão da bactéria via transovariana e transestadial, ou seja, o carrapato deposita os ovos e a riikettsia já tá nele, por isso tambem é uma doença de difícil controle também. Página 13 de INFECTO Patogênese: ompA ompB; TNF-α INF-γ – células dendríticas; Hipovolemia - choque hipovolêmico;- Hiponatremia (ADH);- Trombocitopenia por consumo - como vemos na dengue, + fenômenos hemorrágicos + lesão em órgãos alvo. - ↑ permeabilidade vascular: Alvo: célula endotelial - não só capilar, aqui é o endotélio como um todo. A bactéria multiplica dentro da célula endotelial, que vai causar quimiotaxia, liberação de citocinas, aumento da permeabilidade vascular - Rápida difusão.- Período de incubação: 2 a 14 dias - Menor que na leptospirose que podia ser até 30 dias. Então aqui você precisa vasculhar até 15 dias atrás na história do paciente. - As bactérias do gênero rickettsia escapam rapidamente do fagossoma e se multiplicam no citoplasma e se difundem para as células vizinhas por transporte passivo. Manifestações clínicas: Em todos os estágios (seja em mamíferos ou animais domésticos) sempre que o homem entrar em contato ele pode ser o hospedeiro acidental, independente da fase do carrapato. Como vimos na leptospira, inúmeros subtipos! Não dá para ficar esperando sorologia, nem cultura, e nem PCR que é muito dificultado. A mensagem é: SUSPEITOU TRATA, até o diagnóstico sair.Como vimos na leptospira, inúmeros subtipos! Não dá para ficar esperando sorologia, nem cultura, e nem PCR que é muito dificultado. A mensagem é: SUSPEITOU TRATA, até o diagnóstico sair. Página 14 de INFECTO Na fase inicial, toxemica: febre, mialgia, cefaleia, e os fenômenos hemorrágicos - fenômeno maculopapular, o rash maculopapular, por conta da endotelite, que não é só pela capilarite, é por conta da lesão endotelial, a bactéria se replica dentro da célula endotelial, pode ter sangramento no TGI, trato respiratório e no SNC, mas também na pele (que é um dos grandes denunciadores da doença), mas não é condição sine qua non, se não tem o rash não se exclui a possibilidade. Obs.: As máculas têm aspecto róseo, de bordas mal definidas com cerca de 2 a 6mm e de início na maioria das vezes em tornozelos e punhos. Tabela de frequências dos sintomas com os subtipos de bactéria. As manifestações clínicas aqui de endotelite, por ser em vasos maiores a gente pode ser fenômenos hemorrágicos e tromboembólicos mais evidentes, então o paciente pode evoluir com necrose distal, pois aqui não é só o capilar, posso ter lesão de uma artéria importante que vai irrigar minha mão ou um Página 15 de INFECTO Exantema maculopapular >> palmas e plantas - O acometimento de palmas e plantas não é a regra, mas é muito sugestivo. - Idosos; Etilistas. Doença mais grave: nos extremos de idade- Choque circulatório - é um acometimento vascular mais importante;- Meningite; Encefalite; Paralisia facial - lesão vascular; Amaurose. Acometimento SNC:- Diagnóstico: Muito parecido com o da leptospirose “chover no molhado" Cultura – método laborioso;- MIF / ELISA / Western blot; IgM e IgG – 10 a 14 dias dos sintomas; Não diferencia espécies, como na leptospirose Sorologia – PAREADO - contato prévio? Repetir em 14 dias para avaliar a titulação. Deve aumenta de 2 a 3x da titulação anterior - Obs.: Sorologia negativa no sétimo dia não exclui a possibilidade, muitas vezes ainda não deu tempo da produção de anticorpo, deve repetir em 14 dias. Imunohistoquímica – bx de lesões- Sérico, bx - caro e não é disponível em SUS, mas se tiver condição pode pedir. PCR:- Trombocitopenia por consumo; Enzimas hepáticas levemente elevadas - por lesão hepática indireta; Hiponatremia - muito mais pela lesão endotelial e perda de volemia. Achados laboratoriais gerais:- então o paciente pode evoluir com necrose distal, pois aqui não é só o capilar, posso ter lesão de uma artéria importante que vai irrigar minha mão ou um órgão importante, mas já é uma fase grave. F: um vaso todo acometido pela bactéria, causando inflamação, e toda vez que se tem uma inflamação dentro de um vaso, tem quimiotaxia para citocinas, fatores de coagulação e trombo, aí podemos ter fenômenos tromboembólicos mais evidentes -> D: necrose distal; E: necrose de orelha. Página 16 de INFECTO Hiponatremia - muito mais pela lesão endotelial e perda de volemia. Tratamento: Obs. Estudos: Existiam algumas recomendações especificas para doxiciclina, como não prescrever para crianças (alterações no desenvolvimento dentário) por não ser seguro, nem em gestantes. Mas novos estudos mostraram que mesmo em crianças a doxiciclina é segura, primeiro porque nos EUA a principal faixa etária acometida pela febre maculosa são crianças (de 0-4 anos e de 5-9 anos). Desde de 2013, sabemos que não tem associação tão evidente assim da doxiciclina com alteração do esmalte dentário, e que o benefício supera o risco sempre. Não dar doxiciclina na fase inicial (até o quinto dia) da doença é aumentar a chance do paciente morrer. No brasil a doxiciclina é disponível apenas por via oral, não tem por via endovenosa, e se usa a dose de 100mg de 12/12h. Novos estudos também mostram que a doxiciclina pode ser utilizada em gestantes, que o benefício supera o risco. Se não tiver doxiciclina (oral) a alternativa é o Cloranfenicol (endovenoso), se não tiver via oral, por exemplo paciente chocado, entubado. Por ser bactéria intracelular, o tratamento de escolha é doxiciclina. Está escrito salva vidas pois não dá para esperar diagnóstico, chegou doente, tem carrapato no meio? DOXICICLINA, para tratar na fase inicial e não evoluir para todas aquelas complicações. Página 17 de INFECTO
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